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Psicomotricidade e Educação Inclusiva - APOSTILA FCE

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Psicomotricidade e 
Educação Inclusiva 
 
 
 
 
 
 
PSICOMOTRICIDADE E EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
Existem vários impedimentos para a ocorrência da aprendizagem. 
Problemas familiares, alunos advindos de famílias disfuncionais, distúrbios 
neurológicos, comportamentos inadequados,deficiência neurológica, falta de 
atenção, problemas psicomotores. 
Estudos comprovam que o corpo “trabalhado” desde cedo, auxilia o 
processo de aprender, juntamente com um desenvolvimento adequado das 
habilidades psicomotoras (Oliveira, 1997). 
Quando se faz exercícios psicomotores, o indivíduo além de melhor 
conhecimento do próprio corpo, melhora sua autoestima, auto conceito, auto 
referência, seu desenvolvimento do esquema corporal , orientação espacial, 
equilíbrio etc... 
À partir do momento em que somos indivíduos biopsicossociais, é necessário 
que se adquira repertório sobre neurologia, biologia, psicologia e cultura. 
Aprendizagem é um continuo durante a vida, com altos e baixos, mas 
sempre em construção e, o educador ao programar as atividades dirigidas, 
necessita de um maior conhecimento sobre várias áreas que envolvem a vida, o 
corpo na aprendizagem. 
Segundo Wallon, o desenvolvimento se inicia à partir do relacionamento 
estabelecido entre o corpo do recém- nascido( neste momento apenas 
apresentando movimentos reflexos) e o meio ambiente externo que já começa a 
nomear as manifestações corporais apresentadas por esse bebê. 
É impossível querer simbolizar de forma mais profunda, o que neste momento 
só pode ser visualizado como conforto e desconforto. 
A cuidadora, normalmente a mãe, através da simbolização dos movimentos 
da criança, faz com que com o tempo, este consiga entender e dar nomes ao 
que sente e vê. 
 
 
 
 
 
Como num primeiro momento e sabemos disso, o ser humano é uma 
espécie animal que não consegue sobreviver sem ajuda, um único ser, por menor 
que seja, tem a capacidade de mobilizar todos em volta para que suas 
necessidades primárias sejam satisfeitas. 
 Segundo Wallon, o desenvolvimento motor é condição primária para o 
posterior desenvolvimento afetivo. 
A mobilização é humana frente aos movimentos apresentados pelo bebê 
(movimentos reflexos), sua atuação é primeiro pelo afetivo e depois no mundo 
físico. 
Podemos afirmar então que o psiquismo é formado através da interação 
organismo x meio ambiente externo. 
Um indivíduo bem cuidado desde o seu nascimento e com a constituição 
estrutural orgânica perfeita, em contato com o meio social mais amplo, terá seu 
desenvolvimento neurológico e psicológico saudáveis. 
Na medida em que se dá o crescimento do indivíduo, vai ocorrendo a 
maturação pela evolução orgânica, neurológica não só apenas pelo próprio 
processo de desenvolvimento, mas da ajuda do social, através dos “exercícios” 
que o meio proporciona. 
Há a inibição dos reflexos com a maturação neurológica até que a criança 
possa então através desses movimentos, entrar na fase sensório – motora, onde se 
estabelece a ligação entre a percepção dos movimentos, sua reprodução e 
diversidade. 
Existe então o movimento espontâneo, que com o passar do tempo, vai se 
transformando em gesto na medida em que apresenta uma determinada 
intensão e esta só pode existir quando se dá um significado para este gesto. 
 
 
Portanto, o funcionamento psíquico ocorre através do desenvolvimento 
motor e afetivo, em seguida a inteligência que entra em conflito com a 
afetividade, daí o “crescimento” e as mudanças de fase. 
 
 
 O que permite à inteligência essa transferência do plano 
motor para o plano especulativo não é evidentemente 
explicável no desenvolvimento do indivíduo (...) mas nele 
pode ser identificada [a transferência] (...) são as aptidões 
da espécie que estão em jogo, em especial as que fazem 
do homem um ser essencialmente social. 
 ( Wallon, 1995). 
 
O homem é um ser bio psico social basicamente, sendo que a simbolização 
é própria da espécie. 
Ao falarmos de conflitos entre inteligência e afeto, queremos dizer que é a partir 
destes que o sujeito vai adquirindo novas informações, novas funções, pois o 
desenvolvimento humano, não ocorre de forma linear, mas sim à partir de novas 
informações, unidas as anteriores ocasionando o equilíbrio. 
Segundo Wallon, existem três leis que tem atuação no processo de 
desenvolvimento infantil: 
• Lei da alternância funcional: Duas direções opostas que se alternam. Uma 
centrípeta diretamente ligada a construção do ‘EU’. Outra centrífuga, que 
atua na elaboração da realidade. 
• Lei da preponderância funcional: motora, afetiva e cognitiva. 
• Lei da diferenciação e integração funcional: Integração do estágio 
subsequente. 
 
 
 
A integração do motor, afetivo e cognitivo, resulta no todo. A pessoa. 
Para Wallon, as emoções são de grande importância, pois segundo este, é ela 
que estabelece, mesmo antes do aparecimento da linguagem, o relacionamento 
do indivíduo com o meio ambiente social. 
 
... As emoções são a exteriorização da afetividade 
(...) Nelas que assentam os exercícios gregários, 
que são uma forma primitiva de comunhão e de 
comunidade. As relações que elas tomam possíveis 
afinam os seus meios de expressão, e fazem deles 
instrumentos de sociabilidade cada vez mais especializados 
 (Wallon, 1995) 
Estágio emocional: É a fase do desenvolvimento em que a simbiose 
respiratória do feto se transforma em simbiose alimentar do recém-nascido e, por 
volta dos três meses, em simbiose afetiva. 
A criança aos poucos aprende a contagiar o adulto com sorrisos e sinais de 
contentamento, o que caracteriza laços de caráter afetivo com aqueles que 
estão a sua volta, e demonstra necessidade de manifestações afetivas que 
precisam ser satisfeitas para que seu desenvolvimento seja satisfatório. 
A criança primeiramente se liga a mãe e aos poucos, diferencia outras 
pessoas que desempenham papéis significativos em relação a ela, como por 
exemplo, pai, avós, tios, padrinhos. Sua sociabilidade rapidamente se amplia 
quando começa a nadar e falar. Andando, a criança pode interagir mais com o 
ambiente que a cerca. A aquisição da linguagem a possibilita a nomear objetos e 
pessoas e diferencia-los. 
 
 
Esta etapa é denominada por Wallon de estágio sensório-motor, aonde a 
criança aprende a conhecer os outros como pessoas em oposição à sua própria 
existência. É o tempo dos jogos espontâneos de alternância, do interesse por atos 
que unem duas pessoas ou, principalmente, papeis diferentes, como por exemplo, 
de esconder e ser escondido pela almofada, dar e receber tapinhas e etc. As 
relações se enriquecem e nesse período, a criança ainda está estreitamente 
dependente do outro, pois seu processo de 
 
 
individuação está apenas se iniciando. Ela ainda vive sua relação com o outro 
sem se diferenciar claramente dele. 
É somente no estágio do personalismo, (três a cinco anos), que a criança 
realmente se diferencia do outro e se conscientiza de sua autonomia em relação 
aos demais. Percebe relações diferentes e papéis dentro do universo familiar, 
percebendo-se ao mesmo tempo como um elemento fixo, (filho, irmão e assim por 
diante). 
Nessa idade, a criança também costuma ingressar na escola maternal, 
onde as relações serão diferentes das familiares, mas ainda exigem cuidados de 
caráter pessoal diretos, quase como os da mãe em relação ao professor. 
Na etapa seguinte, denominada categorial, o desenvolvimento cognitivo 
da criança está aguçado e sua sociabilidade ampliada. É a idade da 
escolaridade obrigatória. Etapa importante para o desenvolvimento das aptidões 
intelectuais e sociais da criança. 
A adolescência, para Wallon tem inicio aos doze anos , é marcada por 
transformações de ordem fisiológicas, mudanças corporais relacionadas ao 
amadurecimento sexual,assim como transformações de ordem psíquica com 
preponderância afetiva. Nesta fase, os sentimentos se alternam procurando 
 
 
buscar a consciência de si na figura do outro, contrapondo-se a ele, além de 
incorporar uma nova percepção temporal. 
 O meio social e cultural são muito importantes, pois nesta fase os 
adolescentes tornam-se intolerantes em relação às regras e ao controle exercido 
pelos pais. Identificação com o grupo. 
É neste momento de vida que se torna bastante visível à forma como o meio 
social condiciona a existência da pessoa. Enquanto adolescentes de classe média 
exteriorizam seus sentimentos e questionam valores e padrões morais, os de classe 
menos favorecida enfrentam precocemente a realidade social do adulto, a 
necessidade de trabalho, vivendo esta fase de outra maneira, pois têm de 
contribuir para a manutenção financeira da família. 
 
 
Segundo Wallon a socialização não se dá apenas no contato com o outro 
em diferentes etapas de desenvolvimento, mas também através da produção do 
outro (música, livros, pinturas, filmes, textos). Isto contribui para o processo de 
individuação e constituição do EU. Para ele, a cultura geral aproxima os homens, a 
medida em que permite a identificação de uns com os outros, enquanto a cultura 
especifica, o conhecimento técnico afastam-nos ao individualizá-los. 
A Cultura é para Wallon um fator de constituição da pessoa e representante 
das aptidões totais do homem, dependendo da época e do lugar. 
Então, quando nos referimos a psicomotricidade, temos que além de ter 
este conhecimento, saber que o organismo em maturação deve ser trabalhado 
através do movimento, da inteligência e da afetividade. 
O movimento é a “linguagem do corpo”, daí, o corpo fala. 
Não podemos deixar de inserir neste contexto, a Teoria Piagetiana antes de 
apresentarmos Artigos referentes a vários tipos de Inclusão, pois os estágios 
 
 
estudados pelo mesmo, em contato com o meio ambiente social, estimulam a 
maturação cerebral para um desenvolvimento mais adequado. 
Jean Piaget (1896 – 1980) 
Menino prodígio interessou-se por história natural ainda em sua infância. Aos 
11 (onze) anos de idade publicou seu primeiro trabalho sobre um pardal albino. 
Esse estudo é considerado o início de uma brilhante carreira cientifica. 
. Trabalhava gratuitamente aos sábados, no museu de história natural. 
Freqüentou a universidade de Neuchâtel, onde estudou biologia e filosofia. 
Recebeu seu doutorado em biologia em 1918, aos 22 anos de idade. 
 
 
 
Formado, foi para Zurich, atuando como psicólogo experimental. 
Freqüentou aulas lecionadas por Jung e trabalhou como psiquiatra em uma 
clinica. Essas experiências influenciaram em seu trabalho. Passou a utilizar 
psicologia experimental (estudo formal e sistemático), e métodos informais da 
psicologia: - entrevistas, conversas e análises de pacientes. 
1919 - Muda se para a França, sendo convidado a trabalhar com Alfred 
Binet (famoso psicólogo infantil que desenvolveu testes de inteligência 
padronizados para crianças). 
Piaget percebeu então, que crianças francesas com a mesma idade 
cometiam erros semelhantes durante a testagem e chegou a conclusão que o 
pensamento se desenvolve de forma gradativa.. 
No ano de 1919, começou seus estudos experimentais sobre a mente 
humana e iniciou pesquisa a respeito do desenvolvimento das habilidades 
cognitivas. 
 
 
Seu conhecimento em biologia o fez ver que o desenvolvimento cognitivo 
da criança tem uma evolução gradual. 
Casou-se em 1923, teve três filhos: Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e 
Laurent (1931). 
Suas teorias, em grande parte, tiveram como base, estudos e observações 
sobre seus filhos, em conjunto com a esposa. 
Dirigiu o “Centro Internacional Para Epistemologia Genética”. Escreveu mais 
de 75 livros e centenas de trabalhos científicos. Quando estudamos Piaget, 
falamos em compreender o desenvolvimento do ser humano. Suas teorias 
contribuíram fortemente com a Educação (aprendizagem), sendo que sua 
intenção não era essa. 
 
 
 
Conceitos e Fundamentos da Teoria de Jean Piaget: 
Epistemologia Genética, diz respeito ao estudo do conhecimento, à partir 
da estrutura orgânica do sujeito. 
Segundo Piaget, seria a partir da maturação e desenvolvimento do indivíduo 
a “ponte” que nos leva de estágios inferiores a superiores do conhecer, ou seja, a 
preocupação maior advinda de sua teoria, é o entendimento dos processos e 
mecanismos do pensamento do chamado por ele “sujeito epistêmico” desde seu 
nascimento até a idade adulta. 
Durante esta “caminhada”, é constante o equilibrar-se e desequilibrar-se, de 
formas que o desequilíbrio atua, como uma forma de buscar outras formas de agir 
(novos esquemas), para novamente atingir o equilíbrio ( adaptação), visando o 
objeto do conhecimento (uma nova aprendizagem). 
 
 
Segundo Jean Piaget, para que ocorra uma ação, há o percurso do 
seguinte processo: Frente a um desequilíbrio cognitivo, na medida em que envolve 
uma emoção, é também afetiva, fará com que se desencadeie um motivo interno 
que o levará a buscar formas de entendimento do que foi “apresentado”, fazendo 
com que este, possa chegar novamente a um novo equilíbrio. Então, podemos 
dizer que o desequilíbrio e o equilíbrio são constantes no processo diário de 
aprendizagem humana. 
O interacionismo da teoria de Piaget refere-se à aprendizagem através da 
atuação do sujeito frente ao objeto a ser apreendido e incorporado. 
Para que ocorra a interação sujeito - objeto numa construção ativa do 
conhecimento, é necessário que este objeto, seja estimulante o suficiente para 
que provoque o exercício cognitivo e, portanto, a consequente construção do 
conhecimento. 
Para Piaget: 
 A escola tradicional oferece ao aluno, uma 
quantidade considerável de conhecimentos e lhe 
proporciona a ocasião de aplicá-los em problemas e 
exercícios variados: ela “enriquece” assim o pensamento e o 
submete, como se costuma dizer, a uma “ginástica 
intelectual”, à qual caberia consolidá-lo e desenvolvê-lo.No 
caso do esquecimento (todos nós sabemos o pouco que nos 
resta dos conhecimentos adquiridos na escola, cinco, dez ou 
vinte anos após o término dos estudos secundários) tem ela 
ao menos a satisfação de haver exercido a inteligência, 
pouco importa que se haja esquecido por completo a 
definição de co seno, as regras da quarta conjugação latina 
ou as datas da história militar: o essencial é tê-las conhecido. 
(Piaget, 1973 p. 61-62). 
 
 
 
 
De acordo com Piaget, a “troca” interpessoal, a curiosidade em relação ao 
mundo que nos cerca leva o indivíduo a aquisição de novos conhecimentos 
exercitando a inteligência. 
O educador, frente a sua perspectiva, deve ser o mediador entre o 
aprendente e seu objeto de pesquisa, abrindo um “leque de possibilidades” e vias 
de acesso ao que se deve ou pretende atingir, sempre respeitando fato de que 
cada ser humano tem um tempo e uma forma de atuar para se adquirir os 
mesmos conteúdos. 
Em relação à formação inicial do que constitui a mente da criança, Piaget 
fala a respeito de três sentimentos. 
• Precisar receber amor, demonstrando de muitas formas, desde o 
nascimento até o adolescer. 
• Medo referente às pessoas mais velhas, o que faz com que se seja 
submisso a elas. 
• Alternância entre o gostar e recear, nomeado pelos que possuem 
conceitos rígidos, de respeito. 
Podemos então observar que Jean Piaget leva em conta fatores 
sociais, o que é altamente discutido por alguns teóricos. 
Na medida em que a Psicopedagogia trabalha com dificuldades e 
distúrbios de aprendizagem, sua teoria é fundamental. 
 
 
 
 
Para Piaget, os modelos de relacionamento com a realidade, são divididos 
em quatro períodos: 
a) Período sensório – motor (0 a 2 anos): “A criança nasce em um 
universo para ela caótico, habitado por objetos que desapareceriamuma 
vez fora do campo da percepção”. (La Taille). 
 
No recém - nascido, as funções mentais limitam-se aos exercícios dos 
aparelhos reflexos inatos. ANOMIA. 
b) Período pré-operatório (2 a 7 anos): Para Piaget o aparecimento 
da função simbólica ou semiótica é a emergência da linguagem, o que 
marca a passagem do período sensório – motor para o pré-operatório. 
Desse modo, a linguagem é considerada como uma condição necessária, 
mas não suficiente ao 
 
desenvolvimento, pois existe um trabalho de reorganização da ação 
cognitiva que não é dada pela linguagem. Isso implica entender que o 
desenvolvimento da linguagem, depende do desenvolvimento da 
inteligência. 
A linguagem possibilita interação interindividuais e fornece, 
principalmente, a capacidade de trabalhar com representações para atribuir 
significados à realidade. Embora o alcance do pensamento apresente 
transformações importantes, ele caracteriza-se ainda pelo egocentrismo, uma 
vez que a criança não concebe uma realidade da qual não faça parte devido 
à ausência de esquemas conceituais e da lógica. Exemplo: “o meu carro do 
meu pai”. A criança apresenta um entendimento da realidade desequilibrado 
em função da ausência de esquemas conceituais. 
 
 
 
 
 
 
HETERONOMIA 
c) Período das operações concretas (7 a 11, 12 anos): Nesse 
período, o egocentrismo intelectual e social, da lugar à emergência da 
capacidade de estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes 
(próprios e de outrem), de integrá-los de modo lógico e coerente. Começa 
a realizar operações mentalmente e não mais apenas através de ações 
físicas típicas da inteligência sensório-motora. Exemplo: qual é a vareta 
maior? Entre várias, ela será capas de responder acertadamente 
comparando-as mediante a ação mental sem precisar medi-las usando a 
ação física. HETERONOMIA. 
 
d) Período das operações formais (12 anos em diante): A criança já 
consegue raciocinar sobre hipóteses na medida em que ela é capaz de 
formar esquemas conceituais abstratos e através deles executar operações 
mentais dentro de princípios da lógica formal. A criança adquire 
capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de 
conduta: discute valores morais de seus pais e constrói seus próprios. 
AUTONOMIA. 
 
Citados os conceitos, podemos então seguir com alguns Artigos sobre a 
Educação Inclusiva: 
 
Artigo I - EDUCAÇÃO INCLUSIVA E PSICOMOTRICIDADE: PROMOVENDO O 
DESENVOLVIMENTO PLENO DE TODAS AS CRIANÇAS 
Lilianne Moreira Dantas – Graduanda – UFC 
Elismária Catarina Barros Pinto – Graduanda – UFC 
Flávio Muniz Chaves – Graduanda – UFC 
 
 
 
 
 
 
Link para leitura do artigo: 
 
http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/42a0e188f5033bc65bf8d
78622277c4e.pdf 
Artigo II – EDUCAÇÃO PSICOMOTORA COMO FERRAMENTA AUXILIAR NA INCLUSÃO 
SOCIAL DE CRIANÇAS PORTADORAS DA SÍNDROME DE DOWN 
Geralnidio Nani de Souza 
Edson Ribeiro de Andrade 
Celby Rodrigues Vieira dos Santos 
Nilo Terra Terra Arêas Neto 
 
Link para leitura do artigo: 
http://www.seer.perspectivasonline.com.br/index.php/biologicas_e_saude/article/
view/236/142 
 
 
Agora, com todos os esclarecimentos possíveis em uma área tão abrangente, 
pode-se ter uma ideia melhor, do quanto é necessário um número maior de 
pesquisas na área para que cada vez mais se possa ter pessoas , com suas 
diferenças sendo melhor entendidas e “trabalhadas” no sentido de uma melhor e 
maior convivência no meio ambiente social e no aumento de possibilidades 
profissionais dependendo de cada caso. 
Qualquer investimento no “outro” é fundamental, possível, e bem-vindo, todos 
fazem parte desse processo de ensino. Cada um à sua maneira, com “tempos” 
diferentes, formas de aprender diferentes e com materiais específicos para cada 
situação. 
Como ilustração, seguem links de filmes sobre diferentes casos e a evolução dos 
modos de atuar em épocas diferentes. 
 
 
http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/42a0e188f5033bc65bf8d78622277c4e.pdf
http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/42a0e188f5033bc65bf8d78622277c4e.pdf
http://www.seer.perspectivasonline.com.br/index.php/biologicas_e_saude/article/view/236/142
http://www.seer.perspectivasonline.com.br/index.php/biologicas_e_saude/article/view/236/142
 
 
 
 
Na sequência: Autismo, visão da década de setenta e dislexia. 
https://www.youtube.com/watch?v=9auYQOlUKo4 
https://www.youtube.com/watch?v=6rxSS46Fwk4 
A clássica estória de Heller Keller. Grande aprendizado para todos 
https://www.youtube.com/watch?v=9Zqn_pHoni0 
Filmes sobre surdez: 
https://www.youtube.com/watch?v=ZfoxJw48EKg 
Síndrome de Asperger: 
https://www.youtube.com/watch?v=j3-yzfAC06g 
Paralisia cerebral: 
https://www.youtube.com/watch?v=06q0AWxV60w 
 
Surdez: 
https://www.youtube.com/watch?v=Vw364_Oi4xc 
Terminamos então, falando sobre Inclusão: 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=9auYQOlUKo4
https://www.youtube.com/watch?v=6rxSS46Fwk4
https://www.youtube.com/watch?v=9Zqn_pHoni0
https://www.youtube.com/watch?v=ZfoxJw48EKg
https://www.youtube.com/watch?v=j3-yzfAC06g
https://www.youtube.com/watch?v=06q0AWxV60w
https://www.youtube.com/watch?v=Vw364_Oi4xc
 
 
 
 
EDUCAÇÃO E INCLUSÃO 
Alexandre Baiocchi e Dileuza Niebielski Baiocchi 
Educação e inclusão: uma relação de alteridade 
Entre os desafios da educação contemporânea está a valorização do ser 
humano, de seu potencial para o desenvolvimento e sua inclusão na sociedade. 
Dessa forma, é notória a importância da educação escolar para o exercício da 
cidadania com base no reconhecimento e devida aceitação da diversidade, ou 
seja, da alteridade. 
 
No presente artigo, discutimos, de forma generalista, a importância da inclusão 
escolar e sua relação com a alteridade. Portanto, fez-se pertinente a interlocução 
entre diferentes autores, de diferentes postulados ontológicos e epistemológicos, 
com ênfase na perspectiva histórico-cultural, citando Leontiev e Vygotysk. As 
ideias da perspectiva histórico-cultural concebem o sujeito como constructo e 
construtor do contexto sócio-histórico. Assim, focalizaremos o princípio da inclusão 
escolar como um dos principais pontos para a consolidação dos preceitos de uma 
sociedade justa, humana, igualitária e aberta à diversidade. Trata-se de um 
processo que permite a construção de novas atitudes, novos comportamentos e 
novos conceitos os quais propiciam transformações que influenciam diretamente 
na sociedade. 
 
Palavras chaves: Educação - Educação Inclusiva – Alteridade 
 
 
 
 
 
 
A Educação e a Inclusão Escolar 
 
A educação diz respeito à existência humana, é considerado um processo 
decorrente de um fenômeno (a formação do homem em ser homem), que 
acontece através da reconstrução e de reorganização da experiência. Podemos 
considerar que este fenômeno está intimamente ligado a própria vida, e é esta 
continua organização ou reorganização da experiência pela reflexão que se 
intitula e se enaltece a existência humana. 
 
A educação é um processo existencial, tal processo configura o homem em sua 
realidade, restitui a educação ao seu lugar natural na vida humana e torna 
educação categoria dessa vida resultando em experiências que contribuirão para 
uma formação significativa em prol do 
coletivo. 
 
Por caracterizar-se em um fato existencial, a educação torna-se, 
obrigatoriamente, um fato cultural ou social, pois a da transmissão cultural ocorre 
de forma integrada, evidenciando, assim, que o saber é o conjunto de dados 
culturais expressos pela sociedade, onde a geração adulta transmite à nova 
geração as conquistas de sua civilização através da linguagem. 
Com efeito, considerando a educação como o resultado de uma interação 
através de vivencias individuais e/ou coletivas do individuo com o meio, areorganização e reflexão consciente da experiência está contida no mesmo 
processo, visando transformar o homem em algo melhor, formando-o e 
entendendo-o como um ser integral que é capaz de se elevar através da 
experiência, visando não apenas a formação de habilidades, mas também do 
caráter e da personalidade social. 
 
 
 
 
Segundo Brandão: “a educação é, como outras, uma fração do modo de vida 
dos grupos sociais que criam e recriam, entre tantas invenções de sua cultura e 
sociedade”. (2001, p.10). Observa-se, portanto, que a educação é encontrada 
em todas as sociedades, e em todos os setores, sendo o resultado da ação de 
todo o meio sociocultural sobre os seus participantes, assim as pessoas se 
comunicam não com o objetivo de educar, porém educam e se educam, quase 
sempre fazendo uso da reorganização e reflexão consciente da experiência e da 
troca de experiência. 
Dessa forma, a educação como fenômeno apresenta-se como uma 
comunicação entre pessoas livres em graus diferentes de maturação humana em 
determinado momento histórico, que não possui caráter neutro, mas se encontra 
comprometida com a economia e a política de cada tempo, cuja finalidade é a 
promoção ou emancipação do homem e que se efetiva como um fato social, 
referindo-se a sociedade como um todo, visando transformações. 
 
Brandão (2001, p.12) postula que, “a educação existe no imaginário das pessoas e 
na ideologia dos grupos sociais e, ali, sempre se espera de dentro, ou sempre se diz 
para fora, que a sua missão é transformar sujeitos e mundos em alguma coisa 
melhor, de acordo com as imagens que se têm uns e outros”. 
 
A inclusão é um dos temas mais frequentes no debate contemporâneo sobre 
educação, vivemos um momento de transformações sem precedentes na historia 
da humanidade. Este momento se caracteriza pelo processo de aceitação da 
diversidade, o cenário atual faz referência à importância da educação no 
processo de inclusão. 
 
 
 
 
 
 
Segundo Aranha (1996, p.74) "Ao privilegiar determinado tipo de conteúdo a ser 
ensinado ou um método para facilitar esse processo, a escola não transmite 
apenas conhecimentos intelectuais por meio de uma prática neutra, mas repassa 
valores morais, normas de conduta, maneiras de pensar.” 
 
Vale salientar que a educação deve ser compreendida inserida no contexto 
escolar e, ainda, no contexto social e econômico aos quais pertence. Dessa 
maneira, subentende-se que toda reforma educacional não se limita à aspectos 
técnicos e neutros, pois por trás da transformação há posições políticas e interesses 
pautados em determinada ideologia. De acordo com Rodrigues (2000, p.63): " 
Por tudo isso a sociedade criou escolas que passaram a assumir as 
responsabilidades educacionais dos novos membros. Assim, do ponto de vista 
dessas funções, aquilo que era dividido entre a igreja, comunidade e família 
passou a ser transferido para outra instituição socialmente necessária." 
Portanto, pode-se afirmar que a escola representa a “instituição que a 
humanidade criou para socializar o saber sistematizado” (PENIN & VIEIRA, 2002, p. 
14). Porém, o processo educativo, dentro da essência escolar, se dá através dos 
educadores. 
 
No entanto a UNESCO , em 1990, instituiu a Comissão Internacional sobre 
Educação para o Século XXI, aonde foi produzido um relatório, no qual a 
educação é concebida a partir dos princípios que constituem os “quatro pilares 
da educação”, que são: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a 
conviver e aprender a ser (UNESCO, 1999). Sendo que, aprender a conhecer 
significa o domínio dos instrumentos do conhecimento, supõe aprender a 
aprender, exercitando os processos e habilidades cognitivas. Aprender a fazer 
constitui-se em, além de uma qualificação profissional, a aquisição de 
competências que possam tornar a pessoa apta a enfrentar variadas situações 
envolvendo o âmbito das experiências sociais e de trabalho. Aprender a conviver 
 
 
 
baseia-se em um exercício intra e interpessoal, pois educar para a convivência é 
uma exigência inadiável e um caminho para enfrentar questões apresentadas 
pela diversidade e pelo multiculturalismo. Aprender a ser significa que deve 
ocorrer o desenvolvimento total da pessoa: espírito, corpo, inteligência, 
sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, capacidade para 
comunicar-se, espiritualidade. Significa, ainda, que o individuo precisa aprender 
desenvolver uma postura autônoma e crítica, sendo capaz de formular seus 
próprios juízos de valor, não negligenciando nenhuma de suas potencialidades 
individuais. 
 
E considerado o pilar mais importante, entre os citados acima, o que se refere à 
convivência, visto que se trata de aprender conviver com outros, respeitando e 
aceitando o outro e a sua cultura. Tal aprendizagem almeja conduzir os indivíduos 
a realização de projetos comuns ou então a uma gestão inteligente, ou seja, uma 
sociedade democrática. Dentro deste contexto, a educação indica uma função 
da escola e dos professores novamente voltada à formação e realização plena 
do ser humano, onde tal formação e realização são alcançadas através da 
convivência e da ação concreta, qualificadas pelo conhecimento. 
 
Para Freire (2000, p. 16): 
 
A primeira condição para que um ser possa assumir um ato comprometido está 
em ser capaz de agir e refletir. É preciso que seja capaz de, estando no mundo, 
saber-se nele [...], Se a possibilidade de reflexão sobre si, sobre seu estar no mundo, 
não existe no ser, seu estar no mundo se reduz a um não poder transpor os limites 
que lhe são impostos pelo próprio mundo, do que se resulta que este ser não é 
capaz de compromisso. É um ser imerso no mundo, no seu estar, adaptado a ele e 
sem ter dele consciência. 
 
 
 
 
Assim, a educação não se caracteriza na simples transmissão da herança cultural, 
mas em um processo pelo qual também se torna possível a elaboração do novo e 
a ruptura com o velho, é através dela que se mantém viva a memória de um 
povo. Por isso, a educação não deve ser considerada apenas como um simples 
veículo transmissor, mas algo que possibilita a critica aos valores herdados e aos 
nossos valores propostos, abrindo espaço para que ocorra uma reflexão acerca 
da própria existência humana. 
 
Todavia, se há a realidade como ponto de partida e ponto de chegada no 
campo da construção do conhecimento, a ação e a reflexão seguida de uma 
nova ação serão capazes de transformar a realidade social, pois antes 
transformou o próprio sujeito, fazendo deste um ser que reflete a respeito de suas 
ações, tendo como base, para tal reflexão, o compromisso social. Para Freire 
(2005, p. 42), esta atitude é denominada “práxis”, ou seja, “é a reflexão e ação 
dos homens sobre o mundo para transformá-lo”. 
 
Assim, uma escola que assume por missão consolidar a capacidade e a vontade 
dos indivíduos de serem atores, instigando a sua capacidade e vontade de refletir 
e agir sobre o mundo, oferece garantias institucionais para que se possa iniciar um 
processo democrático e, consequentemente, inclusivo. Considerando o fato de 
que a função da escola em primeiro lugar é oferecer uma educação centrada no 
individuo e não na sociedade, orientando para a liberdade do sujeito pessoal, 
para a comunicação intercultural e para a gestão democrática da sociedade e 
suas mudanças. 
 
Educação Inclusiva: Aspectos históricos 
O acesso à educação como forma de aprendizagem pode ocorrer tanto de 
forma natural, através da interação dentro do grupo social em que o sujeito 
 
 
 
 
 
convive, como pode ocorrer formalmente através de uma instituição, por 
exemplo, a escola. Historicamente, dentro do processo de escolarização existem 
segmentações para atender a grupos diferentes da sociedade, que dividem a 
educação em regular e especial. 
O termo ensino especial surge através da UNESCO, em 1958, que define como aárea da pedagogia que compreende o ensino geral e profissional destinado aos 
deficientes físicos ou mentais, aos inadaptados sociais e demais categorias 
especiais de crianças (TORRES-GONZALES, 2002). Sobre o conceito de educação 
especial e da clientela a qual se dirige, aos portadores de necessidades especiais, 
existem diversas definições na literatura que demonstram a evolução histórica do 
conceito. 
E a educação especial desde os seus primórdios até a atualidade vem apontando 
a segregação das pessoas com necessidades educacionais especiais em diversos 
momentos da história da humanidade. 
 
A origem do termo educação especial passa pela definição de deficiência 
mental (DM) que podemos resgatar desde a época da Grécia Antiga. Ceccim 
(1997) aponta que em Esparta, crianças com deficiência física ou mental eram 
consideradas sub-humanas, pois não estavam de acordo com os padrões 
atléticos e guerreiros, e seu abandono e eliminação eram aceitáveis. 
 
A difusão do cristianismo resgata a condição de ser humano, porém a DM 
continua com a visão de aberrações da natureza ou seus portadores como presas 
de entidades malignas. Na ética cristã, o castigo funciona como caridade, pois 
salva almas das garras do demônio, e o confinamento é a forma de segregar e 
isolar do contato o que representa algo incômodo e inútil (CECCIM, 1997). 
 
 
 
 
De acordo com Cardoso (2003), durante a Idade Média, nos países europeus, os 
deficientes eram associados à imagem do diabo e aos atos de feitiçaria, sendo 
perseguidos e mortos. Esses integravam a categoria dos excluídos. Então deviam 
ser afastados do convívio social ou ser sacrificados. Através da legislação inglesa, 
em 1534, a DM é definida como doença com critérios de identificação onde 
como descreve Ceccim (1997) “será bobo ou idiota de nascimento a pessoa que 
não puder contar até 20 moedas, nem dizer quem era seu pai e compreender 
letras mediante ensino”. 
 
No século XVIII a internação em hospitais ou hospícios passa a ser a solução para o 
problema da DM. A partir deste momento a DM passa a ser estudada pela 
medicina, tratada como orgânica e passível de ser tratada com medicamentos. 
(CECCIM, 1997). Passando pelas instituições residências no século XIX, os médicos 
passaram a se dedicar ao estudo dos deficientes. Já no século XX ocorre a 
desinstitucionalização e surgem as classes especiais com programas escolares 
para os deficientes mentais leves e moderados (CARDOSO, 2003). 
 
Este contexto histórico explica a tendência de definir a educação especial a partir 
de transtornos e déficits, ou seja, pela rotulação de classificações médico-clínicas, 
que enfatizam as características negativas em detrimento das possibilidades e 
necessidades dos sujeitos. 
A partir dos anos 80, no século XX, começa a surgir uma nova concepção de 
educação, a integração das crianças e jovens com dificuldades especiais no 
âmbito da escola regular, garantindo um processo educativo adequado as suas 
necessidades. 
 
Atualmente, o termo para definir a clientela da educação especial foi ampliado, 
a expressão necessidades especiais educativas (NEE) inclui tanto sujeitos 
 
 
 
 
portadores de deficiências físicas, sensoriais ou psíquicas, como aqueles que 
apresentam dificuldades na aquisição de aprendizagem, seja por problema de 
maturidade ou problema de origem sociocultural, ou até mesmo proveniente de 
intervenções metodológicas inadequadas da própria escola (TORRES-GONZALES, 
2002). O mesmo autor acrescenta (p.79): 
A expressão necessidades educativas especiais supera a concepção clássica de 
educação especial como educação de alunos com déficits e, portanto, exclusiva 
de alguns poucos, para avançar até um novo conceito de educação especial 
como resposta educativa à diversidade humana que procura condições 
normalizadoras e favorecedoras do desenvolvimento de todos os cidadãos; enfim 
trata-se de uma educação para todos, sejam quais forem as suas características 
individuais e do meio. 
Além da evolução conceitual da educação especial, é notório o movimento 
mundial na busca da discussão sobre uma política de integração e educação 
inclusiva. Em junho de 1994, a Conferência Mundial de Educação Especial, em 
Salamanca - Espanha, culminou em vários pontos de reflexão para mudanças da 
realidade discriminatória da educação especial (MACIEL, 2000). 
No Brasil, segundo Ferreira (1998), a repercussão acontece com a emissão da 
nova Lei de Diretrizes e Bases, Lei 9394 (1996), que reserva um capítulo exclusivo 
para a educação especial e aponta que a educação dos portadores de 
necessidades especiais deve dar-se, preferencialmente, na rede regular de ensino. 
Como afirma Ferreira (1998) a legislação, por si, não assegura direitos, 
especialmente porque a questão da educação especial tem expressão política 
reduzida no contexto da educação geral, pois se concede pequena importância 
às pessoas com necessidades especiais nas políticas sociais. 
 
 
 
 
 
Para Goffman (1980), estigma significa marca, esta marca media a identidade da 
exclusão tal como ocorrem com os leprosos, os cegos, as prostitutas, os 
deficientes. É necessário aprofundar a discussão, pois conforme Skliar (1997, p. 16) 
“incluir a educação das crianças especiais dentro da discussão educativa global 
não significa, então, incluí-las fisicamente nas escolas comuns, mas hierarquizar os 
objetivos filosóficos, ideológicos e pedagógicos da Educação Especial.” 
De acordo com Stainback & Stainback (1999) o ensino inclusivo é, em um sentido 
mais amplo, a prática da inclusão de todos, sendo esses talentosos ou não, 
portadores de alguma deficiência ou não, provenientes de qualquer origem 
socioeconômica e cultural. Tal ensino deve dar-se em escolas e salas de aula 
provedoras, onde todas as necessidades dos alunos possam ser satisfeitas. E, 
ainda, Skliar (1997) aponta como sendo notável a proposta concreta de 
integração das crianças especiais à escola regular como a via de saída para o 
fracasso educativo e econômico da educação especial. 
Pitta e Danesi (2000) colocam que razões econômicas estão, implicitamente, na 
essência dos movimentos que visam a integração de alunos com NEE no ensino 
regular, ou seja, a verdadeira finalidade é a redução de custos. E, ainda, os 
autores afirmam que a comunidade solidária à causa, os pais das crianças com 
NEE e as próprias crianças, desejam tal integração, entretanto a preocupação 
real dos governantes não é esta. 
 
O movimento da educação inclusiva está acontecendo de forma impositiva nas 
escolas sem prever um espaço para discussão de critérios de integração em casos 
possíveis. Além disso, as escolas, em sua grande maioria, não possuem uma 
estrutura mínima e adequada para atender as crianças com NEE (PITTA e DANESI, 
2000). 
 
 
 
 
 
 
Apesar do desenvolvimento dos estudos teóricos, do surgimento de novas 
concepções e perspectivas, os professores não se encontram preparados 
adequadamente, o que caracteriza-se em outro problema crítico (PITTA e DANESI, 
2000). Já Carvalho (2000) enfatiza que a predisposição dos professores frente à 
diversidade tem um papel decisivo na compreensão das diferenças individuais, 
em sua aceitação e respeito, criando, removendo ou intensificando os obstáculos 
existentes. 
Em relação aos pais, Glat (1999) ressalta que a “imaturidade” afetiva e 
comportamental presente nas pessoas com NEE não é apenas determinada pelo 
nível de seu desenvolvimento cognitivo, mas é, sobretudo, o resultado da 
infantilização e da superproteção de como são tratados durante toda a sua vida. 
Este tratamento superprotetor, dispensado pelos pais, restringirá as experiências 
compatíveis com as fases de desenvolvimento. 
Stainback & Stainback (1999, p. 21) ressaltam que, na medida em que os alunos 
são educados todos juntos constatam-se várias vantagens: “as pessoas com 
deficiências têm oportunidade de preparar-se paraa vida na comunidade, os 
professores melhoram suas habilidades profissionais e a sociedade toma a decisão 
consciente de funcionar de acordo com o valor social da igualdade para todas as 
pessoas, com os consequentes resultados de melhoria da paz social.” 
Inclusão e Sociedade 
 
Faz-se imprescindível, ainda, abordar a especificidade humana, que segundo 
Vygotsky (1998), está na capacidade de aprender na interação com os membros 
mais experientes da cultura, de ensinar as demais gerações, ou seja, de acumular 
conhecimentos para que ninguém precise partir do zero, mas sim do que a 
humanidade já acumulou – note-se que todos os seres humanos têm direito de se 
apropriar desse conhecimento. Conforme Delval (2001, p. 11) "A característica de 
 
 
nossa espécie é que aprendemos com os outros, que nos transmitem os 
conhecimentos acumulados por nossos antepassados durante milênios." 
 
O homem desde o princípio da história humana vem modificando suas condições 
de vida, tudo o que aprende e desenvolve vai sendo transmitido para outras 
gerações de forma sistemática, bem como aprimorado pela atividade criativa e 
produtiva. Ao aprender a usar objetos da cultura que se encontram na sociedade 
e na escola o homem reproduz para si aquelas aptidões. 
 
Opta-se pela perspectiva histórico-cultural porque todo o ser humano nasce com 
apenas uma capacidade, a de aprender, ou seja, nasce completamente 
dependente e vai aprendendo nas interações socioculturais. Portanto, as pessoas 
denominadas "normais” não nascem prontas e as denominadas "deficientes” não 
são “tábula rasa”, mas sim todos tem potencialidades a serem desenvolvidas, o 
que as diferencia são as especificidades e singularidades pertinentes a cada um 
(VYGOTSKY, 1998). 
 
Sendo assim, há necessidade de uma pedagogia da inclusão, na qual o professor 
e suas práticas não estejam centrados nos limites e dificuldades dos alunos, mas 
sim em ultrapassá-los: as experiências precisam ser positivas para criarem vínculos, 
para que o sujeito se perceba fazendo parte do processo de construção cultural-
social. 
 
O autoconhecimento não significa conhecer apenas seus limites, mas implica 
avaliar o papel que cada um ocupa nas relações sociais das quais é resultado. 
Acolhimento, por exemplo, não é docilidade, mas o rompimento de rótulos e 
preconceitos onde são valorizadas a participação e a contribuição de todas as 
experiências, pois o conhecimento não pode ser propriedade só de especialistas, 
e a avaliação deve ser um diagnóstico para se ter enquanto ponto de partida, a 
fim de realizar um trabalho que amplie as possibilidades dos sujeitos e não para 
 
 
 
 
selecionar alunos capazes de responder padronizadamente. 
 
Ross (In: Educar em revista, 2004, p. 213) afirma que, "as diferenças não necessitam 
ser superadas, mas simplesmente respeitadas”. A perspectiva inclusiva retoma o 
comprometimento com os demais e a importância da vida em sociedade na 
convivência com o diferente. Enfim, para haver inclusão a educação precisa ser 
menos competitiva e mais cooperativa. 
 
 
A inclusão, como fenômeno humano individual e social, é denominada pelas 
representações socioculturais de cada comunidade em diferentes gerações e 
pelo nível de desenvolvimento cientifico, político, ético e econômico dessa 
sociedade. Este processo permite a construção de novas atitudes, novos 
comportamentos, novos conceitos e pré-conceitos os quais propiciam mudanças 
que influenciam diretamente na sociedade. 
 
A inclusão propõe este desafio à escola e à sociedade, pois ela exige de todos 
uma mudança de paradigmas, assim para incluir todas as pessoas a sociedade 
deve ser modificada, devendo firmar a convivência no contexto da diversidade, 
bem como aceitar e valorizar a contribuição de cada um conforme suas 
condições pessoais, como é citado nos Parâmetros Curriculares (1998). Kohl (1993) 
ressalta que Leontiev, em uma perspectiva histórico-cultural, a atividade humana 
é mediada pela relação entre o homem e seu contexto sócio-histórico. Por meio 
da atividade, o homem constrói e transforma a natureza e, concomitantemente, a 
si próprio. 
 
 
 
 
 
 
 
Inclusão e Educação 
 
Pode-se constatar que a exclusão acontece por razões de ordem política, social, 
econômica e cultural. Dessa forma, para garantir a todas as pessoas qualidade de 
vida, a sociedade precisa estar fundamentada em princípios de igualdade e de 
interdependência, reconhecendo e aceitando a diversidade humana em todas 
as suas peculiaridades. Nesse contexto, a educação é a base para formação de 
crianças sociáveis, equilibradas em sua saúde psíquica e livres de qualquer 
preconceito ou estereótipo. 
Partindo do pressuposto de que a educação está fundamentada na dimensão 
humana e sociocultural, que procura enfatizar formas de interação positivas, apoio 
às dificuldades e acolhimento das necessidades das pessoas, de acordo com as 
idéias de civilidade, assim, a educação, transformar-se-ia em um fator de 
transformação social, de acordo com Guimarães (1997, p. 41) "nesse contexto a 
educação tem um papel importante e imprescindível a desempenhar. Ela tanto 
pode ser serva do modelo que ai está, realimentando-o acriticamente, como 
despertar uma reflexão critica e sistêmica sobre tal modelo, buscando alternativas 
a partir de uma pratica social concreta e viável.” 
Segundo Dewey (1965, p.19), ”[...] a vida se perpetua por intermédio da 
educação. O que a nutrição e a reprodução são para a vida filosófica, a 
educação é para a vida social [...]”. Se o dialogo é constitutivo da própria 
essência humana e da conscientização política plena do homem, é por ele que a 
diversidade deve ser desvelada em seu sentido mais amplo, não só pelo discurso 
polemico ou retórico do termo, mas principalmente no sentido de que as ideias 
conflitantes e toda sua problemática possam ser compreendidas em contexto 
dialético. 
 
 
 
 
 
 
Em se tratando de educação não podemos deixar de refletir sobre a inclusão, 
sobre seus princípios e seus reflexos na sociedade. Considerando que o termo em 
questão é um princípio de educação complexo, princípio este que deve ser 
entendido como parte de uma preocupação no sentido de combater e suplantar 
discursos e práticas de exclusão, se manifestando contra a ideologia que concebe 
cada individuo de forma isolada e descontextualizada, a inclusão é vista, em 
geral, como um compromisso político. 
 
A inclusão é, portanto um conceito revolucionário, que busca remover as barreiras 
que sustentam a exclusão em seu sentido pleno. Esta se reconcilia com uma 
educação para todos, causa uma mudança de perspectiva educacional, pois 
não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, 
mas apoia a todos, sua meta é não deixar ninguém de fora, mas incluir. Assim 
incluir implica em acolher a todos os membros independentemente de suas 
peculiaridades, considerando as pessoas como seres únicos, diferentes dos outros. 
 
Um dos desafios da educação é a valorização do ser humano, de seu potencial 
para seu próprio desenvolvimento e sua inclusão na sociedade. Tendo em vista a 
constituição de uma escola democrática, que garanta o acesso e a permanência 
de todos, de acordo com a Declaração Mundial de Educação para Todos, na 
década de 90 surge o princípio de educação para todos. 
 
Como o princípio de inclusão propõe a adaptação do sistema escolar às 
necessidades dos alunos, este objetiva um único sistema educacional de 
qualidade para todos com ou sem necessidades especiais. No qual o 
conhecimento deve ser adquirido de forma significativa, acreditando na 
 
 
 
 
 
igualdade de oportunidades e numa perspectiva otimista em uma melhora no 
âmbito da educação, tornando-a pertinente enquanto pratica social. 
 
O processo de inclusão se refere a um processo educacional que visa 
compreender, da melhor maneira possível, a capacidadedas pessoas com 
necessidades educativas especiais na escola e na classe regular, este é um 
processo constante que precisa ser revisto continuamente. Isto implica em 
esclarecer que a inclusão escolar é uma concepção educacional aberta à 
diferença, trata-se da educação concebida a partir de um sistema flexível, onde a 
heterogeneidade de performances humanas demanda novos parâmetros de 
abordagem, tratamento, organização e funcionamento institucional, ou seja, 
como já foi citado, um novo paradigma. 
 
A inclusão no contexto escolar está intimamente ligada ao princípio de que a 
única igualdade de valor entre as pessoas é a diferença entre elas, a pluralidade 
pessoal é o consenso. Constitui-se em uma proposta educativa para a 
diversidade, em um grande desafio para o sistema educacional, que deve pensar 
a aprendizagem não apenas na dimensão individual, mas de forma coletiva. Essa 
é a função da escola, que se manifesta nas formas de interação entre pessoas, 
escola, família e comunidade. Assim, as crenças, as intenções, as atitudes éticas, 
os desejos, as necessidades e as prioridades dos alunos com necessidades 
educacionais especiais deverão ser discutidos visando uma educação de 
qualidade. 
 
Dewey (1965, p. 18) postula que "Imaginemos que uma pessoa, criança ou adulto, 
no curso de uma atividade, vai de encontro a um obstáculo ou dificuldade... A 
princípio a ação torna-se mais ou menos desagradável pelo esforço que exige de 
 
 
 
superar as dificuldades, como consequência tendeu a abandonar a atividade e 
dirigir a nossa energia para outros rumos." Ao professor, atribui-se geralmente, 
enquanto representação da prática escolar, o desafio da inclusão, segundo 
Martinez, ”[...] a magnitude deste desafio está associada estreitamente ao fato de 
que a efetivação da inclusão vem sendo tentada em sistema educativo e em 
uma sociedade que tem se caracterizado, historicamente, por seu caráter 
essencialmente excludente” (2005, p. 106). 
 
Libâneo (2001) e Zanella (2008) ressaltam que a Psicologia ao se relacionar com o 
campo educacional e com a instituição escola, deve considerar o contexto sócio-
histórico em que a instituição está inserida e também o campo educação; ao se 
trabalhar com a categoria inclusão, deve-se considerar também o sujeito, como 
constituinte e constituído por um macro contexto social (história, cultura e 
sociedade) que irá se inserir em um microcontexto social (escola). 
 
Um dos objetivos da inclusão é melhorar a instrução. A qual não é destinada a 
encontrar metodologias para escolarizar um grupo relativamente restrito de 
alunos, mas construir os fundamentos de uma abordagem que poderá conduzir à 
transformação do próprio sistema social. Torna-se importante pontuar que a 
educação inclusiva não se faz apenas por decreto ou diretrizes, a educação 
inclusiva é construída na escola por todos, na confluência de várias lógicas e 
interesses sendo imprescindível saber articulá-los. Por se tratar de uma construção 
coletiva, ela requer mobilização, discussão e ação organizacional de toda a 
comunidade escolar e encaminhamentos necessários ao atendimento das 
necessidades específicas educacionais para todas as crianças, pois de acordo 
com Martinez (2005, p. 97), "a inclusão escolar, no seu sentido mais abrangente, 
vem a contribuir para uma escola que seja capaz de dar, cada vez em maior 
medida, respostas às necessidades educacionais de todos os alunos”. 
 
 
 
 
 
Ao situar a história do homem, enquanto sujeito social, verifica-se que as formas de 
pensar, a consciência, e as formas de agir, a pratica social, estão diretamente 
ligadas às formas de produção econômica que tem determinado o modelo do 
homem. 
 
Segundo Sassaki (2003, p. 41), ao tratarmos a questão da inclusão das pessoas 
com necessidades especiais, nos deparamos com uma discussão sobre o que 
realmente é a Inclusão Social: “Conceituasse inclusão social como o processo pelo 
qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, 
pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para 
assumir seus papéis na sociedade” (Sassaki, 2003). 
 
Neste sentido, é possível conceituar a inclusão como sendo todas as formas pelas 
quais se concretiza a luta contra a exclusão social. A pessoa com necessidades 
especiais deve encontrar, na sociedade, caminho propício para o seu 
desenvolvimento através de sua educação e qualificação para o trabalho, 
inserido no processo, a sociedade se adapta as suas limitações. Sassaki (2003, p. 
42) afirma, ainda, que: 
"A inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a construção de um 
novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos 
ambientes físicos (espaços interno e externo, equipamentos, aparelho e utensílio, 
mobiliário, e meios de transporte) e na mentalidade de todas as pessoas, portanto 
do próprio portador de necessidade especiais." 
 
 
 
 
 
 
 
O que é perceptível nas relações sociais atuais é o fato que uma parcela dos 
excluídos têm adotado uma postura de luta pela inclusão, a sociedade, por sua 
vez, precisa também assumir essa postura para que realmente o processo de 
inclusão seja bilateral, ao contrário do período de integração, onde a pessoa com 
necessidades educativas especiais precisava se adaptar a sociedade, num 
processo unilateral. 
 
Dessa forma podemos entender a inclusão social como processo e movimento 
dinâmico e permanente que reconhece a diversidade humana, refere-se 
basicamente à construção da vida social onde a sociedade, em parceria com a 
pessoa com necessidades educativas especiais, deve adaptar-se a este novo 
paradigma, pensar soluções e tomar iniciativas que oportunizem a todos os 
diferentes igualdade e alteridade. Guareschi (2008) ressalta que alteridade é a 
relação com o diferente, com o distinto. 
 
O tema inclusão leva as pessoas a conscientizarem-se sobre a discriminação e a 
necessidade de se adotar uma nova postura de adaptações significativas para o 
cotidiano. A finalidade da inclusão é a de que pessoas com necessidades 
especiais busquem seu desenvolvimento para poder exercer sua cidadania. De 
acordo com Sassaki, a inclusão social acontece em todos os setores, não só na 
área educacional e é também necessário nos demais setores, entre eles: 
 
No mercado de trabalho – deve haver um sistema de apoio para a pessoa com 
necessidades especiais, tal indivíduo deve ser acompanhado, treinado e 
supervisionado, de tal maneira que, seja inserido no emprego para depois ser 
treinado para tal função: 
 
 
 
 
"No esporte, turismo, lazer e recreação – é necessário abrir espaços para que os 
deficientes sejam protagonistas e participem junto com todos em campeonatos, 
excursões e demais atividades de lazer e recreação; Nas artes, cultura e religião – 
com a ênfase da à inclusão se espera que pessoas deficientes tenham seus 
talentos artísticos reconhecidos e possam atuar na sua cultura juntamente com 
pessoas não-deficientes. Quanto às igrejas houve muita exclusão devido às 
escadarias e atitudes paternalistas, para romper é preciso quebrar as barreiras 
arquitetônicas, abrir espaços administrativos nos ministérios, intérpretes de línguas 
de sinais ou os próprios celebrantes desempenhar esse quesito, “tudo isso, além de 
ser um direito das pessoas portadoras de deficiências, acaba funcionando como 
recurso de conscientização dos frequentadores não deficientes [...]” (Sassaki, 2003, 
p.108). 
Entende-se que a igreja é uma aliada da inclusão, pois é frequentada por 
diferentes pessoas de todas as idades, sexo, cor e etnias que passarão por um 
processo educativo de reflexões sobre seus pré-conceitos: 
Nos desenhos de ambientes físicos – se pretendemos uma sociedade inclusiva, é 
necessário ambientes físicos universais, ou seja, para todos terem acesso e sem 
estigmas de que é acessível para deficientes,“Os produtos e ambientes feitos com 
desenho universal ou inclusivo não parecem ser especialmente destinados a 
pessoas com deficiência. Eles podem ser utilizados por qualquer pessoa deficiente 
ou não” (Sassaki, 2003, p. 141). 
 
Leis e políticas, para serem inclusivas, não podem fazer menção a segmentos da 
população e sim referir-se a todos ou, no caso das leis especificas, assegurar 
direitos condicionados as mudanças da sociedade e não apenas da pessoa com 
necessidades especiais. A inclusão social caracteriza-se pelo fato de todas as 
pessoas terem espaço garantido na sociedade e, mais que isso, a participação 
efetiva e, preferencialmente cooperativa. A inclusão social é enriquecedora para 
 
 
 
a sociedade, visto que a diversidade contribui para o crescimento de todo e sem 
dúvida vem se constituindo no alvo de grandes discussões sofre a formação de 
uma sociedade mais justa, humana e igualitária, na qual segundo Martinez “[...] 
assim, na intenção de uma sociedade democrática que se possibilite a todos a 
participação ativa na vida social, a inclusão se expressa na necessidade de um 
processo educativo de qualidade para todos [...]” (2005, p. 96). 
 
A inclusão é um fenômeno humano porque “As pessoas com deficiência são seres 
humanos, portanto, fazem parte da humanidade e devem ser tratadas 
solidariamente” (SASSAKI, 2003, p. 168). 
 
Considerações Finais 
O compromisso com o mundo, que deve ser humanizado para a inclusão dos 
homens, significa ter responsabilidade com estes e com a historia, pois somos 
sujeitos históricos: sociais e culturais. Este compromisso com a inclusão das pessoas 
com necessidades especiais na sociedade, não pode realizar-se através de 
teorias, nem de nenhuma outra forma que fuja de seu princípio, mas da realidade 
concreta. Pode-se explicar este compromisso em um ato que, necessariamente, é 
corajoso, decidido e consciente, onde não exista neutralidade, mas sim indivíduos 
conscientes de que comprometer-se politicamente significa comprometer-se com 
a inclusão e que assumi-la significa incluir-se também.Stainback & Stainback (1999) 
postulam que: 
A escola deve tornar-se um lugar onde o acesso intencional aos grupos é 
facilitado e onde cada aluno tem a oportunidade de desenvolver sentimentos 
positivos sobre as qualidades singulares que ele trás à comunidade educacional. 
Acima de tudo, o objetivo da inclusão não é o de apagar as diferenças, mas o de 
que todos os alunos pertencem a uma comunidade educacional que valide e 
valorize sua individualidade. (1999, p. 412). 
 
 
 
 
 
Assim, acredita-se que superar as barreiras atitudinais é uma tarefa árdua, que 
demanda engajamento político inerente às atividades pedagógicas, visto que, é 
necessário promover sistematicamente e em todos os espaços educacionais, 
formais e não formais, uma educação inclusiva. 
Contudo a inclusão cresce a cada ano e, com ela, o desafio de garantir uma 
educação de qualidade para todos. Na escola inclusiva, os alunos aprendem a 
conviver com a diferença e tornam-se cidadãos solidários, realizando as suas 
alteridades. Para que isso se torne realidade em cada sala de aula, a participação 
do professor é essencial e esta participação pode ser denominada compromisso 
político, o que é bem congruente com os postulados de Freire (1996) que o 
educador, além do evidente compromisso educacional, deva ter compromisso 
político, comprometido com as transformações do mundo que libertem o sujeito 
da exclusão, alienação e dominação da classe dominante. 
 
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Publicado em 18/03/2012 
 
Alexandre Baiocchi e Dileuza Niebielski Baiocchi - 
Alexandre Baiocchi: Graduado em Psicologia (ULBRA/2002), Mestre em Psicologia 
(UFSC/2008), docente no Ensino Superior, na Graduação e Pós-graduação, desde 
o ano de 2008. 
Dileuza Niebielski Baiocchi: Licenciada em Letras - Português / Inglês (FAPA/1999), 
Especialista em Língua Inglesa (UNILASALLE/2002), Mestranda em Letras ( 
UNIOESTE), Linha de Pesquisa Linguagem e Sociedade, Acadêmica de Psicologia 
(UNIPAN). Trabalha com Informática e Educativa e Ensino de Língua Inglesadesde 
1996. Trabalhou como docente na Universidade Paranaense (UNIPAR/CASCAVEL-
PR)dinbaiocchi@gmail.com 
 
 
mailto:alebaiocchi@yahoo.com.br?Subject=Psicopedagogia%20On%20Line%20-%20Artigo%20Publicado
mailto:dinbaiocchi@gmail.com
 
 
 
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