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BIOLOGIA DO COMPORTAMENTO

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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância
Tema:
Bases Genéticas e Comportamento
Atia José Serrote Saíde – 708194924
Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia
Cadeira: Biologia de Comportamento
Ano de Frequência: 4º
Maputo, Julho de 2022
Índice
1.	Introdução	1
1.1.	Objectivos	1
1.1.1.	Geral	1
1.1.2.	Específicos	1
2.	Fundamentação teórica	2
2.1.	Hereditariedade do comportamento	2
2.2.	Tipos de comportamentos em animais	2
2.2.1.	Raças de cães	2
2.2.2.	Seleção de comportamentos	3
2.2.3.	Modelos animais	3
2.3.	Comportamentos herdáveis e não herdáveis	4
2.4.	Influência da domesticação sobre o comportamento	4
2.5.	A evolução do altruísmo	6
3.	Conclusão	7
Referências bibliográficas	8
1. Introdução
O presente trabalho tem como tema “Bases genéticas e comportamento”, cujo objectivo principal é descrever as principais bases genéticas que regem o comportamento. Para a sua realização será feita uma pesquisa bibliográfica de modo a responder aos objectivos do trabalho.
Segundo Freitas, Viana, Cunha, Silva, & Suarez (2012), as predisposições genéticas podem levar as pessoas a realizar mudanças em seu ambiente, e o ambiente pode levar os genes a se tornarem atuantes ou não. Em vista disso, a maior parte dos psicólogos hoje em dia aceita uma visão interacionista, sugerindo que as influências genéticas e ambientais estão ligadas a determinação da forma final da personalidade. A personalidade de cada indivíduo representa assim, uma combinação regular de factores genéticos e de experiências de vida. É necessária uma profunda reflexão quanto ao modo como esses e outros factores interagem.
É possível enxergar a interação dessas diversas forças genéticas e ambientais em qualquer aspecto significativo da personalidade. Assim, o presente trabalho tem a seguinte estrutura: Introdução, onde se faz uma abordagem sintética sobre o tema em estudo e apresentação dos objectivos; a fundamentação teórica, onde se descreve os detalhes do tema em questão; as conclusões do trabalho e as respectivas referências bibliográficas.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
· Analisar a genética como um fator de influência na formação da personalidade, dando enfoque na interação entre gene e ambiente.
1.1.2. Específicos
· Descrever a hereditariedade de um comportamento e os tipos de comportamentos em animais;
· Descrever os comportamentos herdáveis e não herdáveis e a influência da domesticação sobre o comportamento;
· Explicar o processo de evolução do altruísmo.
2. Fundamentação teórica
2.1. Hereditariedade do comportamento
Muitas características são explicadas por um simples conjunto de leis gerais de hereditariedade, conhecidas como leis de Mendel, enquanto outras parecem não se adequar à essas leis, como o caso do daltonismo (Madella-Oliveira, Quirino, & Ruiz-Miranda, 2011). 
Segundo Pinheiro (2010), os traços comportamentais são influenciados pela hereditariedade, mas não apenas por um único gene como acontece nas leis de Mendel, mas sim pelo envolvimento de múltiplos genes, sendo definidos por uma genética complexa. Por isso, também se torna mais difícil estudar e experimentar como os genes estão ligados a traços comportamentais, mas graças as bases da genética quantitativa essa tarefa se torna possível. 
A genética quantitativa estima a extensão em que as diferenças observadas entre os indivíduos se devem a algum tipo de diferença genética ou ambiental sem especificar quais são os genes ou factores ambientais específicos. Outra base que contribui muito para a genética do comportamento, é a genética molecular, já é possível identificar quais genes específicos estão ligados ao comportamento pelo uso de métodos da genética molecular (Mundo Educação, 2022).
2.2. Tipos de comportamentos em animais
2.2.1. Raças de cães
As raças caninas são bons exemplos para se evidenciar a genética do comportamento, apesar das raças de cães terem muitas diferenças visíveis e comportamentais, todas pertencem a uma mesma espécie- Canis lupus familiares, e justamente por essas diferenças foram selecionados durante séculos com base em características e traços comportamentais que fosse necessário para determinado fim. As classificações conhecidas hoje em dia ainda se baseiam no comportamento e personalidade das raças: pastores, cães de guarda, cães de caça, farejadores, entre outras (Madella-Oliveira, Quirino, & Ruiz-Miranda, 2011).
O fato de não serem geneticamente distintos, mas apresentarem tamanha singularidade que foram selecionadas intencionalmente para destacar as diferenças genéticas do comportamento demonstra o quanto a hereditariedade é importante para o comportamento (Pinheiro, 2010).
2.2.2. Seleção de comportamentos
Segundo o site Mundo Educação (2022), experimentos parecidos com o que ocorreu com raças de cães durante séculos podem ser reproduzidos em laboratório, selecionando comportamentos para evidenciar mais claramente a influência da genética nesses. De fries, Gervais e Thomas ,1978 realizaram em laboratório um dos maiores estudos de seleção de comportamentos com ratos.
O experimento consistia em colocar ratos no que se chama de campo aberto, uma caixa vazia com uma intensa iluminação, que serve como um indicador do medo. Alguns ratos quando colocados no campo aberto exploravam ativamente a caixa, enquanto outros permaneciam imóveis, defecavam e urinavam. Os ratos foram cruzados de forma que os ativos cruzaram apenas com ativos e os que tinham medo apenas com outros que apresentavam o mesmo comportamento. Após diversos cruzamentos consecutivos de maneira similar ao primeiro, criou-se duas linhagens de ratos, os de alta atividade e os de baixa atividade, em que os de alta apresentavam cada vez mais atividade e os da baixa cada vez menos (Madella-Oliveira, Quirino, & Ruiz-Miranda, 2011). 
Os resultados do experimento demonstraram que após 30 gerações, a diferença entre as duas linhagens era de cerca de 30 vezes na atividade. Esse resultado indica fortemente que muitos genes estão envolvidos no comportamento, já que as linhagens ganhavam cada vez mais força e não desapareceram após alguns cruzamentos, como se esperaria caso fossem definidos por poucos (um ou dois) genes (Madella-Oliveira, Quirino, & Ruiz-Miranda, 2011).
2.2.3. Modelos animais
O uso de modelos animais pode ajudar a identificar quais genes estão ligados ao comportamento e fornecer respostas para a genética do comportamento humano. Com o uso de modelos animais além de estudar a variação genética natural, os geneticistas podem criar mutações genéticas (através de substâncias ou irradiações) que ajudem no estudo de genes que afetam traços complexos com o comportamento. Os principais modelos utilizados para esses experimentos são a mosca da fruta, o zebrafish e camundongos (Freitas, Viana, Cunha, Silva, & Suarez, 2012).
A mosca da fruta (Drosophila) é um modelo muito utilizado para estudos de mudanças comportamentais. Pode-se utilizar desde comportamentos mais simples como direção de movimento e velocidade de movimentação, até comportamentos mais complexos como a corte e o aprendizado, para comparação entre mutantes e não mutantes e quais mudanças são observadas nos comportamentos mencionados (Freitas, Viana, Cunha, Silva, & Suarez, 2012).
2.3. Comportamentos herdáveis e não herdáveis
Os genes conhecidos como genes codificadores são as estruturas responsáveis por codificar proteínas, que por sua vez expressam as características que conseguimos observar ou não, sendo elas morfológicas, fisiológicas ou comportamentais. No entanto, de acordo com Plomin e Asbury (2005) citado pelo site Mundo Educação (2022), os factores ambientais são tão importantes quanto os factores genéticos quando tratamos na expressão de determinados comportamentos.
Alguns estudos apontam que as diferenças individuais relacionadas a expressão gênica, são parcialmente herdáveis, ou seja, ao expressar uma característica ela não é 100% devido a factores genéticos, mas são também devido a influência de factores ambientais, indicando que cada um é responsável por cerca de 50% das variedadescomportamentais (Mundo Educação, 2022).
Tendo em vista que o ambiente possui grande influência na expressão de genes que são responsáveis pelo comportamento, conseguimos inferir que a criação é determinante para a ciência do comportamento. A partir desta afirmação, foram feitas três principais descobertas a respeito da ciência do comportamento, sendo elas ambiente não compartilhado; Correlação genótipo-ambiente; Interação genótipo-ambiente (Mundo Educação, 2022).
2.4. Influência da domesticação sobre o comportamento
Os efeitos da domesticação têm sido avaliados através de comparação em estudos transversais e longitudinais de espécies domesticadas e selvagens em condições padronizadas. As diferenças encontradas podem ser de caráter: (1) morfológico, como as mudanças no tamanho do corpo e no padrão de crescimento e internamente na diminuição do intestino (Diamond, 2002; Haber e Dayan, 2004) (2) comportamental, como a sensação de medo reduzida e a sociabilidade aumentada (Price, 1999) e (3) fisiológica, como as respostas endócrinas no ciclo reprodutivo e maturidade sexual precoce (Setchell, 1992; Jensen, 2006 citado por Freitas, Viana, Cunha, Silva, & Suarez, 2012).
Em relação à morfologia, com o relaxamento da seleção natural e dos predadores na maioria das espécies domésticas, a cabeça e o tamanho do cérebro diminuíram e os órgãos do sentido ficaram menos aguçados do que nos animais selvagens. Cérebro desenvolvido e olhos com visão aguçada são essenciais à sobrevivência dos animais selvagens, mas para os animais domésticos representa um desperdício importante de energia (Diamond, 2002 citado por Freitas, Viana, Cunha, Silva, & Suarez, 2012). Foram observadas em bovinos uma redução contínua no tamanho do corpo, embora sem mudança na forma do corpo (Haber e Dayan, 2004 citado por Freitas, Viana, Cunha, Silva, & Suarez, 2012).
Com respeito ao comportamento, pode ser discutido que a domesticação resultou principalmente dentro do aspecto quantitativo em lugar de mudanças qualitativas. Características do comportamento não aparecem e desaparecem, mas sim, as mudanças das expressões dos limiares (Price, 1999 citado por Freitas, Viana, Cunha, Silva, & Suarez, 2012).
Segundo Freitas, Viana, Cunha, Silva, & Suarez (2012), abaixo está apresentado um resumo dos factores, mecanismos e efeitos da Domesticação
· Factores:
· Ambiente natural x Ambiente artificial
· Seleção genética
· Mecanismos:
· Seleção artificial
· Diminuição da pressão seletiva
· Endocruzamentos
· Efeitos:
· Morfológico
· Fisiológico
· Comportamental
2.5. A evolução do altruísmo 
Suricatas são animais coloniais, que vivem em bandos de até 50 indivíduos. A espécie possui um sistema social bem elaborado, no qual dividem tarefas diárias. Parte do grupo não reproduz, ajudando no cuidado dos filhotes. Alguns membros são responsáveis pela caça e outros são sentinelas, ou seja, ficam na guarda, observando o ambiente à volta, e dando o alerta com a chegada de predadores. Esses animais possuem uma comunicação específica para cada tipo de predador e ensinam aos mais jovens como reagir de forma distinta, para cada tipo de ataque (Pinheiro, 2010).
Segundo Pinheiro (2010), o que parece ser um comportamento altruísta dos suricatas é, na verdade, um comportamento comum em todo o reino animal. Mas, em vez de se preocupar com o bem-estar de outros grupos, o foco é dado aos parentes, sacrificando por exemplo, seu próprio sucesso reprodutivo em prol da aptidão reprodutiva de todo o seu clã.
Já nas sociedades humanas, frequentemente agimos de forma altruísta com pessoas mesmo que não sejam nossas parentes. Desenvolvemos sistemas sofisticados de avaliação moral para decidir quem é digno de cooperação e qual a probabilidade de alguém retribuir um favor. Em outras palavras, pessoas só ajudarão aquelas que têm uma boa reputação de serem elas próprias altruístas. No entanto, para que esse sistema funcione, reputações precisam ser de conhecimento público, legitimada e endossada pela sociedade. 
Arunas Radzvilavicius e seu time de pesquisadores citados por Pinheiro (2010), buscaram descobrir se o altruísmo poderia surgir quando pessoas têm opiniões diferentes sobre a reputação moral umas das outras. Para isso, eles usaram a chamada teoria dos jogos evolucionários, uma descrição matemática de como as estratégias mudam em uma população ao longo do tempo. Em seu modelo, cada indivíduo pode decidir se deseja arcar com o custo pessoal para criar um benefício para outro indivíduo. Cada participante decide se deve agir altruisticamente com base na reputação da pessoa que irá receber o benefício; os observadores podem “repensar e ajustar” a reputação dos indivíduos com base em seu comportamento.
3. Conclusão
Para finalizar, é possível notar que a personalidade de cada indivíduo representa uma combinação regular de factores genéticos e de experiências de vida. Embora exista um sensato fundamento biológico da personalidade, sugere-se que, no estado moderno do progresso científico, de modo genérico é melhor analisar os fenômenos da personalidade a partir de uma óptica psicológica e não meramente biológica.
É evidente que a influência dos genes em um dado traço não implica em uma determinação genética da personalidade. Um dos maiores desafios, diz respeito, à complexidade do sistema fisiológico. A domesticação é um processo evolutivo no qual, através dos anos, muitas características do comportamento mudaram de um animal selvagem para um animal doméstico.
É muito difícil estudar as mudanças comportamentais das espécies no processo de domesticação, seria necessário fazer comparações de populações selvagens e domésticas.
Referências bibliográficas
Freitas, D. d., Viana, L. d., Cunha, C. L., Silva, A. d., & Suarez, M. A. (2012). Genética: um fator de influência na formação da personalidade. Maranhão: Universidade Federal do Maranhão.
Madella-Oliveira, A. d., Quirino, C. R., & Ruiz-Miranda, C. R. (2011). O processo de domesticação no comportamento dos animais de produção. (U. E. Fluminense, Ed.) Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil: ResearchGate. Obtido de https://www.researchgate.net/publication/316901448
Mundo Educação. (10 de Julho de 2022). Mundo Educação. Obtido de Mundo Educação: www.mundoeducação.co.br
Pinheiro, J. L. (2010). A Evolução do Altruísmo e do Senso Moral. Uberlândia, Minas Gerais, Brasil: Universidade Federal de Uberlândia.
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