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EAD 521 - COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Relação entre Indivíduo e Grupo Prof. Joel Dutra – aula de 01.06.22 Objetivo 2 Refletir sobre as relações entre as pessoas e os grupos. Conteúdo 3 ESTÁGIOS DA FORMAÇÃO DE UM GRUPO PAPÉIS DAS PESSOAS NO GRUPO E INFLUÊNCIA DO GRUPO SOBRE AS PESSOAS GANHOS E PERDAS NO TRABALHO EM GRUPO EQUIPES DE ALTA PERFORMANCE MODELOS ÁGEIS DE GESTÃO BIBLIOGRAFIA Estágios de Formação de um Grupo Tempo Desempenho Participação Subgrupamento Confrontação Diferenciação Responsabilidade Compartilhada Fonte: Pedro Mandelli; Muito além da Hierarquia; Editora Gente Estágios de Formação de um Grupo PARTICIPAÇÃO Inicio do trabalho em conjunto Conhecimento mútuo Estudo do terreno SUBGRUPAMENTO Opiniões, ideias, afinidades Conforto para os participantes Sensação de inclusão Diferenças podem gerar conflitos CONFRONTAÇÃO Conflito e caos surgem espontaneamente nos grupos sem liderança. Período conturbado, trocas de acusações, dificuldade de atuação do líder DIFERENCIAÇÃO Intensa atuação do líder Subgrupos rompidos Destaque para os objetivos reais Cada indivíduo é diferente e importante para o grupo Quem reagrupa agora é o líder COMPARTILHAMENTO As pessoas têm iniciativa Se preocupam com o rumo da equipe Compartilham riscos e dificuldades O líder dá o direcionamento Fonte: Pedro Mandelli; Muito além da Hierarquia; Editora Gente Estágios de Formação de um Grupo Comportamento Participação Subagrupamento Confrontação Diferenciação Responsabilidade compartilhada Clima e Relacionamento Baixo conflito, sentimentos ocultos, cautela Proximidades entre os subgrupos, críticas fora dele, falsa unanimidade Hostil entre subgrupos Confiante, honesto, aberto, com diferenças Apoio expressivo, desacordos prontamente resolvidos Entendimento, aceitação do direcionamento da área Baixa, confusa Clareza crescente, ainda com percepções erradas Combatida Aceita por acordo da maioria Comprometimento pleno Comunicação/troca de informações Intensa, porém com distorções e pouca profundidade Percepção de que as similaridades dos grupos não são tão grandes Fraca, insuficiente entre os subgrupos, mas razoável dentro deles Satisfatória Excelente, rápida, direta, objetiva Tomada de decisão Dominada pelos membros ativos Fragmentado, cheio de impasses, o chefe interfere Dominada pelos mais poderosos e pelos que falam mais alto Baseada em conhecimentos individuais; em geral, chefe decide após consulta Consenso coletivo quando necessário, individual quando apenas um conhece Resposta à liderança Testada pelos membros, tentativa Resistência frequentemente oculta Lutas por espaço, manobras para ganhar posições Apoio geral, com diferenças individuais em influência Apoio total, mas com liberdade para discordar Preocupação com o funcionamento como grupo Nenhuma Percebido, discutido em pequenos grupos Usada como arma contra os oponentes Alternada entre não crítica e discussões compulsivas Discutida quando necessário para ajudar o cumprimento Fonte: Pedro Mandelli; Muito além da Hierarquia; Editora Gente Estágios de Formação de um Grupo Papéis “O mundo é um palco e todos os homens e mulheres são atores” Shakespeare. Robbins define: um conjunto de padrões comportamentais esperado, atribuído a alguém que ocupa uma determinada posição em uma unidade social. Identidade do papel – as pessoas ao assumirem um conjunto de responsabilidades e atribuições em um grupo assumem também a identidade do papel. Isso nos conduz a uma percepção de como devemos agir em uma determinada situação. Fonte: Robbins, S. Comportamento Organizacional 9 Ganhos no Trabalho em Grupo Os três fundadores do Blue Man Group recorrem a tomada de decisões em grupo para alcançar soluções de alta qualidade. As decisões de escolha dos materiais a serem usados em cena, a maneira de administrar seus 500 funcionários e como expandir seus negócios para outros países são tomadas através de acordo de unanimidade entre eles. 10 TOMADA DE DECISÕES EM GRUPO PRÓS E CONTRAS PRÓS Diversidade de pontos de vista Informações e conhecimentos mais completos Decisões de melhor qualidade CONTRAS Consumo de tempo Pressão para conformidade ao grupo Pessoas dominantes Diretor – Sidney Lumet Produtor e ator Henry Fonda 1957 ATIVIDADE Questões para discussão: Como você analisa o roteiro deste filme? Há uma tendência de as pessoas seguirem a maioria sem questionamentos, uma pessoa pode fazer a diferença? Nas organizações e em nossa vida pessoal, como podemos estimular e dar voz a todas as pessoas do grupo? 12 HOMENS E UMA SENTENÇA Trata-se de um filme muito cultuado no cinema, tanto pela história e interpretação, quanto pela direção e o uso de novas técnicas. A primeira versão e mais famosa do filme foi exibida em 1957, dirigida por Sidney Lumet que usou, de forma inédita, closes nas falas das personagens e estrelada por Henry Fonda. O filme trata do julgamento de um jovem de 18 anos acusado de ter matado seu pai com um punhal. Se for julgado culpado irá para a cadeira elétrica, mas, para isso, a decisão do júri deve ser unânime, tanto sobre a culpa quanto sobre a inocência. Se não houver unanimidade será realizado novo julgamento. Inicialmente, é realizado um levantamento sobre o posicionamento dos membros do júri e onze levantam a mão condenando o jovem. Um deles não levanta a mão gerando a indignação dos demais que queriam terminar rapidamente o julgamento, pois acreditavam que as provas eram irrefutáveis, apontando o jovem como culpado. Henry Fonda faz o papel de um de um arquiteto que diz: “todas as evidências mostram que ele é culpado, mas temos o dever de discutir e formar convicção a respeito da culpa do jovem, por isso quero discutir com vocês o caso”. A partir daí, a contragosto da maioria, se iniciam as discussões sobre as provas e, gradativamente, as mesmas são colocadas em xeque, gerando dúvidas razoáveis sobre a culpabilidade do réu. Um a um dos membros do júri muda sua posição e ao final todos creem que há dúvidas razoáveis e que o réu deve ser absolvido. Este filme foi relançado em 1997, estrelado por Jack Lemmon, onde uma pessoa faz a diferença no grupo. Questões para discussão: Como você analisa o roteiro deste filme? Há uma tendência de as pessoas seguirem a maioria sem questionamentos, uma pessoa pode fazer a diferença? Nas organizações e em nossa vida pessoal, como podemos estimular e dar voz a todas as pessoas do grupo? Significa valorizar o que é relevante para o negócio, tendo persistência e entusiasmo para alcançar os melhores resultados. PROCESSO POSTURA FERRAMENTA Máxima Produtividade Equipe de Alta Performance Regras de Funcionamento Discussão dos fatos Respeito às ideias Cooperação e sinergia Foco nas competências de cada um Valorização de todos os integrantes Liberdade = Responsabilidade = Autodisciplina Administração Metas individuais partilhadas de acordo com as metas globais Desafio e pressão produtivos Processo decisório descomplicado Gerenciamento das falhas Monitoramento de performance Fonte: Programa de Liderança Insead – apresentação Daniel Musyca Modelo EAP Comportamentos Aceitação das diferenças individuais Padrões elevados de desempenho Tolerância a falhas na experimentação Clima de confiança Valorização do desempenho coletivo Equipe de Alta Performance Nível de Performance Atual Nível de Performance Diferenciada Resultados do Modelo EAP Área de Atuação do Gestor Fonte: Jon Katzenbach, Desempenho Máximo, Negócio Editora Ajuste de Foco no Negócio Definir metas Alinhar estratégias Validar indicadores de performance Definir os accountabilities individuais Avaliação e Reconhecimento Alinhar expectativas de desempenho e desenvolvimento Avaliar a partir do contratado Estruturar formas de reconhecimento individual e coletivo Administração do Relacionamento Definir regras de convivência Praticar o feedback Solucionar os conflitos Potencializar as interfaces Gerenciamento dos Resultados Acompanhar atingimento das metas Neutralizar obstáculosAvaliar riscos de fracasso Revalidar as metas on going Mudança de Modelo Mental Ser melhor a cada dia Quebrar paradigmas Integrar os esforços Dividir know how e best practices Processo EAP Equipe de Alta Performance Direção, interação e renovação são interdependentes. Para progredir verdadeiramente, as equipes devem funcionar simultaneamente nessas três dimensões. Qualidade de Interação Qualidade de Direção Qualidade de Renovação 1 2 Equipe de Alta Performance Qualidade de direção: Ter entendimento compartilhado de objetivos e valores; Alinhar prioridades; Focar estrategicamente nas metas da equipe e na direção, desenvolvendo talento e impulsionando o aumento de iniciativas. Qualidade de interação: Ir além da expertise individual para resolver problemas complexos Encorajar pensamento crítico por meio do diálogo efetivo Aproveitar diversos pontos de vista Qualidade de renovação: Expandir as capacidades para responder a mudanças Estimular o desenvolvimento pessoal e a capacidade de correr riscos Evitar limitação intelectual; utilizar insight e conhecimento de fora do grupo Equipe de Alta Performance Direção Orientação externa Inovação Ambiente e valores Liderança Coordenação e controle Responsa- bilização Habilidades Motivação Alinhamento Execução Fonte: McKinsey Renovação Resultados da Pesquisa McKinsey: elementos para Performance Organizacional ATIVIDADE – ESTUDO DE CASO CASO DA RENAUXVIEW A história da RenauxView iniciou em 1892, quando o Cônsul Carlos Renaux fundou uma das primeiras fábricas de tecidos de Santa Catarina. Três décadas mais tarde, identificando uma oportunidade na produção de tecidos para decoração, o filho Otto Renaux, juntamente com Otto Neitsch, engendra um spinoff da fábrica mãe. Surge assim, em 27 de abril de 1925, e contando com 18 colaboradores, as Indústrias Renaux S.A. Até o final da década de 60, a empresa foi uma das principais fornecedoras nacionais de tecidos para estofamentos, cortinas, toalhas de mesa e outras aplicações domésticas. A partir dos anos 70, a empresa passa a produzir tecidos para vestuário, voltados principalmente para a camisaria masculina. Desde a década de 80, quando já empregava mais de 1.000 profissionais, a empresa figura entre as melhores empresas para se trabalhar na região. Levando a empresa para além da camisaria masculina, uma nova orientação estratégica é estabelecida a partir de 2006. Com foco em “soluções de moda” para os segmentos feminino, infantil e masculino, a nova estratégia contempla grandes investimentos em novas tecnologias de produção e beneficiamento. Em 2007, refletindo esta mudança, a empresa agrega a nova visão ao seu nome e passa a chamar-se RenauxView. Hoje a empresa é reconhecida como uma das mais criativas fornecedoras de tecidos para a indústria da moda com soluções de coleção e exclusivas em tecidos de algodão, tecidos de viscose, tecidos de linho e tecidos com diferentes blends de fibras. Os artigos RenauxView são oferecidos em quatro linhas de produtos: tecidos fio tinto, tecidos estampados, tecidos em Jacquard e tecidos unicolores (lisos). Hoje, tendo sido reconhecida por quatro anos consecutivos pelo instituto Great Place to Work® como uma das melhores empresas para se trabalhar em Santa Catarina, é uma empresa alegre e criativa que oferece uma rica gama de tecidos para o vestuário em quatro linhas de produtos: unicolor, fio tinto, estampado e Jacquard. Também para os clientes a RenauxView é uma das melhores empresas com quem trabalhar. Grande parte deles vem até a empresa para dar vida a seus desenvolvimentos exclusivos O processo decisório é ágil e compartilhado entre todos os colaboradores e lideranças. Essa postura, desde 2006, tem tornado a empresa ágil e inovadora. Está localizada na cidade de Brusque no Vale do Itajaí, onde existem várias empresas de tecelagem. Muitas deixaram de existir por não se inovarem. Durante a pandemia a empresa decidiu não demitir ninguém. Durante o período de máquinas paradas as pessoas aproveitaram para testar novos padrões de tecido, preparando coleções para os anos subsequentes. Em setembro de 2020 havia uma grande demanda para tecidos finos e empresa estava a pleno vapor, não ter demitido ninguém foi fundamental para uma retomada vigorosa. A proposta das novas coleções foi muito bem aceita gerando ampliação da participação no mercado pela RenauxView. A organização de forma natural desenvolveu uma cultura ágil de gestão e sua marca é a participação de todos nos processos decisórios e um grande protagonismo de todos. Existe uma liderança que conseguiu criar equipes de alta performance, com um alto nível de integração entre os processos. Questões para análise: Quais são as bases para a criação de uma cultura ágil? Como desenvolver lideranças que estimulem a formação de equipes de alta performance? BASES DA CULTURA ÁGIL BASES DA CULTURA ÁGIL COOPERAÇÃO EMPODERAMENTO SIMPLICIDADE FLEXIBILIDADE ALTA PERFORMANCE BASES DA CULTURA ÁGIL COOPERAÇÃO Priorizar as pessoas e a cadeia de valor do negócio em relação aos processos e ferramentas; Fomentar a diversidade e criar ambientes interativos e colaborativos. BASES DA CULTURA ÁGIL EMPODERAMENTO Segmentar a gestão e o desenvolvimento de projetos em pequenos ciclos com entregas frequentes e rápidas; Estimular o trabalho em times auto organizados e empoderados BASES DA CULTURA ÁGIL SIMPLICIDADE Promover a simplicidade para atender às mudanças frequentes; Tornar os erros numa oportunidade de aprendizagem compartilhada. BASES DA CULTURA ÁGIL FLEXIBILIDADE Buscar a flexibilidade para atender às mudanças frequentes; Incentivar a inovação e soluções disruptivas. BASES DA CULTURA ÁGIL ALTA PERFORMANCE Promover times de alta performance e multi skill; Envolver os clientes em todas as etapas da inovação. MODELO TRADICIONAL X MODELO ÁGIL MODELO TRADICIONAL X MODELO ÁGIL TRADICIONAL MODELO ÁGIL ESTRATÉGIA CENTRO DE EXCELÊNCIA DESENVOLVE SOLUÇÃO TI DESENVOLVE SUPORTE TÉCNICO GESTOR LOCAL IMPLEMENTA SOLUÇÃO SOLUÇÃO DESENHADA NO TOPO SOLUÇÃO PRONTA E NÃO TESTADA PRODUTO FINAL COM SUPORTE TECNOLÓGICO CRIAÇÃO DE UM MVP TESTADO PELO CLIENTE CRIAÇÃO DE PROTOTIPO DA SOLUÇÃO GRUPO INFORMAL E MULTISKILL (SQUAD) DESENHA SOLUÇÃO SOLUÇÃO DESENHADA NA FONTE IDENTIFICAÇÃO DA DOR NA FONTE SOLUÇÃO DESENVOLVIDA PELO CLIENTE Indicações de Leitura 31 Robbins, Stephen P. – Comportamento Organizacional - capítulo 8 e 9 – Ed. Pearson. Amaru, A. C. Gerência de Trabalho de Equipr. Ed. Pioneira. Dyer, W. G. Team Building: Issues and Alternatives. Ed. Addison-Wesley. Lannes, L. S. Equipes e Cooperação. Ed. Saraswai. Batitucci, M. D. Equipes 100%. Ed. Makron Books. OBRIGADO e-mail – jdutra@usp.br
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