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AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
 
ALMOXARIFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
 
ALMOXARIFE 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
MÓDULO I 
 
1 INTRODUÇÃO E IMPORTÂNCIA DA FUNÇÃO ESTOQUE 
1.1 A FUNÇÃO ESTOQUE E SUA IMPORTÂNCIA PARA A EMPRESA 
1.2 DEFINIÇÕES E CONCEITOS DE ESTOQUES 
1.3 TIPOS DE ESTOQUES 
1.4 TRATAMENTOS DOS ESTOQUES 
 
MÓDULO II 
 
2 O ALMOXARIFE: SUAS FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES 
2.1 DESCRIÇÃO DO CARGO 
2.2 RESPONSABILIDADES 
2.2.1 Responsabilidades Estratégicas 
2.2.2 Responsabilidades Táticas ou Gerenciais 
2.2.3 Responsabilidades Operacionais 
2.3 REMUNERAÇÃO 
2.4 POLÍTICAS DE CRESCIMENTO NO CARGO 
2.5 IMPORTÂNCIA DO ALMOXARIFE PARA AS EMPRESAS 
 
MÓDULO III 
 
3 COMO FUNCIONA A MOVIMENTAÇÃO NO ESTOQUE 
3.1 ENTRADAS E SAÍDAS DE ESTOQUES 
3.2 MOVIMENTAÇÕES INTERNAS DE PRODUTOS 
3.3 ORGANIZAÇÃO INTERNA DOS ESTOQUES 
3.4 MÉTODOS FIFO, LIFO E MÉDIA 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 4 
3.4.1 Método Fifo 
3.4.2 Método Lifo 
3.4.3 Método pela Média 
 
MÓDULO IV 
 
4 COMO É REALIZADO O CONTROLE DE ESTOQUES 
4.1 CONTROLE FÍSICO E CONTAGEM PERIÓDICA 
4.2 INVENTÁRIOS IMPRESSOS E ELETRÔNICOS 
4.3 PERDAS E EXTRAVIOS DE MERCADORIAS E SUA REPERCUSSÃO NA 
FUNÇÃO ESTOQUES 
 
MÓDULO V 
 
5 LAYOUT E ARRUMAÇÃO DOS PRODUTOS NO ESTOQUE E PEQUENA 
DESCRIÇÃO DE CUSTOS DE ESTOQUES 
5.1 MODELOS DE LAYOUT 
5.2 ORGANIZAÇÃO DOS ESTOQUES DE ACORDO COM O LAYOUT 
5.3 ARRUMAÇÃO E LIMPEZA DO LOCAL DE ESTOCAGEM 
5.4 CONSERVAÇÃO DOS PRODUTOS 
5.5 CUSTOS DE ESTOQUES 
5.5.1 Custos de Armazenagem 
5.5.2 Custos de Pedido 
5.5.3 Custos Financeiros 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 5 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 INTRODUÇÃO E IMPORTÂNCIA DA FUNÇÃO ESTOQUE 
 
 
1.1 A FUNÇÃO ESTOQUE E SUA IMPORTÂNCIA PARA A EMPRESA 
 
 
O almoxarife possui uma função de extrema importância dentro do contexto 
empresarial, visto que a grande maioria das empresas necessita utilizar-se de 
estoques, em alguma fase de seu processo de produção ou comercialização de 
produtos. 
Assim sendo, o almoxarife é o responsável pelo controle, movimentação e 
perfeito funcionamento do processo de estoques em uma empresa. 
A função estoque ocupa um papel muito importante para a empresa, pois ela 
acaba sendo estratégica para o contexto empresarial, visto que os estoques 
desempenham diferentes papéis dependendo dos objetivos a serem alcançados, 
sendo que funcionam como reguladores do abastecimento de produtos ao mercado, 
ou como impulsionadores para as vendas, ou como diferenciadores perante os 
concorrentes, visto que, em muitas vezes, os clientes desejam os produtos no 
mesmo momento da compra, não estando disposto a esperar pela entrega. 
Também servem para o atingimento de diversos objetivos empresariais, 
como a proteção de compras, a disponibilidade de mercadorias para serem 
entregues ao cliente final no momento em que o mesmo deseja, também servem 
como forma de investimento financeiro, por meio de ganhos financeiros em compras 
maiores, ou pela preservação das mercadorias contra possíveis altas de preços, 
além de poder possibilitar alguma vantagem competitiva frente aos seus 
concorrentes, pela disponibilidade imediata dos produtos ao mercado, pelo simples 
processo de estarem disponíveis em estoques. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
Dessa forma, a empresa necessita desenvolver estratégias gerenciais 
eficazes para o estoque, pois em muitos momentos, o mesmo pode ser o diferencial 
entre o sucesso e fracasso empresarial, possibilitando o atingimento ou não dos 
objetivos empresariais. 
Assim sendo, a função estoques não é uma função atrativa ao processo 
empresarial, visto que é um processo que acaba não agregando valor direto ao 
negócio da empresa, visto que nenhuma empresa deseja desembolsar uma grande 
quantidade de recursos financeiros na compra e manutenção de mercadorias nos 
estoques. 
E esse é o grande desafio para as organizações no tocante à perfeita gestão 
dos estoques. Assim, as empresas desejam realizar investimentos em setores, ou 
aspectos empresariais que produzam retornos financeiros considerados ao seu 
capital que fora investido. 
Dessa maneira, os estoques não são um tipo de investimento que as 
organizações desejam manter, por ser um investimento que não produz retorno 
financeiro imediato, e menos ainda, um retorno financeiro que seja rentável ao 
capital investido. 
No entanto, os estoques proporcionam ganhos indiretos às empresas, pelas 
características de sua função. Assim sendo, quando a empresa consegue obter um 
desconto financeiro pela compra de maior volume de mercadorias, ou por adquirir 
uma maior quantidade de lotes ao comum comprado, essa quantidade adicional de 
mercadorias que foi adquirido não possui função imediata e acabará indo para o 
estoque, sendo armazenado pela empresa até o devido momento de seu uso, no 
caso de matérias-primas, ou até o momento em que o cliente desejar comprá-lo. 
Então, o desafio para as organizações é exatamente conseguir obter o 
perfeito equilíbrio entre o ganho financeiro obtido pela concessão de descontos do 
fornecedor e os custos gerados pela função estoque. Por outro lado, se a empresa 
opta em não arcar com os custos de estocagem, o que será detalhado em capítulo 
adiante, ela poderá arcar com perdas maiores em função de não possuir os insumos 
e materiais necessários à produção de seus bens (no caso de fabricantes) ou do 
pleno atendimento ao cliente no momento da venda (no caso de empresas 
comerciais). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
Essa perda pode ser muito maior que os custos proporcionados pela 
estocagem, pois dependendo da empresa, o cliente pode não desejar esperar pela 
entrega, não realizando a compra, em que a empresa deixa de adquirir os recursos 
financeiros necessários para o cumprimento de suas funções e atividades 
empresariais, e também, outras perdas maiores, como a perda da fidelidade do 
cliente, que não retorna para compras futuras. 
E o pior ainda, o cliente acaba indo adquirir o produto de empresas 
concorrentes, fidelizando-se a elas e a empresa arcando com os custos dessa 
perda. 
Dessa maneira, os estoques são os meios naturais para a empresa poder 
enfrentar a incerteza na demanda de seus produtos, visto que, por mais preciso que 
os gestores possam construir as suas previsões de demanda e consumo, ou venda, 
o ambiente competitivo do mercado atual em que estão às organizações é de 
extrema incerteza, ocorrendo momento em que se torna imprevisível poder calcular 
com exatidão como será o consumo, as vendas, a demanda em si para determinado 
período. 
Assim, é por meio dos estoques que essa incerteza pode ser compensada 
em eventuais situações desfavoráveis. 
 
 
1.2 DEFINIÇÕES E CONCEITOS DE ESTOQUES 
 
 
Estoques são materiais ou produtos que ficam fisicamente disponíveis pela 
empresa, até o momento de ingressarem no processo produtivo ou seguirem para a 
comercialização direta ao consumidor final. 
Os estoques podem ser de matérias-primas e outros insumos, produtos em 
processos, produtos acabados disponíveis para a comercialização e todos os 
demais materiais e insumos que a empresa utiliza e que necessitam estar 
armazenados nas suas dependências. 
Os estoques podemser de diversas formas, dependendo do negócio da 
empresa e de que forma ela executa a sua função. Por exemplo, uma empresa que 
fabrica determinado produto, irá possuir estoques diferentes de outra empresa que 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
apenas comercializa os seus produtos com o consumidor. Um atacadista irá ter 
estoques diferentes de um varejista e de um fabricante. Uma empresa agrícola 
possuirá estoques diferentes em cada nível ou estágio de sua produção. Uma 
empresa de serviços possuirá estoques de produtos secundários, ou de materiais 
que não influenciam diretamente no seu negócio. 
Os estoques também mudam em função do porte das empresas, em que 
empresas grandes irão possuir estoques diferentes de empresas pequenas ou 
microempresas e assim por diante. Essa diferenciação dos estoques será detalhada 
mais aprofundamente adiante. 
Pode-se perceber que os estoques são todos os materiais, sejam de 
qualquer espécie, que a empresa necessita utilizar na realização de seus negócios 
empresariais e que ficam armazenados nas dependências da empresa para serem 
utilizados em momentos específicos. 
Geralmente, o uso de estoques está atrelado ao consumo dos produtos que 
a empresa comercializa, assim, poderão surgir oscilações na demanda desses 
produtos, e aí então, os produtos que estão em estoques são utilizados. 
Dessa maneira, a empresa utiliza-se de estoques para se prevenir de 
incertezas que possam ocorrer no tocante à comercialização de seus produtos, 
evitando arcar com grandes prejuízos pelo não atendimento ao seu cliente pela falta 
dos produtos no momento em que o mesmo deseja. Episódio que pode acarretar, 
inclusive, a perda do cliente. 
Assim, para evitar esses transtornos, as empresas efetuam previsões da 
demanda, visando compreender como será a comercialização de seus produtos em 
determinado período, tendo condições de poder disponibilizar os seus produtos na 
quantidade certa para o atendimento a esta demanda, evitando que os produtos 
faltem e não estejam disponíveis aos consumidores. 
No entanto, na maioria das vezes, as empresas não conseguem prever 
exatamente como ocorrerá a demanda, pois diversos fatores contribuem para essa 
previsão. 
Dessa forma, para se evitar a falta de mercadorias para o atendimento das 
necessidades e desejos dos clientes, mediante a incerteza ou risco na previsão da 
demanda, as empresas utilizam-se dos estoques, mantendo determinada 
quantidade de mercadorias, sejam produtos prontos e acabados, sejam produtos em 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
processamento, insumos, os quais podem ser matérias-primas a serem usadas no 
processo de fabricação, por exemplo, a fim de se prevenir dessas incertezas. 
Porém, a função estoques é muito complexa, e acabando oferecendo 
vantagens e desvantagens para as empresas pela sua existência. 
Entre as principais vantagens de se manter estoques estão: 
1. Possibilitar a garantia de abastecimento de materiais para a 
empresa 
2. Proporcionar economias de escala, por meio de compras 
maiores, descontos, aumento nos preços de vendas, etc. (como será descrito 
posteriormente). 
 
 
FIGURA 01 – RAZÕES PARA AS EMPRESAS POSSUÍREM ESTOQUES 
 
Peças fora do 
padrão
Por que manter Estoques?
Arranjo físico 
ruim
Quebra de 
máquina
Quebra de 
máquina
Setup de 
máquina 
demorado
Baixa 
capacidade de 
processos
Operadores 
não 
preparados
Falha na 
programação 
da produção
Demanda 
instável
Falta de 
confiança nos 
fornecedores
Existência de 
gargalo
Erros de 
quantidadeRetrabalho
Precaução contra ...
N
ív
e
l 
d
e
 “
e
s
to
q
u
e
”
 
FONTE: o Autor. 
 
 
As principais desvantagens da política de estocagem incluem os custos de 
estoques, que são vários e diversos, como o custo de armazenagem, de transporte 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
e movimentação interna, o custo pelo investimento do local de armazenagem, o 
custo de pedido, o custo de manutenção de estoques, o custo financeiro, o custo de 
oportunidade, entre outros. 
Dessa forma, percebe-se que os estoques acabam aumentando os custos 
totais da empresa, fato que gera um impacto negativo na lucratividade da mesma. 
Além disso, os estoques acabam sendo o regulador da função produção, pois todos 
os fatos que acontecem no setor de produção e que não atingem os níveis de 
excelência em eficiência e eficácia acabam sendo mascarados por meio dos 
estoques, em que se pode afirmar que um alto estoque, ou seja, uma grande 
quantidade de produtos armazenados em estoques, aguardando o processo de 
comercialização ou de produção, acabam escondendo as ineficiências que a 
empresa possui no processo de produção e em todos os demais processos também. 
Essa lógica acontece, pois todos os erros, falhas, retrabalhos e demais 
condições que são geradas pela falta de eficiência, ou pela ineficiência, seja 
produtiva, seja no momento da comercialização, são escondidas pelos estoques, 
visto que a empresa já possui uma grande quantidade de produtos em estoques e 
não precisa se preocupar com a eficiência, pois a falta de determinado produto não 
afetará o alcance dos objetivos organizacionais, pelo fato de existir o chamado 
“pulmão” dos estoques. 
Assim sendo, se faltar mercadorias para atender o cliente, a empresa 
recorre ao seu estoque e o processo pode ser concluído. Porém, isso gera um grave 
e grande aumento de custos, reduzindo a lucratividade do negócio como um todo. 
Este assunto será detalhado com maior riqueza de dados no módulo 05. 
Voltando ao fato dos estoques possuírem grande importância no processo 
empresarial, o que acontece é que a função estoques é muito mais importante do 
que muitas pessoas pensam, e não é apenas uma determinada quantidade de 
mercadoria esperando para ser consumida. 
Na verdade, os estoques surgem como um regulador do processo 
empresarial, e a sua determinação acontece bem antes do processo de 
comercialização e vendas. 
A determinação de estoques inicia-se na construção do planejamento 
estratégico, que é um guia, uma diretriz que a empresa possui (ou deveria possuir) 
como forma de gerenciar o seu negócio por meio de uma previsão dos aspectos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
mais importantes do processo empresarial como um todo, e como característica 
importante, em um horizonte de longo prazo, geralmente mais de 05 (cinco) anos. 
Nesse planejamento a empresa determina os seus objetivos e como irá agir 
e atuar para que esses objetivos sejam alcançados, baseados em uma análise 
detalhada de seu ambiente interno, ou seja, é realizada uma análise da empresa em 
si, em todo o seu contexto, analisando os seus processos, produtos e serviços, os 
setores da empresa, os equipamentos, máquinas e processos, as pessoas na 
empresa, as forças e fraquezas que a mesma possui, além de elucidar as 
oportunidades que podem ser aproveitadas, bem como as ameaças a que está 
exposta. 
Também, na construção do planejamento estratégico, são analisados os 
aspectos externos, como todas as informações pertinentes aos concorrentes, 
fornecedores, clientes, mercado, governo, globalização, concorrência externa, 
tecnologia, etc., para após todas essas análises, traçados os objetivos de curto e 
longo prazo, bem como as estratégias para que ocorra o seu alcance. Nesse 
planejamento é que são definidas as diretrizes e políticas para os estoques, além 
das estratégias para o seu perfeito gerenciamento e eficiência. 
Após ter-se determinado como serão às políticas de estoques que a 
empresa adotará para a execução e manutenção, devendo iniciar-se com o 
processo de previsão de demanda e as respectivas compras de produtos e 
mercadorias que farão parte do estoque que a empresa adotará. 
Essa dinâmica não é muito simples, sendo uma rede complexa de ações 
que a empresa necessita realizar e desenvolver para atingir os seus objetivos, mas é 
possível compreender-se por meio da Figura 02 abaixo:AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
 
 
FIGURA 02 – PREVISÃO DA DEMANDA 
SAZONALIDADEDADOS HISTÓRICOS
INFLUÊNCIA DO 
MARKETING
INCENTIVOS 
GOVERNAMENTAIS
PREVISÃO DA DEMANDA
MÉDIA 
SIMPLES
MÉDIA 
PONDERADA
OUTROS 
ASPECTOS
DATAS ESPECIAIS
OFERTA E DEMANDA
 
FONTE: o Autor 
 
 
O processo de previsão de demanda consta de uma análise em que se 
buscam identificar todos os aspectos que possibilitem para a empresa determinar 
qual será a demanda para os seus produtos em determinado espaço de tempo, a fim 
de poder abastecer o mercado com esses produtos, na quantidade desejada pelo 
mercado e no momento exato da necessidade ou desejo do cliente. 
Essa previsão é construída de diversas maneiras, em que se busca 
identificar quais os produtos que serão desejados pelos clientes naquele período e 
em qual quantidade, tentando amenizar os riscos e incertezas, a fim de atender 
plenamente aos consumidores e aumentar a lucratividade da empresa. 
A previsão de demanda pode ser feita pela análise de dados históricos que a 
empresa possua arquivado de alguma forma, seja em banco de dados de softwares 
de gestão, os ERPs, ou em outro tipo de armazenamento de dados, como em 
planilhas eletrônicas ou arquivos impressos. Por meio da análise desses dados, 
pode-se determinar a demanda projetada para determinado momento. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
Outra forma de poder mensurar a demanda consta na observação de fatores 
sazonais, ou sazonalidade, em que se pode perceber que a demanda acontece em 
forma de oscilações repentinas e drásticas no consumo em determinados momentos 
do ano, ocorrendo a incidência dos chamados “picos de consumo” e “vales de 
consumo”, ou seja, nos picos de consumo existe uma grande elevação do consumo, 
bem acima da média normal, e nos vales de consumo, ocorre o oposto, com um 
consumo muito baixo em relação ao padrão normal de demanda. 
Isso acontece, em geral, em virtude de alguns fatores, como datas 
comemorativas ou estações do ano, por exemplo. 
Assim sendo, citando como exemplo de datas comemorativas, pode-se 
visualizar a grande venda (pico de consumo) de “ovos de páscoa” na época do ano 
em que se comemora esta data, e de grandes vales de consumo nos demais 
períodos do ano. 
Outro exemplo refere-se ao consumo de blusas de lã, ou casacos de couro 
nos meses de inverno, ocasionando um grande aumento nas vendas desses 
produtos nesses meses (picos de consumo) e a pequena venda dos mesmos 
produtos nos meses de verão (vales de consumo), como é mostrado nas Figuras 03 
e 04. 
 
 
FIGURA 03 – SAZONALIDADE DA DEMANDA 
 
 
FONTE: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-20032004000400003&script=sci_arttext Acesso 
em 19/12/2012. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
 
 
FIGURA 04 – EXEMPLO DE SAZONALIDADE NOS MERCADOS 
 
 
Fonte: http://empremania.com.br/arquivo/882/academia-indices-economicos Acesso em 19/12/2012. 
 
 
Além desses dois aspectos, outros fatores também influenciam a previsão 
da demanda, como por exemplo: 
1. A influência do marketing; 
2. Os incentivos governamentais; 
3. O entendimento da lei da oferta e demanda; 
4. Datas comemorativas. 
 
Para se realizar o cálculo da previsão da demanda, utiliza-se de diversos 
métodos, que podem ser quantitativos ou qualitativos. 
Dentre os métodos quantitativos, que utilizaremos aqui, destacam-se a 
chamada “Análise de Séries Temporais”, que se utilizam algumas ferramentas 
matemáticas e estatísticas que possibilitam mensurar essas análises em dados 
quantitativos, ou seja, em números reais de quantidades que serão comercializados 
em determinados momentos. 
Assim sendo, para que a empresa possa determinar a sua política de 
estoques, ela necessita saber antecipadamente, qual (is) produto (s) será (ão) 
comercializado(s) e em que quantidade, no momento em que se está prevendo, seja 
anual, mensal, semanal ou até mesmo, diário. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
Dessa maneira, com esses números em mãos, as empresas podem traçar 
planos de ação para atender a essa demanda e não obter prejuízos, seja por 
aumento da produção, seja pela estocagem e armazenagem de seus produtos em 
estoques. 
As duas principais ferramentas matemáticas utilizadas na análise de séries 
temporais são: a média simples e a média ponderada. 
Há outros tipos de ferramentas utilizadas, como a média ponderada 
exponencialmente, a média ponderada exponencialmente com tendência, a média 
harmônica simples e ponderada, entre outras, no qual não nos atentaremos, visto 
que são ferramentas utilizadas com uma maior riqueza de detalhes, com o objetivo 
de determinar a demanda para o período com foco estratégico, o que não é o 
objetivo desse trabalho, em que expomos apenas uma pequena descrição da 
previsão de demanda, visando demonstrar a sua relação com a formação e gestão 
dos estoques. 
Dessa maneira, para calcular-se a previsão da demanda por meio da Média 
Simples, usamos a análise de uma série temporal, com uso de dados históricos, 
que podem ser semanas, meses e anos. Dessa forma, baseado na ocorrência 
temporal desses dados, pode-se prever como será o comportamento da demanda 
para aquele período que se desejar analisar. 
Por exemplo: Vamos imaginar uma padaria. A padaria deseja realizar a 
previsão da demanda para o mês de agosto e ele possui as informações sobre as 
vendas do ano corrente, subdivididos nos meses respectivos (janeiro a julho). Dessa 
forma, baseado nessas informações pode-se realizar a previsão para o mês de 
agosto. Os dados estão na Tabela 01 abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
 
 
TABELA 01 – EXEMPLO FICTÍCIO SOBRE CÁLCULO DE PREVISÃO DA 
DEMANDA 
Meses Quantidade Vendida 
Janeiro 130 
Fevereiro 119 
Março 148 
Abril 145 
Maio 160 
Junho 137 
Julho 142 
 
FONTE: o Autor 
 
 
Dessa maneira, para calcular a previsão da demanda para o mês de agosto, 
basta calcular a média da série temporal correspondente aos meses anteriores do 
período em destaque, ou seja, de janeiro a julho. Assim temos: 
 
Média Simples 
do Período= Janeiro + Fevereiro +Março + Abril + Maio + Junho + Julho 
 _____________________________________________ 
 7 
 
 
 
Média Simples do Período= 130 + 119 + 148 + 145 + 160 + 137 + 142 
____________________________________ 
 7 
 
 
 
Média Simples do Período= 140 
 
 
Assim, a média simples projetada para o mês de agosto é de 140 unidades. 
Dessa maneira, se a empresa possui esses dados e decide realizar a 
previsão de demanda baseado no cálculo por meio da média simples, ela 
determinará que a previsão da demanda para o mês de agosto será de 140 
unidades. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
Essa ferramenta é muito utilizada em situações em que a demanda se 
mantém em valores lineares, com alterações pouco dilatadas, em que os valores 
das séries temporais mantêm-se próximo da linha de tendência, com poucas 
alterações sobre o valor médio das vendas do período todo. 
Assim, percebe-se que, nessas condições, a demanda irá modificar-se 
dentro de um espaço médio pequeno no intervalo entre o limite máximo de oscilação 
da demanda e o limite mínimo da oscilação, sem grandes alterações. 
E baseado nessa tendência, os valores da demanda serão repetidos 
próximos a ela, em que se pode prever a demanda com a repetição do cálculo da 
média simples. 
Esse intervalo é demonstrado na Figura 05. 
 
 
FIGURA 05 – OSCILAÇÕES MÁXIMA E MÍNIMA DA DEMANDA 
40
42
41
43 42
37
34
31 30
27
32
34
Limite máximo de 
oscilação da demanda
Limite mínimo de 
oscilação da demanda
 
FONTE: o Autor 
 
 
Da mesma maneira, para calcular-se a previsão da demanda por meio da 
Média Ponderada Simples, usa-se a mesma metodologia da média simples, porém 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
com um diferencial. Para cada um dos valores usados acrescenta-se um Peso, de 
acordo com a maior importância para o período em que se estácalculando a 
demanda. A soma de todos os pesos deve ser igual a 01 (Um). 
 
Por exemplo: vamos utilizar o mesmo exemplo do cálculo da média simples, 
na previsão da demanda para a Padaria. (Tabela 02). 
 
 
TABELA 02 – CÁLCULO DE PREVISÃO DA DEMANDA PELA MÉDIA 
PONDERADA 
Meses Quantidade Vendida Pesos 
Janeiro 130 0,05 
Fevereiro 119 0,08 
Março 148 0,08 
Abril 145 0,1 
Maio 160 0,15 
Junho 137 0,22 
Julho 142 0,32 
 
FONTE: O Autor. 
 
 
Média Ponderada = (Jan x Peso)+(Fev x Peso)+(Mar x Peso)+(Abr x 
Peso)+(Mai x Peso)+(Jun x Peso)+(Jul x Peso) 
 
 
Média Ponderada = (130 x 0,05)+(119 x 0,08)+(148 x 0,08)+(145 x 
0,1)+(160 x 0,15)+(137 x 0,22) +(142 x 0,32) 
 
 
Média Simples do Período= 142 
 
 
No entanto, se o produto que a empresa comercializa, ou se a empresa 
participa em um mercado com a ocorrência de sazonalidade na comercialização, aí 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 19 
a forma de prever a demanda altera-se, visto que as duas formas anteriores (média 
simples e média ponderada) tornam-se falhas. 
 
Dessa forma, tem-se o exemplo abaixo de uma padaria que vende pães 
especiais. As quantidades vendidas no ano de 2012 são demonstradas na Tabela 03 
abaixo: 
 
 
TABELA 03 – EXEMPLO FICTÍCIO SOBRE CÁLCULO DE PREVISÃO DA 
DEMANDA ANUAL 
Meses Quantidade Vendida 
Janeiro 146 
Fevereiro 119 
Março 143 
Abril 109 
Maio 150 
Junho 112 
Julho 142 
Agosto 165 
Setembro 132 
Outubro 145 
Novembro 102 
Dezembro 147 
MÉDIA 134 
 
FONTE: o Autor 
 
 
Dessa forma, pode-se calcular a média das vendas do período, que é de 134 
unidades. 
Assim, ao analisar-se a tabela percebe-se que a padaria está em um 
mercado sazonal, em que as vendas ocorrem de forma irregular, com picos de 
vendas e vales de vendas, com valores maiores de vendas nos meses de janeiro, 
março, maio, agosto, outubro e dezembro. Também apresenta valores menores de 
vendas nos meses de fevereiro, abril, junho, setembro e novembro. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 20 
 
E então, como calcular a previsão de demanda para essa empresa? 
 
Para esse caso, o primeiro conceito a ser realizado é o chamado índice de 
sazonalidade, que é um índice que corrige as oscilações mínimas e máximas 
acontecidas em virtude da sazonalidade, e que permite realizar o cálculo da previsão 
da demanda para essa situação. 
Assim sendo, é por meio desse índice que se podem nivelar as demandas 
que acontecem nos picos e no vales de consumo para ter-se uma previsão da 
demanda que seja próxima do realizado. 
O índice de sazonalidade é obtido pela relação entre a demanda do período 
que se deseja achar e a média simples de todo o período. 
 
Por exemplo: 
No mês de janeiro, a empresa vendeu 146 pães. A média de vendas no ano 
é de 134 pães. Para encontrar o índice de sazonalidade para o mês de janeiro, 
basta dividir o valor das vendas do mês de janeiro pela média anual, ou seja: 
 
 
Índice de Sazonalidade de Janeiro = 146 
______________ = 1,09 
 
134 
 
 
E assim por diante com todos os meses. Dessa forma, para realizar-se a 
previsão da demanda para todo o ano, é necessário encontrar-se os índices de 
sazonalidade para todos os meses, de acordo com a Tabela 04 abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
 
 
TABELA 04 – CÁLCULO DE PREVISÃO DA DEMANDA COM ÍNDICES DE 
SAZONALIDADE 
Meses Quantidade Vendida Índice Sazonalidade 
Janeiro 146 1,09 
Fevereiro 119 0,89 
Março 143 1,06 
Abril 109 0,81 
Maio 150 1,12 
Junho 112 0,83 
Julho 142 1,06 
Agosto 165 1,23 
Setembro 132 0,98 
Outubro 145 1,08 
Novembro 102 0,76 
Dezembro 147 1,09 
MÉDIA 134 
 
FONTE: o Autor 
 
 
E depois de feito isso, é possível fazer-se a previsão para a demanda de 
consumo do ano seguinte, em que os valores são encontrados por meio da 
multiplicação da quantidade vendida pelo valor do índice de sazonalidade 
encontrado anteriormente. Dessa maneira, os valores encontrados são os valores 
denotados como sendo a previsão da demanda, como demonstrado na Tabela 05 
abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
 
 
TABELA 05 – CÁLCULO DE PREVISÃO DA DEMANDA COM SAZONALIDADE 
Meses Quantidade 
Vendida 
Índice 
Sazonalidade 
Previsão 
da Demanda 
Janeiro 146 1,11 162 
Fevereiro 119 0,90 108 
Março 143 1,09 155 
Abril 109 0,83 90 
Maio 150 1,14 171 
Junho 112 0,85 95 
Julho 142 1,08 153 
MÉDIA 132 
 
FONTE: o Autor 
 
 
Assim, após termos demonstrado como se faz a previsão de demanda, por 
meio de algumas ferramentas, pode-se expor que a previsão da demanda é 
construída em função do planejamento da produção e vice-versa, visto que a 
empresa não realiza a sua produção, no caso de fábricas, ou no caso de empresas 
comerciais atacadistas e varejistas, a quantidade de produtos a ser adquirido de 
seus fornecedores, sem nenhum critério. 
Geralmente, é traçado um planejamento minucioso de produção e vendas 
para cada momento, seja anual, mensal, semanal, etc. 
Dessa forma, a previsão de demanda acontece como um alimentador de 
informações, para que aconteça o planejamento da produção. E o planejamento da 
produção acontece em função da previsão da demanda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 23 
 
 
FIGURA 06 – PREVISÃO DA DEMANDA E PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
PREVISÃO DA 
DEMANDA
Planejamento 
De 
PRODUÇÃO
FONTE: o Autor. 
 
 
Assim sendo, após a empresa ter definido claramente a demanda futura, por 
meio de sua previsão, realizada por algumas ferramentas descritas neste curso, e 
utilizado essas informações e outras provenientes de outras diversas modalidades, 
para que se construa o planejamento da produção, como forma de poder atender 
plenamente aos desejos e necessidades dos consumidores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
 
 
FIGURA 07 – PREVISÃO DA DEMANDA E ESTOQUES 
 
PREVISÃO DA 
DEMANDA
Planejamento 
De 
PRODUÇÃO
INCERTEZAS
ERROS DE 
PREVISÃO
ESTOQUES
 
FONTE: o Autor. 
 
 
Dessa forma, o planejamento da produção e a previsão da demanda são 
construídos quase que simultaneamente, a fim de poder obter essas ferramentas 
essenciais para a gestão. 
 
Mas e os estoques nesse contexto todo? 
 
É exatamente dentro desse aspecto todo de previsão de demanda e 
planejamento da produção é que interferem diretamente na função estoques, visto 
que os estoques são reguladores do processo de fabricação e vendas da empresa, 
como foi exposto anteriormente. 
No entanto, por mais preciso que seja a previsão da demanda e o 
planejamento da produção para determinado momento e período, seja anual, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
mensal ou outro tipo, nem sempre essa previsão é exata e consegue atender 
plenamente aos desejos e necessidades da demanda. 
Assim sendo, em muitos momentos a empresa não realiza e nem utiliza 
esses dois tipos de ferramentas e em outros momentos, por mais preciso que essas 
ferramentas sejam utilizadas, sempre existem erros e falhas. Por mais realístico que 
a previsão da demanda possa ser executada e o planejamento da produção possa 
ser desenvolvido, há algumas imperfeições e falhas, que implementam no processo 
de demanda. 
Dessa maneira, com a existência desses erros e falhas, irão proporcionar 
que exista falta de produtos em determinados períodos. E, exatamente nesses 
momentos de faltas, falhas e erros, é que os estoques são a solução para esses 
erros e falhas. 
Então, a previsão de demanda e o planejamento da produção são realizados 
como forma de amenizar os erros e incertezas na demanda, em que como fora dito 
antes, por meio de erros e falhas, os quais acontecem em função de outros grandes 
aspectos, sejam aspectos governamentais, tecnológicos, mercadológicos, etc., e 
esses erros, riscos e incertezas são amenizados com os estoques, pois os estoques 
alimentam essas faltas de mercadorias e a empresa consegue atender aos seus 
objetivos empresariaise organizacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
 
 
FIGURA 08 – VARIAÇÕES DOS ESTOQUES 
 
ATENDIMENTO AO CLIENTE
DESCONTOS 
FINANCEIROS
PREVENÇÃO 
PARA ALTA DE 
PREÇOS
ESTOQUES
OPORTUNIDADES
ANTECIPAÇÃO DA 
PRODUÇÃO
LEAD TIME
 
FONTE: o Autor 
 
 
Nesse contexto, os estoques se justificam por duas razões principais: 
1. O atendimento ao cliente: esse talvez seja o motivo primordial para 
que as empresas utilizem de estoques, ou de manterem produtos armazenados 
aguardando um momento futuro para a sua produção ou comercialização. Se o 
cliente não for plenamente atendido em suas necessidades e desejos, as perdas 
para a empresa se tornarão significativas, visto que irão afetar diretamente os 
resultados financeiros que a empresa deseja alcançar e os seus objetivos 
empresariais que a mesma almeja atender. 
Sem o cliente, não existe a empresa e se o mesmo fica descontente, ou 
insatisfeito em um processo de compra, a empresa arca com esses custos do não 
atendimento ao cliente, que podem vir a se transformar em custos altíssimos em 
situações extremas, como por exemplo, a perda do cliente ou a sua transferência 
para a concorrência. Assim sendo, todos os esforços que a empresa necessita 
contemplar para fidelizar o cliente, são congruentes para que a mesma atinja os 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
seus objetivos organizacionais, como o lucro por exemplo. E nesse contexto todo, 
como já foi descrito, as empresas não conseguem realizar a previsão do consumo, 
ou da demanda para determinado período, de forma totalmente eficaz, ou seja, não 
é possível realizar um planejamento que seja 100% executável, ou que tudo o que 
foi planejado irá se concretizar da forma como fora planejado, sem nenhuma 
alteração. Isso não acontece no ambiente empresarial, no contexto geral, é mutante 
a todo o tempo, e grandes influências ocorrem no processo empresarial, em que os 
clientes mudam seus desejos e anseios, em virtude de vários e inúmeros aspectos, 
como a propaganda, a oferta de diversas opções de compra, crédito, etc. Dessa 
maneira, a previsão da demanda é apenas um referencial para que a empresa 
possa ter um parâmetro para compreender como será a demanda para determinado 
período de tempo para os seus produtos no seu mercado-alvo. E para corrigir-se 
essa incerteza e esses riscos, como a falta de mercadorias em um momento em que 
a previsão da demanda não foi totalmente contemplada e aconteceu uma procura 
muito maior do que a capacidade de oferta da empresa, ou aspectos semelhantes, 
como uma bem-sucedida campanha de marketing, ou jogos de promoções, 
descontos, campanhas, etc. é que a empresa utiliza-se dos estoques, como forma 
única e exclusiva de atender ao cliente, evitando que o mesmo fique insatisfeito e 
abandone aquela empresa ou aquele produto em específico. Dessa maneira, 
atender ao cliente seja talvez o aspecto de maior relevância para a existência de 
estoques. 
2. Oportunidades no mercado: Após a empresa ter usado os estoques 
como forma de atender ao cliente, no momento em que a empresa não consegue 
disponibilizar os seus produtos ao cliente exigente que o deseja naquele momento, 
sem ter talvez, a disponibilidade e a disposição para aguardar outro momento que 
seja viável para a empresa, transformando assim um processo de ganho, por meio 
da venda dos produtos, em perdas, pelo não atendimento ao cliente nas suas 
necessidades e desejos e sem criar a perfeita satisfação dos mesmos. A empresa 
também utiliza estoques como forma de aproveitar oportunidades que o mercado 
empresarial oferece, como por exemplo: 
a. Descontos financeiros: que são obtidos com os seus fornecedores, 
em que a empresa para alimentar os seus estoques, sejam eles de insumos, 
matérias-primas, ou materiais diversos, além de produtos acabados prontos para a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
comercialização, à empresa realiza todo o processo de compra e aquisição desses 
materiais junto aos seus inúmeros e diversos fornecedores, que podem ser grandes 
empresas multinacionais, ou pequenas empresas locais, entre outras. Dentro desse 
contexto do processo de compra, a empresa possui uma rotina de aquisição desses 
produtos, ou materiais, em que o mesmo se transforma em um processo rotineiro de 
compras, com a respectiva negociação de preços, quantidades, datas de entrega e 
pagamentos, entre outros aspectos. Porém, quando a empresa opta em utilizar-se 
de estoques, a aquisição modifica-se um pouco, visto que a quantidade de 
mercadorias a ser adquirido do fornecedor aumenta, pois a empresa irá adquirir 
esses produtos para atender a sua demanda normal, convencional, tradicional em 
que a empresa já faz esse processo periodicamente, além de uma quantidade 
adicional para alimentar os estoques. Essa quantidade adicional, que de regra, gera 
um aumento expressivo em todo esse processo, seja no aspecto financeiro, no 
aspecto comercial, no aspecto de transporte, etc. tanto para o fornecedor como para 
a empresa cliente, e a negociação desse adicional será diferente, visto que a 
empresa cliente irá desejar obter algum ganho extra do fornecedor, pelo aumento da 
quantidade comprada. Na maioria das vezes, os fornecedores concedem descontos 
financeiros nos preços dos produtos pelo aumento da quantidade comprada e esses 
descontos podem ser um grande atrativo para a empresa cliente, pois a necessidade 
de compra existe, ou existirá em um momento de curto prazo, e a empresa adota a 
filosofia de manter os seus estoques abastecidos, prevendo alguma reação do 
mercado consumidor em relação a essa demanda, podendo assim conseguir 
atender a esse cliente exigente. 
Dessa maneira, os descontos obtidos podem tornar-se significativos e serem 
grandes oportunidades para a empresa conseguir atingir os seus objetivos, visto 
que, mesmo com o aumento dos custos provenientes pela existência dos estoques, 
a empresa consegue diluir esses no horizonte de tempo, em virtude de um ganho 
financeiro obtido por meio de uma oportunidade de compra em maior volume e 
quantidade, como forma de aproveitar uma oportunidade. 
b. Prevenção para alta de preços: esse aspecto é outra oportunidade 
que a empresa pode aproveitar pela utilização dos estoques, visto que os preços 
sofrem alterações em diversos momentos ao longo do ano, e por meio dos 
estoques, a empresa cliente pode optar em realizar determinada aquisição de 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
produtos e mercadorias, visando se proteger de um futuro aumento de preços por 
parte do fornecedor. Dessa forma, a empresa realiza uma compra grande, maior e 
em quantidade adicional ao processo normal de compra que a mesma realiza em 
condições normais e esse adicional de mercadorias e produtos irá abastecer o 
estoque, em que esse estoque irá demorar certo período de tempo para ser 
totalmente consumido, seja pela produção ou pela comercialização, até que a 
empresa seja obrigada a realizar novas compras com seus fornecedores. Durante 
esse período em que a empresa não necessita realizar compras, em virtude de 
ainda possuir os produtos estocados, os seus fornecedores podem realizar aumento 
de preços de seus produtos, encarecendo para a empresa cliente. Como a empresa 
cliente não faz a compra por certo período de tempo, e possui os produtos em 
estoque, a mesma consegue se proteger desse aumento de preços, e até pode 
transferir para o seu consumidor final esse aumento que foi proposto pelo 
fornecedor, mas que ainda não foi pago pela empresa, com aumento nos preços de 
venda ao consumidor final. 
Esse ganho adicional que a empresa obtém torna-se um diferencial 
competitivo no mercado, pois ela teve um preço de custo de compra junto ao seu 
fornecedor bem menor, pois comprou o produto antes do aumento dos preços, e 
isso possibilita uma melhor negociação com seus clientes no processo de venda e 
atendimento aos desejos e necessidadesdos clientes. É lógico que em um novo 
momento de compra a empresa irá adquirir os seus produtos do fornecedor com 
aumento nos preços, mas o ganho já fora obtido por meio dessa compra antecipada 
e enviada para os estoques. 
c. Diminuição do Lead time: o terceiro aspecto que surge como 
oportunidade para a empresa em função da utilização dos estoques diz respeito à 
diminuição do tempo de lead time, ou seja, o tempo necessário para que a 
mercadoria chegue ao cliente, desde o processo de fabricação ou compra de um 
fornecedor. Com o uso de estoques, a empresa reduz esse tempo, podendo até 
zerar esse tempo, visto que os produtos que necessita já estão na empresa e não 
dependem de ações de outras pessoas ou empresas para que se faça o 
atendimento ao cliente. Assim sendo, essa redução no lead time proporciona um 
grande ganho para a empresa e solidifica as suas atitudes em relação ao cliente no 
contexto de satisfação plena do mesmo e fidelização. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
d. Antecipação da produção: por fim, com a redução do lead time, as 
empresas podem utilizar-se dos produtos em estoques para aproveitar alguma 
capacidade ociosa de produção ou vendas, antecipando esse processo e realizando 
a produção ou venda de momentos futuros no momento atual, ou presente. Assim 
sendo, a empresa consegue melhorar a sua eficiência produtiva, antecipando ao 
mercado os seus produtos e obtendo a antecipação financeira pela venda dos 
produtos em momentos antes aos previsto. 
 
 
1.3 TIPOS DE ESTOQUES 
 
 
Os estoques podem ser representados de diversas maneiras, dependendo 
do estágio de produção ou da posição dos produtos no processo de produção por 
completo, ou seja, a empresa pode deter estoques de matérias-primas e outros 
insumos, que se encontram antes do processo de produção, bem como também 
possuir estoque de produtos que estão sendo produzidos, além de possuir estoques 
de produtos acabados, que já estão prontos para a comercialização, além de possuir 
estoques de outros produtos que são chamados de acessórios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
 
 
FIGURA 09 – TIPOS DE ESTOQUES 
PRODUTOS EM 
PROCESSAMENTO
PRODUTOS 
ACABADOS
INSUMOS
Estoques
PRODUTOS 
ACESSÓRIOS
FONTE: o Autor 
 
 
a) Estoques de Insumos: os insumos correspondem a todo tipo de 
matéria-prima, ou demais materiais, que se encontram armazenados, ou estocados 
na empresa, aguardando o processo de produção, ou outro tipo de processo, ou 
momento, para ser utilizado. Dessa maneira, os insumos podem ser matérias-
primas diretas e específicas, como por exemplo, farinha de trigo em uma padaria, 
ou borracha em uma fábrica de pneus, ou outros materiais diretos, como 
componentes, embalagens, etc. Nesta categoria, os produtos são adquiridos junto 
aos fornecedores e são colocados em estoque, aguardando o momento exato do 
processo de produção para serem utilizados. Assim, a empresa consegue 
minimizar as suas perdas pela falta de produção ou por outros fatores, ou também 
para o aproveitamento de oportunidades, como descrevemos anteriormente. 
b) Estoque de Produtos em Processamento: Durante o processo de 
produção também é possível manter-se estoques dos produtos e dos componentes 
que estão sendo produzidos, ou serão produzidos no processo completo de 
produção. Isso é possível em virtude de que cada processo de fabricação é 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
composto por fases, e dependendo do produto final, as fases são complexas e 
contínuas, além de serem numerosas. Há produtos que demandam poucas fases 
de produção, outros exigem várias fases, em que cada uma delas é adicionada 
algum novo componente ou alguma alteração adicional. Dessa forma, a cada fase 
que é realizada o produto vai tomando a sua forma final, até se transformar no 
produto acabado que será comercializado. Como exemplo, podemos citar a 
produção de pães. Perceba que para produzir pães, uma padaria possui um 
processo de produção que inicia com a recepção das matérias-primas, como 
farinha de trigo, leite, água, sal, etc. Após esse recebimento, o operário 
responsável irá adicionar os ingredientes em uma batedeira, misturando cada 
componente com as suas respectivas quantidades. Após ter adicionado todos os 
ingredientes, ele aciona a batedeira, que irá bater todos esses ingredientes por um 
determinado tempo, até que se tenha uma massa. Após esse tempo, o operador 
desliga a batedeira e coloca a massa sobre uma mesa, onde irá esticá-la. Após 
isso, ele corta essa massa em pequenos filetes e coloca-os em uma assadeira. 
Após isso, ele leva a assadeira cheia de pães até o forno e deixa-os no mesmo por 
um determinado período. Após esse tempo, ele retira a assadeira do forno e 
despeja os pães em um recipiente, em que será destinado à venda, ou a algum tipo 
de embalagem. 
Perceba que existe uma sequência de atividades a serem realizadas e que 
cada atividade só é iniciada após a atividade anterior ter sido completada. Em 
nenhum momento é possível iniciar-se uma nova atividade subsequente sem que a 
anterior esteja terminada. Não é possível o operário da padaria “bater a massa” na 
batedeira e já colocar no forno. E também não é possível deixar de fazer alguma 
operação desse processo. Não dá para jogar os ingredientes já no forno e obter o 
pão pronto. Dessa maneira, para que cada etapa do processo seja desenvolvida, 
torna-se necessário que a fase anterior esteja encerrada. 
Nesse contexto, os estoques assumem duas possibilidades, dependendo da 
estrutura de produção que é adotada pela empresa fabricante, que pode ser a 
chamada “produção puxada” ou a “produção empurrada”. Então, dependendo do 
tipo de processo, a importância dos estoques torna-se maior ou menor. Na 
“produção empurrada”, os processos de produção são realizados de uma forma 
independente da demanda, ou seja, cada fase do processo é realizada 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
independente da demanda que foi prevista e cada fase realiza a sua atividade e 
“empurra” a sua produção para a fase seguinte, independente de qualquer 
situação. Dessa maneira, imaginemos que na padaria que citamos acima, o 
processo de produção seja feito por quatro operários, chamados de operários A, 
B,C, D e E. O funcionário A adiciona os ingredientes na batedeira e liga a mesma 
para que se produza a massa. O operário B despeja a massa sobre a mesa. O 
operário C faz os cortes na massa e coloca os pãezinhos na assadeira, o operário 
D coloca a assadeira no forno e o operário E retira os pãezinhos do forno e coloca 
no cesto para a venda. No sistema de produção “empurrado”, o operário A vai fazer 
o seu trabalho, sem se importar com os demais. 
Assim, quando ele percebe que a batedeira está vazia, ele adiciona os 
ingredientes e faz a mesma bater a massa. O funcionário B irá despejar a massa 
sobre a mesa toda vez que a batedeira parar de bater, independente de a mesa 
estar cheia de pães ou não. O funcionário C irá fazer os cortes na massa e colocar 
os pães na assadeira, sem se preocupar se a assadeira está cheia ou não e se o 
forno está cheio ou não e assim por diante. 
Esse tipo de sistema de produção não se preocupa com a fase seguinte, em 
que cada setor desempenha a sua atividade somente. Nesse tipo de processo é 
que os estoques de produtos em processamento é mais destacado, visto que, pela 
característica de se “empurrar” para a fase seguinte, irá acontecer excessos de 
produção que ficarão parados esperando a fase seguinte. Essa “espera” se 
caracteriza como um estoque. Imagine, no exemplo da padaria, que o operário C 
faça os cortes na massa e coloque os pães na forma, como fora dito, porém, em 
determinado momento da produção, não existem assadeiras disponíveis para ele 
colocar esses pães, visto que todas estão no forno. O que acontece? O operário 
não pode interromper a sua produção em virtude dessa falha. Então,ele continua a 
cortar a massa e vai colocando os pães em uma prateleira, que serve como 
assadeira. 
Assim, esses pães vão ficando nessa prateleira até que as assadeiras sejam 
desocupadas e então, possa-se colocá-los nas mesmas novamente. Esses pães 
que ficam esperando a assadeira são caracterizados como “estoque de produtos 
em processamento. E isso pode acontecer em todos os setores, ou em alguns 
setores ou fases de produção. Agora, no “sistema de produção puxado”, isso 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
acontece de forma invertida, ou seja, o operário da atividade A só irá fazer a sua 
atividade, ou o seu processo produtivo no exato momento em que houver a 
demanda, ou seja, no momento em que for disparada uma ordem para que ele 
produza certa quantidade de pães. Assim sendo, ele irá produzir somente aquela 
quantidade que é solicitado e nada mais, até que surja outra ordem de produção. 
Dessa maneira, a quantidade de produtos em processamento que vai para os 
estoques é mínima. E isso da mesma maneira para todas as fases do processo. 
c) Estoque de Produtos Acabados: os produtos acabados constituem o 
principal tipo de mercadorias em estoques, visto que são aqueles produtos que já 
estão prontos, ou seja, já passaram pelo processo de fabricação e estão 
disponíveis para o mercado consumidor. Esses produtos são todos os produtos 
que consumimos, desde o pão, como citamos no exemplo acima, até automóveis, 
geladeiras, computadores, celulares, sapatos, aviões, etc. Dessa maneira, é o 
principal tipo de estoque que as empresas disponibilizam e utilizam, visto que é o 
produto essencial que irá atender diretamente ao consumidor. Assim, dependendo 
do tipo de organização (iremos detalhar esse aspecto no tópico seguinte), a 
utilização de estoques de produtos acabados pode ser maior ou menor. Por 
exemplo, nas empresas fabricantes de produtos, como padarias, montadoras de 
automóveis, fábrica de calçados, etc., a quantidade de estoque de produtos 
prontos, ou acabados, é menor, ou menos intenso, que em uma empresa 
atacadista, ou varejista, que dispõe de quantidades muito maiores de estoques 
desses produtos, visto que são essas empresas que atendem aos consumidores 
diretamente, ou seja, o cliente vai comprar diretamente no supermercado, ou na 
loja de sapatos, ou na concessionária de automóveis, ao invés de ir comprar na 
fábrica de sapatos, ou na fazenda que produz alimentos. Por esse fato, os 
estoques de produtos acabados são maiores nos estabelecimentos varejistas e 
atacadistas que nas empresas fabricantes. É certo que alguns fabricantes possuem 
um tipo de “depósito” para os seus produtos acabados, em locais diferentes da 
fábrica. São os chamados “Centros de Distribuição (CD)”, que são construídos 
estrategicamente para atingir objetivos de logística e distribuição, com maior 
rapidez e economia de escala. Mas isso é outro contexto, que não cabe neste 
curso. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
d) Estoque de produtos acessórios: Esse é um tipo de estoque que 
está presente em todo tipo de empresa, visto que são materiais que colaboram para 
o processo empresarial completo, pois diversos materiais que auxiliam nos 
processos de negócios da empresa, mas que não participam necessariamente do 
processo de produção ou da composição dos produtos. Como exemplos, podem-se 
citar os materiais de escritório, os materiais de limpeza, os produtos para 
manutenção, entre outros. 
 
 
1.4 TRATAMENTOS DOS ESTOQUES 
 
 
Os estoques, dependendo do setor econômico em que participa cada tipo de 
organização, recebem determinados tratamentos. Assim sendo, o tratamento dos 
estoques em uma empresa de transformação, como as indústrias fabricantes, não 
serão os mesmos que em uma empresa comercial ou prestadora de serviços. Em 
uma empresa agrícola, o tratamento dos estoques será realizado de outra maneira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
 
 
FIGURA 10 – ESTOQUES EM INDÚSTRIAS 
PRODUTOS EM 
PROCESSAMENTO
PRODUTOS 
ACABADOSINSUMOS
MATERIAIS DE 
LIMPEZA
MATERIAIS DE 
MANUTENÇÃO
Estoques em Indústrias
MATÉRIAS -
PRIMAS
EMBALAGENS
FERRAMENTAS
PRODUTOS 
ACESSÓRIOS
MATERIAIS DE 
ESCRITÓRIO
SUCATAS
 
 
FONTE: o Autor. 
 
 
Dessa forma, ao analisarmos como é realizado o tratamento dos estoques 
em uma indústria, pode-se perceber que na grande maioria das empresas desse 
setor existem diversos tipos de estoques, desde insumos até produtos acabados, 
produtos acessórios e também sucatas. Assim sendo, a empresa fabricante irá 
utilizar-se de estoques de insumos, nos seus mais diversos aspectos, sendo que 
todas as matérias-primas que fazem parte dos produtos que a empresa oferece ao 
mercado estão armazenadas em estoques, como forma da empresa obter as 
vantagens desse tipo de estratégia, como foi descrito anteriormente. Além disso, as 
empresas ainda mantêm outros tipos de insumos, como embalagens e ferramentas, 
que são essenciais para o seu processo de produção. 
Além de estoque de insumos, as empresas industriais ainda mantêm em 
estoques os produtos que estão sendo processados, como forma de antecipar 
algum processo ou obter alguma vantagem competitiva por essa ação. Dependendo 
do tipo de sistema de produção que a empresa adota (puxado ou empurrado) os 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
estoques de produtos em processamento serão maiores ou menores, como foi 
descrito anteriormente. 
Do mesmo modo, as empresas industriais irão manter estoques de produtos 
acabados, visando atender aos seus clientes no diversos momentos em que os 
mesmos desejam obter esses produtos. 
Dessa forma, esse tipo de armazenamento pode ser realizado de forma mais 
rápida, em que a empresa apenas armazena os produtos acabados esperando o 
momento de enviá-los aos seus clientes diretos, como atacadistas ou varejistas, 
ficando assim, os produtos por um pequeno período nesses estoques, ou então a 
empresa faz uso de um armazenamento maior e que fique por maior período de 
tempo nos estoques, seja por objetivos estratégicos, seja por ações pontuais para 
alcançar determinado objetivo. 
No caso de grandes indústrias, algumas delas chegam a possuir os 
chamados Centros de Distribuição (CD), que são grandes centros de estocagem e 
armazenamento dos seus produtos em regiões geográficas estrategicamente 
localizadas em função de transporte, logística ou outro fator, e também em virtude 
de ganhos financeiros, com redução de custos principalmente pelo fator logístico. 
Ainda, nas empresas industriais, há os estoques acessórios, que são 
diversos produtos que fazem parte do contexto empresarial, como materiais de 
limpeza, materiais de escritório, ferramentas, manutenção, entre outros. Esses 
materiais não participam do processo de fabricação dos produtos que a empresa 
produz e comercializa, mas são essenciais para o negócio da empresa. 
Dessa forma, a mesma necessita manter estoques desses materiais para 
essas ações, como detergentes, desinfetantes, sabões, etc., além de bobinas de 
calculadoras, blocos de notas fiscais, fichas de estoques, lápis, canetas, alicates, 
martelos, etc. 
Por fim, nas empresas industriais ainda existem os estoques de sucatas, que 
são todos os materiais que sobram dos processos industriais, como sobras de cortes 
de chapas metálicas, pedaços de metal, plástico ou outro material, produtos com 
defeitos, com falhas, etc., e que são armazenados em determinado local na empresa 
até certo momento, em que a empresa destina esses materiais para outras 
empresas especializadas, por meio da venda ou doação, ou então os utiliza 
novamente em seus processos produtivos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
 
 
FIGURA 11 – ESTOQUES EM EMPRESAS COMERCIAIS 
 
PRODUTOS 
ACABADOS
MATERIAIS DE 
LIMPEZA
MATERIAIS DE 
MANUTENÇÃO
Estoques em Empresas 
Comerciais
PRODUTOS 
ACESSÓRIOS
MATERIAIS DE 
ESCRITÓRIO
SUCATAS
 
FONTE: o Autor. 
 
 
Nas empresascomerciais, os estoques diferem um pouco das empresas 
industriais, visto que essas empresas não realizam a fabricação dos produtos, mas 
já os adquirem terminados, prontos para a comercialização. Nesse contexto, as 
empresas comerciais possuem estoques de produtos acabados, que são os mais 
representativos, visto que são as mercadorias que essas empresas comercializam e 
que oferecem diretamente ao consumidor, podendo estes ser de diferentes formas, 
tamanhos e padrões, dependendo do negócio da empresa. 
Podemos citar como exemplo as lojas de calçados que mantêm estoques de 
calçados masculinos, femininos e infantis, e dentro desses três tipos, existem 
diversos modelos, marcas, tamanhos, etc., em que a empresa necessita ter todos 
esses produtos em estoque a fim de atender ao seu cliente. 
Também podem ser citadas as lojas de eletrodomésticos, que estocam 
geladeiras, televisores, fornos micro-ondas, fogões, entre outros diversos tipos de 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
produtos, dos mais variados tipos, tamanhos, modelos e cores, a fim de poder 
atender às necessidades e desejos de seus clientes. 
Além desses tipos de estoques, também existem os estoques acessórios 
como materiais de limpeza, materiais de escritório, ferramentas, manutenção, entre 
outros. Esses materiais não participam do processo de fabricação dos produtos que 
a empresa produz e comercializa, mas são essenciais para o negócio da empresa. 
Dessa forma, a mesma necessita manter estoques desses materiais para 
essas ações, como detergentes, desinfetantes, sabões, etc., além de bobinas de 
calculadoras, blocos de notas fiscais, fichas de estoques, lápis, canetas, alicates, 
martelos, etc. 
Ainda existem os estoques de sucatas, que são todos os materiais que 
sobram como pedaços de metal, plástico ou outro material, além das embalagens 
dos produtos que ficam na empresa por ocasião da venda da mercadoria, entre 
outros, e que são armazenados em determinado local na empresa até certo 
momento, em que a empresa destina esses materiais para outras empresas 
especializadas, por meio da venda ou doação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
 
 
FIGURA 12 – ESTOQUES EM EMPRESAS PRESTADORES DE SERVIÇOS 
 
MATERIAIS DE 
LIMPEZA
MATERIAIS DE 
MANUTENÇÃO
Estoques em Empresas 
Prestadores de Serviços
PRODUTOS 
ACESSÓRIOS
MATERIAIS DE 
ESCRITÓRIO
SUCATAS
 
FONTE: o Autor 
 
 
Nas empresas prestadoras de serviços, o contexto dos estoques é bem 
diferente, visto que este é um ramo empresarial em que não são comercializados 
produtos, mas sim serviços, ou seja, a empresa é especializada em realizar 
determinada ação, atividade, trabalho ou qualquer tipo de serviço prestado a um 
cliente, que pode ser uma pessoa física, ou a uma empresa. 
Nesse contexto, as empresas prestadoras de serviços não possuem nenhum 
tipo de produto que esteja disponível para a comercialização, e dessa forma, não 
tem estoques, pois os serviços são intangíveis e não permitem a estocabilidade. 
Outra característica dos serviços é que eles são simultâneos, ou seja, só ocorrem no 
momento em que o cliente os deseja, não podendo ser realizados antes. 
Assim sendo, nesse tipo de empresa, somente ocorrem os estoques 
acessórios como materiais de limpeza, materiais de escritório, ferramentas, 
manutenção, entre outros, e os estoques de sucatas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
 
 
FIGURA 13 – ESTOQUES EM EMPRESAS AGROPECUÁRIAS 
PRODUTOS 
EM 
PROCESSAMENTO
PRODUTOS 
ACABADOS
INSUMOS
MATERIAIS DE 
LIMPEZA
MATERIAIS DE 
MANUTENÇÃO
Estoques em Empresas 
Agropecuárias
MATÉRIAS -
PRIMAS
EMBALAGENS
FERRAMENTAS
PRODUTOS 
ACESSÓRIOS
MATERIAIS DE 
ESCRITÓRIO
SUCATAS
DEFENSIVOS COMBUSTÍVEIS
FERTILIZANTES
DEFENSIVOS
SEMENTES
 
 
FONTE: o Autor 
 
 
Quando se analisa a função e importância dos estoques em empresas 
agropecuárias, percebe-se que nessas empresas existe um complexo sistema de 
utilização dos estoques, visto que a sua atuação se desenvolve sob condições 
específicas para esse tipo de empresa. 
Dessa maneira, em determinados momentos as empresas possuem 
estoques de insumos com maior intensidade, seja em função de época de plantio ou 
de época de nutrição das plantas ou animais, sendo que em outros momentos esse 
estoque praticamente é zerado por não ser mais o momento dessas atividades. 
Desse modo, são em alguns momentos ao longo do ano, que os insumos, 
como fertilizantes, rações, materiais orgânicos, como tortas ou farelos de cereais, 
sementes e defensivos, entre outros, são utilizados. Porém, outros insumos como 
combustíveis, ferramentas e embalagens, em praticamente o ano todo ficam 
disponibilizados nos estoques das empresas agropecuárias. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
Além disso, nessas empresas ocorrem os estoques de produtos em 
processamento e produtos acabados, mas não na mesma sequência que acontece 
nas empresas industriais, visto que nas empresas agropecuárias os estoques de 
produtos em processamento podem acontecer em períodos específicos do ano, 
como por exemplo, em empresas que produzem café, ou então em períodos com 
maior frequência, como em granjas criadoras de frangos de corte. 
Os estoques de produtos acabados também não possuem frequência 
elástica, mas acontecendo de acordo com as características do negócio. Dessa 
forma, por exemplo, em empresas produtoras de café, os estoques de produtos 
acabados são aqueles grãos que ficam armazenados na empresa, ou em armazéns 
terceirizados até o momento em que o empresário decida optar pela comercialização 
do produto. 
Em outros aspectos, ou momentos específicos, nem acontece à incidência 
desses estoques, visto que assim que os produtos são acabados, ou seja, ficam 
prontos para a comercialização, já são imediatamente comercializados. 
Também acontece, nessas empresas, a incidência de estoques de produtos 
acessórios, (principalmente produtos de limpeza, de manutenção mecânica, elétrica, 
de construção civil e hidráulica, além de materiais de escritório, ferramentas e outros 
equipamentos que são específicos para este tipo de empresa) e de sucatas, que são 
embalagens de papel, plástico, metal, além de restos de construção, metais, entre 
outros. 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
 
ALMOXARIFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
 
ALMOXARIFE 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
 
 
MÓDULO II 
 
 
2 O ALMOXARIFE: SUAS FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES 
 
2.1 DESCRIÇÃO DO CARGO 
 
 
O almoxarife é um cargo que desempenha diversas atividades, das mais 
variadas espécies, dentro do processo de gestão dos estoques. Assim sendo, o 
cargo de almoxarife pode desempenhar atividades estratégicas, gerenciais e 
operacionais, dependendo dos objetivos desejados pelo almoxarifado, do porte da 
empresa, do tamanho dos estoques e da forma como a gestão dos estoques é 
desempenhada. 
Dessa forma, como as atividades do cargo de almoxarife são muito 
extensas, torna-se necessário a criação de um formulário em que constem todas 
essas informações a respeito do trabalho a ser desenvolvido pelo almoxarife. 
Esse formulário recebe o nome de descrição de cargos, que nada mais é de 
um documento em que todas as informações sobre o cargo de almoxarifesão 
detalhadas, bem como as suas atividades, funções e rotina de trabalho, além de 
outras informações que são pertinentes, como remuneração, experiências, 
subordinação hierárquica, progressões na carreira, grau de formação acadêmico 
necessário para os cargos semelhantes, entre outras, conforme é demonstrado nas 
Tabelas 06 e 07. 
Desse modo, todas as pessoas envolvidas com a função recebem as 
informações de forma clara e objetiva, na qual se torna mais transparente o 
processo de contratação, avaliação de desempenho, promoções, etc. Com este 
documento, todos os setores administrativos da empresa conseguem gerenciar de 
maneira efetiva as atividades, responsabilidades, funções e rotinas do cargo de 
almoxarife e dos cargos assemelhados. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
Como exemplos, é demonstrado abaixo um modelo de descrição de cargos 
para a função de Almoxarife, com as principais informações que são pertinentes 
para a perfeita execução do cargo. 
É lógico que esse modelo não é o mais correto, ou adequado a todo tipo de 
organização, mas serve como parâmetro para a construção deste importante 
documento. 
Na verdade, cada organização possui total liberdade e autonomia para a 
confecção de seus documentos de descrição dos cargos, fato que deve ser 
desenvolvido pelo setor de Recursos Humanos da empresa, juntamente com os 
setores estratégicos da empresa, descrevendo os seus objetivos em relação à 
política de Gestão de Pessoas que a empresa pretende usufruir, buscando atingir os 
objetivos empresariais. 
Outro detalhe importante é que esse descritivo de cargos, em que se inclui o 
cargo de Almoxarife, deve ser revisado constantemente pelo setor responsável, 
buscando atualizar as informações do cargo, procurando estar constantemente 
alinhado com o mercado, tornando-se mais competitivo e alcançando melhores 
resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
 
EMPRESA XXXXX 
Descrição de Cargo Mensalista 
 
Cargo: Analista de Cargos e Salários Sênior 
 
SUMÁRIO DO CARGO ou DESCRIÇÃO SUCINTA 
 
Reportando-se ao Supervisor de Remuneração, auxiliando-o no planejamento 
estratégico da área, bem como responde pelas análises do organograma da 
empresa, análises e movimentações da massa salarial, cargos e salários da 
empresa. 
TAREFAS PERIÓDICAS 
 
 PARTICIPA na confecção do planejamento do departamento fornecendo 
informações e analisando cenários internos e externos. 
 ANALISA todas as alterações propostas internamente no que se refere a 
cargos e salários, confrontando-as com os procedimentos e políticas em 
vigor, aprovando, ou não. 
 RESPONDE pelo desenho de organograma da empresa e sugestões de 
modificações neste. 
 CONFECCIONA relatórios finais da área de remuneração para subsidiar 
decisões superiores. 
TAREFAS OCASIONAIS 
(Se houver) 
SUBORDINAÇÃO 
 
Reporta-se ao Supervisor de Remuneração 
 
REQUISITOS OU QUALIFICAÇÕES EXIGIDAS 
 
 Escolaridade: superior em Administração de Empresas 
 Experiência Anterior: mínimo de três anos na função de Analista Pleno 
 Conhecimentos: digitação, Office, redação, habilidade no relacionamento 
humano, cálculos de média complexidade, fluência verbal e escrita, visão 
abrangente do business, forte poder de argumentação e convencimento. 
 
APROVAÇÕES 
Superior Imediato 
 Data:____/____/____. 
 
 
Tabela 06 – Modelo de Ficha de Descrição de Cargo. 
Fonte: o Autor 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
 
EMPRESA XXXXX 
Descrição de Cargo 
Cargo: Almoxarife 
 
SUMÁRIO DO CARGO ou DESCRIÇÃO SUCINTA 
 
Executa tarefas auxiliares em trabalhos de almoxarifado, controlando e conferindo 
mercadorias, e materiais, para evitar o recebimento de peças danificadas. 
 
TAREFAS PERIÓDICAS 
 Receber, verificar a quantidade e qualidade das mercadorias recebidas. 
 Registrar dados nos controles. 
 Empacotar e desempacotar itens a serem armazenados nas prateleiras do 
almoxarifado. 
 Verificar inventários comparando as contagens físicas com os números 
existentes no sistema de controle do almoxarifado. 
 Armazenar itens de uma maneira ordenada e acessível em almoxarifados, 
depósitos de ferramentas, depósitos de suprimentos ou outros tipos de 
estoque. 
 Registrar o uso e as perdas de estoque ou de equipamentos de manuseio. 
 Manter registros atualizados e corretos dos estoques. 
 Manter o almoxarifado limpo e organizado. 
 Solicitar reposição dos materiais, conforme necessário, de acordo com as 
normas de manutenção de níveis mínimos de estoque. 
TAREFAS OCASIONAIS 
 Empacotar mercadorias. 
 Enviar mercadorias para serem consertadas 
 
SUBORDINAÇÃO 
Coordenador Administrativo e de Planejamento 
 
REQUISITOS OU QUALIFICAÇÕES EXIGIDAS 
Escolaridade: Ensino Médio completo 
Experiência Anterior: mínimo de 01 ano na função de Almoxarife 
Demais Exigências do Cargo: 
 Boa Comunicação verbal e escrita 
 Domínio de Informática básica 
 Integridade e bom caráter 
 Idade entre 18 e 25 anos 
APROVAÇÕES 
_________________ 
Superior Imediato 
 
Data:____/____/____. 
 
Tabela 07 – Modelo de Ficha de Descrição de Cargo de Almoxarife. 
Fonte: o Autor 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
Dessa maneira, percebe-se que é por meio da descrição de cargos que a 
empresa consegue detalhar e informar a todos os integrantes da empresa sobre 
cada cargo. Assim, esta descrição torna-se de grande importância para que o 
almoxarife compreenda e tenha disponível todas às informações referentes ao seu 
cargo, e ao seu trabalho, sendo que é um documento oficial que detalha todos os 
aspectos relacionados ao cargo. 
No entanto, para que a descrição dos cargos seja desenvolvida de forma 
correta e denote a sua importância, torna-se relevante que se observe dois fatos de 
destaque: o nome do cargo, ou título e o código da CBO. 
Segundo o Ministério de Trabalho e Emprego, “a Classificação Brasileira de 
Ocupações (CBO) é um documento que retrata a realidade das profissões do 
mercado de trabalho brasileiro”. 
Ainda, segundo o Ministério de Trabalho e Emprego, “a CBO tem por 
filosofia sua atualização constante de forma a expor as diversas atividades 
profissionais existentes em todo o país, sem diferenciação entre as profissões 
regulamentadas e as de livre exercício profissional.” 
Assim sendo, para se construir a descrição de cargos, torna-se necessário 
identificar a sua nomenclatura na CBO e o seu código, a fim de atender às 
exigências legais, governamentais e fiscais em relação ao trabalho do almoxarife. 
Abaixo, cita-se algumas nomenclaturas e códigos que estão relacionadas na 
CBO e que dizem respeito ao trabalho do almoxarife. Pode-se perceber que existem 
várias definições de nomes e códigos, que são utilizados em função de outros 
requisitos, como negócio da empresa, porte, função empresarial, etc. 
Pode-se visualizar nos quadros abaixo que na descrição de cargos 
realizados pela CBO, é dado uma maior atenção aos campos descrição resumida, 
em que é descrito resumidamente, as características da função e do cargo, e depois 
é enunciada a descrição detalhada do cargo, ou função, onde são elucidados 
maiores detalhes sobre a função, sobre a rotina de trabalho e todas as 
responsabilidades que o funcionário está exposto, como são demonstrados nas 
Tabelas 08 a 18. 
Dessa forma, torna-se muito transparente a menção das atividades de cada 
cargo, função ou trabalho. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
 
 
Nº da CBO 3-91.15 
Título ALMOXARIFE 
Descrição 
resumida 
Organiza os trabalhos de almoxarifado, como recebimento, 
estocagem, distribuição, registro e inventário de matérias-primas e 
mercadorias compradas ou fabricadas, observando normas e 
instruções. 
Descrição 
Detalhada 
Verifica a posição do estoque, examinando periodicamente o 
volume de mercadorias e calculando as necessidades futuras, para 
preparar pedidos de reposição; 
 Controla o recebimento do material comprado ou produzido, 
confrontando as notas de pedidos e as especificações com o material 
entregue; 
 Organiza o armazenamento de material e produtos, identificando-os 
e determinando sua acomodação de forma adequada; 
 Zela pela conservação do material estocado; 
 Efetua o registro dos materiais em guarda no depósito lançando os 
dados em livros, fichas e mapas apropriados; 
 Faz o arrolamento dos materiais estocados ou em movimento, 
verificando periodicamente os registros e outros dados pertinentes 
para obter informações exatas sobre a situação real do almoxarifado. 
 
Tabela 08 – Descrição de Cargo de Almoxarife segundo a CBO. 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=3&sg=9&gb=9>. 
Acesso em: 15 dez. 2012. 
 
 
 
Nº da CBO 3-99.75 
Título AUXILIAR DE ALMOXARIFADO 
Descrição 
resumida 
Executa tarefas auxiliares em trabalhos de almoxarifado, 
controlando e conferindo mercadorias. 
Descrição 
Detalhada 
Controla o prazo de pedido de reposição e o prazo de entrega do 
material, atualizando a relação de pedidos em aberto, além de 
conferir o material comprado conforme pedido da área requisitante. 
Também analisa as quantidades e confronta o pedido de compra 
com o estoque existente, para determinar os limites dos mesmos. 
 
Tabela 09 – Descrição de Cargo de Auxiliar de Almoxarife segundo a CBO. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=3&sg=9&gb=9 Acesso 
em 15/12/2012. 
 
Nº da CBO 3-09.20 
Título CHEFE DE ALMOXARIFADO 
Descrição 
resumida 
Chefia as atividades de uma unidade de serviços de almoxarifado, 
organizando os trabalhos específicos da mesma e controlando o 
desenvolvimento do pessoal, para assegurar o desenvolvimento 
normal das rotinas de trabalho. 
Descrição 
Detalhada 
 Analisa o funcionamento das diversas rotinas, observando o 
desenvolvimento para propor medidas de simplificação e melhoria 
dos trabalhos; 
 Distribui os serviços relativos ao recebimento, estocagem, 
distribuição, registro e inventário de matérias-primas ou 
mercadorias; 
 Organiza as escalas de trabalho, de férias e folgas dos 
funcionários; 
 Requisita e treina o pessoal necessário ao desempenho dos 
trabalhos da unidade; 
 Elabora relatórios periódicos, fazendo as exposições 
pertinentes, para informar sobre o andamento dos trabalhos; 
 Avalia a produção tanto no aspecto qualitativo quanto no 
quantitativo, considerando a eficiência de cada funcionário e os 
recursos materiais disponíveis. 
 
Tabela 10 – Descrição de Cargo de Chefe de Almoxarifado segundo a CBO. 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=3&sg=0&gb=9 Acesso 
em 15/12/2012. 
 
Nº da CBO 3-91.25 
Título ASSISTENTE DE PATRIMÔNIO 
Descrição 
resumida 
 Executa atividades próprias de serviços de patrimônio, 
acompanhando e providenciando soluções para problemas 
específicos das mesmas, e controlando prazos e condições de 
pagamento para assegurar o desenvolvimento normal das rotinas de 
trabalho. 
Descrição 
Detalhada 
 Realiza o levantamento, controle e acompanhamento dos bens 
patrimoniais relativos para atender as conveniências da empresa; 
 Controla móveis, máquinas e equipamentos novos, 
providenciando o cadastramento ou recadastramento para 
assegurar seu eficiente controle. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
Tabela 11 – Descrição de Cargo de Assistente de Patrimônio segundo a CBO. 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=3&sg=9&gb=1 Acesso 
em 15/12/2012. 
 
 
Nº da CBO 3-91.20 
Título 
OPERADOR DE RECEPÇÃO, ESTOCAGEM E MOVIMENTAÇÃO 
DE MATERIAIS 
Descrição 
resumida 
 Executa os trabalhos de recepção, estocagem, distribuição e 
movimentação de matéria-prima em grandes pátios, observando as 
normas e instalações da empresa. 
Descrição 
Detalhada 
 Conhece a chegada e saída de materiais, observando relatórios, 
para operar o sistema de empilhamento ou desempilhamento; 
 Observa o funcionamento dos equipamentos; 
 Mantém contato com outros operadores para o entrosamento nas 
operações; 
 Interpreta os indicadores de controle das operações; 
 Observa a quantidade de matéria-prima, utilizando aparelhos 
apropriados; 
 Executa o trabalho observando as normas de segurança e o uso 
correto dos equipamentos de proteção individual e coletivo. 
 
Tabela 12 – Descrição de Cargo de Operador de Recepção, Estocagem e Movimentação de 
Materiais segundo a CBO. 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=3&sg=9&gb=1 Acesso 
em 15/12/2012. 
 
Nº da CBO 3-91.45 
Título CONFERENTE DE MATERIAL 
Descrição 
resumida 
Confere mercadorias, matérias-primas e ferramentas recebidas de 
fornecedores, ou a serem expedidas, confrontando-as com os dados 
contidos nas requisições, examinando-as, testando-as e registrando-
as, para encaminhá-las aos setores interessados. 
Descrição 
Detalhada 
 Verifica a documentação no ato de recebimento do material, 
confrontando notas fiscais, pedidos de compras e outros 
documentos, para assegurar-se de que a mesma está completa; 
 Confere as quantidades e pesos dos materiais recebidos, 
contando-os, para certificar-se da correspondência dos mesmos às 
especificações constantes dos pedidos ou documentos de compra; 
 Verifica a qualidade e o estado de conservação do material, 
examinando-o, para evitar o recebimento de mercadorias inferiores 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
ou danificadas. 
 
Tabela 13 – Descrição de Cargo de Conferente de Materiais segundo a CBO. 
FONTE: Disponível em: 
<://www.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=3&sg=9&gb=1 Acesso em 
15/12/2012. 
 
 
Nº da CBO 3-91.30 
Título ESTOQUISTA 
Descrição 
resumida 
Controla o estoque de materiais em uma empresa, verificando as 
quantidades necessárias, recebendo e registrando suas entradas e 
saídas, para atender ao abastecimento das áreas de produção. 
Descrição 
Detalhada 
 Analisa os dados referentes a materiais a serem consumidos nas 
diversas áreas de produção, verificando as previsões contidas nos 
programas de produção e estabelecendo parâmetros entre o 
estoque disponível, consumo médio e tempo necessário para 
reposição e determinação dos tipos e quantidades a serem 
adquiridos; 
 Requisita materiais, preenchendo formulários apropriados, com 
base nos resultados dos estudos efetuados, e remetendo-os aos 
fornecedores, para assegurar a manutenção do estoque necessário 
ao abastecimento das áreas de produção; 
 Controla a recepção dos materiais, confrontando tipo e 
quantidades com os dados contidos nas requisições, para certificar-
se da correspondência entre o material recebido e solicitado; 
 Dispõe os materiais relacionados nos pedidos, separando-os de 
acordo com as especificações e quantidades, para remetê-los às 
diversas áreas de produção; 
 Investiga as causas dos atrasos nas entregas, comunicando-se 
com os responsáveis, para solicitar as providências necessárias; 
 Apura o estoque físico de materiais, confrontando o resultado 
com os saldos das fichas de controle; 
 Zela pela área de trabalho, providenciando sua limpeza, para 
cumprir as normas de higiene e segurança. Pode emitir notas 
fiscais, requisições, guias ou minutas de remessa, quando 
solicitado. 
 
Tabela 14 – Descrição de Cargo de Estoquista segundo a CBO. 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=3&sg=9&gb=1 Acesso 
em 15/12/2012. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
 
 
 
Nº da CBO 3-91.35 
Título EXPEDIDOR DE MATERIAL 
Descriçãoresumida 
Efetua os serviços de expedição de materiais e produtos, 
examinando-os, providenciando os despachos dos mesmos e 
efetuando os registros necessários, para fazer os encaminhamentos 
de acordo com as requisições dos diversos setores da empresa. 
Descrição 
Detalhada 
 Examina materiais e produtos remetidos ao setor de expedição, 
conferindo-os ou orientando sua conferência com as notas fiscais, 
faturas ou outros documentos e verificando a integridade dos 
mesmos, para comprovar sua adequação às qualidades e 
quantidades exigidas; 
 Ordena os materiais e produtos a serem despachados, 
separando-os de acordo com suas características, local de destino 
e quantidades solicitadas, para providenciar a expedição dos 
mesmos; 
 Verifica os horários e tarifas de despacho, consultando cadastros 
ou informando-se diretamente nas empresas de transporte, para 
decidir quanto à melhor forma de expedição; 
 Providencia o encaminhamento aos locais fixados, verificando a 
embalagem e endereçamento, para possibilitar a entrega das 
mesmas aos seus destinatários; 
 Vistoria os materiais e produtos devolvidos pelos clientes, 
examinando peso, qualidade, quantidade e outros fatores 
pertinentes, para verificar a procedência das causas alegadas e 
tomar as decisões cabíveis; 
 Mantém registro dos materiais e produtos enviados à expedição 
e despachados, utilizando formulários apropriados, para permitir seu 
controle. 
 
Tabela 15 – Descrição de Cargo de Expedidor de Materiais segundo a CBO. 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=3&sg=9&gb=1 Acesso 
em 15/12/2012. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
 
Nº da CBO 3-91.40 
Título ARMAZENISTA 
Descrição 
resumida 
Armazena matéria-prima e produtos acabados, dispondo-os de 
modo racional em armazéns, depósitos e outros locais indicados e 
fazendo as operações necessárias à sua conservação, para mantê-
los em ordem e facilitar a distribuição dos mesmos aos setores 
requisitantes. 
Descrição 
Detalhada 
 Confere os volumes recebidos para armazenamento, efetuando a 
contagem física da matéria-prima e dos produtos acabados, para 
certificar-se da correspondência aos dados relacionados nos 
formulários de entrega; 
 Armazena os volumes recebidos, posicionando as matérias-
primas e os produtos acabados nos locais indicados e agrupando-
os por classe e tipo, para facilitar o abastecimento dos setores de 
produção e comercialização; 
 Prepara os volumes relacionados nas requisições recebidas, 
separando a matéria-prima e os produtos acabados segundo 
classe, tipo e quantidades solicitadas, para remetê-los às áreas de 
produção e comercialização; 
 Inspeciona os volumes armazenados, atentando para o estado 
de conservação da matéria-prima e da embalagem dos produtos 
acabados; 
 Zela pela área de trabalho, executando a limpeza da mesma, 
para assegurar-lhe condições de higiene e segurança. 
 
Tabela 16 – Descrição de Cargo de Armazenista segundo a CBO. 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=3&sg=9&gb=1 Acesso 
em 15/12/2012. 
 
 
Nº da CBO 3-91.90 
Título 
OUTROS TRABALHADORES DE SERVIÇOS DE 
ABASTECIMENTO E ARMAZENAGEM 
Descrição 
resumida 
 Incluem-se aqui os trabalhadores de serviços de abastecimento e 
armazenagem não classificados nas anteriores epígrafes deste 
grupo de base, por exemplo, os que realizam inventários de 
mobiliário e objetos de uso doméstico depositados em guarda-
móveis; os que verificam e registram, nos supermercados, as 
mercadorias em falta, para providenciar sua reposição nas 
prateleiras, os que auxiliam no serviço de expedição e recepção de 
matérias-primas, materiais ou produtos em empresas comerciais ou 
industriais. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
Tabela 17 – Descrição de Cargo de Outros Trabalhadores segundo a CBO. 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=3&sg=9&gb=1 Acesso 
em 15/12/2012. 
 
 
Nº da CBO 3-91.46 
Título 
OPERADOR DE RECEPÇÃO, ESTOCAGEM E MOVIMENTAÇÃO 
DE MATERIAL 
Descrição 
resumida 
Executa a recepção, estocagem, distribuição, movimentação e 
controle de material, observando as normas e instruções da 
empresa, para obter uma sincronia operacional e a manutenção 
quantitativa das empresas. 
Descrição 
Detalhada 
 Conhece a chegada e saída do material, observando relatório, 
para operar o sistema de empilhamento e desempilhamento; 
 Observa o funcionamento dos equipamentos, testando ou 
colocando-os em funcionamento; 
 Mantém contato com outros operadores, utilizando rádio e/ou 
telefone, para garantir o entrosamento nas operações; 
 Interpreta a especificação de peça e material, mediante as 
anotações, notas fiscais e relatórios, para melhor atender aos 
consumidores internos e externos da empresa; 
 Estoca o material, observando as normas e procedimentos para 
facilitar e agilizar o atendimento; 
 Executa o trabalho, observando as normas de segurança, e o 
uso correto dos equipamentos de proteção individual e coletivo; 
 Especifica as ferramentas, peças e materiais, observando as 
solicitações, para fazer as reposições necessárias. 
 
Tabela 18 – Descrição de Cargo de Operador de Recepção, Estocagem e Movimentação de 
Material, segundo a CBO. 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=3&sg=9&gb=1 Acesso 
em 15/12/2012. 
 
 
2.2 RESPONSABILIDADES 
 
 
As responsabilidades do almoxarife são muitas e várias, dependendo da 
empresa e da descrição do cargo. Para tal, é na descrição dos cargos que são 
descritos as responsabilidades, e em muitos casos, outros documentos formais ou 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
informais podem ser mencionados como forma de expor as responsabilidades da 
função de almoxarife. 
Dessa maneira, o trabalho do almoxarife é muito importante e carece que 
seja executado de forma eficiente, eficaz e abrangente, pois influencia muito nos 
processos gerenciais e empresariais, participando do alcance dos objetivos 
empresariais. 
Do mesmo modo, as principais responsabilidades dizem respeito à rotina 
diária de trabalho do almoxarife, e também, aspectos que dizem respeito a 
características estratégicas ou gerenciais que o almoxarife possa desempenhar. 
Outros aspectos, ou responsabilidades, são operacionais e acessórias no contexto 
geral do trabalho que o cargo exige. 
Assim, podem-se classificar as principais responsabilidades do almoxarife 
em seus níveis estratégicos, táticos ou gerenciais e operacionais. 
 
 
2.2.1 Responsabilidades Estratégicas 
 
 
As principais responsabilidades estratégicas que o almoxarife desempenha e 
desenvolve nas empresas são: 
1. Analisar o contexto geral do estoque e tomar decisões sobre o que está 
sendo executado e o que foi planejado; 
2. Determinar os métodos adequados de armazenagem; 
3. Realizar previsões de uso dos estoques no médio e longo prazo; 
4. Analisar o impacto dos estoques no custo total da empresa. 
 
 
2.2.2 Responsabilidades Táticas ou Gerenciais 
 
 
As principais responsabilidades táticas ou gerenciais que o almoxarife 
desempenha e desenvolve nas empresas são: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
 
1. Receber as mercadorias e registrar dados manualmente ou por meio 
de computadores. 
2. Verificar relatórios e analisar as contagens físicas com os números 
existentes nos controles do almoxarifado. 
3. Registrar o uso e as perdas de estoque. 
4. Inspecionar e comunicar aos encarregados os defeitos dos produtos 
que estão nos estoques. 
5. Auxiliar outros colegas nos trabalhos do almoxarifado. 
6. Ter um bom relacionamento com transportadoras e clientes. 
7. Exigir que os demais funcionários sigam os regulamentos e normas 
para os estoques. 
8. Colaborar para o perfeito funcionamento dinâmico dos estoques, 
atingindo os seus objetivos estratégico.9. Verificar a quantidade e qualidade das mercadorias recebidas. 
10. Corrigir os erros de estoques, bem como as faltas, falhas e perdas. 
 
 
2.2.3 Responsabilidades Operacionais 
 
 
As principais responsabilidades operacionais que o almoxarife desempenha 
e desenvolve nas empresas são: 
 
1. Armazenar itens de uma maneira ordenada e de fácil acesso nos 
almoxarifados. 
2. Utilizar alguma forma de identificação para os produtos que estão em 
estoques, sejam por selos, etiquetas, códigos de barras, etc. 
3. Manter o ambiente dos estoques limpos e organizados. 
4. Entregar as mercadorias corretamente. 
5. Empacotar e desempacotar as mercadorias necessárias ao processo 
empresarial. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
6. Verificar mercadorias com defeitos e encaminhá-las para os 
respectivos consertos. 
7. Manter registros atualizados e corretos dos estoques. 
8. Solicitar mercadorias quando necessário, realizando os respectivos 
procedimentos. 
9. Verificar e conferir as faturas correspondentes às mercadorias 
adquiridas e estocadas. 
10. Responder consultas escritas e por telefone. 
11. Verificar e acompanhar os aspectos de segurança do almoxarifado. 
12. Excepcionalmente, operar empilhadeiras ou pequenos carrinhos de 
transporte. 
13. Atender às reclamações que são efetuadas. 
14. Empacotar e desempacotar itens a serem armazenados nas prateleiras 
do almoxarifado. 
 
 
2.3 REMUNERAÇÃO 
 
 
Ao falar-se em remuneração, torna-se essencial exporem-se alguns 
conceitos e definições sobre o assunto, visto que é de extrema importância e grande 
complexidade o tema, que é muito abrangente e delicado. 
Assim sendo, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), 
nos seus artigos nº 76 e nºs 457 a 466, transcrito no Box 01 abaixo, a remuneração 
compreende todos os aspectos financeiros o qual o funcionário recebe do 
empregador em virtude de sua prestação de serviços. 
Dessa forma, a remuneração é a contraprestação financeira pelos serviços 
prestados, ou seja, é o pagamento pelo trabalho, que compreende o valor fixo de um 
salário nominal, adicionado de outros componentes, que podem ser incentivos, 
complementos, encargos e benefícios. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
 
 
Box 01 – Artigos da Consolidação das Leis do Trabalho sobre a Remuneração 
 
Art. 457: Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, o 
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço. 
§ 1.º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, 
percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. 
Art. 458: Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos 
legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por 
força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será 
permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. 
Art. 459: O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser 
estipulado por período superior a 01 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, 
percentagens e gratificações. 
Art. 460: Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância 
ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquela que, na mesma empresa, 
fizer serviço equivalente ou do que for habitualmente pago para serviço semelhante. 
Art. 461: Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo 
empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, 
nacionalidade ou idade. 
Art. 463: A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País. 
Art. 464: O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo 
empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta 
possível, a seu rogo. 
Art. 465: O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no local do trabalho, dentro do 
horário do serviço ou imediatamente após o encerramento deste, salvo quando efetuado por 
depósito em conta bancária, observado o disposto no artigo anterior. 
Art. 466: O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a 
transação a que se referem. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
Para o almoxarife, em específico, o processo de remuneração é bem amplo 
e depende de uma série de fatores a serem considerados, como o porte da 
empresa, a região de atuação, a descrição do cargo, as qualificações necessárias, 
entre outros. 
Também influenciam esse processo de composição da remuneração as 
políticas de incentivos e benefícios que cada empresa adota, sendo que, em virtude 
dessa política, a remuneração do almoxarife pode ser aumentada ou diminuída. 
Como ilustração, esse trabalho traz um quadro resumo (Tabela 19) de uma 
pequena pesquisa salarial, no tocante ao cargo de almoxarife, em que são expostos 
os diversos tipos de descrição de cargos, além do salário nominal médio inicial e as 
exigências de formação acadêmica para a investidura no cargo. 
Essa pesquisa foi feita utilizando-se o Site de Recrutamento e Seleção 
CATHO ONLINE (http://www.catho.com.br) no período entre 05/12/2012 e 
20/12/2012. 
Título da Vaga 
Vagas 
Disponíveis Remuneração Mensal 
Grau de 
Instrução 
Almoxarife 1.302 R$ 1.000,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Almoxarife Júnior 85 R$ 720,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Almoxarife Sênior 19 R$ 3.000,00 à R$ 5.000,00 E. Superior 
Analista de Estoque 4 R$ 1.000,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Assistente de Almoxarifado 835 R$ 800,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Assistente de Expedição 6 R$ 700,00 à R$ 1.100,00 E. Médio 
Auxiliar de Almoxarifado 814 R$ 735,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Auxiliar de Armazém 116 R$ 795,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Auxiliar de Estoque 719 R$ 1.000,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Assistente de Estoque 809 R$ 1.000,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Conferente de Almoxarifado 2 R$ 1.000,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Conferente de Estoque 7 R$ 1.000,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Controlador de Estoque 6 R$ 823,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Encarregado de Almoxarifado 7 R$ 1.000,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Encarregado de Estoque Júnior 7 R$ 1.000,00 à R$ 3.000,00 E. Médio 
Encarregado de Estoque Senior 5 R$ 4.000,00 à R$ 5.000,00 E. Superior 
Expedidor 15 R$ 720,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Gestor de Estoques 4 R$ 2.000,00 à R$ 3.000,00 E. Superior 
Líder de Almoxarifado 8 R$ 1.000,00 à R$ 2.000,00 E. Médio 
Líder de Estoque 5 R$ 923,00 à R$ 1.140,00 E. Médio 
 
Tabela 19 – Pesquisa de Cargo e Salários relacionados ao Almoxarife. 
FONTE: Disponível em: <http://www.catho.com.br>. Acesso em: 15 dez. 2012. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 62 
 
Assim sendo, ao analisar-se a Tabela 19 acima, pode-se verificar que 
existem muitos cargos relacionados ao tema Almoxarife, expondo que o cargo, ou 
função, é muito abrangente nas empresas e que cada uma delas assume a 
nomenclatura que acredita ser a mais adequada aos seus objetivos organizacionais. 
Assim, pode-se visualizar que existem Vinte (20) cargos que foram obtidos 
na pesquisa relacionados à função de almoxarife. Nota-se no quadro, que nessa 
pesquisa estão disponibilizados 4.775 vagas totais de empregos em todos os cargos 
e que apenas 28 vagas exigem a formação acadêmica superior. Todas as demais 
ofertas de vagas exigem a formação de ensino médio. 
A pesquisa considerou a oferta de vagas em todas as regiões do Brasil, mas 
pode-se verificar que existe certa homogeneidade nas formas de recrutamento, 
principalmente nos aspectos de formação educacional ou acadêmica. 
Pode-se concluir que a grande maioria das vagas disponibilizadas exige o 
ensino médio, com outras características, como experiência na função, 
conhecimentos matemáticos, de informática básica e de comunicaçãoescrita e 
verbal básicos, principalmente. 
Se analisar-se os valores de remuneração básica inicial para os cargos, vê-
se que os valores para as vagas que exigem formação em ensino médio para a sua 
investidura oscila entre R$ 700,00 (Setecentos Reais) e R$ 2.000,00 (Dois mil 
Reais), dependendo da empresa, da região e do tempo de experiência exigido, além 
da descrição do cargo, em que os valores de remuneração inicial maiores exigem 
maiores responsabilidades, apesar da formação em ensino médio. 
Perceba que são remunerações iniciais no cargo e que, com o passar do 
tempo da pessoa na empresa, esses valores irão aumentando, em função da 
dedicação, do desempenho, do comprometimento e das propostas de crescimento 
da empresa. 
Dessa maneira, percebe-se que a profissão de almoxarife é uma profissão 
em destaque, oferecendo bons salários iniciais. 
Analisando as poucas vagas oferecidas que exigem formação em nível 
Superior, percebe-se que são cargos que necessitam de maior conhecimento e 
dedicação, fato que explica a formação acadêmica maior. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 63 
Como consequência, os valores da remuneração inicial são maiores e bem 
atrativos, oscilando entre R$ 2.000,00 (Dois mil Reais) e R$ 5.000,00 (Cinco mil 
Reais). No entanto, essas vagas são cargos gerenciais e estratégicos, inclusive, que 
exigem maior nível de experiência, comprometimento e resultados esperados 
rápidos. Mas são cargos atrativos aos profissionais de almoxarifado e que se 
destacam pela excelente remuneração oferecida. 
Outro aspecto interessante exposto é que esses valores são salários iniciais, 
em que existem outros componentes que irão aumentar essa remuneração, como os 
incentivos salariais, os benefícios e o plano de carreira. 
Pode-se concluir que o investimento na profissão de almoxarife é totalmente 
convidativo e é uma função muito importante nas empresas, pois sempre existirá a 
necessidade desse profissional nas empresas, com bons ganhos financeiros e 
realização profissional. 
 
 
2.4 POLÍTICAS DE CRESCIMENTO NO CARGO 
 
 
Na grande maioria dos cargos e profissões, percebe-se que existe uma 
“caminhada” que é realizada pelos funcionários, com o objetivo de se atingir o cargo 
superior, ou seja, todo funcionário, seja em qual atividade, função ou cargo que 
desempenha, almeja atingir o “topo” de sua carreira, alcançando prestígio, status, 
reconhecimento profissional e, consequentemente, maiores salários e retornos 
financeiros, como fruto de um trabalho realizado com comprometimento, dedicação, 
entre outros fatores. 
Assim sendo, há alguns anos, esse crescimento no cargo acontecia em 
virtude da dedicação e empenho do funcionário para com a empresa, sendo iniciada 
a sua investidura no cargo, geralmente em níveis mais baixos na pirâmide 
organizacional hierárquica e, com o passar dos anos, se houvesse a necessidade da 
empresa em ter um novo supervisor, ou gerente, ou diretor, ou encarregado, fazia-se 
então a escolha, que geralmente era informal e parcial, baseado na avaliação 
particular de uma pessoa da alta direção da empresa, como o dono, por exemplo, e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
então, o funcionário era promovido e assumia aquela nova função, podendo obter o 
sucesso ou não. 
Esse sistema era totalmente fechado, não demonstrava nenhum tipo de 
segurança ou transparência e não havia perspectivas de crescimento na carreira ou 
no cargo. Diversos funcionários iniciavam sua trajetória profissional em um cargo e 
aposentavam na mesma função, pois eram fiéis à empresa e não aconteceram 
necessidades na sua área de atuação, fato que desencadeou nenhum tipo de 
projeção na carreira. 
Porém, atualmente, em virtude das imensas transformações acontecidas nas 
últimas décadas, fazendo com que o mundo ficasse menor, com a concorrência 
acirrada e a competitividade cada vez maior, as empresas foram obrigadas a se 
diferenciar, em todos os aspectos que puderem. 
Dessa maneira, as mesmas perceberam que o maior diferencial competitivo 
que elas possuem são exatamente as pessoas que estão em diversos cargos, 
realizando os diversos trabalhos. 
Assim sendo, uma das formas de incentivar as pessoas a permanecerem 
fiéis às empresas (visto que atualmente esse nível de fidelidade foi diminuído) foi 
desenvolver um plano de incentivo às carreiras, ou seja, as empresas foram 
obrigadas a desenvolver um planejamento de carreira para os seus funcionários, em 
que são descritos todos os procedimentos que precisam ser desenvolvidos para que 
aconteça o crescimento na carreira e nos diversos cargos que são ofertados. 
Além disso, também são descritas todas as responsabilidades de cada 
cargo, os deveres dos funcionários e das empresas e como será a trajetória até o 
nível mais elevado, bem como o tempo mínimo necessário para cada nível. 
Dessa maneira, a empresa declara todos os níveis e procedimentos e deixa 
isso transparente para todos os seus cargos e pessoas. Assim, esse crescimento na 
carreira pode ser planejado pelo funcionário, que percebe todas as 
responsabilidades que ele deve realizar, as qualificações, cursos, etc., além do 
tempo mínimo para poder crescer no seu cargo, projetando-se no futuro como ele 
deseja atingir o seu desempenho profissional e o reconhecimento pelo mesmo, além 
das recompensas salariais e financeiras. 
Assim, para o cargo de almoxarife, existem diversas formas de crescimento 
profissional, em que cada empresa irá traçar o seu plano de carreira de acordo com 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
o seu planejamento estratégico e com o atingimento dos seus objetivos 
organizacionais. 
Mas, resumidamente e em linhas gerais, o crescimento na carreira acontece 
com o funcionário iniciando na empresa nos níveis mais baixos da pirâmide 
hierárquica, em cargos como auxiliar de almoxarifado ou assistente de almoxarifado, 
subindo para almoxarife, estoquista, controlador de estoque, conferente de estoque, 
líder de estoque, encarregado de estoque, gestor de estoque e diretor geral de 
armazenagem, como exemplo. 
É lógico que cada empresa define a nomenclatura de seus cargos 
relacionados aos estoques e define, mediante esta descrição, como será o 
crescimento na carreira. 
 
 
2.5 IMPORTÂNCIA DO ALMOXARIFE PARA AS EMPRESAS 
 
 
A importância do almoxarife para as empresas é um assunto de imensa 
complexidade e grandeza, visto que assume diversas posições gerenciais, 
estratégicas e operacionais de imenso valor para as atividades empresariais. 
Nesse contexto, esse curso não irá detalhar em minúcias a importância do 
cargo e da função de almoxarife, e suas inúmeras designações e descrições de 
cargos, visto que seria assunto para outro curso, devido à sua grandeza e riqueza 
de detalhes. 
Porém, pode-se afirmar que a importância que o almoxarife representa para 
as empresas é de suma criticidade, ou seja, é um cargo que possui função essencial 
na execução das atividades empresarias, pois ele serve de elo abastecedor de 
suprimentos para as funções de frente, como vendas, e para as funções de 
retaguarda, como a produção e o compras. 
Assim sendo, é por meio do almoxarife que as atividades desenvolvidas pelo 
setor de estoques são desenvolvidas, em que sem a participação do mesmo essas 
tarefas não seriam possíveis de serem feitas. 
Desse modo, para que as etapas de compras de insumos, produção, 
logística, vendas e marketing entre outras, sejam perfeitamente desenvolvidas, é 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 66 
essencial a função estoque, pois o estoque acaba sendo o elo entre essas etapas, 
como é mostrado na Figura 14. 
E a gestão dos estoques e toda a sua complexa dinâmica de execução, 
controle, planejamento de compras e abastecimento, logística dos estoques, etc. são 
realizados e desenvolvidos pelo almoxarife. 
 
 
FIGURA 14 – ESTOQUES COMO ELO ENTRE AS DEMAIS FUNÇÕES 
 
 
VENDAS
MARKETING
ESTOQUES
CONTÁBIL
FINANCEIRO
PRODUÇÃO
LOGÍSTICACOMPRAS
PLANEJAMENTO
 
FONTE: o Autor 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO II 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 67 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
 
ALMOXARIFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
 
ALMOXARIFE 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
 
 
MÓDULO III 
 
 
3 COMO FUNCIONA A MOVIMENTAÇÃO NO ESTOQUE 
 
 
Dentro do contexto da função estoques e da atividade do almoxarife, como 
já fora descrito nos módulos anteriores, vimos que a parte operacional propriamente 
dita, consta de todas as atividades que o almoxarife necessita desenvolver 
efetivamente no seu cotidiano de trabalho dentro de um almoxarifado. 
Dessa forma, o trabalho do almoxarife consta prioritariamente em 
desenvolver todos os processos para a complexa e dinâmica movimentação dos 
estoques. Assim sendo, iremos expor como acontece esse processo e como é a sua 
dinâmica. 
Basicamente, as atividades principais do almoxarife estão relacionadas ao 
planejamento, execução e controle da entrada e saída de mercadorias e produtos 
dos estoques, ou dos almoxarifados, bem como a realização de abastecimentos 
constantes e periódicos dos mesmos, mantendo os níveis de estoques em 
quantidades adequadas ao processo empresarial da empresa, além de 
movimentações internas com as mercadorias, seja em arranjos, ou em formas de 
organização e gestão do espaço físico correspondente ao almoxarifado, além de 
utilizar algumas ferramentas administrativas para realizar e desenvolver esse 
processo. 
 
 
3.1 ENTRADAS E SAÍDAS DE ESTOQUES 
 
 
As movimentações mais complexas e importantes que ocorrem envolvendo 
o setor de estoques e o almoxarifado diz respeito ao atendimento à principal 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 70 
finalidade a que se justifica a existência da função estoque, ou seja, ao processo de 
atender às necessidades de materiais, produtos ou insumos da empresa, no exato 
momento em que surgem, seja na etapa de produção, na etapa de cada processo 
produtivo, na etapa de expedição ou de comercialização e venda dos produtos aos 
clientes finais. 
Dessa forma, os estoques só existem para atender a essas necessidades, 
devido ao fato da incerteza e dos riscos relacionados à demanda, como fora exposto 
nos módulos anteriores. 
Assim sendo, o almoxarife é o responsável por realizar todos esses 
processos e também necessita desenvolver o gerenciamento de todas as atividades 
particulares da função estoque para que aconteça o pleno atendimento às 
necessidades e justifiquem a existência dos estoques. 
As principais atividades dizem respeito à entrada e saída de mercadorias 
dos estoques, sejam materiais que irão abastecer o sistema produtivo, como 
matérias-primas, diversos insumos, ferramentas e outros, sejam produtos em fase 
de produção ou produtos acabados, prontos para serem entregues aos 
consumidores finais. 
Esse conceito pode parecer, a primeiro momento, demasiadamente simples, 
pois consta apenas de movimentação das mercadorias, seja em entrada nos 
estoques, sejam em saída dos mesmos, com os devidos registros e controles. 
No entanto, esse processo de entrada e saída de mercadorias dos estoques 
envolve uma série de variáveis e torna-se relacionado a diversos outros aspectos, 
transformando esse processo em um contexto de extrema importância e exigindo 
grande conhecimento aplicado ao gerenciamento dos estoques e da empresa como 
um todo, pelos executores, ou seja, pelo almoxarife. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 71 
 
 
FIGURA 15 – OS ESTOQUES NA CADEIA DE ABASTECIMENTO 
 
3.Estrutura da Cadeia de Suprimentos
 
FONTE: Stevens, G.C. Integrating Supply Chain: International Journal of Distribution and Materials 
Management. 1998. 
 
 
Dentro desse contexto, como já foi exposta, a função estoque está inserido 
em uma situação macroambiental, dentro de uma cadeia de abastecimento ampla. 
Assim sendo, nessa cadeia de abastecimento inicia-se com os fornecedores e os 
parceiros, que são atores pertencentes ao ambiente geral da empresa, onde existe 
uma relação entre os mesmos e a empresa (Figura 15). 
Assim, a função estoque está relacionada a este relacionamento com os 
fornecedores. Este contexto inicial recebe o nome de administração de materiais, em 
que se concentram os suprimentos, armazenagem e transportes dos produtos e 
mercadorias na empresa e no seu ambiente geral. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 72 
Após essa fase, ainda na cadeia de abastecimento está a parte da empresa 
propriamente dita, ou o seu ambiente interno, onde todas as atividades do estoque e 
do almoxarifado estão concentradas e é o ponto central da atividade do almoxarife. 
Nessa situação é que ocorrem todas as movimentações de materiais, 
produtos, insumos e demais mercadorias, em que ocorrem os processos produtivos 
e os demais processos empresariais que a empresa desenvolve em seu negócio. 
Por fim, na outra extremidade da cadeia de abastecimento encontram-se os centros 
de distribuição atacadistas e varejistas, que irão chegar até o cliente final. 
Na análise das movimentações de estoques, pode-se analisar que as 
entradas e saídas de mercadorias dos estoques ocorrem com certa frequência na 
movimentação. Assim sendo, a movimentação acontece da forma que, os estoques 
são abastecidos com os produtos, seguindo uma ordem de pedidos de compra e 
reposição dos estoques (veremos adiante), pelo perfeito relacionamento entre a 
empresa e os seus fornecedores e parceiros. 
Desse modo, a empresa, baseado no seu planejamento estratégico e nas 
políticas e filosofia de estoques que é implementado, aliado aos estudos de previsão 
da demanda e do consumo, a empresa determina como será o funcionamento dos 
seus estoques, explicitando quais os produtos que necessitam estar nos estoques, 
quais os momentos em que tais produtos e mercadorias necessitam estar 
disponíveis ao processo de produção ou de vendas, expondo quais os tipos de 
estoques que serão utilizados em cada fase do processo de produção ou de vendas, 
dependendo do ramo de atividade da empresa e das suas características do 
estoque, como já expusemos no módulo I. 
Após todas essas determinações, os estoques são montados, na aquisição 
desses produtos por meio de seus fornecedores e parceiros. 
Ao serem recebidas na empresa, às mercadorias são direcionados ao 
almoxarifado e são organizadas, obedecendo a uma lógica de gestão do 
armazenamento, que expõe sobre o layout do almoxarifado, da sequência de 
atividades para a perfeita estocagem, como identificação dos produtos, lançamentos 
em fichas de controle de estoques, sejam manuais ou eletrônicas, entre outras 
atividades. Esses lançamentos serão analisados detalhadamente no módulo IV. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 73 
Após ter-se realizado todas essas atividades, as movimentações dos 
estoques dos almoxarifados acontecem em uma lógica natural, obedecendo a uma 
dinâmica específica para esse ambiente. 
 
 
FIGURA 16 – A DINÂMICA DOS ESTOQUES 
 
 
Fonte: o Autor 
 
 
De acordo com a Figura 16, quando os estoques são abastecidos, os níveis 
do mesmo encontram-se no nível máximo, ou seja, existe uma grande quantidade 
de produtos, materiais e outros insumos, sendo armazenados nos almoxarifados 
esperando o momento ideal para cumprir a sua função, seja na produção ou no 
processo de vendas. 
Este pontochama-se nível máximo de estoque. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 74 
No decorrer do processo de produção ou de vendas, as mercadorias que 
estão nos estoques vão sendo utilizadas, ou seja, saem do almoxarifado e vão 
atender à produção ou às vendas, dependendo do setor empresarial que a empresa 
pertence. 
Com o passar do tempo, esse consumo vai se tornando constante e a 
quantidade de mercadorias que estão nos estoques diminuem, em virtude da saída 
dos produtos para atender à produção ou às vendas. 
Conforme o consumo vai acontecendo, os níveis de estoques diminuem até 
chegar ao esgotamento total dos produtos em estoque, ou seja, os produtos 
acabam. Nesse momento o estoque recebe o nome de nível mínimo de estoque, ou 
nível Zero, em que se percebe que não existem estoques. 
Então, em virtude desse nível mínimo de estoques, a empresa necessita 
reabastecê-lo, realizando negociações de compra com os seus diversos 
fornecedores para que os mesmos entreguem os produtos, ou demais mercadorias 
para a reposição dos estoques. 
Dessa maneira, ao término desse processo de negociação, os estoques são 
recompostos e o nível de estoque volta ser máximo. Ou seja, o almoxarifado volta a 
estar repleto de mercadorias, que ficam à disposição dos processos de fabricação e 
vendas. 
Quando os processos de fabricação e vendas são realizados e 
desenvolvidos, acontece novamente o consumo desses itens e o estoque vai sendo 
diminuído, voltando a ter o nível mínimo ou nível zero de estoques, em que 
novamente é necessário o processo de reposição, por meio da negociação com 
fornecedores e o estoque é abastecido novamente. 
Assim sendo, esse processo transforma-se em um ciclo de reposição e 
consumo de produtos e demais mercadorias que estão nos estoques, sempre tendo 
as duas variáveis (reposição e consumo) oscilando entre os dois extremos dos 
estoques, ou seja, os níveis, máximo e mínimo de estoques. 
No entanto, esse processo torna-se falho, pois existe um tempo necessário 
para que aconteça a reposição dos estoques. Com raras exceções, não é possível 
acontecer a reposição imediata dos estoques, ou seja, assim que o processo de 
consumo vai acontecendo, os estoques vão sendo diminuídos, reduzindo-se a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 75 
quantidade de produtos ou mercadorias disponível no almoxarifado, até o momento 
em que o estoque fica zerado. 
Dessa maneira, se a empresa adotasse a metodologia de realizar a 
reposição somente quando o estoque ficasse zerado, fazendo o contato com os 
fornecedores, a negociação e todo o processo de compra para então, após tudo isso 
receber as mercadorias dos mesmos e alocá-las nos almoxarifados então. Se for 
assim, inevitavelmente irão acontecer graves perdas em função dessa reposição, 
visto que todo esse processo de seleção de fornecedores, a negociação e a compra, 
além da entrega pelos mesmos até que o produto chegue aos almoxarifados 
novamente leva um tempo necessário para que todas essas etapas ocorram. 
É o chamado tempo de reposição ou lead time. 
Assim, ao observarmos a Figura 17, vê-se que o processo dinâmico dos 
estoques vão acontecendo, onde os estoques iniciam o processo com o nível 
máximo de estoque e, conforme vai acontecendo o consumo, os estoques vão 
diminuindo-se até chegar ao nível mínimo de estoques, ou até zerar o mesmo. 
O processo natural, como descrito anteriormente, expõe que acontece a 
reposição, com o estoque atingindo o nível máximo novamente e assim por diante. 
Porém, se o estoque chegar ao nível mínimo para que a empresa inicie o 
processo de reposição, com o processo de compra, como falamos anteriormente, 
essa reposição irá acontecer em um momento maior de tempo, e não 
imediatamente, como fora mostrado na Figura 16 (anterior), mas com algum atraso, 
em virtude do tempo de reposição ou lead time. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 76 
 
 
FIGURA 17 – REPOSIÇÃO E CONSUMO NOS ESTOQUES 
 
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NÍVEL 
MÁXIMO 
DE 
ESTOQUE
NÍVEL 
MÍNIMO DE 
ESTOQUE
REPOSIÇÃO
CONSUMO
TEMPO DE 
REPOSIÇÃO
 
Fonte: O Autor 
 
 
Por exemplo, vamos considerar que uma fábrica de calçados mantenha 
mantas de couro em estoque e que essas mantas são necessárias para a fabricação 
dos sapatos finos que a mesma fabrica e exporta para os países da Europa. 
Imaginemos que cada manta é usada na fabricação de 100 pares de sapatos e que 
a empresa decidiu que o nível máximo de estoque é de 100 mantas, o que 
representa um estoque suficiente para a fabricação de 10.000 pares. 
A empresa comercializa mensalmente cerca de 45.000 pares com os países 
da Europa e a entrega deve ser pontual, sempre no dia 25 de cada mês, em virtude 
dos operadores logísticos que fazem todo o processo de despacho, transporte, 
seguro, etc. dos sapatos do Brasil até a Europa. 
Se os lotes não estiverem no porto até o dia 23 de cada mês, as 
mercadorias não conseguem ser embarcadas, ficando armazenadas no porto até o 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 77 
mês seguinte, no mesmo dia, gerando taxas de armazenamento para a fábrica de 
sapatos. 
A empresa mantém um relacionamento muito próximo com seus 
fornecedores de mantas de couro, que são dois curtumes. Cada curtume entrega 
para a fábrica de calçados cerca de 250 mantas mensais, o que representa a 
produção de 50.000 pares de calçados, se for necessário. 
Como a empresa comercializa cerca de 45.000 pares mensais, ainda fica 
sobrando um adicional de matéria-prima em estoque, para cobrir riscos e incertezas 
da demanda ou falhas de produção. 
No entanto, o fornecedor A está localizado a uma distância de cerca de 40 
km da fábrica de calçados, sendo um curtume tradicional, com capacidade de 
produção totalmente ocupada, e raramente cosegue aumentar os pedidos de 
compra da fábrica. Por estar próximo da fábrica de sapatos, o tempo de reposição, 
ou lead time, é de cerca de cinco dias, desde o momento em que a fábrica dispara o 
pedido de compra até a entrega das mantas na empresa. Este fornecedor consegue 
entregar pedidos de até 50 mantas por lote. 
O fornecedor B está a cerca de 150 km distante da empresa de sapatos. É 
uma empresa de grande porte, com capacidade de produção em crescimento, 
podendo aumentar a sua capacidade de produção para atender seus clientes em 
momentos de aumento da demanda. Como está a maior distância, o tempo de 
reposição total é de no mínimo 12 dias. Este fornecedor consegue entregar lotes por 
pedido de até 100 mantas. 
Vamos imaginar que a empresa inicia a produção de janeiro, no dia 02, em 
virtude do feriado de réveillon. É sabido que no dia 23 todos os 45.000 sapatos 
devem estar no porto, para embarque, evitando aumento nos custos e perda de 
vendas aos clientes exigentes europeus. 
O estoque da empresa de mantas de couro está no nível máximo, com 200 
mantas em estoque. Com a produção, inicia-se o consumo do estoque, que vai 
diminuindo gradativamente. 
Se a empresa não possui algum tipo de gerenciamento para a reposição dos 
estoques, um novo pedido ao fornecedor irá ocorrer somente no dia 11, pois o 
estoque de 200 mantas dará para atender a produção de 10 (dez) dias de trabalho. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 78 
Estamos no dia 11 e a empresa tem 21.000 pares de sapatos prontos para 
serem enviados ao porto e o estoque de mantas acabou, interrompendo a produção, 
visto que é a matéria-prima primordial para a confecção dos sapatos. O pedido aos 
fornecedores é feito, porém o fornecedor A levará 05 dias para entregar as mantas e 
o fornecedor B levará 12 dias. 
E agora? 
A empresa realiza um pedido para cada fornecedor, ou seja, 50 mantas para 
o fornecedor A e 100 mantas para o fornecedor B. As mantas do fornecedor A 
chegarão no dia 16 de janeiro e as do fornecedor B no dia 23 de janeiro. 
Dessa forma, nesses cinco dias até chegar às mantas, a empresa não terá 
como realizar a produção, visto quenão possui a matéria-prima prioritária para tal. 
Vamos imaginar que a empresa receba as mantas do fornecedor A no dia 16 e 
reinicie a produção. 
Porém, como são somente 50 mantas atenderá a produção por apenas 03 
(três) dias, voltando o estoque ao nível mínimo novamente, ou seja, as mantas 
chegam no dia 16 e terminam no dia 19, em que a produção é novamente 
interrompida até o dia 23, quando chegam às mantas do fornecedor B. 
Vejam o tamanho do problema que a empresa teve para poder desenvolver 
a sua produção e atender aos seus clientes, em virtude de um mau planejamento de 
reposição de estoques. 
Assim sendo, ao observar-se a Figura 18, pode-se perceber que para 
evitarem-se esses imprevistos e erros na gestão dos estoques, além de aumento de 
custos e a insatisfação do cliente pela falta da mercadoria ou outros aspectos, torna-
se essencial à utilização dos chamados estoques de segurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 79 
 
 
FIGURA 18 – ESTOQUES DE SEGURANÇA 
 
LEAD TIME
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ESTOQUE ZERADO
 
 
FONTE: O Autor 
 
 
Dessa maneira, o estoque de segurança nada mais é do que o 
dimensionamento de um valor para o estoque em que o pedido de reposição é 
disparado, fazendo com que o mesmo seja feito enquanto ainda se mantém 
estoques das mercadorias e produtos no almoxarifado, evitando-se assim que a 
empresa seja obrigada a interromper a sua produção, ou comercialização, por não 
ter produtos, insumos e outras mercadorias em estoque. 
Assim sendo, a empresa determina uma quantidade de mercadorias em 
estoque, firmado como estoque de segurança, e quando os níveis de estoques 
atingem esse valor, é iniciado o processo de compra junto aos fornecedores, como 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 80 
forma de evitar que os estoques cheguem ao nível mínimo, ou seja, que os estoques 
sejam acabados para se iniciar esta reposição. 
Desse modo, a reposição dos estoques, com a adoção dos estoques de 
segurança, é feito de forma ainda enquanto se possui mercadorias no almoxarifado, 
e quando o pedido é entregue pelo fornecedor, os níveis de estoque ainda estão 
com os produtos, evitando-se que os mesmos sejam zerados. 
Dessa maneira, a empresa não interrompe o seu processo produtivo por 
faltar mercadorias nos estoques. 
A determinação do valor dos estoques de segurança deve ser realizada com 
base nos lead times dos fornecedores e no consumo dos produtos pela empresa, 
calculando-se a necessidade em função dessas duas variáveis. 
Alguns produtos terão valores de estoques de segurança maiores, outros 
menores, porém o que importa é que o estoque não fique zerado. 
Por exemplo: imaginemos a mesma fábrica de sapatos citado antes. 
Como ela produz 45.000 sapatos por mês, entre os dias 01 e 22 de cada 
mês (no dia 23 os sapatos tem que estar no porto), então se pode deduzir que ela 
produza em média 1.960 pares por dia, contando todos os dias da semana, pois não 
sabemos se a empresa trabalha sábados e domingos e nem se faz turnos de 24 
horas ou apenas o horário comercial, para apenas exemplificar a estimativa de 
estoques de segurança. 
Assim sendo, se ela produz 1.960 pares por dia e cada manta de couro 
serve para fabricar 100 pares de sapatos, pode-se deduzir que são usados 20 
mantas por dia (1.960 dividido por 100 = 19,60 mantas que equivale a 20 mantas). 
Dessa forma, se o fornecedor A leva 05 dias para poder repor os estoques, a 
empresa necessita fazer o pedido quando o estoque estiver com 100 mantas, pois 
quando as mantas chegarem à fábrica daqui a 05 dias, o estoque ainda terá a 
matéria-prima e a produção não é interrompida. 
Como consequência, o estoque de segurança nesse caso é de 100 mantas 
de couro. 
Outro detalhe importante nesse processo é sobre como é realizada essa 
reposição dos estoques. Há três maneiras de se repor os estoques: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 81 
1. Reposição Contínua: onde a empresa faz compras de todos os 
produtos que mantém nos estoques de forma ininterrupta, ou seja, a reposição é 
contínua, realizada a todo o momento; 
2. Reposição Periódica: ocorre da maneira em que a empresa faz 
análises periódicas de seus estoques e fazem-se os pedidos em função dos níveis 
de estoques nesses momentos; 
3. Reposição por ponto de pedido: é a forma que adota em 
determinado ponto do nível dos estoques, são realizados os pedidos de reposição. É 
realizado como forma de prevenir as paradas na produção, utilizando-se ainda dos 
estoques de segurança. 
Vamos abordar a forma de realizar a reposição de estoque por ponto de 
pedido, onde a empresa determina em que momento o almoxarife deverá realizar o 
pedido de reposição junto aos fornecedores. 
Essa determinação deverá levar em consideração algumas variáveis, como 
o lead time, o consumo diário de materiais que estão nos estoques e a demanda 
média, entre outras. Após a determinação desse valor, o almoxarife deverá realizar 
os pedidos no exato momento em que os níveis de estoque atingir este valor nos 
estoques. 
Perceba que o ponto de pedido não considera o valor do estoque de 
segurança, mas sim o valor do estoque que será necessário manter para não 
comprometer o processo empresarial e nem utilizar os estoques de segurança, 
como é descrito na Figura 19. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 82 
 
 
FIGURA 19 – PONTO DE PEDIDO 
 
LEAD TIME
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PONTO DE PEDIDO
ESTOQUE ZERADO
 
 
FONTE: O Autor 
 
 
3.2 MOVIMENTAÇÕES INTERNAS DE PRODUTOS 
 
 
Além de todos os processos que foram descritos até agora, o almoxarife 
necessita estar em sintonia com as movimentações internas que se fazem 
necessárias dentro do almoxarifado e da função estoque como um todo. 
Assim sendo, como o operador dos estoques, o almoxarife necessita estar a 
todo o momento movimentando os materiais, insumos e demais produtos e 
mercadorias dentro do ambiente do almoxarifado, seja para organização do mesmo, 
sejam para melhorias que se fazem necessárias, seja para atender a alguma 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 83 
necessidade específica da empresa em relação às essas mercadorias que estão nos 
estoques. 
Dessa maneira, como já fora dito nesse curso, o processo de estocagem 
obedece a uma lógica dinâmica, com um ciclo contínuo de consumo (saída de 
mercadorias do almoxarifado) e reposição (entrada de mercadorias no almoxarifado) 
e isso segue uma sequência que é ditada pelo ritmo dos negócios da empresa, 
relacionados ao mercado em que a mesma atua, o tamanho desse mercado, as 
exigências dos consumidores, os aspectos da demanda, etc. 
Dessa forma, a todo o tempo o almoxarife estará realizando atividades para 
que essas etapas sejam desenvolvidas, ou seja, durante todo o período de trabalho 
do almoxarife, ele estará desempenhando atividades para que as mercadorias 
cheguem até o estoque, seja por meio de contato com fornecedores, realização de 
pedidos de compra, fechamento da compra, recebimento e conferência das 
mercadorias que chegaram, arrumação do almoxarifado e colocação das 
mercadorias nos seus devidos locais, identificação dos produtos, contagem física, 
análise dos pontos de pedidos e estoque de segurança, etc., ou então, recebimento 
de ordens de produção para retirada das mercadorias dos estoques, entrega, 
transporte de produtos dos mais diversos tipos para os setores responsáveis pela 
produção ou comercialização, negociações de entrega, transporte, retirado dos 
produtos das prateleiras, estantes, etc. 
Dessa maneira, o almoxarife necessita estar totalmente interligado a esse 
processo de movimentação interna dos produtos que entram e saem dos estoques, 
compreendendo como acontece essa dinâmica e realizando-as da maneira mais 
eficiente e eficaz possível, a fim de desempenhar assertivamenteas suas funções e 
as funções do almoxarifado, atingindo os objetivos organizacionais. 
Dentro desse contexto, o almoxarife necessita estar em constante 
atualização das atividades dos estoques e da real situação do almoxarifado, 
compreendendo como está acontecendo à curva de Consumo x Reposição, como 
fora demonstrado no início desse módulo, para poder tomar decisões que 
proporcionem a eficácia dos estoques para os objetivos de produção ou vendas. 
Dessa maneira, o almoxarife necessita saber exatamente como está o nível de 
estoques de todos os produtos que estão no almoxarifado, além de conhecer 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 84 
exatamente qual é o ponto de pedido desses produtos e o seu respectivo estoque de 
segurança. 
Além disso, deve manter contato com os fornecedores e ter bom 
relacionamento com os mesmos, visando poder contar com os mesmos em 
momento de faltas de estoques ou problemas semelhantes. 
Da mesma maneira, o almoxarife necessita identificar os produtos e 
mercadorias que ficam mais tempo em estoque e aqueles que “giram” mais 
rapidamente, ou seja, identificar e visualizar as mercadorias que entram e saem dos 
estoques em pequeno espaço de tempo e aqueles produtos que levam mais tempo, 
ou um tempo maior, para fazer essas atividades de consumo e reposição dos 
estoques. 
 
 
3.3 ORGANIZAÇÃO INTERNA DOS ESTOQUES 
 
 
Outra importante atividade que o almoxarife deve desempenhar é aquela 
que diz respeito a organização dos estoques, ou seja, como o almoxarifado é 
arrumado e organizado em termos de disposição das mercadorias, limpeza, 
iluminação, entre outros detalhes e aspectos que são importantes para a função 
estoque e para a atividade profissional do almoxarife, visto que todos esses detalhes 
irão estar relacionados ao trabalho do almoxarife, seja em aspectos positivos ou 
negativos. 
Assim sendo, se o almoxarife consegue desempenhar eficientemente essas 
tarefas e o almoxarifado se manter organizado, arrumado e limpo, essa imagem 
representará o trabalho do almoxarife, o qual obterá uma boa perspectiva de 
crescimento profissional e progressões em relação ao seu trabalho, visto que os 
seus superiores hierárquicos estarão sempre observando o seu trabalho em virtude 
da real situação em que se encontram os almoxarifados. 
Desse modo, a avaliação do trabalho do almoxarife acontece por meio do 
seu perfeito desempenho relacionado a fazer que a dinâmica dos estoques no 
processo de Consumo X Reposição seja atendido da forma mais positiva possível, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 85 
ou seja, que em nenhum momento a empresa arque com perdas ou prejuízos 
financeiros em função da má gestão dos estoques. 
Porém, essa avaliação também acontece em função de outros aspectos que 
são complementares ao trabalho do almoxarife, como a perfeita organização interna 
dos estoques. 
Assim sendo, torna-se essencial que o almoxarife possua uma visão 
holística de seu trabalho, ou seja, que ele possa enxergar e compreender todo o 
processo empresarial da empresa e onde os estoques entram nesse processo, e 
como a atuação dos estoques é impactante no contexto todo. 
Além disso, é necessário que o almoxarife possa vislumbrar o almoxarifado 
com um departamento da empresa que necessita ser muito bem apresentável, seja 
em algum processo de vistoria técnica, seja em momentos de auditoras internas ou 
externas, seja em momentos de visitas dos acionistas ou proprietários. 
Dessa maneira, a perfeita arrumação dos produtos, dispostos de acordo com 
o layout que a empresa define (isso será detalhado no módulo V), com cada produto 
colocado exatamente no local que é designado para ele, com identificação dos 
produtos, prateleiras, corredores, etc., são de grande importância para a 
organização e arrumação dos estoques. 
Além disso, a limpeza e ordem em todas as rotinas do almoxarifado são de 
grande importância, pois nenhuma pessoa consegue desempenhar suas atividades 
em ambientes sujos, cheios de poeira, terra, areia, serragem, restos de materiais 
como estopas velhas, sacos plásticos, papelão, sucatas, pneus, etc. 
Dessa maneira, todos esses materiais que não são usados na dinâmica do 
processo de estocagem devem ser retirados do almoxarifado, sendo descartados, 
ou então, alocados em outros locais. 
O mesmo acontece com produtos que já foram utilizados em algum 
momento nos processos de produção e voltaram para os estoques, como por 
exemplo, sobras de materiais, sucatas, motores queimados, etc. Todos esses 
materiais devem ser alocados em locais apropriados para eles, ou então, 
descartados e até vendidos como sucatas para empresas especializadas em 
reciclagem. 
Outro ponto importante diz respeito à limpeza. É um grande mito que os 
almoxarifados devem ser sujos de poeira, graxa, óleos, terra, serragem, areia, etc. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 86 
Os almoxarifados devem ser tratados como são os escritórios, sendo limpos 
e arrumados. É função de o almoxarife prezar pela limpeza e ordem no 
almoxarifado, exigindo que todas as pessoas que fazem parte do mesmo, ou que se 
utilizam do almoxarifado, que o mantenham limpos e arrumados. 
Em nenhum momento a falta de limpeza e a desorganização e 
desarrumação são aceitáveis dentro de um almoxarifado. 
Dessa forma, todos os dias devem realizar-se a limpeza do almoxarifado e 
todos os seus componentes, como prateleiras, estantes, mesas, computadores e 
demais mercadorias, além de todos os produtos que estão armazenados 
aguardando o momento certo para serem direcionados aos processos produtivos ou 
comerciais. 
 
 
3.4 MÉTODOS FIFO, LIFO E MÉDIA 
 
 
Dentro da movimentação dos estoques, existem algumas ferramentas que 
podem orientar e direcionar a tomada de decisão relacionada aos produtos e 
mercadorias em estoque. Os principais são: 
 
a) Método FIFO; 
b) Método LIFO; 
c) Método pela Média. 
 
 
3.4.1 Método FIFO 
 
 
O método FIFO, (do inglês first in first out – primeiro que entra, primeiro que 
sai), consiste em estipular uma sequência de movimentação dos estoques onde o 
lote de produtos, sejam insumos, matérias-primas ou demais mercadorias, da forma 
que o lote que chega primeiro no almoxarifado, ou seja, entra no estoque em uma 
data antecipada aos demais, esse é o que deve ser comercializado, ou enviado para 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 87 
a produção primeiro. Sendo assim, o lote que entra no estoque antes deve sair do 
estoque antes também. 
Dessa forma, mantêm-se sempre os estoques atualizados em relação aos 
produtos, evitando-se manter no almoxarifado os produtos que estão em processo 
de envelhecimento, obsolescência ou em tempos de vencimento da data de 
validade, pois sempre o que chega ao almoxarifado antes também deve, 
necessariamente, sair do estoque antes. 
O almoxarife deve ter conhecimentos e hábitos específicos para desenvolver 
esta técnica, sempre procedendo da maneira em que o primeiro lote que entra no 
almoxarifado é o primeiro produto a ser enviado para o posto seguinte, seja o 
processo de fabricação ou a venda propriamente dita. 
Nesse contexto, as técnicas de armazenamento, de arrumação dos 
estoques e colocação dos produtos nas prateleiras, ou outra forma de organização 
interna deve privilegiar a forma do FIFO, por exemplo, na arrumação de prateleiras, 
onde os produtos que entram no estoque primeiro deverão permanecer em primeiro 
lugar na fila de exposição, ou de saída, a fim de serem os primeiros produtos a 
serem enviados para a venda ou produção. 
Dessa forma, se os produtos que chegarem por último forem colocados nas 
prateleiras logo a frente da exposição, serão os primeiros a serem entregues no 
momento do consumo, ou da saída, descaracterizando essa técnica. 
Além desse controle de arranjo dos produtos, faz-se necessário, também, o 
controle da movimentação dos estoques, como forma de visualizar-se a situação 
física e financeira dos mesmos, expondo asquantidades de materiais, das mais 
diversas formas, como já descrito nesse curso, que estão disponíveis no 
almoxarifado, além da ocorrência dinâmica do processo de estoques, demonstrando 
as entradas de produtos nos estoques, através da aquisição com os fornecedores, e 
as saídas de mercadorias dos estoques, no momento em que estas se dirigem para 
a produção ou para as vendas. 
Assim, com o uso desse controle, pode-se perceber como estão os níveis de 
estoques e os valores financeiros respectivos desses produtos que estão nos 
estoques, possibilitando realizar análises de custos e investimentos nos estoques e 
o seu respectivo retorno financeiro, se existir. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 88 
Por meio da Tabela 20, é demonstrada uma ficha básica de controle de 
estoques, em que são demonstradas algumas características do uso da ferramenta 
FIFO. No entanto, esse modelo não descreve detalhadamente como se faz o efetivo 
controle dos estoques, o que será realizado no módulo IV. Nesse momento serve 
apenas como ilustração da técnica FIFO. 
 
 
TABELA 20 – MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE 
 
Ficha de Controle de Estoque 
Mercadoria: Bota de Couro Masculina tam. 37-44 - ref. 123456 
Data Entrada Saída Saldo 
2012 
Quan
tidade 
Valor 
Unitário 
(R$) 
Total 
(R$) 
Quant
idade 
Valor 
Unitário 
(R$) 
Total 
(R$) 
Quanti
dade 
Valor 
Unitário 
(R$) 
Total 
(R$) 
01/nov 10 125 1.250 
03/nov 8 125 1.000 2 125 250 
09/nov 8 125 1.000 3 7 125 875 
14/nov 7 0 125 0 
15/nov 12 125 1.500 6 6 125 750 
19/nov 5 1 125 125 
21/nov 9 125 1.125 10 0 125 0 
24/nov 11 125 1.375 6 125 750 5 125 625 
Soma 40 5.000 45 14.000 
 
FONTE: o Autor 
 
 
Nesse modelo de controle de estoque são lançadas as entradas de 
mercadorias nos estoques, nas suas datas respectivas e o valor financeiro que fora 
pago por ele na negociação com os fornecedores, em que se pode estipular o valor 
total financeiro que está em estoque. 
No exemplo, percebe-se que no dia 09/Nov entraram nos estoques 08 
peças, que custaram R$125,00 cada, o que produz um valor total financeiro em 
estoques de R$ 1.000,00. 
Da mesma maneira, conforme vão ocorrendo às saídas de produtos do 
almoxarifado, elas são registradas e abatidas do saldo de estoque. Perceba que no 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 89 
dia 01/Nov, a empresa detinha 10 peças como saldo de estoque e no dia 03/Nov 
saíram do estoque, 08 peças, deixando um saldo de 02 peças. 
Se analisarmos financeiramente, a empresa tinha 10 peças com valor 
unitário de R$ 125, que proporcionava um saldo financeiro em estoque de R$ 
1.250,00. Com a saída de 08 peças, o valor financeiro de saída foi de R$ 1.000, o 
que deixou em estoque apenas R$ 250,00. E essa dinâmica segue no seu ciclo 
normal de registro, conforme as situações de consumo e reposição dos estoques 
acontecem. 
Nota-se, pela Tabela 21, que os lançamentos na ficha de controle são 
realizados de forma um pouco diferente, em que se devem realizar as saídas e 
baixas no estoque considerando-se a metodologia FIFO, ou seja, o primeiro que 
entra é o que sai primeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 90 
 
 
TABELA 21 – MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE COM O 
MODELO FIFO 
Ficha de Controle de Estoque 
Mercadoria: Bota de Couro Masculina tam. 37-44 - ref. 123456 
Data Entrada Saída Saldo 
2012 
Quanti
dade 
Valor 
Unitário 
(R$) 
Total 
(R$) 
Quantid
ade 
Valor 
Unitário 
(R$) 
Total 
(R$) 
Quantid
ade 
Valor 
Unitário 
(R$) 
Total 
(R$) 
01/nov 0 30 125 3750 
03/nov 8 132 1056 22 125 2750 
09/nov 8 140 1120 3 148 2516 19 125 2750 
 0 8 140 700 
14/nov 17 148 740 2 125 625 
 0 8 140 700 
15/nov 6 148 888 0 125 0 
 0 4 140 560 
16/nov 12 145 1740 0 4 140 560 
 0 12 145 1740 
19/nov 5 157 785 0 140 0 
 11 145 1595 
21/nov 9 146 1314 10 157 1570 1 145 145 
 9 146 1314 
24/nov 11 150 1650 6 160 0 0 145 0 
 4 146 584 
 11 150 1650 
Soma 40 55 0 
 
 
FONTE: o Autor 
 
 
Independente de estar entrando novos produtos, enquanto aquele lote não 
estiver acabado ele continua atendendo a demanda, e os novos lotes ficam nos 
estoques até chegar o momento de seu efetivo consumo. 
Assim sendo, utilizando-se a técnica FIFO, vê-se que no dia 01/Nov a 
empresa possuía em estoque 30 peças ao valor unitário de R$125,00. No dia 
03/Nov ocorreu uma saída de 08 peças, que foi vendida por R$ 132,00, sendo 
abatida do saldo total de estoques, ficando o estoque com 22 peças ao valor de R$ 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 91 
125,00, que é o preço de aquisição pela empresa junto ao seu fornecedor, o que 
estipula um saldo financeiro em estoque de R$ 2.750,00. 
Perceba que o valor de venda de R$132,00, que é maior que o valor de 
compra do produto, não entra nesse raciocínio, visto que nesse preço de venda está 
adicionada a margem de lucro da empresa. 
Seguindo a análise, vimos que no dia 09/Nov entram no estoque 08 peças, 
que foram adquiridas por R$ 140,00 cada. No almoxarifado já tinham 22 peças ao 
preço de R$ 125,00. 
E, nesse mesmo dia são vendidas 03 peças ao preço de R$ 148,00. E 
agora? Como lançar na ficha de controle? 
É simples. Deve-se fazer o lançamento separadamente de cada evento, 
observando o FIFO. 
Assim, se tínhamos 22 peças no estoque e saíram 03, fica o saldo de 19 
peças do lote original de R$ 125,00. E o novo lote de 08 peças é lançado como outro 
saldo, de 08 peças ao valor de R$ 140,00. 
Assim sendo, o estoque possui 19 peças com valor de R$ 125,00 e 08 peças 
com valor de R$140,00. E assim segue-se o processo. No dia 14/Nov saem 17 
peças do estoque, que são vendidas a R$ 148,00. 
Essas 17 peças são abatidas do saldo de 19 peças que estavam em 
estoque do primeiro lote ainda, do valor de R$ 125,00, restando 02 peças desse 
valor, ou desse lote, no estoque. 
No dia 15/Nov saem 06 peças, das quais 02 peças são do lote de R$ 125,00 
e 04 peças do lote seguinte, do valor de R$ 140,00, pois nesse momento o lote de 
valor de R$125,00 acabou, sendo que o próximo lote é o que deve sair primeiro. 
 
 
3.4.2 Método Lifo 
 
 
O segundo tipo de movimentação de produtos e mercadorias em estoque é 
o chamado LIFO (last in first out – último que entra, primeiro que sai), que difere do 
método FIFO, pois considera que não existe a regra de sempre ser a lógica de 
entrada no estoque para a saída, mas o inverso. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 92 
Assim, os produtos e mercadorias que entram por último são aqueles que 
saem dos estoques primeiro. Isso não é vantajoso em estoques que possuem giro 
muito longo, pois os produtos que entraram primeiro terão a tendência de se 
deteriorar, ou no mínimo, perderem a data de validade, não podendo ser 
comercializados e gerando perdas para a empresa. 
Essa metodologia LIFO se justifica em estoques que giram muito 
rapidamente, em períodos de no máximo um mês, ou alguns meses, pois não 
oferecem o risco de perda. Assim sendo, quando os produtos chegam ao estoque já 
são direcionados para os seus locais de armazenagem, que podem ser prateleiras, 
por exemplo, e ficam expostos “na frente” dos produtos que já estavam na prateleira. 
E são esses produtos que serão consumidos primeiro, ficando os anteriores para 
depois até que se acaba todo o estoque. 
Da mesma forma, devem-se registrar as movimentações nas fichas de 
controle, porém com algumas diferenças entre a metodologia FIFO. 
Por exemplo, usaremos a mesma ficha de controle do produto demonstrado 
anteriormente no método FIFO. 
Perceba que existem 30 peças no estoque, ao valor unitário de R$125, o 
que gera um saldo de estoque de R$ 3.750,00. No dia 03/Nov são vendidos 08 
peças e o estoque permanece com 22 peças ao valor unitário de R$ 125,00.No dia 09/Nov entram no estoque 08 peças, ao valor unitário de R$ 140,00 e 
são vendidas 03 peças ao valor de R$ 148,00. 
Assim sendo, o estoque fica com 27 peças de saldo ao valor unitário de R$ 
140,00, relacionados ao último lote que entrou no almoxarifado. 
Da mesma forma, no dia 21/Nov, entram no estoque 09 peças ao valor de 
R$ 146,00 cada e são vendidas 10 peças. Dessa maneira, o saldo em estoque, 
nesse dia, é de 10 peças ao valor unitário de R$ 146,00, conforme é exposto pela 
Tabela 22. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 93 
 
 
TABELA 22 – MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE COM O 
MODELO LIFO 
Ficha de Controle de Estoque 
Mercadoria: Bota de Couro Masculina tam. 37-44 - ref. 123456 
Data Entrada Saída Saldo 
2012 
Quanti
dade 
Valor 
Unitário 
(R$) 
Total 
(R$) 
Quanti
dade 
Valor 
Unitário 
(R$) 
Total 
(R$) 
Quanti
dade 
Valor 
Unitário 
(R$) 
Total 
(R$) 
01/nov 0 30 125 3750 
03/nov 8 132 1056 22 125 2750 
09/nov 8 140 1120 3 148 2516 27 140 3780 
14/nov 17 148 740 10 140 1400 
15/nov 6 148 888 4 140 560 
16/nov 12 145 1740 0 16 145 2320 
19/nov 5 157 785 11 145 1595 
21/nov 9 146 1314 10 157 1570 10 146 1460 
24/nov 11 150 1650 6 160 0 15 150 2250 
Soma 40 55 0 
 
FONTE: o Autor 
 
 
3.4.3 Método pela Média 
 
 
O método pela média considera apenas o registro financeiro que é realizado 
nas fichas de controle. Para a parte física, a movimentação tanto pode ser pela 
técnica FIFO ou LIFO. 
No entanto, para os registros nas fichas é utilizada uma técnica que 
considera os valores financeiros do saldo de estoque como sendo a média entre os 
valores de entradas e saídas anteriores, para o cálculo dos valores atuais em 
estoque. 
Por exemplo, na Tabela 23 abaixo, o saldo em estoque no dia 01/Nov é de 
30 unidades. 
No dia 03/Nov saem do estoque 08 peças, e o estoque fica com saldo de 22 
peças ao valor unitário de R$ 125,00. No dia 09/Nov entram no estoque 08 peças ao 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 94 
valor de R$ 140,00, ficando o saldo em estoque com 30 unidades, ao valor de R$ 
129,00, que é obtido pelo cálculo da soma entre o valor total das 22 unidades que já 
estavam nos estoques, ou seja, R$ 2.750,00 e o valor total das entradas R$ 
1.120,00. 
O valor total obtido, ou seja, R$ 3.870 é dividido pela quantidade total de 
mercadorias em estoque, ou seja, 30 peças. 
Por meio dessa divisão (3870 dividido por 30 = R$ 129,00) obtém-se o valor 
unitário de R$ 129,00, que passa a ser o novo valor unitário de cada peça que está 
em estoque. E assim sucessivamente vão sendo calculados os valores de acordo 
com as movimentações que irão acontecendo no almoxarifado. 
 
 
TABELA 23 – MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE COM O 
MODELO MÉDIA 
Mercadoria: Bota de Couro Masculina tam. 37-44 - ref. 123456 
Data Entrada Saída Saldo 
2012 
Quanti
dade 
Valor 
Unitário 
(R$) 
Total 
(R$) 
Quanti
dade 
Valor 
Unitário 
(R$) 
Total 
(R$) 
Quanti
dade 
Valor 
Unitário 
(R$) 
Total 
(R$) 
01/nov 0 30 125 3750 
03/nov 8 125 1000 22 125 2750 
09/nov 8 140 1120 30 129 3870 
14/nov 17 129 2.193 13 129 1.677 
15/nov 6 129 774 7 129 903 
16/nov 12 145 1740 
 
 
19 139,11 2643 
19/nov 5 139 695 14 139,14 1948 
21/nov 9 146 1314 23 141,83 3262 
24/nov 11 150 1650 34 144,48 4912 
Soma 40 36 
 FONTE: o Autor 
 
 
FIM DO MÓDULO III 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 95 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
 
ALMOXARIFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 96 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
 
ALMOXARIFE 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 97 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
4 COMO É REALIZADO O CONTROLE DE ESTOQUES 
 
 
A função controle é uma das mais importantes no gerenciamento de 
qualquer atividade empresarial e alinhado à função planejamento, se tornam as duas 
ferramentas essenciais e imprescindíveis para todo e qualquer negócio. 
Dessa forma, no momento do planejamento, que pode ser estratégico, tático 
ou operacional, a empresa define quais os seus objetivos a serem alcançados, as 
estratégias para que tais objetivos sejam concretizados, além de todas as demais 
atividades que necessitam ser desempenhadas ao longo do tempo para que o 
negócio da empresa seja desenvolvido. 
Alinhado a isso está à função controle, que nada mais é que o 
acompanhamento das atividades empresariais, no exato momento em que são 
desenvolvidas e executadas, como forma de garantir que o planejamento seja 
realmente efetivado. 
A função controle serve como auxiliadora no processo de tomada de 
decisões empresariais, visto que acompanha a execução das atividades da empresa 
analisando se essa execução está sendo realizada da maneira como foi planejado. 
Se alguma ação estiver sendo executada de forma diferente do planejado, ou 
produzindo resultados não esperados, a função controle disponibiliza essa 
informação aos gestores para que tomada de decisões, ou ações corretivas sejam 
realizadas e desenvolvidas, visando alcançar o objetivo da forma como foi 
planejado. 
Nesse contexto, o controle de estoques e almoxarifado serve para mostrar 
aos gestores como está sendo executado o processo dinâmico de reposição e 
consumo de mercadorias que estão no almoxarifado e como a função estoque está 
auxiliando e contribuindo para os objetivos empresariais da organização. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 98 
 
 
4.1 CONTROLE FÍSICO E CONTAGEM PERIÓDICA 
 
 
O controle físico serve para demonstrar o andamento das atividades dos 
estoques e vai oferecendo subsídios para a tomada de decisão em relação ao 
almoxarifado, onde é possível, através do uso de fichas de controle ou outra forma 
de se fazer o registro dos mesmos, visualizar como estão os níveis de estoques de 
todos os produtos, auferindo tomadas de decisão em relação à demanda, ao 
consumo e à reposição dos estoques. 
Assim sendo, é por meio do controle de estoques que se pode tomar alguma 
decisão ou fazer alguma ação estratégica ou corretiva em relação aos estoques, de 
forma rápida, eficiente e eficaz, objetivando alcançar os objetivos propostos. 
Simplificadamente, o controle de estoque serve para demonstrar todas as 
ações que são realizadas em relação à movimentação dos estoques referentes à 
demanda e produção, bem como as possíveis alterações que acontecem nesses 
dois extremos, além de registrar as ações de consumo e reposição dos estoques e o 
tempo exato de cada ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 99 
 
 
TABELA 24 – MODELO DE CONTROLE E ANÁLISE DE ESTOQUES 
 PRODUÇÃO ESTOQUE MENSAL VENDA DEMANDA ESTOQUE 
Meses MENSAL SEGURANÇA MENSAL REAL FINAL 
Janeiro 2.500.000 250.000 2.250.000 2.475.000 25.000 
Fevereiro 2.500.000 250.000 2.250.000 2.520.000 5.000 
Março 2.000.000 200.000 1.800.000 1.800.000 205.000 
Abril 1.500.000 150.000 1.350.000 1.235.250 469.750 
Maio 1.000.000 100.000 900.000 1.278.000 191.750 
Junho 1.000.000 100.000 900.000 765.000 426.750 
Julho 1.000.000 100.000 900.000 1.035.000 391.750 
Agosto 1.000.000 100.000 900.000 765.000 626.750 
Setembro 1.000.000 100.000 900.000 1.278.000 348.750 
Outubro 1.500.000 150.000 1.350.000 1.714.500 134.250 
Novembro 2.500.000 250.000 2.250.000 2.587.500 46.750 
Dezembro 2.500.000 250.000 2.250.000 2.475.000 71.750 
Dezembro Campanhapromocional 70.000 1.750 
TOTAL 20.000.000 
 
FONTE: o Autor 
 
 
Dessa forma, por meio da Tabela 24, pode-se visualizar como ocorre o 
registro de movimentação de estoques e seu controle ao longo do ano para uma 
empresa que produz cerveja. Pode-se perceber que a empresa determina a 
quantidade a ser produzida mensalmente, em virtude de sua capacidade produtiva e 
da previsão da demanda. 
Vimos também, que a empresa mantém uma quantidade de estoque de 
segurança, como forma de se prevenir das oscilações da demanda. Pode-se 
visualizar que o estoque de segurança nesse caso é de 10% da produção mensal, 
ou seja, do total que a empresa produz 10% fica como estoque de segurança. 
Outro dado que é disposto nessa tabela de controle diz respeito ao valor 
disponível para venda, ou seja, a empresa produz determinada quantidade de 
garrafas de cerveja, separa 10% dessa produção para estoque de segurança e o 
restante é o que fica disponível para venda efetivamente. 
É lógico que o estoque de segurança também está disponível para venda, 
mas em casos onde a produção não consegue atender à demanda que aconteceu 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 100 
naquele período. Vimos também, nesse relatório, qual foi a demanda real que 
ocorreu em cada mês e por fim, as quantidades de garrafas de cerveja que ficam em 
estoque. 
Esse é um modelo geral e hipotético, mas que serve de visualização para o 
entendimento desse controle. Dessa maneira, a empresa consegue mensurar todas 
as variáveis que influenciam no negócio da empresa em relação aos estoques, em 
que são expostas a produção efetiva mensal e anual, o estoque de segurança, a 
demanda real e as oscilações nos estoques, com as atividades de consumo e 
reposição. 
Só como exemplo, vamos analisar os meses de janeiro, junho outubro e 
dezembro. 
Em janeiro, a empresa produziu 2.500.000 de unidades e a demanda real 
dói de 2.475.000, o que levou para os estoques 25.000 unidades. No mês de junho, 
a produção foi menor de apenas 1.000.000 em virtude do clima de inverno que se 
encontra o Brasil nessa etapa. 
Dessa maneira, a demanda foi de 765.000 unidades e o estoque foi 
abastecido com mais 135.000, o que gerou um estoque total de 426.750 unidades 
armazenadas e pode-se visualizar que o almoxarifado vai sendo abastecido 
constantemente, com entradas nos estoques nos meses de janeiro, março, abril, 
junho e agosto e nos demais meses acontecem às saídas dos estoques, 
demonstrando a movimentação dinâmica que acontece nesse setor. 
No mês de outubro pode-se ver que a produção é aumentada para 
1.500.000 com demanda de 1.714.500 unidades, o que faz o uso intenso dos 
estoques para poder atender à demanda, visto que são retirados 214.500 unidades 
do almoxarifado para o mercado consumidor. 
Dessa forma o estoque fica com 134.250 unidades, aonde o almoxarifado 
chegou a ter 626.750 unidades no mês de agosto. Por fim, em dezembro, a empresa 
aumenta a produção para 2.500.000 de unidades, com uma demanda real de 
2.475.000 unidades, fazendo com que o estoque fique com 71.750 unidades. 
Porém, em virtude do final do ano, a empresa intensifica a sua campanha 
promocional e o consumo aumenta em 70.000 unidades, sendo essa quantidade, 
que estava no estoque, é consumido pela demanda. Isso gera um pequeno estoque, 
de apenas 1.750 unidades. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 101 
Outra forma usualmente utilizada para se fazer o controle dos estoques é 
pela utilização de fichas de controle para cada produto que está no almoxarifado. 
Dessa forma, pode-se visualizar a trajetória de cada produto individualmente ao 
longo de determinado período e sua atuação no processo de produção e 
comercialização, bem como aconteceu o processo de reposição e consumo do 
mesmo, ou seja, como foram as entradas, saídas e os respectivos saldos de 
estoques. 
Como já foi demonstrado anteriormente nesse curso, as fichas de controle 
de estoque possuem alguns campos que são característicos de sua função, que são 
os campos com a identificação do produto que aquela ficha representa, além de 
algumas colunas que representam as datas de cada movimentação, as entradas, 
saídas e saldo de estoque em cada uma das movimentações. 
Dessa forma, fica fácil visualizar toda a dinâmica que acontece no 
almoxarifado. 
Diversos modelos de fichas de estoque existem disponíveis e cada empresa 
pode utilizar aquele que melhor aprouver. 
Abaixo, por meio das Figuras 20, 21, 22 e 23, mostram-se alguns modelos 
dessas fichas de estoque. 
 
FIGURA 20 – MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://wellingtoncontabilidade.blogspot.com.br/2010/03/modelos-
contabil_04.html>. Acesso em: 19 dez. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 102 
 
 
FIGURA 21 – MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE 2 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.portaladm.adm.br/CI/ci63.htm>. Acesso em: 19 dez. 2012. 
 
 
FIGURA 22 – MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE 3 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.portaladm.adm.br/CI/ci63.htm>. Acesso em: 19 dez. 2012. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 103 
 
 
FIGURA 23 – MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE 4 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.imanut.com.br/Estoque.htm>. Acesso em: 19 dez. 2012. 
 
 
Outro tipo de controle de estoque, porém com um foco de maior análise 
estratégica, é a ferramenta chamada “Curva ABC”, que consta de uma análise de 
todos os produtos que estão estocados no almoxarifado, classificando-os de acordo 
com o seu valor financeiro total. Assim sendo, os produtos com maior valor são 
classificados como “Classe A”, os produtos de médio valor como “Classe B” e os 
produtos de menor valor como “Classe C”. 
Geralmente, nessa análise, os produtos que representam cerca de 70% do 
valor financeiro pertencem à “Classe A”, enquanto os produtos que representam 
entre 70% e 95% do valor financeiro total, ou seja, aproximadamente 25% a 30% do 
valor total, pertencem à “Classe B” e os restantes, cerca de 5% dos produtos com 
menor valor pertencem à “Classe C”. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 104 
Perceba que é o valor financeiro que realiza essa classificação e não a 
quantidade de itens ou a sua importância no processo produtivo ou comercial da 
empresa. Essa classificação é realizada para analisarem-se os produtos de maior 
valor que estão sendo investidos nos estoques, a fim de poder tomar ações 
estratégicas em relação à existência de todos eles. 
Dessa forma, produtos mais caros não terão o mesmo tratamento que 
produtos e pequeno valor e vice-versa, sendo que em cada classificação, a empresa 
adotará diferentes critérios de tratamento dos estoques. Assim sendo, para 
exemplificar, uma empresa possui em seu estoque um conjunto de cremalheira e 
pinhão de bronze, que custa R$ 12.344,00, além de pneus de tratores que custam 
R$ 1.800,00 e parafusos que custam R$ 2,50. 
O tratamento dos estoques desses três produtos não será o mesmo, visto 
que os valores financeiros são diferentes. Dessa forma, o conjunto de cremalheira e 
pinhão são classificados como “Classe A”, os pneus de tratores como “Classe B” e 
os parafusos como “Classe C” e o tratamento dos estoques para cada um desses 
produtos ou dessas classificações (A,B ou C) serão diferentes, visto que a empresa 
poderá ter apenas 01 ou 02 conjuntos de cremalheira e pinhão, 04 ou 06 pneus de 
tratores e 100 a 500 parafusos em determinado momento de tempo. Jamais a 
empresa terá 100 peças de conjunto cremalheira e pinhão em estoque, a não ser em 
casos extremos ou objetivos específicos a ser alcançados. 
Dessa forma, iremos expor um exemplo de como se faz essa classificação 
ABC, usando o exemplo de uma empresa que comercializa materiais para 
construção e possui diversos desses produtos em estoque, como demonstra a 
Tabela 25 abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 105 
 
 
TABELA 25 – EXEMPLO DE CLASSIFICAÇÃO ABC DE ESTOQUES 
 
MATERIALQuantidade Valor 
 Unitário 
Material Elétrico 12 R$ 1.000,00 
Vidros 45 R$ 5.000,00 
Canos e tubulação 99 R$ 4.000,00 
Instalação Sanitária 118 R$ 8.000,00 
Tijolo, cimento e areia 25 R$ 12.000,00 
Portas e Janelas 16 R$ 3.000,00 
Jardinagem 9 R$ 1.000,00 
Pintura 6 R$ 1.000,00 
Telhas 11 R$ 20.000,00 
Grades e Portão 15 R$ 2.000,00 
Assoalho 8 R$ 1.000,00 
Azulejos e ladrilhos 17 R$ 2.000,00 
Terraplanagem 1 R$ 98.000,00 
Alvenaria 5 R$ 42.000,00 
 387 
 
FONTE: o Autor 
 
 
De acordo com a tabela, percebe-se que a empresa possui 387 itens em 
estoque relativos a 14 produtos diferentes que são vendidos por um preço 
característico para cada um deles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 106 
 
 
TABELA 26 – EXEMPLO DE CLASSIFICAÇÃO ABC DE ESTOQUES – 
CÁLCULO DO VALOR TOTAL 
MATERIAL Quantidade Valor Valor Total 
 Unitário 
Material Elétrico 12 R$ 1.000,00 R$ 12.000,00 
Vidros 45 R$ 5.000,00 R$ 225.000,00 
Canos e tubulação 99 R$ 4.000,00 R$ 396.000,00 
Instalação Sanitária 118 R$ 8.000,00 R$ 944.000,00 
Tijolo, cimento e areia 25 R$ 12.000,00 R$ 300.000,00 
Portas e Janelas 16 R$ 3.000,00 R$ 48.000,00 
Jardinagem 9 R$ 1.000,00 R$ 9.000,00 
Pintura 6 R$ 1.000,00 R$ 6.000,00 
Telhas 11 R$ 20.000,00 R$ 220.000,00 
Grades e Portão 15 R$ 2.000,00 R$ 30.000,00 
Assoalho 8 R$ 1.000,00 R$ 8.000,00 
Azulejos e ladrilhos 17 R$ 2.000,00 R$ 34.000,00 
Terraplanagem 1 R$ 98.000,00 R$ 98.000,00 
Alvenaria 5 R$ 42.000,00 R$ 210.000,00 
 387 R$ 200.000,00 R$ 2.540.000,00 
 
FONTE: o Autor 
 
 
O primeiro passo para se realizar a classificação ABC consiste em levantar o 
valor total financeiro que cada produto representa no almoxarifado. Isso é feito pela 
multiplicação do calor unitário de cada produto pela quantidade existente de cada 
um no estoque. 
Dessa forma, como é mostrado pela Tabela 26, vê-se que o produto 
“material Elétrico” possui 12 peças em estoque e cada produto vale R$ 1.000,00, o 
que representa um valor total de R$ 12.000,00. Pode-se ver, também, que o total 
financeiro investido em estoques corresponde à R$ 2.540.000,00, ou seja, o 
almoxarifado dessa empresa possui uma quantidade de produtos equivalente a R$ 
2.540.000,00. 
O próximo passo corresponde a identificar qual é a participação percentual 
de cada produto no montante total dos estoques, ou seja, quanto que cada produto 
representa, ou participa na construção total dos estoques. Isso é feito pelo cálculo 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 107 
proporcional de cada produto pelo total que existe no almoxarifado, isto é, divide-se 
o valor total de cada produto pelo valor total que está no almoxarifado. 
O valor encontrado é o valor percentual que o produto representa no 
estoque todo, como é demonstrado pela Tabela 27. 
 
 
TABELA 27 – EXEMPLO DE CLASSIFICAÇÃO ABC DE ESTOQUES – CÁLCULO 
DOS ÍNDICES PERCENTUAIS 
MATERIAL Quantidade Valor Valor Total PARTICIPAÇÃO 
% 
 Unitário Unitário 
Material Elétrico 12 R$ 
1.000,00 
 R$ 
12.000,00 
0,47% 
Vidros 45 R$ 
5.000,00 
 R$ 
225.000,00 
8,86% 
Canos e tubulação 99 R$ 
4.000,00 
 R$ 
396.000,00 
15,59% 
Instalação Sanitária 118 R$ 
8.000,00 
 R$ 
944.000,00 
37,17% 
Tijolo, cimento e 
areia 
25 R$ 
12.000,00 
 R$ 
300.000,00 
11,81% 
Portas e Janelas 16 R$ 
3.000,00 
 R$ 
48.000,00 
1,89% 
Jardinagem 9 R$ 
1.000,00 
 R$ 
9.000,00 
0,35% 
Pintura 6 R$ 
1.000,00 
 R$ 
6.000,00 
0,24% 
Telhas 11 R$ 
20.000,00 
 R$ 
220.000,00 
8,66% 
Grades e Portão 15 R$ 
2.000,00 
 R$ 
30.000,00 
1,18% 
Assoalho 8 R$ 
1.000,00 
 R$ 
8.000,00 
0,31% 
Azulejos e ladrilhos 17 R$ 
2.000,00 
 R$ 
34.000,00 
1,34% 
Terraplanagem 1 R$ 
98.000,00 
 R$ 
98.000,00 
3,86% 
Alvenaria 5 R$ 
42.000,00 
 R$ 
210.000,00 
8,27% 
 387 R$ 
2.540.000,00 100% 
 
FONTE: o Autor 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 108 
 
Dessa forma, pode-se perceber que existem itens que representam 15,59% 
dos estoques totais (Canos e Tubulações), outros que representam 8,86% (Vidros) e 
outros que representam 0,31% (Assoalho) dos estoques como um todo. 
Depois disso, torna-se necessário classificar essas porcentagens obtidas em 
escala decrescente, ou seja, os itens que representam as maiores percentagens são 
os colocados na tabela em primeiro lugar e essa classificação vai diminuindo até 
chegar ao último valor, ou último produto. 
Além disso, e depois de feito essa etapa, necessita-se arranjar a tabela 
como forma de valores percentuais de cada produto de forma acumulada, ou seja, 
iremos somar os índices percentuais de todos os itens, iniciando pelo maior valor. 
Da forma como foram classificados os itens, até chegar ao menor, ou último. 
Os dois procedimentos são demonstrados na Tabela 28 abaixo. 
 
 
TABELA 28 – EXEMPLO DE CLASSIFICAÇÃO ABC DE ESTOQUES – CÁLCULO 
DO PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL ACUMULADA 
MATERIAL Quantidade Valor Valor Total Percentual Valores 
 Unitário Acumulado 
Instalação 
Sanitária 
118 R$ 
8.000,00 
 R$ 
944.000,00 
37,17% 37,17% 
Canos e 
tubulação 
99 R$ 
4.000,00 
 R$ 
396.000,00 
15,59% 52,76% 
Tijolo, cimento e 
areia 
25 R$ 
12.000,00 
 R$ 
300.000,00 
11,81% 64,57% 
Vidros 45 R$ 
5.000,00 
 R$ 
225.000,00 
8,86% 73,43% 
Telhas 11 R$ 
20.000,00 
 R$ 
220.000,00 
8,66% 82,09% 
Alvenaria 5 R$ 
42.000,00 
 R$ 
210.000,00 
8,27% 90,35% 
Terraplanagem 1 R$ 
98.000,00 
 R$ 
98.000,00 
3,86% 94,21% 
Portas e Janelas 16 R$ 
3.000,00 
 R$ 
48.000,00 
1,89% 96,10% 
Azulejos e 
ladrilhos 
17 R$ 
2.000,00 
 R$ 
34.000,00 
1,34% 97,44% 
Grades e Portão 15 R$ 
2.000,00 
 R$ 
30.000,00 
1,18% 98,62% 
Material Elétrico 12 R$ 
1.000,00 
 R$ 
12.000,00 
0,47% 99,09% 
Jardinagem 9 R$ 
1.000,00 
 R$ 
9.000,00 
0,35% 99,45% 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 109 
Assoalho 8 R$ 
1.000,00 
 R$ 
8.000,00 
0,31% 99,76% 
Pintura 6 R$ 
1.000,00 
 R$ 
6.000,00 
0,24% 100,00% 
 387 200.000,00 2.540.000,00 100% 
 
FONTE: o Autor 
 
 
Assim sendo, pode-se perceber que o produto “Instalação Sanitária” 
representa 37,17% do estoque total, seguido do produto “Canos e Tubulação” que 
representa 15,59%. Após vem o produto “Tijolo, Cimento e Areia” que representa 
11,81% e assim por diante, até chegar ao produto “Pintura” que representa apenas 
0,24% do estoque total que está no almoxarifado. 
Assim sendo, ao calcularem-se os valores acumulados, percebe-se que a 
tabela inicia-se com “Instalação Sanitária” que representa 37,17% do estoque total, e 
vai-se somando com os índices percentuais do produto “Canos e Tubulação” que 
representa 15,59%, obtendo o valor acumulado de 52,76%, que somado ao produto 
“Tijolo, Cimento e Areia” que representa 11,81%, obtém-se o valor acumulado de 
64,57% e assim por diante até chegar ao final e obter-se a totalidade percentual, ou 
seja, 100% dos estoques. 
Por fim, já temos condições de fazer-se a classificação, em que se analisa a 
coluna de valores percentuais e separam-se os itens de acordo com a classificação 
ABC, queconsidera cerca de 70% do valor total sendo “Classificação A”, 20% a 30% 
como sendo “Classificação B” e entre 5% a 10% para a “Classificação C”, como é 
demonstrado na Tabela 29 abaixo. 
 
 
TABELA 29 – EXEMPLO DE CLASSIFICAÇÃO ABC DE ESTOQUES – 
CLASSIFICAÇÃO FINAL 
MATERIAL Quantidade Valor Valor Percent
ual 
Valores 
 Total Unitário Acumula
do 
 Instalação Sanitária 118 8.000,00 944.000,00 37,17% 37,17% 
A 
Canos e tubulação 99 4.000,00 396.000,00 15,59% 52,76% 
A 
Tijolo, cimento e 
areia 
25 12.000,00 300.000,00 11,81% 64,57% 
A 
Vidros 45 5.000,00 225.000,00 8,86% 73,43% 
A 
 
 
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 110 
Telhas 11 20.000,00 220.000,00 8,66% 82,09% 
B 
Alvenaria 5 42.000,00 210.000,00 8,27% 90,35% 
B 
Terraplanagem 1 98.000,00 98.000,00 3,86% 94,21% 
B 
Portas e Janelas 16 3.000,00 48.000,00 1,89% 96,10% 
C 
Azulejos e ladrilhos 17 2.000,00 34.000,00 1,34% 97,44% 
C 
Grades e Portão 15 2.000,00 30.000,00 1,18% 98,62% 
C 
Material Elétrico 12 1.000,00 12.000,00 0,47% 99,09% C 
Jardinagem 9 1.000,00 9.000,00 0,35% 99,45% 
C 
Assoalho 8 1.000,00 8.000,00 0,31% 99,76% 
C 
Pintura 6 1.000,00 6.000,00 0,24% 100,00% 
C 
 387 200.000,00 2.540.000,00 100% 
 
FONTE: o Autor. 
 
 
Dessa maneira, pode-se verificar que os itens “Instalação Sanitária”, “Canos 
e Tubulação”, “Tijolo, Cimento e Areia” e “Vidros” são os produtos que possuem a 
maior representatividade financeira nos estoques dessa empresa, e que juntos, 
respondem por 73,43% de todo o estoque. Portanto, esses produtos são 
classificados como “Classificação A”. 
Do mesmo modo, os produtos “Telhas”, “Alvenaria” e “Terraplanagem” são 
os produtos intermediários e, somados representam aproximadamente 22% dos 
estoques. Ao somarem-se esses produtos com os da “Classificação A”, obtém-se um 
percentual acumulado de 94,21% dos valores financeiros total dos estoques do 
almoxarifado dessa empresa. Esses produtos são “Classificação B”. 
Por fim, os produtos restantes recebem a denominação de “Classificação C”, 
pois representam cerca de 5% de todo o estoque do almoxarifado da empresa. 
Assim sendo, pode-se elaborar o gráfico representativo dessa classificação, 
como é mostrado na Figura 24. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 111 
 
 
FIGURA 24 – CURVA DE “CLASSIFICAÇÃO ABC” 
 
FONTE: o Autor 
 
 
4.2 INVENTÁRIOS IMPRESSOS E ELETRÔNICOS 
 
 
Para que o controle de estoques seja realizado de forma correta e coerente, 
além da utilização de fichas de estoques e classificação ABC, a empresa necessita 
ter condições de emitir periodicamente inventários de estoques, que nada mais são 
do que relatórios completos de todos os itens que estão nos estoques, 
demonstrando as movimentações que foram registradas, detalhando as entradas, 
saídas e os saldos respectivos em cada momento. 
Esses relatórios podem ser extraídos por uma infinita gama de 
possibilidades, e auxiliam no processo de controle dos estoques nos almoxarifados. 
37,17% 
52,76% 
64,57% 
73,43% 
82,09% 
90,35% 
94,21% 96,10% 
97,44% 
98,62% 
99,09% 
99,45% 
99,76% 
100,00% 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 112 
Atualmente, os relatórios gerenciais de estoques, ou inventários são obtidos 
pelo uso que a empresa faz da informação que possui, ou seja, da forma como a 
empresa processa a informação é que se obterão os inventários. 
Caso a empresa utiliza apenas algumas planilhas de controle de 
movimentação de estoques, ela obterá um inventário com essas informações. Se 
não possui nada além das fichas de estoque, esse inventário pode não ser possível 
de ser obtido. 
No entanto, a empresa utiliza as fichas como inventário, analisando cada 
uma delas em todas as suas movimentações e nas contagens completas de 
estoques, os chamados “Balanços” que são feitos periodicamente e onde são 
conferidos todos os produtos em estoques. Em outras empresas, que utilizam de 
softwares gerenciais para auxílio da gestão, esses inventários são mais fáceis de ser 
obtidos e possuem uma infinidade de tipos e formas. 
Dessa maneira, a empresa necessita inventariar o seu estoque de forma 
constante, seja mensal, semanal, semestral ou anualmente. Essa contagem serve 
para identificar as possíveis ocorrências de erros, fraudes, perdas, desvios, e 
também, como forma de poder visualizar toda a movimentação dos produtos nos 
estoques. 
Os inventários podem ser impressos, em que a empresa utiliza-se de 
formulários em papel para obter os seus inventários, que são baseados em planilhas 
eletrônicas simples, que a empresa utiliza para fazer os lançamentos das 
movimentações dos estoques, ou das próprias fichas de controle de estoque, que 
podem ser copiadas para um formulário, agrupando-se as informações de todos os 
itens do estoque. Também podem ser eletrônicos, com a compilação de planilhas 
eletrônicas, ou relatórios gerenciais de estoques obtidos por softwares de gestão. 
Falando especificamente dos softwares ERP, em que uma grande 
quantidade de empresas faz uso, e existe no mercado uma imensa quantidade de 
empresas que oferecem esses programas e seus serviços, adequados para todo 
tipo e porte de empresas, eles possibilitam obter inventários de estoques de diversas 
formas. 
Esses inventários podem ser baseados nos produtos, nas movimentações 
de entrada e saída, nos saldos de cada produto ou de todos os produtos, nas datas 
de movimentações dos produtos, na classificação ABC, entre ouras inúmeras 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 113 
opções de possibilidades e auxiliam muito na tomada de decisão, principalmente na 
conferência dos estoques e nas contagens físicas, que podem ser realizadas 
semanalmente, mensalmente ou outro período de tempo. 
Essas contagens servem para conferir se existe no estoque físico a mesma 
quantidade de mercadorias que são descritas nos inventários, visto que, quando as 
movimentações acontecem, sejam de entradas ou saídas, acontecem no plano físico 
dos produtos que estão nos estoques, ou seja, os produtos entram no estoque ou 
saem dele, deixando um saldo, uma quantidade de produtos que ainda está no 
estoque disponível para o processo produtivo ou comercial. 
Porém, juntamente com isso acontece o controle dos estoques, por meio de 
fichas de estoque, ou de controle eletrônico em softwares de gestão. Pode 
acontecer de o saldo de estoque que aparece nos relatórios gerenciais de estoques, 
ou inventários seja o mesmo que está no estoque físico e isso surge por inúmeras 
razões, como por exemplo, saída ou entrada de mercadorias no estoque físico e os 
operadores não fazem o respectivo lançamento nas fichas de controle, causando as 
diferenças, entre outras tantas possibilidades que podem ocorrer. 
Para evitar essas diferenças, torna-se essencial a contagem física baseado 
nos inventários, em que as diferenças são identificadas e corrigidas, sem deixar 
algum dano para a empresa. 
 
 
4.3 PERDAS E EXTRAVIOS DE MERCADORIAS E SUA REPERCUSSÃO NA 
FUNÇÃO ESTOQUES 
 
 
A utilização de ferramentas para o controle de estoques torna-se de vital 
importância para o processo de gestão dos estoques e fundamental para o trabalho 
do almoxarife, visto que o controle é a função que demonstra a capacidade de 
gestão do almoxarife dentro da empresa, sendo o executor das atividades 
relacionadas aos estoques e todo o seu complexo contexto empresarial. 
Nesse contexto, de regra, na maioria do tempo estarão acontecendo 
diferenças nos controles dos estoques e sua representação física. Isso é ocasionado 
por diversas situações, que vão desde a falta de gerenciamento dos estoques, a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 114 
inexistência de controle dos estoques e suas movimentações, a interferência de 
diversas pessoas no contexto da dinâmica dos estoques, em que apenas uma 
pessoa, ou seja, o almoxarife deve ser o movimentador de produtos e mercadorias 
que estão nos estoques. 
É o almoxarife que deveentregar mercadorias para as pessoas 
responsáveis pela retirada dos mesmos, seja para produção ou venda e também, é 
o almoxarife que deve receber as mercadorias fazendo os lançamentos nas fichas 
de controle ou outros controles específicos para cada empresa. 
Entre todas essas diferenças que podem acontecer, estão àquelas 
relacionadas a perdas e extravios de produtos dos estoques, que configuram um 
aspecto negativo no trabalho do almoxarife. 
Dessa maneira, o almoxarife deve estar centrado no controle dos estoques, 
realizando periodicamente a contagem física e a conferência dos estoques, a fim de 
detectar diferenças nos estoques. 
Quanto menos tempo de intervalo entre as contagens e conferências, menor 
é a probabilidade de grandes erros e perdas de mercadorias e produtos. Dessa 
maneira, é imprescindível que o almoxarife realize pelo menos uma contagem 
semanal, ou até duas por semana, uma vez que os erros e perdas que surgirem 
serão de fácil resolução em razão de serem poucos dias para se analisar e levantar 
as causas dos erros, desvios e perdas. 
Na maioria das vezes, as perdas acontecem por falta de atenção dos 
almoxarifes nos respectivos lançamentos das movimentações dos estoques, sejam 
pelo alto volume de trabalho a que estão sujeitos, seja pela elevada frequência das 
movimentações nos estoques, sejam de entradas ou saídas e até mesmo por outros 
fatores, como pessoas estranhas fazendo retiradas de mercadorias nos estoques 
sem o perfeito registro nas fichas de controle. 
Também podem acontecer os chamados “empréstimos” ou entrega de 
mercadorias “em consignações”, sem se atentar ao registro dessas saídas. Esse é 
um fato comum que acontece e que gera grandes perdas e preocupações para os 
almoxarifes em encontrar tais diferenças. 
No entanto, podem acontecer perdas e extravios por pessoas mal 
intencionadas, que acabam furtando mercadorias dos estoques, tendo o almoxarife 
tal responsabilidade, onde na grande maioria das vezes, é o almoxarife que se torna 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 115 
o responsável pela perda e acaba tendo que restituir a mercadoria que foi 
extraviada. 
A repercussão de perdas e extravios sempre soa muito mal na direção da 
empresa e o trabalho do almoxarife é posto em prova, tendo em casos extremos, o 
encerramento de seu contrato de trabalho e outros prejuízos. 
Para evitarem-se tais problemas, o controle de estoques é a melhor arma 
que o almoxarife possui, além de determinar e cumprir regras para o almoxarifado, 
como a proibição de pessoas estranhas entrando no mesmo, não conceder 
empréstimos de mercadorias, registrar todos os processos de movimentações que 
acontecem, mesmo que isso seja de forma precária, todavia assim evitam-se as 
preocupações das perdas e erros nos estoques. 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO IV 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 116 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
 
ALMOXARIFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
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 117 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
 
ALMOXARIFE 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO V 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 118 
 
 
MÓDULO V 
 
 
5 LAYOUT E ARRUMAÇÃO DOS PRODUTOS NO ESTOQUE E PEQUENA 
DESCRIÇÃO DE CUSTOS DE ESTOQUES 
 
 
O layout consiste na forma como o almoxarifado é montado e organizado 
para poder receber todos os materiais e produtos que deverão ficar armazenados 
nele. O objetivo é otimizar o uso do espaço e a melhor forma de organizar as 
mercadorias, desenvolver as respectivas movimentações de entrada ou saída dos 
produtos do almoxarifado e o transporte e movimentação de pessoas e máquinas 
necessárias para que todas as movimentações sejam realizadas, com precisão e 
rapidez. 
Dessa forma, cada empresa necessita estudar e desenvolver o melhor tipo 
de layout para o seu almoxarifado, visando obter ganhos com o arranjo adequado. 
 
 
5.1 MODELOS DE LAYOUT 
 
 
Existem inúmeras formas de se montar o layout de um almoxarifado, mas 
nesse curso vamos detalhar os layouts que utilizam prateleiras e pallets. 
O layout que utiliza prateleiras é um dos mais usados e de eficiência 
comprovada, visto que se torna possível a organização dos estoques de forma 
prática, rápida e com ótimo aproveitamento dos espaços, pois as prateleiras podem 
ter vários níveis, que proporcionam agregação de valor aos espaços, não exigindo 
espaços do almoxarifado muito grandes. 
No entanto, é necessário que o almoxarifado seja construído com altura 
propícia para a colocação das prateleiras. Dessa forma, o arranjo das prateleiras 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 119 
deve ser feito de maneira que as movimentações físicas com os produtos em 
estoque sejam feitas de forma adequada. 
Não adianta colocar diversas prateleiras com espaços reduzidos entre elas, 
pois não será possível retirar e colocar as mercadorias. 
 
 
FIGURA 25 – MODELO DE LAYOUT DE ALMOXARIFADO COM USO DE 
PRATELEIRAS 
ENTRADA
SAÍDA
PRATELEIRAS
PRATELEIRAS
PRATELEIRAS
CORREDORES
CORREDORES
FONTE: o Autor. 
 
 
Dessa forma, deve-se na confecção do arranjo por prateleiras considerar o 
tamanho das prateleiras, em suas diversas formas, seja no comprimento, seja na 
largura e altura, além de considerar o espaço necessário para as movimentações 
físicas (Figura 25). 
Se o almoxarifado utilizar empilhadeiras, as dimensões dos corredores 
deverão ser calculadas considerando os espaços suficientes para a movimentação 
das empilhadeiras e todo seu manuseio. Não adianta querer aproveitar o espaço e a 
empilhadeira não conseguir fazer as manobras necessárias para a retirada e 
colocação dos produtos nas prateleiras. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 120 
Assim sendo, deve-se considerar o espaço total livre do almoxarifado e 
estudar a quantidade necessária de prateleiras que serão colocadas no mesmo, 
bem como definir como serão essas prateleiras, quantos degraus elas terão, e a 
forma e disposição das mesmas. 
Podem ser colocadas apenas encostadas nas paredes, fazendo todo o 
entorno do almoxarifado, deixando um espaço vago no meio delas, ou colocadas 
frente a frente, com corredores simples ou duplos. Também é possível fazer filas 
duplas de prateleiras e corredores entre essas filas duplas (Figura 26 e Figura 27). 
 
FIGURA 26 – MODELO DE LAYOUT DE ALMOXARIFADO COM USO DE 
PRATELEIRAS EM CANTOS 
ENTRADA
SAÍDA
PRATELEIRAS
PRATELEIRAS
PR
AT
EL
EI
RA
S
PR
AT
EL
EI
RA
S
FONTE: o Autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 121 
 
FIGURA 27 – MODELO DE LAYOUT DE ALMOXARIFADO COM USO DE 
PRATELEIRAS DUPLAS 
 
ENTRADA
SAÍDA
PRATELEIRAS DUPLAS
CORREDORES
CORREDORES
PRATELEIRAS DUPLAS
PRATELEIRAS DUPLAS
FONTE: o Autor. 
 
 
O importante nesse tipo de utilização é que a finalidade de estocagem seja 
alcançada para que a empresa consiga armazenar os seus produtos de forma 
organizada, disposta com facilidade de acesso para a entrada e a saída dos 
produtos, bem como para a contagem física e com a movimentação de pessoas e 
veículos de forma livre e segura. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 122 
 
FIGURA 28 – MODELOS DE EMPILHADEIRAS 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ctobrasil.com.br/verCurso.asp?curso=40>. 
Acesso em: 21 dez. 2012. 
 
 
Deve-se atentar para a perfeita fixação das prateleiras, como forma de evitar 
que elas caiam quando estiverem carregadas de produtos. Outro detalhe diz 
respeito ao peso das mercadorias que serão colocadas nas prateleiras.Deve-se 
planejar o peso que a prateleira suporta e colocar apenas a quantidade de produtos 
que as mesmas possam suportar, evitando-se assim que as prateleiras sejam 
danificadas, ou caiam com os produtos, estragando-os e gerando prejuízos para a 
empresa. 
Outro detalhe importante desse uso diz respeito à colocação das 
mercadorias nas prateleiras. É necessário definir uma regra para o seu 
abastecimento. 
Como regra geral, os produtos mais pesados devem ser colocados nos 
níveis mais baixos das prateleiras e os produtos mais leves nos níveis mais altos. 
Dessa forma, evita-se sobrecarregar as prateleiras com mercadorias pesadas nos 
degraus mais elevados. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 123 
Ainda é possível fazer quantas subdivisões nas prateleiras quanto forem 
possíveis, visando atender aos requisitos da estocagem. Por exemplo, se a empresa 
utiliza pequenas peças, como alfinetes, arruelas, botões, etc. em vez de usar 
grandes espaços nas prateleiras, podem ser usados gavetas, ou potes, onde são 
acomodados esses produtos e esses potes e gavetas irão para as prateleiras, 
organizando os espaços e otimizando o uso das prateleiras. 
 
FIGURA 29 – EXEMPLO DE ALMOXARIFADO COM USO DE PRATELEIRAS 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ctobrasil.com.br/verCurso.asp?curso=40>. 
Acesso em: 21 dez. 2012. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 124 
 
FIGURA 30 – EXEMPLO DE USO DE PRATELEIRAS 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.pdvativo.info/2009_01_01_archive.html>. 
Acesso em: 21 dez. 2012. 
 
 
FIGURA 31 – EXEMPLO DE USO DE PRATELEIRAS COM IDENTIFICAÇÃO POR 
LETRAS 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://amigonerd.net/trabalho/17647-armazenagem-no-brasil-do>. 
Acesso em: 21 dez. 2012. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 125 
Outro método de layout pode ser feito com a utilização de pallets, em vez de 
prateleiras. Nesse tipo de armazenamento, a empresa não utiliza prateleiras, mas 
mantém os produtos em cima de pallets (Figura 32), que nada mais são que 
estrados de madeira, ou outro material, como metal ou nylon e são colocados no 
chão mesmo, podendo ser empilhados em diversos andares, ou em um nível 
simples, onde os produtos são estocados e a movimentação dos estoques, seja 
consumo ou reposição, acontecem com a retirada ou entrada de mercadorias 
desses pallets. 
Dessa forma, o arranjo físico é mais simples, sendo necessária a alocação 
dos pallets dentro do espaço do almoxarifado. Assim sendo, o layout do 
almoxarifado pode ser o mesmo usado para as prateleiras, ou seja, no local onde 
são colocadas as prateleiras, colocam-se os pallets. Dessa maneira, os mesmos 
layouts apresentados acima, usados para as prateleiras, servem também para os 
pallets. 
Um cuidado deve ser ressaltado nesse uso: o arranjo dos produtos que 
estão nos pallets, visto que os produtos são colocados no pallet sem contorno 
algum, ou qualquer proteção contra queda. 
Também no pallet não é possível à colocação de produtos muito pequenos, 
como parafusos, por exemplo, ou arruelas. É claro que se pode armazenar esses 
produtos em pallets, mas torna-se necessário a utilização de outros componentes, 
como caixas, etc. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 126 
 
FIGURA 32 – MODELO DE PALLET 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://amigonerd.net/trabalho/17647-armazenagem-no-brasil-do>. 
Acesso em: 21 dez. 2012. 
 
 
5.2 ORGANIZAÇÃO DOS ESTOQUES DE ACORDO COM O LAYOUT 
 
 
Assim sendo, em virtude do layout adotado, a empresa desenvolve a 
organização dos estoques, ou seja, se a empresa adota o sistema de prateleiras, ou 
pallets, ou outro tipo de layout, é por meio deste layout que ocorrerá a organização 
dos produtos, insumos e demais mercadorias no almoxarifado. 
Se for adotado o sistema de prateleiras, todos os produtos e mercadorias 
deverão ser colocados nas mesmas. Nesse contexto é importante a identificação 
das prateleiras, corredores e estantes, a fim de poder identificar os produtos 
estocados, ainda mais se o almoxarifado for muito grande ou possuir uma imensa 
variedade de produtos. 
Outro detalhe se refere à colocação dos produtos nas prateleiras, devendo o 
almoxarife determinar essa lógica de arrumação e organização. Um detalhe nesse 
ponto é considerar em separado produtos sólidos de líquidos, produtos tóxicos de 
outros que não são tóxicos, produtos inflamáveis de produtos não inflamáveis, entre 
outros aspectos. 
 
 
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 127 
Uma atenção especial deve ser dada ao fato da colocação dos produtos nas 
prateleiras, pois o almoxarife deve organizar produtos semelhantes e produtos 
complementares sempre próximos nas estantes. 
Também é importante concentrar os produtos iguais em um mesmo local, 
independente da marca do fabricante, a não ser em casos específicos, em que a 
empresa organize os estoques pelo critério marca do fabricante, como em lojas de 
calçados por exemplo. 
Assim sendo, por exemplo, se a empresa mantém em estoque, por exemplo, 
filtros para veículos, o almoxarife deverá organizar todos os filtros em um mesmo 
local das prateleiras, independente das marcas de filtros que possua no 
almoxarifado. 
Dessa maneira, o almoxarife irá organizando os produtos da maneira que ele 
perceba que a dinâmica de movimentação dos estoques seja a melhor possível, ou 
atenda aos objetivos de forma eficiente e eficaz. 
Outro detalhe na arrumação e organização dos estoques em função do 
layout diz respeito ao tamanho, forma, porte e peso dos produtos que ficarão no 
almoxarifado, pois, em virtude desses requisitos, o almoxarife deverá separá-los em 
locais diferentes do almoxarifado. 
Por exemplo, digamos que uma empresa agropecuária possua nos estoques 
pneus de tratores, rodas de caminhões, engrenagens de médio porte e pequenas, 
óleos lubrificantes em baldes de 20 litros, enxadas, limas, parafusos, torneiras, 
cimento, pisos, etc. e tudo isso esteja em um mesmo almoxarifado. 
Assim sendo, o almoxarife deverá organizar os produtos em função de suas 
características físicas, como formato, peso, finalidade, etc. Dessa maneira, colocaria 
os pneus de tratores em determinado espaço, de preferência em um local onde não 
exista movimentação de pessoas e equipamentos, visto que é um produto de grande 
porte e o ideal é que fique em um local isolado. 
Após isso, deverá colocar as engrenagens em um ponto fixo, ou seja, um 
local onde não seja preciso a sua movimentação constante, colocando as 
engrenagens de grande porte na parte baixa da prateleira, ou no próprio chão 
embaixo da prateleira, visto que possui um peso elevado, que pode até danificar a 
prateleira. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 128 
Posteriormente, é necessário colocar os óleos lubrificantes em local 
específico para eles, visto que são produtos inflamáveis e não podem ficar em locais 
de incidência de raios solares, nem muito calor, pelo risco de explosão. Também 
precisam ficar em prateleiras em locais mais baixos, pela facilidade de 
movimentação. 
Os produtos pequenos vão para as partes mais elevadas das prateleiras, 
pois não afetariam a sua estrutura, como as limas, enxadas, parafusos, torneiras, 
etc. 
Por fim, coloca-se o cimento e as rodas de caminhões em locais onde a 
movimentação seja pequena e no próprio chão, ou no primeiro nível da prateleira. 
Dessa forma, o almoxarifado será completado e organizado. 
Voltando a falar da identificação, é necessário identificar os corredores de 
prateleiras, geralmente com letras maiúsculas e o lugar onde os produtos estão com 
identificação com números. 
Assim sendo, fica fácil para encontrar as mercadorias, pois se faz a 
conjunção entre as letras das prateleiras e os números das estantes. Por exemplo, 
digamos que o produto está na prateleira do segundo corredor, ou seja, o corredor B 
e está na estante 08, como mostrado na Figura 33. 
 
FIGURA 33 – EXEMPLO DE IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS NAS 
PRATELEIRAS 
01 02 03
04 05
1210 11
06
0708 09
13 14 15
 
FONTE: o Autor. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 129 
 
Pode-se afirmar que o produto localiza-se da forma: 
 
FIGURA 34 – EXEMPLO DE IDENTIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO DOS PRODUTOS 
NAS PRATELEIRAS 
 
cBe08
Sequencia de 
Prateleiras com 
identificação 
“B”
Identificação da 
Estante, como 
sendo o
“Número 08”
Corredor Estante
 
FONTE: o Autor. 
 
 
Dessa maneira, o produto está no corredor de identificação “B” na prateleira 
de número 08. 
Para a organização com o uso de pallets, a orientação é basicamente a 
mesma, tendo apenas que identificar os pallets em vez das prateleiras. 
 
 
5.3 ARRUMAÇÃO E LIMPEZA DO LOCAL DE ESTOCAGEM 
 
 
A arrumação e limpeza são fatores de essencial importância na atividade de 
almoxarife e no contexto da gestão dos estoques, visto que toda empresa necessita 
de profissionais preocupados com a arrumação e limpeza, e ainda mais no setor de 
estoques, ou almoxarifado, que possui uma imagem denegrida de desorganização, 
sujeira e desarrumação. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 130 
Assim sendo, o almoxarife precisa estar a todo o momento realizando a 
limpeza do espaço que trabalha, ou seja, precisa estar limpando e arrumando o 
almoxarifado constantemente. Esta limpeza consiste na varrição diária dos 
corredores de prateleiras, na retirada de poeiras do chão e outros materiais que 
estejam jogados, como plásticos, papelão, metais, etc., além da limpeza das 
estantes e dos produtos que devem ser constantemente limpos, retirando-se todas 
as poeiras que possam acumular. 
Além disso, o almoxarife necessita verificar as prateleiras e estantes a fim de 
arrumar produtos que possam estar caídos, quebrados, que estejam fora de seu 
local designado, etc. como forma de manter a organização inicial que foi feita. 
Também é necessário estar sempre estudando os locais de 
armazenamento, a fim de melhorar o ambiente de estocagem, fazendo mudanças na 
colocação de produtos, ou trocando produtos de local, a fim de melhorar o ambiente. 
Como já foi dito nesse curso, a avaliação de desempenho do almoxarife é 
medida, entre outros tantos fatores, pela arrumação, organização e limpeza do 
almoxarifado. Isso é tarefa essencial do almoxarife e ele deve estar antenado em 
realizá-la constantemente. 
 
 
5.4 CONSERVAÇÃO DOS PRODUTOS 
 
 
Esse tópico expõe um conceito que pouco é feito na gestão dos estoques, 
mas que é de grande importância: a conservação dos produtos. O almoxarife 
necessita preocupar-se em proporcionar todas as condições necessárias para que 
os produtos estejam em bom estado de conservação durante o tempo em que os 
mesmos permanecerem no almoxarifado, visto que a falta de conservação dos 
produtos acarretará em prejuízos para as empresas e prejudicará também, o 
trabalho do almoxarife. 
Assim sendo, torna-se de extrema importância que as mercadorias sejam 
mantidas em sua embalagem original, com lacres e selos de segurança 
perfeitamente intactos. Ainda é importante perceber que as embalagens não tenham 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 131 
risco de vazarem, explodirem, ou sofrerem algum dano que faça com que o produto 
que elas acondicionam seja perdido, derramado ou expelido na atmosfera. 
Também é importante não retirar os produtos de caixas, engradados, 
contêineres ou outro tipo de armazenamento maior que exista, como forma de 
proteger as mercadorias. 
Por fim, um detalhe muito importante consiste na verificação pelo almoxarife 
da identificação das mercadorias por meio de seu número de lote, data de 
fabricação e data de vencimento, a fim de poder controlar essas informações e não 
deixar que aconteçam ocorrências de perdas e danos pelos produtos em função de 
sua obsolescência ou vencimento dos produtos. 
É importante que essas informações sejam controladas por meio de 
relatórios gerenciais e que sejam feitas verificações constantes em todo o estoque. 
 
 
5.5 CUSTOS DE ESTOQUES 
 
 
Os principais custos gerados pelos estoques são: 
 Custos de armazenagem; 
 Custos de pedido; 
 Custos financeiros. 
 
 
5.5.1 Custos de Armazenagem 
 
 
Os custos de armazenagem dizem respeito a todos os custos que envolvem 
a estocagem e armazenamento dos produtos em estoque, ou seja, vão desde a 
construção do galpão de almoxarifado, aquisição de prateleiras e demais 
equipamentos, como mesas, computadores, ferramentas, etc. até o uso de pessoas 
no gerenciamento dos estoques, o custo com equipamentos, como empilhadeiras, o 
transporte de materiais de um local para outro, os custos com mercadorias vencidas, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 132 
estragadas, extraviadas, perdidas, furtadas, etc., ou seja, todos os custos que estão 
diretamente envolvidos com o processo de estocagem e armazenamento. 
Esses custos podem se tornar em detalhes impactantes no negócio da 
empresa, visto que em muitos casos, são os diferenciais entre o resultado esperado 
e o resultado realmente obtido. 
Dessa forma, a empresa necessita a todo tempo, estar analisando e 
levantando os custos de armazenamento que impactam o negócio e como esses 
custos estão sendo impactantes no negócio, a fim de poder atingir o alcance dos 
objetivos propostos pela empresa, e que a função estoque, possa contribuir para a 
perpetuidade dos negócios da empresa e não seja um empecilho para os negócios 
empresariais. 
 
 
5.5.2 Custos de Pedido 
 
 
Os custos de pedido são todos os custos que estão relacionados à 
reposição dos estoques, ou seja, tudo aquilo que é gasto em recursos financeiros 
para que possa se fazer a reposição dos estoques. 
Dessa maneira, estão incluídos nesse tipo de custos, os contatos telefônicos 
com os fornecedores, o uso de softwares para se fazer pedidos automáticos, a 
impressão de ordens de compra, a remuneração das pessoas envolvidas com os 
pedidos, entregas e organização dos produtos nos estoques, entre outros. 
Dependendo da intensidade de como os pedidos de compra são realizados, 
o custo de pedido pode ser alto e impactar negativamente a empresa nos seus 
resultados empresariais. 
Cabe ao almoxarife, e a toda a empresa, determinar a melhor maneira de se 
fazer os pedidos de reposição de mercadorias, a fim de reduzir os custos de pedido. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 133 
 
5.5.3 Custos Financeiros 
 
 
Os custos financeiros são aqueles inerentes a todo o processo de 
estocagem e incluem todo o capital financeiro que foi investido na aquisição das 
mercadorias que estão nos estoques, além de outros custos financeiros, como juros 
e taxas financeiras que a empresa necessita arcar para poder ter o estoque. 
Dessa maneira, a empresa necessita analisar cautelosamente os aspectos 
financeiros para poder tomar as decisões empresariais adequadas para o 
mantimento dos estoques em altos níveis, ou em baixos níveis, como reposição 
periódica ou contínua, entre outros aspectos, pois sempre estarão consumindo 
recursos financeiros que são importantes para todos os setores empresariais e para 
o negócio da empresa como um todo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO V 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 134 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
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2012. 
 
 
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FREITAS, R.S. Contabilidade Introdutória: avaliação de mercadorias. 
Disponível em: <http://www.portaladm.adm.br/CI/ci63.htm>.Acesso em: 19 
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http://www.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=3&sg=
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IMANUT – Estoque. Disponível em: 
<http://www.imanut.com.br/Estoque.htm>. Acesso em: 20 dez. 2012. 
 
 
RIBAS, R.P.; MIGUE, L. A. Extração e comercialização de folhagens 
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Rev. Econ. Sociol. Rural vol.42 no.4 Brasília Oct./Dec. 2004. Disponível em: 
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http://www.imanut.com.br/Estoque.htm
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http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-20032004000400003&script=sci_arttext
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 135 
STEVENS, G. C. Integrating Supply Chain: International Journal of Distribution and 
Materials Management. 1998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO CURSO

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