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LITERATURA BRASILEIRA_resumão

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LITERATURA BRASILEIRA 
UNIFAVENI 
1. DA COLÔNIA AO ROMANTISMO - CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL A 
PARTIR DO MAPEAMENTO TERRITORIAL: A COLONIZAÇÃO JESUÍTICA. 
JESUÍTAS NO BRASIL 
• Os primeiros jesuítas que vieram ao Brasil chegaram com o primeiro governador-geral da colônia, Tomé 
de Sousa, em 1549. Eles eram liderados por Manuel da Nóbrega 
e tinham como principal missão a cristianização dos nativos e 
zelar pela Igreja instalada no Brasil colonial. 
• O padre José de Anchieta desenvolveu um manual que auxiliava 
na comunicação dos jesuítas com os nativos. Nesse período da 
história brasileira, o idioma mais comum existente aqui era a 
Língua Geral, que mesclava elementos do português com idiomas 
nativos. 
• Além disso, os jesuítas tiveram um importante papel educacional 
no Brasil, pois, além da catequese aos nativos, eles educavam os 
filhos dos colonos. 
• Outra função importante dos jesuítas foi na pacificação dos povos 
indígenas, pois, por meio de suas missões, conseguiram ter grande 
contato com esses povos. 
 
2. A LITERATURA BRASILEIRA 
• A Literatura no Brasil nasceu a partir dos primeiros escritos de 
viajantes e missionários europeus que documentavam informações 
sobre a terra recém-colonizada. 
• A Literatura no Brasil está intrinsecamente ligada à Literatura 
portuguesa. Durante muito tempo, toda produção literária esteve 
subjugada ao pensamento português. A partir do Romantismo, nossa 
Literatura emancipou-se, alcançou sua autonomia e criou 
manifestações literárias próprias. 
 
3. A LITERATURA JESUÍTICA 
• A expansão marítima realizada por portugueses e espanhóis no século XVI tinha por objetivo conquistar 
novas terras. Após a descoberta do Brasil, pela frota de Pedro Álvares Cabral em 1500, houve 
estranhamento entre os europeus e os nativos dos territórios que eles julgavam ser as Índias. 
• No ano de 1549 ocorre a Contrarreforma (Reforma Católica) e, com ela, os jesuítas chegam ao território 
brasileiro. Sua missão era a catequese dos índios e instalação de estabelecimentos de ensino no Brasil. 
Assim começam a aparecer as obras literárias que formam o Quinhentismo do Brasil, período literário de 
cartas, documentos, mapas e ensaios informativos sobre as novas terras. No que se refere à literatura 
jesuítica, as formas mais marcantes de sua prática eram: poesia devota, teatro pedagógico baseado em 
passagens da Bíblia e documentos sobre os avanços e dificuldades na catequese dos nativos. 
• Entre os mais importantes autores de literatura jesuítica naquele período estão Fernão Cardim, que era um 
missionário e Manuel da Nóbrega, sacerdote jesuíta. 
• Entre suas contribuições para a literatura brasileira estão a 1ª gramática da língua tupi. 
Os jesuítas eram padres que 
pertenciam à Companhia de Jesus, 
uma ordem religiosa vinculada à Igreja 
Católica que tinha como objetivo a 
pregação do evangelho pelo mundo. 
Essa ordem religiosa foi criada em 
1534 pelo padre Inácio de Loyola e foi 
oficialmente reconhecida pela Igreja a 
partir do papa Paulo III em 1540. 
 
 
• O Auto de São Lourenço, uma de suas peças de maior destaque, é uma obra que abrange o espanhol, o 
português e o tupi para contar a história de São Lourenço, um mártir católico que morreu queimado ao se 
negar a renunciar a sua fé. Em uma tentativa de harmonizar os valores dos nativos com a moral católica, 
Anchieta dedicou uma vida ao estudo dos mitos indígenas, suas ideias e modo de vida. 
 
4. LITERATURA JESUÍTICA E INFORMATIVA 
• O século XVI, no Brasil, não assistiu ao surgimento de poemas e romances: assistiu, na realidade, ao 
aparecimento de obras produzidas pelos jesuítas, cujo interesse pela catequese dos índios se manifestava 
em sua religiosidade e didatismo. 
• Mas, ao lado desta literatura jesuítica, um outro tipo de produção literária começou a surgir: como o Brasil 
era uma terra-nova, recém descoberta, inúmeros viajantes para cá se dirigiam, onde, a propósito das coisas 
vistas em viagem, escreviam livros sobre paisagens, plantas, animais ou índios. A estas obras chamamos 
literatura informativa, pois sua finalidade era apenas informar Portugal sobre a nova Terra. 
 
Figura 1 - MANIFESTAÇÕES DA LITERATURA BRASILEIRA NO SEC. XVI 
 
4.1 Características da Literatura Brasileira do Século XVI 
 
 
As Principais Obras Informativas, Escritas no Século XVI são: 
➢ A Carta de Pero Vaz de Caminha; 
➢ História da Província de Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil - Pero de Magalhães Gândavo; 
➢ Tratado da Terra do Brasil - Pero de Magalhães Gândavo; 
➢ Tratados da Terra e da Gente do Brasil - Fernão Cardim; 
➢ Tratado Descritivo do Brasil - Gabriel Soares de Souza. 
A crônica histórica e informativa que se intensifica em Portugal no momento das grandes navegações, 
conquistas e descobertas ultramarinas testemunhando a aventura geográfica dos portugueses, os seus ideais de 
expansão da cristandade, assume um sentido épico e humanístico que se estende ao Brasil e logo adquire entre 
nós algumas características peculiares; à curiosidade geográfica e humana e ao desejo de conquista e domínio 
literatura 
jesuítico-
religiosa literatura 
informativa
Lit. jesuítica
• É religiosa
• Objetivo: conversão dos 
índios
• representada 
principalmente pelas obras 
de José de Anchieta e 
Manuel da Nóbrega, é 
religiosa
Lit. informativa
• Apresenta valor 
documental
• fornecia à metrópole 
dados sobre a nossa terra.
Ufanismo
• Entusiasmo dos escritores 
ao falarem engrandecendo 
nossa terra.
• No levantamento de tais 
dados, os autores, muitas 
vezes, entusiasmavam-se 
com os aspectos pitorescos 
de nossa natureza, 
exaltando-as.
 
 
correspondem, inicialmente, o deslumbramento perante a paisagem exótica e exuberante [...] assim, como os 
ideais de catequese atestados pela literatura informativa e pedagógica dos jesuítas. 
 
5. BARROCO 
 
Contexto histórico - Pensamento Filosófico 
• O Renascimento (século XVI) valoriza o homem; 
• Um cem-número de acontecimentos, tanto políticos como sociais: a descoberta da pólvora, a invenção 
da imprensa, que coloca o livro na mão de muitos (o que não ocorria antes), veio dar ao homem uma 
nova perspectiva da vida, que se torna confiante, passando a perguntar, a pensar, a responder. 
• Essa nova mentalidade, valorizadora do homem, do intelecto, contrapõe-se à visão do mundo 
predominante na Idade Média em que imperava uma concepção teocêntrica e espiritualista. 
• Na Idade Média, o homem subordina-se a Deus; já no Renascimento, torna-se quase pagão. Reagindo 
contra esse paganismo e contra o classicismo renascentista que se funda na crença de que não há 
conflito entre a ordem divina e a ordem humana, entre a alma e o corpo, entre a razão e a natureza, 
entre a fé e a razão; surgem o Calvinismo, o Luteranismo, a Contrarreforma que corroem os 
fundamentos dessa crença [...]. 
• Essa reação antirrenascentista fará com que o homem se veja colocado entre dois polos: de um lado os 
valores do humanismo, que a custo conseguirá alcançar; de outro, o espiritualismo medieval. 
• Confrontam-se, por isso, duas formas opostas: antropocentrismo e teocentrismo. Tentando atingir a 
síntese, o homem da época procura conciliar esses dois elementos. 
 
5.1 Teocentrismo x Antropocentrismo – Tensão 
• Interiormente, o homem barroco percebe os desejos e atitudes contraditórias que se debatem dentro 
dele. Alertado pela Contrarreforma, sente, mais do que nunca, o drama de possuir um corpo mortal. 
Tal estado de espírito, por sua vez, gera manifestações de tensões, angústias e incertezas, manifestações 
que vão caracterizar um comportamento melancólico, instável. 
 
 
 
5.2 Barroco no Brasil 
• A Literatura Brasileira apresenta duas grandes eras: 
1) ERA COLONIAL - tem início com a vinda dos primeiros portugueses, em 1500, e se estende até 1808 
com a chegada da família real ao Rio de Janeiro. 
2) ERA NACIONAL - tem início em 1836, com o Romantismo e se estende até osdias de hoje. O período 
entre 1808 a 1836 é conhecido como Período de Transição e envolve todo o processo de independência 
política. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos como está dividida a era colonial 
 
O Barroco foi arte do jogo de palavras e de ideias, que visavam surpreender o leitor não só através da 
construção cuidadosa do texto, marcado várias vezes por uma linguagem excessivamente rebuscada, mas 
também através de um alto poder de raciocínio lógico. 
 
• O cultismo também é 
chamado de Gongorismo, por ter 
sido muito influenciado pelo 
poeta espanhol Luís de Gôngora. 
CONCEPTISMO ou 
Quevedismo = Corresponde ao 
jogo de ideias e de conceitos, 
pautado no raciocínio lógico, 
visando ao convencimento à 
argumentação. 
• O cultismo e o conceptismo 
também influenciaram nossos 
escritores. 
 
 
• os textos que fazem parte eram informativos, voltados para a conquista material, para as 
descobertas da nova terra, ou textos escritos pelos jesuítas, voltados para a catequese.
QUINHENTISMO (SÉC XVI)
• compreende um longo período que se estende de 1601, com a publicação do poema 
Prosopopéia, de Bento Teixeira até meados do século XVIII (1768), com a fundação da 
Arcádia Ultramarina, em Vila Rica, Minas Gerais e a publicação do livro Obras Poéticas de 
Cláudio Manuel da Costa.
• compreende duas grandes manifestações: o Barroco Literário e Arquitetônico do século 
XVII, principalmente na Bahia, e o Barroco mineiro do século XVIII.
• As manifestações brasileiras desse período refletem a visão de mundo e a estrutura de um 
país-colônia, marcado pelo ciclo econômico açucareiro..
• A produção barroca no Brasil foi muito influenciada pelo Barroco europeu
BARROCO (SEC. XVII)
• Cochecido também como Setencismo ou neoclassicismo
• inovou aspectos na literatura, arquitetura, pintura e escultura, promovendo uma grande 
valorização das tradições greco-romanas
• A grande preocupação dos artistas dessa época era fixar padrões de beleza que pudessem 
resistir ao tempo, assim como as produções artísticas greco-romanas, nas quais se 
inspiravam. Além da harmonia e qualidade das formas, os artistas desejavam manter em 
suas obras o predomínio da linha reta, equilíbrio entre as cores e a simetria dos traços.
ARCADISMO (SÉC. XVIII)
 
 
 
 
VEJAMOS OS PRINCIPAIS AUTORES DO BARROCO NO BRASIL 
BENTO TEIXEIRA 
• Destaca-se por ser o autor do marco inicial do Barroco no Brasil, mas seu poema épico Prosopopéia 
não provocou muito reconhecimento na colônia. 
• É uma imitação de Os Lusíadas, o que era muito comum na época, também escrito em decassílabos e 
dispostos em oitava rima. 
GREGÓRIO DE MATOS 
• O grande representante do Barroco no Brasil. 
• Existem muitas dúvidas quanto à autenticidade de sua obra, isto porque 
Gregório de Matos não publicou nada em vida, não deixou nenhum texto 
autografado ou produzido de próprio punho. Sua obra permaneceu 
praticamente inédita até o início do século XX quando a Academia Brasileira 
de Letras publicou seis volumes com sua produção. 
• A diversidade e o antagonismo do espírito Barroco também estão presentes em Gregório de Matos. 
 
Principais 
características de sua 
obra
Fugacidade
(transitoriedade da vida)
Insatisfação
Ousadia
(considerado inovador e 
irreverente)
Dualismo
(oscilou entre sagrado e 
profano) 
 
 
• Embora conhecido como poeta satírico, criticando não só as pessoas, mas também as instituições da 
época, Gregório de Matos apresenta uma obra vasta: 
BARROCO - RESUMO 
- Foi introduzido no Brasil por intermédio dos jesuítas. Inicialmente, no final do século XVI, tratava-se de um 
movimento apenas destinado à catequização. 
- A partir do século XVII, o Barroco passa a se expandir para os centros de produção açucareira, especialmente 
na Bahia, por meio das igrejas; 
- Nos séculos XVII e XVIII não havia ainda condições para a formação de uma consciência literária brasileira. 
Por esse motivo, fala-se apenas em autores brasileiros com características barrocas, influenciados por fontes 
estrangeiras (portuguesa e espanhola), mas que não chegaram a constituir um movimento propriamente dito. 
- Representantes – Poesia: Gregório de Matos; Prosa: padre Antônio Vieira, com os Sermões. 
- Didaticamente, o Barroco brasileiro tem seu marco inicial em 1601, com a publicação do poema épico 
Prosopopeia, de Bento Teixeira. 
- Prosopopeia - Apesar de os críticos o considerarem de pouco valor literário, o texto tem seu valor histórico 
pois foi a primeira obra do Barroco brasileiro e o marco inicial do primeiro estilo de época a surgir no Brasil 
 
Um pouco mais sobre Gregório De Matos 
 
• Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador (BA) e morreu em Recife (PE). Estudou no colégio dos 
jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra (Portugal). 
• Recebeu o apelido de Boca do Inferno, graças a sua irreverente obra satírica; 
• Firmou-se como o primeiro poeta brasileiro, cultivou a poesia lírica, satírica, erótica e religiosa.; 
• Gregório não publicou seus poemas em vida. Por essa razão, há dúvidas quanto à autenticidade de muitos 
textos que lhe são atribuídos. 
 
 
6. O BARROCO E A INTERNACIONALIZAÇÃO DA CULTURA - CONTEXTO HISTÓRICO 
• O Barroco brasileiro ocorre tardiamente, entre os séculos 17 e 18. Segue os modelos ibéricos e há grande 
influência espanhola, pois o Barroco começou em Portugal durante a União Ibérica 
• Sofre também forte influência da Contrarreforma; 
• é fundamentalmente uma expressão do conflito entre o humanismo renascentista e a tentativa de 
restauração de uma religiosidade "medieval", entre a razão e a fé, entre o material e o espiritual. 
POESIA SACRA (OU RELIGIOSA)
•é marcada pelo conflito gerado entre a vida mundana e o a vida espiritual. Entre a consciência do pecado e o 
desejo de salvação
POESIA AMOROSA
•também encontramos a dualidade barroca oscilando entre o amor elevado, espiritual e o sensualismo e o 
erotismo do amor carnal.
•o poeta revela sua amada, uma mulher bela que é constantemente comparada aos elementos da natureza. 
Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é assaltado pela culpa e pela 
angústia do pecado.
POESIA ENCOMIÁSTICA
•textos de circunstância, laudatórios, destinados a elogiar pessoas importantes da época,
POESIA SATÍRICA
•criticou os vários tipos humanos de sua época, os costumes, os primeiros colonos nascidos no Brasil, conhecidos 
como “caramurus” e principalmente o relaxamento moral da Bahia, numa posição de recusa em relação à 
exploração da colônia;
•Essa atitude de subversão por meio das palavras rendeu-lhe o apelido de "Boca do Inferno", por satirizar seus 
desafetos
 
 
Características do estilo 
 
1) valorização exagerada da forma: literatura marcada pelo rebuscamento da linguagem, 
sobrecarregando o texto com figuras de estilo 
2) arte é identificada com a engenhosidade do artista que pode se dar no nível da forma (cultismo) ou 
do conteúdo (conceptismo) 
 
7. O neoclassicismo 
 
• O Arcadismo, também conhecido como Setecentismo ou Neoclassicismo, é o movimento que 
compreende a produção literária brasileira na segunda metade do século XVIII. 
• O nome faz referência à Arcádia, região do sul da Grécia que, por sua vez, foi nomeada em referência 
ao semideus Arcas (filho de Zeus e Calisto). 
• Os textos produzidos foram influenciados pela cultura francesa devido aos acontecimentos movidos 
pela burguesia que sacudiram toda a Europa (e o 
mundo Ocidental). 
• Seus principais autores são Cláudio Manoel da 
Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama 
e Santa Rita Durão. 
• No Brasil, o ano convencionado para o início do 
Arcadismo é 1768, quando houve a publicação de 
Obras, do poeta Claudio Manoel da Costa. 
Figura 2 - Os dois momentos do Arcadismo no Brasil, 
por Alfredo Bosi (2006). 
 
8.1 Arcádia Submarina 
• Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de Vila Rica (MG), influenciada pela Arcádia 
italiana (fundad em 1690) ecujos membros adotavam pseudônimos, isto é, nomes artísticos, de pastores 
cantados na poesia grega ou latina. 
Cabe ressaltar, no entanto, que os membros da Arcádia eram todos burgueses e habitantes dos centros 
urbanos. Por isso a eles são atribuídos um fingimento poético, isto é, a simulação de sentimentos fictícios. 
Poético: retorno à tradição clássica com a utilização dos seus modelos, e 
valorização da natureza e da mitologia
Ideológico: influenciados pela filosofia presente no Iluminismo, que traduz a 
crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero.
Contexto 
• Ascensão do Iluminismo 
(racionalismo e progresso nas 
ciências); 
• Independência dos EUA (1776); 
• Movimentos de independência na 
América; 
• Revoluções e inconfidências, e 
chegada da família real no Brasil; 
• Aristocracia em declínio; 
 
 
 
 
8.4 A Importância do Arcadismo 
• Durante a vigência do Arcadismo, estabeleceu-se 
este sistema (literário) - embora tímido - e que não 
mais seria destruído. 
• a construção de um incipiente sistema literário 
durante o Arcadismo, representa o primeiro e 
decisivo passo no processo de fundação da literatura 
brasileira. 
9 O NEOCLASSICISMO E ILUSTRAÇÃO 
• Neoclassicismo é um movimento artístico que se 
desenvolveu especialmente na arquitetura e nas artes 
decorativas. 
• Floresceu na França e na Inglaterra, por volta de 
1750, sob a influência do arquiteto Palladio 
(palladianismo), e estendeu-se para o resto dos 
países europeus, chegando ao apogeu em 1830. 
• Mais do que um ressurgimento de estética antiga, o Neoclassicismo relaciona fatos do passado aos 
acontecimentos da época. Os artistas neoclássicos tentaram substituir a sensualidade e trivialidade do 
Rococó por um estilo lógico, de tom solene e austero. 
• Surgiram os primeiros edifícios em forma de templos gregos, as estátuas alegóricas e as pinturas de 
temas históricos. As encomendas já não vinham do clero e da nobreza, mas da alta burguesia, mecenas 
incondicionais da nova estética. 
• Surgido para dar sustentação à revolução francesa e depois ao império, o neoclassicismo, no entanto, 
se apóia principalmente nos países da aliança contra Napoleão, como a Alemanha e a Inglaterra. 
10 A POESIA NATIVISTA E A PROSA DOS PUBLICISTAS 
11 SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX 
• O desenvolvimento da prosa no período romântico coincide com o desenvolvimento do romance como 
um gênero novo que, no Brasil, chegou graças à influência dos romances europeus e do surgimento 
dos jornais -- que publicavam, diariamente, os folhetins, isto é, capítulos de histórias que compunham 
um romance. 
• Cronologicamente, o primeiro romance romântico publicado no Brasil foi O filho do pescador (1843), 
de Teixeira de Souza, porém, como o romance apresenta enredo confuso e foi considerado pelo público 
como "sentimentalóide". 
• A Moreninha (1844), de Joaquim Manoel Macedo, viria a ser considerado o primeiro romance 
efetivamente brasileiro por receber uma maior aceitação do público e por definir as linhas dos romance 
brasileiro 
• Os principais autores do período são: Joaquim Manoel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida, José 
de Alencar e, constituindo o teatro nacional Martins Pena. 
12 A LÍRICA ROMÂNTICA 
• O passo decisivo para a deflagração do movimento é a publicação da revista Niterói, em Paris, 1836, 
que trazia como epígrafe: "Tudo pelo Brasil e para o Brasil". 
• O projeto de autonomia dos autores românticos não se realizou integralmente. Todos os princípios 
"nacionalistas" que defenderam estavam, em maior ou menor grau, comprometidos com uma visão 
europeia de mundo. Além disso, o nacionalismo era feito de exterioridades, mais paisagem do que 
substância humana. 
PRINCIPAIS 
CARACTERÍSTICAS
Exaltação 
da 
Natureza
Inspiração 
Greco-
Romana
Exaltação 
ao homem 
puro
Termos em 
latim
 
 
• Os escritores românticos brasileiros buscaram, então, mais do que a independência política – buscaram 
a independência cultural. 
Figura 3 - No Brasil, o movimento romântico costuma em três momentos: 
 
 
12.1 A Divisão em Gerações1 
 
 
 
1 (1) normalmente atribuía-se a duração média de 15 anos para cada geração. A partir de meados do século XX, 
em função da rapidez da mudança de costumes e valores, reduziu-se este tempo para 10 anos 
• fase 
nacionalista
Primeira geração
• fase 
ultrarromântica 
(mal-do-século)
Segunda geração
• fase social 
(condoreira)
Terceira geração
 
 
12.2 A Primeira geração 
GERAÇÃO NACIONALISTA 
• A contribuição dos teóricos europeus, o nacionalismo ufanista pós-1822 e as viagens para o exterior de 
uma jovem intelectualidade - nascendo daí o famoso sentimento do exílio - fornecem o quadro histórico 
onde aponta a primeira geração romântica. O apogeu da mesma ocorre entre 1836 e 1851, quando 
Gonçalves Dias publica Últimos cantos, encerrando o período mais fértil e criativo de sua carreira 
 
GONÇALVES DE MAGALHÃES (1811-1887) 
• Gonçalves de Magalhães coube a precedência cronológica na elaboração de versos românticos. “Suspiros 
poéticos e saudades” é a materialização lírica de algumas ideias do autor sobre o Romantismo, encarado 
como possibilidade de afirmação de uma literatura nacional, na medida em que destruía os artifícios 
neoclássicos e propunha a valorização da natureza, do índio e de uma religiosidade panteísta. 
• Durante anos, Gonçalves de Magalhães foi considerado o maior poeta pátrio. Transformou-se em símbolo 
oficial da literatura brasileira, merecendo inclusive grande apreço de D.Pedro II 
• Submetida à primeira e dura revisão crítica, com José de Alencar denunciando o artificialismo de sua 
composição, a obra de Magalhães começou a ser relegada a um plano secundário. 
 
GONÇALVES DIAS (1823-1864) 
• Antônio de Gonçalves Dias nasceu em Caxias, no 
Maranhão, filho de um comerciante português e de uma 
mulata. 
• Obras: Primeiros cantos (1846); Segundos cantos 
(1848); Sextilhas de frei Antão (1848); Últimos cantos 
(1851); Os timbiras (1857). 
• Gonçalves Dias consolidou o Romantismo no 
Brasil com uma produção poética de boa qualidade. 
Entre os autores do período é o que melhor consegue 
equilibrar os temas sentimentais, patrióticos e 
saudosistas com uma linguagem harmoniosa e de 
relativa simplicidade, fugindo tanto da ênfase 
declamatória como da vulgaridade. 
• No prefácio do livro de estréia, Primeiros cantos, ele define a liberdade métrica e a variedade temática 
que dominam a sua lírica: Muitas delas (as poesias) não têm uniformidade nas estrofes, porque 
menosprezam regras de mera convenção 
• Sua obra se articula em torno de três assuntos principais: o índio, a natureza, o amor impossível. 
14 O INDIANISMO DE GONÇALVES DIAS 
• Em geral, essa literatura mescla elementos pitorescos (os habitantes do Novo Mundo) com a mitologia 
romântica européia (a teoria do bom selvagem), acrescidos de uma a visão idealizada (os índios são falsos 
e, às vezes, inverossímeis) e referências etnográficas que deveriam conferir um tom "verdadeiro" às obras 
(roupagens, armas, costumes, etc.). O objetivo era a elaboração de um herói mítico brasileiro, de um 
antepassado glorioso do qual a nação pudesse se orgulhar. 
 
 
 
A NATUREZA 
• Enquanto poeta da natureza, Gonçalves Dias canta o mar, o céu, os campos, as florestas, etc. No entanto, 
a natureza não tem um valor universal, só merecendo ser celebrada quando simbolizava seu país. 
• Não é de surpreender também que no espetáculo e nos contornos da natureza brasileira, o poeta se elevasse 
até Deus. Assim, nacionalismo e panteísmo se mesclam em sua lírica. 
• A celebração da natureza entrelaça-se também com o sentimento saudosista. Gonçalves Dias é um homem 
nostálgico que lembra a infância, os amores idos e vividos e, antes de mais nada, um homem que, na 
Europa, sentira-se exilado. 
• Canção do exílio sintetiza genialmente esta identificação entre o país e sua expressão física. Desde o seu 
surgimento, tornou-seo poema mais conhecido do Brasil. 
• Estamos diante da essência do ufanismo romântico: minha pátria é a melhor. Por outro lado, trata-se de 
uma verdade humana definitiva: qualquer indivíduo no exílio - independente da terra natal ser boa ou 
ruim - sempre guardará por ela uma amorosa e obstinada saudade. 
 
 
O AMOR IMPOSSÍVEL 
• A lírica amorosa de Gonçalves Dias é marcada pelo sofrimento. Em seus poemas, o amor raramente se 
realiza, é sempre ilusão perdida, impossibilidade vital de relacionamento. 
• Entre a esperança e a vivência, entre a intenção e o gesto estão os abismos da experiência concreta. 
 
 
• Maior conhecimento da vida aborígene
• Uso épico e lírico de um índio ainda não deculturado pelo homem branco;
• Esplêndido domínio estilístico, sobretudo na questão do ritmo e da estrutura melódica.
A superioridade do autor maranhense sobre outros escritores indianistas 
resulta de três fatores
 
 
15 A SEGUNDA GERAÇÃO 
INDIVIDUALISTA, ULTRA-ROMÂNTICA ou GERAÇÃO DO MAL DO SÉCULO 
• Byron foi o principal "poeta maldito" do Romantismo e deixou atrás de si um número incontável de 
seguidores. Esta geração surgiu na década de 1850, quando o nacionalismo e o indianismo deixavam de 
fascinar a juventude e iniciava-se o longo processo de estabilidade do II Império. 
• A nova geração foi influenciada pelo inglês Byron e pelo francês Musset, autores ultrarromânticos que 
haviam se tornado os modelos universais de rebeldia moral, de recusa à insipidez da vida cotidiana e de 
busca de novas formas de sensualidade e de afeto. 
• Outro fato sempre lembrado desta geração é a dramática coincidência de quase todos os seus integrantes 
morrerem na faixa dos vinte e poucos anos. Versos soltos e alguns poemas parecem alimentar a suspeita 
de que esses jovens cultivavam idéias suicidas. No entanto, todos eles - à parte o caso mais complexo de 
Álvares de Azevedo - foram vitimados por doenças então incuráveis e manifestaram grande horror perante 
a morte. 
16 O SUBJETIVISMO DE ÁLVARES DE AZEVEDO (1831-1852) 
• Vida: Nasceu na cidade de São Paulo e era descendente de duas ilustres famílias. O pai ocupara importantes 
cargos públicos (juiz de direito; chefe de polícia, deputado geral), tanto na capital paulista quanto no Rio 
de Janeiro. 
• Toda a formação básica e secundária de Manuel Antônio Álvares de Azevedo foi feita na capital do 
Império. Em 1848, ele voltou a São Paulo para cursar a Faculdade de Direito, participando ativamente da 
vida acadêmica e literária de seu tempo. 
• Álvares de Azevedo vivia em meio aos livros da faculdade e se dedicava a escrever suas poesias. Toda sua 
obra poética foi escrita durante os quatro anos que cursou a faculdade. O sentimento de solidão e tristeza, 
refletidos em seus poemas, era de fato a saudade da família, que ficara no Rio de Janeiro. 
• Em 1852, Álvares de Azevedo adoece e abandona a faculdade, um ano antes de completar o curso de 
Direito. Vitimado por uma tuberculose e sofrendo com um tumor, Álvares de Azevedo é operado, mas não 
resiste. 
• Álvares de Azevedo faleceu no dia 25 de abril de 1852, com apenas 20 anos de idade. 
• Álvares de Azevedo é o nome mais importante do "Ultra Romantismo", também conhecido como a 
"Segunda Geração Romântica", quando os poetas deixaram em segundo plano os temas nacionalistas e 
indianistas e mergulharam no seu mundo interior. 
• Obras: Lira dos vinte anos (poemas - 1853), Noite na taverna (contos - 1855), O conde Lopo (poema - 
1886), Macário (poema dramático - 1855). 
• A obra de Álvares de Azevedo, fortemente autobiográfica, traz a marca da adolescência, mas de uma 
adolescência tão dilacerada e conflituosa que acaba por representar a experiência mais pungente do 
Romantismo brasileiro, tanto do ponto de vista pessoal quanto do ponto de vista poético. 
 
Quatro são os seus temas preferidos: o amor, a morte, o tédio, o humor prosaico 
 
O AMOR 
 
• É a parte menos convincente de sua lírica. A máscara satânica que tenta usar peca pela falsidade. As 
orgias em que submerge, os vícios que o escravizam e as dissipações que o arrastam para o lodo hoje provocam 
o riso do leitor. E não apenas porque o jovem escritor tenha ficado, de fato, virgem dessas vivências 
tresloucadas, mas porque - em seus poemas de "crimes morais e maldições" - poucos versos têm poder de 
persuasão e quase nada inquieta ou sobressalta. 
 
Amor e medo 
 
 
 
• o autor de Lira dos vinte anos (esse Dom Juan das aparências) acaba sendo traído pela própria 
interioridade. O grande devasso, o amante cínico, revela inconscientemente um medo obscuro das relações 
amorosas. 
• Numa série de poemas, a preparação erótica e a vontade sexual do adolescente se frustram, pois ele 
não quer acordar ("profanar") o objeto de seu desejo. 
• De acordo com Mário de Andrade, algumas das dificuldades de Álvares de Azevedo com o amor 
nascem da velha dicotomia entre o sexo e o sentimento. A impossibilidade de unir alma e carne - segundo a 
tradição cultural então vigente - exaspera-o. 
• 
A MORTE 
• Quando trata da morte - o aspecto mais conhecido de sua obra - pode-se perceber com clareza as 
qualidades expressivas do artista. Ela é um tema constante. O poeta a antevê, a profetiza para si próprio, não 
pode esquecê-la. 
• Mesmo assim, há desespero e angústia nessa entrega. Ele lembra as coisas que vai perder, os afetos, o 
futuro. Lamenta-se por isso. Por outro lado, a morte é a possibilidade de resolução de sua crise, de suas dores. 
• 
O TÉDIO 
• Na segunda parte de Lira dos vinte anos, as fantasias eróticas, a avidez pelo amor, os artifícios 
byronianos e mesmo a obsessão pela morte, cedem lugar a uma espécie de cansaço existencial, o tédio. 
• Já no caso de Álvares de Azevedo, o tédio resultava da falta de vivências a que a cidade de São Paulo 
o condenava. Era uma cidadezinha provinciana, medíocre, de insípida vida noturna, sem horizontes para um 
rapaz sonhador. 
• Poucas vezes, na literatura brasileira, as confissões de um adolescente adquiriram tanto frescor, beleza 
e emoção. Esta alma solitária e impotente debateu-se entre o tédio, que o arrastava para a realidade e os ideais, 
que precisava para sobreviver 
16.1 O Humor Prosaico 
• Um dos traços mais surpreendentes de Álvares de Azevedo é a ironia, resultante da descoberta do 
risível nas coisas prosaicas. Sem qualquer exacerbação sentimental, o poeta olha para tudo aquilo que o cerca 
e penetra humoristicamente no cotidiano. 
 
16.2 Outras obras - Macário (Teatro) 
Em Macário, Álvares de Azevedo intentou criar uma obra dramática em prosa. São cinco cenas de qualidade 
variável e pouco propícias à encenação 
 
 
 
 
 
 
 
17 CASTRO ALVES (1847-1871) 
Obras: Espumas Flutuantes (1870); A cachoeira de 
Paulo Afonso (1876); Os escravos (1883); Gonzaga 
ou A Revolução de Minas (drama - 1875). 
• Os seus poemas sociais são conhecidos também 
como condoreiros. É uma metáfora exuberante: o 
condor voa altaneiro e livre por sobre os Andes. 
• É possível, no entanto, compreender que o tom 
oratório dessas composições tinha uma finalidade 
pedagógica: feitas para serem declamadas em 
público, elas deviam se parecer a um discurso que 
conscientizasse as massas. 
• O navio negreiro e Vozes d'África (Castro Alves) 
se constituem nos mais soberbos monumentos de 
poesia social do século XIX. E ainda que a 
escravidão tenha acabado, e este tema não pertença 
mais a experiência atual, é impossível ao leitor ficar 
indiferente diante de tamanha densidade dramática. 
 
 
 
 
 
BIOGRAFIA 
Nome completo: Antônio Frederico de Castro 
Alves 
Data de nascimento: 14 de março de 1847 
Local de nascimento: Curralinho – Bahia 
Formação: Faculdade de Direito da 
Universidade de São Paulo 
Data de falecimento: 6 de julho de 1871 (aos 
24 anos) 
Local de falecimento: Salvador – Bahia 
Motivo da morte: Tuberculose 
 
 
 
Vozes D'áfrica 
 
• Dramaticidade semelhante está presente no antológico 
Vozes d'África,quando o poeta personifica o continente negro 
e deixa-o expressar sua dor, numa figura de linguagem chamada 
prosopopeia (personificação). 
 
 OUTROS POEMAS 
 
• Curioso é o poema narrativo A cachoeira de Paulo Afonso, composto por uma série de quadros, onde se 
fundem o lírico e o social. É a história de amor entre dois escravos, Lucas e Maria, que termina com o 
suicídio de ambos na cachoeira. 
 
17.3 O Poeta e a Morte 
 
• O abismo entre os seus sonhos e a sombria realidade que impede a realização dos mesmos aparece em 
Mocidade e Morte, um de seus poemas fundamentais e, além de tudo, profético. 
 
17.4 Indianismo 
 
• Foi na primeira geração romântica (1836 a 1852), que o Indianismo trará a tona o tema do índio idealizado, 
baseada no binômio “nacionalismo-indianismo”. O nome dessa tendência remete a figura escolhida para 
exaltar aspectos nacionais: o índio, considerado o “bom selvagem”, símbolo da inocência e pureza. 
• Já no Brasil, a figura romântica do novo herói era a do índio. Isso foi essencial para resgatar uma 
identidade nacional, que ficasse mais próxima do contexto nacional. 
 
CONTEXTO HISTÓRICO 
• Após a independência do Brasil (1822), o país passava por diversas transformações sociais, políticas e 
econômicas. Após a separação da Metrópole, os brasileiros, imbuídos pelo espírito anticolonialista e 
nacionalista, buscavam uma identidade nacional. 
• Destarte, os artistas passam a buscar temas nacionais com o intuito de criar uma cultura do próprio país, 
e a partir disso, o índio foi eleito o nosso “herói nacional”. 
SUA OBRA SE ABRE EM DUAS DIREÇÕES 
POESIA SOCIAL - CAUSAS LIBERAIS E HUMANITÁRIAS 
➢ Não apenas realizou uma poesia humanitária, como participou ativamente de toda a propaganda 
abolicionista e republicana; 
➢ foi o primeiro dos grandes românticos a valorizar a imprensa, o livro e a instrução; 
➢ Castro Alves cantou todas as causas libertárias - a poesia como arma de combate a serviço da justiça 
e da igualdade - mas o que ficou na memória popular são os seus poemas abolicionistas. 
➢ Castro Alves presenciou de perto os horrores do período da escravidão e fez versos de protesto que 
denunciavam os maus tratos sofridos pelos escravos aqui no Brasil. Exatamente por esse motivo, 
esse grande literato ficou muito conhecido como o “Poeta dos Escravos.” 
POESIA LÍRICA - NATUREZA E AMOR SENSUAL 
 
➢ O lirismo amoroso de Castro Alves distingue-se das concepções dominantes na poesia romântica 
brasileira. Em Castro Alves, as ligações sentimentais são apresentadas de uma maneira viril, sensual 
e calorosa. 
➢ A partir de um esplêndido domínio da metáfora, o poeta cria imagens de rara beleza e intenso sentido 
de plasticidade. 
➢ Ele não ultrapassa a superfície dos corpos e nada revela a respeito das verdades mais profundas da 
relação amorosa. Simplesmente registra os encontros e os desencontros físicos dos amantes, com 
seu inegável estilo sedutor. 
 
 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
• Nacionalismo e ufanismo 
• Sentimentalismo e religiosidade 
• Figura idealizada do índio 
• Índio-herói como o símbolo nacional 
 
• Língua e costumes indígenas 
• Retorno ao passado histórico 
• Exaltação da natureza e do folclore 
• Influências do medievalismo romântico 
 
 
• No Romantismo, o indivíduo sente-se em desajuste com a sociedade, por isso a necessidade de fugir da 
realidade. Um dos mecanismos usados para fugir da realidade é voltar-se para o passado. 
• IRACEMA, de José de Alencar - Nesse romance, de 1865, o escritor apresenta uma visão poética da 
formação do povo brasileiro. De acordo com sua “lenda”, ele tem origem na união do índio, representado 
por Iracema, a “virgem dos lábios de mel”, e o branco europeu, representado pelo guerreiro Martim 
Repare que o negro ficou de fora do projeto nacionalista-literário da primeira geração. 
• Outro tema é a exaltação da pátria (nacionalismo ufanista), pois nossos primeiros românticos 
entenderam que sua missão era fundar uma identidade brasileira. 
• Valorização da natureza - Outro mecanismo usado para fugir da realidade é voltar-se para paisagens 
novas, que podem ser exóticas, como o Oriente, ou primitivas, como a selva. Por isso, uma das 
características da nossa primeira geração romântica é a valorização da natureza pátria 
PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS 
• Gonçalves de Magalhães (1811-1882), obras: A Confederação de Tamoios (1857) e Os Indígenas do 
Brasil perante a História (1860). 
• Gonçalves Dias (1823-1864), obras: I-Juca- Pirama (1851), Os Timbiras (1857), Canção do Tamoio. 
• José de Alencar (1829-1877), obras: O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874). 
• No romance moderno podemos destacar a tendência indianista no trabalho do escritor brasileiro Mario de 
Andrade com sua obra notável “Macunaíma” (1928). 
• O indianismo denominado “Gonçalvino”, faz referência ao indianismo presente na poesia de Gonçalves 
Dias. 
• No século XIX, o indianismo foi uma tendência presente nas artes plásticas, dos quais se destacam os 
pintores brasileiros: Victor Meirelles (1832-1903) e sua famosa obra “Moema” (1866); e Rodolfo 
Amoedo (1857-1941) e sua obra mais representativa “O Último Tamoio” (1883). 
 
Figura 5 - Obra Moema - Victor Meirelles 
 
 
18 UMA BREVE HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA 
Figura 4 - O último tamoio, Rodolfo Amoedo 
 
 
• literatura brasileira conta com mais de quinhentos anos de história. O primeiro documento produzido no 
Brasil, a Carta de Pero Vaz de Caminha, é considerado também como o primeiro texto literário do Brasil, 
embora tenha sido escrito por um português. 
• As primeiras manifestações da literatura brasileira foram fortemente marcadas pelo modelo literário de 
Portugal, já que nossos primeiros escritores ou eram portugueses de nascimento ou brasileiros com 
formação universitária em Portugal. 
• Por terem sido tão influenciados pelo cânone lusitano, muitos autores preferem referir-se aos textos 
produzidos nessa época como “manifestações literárias” ou até mesmo como “ecos da literatura no 
Brasil”. Isso mudou apenas na segunda metade do século XVIII, quando surgiram os primeiros escritores 
brasileiros comprometidos com as causas políticas nacionais, importante condição para a formação de 
uma literatura genuinamente brasileira. 
• Por motivos didáticos, a literatura brasileira é dividida em escolas literárias, o que facilita seu ensino e 
estudo. Eis sua periodização: 
 
 
 
• OBS: Entre o Modernismos e o pós-modernismo, ainda temos a Geração de 45. 
19 JOSÉ DE ALENCAR 
• José de Alencar é tradicionalmente 
classificado como um escritor do 
romantismo, mais especificamente da 
primeira fase do movimento literário. Mas 
suas obras chegam a apresentar 
características do movimento seguinte, o 
realismo. As obras de autor podem ser 
indianistas, históricas ou urbanas. 
 
• Nascido no município de Messejana, próximo de Fortaleza, José de Alencar foi morar no Rio com 
apenas 11 anos. Filho de José Martiniano de Alencar e Ana Josefina de Alencar, o jovem foi influenciado 
pelos ideais políticos do pai, senador, assim como o irmão, diplomata. Formado em direito, o escritor atuou 
como advogado, jornalista, dramaturgo e até como político. 
• A primeira obra, “Cinco Minutos”, foi lançada em 1856. A segunda, “A Viuvinha”, foi publicado no 
ano seguinte. “O Guarani”, obra mais famosa de José de Alencar, data do mesmo ano. 
Cada uma 
das escolas 
literárias 
apresenta 
característic
as temáticas 
peculiares, 
cujos textos 
e autores 
aproximam-
se em estilo 
e ideologia. 
 
 
• Nas suas obras, Alencar demonstra uma preocupação com a cultura nacional. Buscando retratar o Brasil 
através de diferentes temáticas: indianistas, regionalistas, históricas e urbanas. 
• Nas narrativas urbanas, costuma fazer críticas à sociedade da época, em especial à desigualdade social, 
um exemplo pode ser visto no livro “Senhora”. 
• As obras indianistas apresentam oíndio de forma idealizada. Nas histórias de Alencar, o branco é tido 
como o vilão e o índio como homem bom e puro. 
• O interior de São Paulo, os pampas gaúchos e o sertão do nordeste foram 
retratados nos romances. Essas obras são inspiradas por uma memória da infância, 
quando o jovem autor viajou pelo interior do nordeste . 
• A sua notoriedade começou com as Cartas sobre A Confederação dos 
Tamoios, publicadas em 1856, com o pseudônimo de Ig, no Diário do Rio de 
Janeiro, nas quais critica veementemente o poema épico de Domingos Gonçalves 
de Magalhães, favorito do Imperador e considerado então o chefe da literatura 
brasileira. 
• Ainda em 1856, publicou o seu primeiro romance conhecido: Cinco 
minutos. Em 1857, revelou-se um escritor mais maduro com a publicação, em 
folhetins, de O Guarani, que lhe granjeou grande popularidade. 
• José de Alencar incorporou-se no movimento do Indianismo na literatura 
brasileira do século XIX, em que a fórmula nacionalista consistia na apropriação 
da tradição indígena na ficção, a exemplo do que fez Gonçalves Dias na poesia. 
• Sua obra é da mais alta significação nas letras brasileiras, não só pela seriedade, ciência e consciência 
técnica e artesanal com que a escreveu, mas também pelas sugestões e soluções que ofereceu, facilitando a 
tarefa da nacionalização da literatura no Brasil e da consolidação do romance brasileiro, do qual foi o 
verdadeiro criador. 
20 A LITERATURA NO CONTEXTO NA REVOLUÇÃO DIGITAL 
• Nos últimos anos, a inter-relação das tecnologias computacionais com a literatura adquiriu uma dimensão 
muito significativa, proporcionando ao leitor um aparato de novas ferramentas digitais que lhe 
possibilitaram a leitura de jornais, revistas, livros, etc., por meios das telas de telefones celulares, 
desktops, laptops, tablets, iPad, e-readers e de outros meios multimídias aos quais temos acesso. 
• Nos dias atuais, é imprescindível que o escritor também se publique pelas redes sociais e em outros 
espaços da internet, por onde o leitor ou o navegador da web é capaz de chegar sem nenhuma dificuldade 
de acesso. 
• A literatura hoje, diferentemente da década passada, é muito mais acessível às pessoas porque se encontra 
disponível no quase infinito espaço cibernético. 
• A literatura tem assumido uma nova roupagem diante da diversidade de ferramentas digitais que estão 
surgindo muito rapidamente, em um processo dinâmico de interação e comunicação em que se insere a 
criação literária. O espaço virtual da ciberliteratura consiste em oferecer possibilidades de manipulação 
da linguagem verbal, permitindo o uso de recursos visuais e sonoros que nela podem ser inseridos. 
• Desse espaço cibernético surge o hipertexto, que está associado à pós-modernidade na composição de 
novas narrativas direcionadas ao paladar textual do leitor ou ao gosto estético do autor. Links e ícones, 
imagens e sons fazem parte da interatividade do texto midiático, e o leitor, assim, pode optar pelo caminho 
a seguir, de acordo com sua intenção ou objetivo, clicando nos hiperlinks que o redirecionarão a alguma 
página de sua escolha. 
• Porém, ela não extingue a proposta de leitura do livro impresso, porque sua funcionalidade é outra. A 
ciberliteratura trouxe àquele leitor específico, que aprecia ler os livros eletrônicos, a possibilidade de ler, 
além de textos, outras formas de interação com a linguagem, que é explorada através do viés tecnológico. 
• Sendo assim, entende-se que ambas as literaturas possuem sua função, sua intenção, seu alvo. A 
importância de uma e da outra é fundamental para que possamos entender que elas são diferentes e 
necessárias dentro de seus contextos e de sua origem. 
 
 
• É certo que a internet tem conduzido a leitura e os leitores para outros caminhos, sob novas possibilidades 
de textos e informações, pois o livro eletrônico é uma grande fonte de conhecimento e de possibilidades 
interativas e tem disseminado bastante a literatura em qualquer lugar do mundo. É necessário que 
saibamos utilizar e usufruir de seus benefícios, pois ele é uma realidade inegável, possui relevância 
significativa no atual contexto social e educativo da sociedade em que vivemos e está intimamente 
relacionado ao dinâmico processo de globalização contemporâneo. 
21 PRÁTICA PEDAGÓGICA 
• Em outras palavras, seria preciso subverter a ordem estabelecida – supostamente mantida pelos interesses 
de uma elite dominante, na opinião de alguns estudiosos – e, no lugar de um depósito de informações, 
formar, de fato, um ser crítico que consiga dar significado a tudo o que aprende, percebendo, inclusive, 
os posicionamentos ideológicos subentendidos nas entrelinhas do processo de apreensão e transmissão de 
conhecimentos. 
• Desse modo, as obras deixariam de ser usadas meramente como pretexto para o estudo de aspectos 
estruturais, estilísticos, literários e gramaticais e ocupariam lugar de destaque; passariam a ser analisadas, 
em primeiro plano, como uma leitura que alguém faz, de modo peculiar, do mundo. 
• Ou o texto dá um sentido ao mundo, ou ele não tem sentido nenhum”. É fundamental que o texto literário 
seja respeitado como uma obra de arte, que tem um conteúdo, uma mensagem, e cujo valor semântico e 
social não pode ser sobrepujado por regras e convenções didático-pedagógicas. 
22.1 Mau leitor, mau professor 
• “A leitura literária vai além da visualização das palavras do texto e aquilo que elas aparentemente 
significam” (BRAGA). 
• A função precípua do professor de literatura, nesse novo contexto, para ele, “a de ajudar o aluno a 
compreender, em sua vida, as metáforas e alegorias que disfarçam a descoberta dos sentimentos, 
ideologias e verdades implícitas no texto literário” e, para tanto, deve fornecer ao estudante as 
informações, bem como as ferramentas linguísticas e hermenêuticas necessárias, ou seja, fazer a mediação 
desse encontro, não se colocando, todavia, como “dono da verdade” nem menosprezando os 
conhecimentos empíricos do educando. 
• Para os pesquisadores Regina Zilberman e Ezequiel Silva, essa interlocução é essencial: “O professor não 
pode conhecer seus alunos se não promover a interação da experiência de leitura já adquirida entre os 
leitores com que trabalha. O resultado é também um processo de conscientização, com cada sujeito, 
inclusive o professor, desvelando perante o outro sua formação. Esse processo, porém, depende de uma 
troca contínua de ideias e informações, sem a qual se encastelam em seu mundo interior, impedindo-se 
de socializar e compartir vivências passadas e presentes”. 
• Nesse convívio, um ponto é crucial: se o contato do professor com o texto não for significativo, se ele não 
for um bom leitor, são grandes as chances de que seja um mau professor. E, à semelhança do que ocorre 
com ele, são igualmente grandes os riscos de que o texto não apresente significado nenhum para os alunos, 
mesmo que estes respondam satisfatoriamente a todas as questões propostas.

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