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Orçamento de Obras de Construção Civil


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AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ORÇAMENTO DE OBRAS DE 
CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ORÇAMENTO DE OBRAS DE 
CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
MÓDULO I 
 
1 NOÇÕES GERAIS SOBRE ORÇAMENTOS 
1.1 O QUE SÃO ORÇAMENTOS 
1.2 COMO SE ORGANIZAM OS ORÇAMENTOS 
1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 
1.3.1 Estudo das condicionantes de um trabalho 
1.3.2 Composição de custos 
1.3.3 Determinação do preço 
1.4 MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES 
1.5 PREÇO DE VENDA (UNITÁRIO) DE SERVIÇOS 
1.6 REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTOS 
 
MÓDULO II 
 
2 CÁLCULO DE PREÇOS DE VENDA 
2.1 ESTRUTURAS DE CUSTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
2.2 COMO CALCULAR PREÇOS DE VENDA 
2.3 O PREÇO DE VENDA EM FUNÇÃO DO CUSTO DIRETO 
2.4 CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA – SEQUÊNCIA DE OPERAÇÕES 
 
MÓDULO III 
 
3 CÁLCULO DE CUSTOS DIRETOS DE TAREFAS 
3.1 FÓRMULA DOS CUSTOS COMPOSTOS 
3.2 CUSTOS DE MÃO DE OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 
3.3 RENDIMANTOS: MÃO DE OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 4 
3.3.1 Mão de Obra 
3.3.2 Materiais 
3.3.3 Equipamentos 
3.4 FICHAS DE CUSTOS 
 
MÓDULO IV 
 
4 CÁLCULO DE CUSTOS DO CANTEIRO DE UMA OBRA 
4.1 MONTAGEM DO CANTEIRO DE OBRAS 
4.2 ALUGUEL DE EQUIPAMENTOS 
4.3 DESPESAS GERAIS 
4.4 DESMONTAGEM DO CANTEIRO DE OBRAS 
 
MÓDULO V 
 
5 MEDIÇÕES PARA ORÇAMENTO 
5.1 PRINCÍPIOS BASE 
5.2 REGRAS BÁSICAS DE MEDIÇÃO 
5.3 DESENVOLVIMENTO DE CHECK-LIST 
5.4 MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES 
5.5 MEMÓRIA DESCRITIVA 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 5 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 NOÇÕES GERAIS SOBRE ORÇAMENTOS 
 
 
A importância da realização de um orçamento preciso corresponde à 
possibilidade direta de uma empresa obter lucro ou prejuízo em uma obra, 
principalmente quando faltam critérios técnicos e econômicos mínimos para a sua 
elaboração. Por ter papel de responsabilidade direta pelo sucesso ou fracasso, no 
orçamento devem estar contidas todas as condicionantes de trabalho, desde a 
análise dos insumos utilizados, até a previsão de alguns gastos fixos mensais, tais 
como aluguéis de equipamentos e mão de obra envolvida na organização dos 
trabalhos (mestres, técnicos, engenheiros ou arquitetos responsáveis pela 
execução). 
 
FIGURA 1 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
Em uma visão tradicional, um orçamento é uma previsão ou estimativa do 
custo de uma obra. O custo total da obra é o valor que corresponde à soma de todos 
os gastos necessários para a sua execução. 
Um orçamento corresponde a uma avaliação, previsão ou estimativa do 
custo de obra ou de serviço a ser executado por meio de quantificação de insumos, 
mão de obra ou equipamentos, o tempo de duração do empreendimento. Assim, 
será possível obter o preço total da obra (GONZÁLEZ, 2007). 
Na participação de uma concorrência, o preço proposto pelo construtor não 
deve ser nem tão baixo a ponto de não permitir lucro, nem tão alto a ponto de não 
ser competitivo na disputa com os demais proponentes. 
Há sempre a possibilidade de duas ou mais empresas chegarem a 
orçamentos distintos, porque distintos são os processos teóricos utilizados, a 
metodologia de execução proposta para a obra, as produtividades adotadas para as 
equipes de campo e os preços coletados, dentre outros fatores. 
O que é importante destacar é que o orçamento deve refletir as premissas 
da construtora, constituindo-se numa meta a ser alcançada pela empresa. 
Os documentos integrantes do estudo do orçamento servem como 
importante fonte de informação para a preparação, organização e execução dos 
trabalhos. Muitas vezes, o volume de informações para um determinado caso pode 
ser bastante complexo, exigindo o registro de uma série de informações interligadas, 
que fazem parte de todo o processo de execução até a entrega do trabalho. 
O principal objetivo deste módulo está no entendimento dos conceitos de 
todos os elementos que constituem um orçamento de obras de Construção Civil, 
com a familiarização de suas características próprias e alguns aspectos relevantes. 
Neste módulo será possível criar um embasamento técnico que será 
necessário para a compreensão de todo o curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
FIGURA 2 
 
 FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
1.1 O QUE SÃO ORÇAMENTOS 
 
 
Os orçamentos são as formas de saber quanto custa uma obra ou projeto. 
Tem o mesmo sentido de previsão, sendo o ato de estimar uma situação futura, com 
base em uma análise presente, com o objetivo de alcançar uma nova situação 
projetada. 
No caso da Construção Civil, uma obra é uma atividade econômica, na qual 
o aspecto custo possui especial importância. O orçamento possui uma proposta do 
custo de uma obra, apresentada por uma empresa para a prestação de um serviço 
solicitado. 
Para entendimento geral de todos os passos que se deve percorrer para o 
desenvolvimento de um orçamento, deve-se ter em conta uma série de aspectos, 
conforme o fluxograma apresentado a seguir. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
 
FIGURA 3 
 
FONTE: MATTOS, 2006. 
 
 
Definição sintética de orçamento: 
 
É a completa discriminação dos custos e serviços para a realização de uma 
obra de Construção Civil. 
 
Segundo Tisaka (2006), os principais elementos de um orçamento são: 
 
 Projeto; 
 Caderno de encargos; 
 Medição; 
 Quantificação; 
 Memória descritiva; 
 Serviço simples; 
 Serviço composto; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
 Mapa de Trabalhos; 
 Mão de obra; 
 Materiais (insumos); 
 Composição de custos; 
 Composição de preços; 
 Preço de venda. 
 
Projeto 
 
Definição do plano geral para edificar, incluindo a informação específica para 
a concretização. 
 
Caderno de Encargos 
 
Documento de um projeto no qual se enumera as obrigações das partes e 
condições técnicas para a execução da obra. 
 
Medição 
 
Determinar quantidades de material, mão de obra e máquinas a aplicar em 
uma determinada obra. A medição gera documento em que constam os materiais e 
serviços necessários para um trabalho e que servem para fazer o estudo do 
orçamento. 
 
Quantificação 
 
É a etapa em orçamentação na qual são levantadas as quantidades de 
serviços de obra a executar por meio do registro da medição. 
 
Memória Descritiva 
 
Documento que contém todas as explicações detalhadas, apresentando as 
justificações e soluções para a execução de uma determinada construção. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
Serviço Simples 
 
É o serviço realizado apenas a partir de insumos e ferramentas básicas, com 
o emprego de mão de obra auxiliar. 
 
Serviço Composto 
 
É o serviço realizado a partir de insumos diversos, com o emprego de 
técnica e equipamentos especiais. 
 
Mapa de Trabalhos 
 
É a peça gráfica em que o orçamento é apresentado. É construído pela 
relação dos serviços da obra com as respectivas quantidades, custos unitários e 
totalizações por grupos de serviços afins ou correlatos. 
 
Mão de obra 
 
É o trabalho humano que é empregado na construção. 
 
Materiais (insumos) 
 
São os componentes utilizados na realização física dos diversos serviços. 
 
Composição de custos 
 
É a discriminação das quantidades de insumos e respectivos preçosnecessários à realização de um serviço (a soma define um custo para o serviço). 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
 
Preço de venda 
 
É a composição de custos acrescida da taxa de BDI (Benefícios e Despesas 
Indiretas) que contempla os serviços realizados pelo construtor que não fazem parte 
da obra em si, o emprego do capital, os riscos e o lucro. 
 
Para a realização de um orçamento de Construção Civil é necessário 
compreender inicialmente os seguintes pontos: 
 
- Identificação da obra; 
- Descrição; 
- Quantificação; 
- Análise e valorização dos serviços apresentados. 
 
Como o orçamento é preparado antes da realização do trabalho, deve ser 
realizado um estudo abrangente para que não existam lacunas na composição dos 
custos e considerações aleatórias. 
Um dos requisitos básicos para um bom orçamentista é o conhecimento 
detalhado de cada serviço. Quanto maior a capacidade de interpretar desenhos, 
planos e especificações da obra, melhor será o estabelecimento de ações para cada 
fase do trabalho a realizar, sendo possível identificar a dificuldade de cada serviço e 
consequentemente custos de execução. 
Existem alguns parâmetros que não podem ser determinados com exatidão, 
como é o caso das condições climáticas, condições do solo quando não ocorreram 
estudos prévios, disponibilidade de materiais, principalmente em períodos de férias 
coletivas dos fornecedores, além da influente flutuação da produtividade dos 
operários e diversas paralisações por acidentes, feriados ou outros fatores 
interligados. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
 
1.2 COMO SE ORGANIZAM OS ORÇAMENTOS 
 
 
A organização dos elementos que fazem parte de um orçamento não pode 
ser analisada apenas como uma listagem de números que foram retirados de um 
livro ou de um manual. 
Os orçamentos devem ser um documento regido por conceitos fundamentais 
de orçamentação, como ser capaz de retratar a realidade do projeto, por se tratar de 
um estudo, há sempre a possibilidade de uma margem de incerteza incorporada à 
análise, muitas são as premissas de cálculo adotadas e a defasagem de tempo 
entre o momento da orçamentação e o da realização do serviço. 
 
Os principais atributos de um orçamento são (MATTOS, 2006): 
 Estimativa; 
 Especificação; 
 Temporalidade. 
 
Estimativa 
 
O orçamento é baseado em previsões, obtendo levantamentos aproximados. 
Por mais que todas as variáveis sejam ponderadas, há sempre uma aproximação 
associada. O orçamento não tem que ser obrigatoriamente exato, porém deve ser o 
mais preciso possível. Quanto mais criteriosa for a análise dos elementos 
necessários para o estudo do orçamento, menor será a sua margem de erro. 
Por exemplo, em um orçamento de R$ 752.350,45, o valor apresentado com 
o rigor dos centavos não representa necessariamente uma “precisão” de duas casas 
decimais. Esse preço de venda é decorrente de uma série de contas definidas a 
partir de premissas de cálculo. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
 
FIGURA 4 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
A estimativa de um orçamento está embutida em diversos itens: 
 
 Mão de obra 
 
 Produtividade das equipes 
 
Quando, por exemplo, se admite que um pedreiro gasta 1,0 h para fazer 1,0 
m2 de alvenaria de bloco cerâmico, será por meio dessa premissa que o total de 
mão de obra de alvenaria será calculado. A produtividade afeta diretamente a 
composição de custo. 
 
 Encargos sociais e trabalhistas 
 
O percentual de encargos que incidem sobre a mão de obra leva em conta 
premissas tais como incidência de acidentes do trabalho, rotatividade para cálculo 
de aviso prévio, faltas justificadas e outros elementos arbitrados a partir de 
parâmetros estatísticos e históricos. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
 
 Material 
 
 Preço dos materiais 
 
Não é possível afirmar com certeza que os preços cotados durante a 
orçamentação serão os praticados durante a obra. 
 
 Impostos 
 
Os impostos embutidos no preço de aquisição dos insumos podem variar 
durante a obra. Além disso, a base de cálculo de impostos como o ISS é estimada 
para fins de orçamento. 
 
 Perda 
 
O percentual de perda e desperdício é arbitrado para cada material que 
entra no orçamento. Assim, por exemplo, admitir que há uma perda de 3% no bloco 
cerâmico é uma consideração que pode se mostrar arrojada, realista ou 
conservadora dependendo do serviço. 
 
 Reaproveitamento 
 
O reaproveitamento consiste na quantidade de vezes que um material pode 
ser reutilizado (Exemplo: chapa de madeira compensada para forma de estruturas 
de concreto). 
 
 Equipamento 
 
 Custo horário 
 
O custo horário depende de parâmetros de cálculo como vida útil, custo de 
manutenção e operação. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
 Produtividade 
 
Quando se assume, por exemplo, que uma escavadeira, escava 30 m3 de 
solo por hora, há uma margem de incerteza incluída, pois a produtividade é função 
da disponibilidade mecânica (percentual de tempo em que o equipamento está em 
condições mecânicas de ser utilizado) e do coeficiente de utilização (percentual do 
tempo disponível em que o equipamento efetivamente trabalha), além do 
empolamento do material escavado (aumento de volume entre os estados natural e 
solto). 
 
 Custos indiretos 
 
 Pessoal 
 
Os salários e encargos sociais das equipes técnica, administrativa e de 
apoio. 
 
 Despesas gerais 
 
As contas de água, luz, telefone, aluguel de equipamentos gerais (grua, 
andaimes), seguros, fretes, etc. 
 
 Imprevistos 
 
Os orçamentistas precisam incluir no orçamento alguma verba para os 
custos que não podem ser orçados com certeza ou explicitamente: retrabalho em 
razão de chuvas, por má qualidade, danos causados por fenômenos naturais ou por 
terceiros, danos causados pela construtora a terceiros, etc. 
 
Especificação 
 
O orçamento para a construção de uma obra em um determinado local 
dentro da área geográfica da sede da empresa é diferente do orçamento de uma 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
obra com as mesmas características a ser realizado em outra região distante, que 
necessite de mobilização da estrutura da empresa ao local. Não é correto designar 
um orçamento como padrão ou generalizado para um tipo de serviço. Por mais que 
um orçamentista se baseie em algum trabalho anterior, é sempre necessário adaptá-
lo à obra em questão. 
 
Todo orçamento está intrinsecamente ligado a: 
 
 Empresa 
 
O orçamento traz implícita a política da empresa, na quantidade de cargos 
de supervisão previstos (engenheiros, mestres, encarregados), no padrão do 
canteiro de obras, na quantidade de veículos disponibilizados para a equipe, grau de 
terceirização de serviços, na taxa de administração central cobrada da obra para 
cobrir parte dos custos do escritório central da empresa, na necessidade de 
empréstimos para fazer a obra, etc. 
 
 Condições locais 
 
O clima, relevo, vegetação, profundidade do lençol freático, tipo de solo, 
condições das estradas locais, facilidade de acesso às fontes de matérias-primas, 
qualidade da mão de obra, oferta de equipamento, qualidade dos subempreiteiros da 
região, diferentes alíquotas de impostos, entre outros fatores. 
 
Temporalidade 
 
Um orçamento realizado há algum tempo já não é válido atualmente. Se, por 
exemplo, a aprovação para iniciar um trabalho acontecer após longo tempo (fora da 
previsão definida em orçamento), será necessário estabelecer alguns ajustes. Isso 
se deve a: 
 
 Flutuação no custo dos materiais ao longo do tempo; 
 Alteração de impostos e encargos sociais e trabalhistas; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
 Evolução dos métodos construtivos. Surgimento de técnicas, materiais e 
equipamentos mais adequados à realização do respectivo serviço; 
 Diferentes cenários financeiros e gerenciais. Os diferentes cenários 
podem justificar a terceirização, delegaçãode tarefas, condições de capital de giro, 
necessidade de empréstimo, etc. 
 
FIGURA 5 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
A organização de orçamentos para obras de Construção Civil pode ter 
enfoques distintos, quando analisado sob o prisma do cliente e proprietário da obra 
ou pelo construtor (MATTOS, 2006). 
Do ponto de vista do cliente e proprietário da obra, o orçamento é a 
descrição de todos os serviços, devidamente quantificados e multiplicados pelos 
respectivos preços unitários, cuja somatória define o preço total, ou seja, seu 
desembolso. 
Alguns pontos apresentados em um orçamento não são uma preocupação 
imediata do proprietário, como a cotação de materiais, percentual de perdas e 
produtividade de equipes. De uma maneira geral estará mais preocupado com o 
montante do empreendimento e como esse montante será desembolsado ao longo 
do tempo. 
Do ponto de vista do construtor, o orçamento é a descrição de todos os 
materiais, devidamente quantificados e multiplicados pelos respectivos custos 
unitários, acrescidos das despesas indiretas, cuja somatória define o custo total, ou 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
seja, o desembolso do construtor, mais o lucro e os impostos, gerando então o preço 
total, que é quanto irá receber (TISAKA, 2006). 
Para o construtor, o orçamento encerra em seu contexto todas as premissas 
que passam a ser metas de desempenho durante a obra. O preço de venda dos 
serviços é fixo, o custo é variável e precisa ser monitorado em função dessas metas. 
 
 
1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 
 
 
Para a estruturação de um orçamento destinado a obras de Construção Civil 
é necessário considerar alguns conceitos fundamentais que compõem o mesmo. 
O orçamento engloba três grandes etapas de trabalho: 
 
 Estudo das condicionantes de um trabalho; 
 Composição de custos; 
 Determinação do preço. 
 
Inicialmente estudam-se os documentos disponíveis em uma obra, realiza-se 
a visita ao local de trabalho, e fazem-se consultas ao cliente. Em seguida, prepara-
se o custo, que é proveniente das definições técnicas, do plano de obra, dos 
quantitativos dos serviços, das produtividades e da cotação de preços de insumos. 
Por fim, soma-se o custo indireto, aplicam-se os impostos e aplica-se a 
margem de lucro desejada, obtendo-se assim o preço de venda da obra. 
 
 
1.3.1 Estudo das condicionantes de um trabalho 
 
 
Quando existem elementos técnicos disponíveis pelo cliente para a 
realização de um orçamento, normalmente por meio de um projeto, seja ele básico 
ou técnico/executivo, a partir do projeto ou especificações técnicas por meio de um 
caderno de encargos, são identificados os serviços constantes da obra com suas 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 19 
respectivas quantidades, o grau de interferência entre eles, a dificuldade relativa de 
realização das tarefas, etc. 
A fase de estudo das condicionantes de um trabalho faz com que sejam 
conhecidas as condições da obra, englobando os seguintes passos: 
 
Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas 
 
A depender da complexidade da obra, as plantas baixas, cortes, vistas, 
perspectivas, notas, detalhes, diagramas, tabelas e quadros, que em essência 
definem o produto final a ser construído, demandam maior ou menor análise. 
O entendimento do projeto depende muito da experiência do orçamentista e 
de sua familiaridade com o tipo de obra. 
As especificações técnicas são documentos que trazem informações de 
natureza mais qualitativa do que quantitativa. Elas contêm, entre outras coisas: 
 
 Descrição qualitativa dos materiais a serem empregados; 
 Padrões de acabamento; 
 Tolerâncias dimensionais dos elementos estruturais; 
 Critério de aceitação de materiais; 
 Tipo e quantidade de ensaios a serem realizados; 
 Resistência do concreto. 
 
Leitura e interpretação do edital 
 
O edital é o documento que rege a licitação, no caso de a obra ser objeto de 
uma concorrência. Ele traz as "regras" do projeto. É o principal documento da fase 
de licitação. 
Algumas das informações contidas no edital e que são indispensáveis para a 
elaboração do orçamento: 
 
 Prazo da obra; 
 Datas contratuais; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 20 
 Penalidade por atraso no cumprimento do prazo ou bônus por 
antecipação; 
 Critérios de medição, pagamento e reajustamento; 
 Regime de preços (unitário, global, por administração); 
 Limitação de horários de trabalho; 
 Critérios de participação na licitação (capital social da empresa, etc.); 
 Habilitação técnica requerida com relação à empresa e responsável 
técnico; 
 Documentação requerida; 
 Seguros exigidos; 
 Facilidades disponibilizadas pelo contratante (instalações de água, 
energia, etc.). 
 
Visita técnica 
 
A visita ao local da obra serve para tirar dúvidas, levantar dados e 
características importantes para um orçamento, tirar fotos, avaliar o estado das vias 
de acesso e verificar a disponibilidade de materiais, equipamento e mão de obra na 
região. Em muitos casos, quando não existe projeto ou caderno de encargos, a visita 
técnica torna-se a única fonte de levantamento de informações para realizar o 
orçamento. 
 
FIGURA 6 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
 
1.3.2 Composição de custos 
 
 
Identificação dos serviços 
 
O custo total de uma obra é fruto do custo orçado para cada um dos serviços 
integrantes da obra. A origem da quantificação está na identificação dos serviços. 
 
Levantamento de quantitativos 
 
Cada serviço identificado deve ser quantificado. O levantamento de 
quantitativos é um dos principais trabalhos do orçamentista. O levantamento de 
quantitativos inclui cálculos baseados em dimensões precisas fornecidas no projeto 
(volume de concreto armado, área de telhado, área de pintura, etc.) ou em alguma 
estimativa (volume de escavação em solo, quando são dados perfis de sondagem, 
por exemplo). 
 
Custos Diretos 
 
Os custos diretos são aqueles diretamente associados aos serviços dos 
trabalhos em obra. Representam o custo orçado dos serviços levantados. 
A unidade básica é a composição de custos, os quais podem ser unitários, 
ou seja, identificados a uma unidade de serviço (quando ele é mensurável, por 
exemplo: kg de armação, m3 de concreto) ou dado como verba (quando o serviço 
não pode ser traduzido em uma unidade fisicamente mensurável, por exemplo: 
paisagismo, sinalização). 
Cada composição de custos unitários contém os insumos do serviço com 
seus respectivos índices (quantidade de cada insumo requerida para a realização de 
uma unidade do serviço) e valor (provenientes da cotação de preços e da aplicação 
dos encargos sobre a hora-base do trabalhador). 
A empresa pode usar composições de custos próprias obtidas pela 
experiência e levantamento por meio de obras de igual dimensão já anteriormente 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
realizadas ou obtê-las em publicações especializadas, como a TCPO (Tabelas de 
Composições de Preços para Orçamentos), da Editora PINI (TCPO, 2011), sendo 
atualmente uma das publicações mais completas e difundidas no mercado da 
Construção Civil. 
 
Custos Indiretos 
 
Os custos indiretos são aqueles que não estão diretamente associados aos 
trabalhos de obra em si, mas que são necessários para que tais serviços possam 
ser realizados. Nestes custos são dimensionadas as equipes técnicas (engenheiros, 
mestres, encarregados), de apoio (almoxarife, apontador) e de suporte (secretária, 
vigia), e identificadas às despesas gerais da obra (contas, materiais de escritório e 
limpeza, etc.), mobilização e desmobilização do canteiro de obras, taxas e 
emolumentos, entre outras despesas. 
 
Cotação de preços 
 
A cotação de preços consiste na coleta de preços dos fornecedores do 
mercado para os diversos materiais da obra, tanto os que aparecem no custo direto, 
quanto no custo indireto. É importante que estaetapa seja feita em seguida à 
seleção das composições de custos, para que o orçamentista possa ter uma relação 
completa de todos os materiais do orçamento. 
 
FIGURA 7 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 23 
 
Definição de encargos sociais e trabalhistas 
 
Análise dos encargos sociais e trabalhistas, a serem aplicados à mão de 
obra a ser utilizada na obra analisada. Envolvem os diversos impostos que incidem 
sobre a hora trabalhada e os benefícios a que têm direito os trabalhadores e que são 
pagos pelo empregador. 
 
 
1.3.3 Determinação do preço 
 
 
FIGURA 8 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
Definição da margem de lucro 
 
Basea-se nas condições intrínsecas e extrínsecas da obra, o construtor 
define a margem de lucro que deseja obter na obra em questão. Ele deve levar em 
conta fatores como: concorrência, risco do empreendimento, necessidade de 
conquistar a obra para imagem da empresa, etc. Aplicação do BDI (Benefícios e 
Despesas Indiretas) sobre o preço do trabalho como taxa de majoração importante 
ao custo do orçamento. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
 
FIGURA 9 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
Ao analisar os conceitos fundamentais aqui apresentados, é importante 
identificar que o propósito do orçamento não se resume à definição do custo da 
obra. Ele tem uma abrangência maior, servindo de subsídio para outras aplicações, 
tais como (MATTOS, 2006): 
 
Levantamento dos materiais e serviços 
 
A descrição e a quantificação dos materiais e serviços ajudam o construtor a 
planejar as compras, identificar fornecedores, estudar formas de pagamento e 
analisar metodologias executivas. 
 
Obtenção de índices para acompanhamento 
 
Com base nos índices de utilização de cada insumo (mão de obra, 
equipamento, material), o construtor poderá realizar uma comparação entre o que 
orçou e o que está efetivamente acontecendo na obra. Os índices servem também 
como metas de desempenho para as equipes de campo. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
 
Dimensionamento de equipes 
 
A quantidade de homem-hora requerida para cada serviço serve para a 
determinação da equipe. A partir do índice, determina-se o número de trabalhadores 
para uma dada duração do serviço. 
 
Capacidade de revisão de valores e índices 
 
O orçamento pode ser facilmente recalculado a partir de novos preços de 
insumos e índices de produção. Para isso, basta que os campos de valores sejam 
alterados, pois todo o restante é produto de operações aritméticas simples. 
 
Realização de simulações 
 
Cenários alternativos de orçamento com diferentes metodologias 
construtivas, produtividades, jornadas de trabalho, lucratividade, etc. 
 
Geração de cronogramas físico e financeiro 
 
O cronograma físico retrata a evolução dos serviços ao longo do tempo. O 
cronograma financeiro quantifica mensalmente os custos e receitas desses mesmos 
serviços – é a distribuição temporal dos valores. 
 
Análise da viabilidade econômico-financeira 
 
O balanço entre os custos e as receitas mensais fornece uma previsão da 
situação financeira da obra ao longo dos meses. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
 
1.4 MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES 
 
 
O Mapa de Trabalhos e Quantidades deve relacionar todos os serviços a 
serem realizados. Em seguida, calcular as quantidades a serem executadas e seus 
custos unitários (custo para executar uma unidade de cada serviço em questão). 
Os produtos de quantidades por custos unitários fornecem os custos totais 
parciais. A soma destes é o custo total do orçamento. Acrescendo-se o BDI, 
obtemos o preço total do orçamento (o preço a ser apresentado ao cliente). 
 
Assim, para o exemplo apresentado a seguir (CARDOSO, 2006): 
 
1) Medição de quantidades 
 
escavação = 1,2 x 1,2 x 1,2 = 1,728 m3 
remoção de solo = 1,2 m3 
compactação do fundo = 1x1 = 1 m2 
fundo em concreto = 1 x 1 x 0,05 = 0,05 m3 
alvenaria = (1 + 1 + 0,8 + 0,8) x 1,15 = 4,14 m2 
reboco interno = 0,8 x 4 x 1,15 = 3,68 m2 
grade = 1 m2 
reaterro = 0,528 m3 
 
2) Planilha de orçamento discriminado 
 
Orçamento para execução de caixa de drenagem em alvenaria, dimensões 
externas 1 x 1 x 1,2 m, rebocada internamente com grelha de aço d= ¾”. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
 
TABELA 1 
Item Serviço Unidade Quantidade Custo 
unitário 
Custo 
parcial 
1. Movimento de solo 
1.1 Escavação de solo com 
escoramento 
m3 1,728 15,00 25,92 
1.2 Apiloamento do fundo m2 1,00 8,00 8,00 
1.3 Remoção de solo m3 1,20 5,00 6,00 
1.4 Reaterro de solo m3 0,528 10,00 5,28 
2. Fundo em concreto 
magro 
m3 0,05 120,00 6,00 
3. Alvenaria de tijolos 
maciços, e= 10 cm 
m3 4,14 22,30 92,22 
4. Revestimento interno – 
reboco misto 
m2 3,68 14,00 51,52 
5. Grade de aço, barra 
d=¾” 
m2 1,00 150,00 150,00 
 Subtotal 345,04 
 BDI 50% 172,52 
 Total 517,56 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
Os Mapas de Trabalhos e Quantidades devem ser apresentados: 
 
 Dividindo os trabalhos (ou projeto) em capítulos; 
 Para cada capítulo é necessário individualizar as tarefas; 
 Conferir as tarefas. Verificar se estão todas consideradas (um orçamento 
antigo semelhante pode ajudar); 
 Medir quantidades sobre peças desenhadas definindo previamente a 
unidade de medição. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
 
FIGURA 10 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
1.5 PREÇO DE VENDA (UNITÁRIO) DE SERVIÇOS 
 
 
O preço de venda de um serviço é o preço calculado por uma empresa para 
venda do trabalho em questão. 
No estudo do preço de venda devem ser considerados os custos da 
empresa para a execução do trabalho. Estes custos são definidos por meio de 
composições unitárias de custos de serviços. 
Para o cálculo de preços de venda deve-se criar a decomposição em 
capítulos de um mapa de trabalhos, conforme o exemplo a seguir de um edifício 
corrente: 
 
 
Mapa de Trabalhos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
 
Capítulo 1 - Demolições 
Capítulo 2 - Terraplanagem 
Capítulo 3 - Fundações e estruturas 
Capítulo 4 - Construção civil 
4.1 - Alvenarias 
4.2 - Revestimento exterior - fachadas 
4.3 - Revestimento interior - tetos 
4.4 - Revestimento interior - paredes 
4.5 - Revestimento interior - pavimentos 
4.6 - Coberturas e impermeabilizações 
4.7 - Carpintaria 
4.8 - Serralharia 
4.9 - Pinturas 
4.10 - Vidros 
4.11 - Diversos 
Capítulo 5 - Instalações Hidráulicas 
Capítulo 6 - Instalações Elétricas 
Capítulo 7 - Instalações de Ar-condicionado 
Capítulo 8 - Instalações de Gás 
Capítulo 9 - Elevadores 
 
Composições unitárias de custos de serviços 
 
As composições unitárias de custos são as "fórmulas" de cálculo dos custos 
unitários nos orçamentos discriminados. Cada composição consiste das quantidades 
individuais do grupo de insumos (material, mão de obra e equipamentos) 
necessários para a execução de uma unidade de um serviço. 
 
Exemplos: 
(1) Para a execução de escavação de solo para vigas de fundação, o 
único insumo é a mão de obra (servente), sendo estimado um consumo de quatro 
horas para cada m3 escavado. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
 
Escavação de solo normal, até 3,0 m de profundidade – m2 
 
TABELA 2 
Item Descrição (função) Quantidade 
unitária 
Custo unitário Custo 
parcial 
1 Servente 4,00 h 5,60/h R$ 22,40 
 Total R$ 22,40 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
O custo unitário do serviço é obtido multiplicando-se a quantidade 
empregada do insumo por seu custo respectivo. No caso apresentado, o valor da 
hora é de R$ 2,00. 
Acrescendo-se os percentuais de Leis Sociais, considerados como 180%, o 
preço do insumo "Servente" é de R$ 5,60/h e o preço do serviço "Escavação" é de 
R$ 22,40/m3. 
 
(2) A execução da armadura de uma viga, em aço CA-50 de 12,5mm, 
envolve os seguintes insumos, já incluídas as perdas nas quantidades unitárias: 
 
TABELA 3 - ARMADURACA-50, 12,5 MM - KG 
Item Descrição Quantidade 
unitária 
Custo unitário Custo 
parcial 
1 Aço CA-50, 12,5 mm 1,05 kg 3,00/kg 3,15 
2 Arame recozido 0,02 kg 7,00/kg 0,14 
3 Armador 0,10 h 8,40/h 0,84 
4 Servente 0,10 h 5,60/h 0,56 
 Total : R$ 4,69 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
Da mesma forma, os percentuais de Leis Sociais estão embutidos nos 
custos de mão de obra. Não é necessário que seja assim, podendo-se calcular em 
separado, acrescendo-se como um subtotal. 
O valor adotado depende de vários fatores, principalmente da legislação 
vigente na data e nas condições particulares da empresa (rotatividade, horas extras, 
índice de ações trabalhistas, etc.). 
Para estes dois exemplos, o valor calculado é o custo, válido genericamente, 
para obras comuns. Contudo, em cada caso, devem ser verificados aspectos 
singulares, tais como: local da obra (transporte), horário e condições de trabalho 
(horas extras, periculosidade, insalubridade). Além disso, devem ser acrescidos os 
custos não discriminados e o lucro desejado (BDI) (SILVA, 2006). 
 
Obtenção das composições 
 
As composições de custos podem ser obtidas de várias fontes. A melhor 
forma é o levantamento direto nas próprias obras, verificando-se o consumo de 
acordo com a produtividade da mão de obra local e nas condições técnicas em que 
se produz. Porém, pela quantidade de trabalho envolvido, geralmente no início das 
composições são obtidas por meio de referências em publicações. 
A utilização indiscriminada, porém, é perigosa, pois os coeficientes foram 
determinados em locais distintos, e não há garantias de que sejam adequados para 
as condições das nossas obras. Por exemplo, uma publicação editada em São 
Paulo, há trinta anos, evidentemente deve refletir condições muito diferentes das 
encontradas nos dias de hoje. Outra forma de obtenção de composições é o cálculo 
direto, para o qual se apresentam dois casos: 
 
(1) Argamassa para alvenaria (1:2:9) - m3: 
a) Materiais - traço em volume, considerando os pesos específicos: o volume 
para cada parcela do traço é: 1 m3 / (1+2+9) = 0,083333 m3 
a1) cimento (1600 kg/m3): 0,83333 x 1600 = 133,3333 kg 
a2) cal hidratada (1030 kg/m3): 0,83333 x 2 x 1030 = 171,6666 kg 
a3) areia: 0,83333 x 9 = 0,75 m3 
a4) perdas: assume-se perda média de 10% nos materiais 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
 
b) Mão de obra: estimada (ou medida na obra) em 10h/m3. 
c) Betoneira: tempo ocupado estimado (ou medido na obra) em 4 h. 
 
TABELA 4 - ARGAMASSA PARA ALVENARIA (1:2:9) – M3 
Item Descrição Quantidade 
unitária 
Custo unitário Custo 
parcial 
1 Cimento 133,33 kg * 1,10 0,32/kg 46,93 
2 Cal hidratada 171,67 kg * 1,10 0,28/kg 52,87 
3 Areia média 0,75 m3 * 1,10 35,00/m3 28,88 
4 Betoneira 500 litros 0,50 dia 20,00/dia 
(aluguel) 
10,00 
5 Servente 10,00 h 5,60/h 56,00 
 Total : R$ 194,68 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
(2) Alvenaria de tijolos furados (6 furos, 10x15x20), 10 cm de largura – m2, 
para revestir: 
 
a) Quantidade de tijolos 
 
a1) tijolos em um metro quadrado: 1/0,16 x 1/0,21 = 29,76 un 
a2) àrea ocupada pelos tijolos: 29,76 x 0,15 x 0,20 = 0,89 m2 
a3) volume de argamassa: (1-0,89) x 0,10 = 0,0107 m3 
a4) perdas: assume-se perda média de 10% nos materiais. 
 
b) Mão de obra: estimada 1m 1,6h de pedreiro e 0,8h de servente 
(estes valores são tradicionalmente empregados) 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
TABELA 5 - ALVENARIA DE TIJOLOS FURADOS (6 FUROS, 10X15X20), 
10 CM DE LARGURA – M2 
Item Descrição Quantidade 
unitária 
Custo unitário Custo 
parcial 
1 Tijolos 29,76 un * 1.10 0,28/un 9,17 
2 Argamassa 1:2:9 0,0107 m3 * 1,10 194,68/m3 2,29 
3 Pedreiro 1,60 h 7,80 /h 12,46 
4 Servente 0,80 h 5,60/h 4,48 
 Total : R$ 28,42 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
É importante entender que a montagem da composição deve ser coerente 
com o critério adotado para a medição de serviços, para que se saiba o que está 
incluído e o que não está nos valores resultantes da composição de custos. 
Embora os preços possam ser obtidos de listas, do tipo publicado 
periodicamente em revistas ou fornecido por contrato (mediante assinatura), para a 
execução da obra é necessário obter-se as composições de custos, propriamente 
ditas, para que seja possível realizar a aquisição de materiais, contratação da mão 
de obra ou de serviços subempreitados e o controle geral da obra. 
 
 
1.6 REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTOS 
 
 
Para a realização de orçamentos é necessário organizar os elementos 
identificados no estudo, geralmente compostos pelas seguintes etapas: 
 
 Recebimento do conjunto de documentos e informações complementares 
(prazo, condições de execução, entre outros); 
 Análise preliminar dos documentos e busca de esclarecimentos ou 
detalhes para elementos sobre os quais há dúvidas; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
 Identificação dos itens e discriminação orçamentária preliminar dos 
serviços; 
 Quantificação (medição em obra ou por meio de projetos); 
 Lançamento em sistema informatizado e/ou busca das composições; 
 Listagem e cotação de materiais, mão de obra e serviços subempreitados; 
 Lançamento dos custos, análise de BDI, análises de prazos e viabilidade; 
ajustes finais; 
 Fechamento do orçamento, redação das condições da proposta ou minuta 
do contrato. 
 
Regras gerais para execução de orçamentos: 
 
 Definir claramente as necessidades; 
 Saber o que se compra, para que fim e onde comprar; 
 Planejar as despesas; 
 Organizar os documentos de despesa de forma funcional; 
 Evitar desperdícios. 
 
Um orçamento deve conter: 
 
 Apresentação da empresa; 
 Quadro técnico; 
 Memória descritiva; 
 Relatório fotográfico; 
 Mapa de Trabalhos e Quantidades; 
 Descrição dos serviços oferecidos; 
 Planilha de custos; 
 Cronograma de execução; 
 Prazo de entrega; 
 Validade da proposta; 
 Fichas técnicas dos produtos mais relevantes. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
Nos casos em que o orçamento não seja gratuito, o profissional deve 
informar sempre ao consumidor previamente do valor do seu custo, a não 
informação condiciona a não obrigatoriedade de recebimento por este serviço. 
Normalmente não é prática usual na construção civil o pagamento pela 
realização de um orçamento, mesmo que seja preciso realizar um estudo técnico 
que pode corresponder a muitas horas de trabalho. 
Esta prática caracteriza o risco que existe por parte das empresas de 
construção civil, que muitas vezes dedicam parte de seu tempo na criação de um 
orçamento técnico, que mostra o perfil técnico e profissional da empresa, sem a 
certeza de que terá sucesso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I

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