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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS PENSAMENTO SOCIAL BRASILEIRO PROFº DRº WENDELL FICHER Aluno: Charlesson Bezerra da Silva NOTA DE LEITURA NABUCO, Joaquim. XIII Influência da escravidão sobre a nacionalidade; XIV Influência sobre o território e a população do interior. In: O Abolicionismo. Coleção Dimensões do Brasil. Petrópolis: Editora Vozes, 1977. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000127.pdf. Acesso em: 07 ago. 2021. Nesse texto de cunho abolicionista, Joaquim Nabuco disserta acerca dos desdobramentos e influências que a escravidão acarretou tanto na construção da nacionalidade brasileira como nas dinâmicas territoriais de cidades pequenas. Afirma que os povos africanos têm influência direta na formação da nacionalidade brasileira por ser uma população extensa e por causa do fenômeno da miscigenação, que acarretou na mistura entre as raças e na mestiçagem, características do povo brasileiro. Nabuco, entretanto, tece críticas à escravidão afirmando que o processo de miscigenação aconteceu sob a lógica do sistema escravista, no cativeiro, portanto o cruzamento entre as raças sob essas condições representava um problema para o país, já que a escravidão em si era problemática por significar atraso e retrocesso em nosso tecido social. O autor acreditava que o progresso na nacionalidade brasileira teria acontecido se o processo de miscigenação tivesse acontecido de modo a privilegiar a raça branca, portuguesa, pois a raça negra e toda herança africana (mais fortes entre os mestiços por causa da escravidão) manchava o Brasil de sangue preto (NABUCO, 1977). Ao reforçar os malefícios da escravidão, o autor afirma que a causa degradação da natureza e pelo atraso econômico é o sistema escravista, e que a destruição do solo de pequenas cidades ocasiona a miséria e pobreza dessas pequenas populações. Segundo Nabuco, além do povo escravo, o povo do campo também sofre os impactos da escravidão, desde a destruição de sua terra até o movimento de desapropriação. Nabuco conclui construindo a síntese de que não há nenhuma virtude na escravidão sob os moldes em que vinha sendo conduzida no Brasil, pois esta representa um forte empecilho para o progresso e avanço da sociedade brasileira.
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