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Enfermagem em Clinica Médica

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA 
 
 
 
1 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
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Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842e Enfermagem em clínica médica / Portal Educação. - Campo Grande: Portal 
Educação, 2012. 
 246p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-66104-13-4 
 1. Enfermagem - Clínica. I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 610 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ................................................... 16 
2 CONCEITO DE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E 
PROCESSO DE ENFERMAGEM ........................................................................................................ 21 
3 EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO ....................................................................................... 25 
3.1 REGULAÇÃO DOS COMPARTIMENTOS DE LÍQUIDOS CORPORAIS .................................. 26 
3.1.1 Osmose e osmolalidade ............................................................................................................ 26 
3.1.2 Difusão ...................................................................................................................................... 26 
3.1.3 Filtração ..................................................................................................................................... 27 
3.1.4 Bomba de Sódio – Potássio ...................................................................................................... 27 
3.1.5 Vias de Ingestão e Excreção ..................................................................................................... 27 
3.1.6 Mecanismos Homeostáticos ...................................................................................................... 28 
3.2 DISTÚRBIOS DO VOLUME DE LÍQUIDO ................................................................................. 28 
3.2.1 Déficit do Volume de Líquido (Hipovolemia) .............................................................................. 28 
3.2.1.1Tratamento ................................................................................................................................ 29 
3.2.1.2Intervenção de Enfermagem ..................................................................................................... 30 
3.3 EXCESSO DE VOLUME DE LÍQUIDO (HIPERVOLEMIA) ...................................................... 31 
3.3.1 Tratamento ................................................................................................................................ 31 
3.3.2 Terapia Farmacológica .............................................................................................................. 32 
3.3.3 Hemodiálise ............................................................................................................................... 32 
3.3.4 Terapia Nutricional..................................................................................................................... 32 
3.3.5 Intervenção de Enfermagem ..................................................................................................... 33 
4 HOQUE E FALÊNCIA MULTISSISTÊMICA ............................................................................ 34 
4.1 CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE ............................................................................................... 34 
4.1.1 Choque hipovolêmico ............................................................................................................... 34 
4.1.2 Choque cardiogênico ................................................................................................................. 34 
 
 
3 
4.1.3 Choque circulatório ................................................................................................................... 36 
4.2 FISIOPATOLOGIA DO CHOQUE.............................................................................................. 37 
4.3 ESTÁGIOS DO CHOQUE ......................................................................................................... 38 
4.3.1 Estágio Compensatório ............................................................................................................. 38 
4.3.2 Estágio Progressivo ................................................................................................................... 39 
4.3.3 Estágio Irreversível .................................................................................................................... 40 
4.4 TRATAMENTO DO CHOQUE ................................................................................................... 40 
4.5 INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM ........................................................................................ 41 
5 DISTÚRBIOS DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR ......................................................... 43 
5.1 REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA ................................................................................. 43 
5.2 DISTÚRBIOS DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR .......................................................... 43 
5.2.1 Rinite ........................................................................................................................................ 44 
5.2.1 Tratamento ................................................................................................................................ 44 
5.2.1.2Intervenção de Enfermagem ..................................................................................................... 45 
5.2.2 Rinite viral (Resfriado Comum) .................................................................................................. 45 
5.2.2.1Tratamento ................................................................................................................................ 46 
5.2.3 Sinusite aguda ........................................................................................................................... 47 
5.2.3.1Tratamento ................................................................................................................................ 48 
5.2.4 Faringite aguda .......................................................................................................................... 49 
5.2.4.1Tratamento ................................................................................................................................ 49 
5.2.4.2Intervenção de Enfermagem ..................................................................................................... 50 
5.2.5 Faringite crônica ........................................................................................................................ 50 
5.2.5.1Tratamento ................................................................................................................................ 51 
5.2.6 Laringite ..................................................................................................................................... 51 
5.2.6.1Tratamento ................................................................................................................................52 
5.2.6.2Intervenção de Enfermagem ..................................................................................................... 52 
6 DISTÚRBIOS DO TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR ........................................................... 53 
 
 
4 
6.1 ATELECTASIA .......................................................................................................................... 53 
6.1.1 Tratamento ............................................................................................................................... 54 
6.2 PNEUMONIA ............................................................................................................................. 55 
6.2.1 Fisiopatologia ............................................................................................................................ 56 
6.2.2 Manifestações Clínicas .............................................................................................................. 58 
6.2.3 Tratamento ................................................................................................................................ 59 
6.2.4 Prescrições e Orientações de Enfermagem .............................................................................. 60 
6.3 EDEMA PULMONAR ................................................................................................................. 60 
6.3.1 Achados Diagnósticos ............................................................................................................... 61 
6.3.2 Tratamento ................................................................................................................................ 61 
6.3.3 Intervenção de Enfermagem ..................................................................................................... 62 
6.4 INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA .............................................................................. 62 
6.4.1 Manifestações Clínicas .............................................................................................................. 63 
6.4.2 Tratamento ................................................................................................................................ 64 
6.4.3 Intervenção de Enfermagem ..................................................................................................... 64 
6.5 HIPERTENSÃO PULMONAR .................................................................................................... 64 
6.5.1 Manifestações Clínicas .............................................................................................................. 66 
6.5.2 Tratamento ................................................................................................................................ 66 
6.5.3 Intervenção de Enfermagem ..................................................................................................... 66 
6.6 EMBOLIA PULMONAR ............................................................................................................. 67 
6.6.1 Fisiopatologia ............................................................................................................................ 68 
6.6.2 Manifestações Clínicas .............................................................................................................. 68 
6.6.3 Tratamento ................................................................................................................................ 69 
6.7 DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA .................................................................... 70 
6.7.1 Manifestações Clínicas .............................................................................................................. 70 
6.7.2 Tratamento ................................................................................................................................ 71 
6.8 BRONQUIECTASIA................................................................................................................... 71 
 
 
5 
6.8.1 Fisiopatologia ............................................................................................................................ 72 
6.8.2 Tratamento ............................................................................................................................... 72 
6.8.3 Intervenção de Enfermagem ..................................................................................................... 73 
6.9 ASMA ........................................................................................................................................ 73 
6.9.1 Fisiopatologia ............................................................................................................................ 74 
6.9.2 Manifestações Clínicas .............................................................................................................. 75 
6.9.3 Tratamento ................................................................................................................................ 76 
6.9.4 Intervenção de Enfermagem ..................................................................................................... 77 
7 DISRITMIAS .............................................................................................................................. 78 
7.1 TIPOS DE DISRITMIAS ............................................................................................................ 78 
7.1.1 Disritmias do Nódulo Sinusal ..................................................................................................... 79 
7.1.1.1Bradicardia Sinusal ................................................................................................................... 80 
7.1.1.2Taquicardia Sinusal .................................................................................................................. 81 
7.1.1.3Arritmia Sinusal ......................................................................................................................... 81 
7.1.1.4Disritmias Atriais ....................................................................................................................... 82 
7.1.2 Disritmias Atriais ........................................................................................................................ 82 
7.1.2.1Complexo Atrial Prematuro ....................................................................................................... 82 
7.1.2.2Flutter Atrial ............................................................................................................................... 83 
7.1.2.3Fibrilação Atrial ......................................................................................................................... 84 
7.1.3 Disritmias Juncionais ................................................................................................................. 86 
7.1.3.1Complexo Juncional Prematuro ................................................................................................ 86 
7.1.3.2Ritmo Juncional ........................................................................................................................ 86 
7.1.4 Disritmias Ventriculares ............................................................................................................. 87 
7.1.4.1Complexo Ventricular Prematuro .............................................................................................. 87 
7.1.4.2Taquicardia Ventricular ............................................................................................................. 88 
7.1.4.3Fibrilação Ventricular ................................................................................................................ 89 
7.1.4.4Ritmo Idioventricular .................................................................................................................90 
 
 
6 
7.1.4 Assistolia Ventricular ................................................................................................................. 91 
7.1.5 Anormalidades de Condução .................................................................................................... 92 
7.1.5.1Bloqueio Atrioventricular de Primeiro Grau ............................................................................... 92 
7.1.5.2Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau, Tipo I ................................................................... 93 
7.1.5.3Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau, Tipo II .................................................................. 94 
7.1.5.4Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau ............................................................................... 95 
7.2 MODALIDADES AUXILIARES E TRATAMENTO ...................................................................... 96 
8 DOENÇA DA ARTÉRIA CORONÁRIA ..................................................................................... 98 
8.1 ATEROSCLEROSE CORONARIANA ....................................................................................... 98 
8.1.1 Manifestações Clínicas .............................................................................................................. 99 
8.1.2 Fatores de Risco ...................................................................................................................... 100 
8.1.3 Tratamento ............................................................................................................................... 100 
8.2 ANGINA DO PEITO .................................................................................................................. 100 
8.2.1 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 101 
8.2.2 Tratamento ............................................................................................................................... 102 
8.3 INFARTO DO MIOCÁRDIO ...................................................................................................... 102 
8.3.1 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 102 
8.3.2 Tratamento ............................................................................................................................... 103 
9 DOENÇAS INFECCIOSAS DO CORAÇÃO............................................................................. 104 
9.1 ENDOCARDITE REUMÁTICA ................................................................................................. 104 
9.1.1 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 105 
9.1.2 Tratamento ............................................................................................................................... 106 
9.1.3 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 106 
9.2 ENDOCARDITE INFECCIOSA ................................................................................................. 106 
9.2.1 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 107 
9.2.2 Prevenção ............................................................................................................................... 108 
9.2.3 Tratamento ............................................................................................................................... 109 
 
 
7 
9.2.4 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 109 
9.3 MIOCARDITE ........................................................................................................................... 110 
9.3.1 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 110 
9.3.2 Tratamento ............................................................................................................................... 111 
9.4 PERICARDITE ......................................................................................................................... 111 
9.4.1 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 112 
9.4.2 Tratamento .............................................................................................................................. 113 
10 DISTÚRBIOS ARTERIAIS ....................................................................................................... 114 
10.1 DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA OCLUSIVA ...................................................................... 114 
10.1.1 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 115 
10.1.2 Tratamento ............................................................................................................................... 116 
10.1.3 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 117 
10.2 ANEURISMA AÓRTICO ........................................................................................................... 117 
10.2.1 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 119 
10.2.2 Tratamento ............................................................................................................................... 119 
10.2.3 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 120 
11 DISTÚRBIOS VENOSOS ......................................................................................................... 121 
11.1 TROMBOSE VENOSA ............................................................................................................. 121 
11.1.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 121 
11.1.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................ 122 
11.1.3 Prevenção ................................................................................................................................ 123 
11.1.4 Tratamento ............................................................................................................................... 123 
11.1.5 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 124 
11.2 INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA ...................................................................................... 124 
11.2.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 124 
11.2.2 Complicações ........................................................................................................................... 127 
11.2.3 Tratamento ............................................................................................................................... 127 
 
 
8 
11.3 VEIAS VARICOSAS ................................................................................................................. 128 
11.3.1 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 129 
11.3.2 Prevenção ................................................................................................................................129 
11.3.3 Tratamento ............................................................................................................................... 130 
11.3.4 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 130 
12 HIPERTENSÃO ARTERIAL ..................................................................................................... 131 
12.1 HIPERTENSÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA .......................................................................... 132 
12.1.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 133 
12.1.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 134 
12.1.3 Tratamento ............................................................................................................................... 135 
12.1.4 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 136 
13 CRISES HIPERTENSIVAS ....................................................................................................... 137 
13.1 EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA .............................................................................................. 137 
13.2 URGÊNCIA HIPERTENSIVA ................................................................................................... 137 
14 DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS ........................................................................................... 139 
14.1 ANEMIAS ................................................................................................................................. 139 
14.1.1 Classificação das Anemias ....................................................................................................... 140 
14.1.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 141 
14.1.3 Complicações ........................................................................................................................... 141 
14.1.4 Tratamento Médico ................................................................................................................... 141 
14.2 ANEMIA FERROPRIVA ............................................................................................................ 142 
14.3 LEUCOCITOSE E AS LEUCEMIAS ......................................................................................... 142 
14.3.1 Leucemia Mieloide Aguda ....................................................................................................... 143 
14.3.1.1Manifestações Clínicas .......................................................................................................... 144 
14.3.1.2Tratamento ............................................................................................................................ 144 
14.3.2 Leucemia Mieloide Crônica ..................................................................................................... 145 
14.3.3 Leucemia Linfocítica Aguda ..................................................................................................... 146 
 
 
9 
14.3.3.1Manifestações Clínicas .......................................................................................................... 146 
14.3.3.2Tratamento ............................................................................................................................ 146 
14.3.4 Leucemia Linfocítica Crônica ................................................................................................... 147 
14.3.4.1Fisiopatologia ......................................................................................................................... 147 
14.3.4.2Manifestações Clínicas .......................................................................................................... 147 
14.3.4.3Tratamento ............................................................................................................................ 147 
15 DISTÚRBIOS GÁSTRICOS E DUODENAIS............................................................................ 148 
15.1 GASTRITE ................................................................................................................................ 148 
15.1.1Fisiopatologia ............................................................................................................................ 149 
15.1.2Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 149 
15.1.3Histórico e Achados Diagnósticos ............................................................................................. 150 
15.1.4Tratamento ............................................................................................................................... 150 
15.1.5Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 151 
15.2 ÚLCERAS GÁSTRICAS E DUODENAIS ................................................................................ 151 
15.2.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 153 
15.2.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 154 
15.2.3 Tratamento ............................................................................................................................... 155 
15.2.4 Terapia Farmacológica ............................................................................................................. 156 
15.2.5 Cessação do Tabagismo .......................................................................................................... 156 
15.2.6 Modificação da Dieta ................................................................................................................ 156 
15.2.7 Tratamento Cirúrgico ................................................................................................................ 156 
16 DISTÚRBIOS INTESTINAIS E RETAIS ................................................................................... 157 
16.1 CONSTIPAÇÃO ....................................................................................................................... 157 
16.1.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 158 
16.1.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 158 
16.1.3 Complicações ........................................................................................................................... 159 
16.1.4 Tratamento .............................................................................................................................. 159 
 
 
10 
16.1.5 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 160 
16.2 DIARREIA ................................................................................................................................ 160 
16.2.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 161 
16.2.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 161 
16.2.3 Tratamento .............................................................................................................................. 16216.2.4 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 162 
16.3 APENDICITE ............................................................................................................................ 163 
16.3.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 163 
16.3.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 163 
16.3.3 Complicações ........................................................................................................................... 164 
16.3.4 Tratamento .............................................................................................................................. 165 
16.3.5 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 165 
16.4 PERITONITE ............................................................................................................................ 165 
16.4.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 166 
16.4.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 166 
16.4.3 Complicações ........................................................................................................................... 167 
16.4.4 Tratamento .............................................................................................................................. 167 
17 DISTÚRBIOS HEPÁTICOS ...................................................................................................... 169 
17.1 ICTERÍCIA ................................................................................................................................ 169 
17.1.1 Icterícia Hemolítica ................................................................................................................... 170 
17.1.2 Icterícia Hepatocelular .............................................................................................................. 171 
17.1.3 Icterícia Obstrutiva .................................................................................................................... 171 
17.2 HIPERBILIRRUBINEMIA HEREDITÁRIA ................................................................................. 172 
17.3 ASCITE ..................................................................................................................................... 173 
17.3.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 173 
17.3.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................ 174 
17.3.3 Tratamento .............................................................................................................................. 174 
 
 
11 
17.3.3.1Modificação da dieta .............................................................................................................. 174 
17.3.3.2Diuréticos ............................................................................................................................... 175 
17.3.3.3Repouso no leito .................................................................................................................... 175 
17.3.3.4Paracentese ........................................................................................................................... 175 
17.3.4Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 176 
17.4 HEPATITE VIRAL ..................................................................................................................... 176 
17.4.1 Hepatite por vírus A (HAV) ....................................................................................................... 176 
17.4.1.1Manifestações clínicas ........................................................................................................... 177 
17.4.1.2Tratamento ............................................................................................................................ 178 
17.4.2 Hepatite por Vírus B (HBV) ...................................................................................................... 178 
17.4.2.1 Manifestações Clínicas ......................................................................................................... 179 
17.4.2.2Prevenção .............................................................................................................................. 179 
17.4.2.3Tratamento ............................................................................................................................ 180 
17.4.3 Hepatite por vírus C (HCV) ....................................................................................................... 180 
17.4.4 Hepatite por vírus D (HDV) ....................................................................................................... 181 
17.4.5 Hepatite por vírus E (HEV) ....................................................................................................... 182 
17.4.6 Hepatite por vírus G (HGV) e vírus GB-C ................................................................................. 182 
17.5 CIRROSE HEPÁTICA .............................................................................................................. 183 
17.5.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 184 
17.5.2 Manifestações clínicas da cirrose ............................................................................................. 184 
17.5.3 Tratamento .............................................................................................................................. 185 
17.5.4 Intervenções de Enfermagem na cirrose hepática.................................................................... 186 
18 DISTÚRBIOS BILIARES .......................................................................................................... 187 
18.1 COLECISTITE .......................................................................................................................... 187 
18.2 COLELITÍASE .......................................................................................................................... 188 
18.2.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 188 
18.2.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 189 
 
 
12 
18.2.3 Tratamento .............................................................................................................................. 190 
19 DIABETES MELLITUS ............................................................................................................. 192 
19.1 CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES ............................................................................................ 192 
19.2 FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DO DIABETES .................................................................. 194 
19.3 DIABETES DO TIPO 1 ............................................................................................................. 195 
19.4 DIABETES DO TIPO 2 ............................................................................................................. 195 
19.5 DIABETES GESTACIONAL .....................................................................................................196 
19.5.1 Manifestações Clínicas ............................................................................................................ 196 
19.5.2 Tratamento do Diabetes ........................................................................................................... 197 
20 DISFUNÇÃO DO TRATO URINÁRIO SUPERIOR E INFERIOR ............................................. 199 
20.1 INCONTINÊNCIA URINÁRIA ................................................................................................... 199 
20.1.1 Incontinência por Estresse ...................................................................................................... 199 
20.1.2 Incontinência por Urgência ....................................................................................................... 200 
20.1.3 Incontinência Reflexa ............................................................................................................... 200 
20.1.4 Incontinência por hiperfluxo ..................................................................................................... 200 
20.1.5 Tratamento ............................................................................................................................... 201 
20.1.5.1Terapia Comportamental ....................................................................................................... 202 
20.1.5.2Terapia Farmacológica .......................................................................................................... 202 
20.1.6 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 202 
20.2 INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO ....................................................................................... 203 
20.2.1 Infecções do Trato Urinário Inferior .......................................................................................... 204 
20.2.1.1Fisiopatologia ......................................................................................................................... 204 
20.2.1.2Manifestações clínicas ........................................................................................................... 204 
20.2.1.3Tratamento ............................................................................................................................ 205 
20.2.2 Infecção do Trato Urinário Superior .......................................................................................... 206 
20.2.2.1Pielonefrite Aguda .................................................................................................................. 206 
20.2.2.2Pielonefrite Crônica ................................................................................................................ 207 
 
 
13 
20.3 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA ............................................................................................ 208 
20.3.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 208 
20.3.2 Categorias da Insuficiência Renal Aguda ................................................................................. 209 
20.3.3 Fases da Insuficiência Renal Aguda......................................................................................... 212 
20.3.4 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 213 
20.3.5 Tratamento .............................................................................................................................. 214 
20.3.6 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 215 
20.4 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA ........................................................................................ 215 
20.4.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 216 
20.4.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 216 
20.4.3 Complicações ........................................................................................................................... 217 
20.4.4 Tratamento ............................................................................................................................... 218 
20.4.5 Diálise ...................................................................................................................................... 219 
20.4.6 Intervenções de Enfermagem ................................................................................................... 220 
21 DISTÚRBIOS VASCULARES CEREBRAIS ............................................................................ 221 
21.1 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO ................................................................. 221 
21.1.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 222 
21.1.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 224 
21.1.3 Tratamento ............................................................................................................................... 224 
21.2 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICO ........................................................... 225 
21.2.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 225 
21.2.2 Manifestações Clínicas ............................................................................................................. 226 
21.2.3 Tratamento .............................................................................................................................. 227 
22 ONCOLOGIA ........................................................................................................................... 228 
22.1 PADRÕES PROLIFERATIVOS ................................................................................................ 228 
22.2 INVASÃO E METÁSTASE ........................................................................................................ 229 
22.3 DETECÇÃO E PREVENÇÃO DO CÂNCER ............................................................................ 229 
 
 
14 
22.4 DIAGNÓSTICO DE CÂNCER ................................................................................................. 230 
22.5 TRATAMENTO DO CÂNCER................................................................................................... 230 
22.6 TUMORES CEREBRAIS PRIMÁRIOS ..................................................................................... 231 
22.6.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................... 232 
22.7 GLIOMAS ................................................................................................................................. 232 
22.8 MENINGIOMAS ........................................................................................................................ 233 
22.9 NEUROMAS ACÚSTICOS ....................................................................................................... 233 
22.10 ADENOMAS HIPOFISÁRIOS ................................................................................................... 234 
22.11 ANGIOMAS ............................................................................................................................. 234 
22.11.1Manifestações clínicas ............................................................................................................ 23522.11.2Tratamento ............................................................................................................................. 235 
22.12 TUMORES RAQUIMEDULARES ............................................................................................. 236 
22.12.1Tratamento ............................................................................................................................. 236 
23 DOENÇAS INFECCIOSAS ...................................................................................................... 238 
23.1 ORGANISMOS ETIOLÓGICOS ............................................................................................... 238 
23.2 RESERVATÓRIO ..................................................................................................................... 238 
23.3 MODALIDADE DE SAÍDA ........................................................................................................ 238 
23.4 VIA DE TRANSMISSÃO ........................................................................................................... 239 
23.5 HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL .................................................................................................. 239 
23.6 PORTA DE ENTRADA ............................................................................................................. 240 
23.7 COLONIZAÇÃO, INFECÇÃO E DOENÇA ............................................................................... 240 
23.7.1 Colonização .............................................................................................................................. 240 
23.7.2 Infecção .................................................................................................................................... 241 
23.7.3 Doença ..................................................................................................................................... 241 
23.8 CONTROLE E PREVENÇAO DA INFECÇÃO.......................................................................... 242 
23.8.1 Programas de Vacinação ......................................................................................................... 242 
23.8.2 Prevenção da Infecção no Hospital .......................................................................................... 243 
 
 
15 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 244 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
A sistematização da assistência de enfermagem é um processo desenvolvido por 
enfermeiros que visa sistematizar, ou seja, dividir em etapas uma série de cuidados, visando à 
obtenção de resultados para melhorar a eficiência e agilidade de um atendimento com qualidade. 
Durante muitas décadas, na maioria das instituições de saúde não havia ou não era 
utilizado um método para sistematizar a assistência de enfermagem. Mas com o tempo as 
enfermeiras sentiram necessidade de criar uma forma para ordenar os cuidados prestados. No 
Brasil, na década de 70, Wanda de Aguiar Horta formulou a Teoria das Necessidades Humanas 
Básicas e desenvolveu o processo de enfermagem para aplicação na prática. 
O enfermeiro, em sua rotina diária, sobrecarregado de atividades, parece não priorizar 
o que é preconizado pela escola, ainda que estabelecido e apoiado legalmente. As atividades de 
competência e as funções da enfermagem têm ficado cada vez mais definidas pelos órgãos 
oficiais de legislação da profissão. Um trabalho organizado e sistematizado pode demonstrar a 
força existente na categoria profissional da enfermagem em produzir novos saberes, dirigir e 
planejar com autonomia o seu fazer. 
Por outro lado, o condicionamento do seu trabalho à prescrição de outra categoria 
profissional traduz uma crise de identidade profissional, sendo necessária e urgente a 
construção de novos conhecimentos que configurem independência e autonomia para a 
enfermagem. 
A resolução do COFEN n° 358/2009 dispõe sobre a sistematização da assistência de 
enfermagem e a implementação do processo de enfermagem em ambientes, públicos ou 
privados, em que ocorre o cuidado profissional, e dá outras providências. 
Art. 1º O processo de enfermagem deve ser realizado, de modo deliberado e 
sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o 
cuidado profissional. 
§ 1º – os ambientes de que trata o caput deste artigo referem-se a 
instituições prestadoras de serviços de internação hospitalar, instituições 
prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, 
associações comunitárias, fábricas, entre outros. 
 
 
17 
§ 2º – quando realizado em instituições prestadoras de serviços 
ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, 
entre outros, o processo de saúde de enfermagem corresponde ao 
usualmente denominado nesses ambientes como consulta de enfermagem. 
Art. 2º O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas inter-
relacionadas, interdependentes e recorrentes: 
I – Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) – 
processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de 
métodos e técnicas variadas, que têm por finalidade a obtenção de 
informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas 
respostas em um dado momento do processo saúde e doença. 
II – Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e 
agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a 
tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que 
representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou 
coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença e 
que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as 
quais se objetiva alcançar os resultados esperados. 
III – Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se 
espera alcançar e das ações ou intervenções de enfermagem que serão 
realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em 
um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de 
Diagnóstico de Enfermagem. 
IV – Implementação – realização das ações ou intervenções determinadas 
na etapa do Planejamento de Enfermagem. 
V – Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e 
contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou 
coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença, 
para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o 
 
 
18 
resultado esperado e de verificação da necessidade de mudanças ou 
adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. 
Art. 3º O Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico que 
oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o 
planejamento das ações ou intervenções de enfermagem; e que forneça a base 
para a avaliação dos resultados de enfermagem alcançados. 
Art. 4º Ao enfermeiro, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho 
de 1986 e do Decreto nº 94.406, de 8 de junho de 1987, que a regulamenta, 
incumbe a liderança na execução e avaliação do Processo de Enfermagem, de 
modo a alcançar os resultados de enfermagem esperados, cabendo-lhe, 
privativamente, o diagnóstico de enfermagem acerca das respostas da pessoa, 
família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e 
doença, bem como a prescrição das ações ou intervenções de enfermagem a 
serem realizadas, face a essas respostas. 
Art. 5º O Técnico de Enfermagem e o Auxiliar de Enfermagem, em conformidade 
com o disposto na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e do Decreto 94.406, de 
8 de junho de 1987, que a regulamenta, participam da execução do Processo de 
Enfermagem, naquilo que lhes couber, sob a supervisãoe orientação do 
Enfermeiro. 
Art. 6º A execução do Processo de Enfermagem deve ser registrada formalmente, 
envolvendo: 
a) Um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, família ou 
coletividade humana em um dado momento do processo saúde e 
doença; 
b) Os diagnósticos de enfermagem acerca das respostas da pessoa, 
família ou coletividade humana em um dado momento do processo 
saúde e doença; 
 
 
19 
c) As ações ou intervenções de enfermagem realizadas face aos 
diagnósticos de enfermagem identificados; 
d) Os resultados alcançados como consequência das ações ou 
intervenções de enfermagem realizadas. 
Art. 7º Compete ao Conselho Federal de Enfermagem e aos Conselhos 
Regionais de Enfermagem, no ato que lhes couber, promover as condições, entre 
as quais firmar convênios ou estabelecer parcerias, para o cumprimento desta 
Resolução. 
e) Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, 
revogando-se as disposições contrárias, em especial, a Resolução 
COFEN nº 272/2002. 
A atuação do enfermeiro, planejada e baseada em métodos racionais de resolução de 
problema, permite uma ampliação e aperfeiçoamento de suas atividades assistenciais. A 
sistematização da assistência de enfermagem organiza o trabalho de enfermagem por meio da 
operacionalização de todas as fases da metodologia de planejamento. A negligência da SAE é 
uma das principais razões da desorganização e falta de confiança nas atividades de 
enfermagem. (CIANCIARRULO, 2004). 
A mesma autora reflete sobre os passos do planejamento da assistência de 
enfermagem, que é altamente dependente da teoria escolhida, pois dela partirá o processo de 
enfermagem correspondente. Em cada modelo teórico ocorrem variações quanto ao número e 
denominações de suas fases. Entretanto, destacam-se quatro etapas fundamentais na prestação 
da assistência de enfermagem, ou seja, levantamento e análise dos dados (histórico), 
diagnóstico, prescrição e evolução. 
A implementação da sistematização da assistência de enfermagem é uma experiência 
que vem demonstrando a qualidade nos serviços de enfermagem, pois se constitui em um 
elemento organizativo fundamental para as atividades desenvolvidas pelas equipes, 
beneficiando tanto o paciente, por intermédio de um atendimento individualizado, assim como o 
enfermeiro, facilitando na tomada de decisões e estabelecendo prioridades e fundamentando os 
cuidados prestados. 
 
 
20 
A qualidade do cuidado de enfermagem pode ser entendida como um conjunto de 
ações que envolvem desde o saber-fazer até as atividades complexas, como a formulação do 
diagnóstico de enfermagem. Isso significa que o enfermeiro deve ser capaz de transferir seus 
conhecimentos para a prática diária, desenvolver julgamento clínico, avaliar o resultado de suas 
ações, assim como assumir a responsabilidade dos resultados do planejamento da assistência. 
O saber específico do cuidado proporciona ao enfermeiro a possibilidade de alcance 
de uma autonomia profissional. A observação sistemática – também chamada de estruturada ou 
planejada – é aquela que fazemos para responder a propósitos preestabelecidos, nos quais os 
dados são colhidos de forma organizada, sendo que o mesmo poderá ser lido por diversos 
observadores, desde que compreendam as situações e os detalhes da mesma forma. 
(CIANCIARRULO, 2004). 
A sistematização da assistência de enfermagem é um assunto amplo e está ligado ao 
trabalho diário do enfermeiro, mesmo por aqueles que desconhecem o assunto. Diante de suas 
ações dentro do cuidado assistencial prestado ao paciente se desenvolvem vários pontos que 
fazem parte do processo da sistematização da assistência de enfermagem, porém ainda tem um 
desenvolvimento precário e não sistematizado. 
Este curso tem como objetivo principal esclarecer aos enfermeiros a importância da 
sistematização da assistência de enfermagem, detalhando suas etapas e seu desenvolvimento 
auxiliando-os a traçar estratégias para que a sua implantação possa ser realizada com 
facilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
2 CONCEITO DE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E PROCESSO 
DE ENFERMAGEM 
 
Sistematizar a assistência de enfermagem é, antes de tudo, oferecer ao 
paciente/cliente uma assistência de enfermagem determinada em lei, que possa garantir a 
biossegurança e a continuidade do cuidado nos 3 (três) níveis de atenção à saúde, ou seja, 
primário, secundário e terciário. 
A sistematização da assistência de enfermagem em qualquer uma das várias áreas de 
atuação não difere radicalmente, em seus respectivos conceitos, daquela que são desenvolvidos 
na área assistencial hospitalar e de saúde coletiva, pois os princípios são os mesmos, 
diferenciando apenas quanto ao foco de atenção, ou seja, o tipo de paciente/cliente a ser 
assistido. 
Porém, mesmo esse paciente/cliente específico de uma das áreas de atuação do 
enfermeiro pode se envolver em um processo saúde-doença que venha a ser estendido para as 
demais áreas de convívio, em termos familiar, social e comunitário. Assim, o enfermeiro precisa 
desenvolver o seu trabalho voltado para esses focos de atenção, o que implica em relacionar-se 
com todas as áreas de atuação profissional. 
A enfermagem, enquanto profissão é de natureza interpessoal. A importância e o efeito 
do relacionamento profissional do enfermeiro com o cliente/paciente/trabalhador se fazem vital 
para o processo de enfermagem. O enfermeiro, por força da característica de sua formação 
profissional, desenvolve uma visão holística do processo de cuidar. O paciente/cliente é visto de 
forma ampliada, a mente e o corpo não são considerados separadamente e o que acomete a 
mente afeta o corpo e vice-versa. 
O processo de enfermagem possibilita ao enfermeiro organizar, planejar e estruturar a 
ordem e a direção do cuidado, constituindo-se no instrumento metodológico da profissão, 
subsidiando o enfermeiro quanto à tomada de decisões e na efetivação do feedback necessário 
para prever, avaliar e determinar novas intervenções. É um método sistemático de prestação de 
cuidados humanizados que enfoca a obtenção de resultados desejados de uma maneira 
rentável. (ALFARO-LEFEVRE, 2005). 
 
 
22 
Por isso mesmo, torna-se o processo de enfermagem uma prática intelectual 
deliberada, desenvolvida de maneira ordenada e sistemática. É uma prática deliberada porque 
existe a intenção de fazer de maneira organizada, atendendo a uma lógica do raciocínio clínico. 
A eficiência, como resultado do processo, dizemos ser uma prática ordenada e sistemática. 
O processo de enfermagem, se efetivamente praticado, proporciona a possibilidade 
plena de o enfermeiro avaliar a qualidade da assistência prestada, justificando a enfermagem 
como uma ciência pela aplicação de conceitos e teorias próprias, fundamentadas nas ciências 
biológicas, físicas, comportamentais e humanas sempre presentes no processo de cuidar. 
Segundo Horta (1979), “o conhecimento científico passa a ser ciência quando se 
organiza em um sistema de proposições demonstradas experimentalmente e que se relacionam 
entre si”. Ainda segundo o autor, “o que caracteriza uma ciência é a indicação clara de seu 
objeto, sua descrição, explicação e previsão. O objeto do conhecimento científico não é o ser, 
porque esse, por si próprio, é inobjetivável”. 
O objeto da ciência é o ente concreto que se revela ao homem e todo ente está no 
habitáculo do ser. Um único ser pode ter seus entes concretos como objeto de várias disciplinas 
científicas. A psicologia, a sociologia, a história, a economia, a administração, a antropologia, a 
medicina e todas as demais ciências têm seu ente próprio, um único habitáculo, que é o ser 
humano. 
A enfermagem enquanto ciência revela o homem como um ser humano composto e 
que compõe o indivíduo, a família, a comunidade e todas as influências que exerce ou sofre em 
termos sociais, profissionais e pessoais, atendendo ao indivíduo emsuas necessidades 
afetadas, que caracterizam os entes da enfermagem. 
O enfermeiro, em seu papel primordial, desenvolve um trabalho voltado para o 
entendimento desses problemas, relacionando-os entre si e agindo sobre esses, caracterizando 
o aspecto científico do cuidar. A enfermagem como ciência identifica, analisa, estuda os 
fenômenos reais e sempre passíveis de experimentação, com muitas teorias já desenvolvidas e 
amplamente validadas, que estabelecem relacionamento entre os fatos e os atos existentes e 
identificados. 
Considera como base de suas conclusões a certeza probabilística de que todas as 
ciências estão presentes, das hermenêuticas às empírico-formais, inclusive a física, 
 
 
23 
caracterizando-se como uma ciência formal ou positiva. O Processo de Enfermagem é descrito 
em cinco fases essenciais para a sua efetividade e eficácia, quais sejam: 
 Coleta de Dados; 
 Diagnóstico; 
 Planejamento; 
 Implementação; 
 Avaliação. 
A coleta de dados, fase inicial do processo, leva o enfermeiro a constituir sua base de 
dados, investigando, levantando problemas e necessidades afetadas, possibilitando a coleta e 
análise dos dados. É a conhecida consulta de enfermagem, na qual o enfermeiro coloca em 
prática sua competência na abordagem do paciente, empregando técnicas de entrevistas 
adequadas ao que se pretende. 
A coleta ordenada e sistemática de dados torna-se fundamental ao enfermeiro para a 
perfeita identificação e classificação dos problemas e o enfermeiro deverá avaliar se o conjunto 
de dados apurados atende ao desenvolvimento das fases posteriores e, se negativo, deverá o 
enfermeiro realizar tantas quantas investigações se fizerem necessárias. 
Durante a coleta de dados e a investigação deverá o enfermeiro associar a esta fase o 
exame físico, aplicando seu conhecimento científico e validando as informações colhidas na 
entrevista (histórico) junto ao paciente. O diagnóstico de enfermagem, por sua vez, possibilita ao 
enfermeiro o julgamento clínico das respostas do indivíduo aos estímulos recebidos mediante os 
problemas reais ou potenciais de saúde ou de processos de vida. 
Esse indivíduo deverá ser olhado, pelo enfermeiro, como ele próprio, família, 
comunidade, profissional e todo o universo que o compõe. É a base para a identificação e 
determinação das intervenções de enfermagem (prescrição de enfermagem) e estabelecimento 
de metas desejadas. A implementação constitui-se da colocação do plano de cuidados em ação. 
Segundo Alfaro-LeFevre (2005), esta fase subdivide-se em seis subfases: 
 Preparação para comunicação e para recebimento da comunicação; 
 Estabelecimento das prioridades diárias; 
 Investigação e reinvestigação; 
 Realização das intervenções e das modificações necessárias; 
 Registro; 
 
 
24 
 Comunicação. 
A última fase constitui-se na avaliação de enfermagem, quando o enfermeiro 
desenvolve a apreciação e afere os resultados da intervenção, possibilitando uma 
retroalimentação contínua na intervenção necessária ao alcance dos resultados esperados. 
Alfaro-LeFevre (2005) define como uma etapa sempre dinâmica, que possibilita verificar o 
quanto as metas e objetivos foram alcançados, se os resultados desejados foram atingidos, além 
de fornecer subsídios para a enfermeira alterar o plano de cuidados sempre que verificar a 
necessidade. 
O enfermeiro, dentro dos princípios que regem o seu trabalho em uma empresa, deve 
associar esses conceitos à realidade de sua atividade específica, procurando adaptar o ambiente 
ao indivíduo, considerando os agravos e agentes identificados que interferem no processo 
saúde-doença. 
O processo de enfermagem nada mais é que o enfermeiro sistematizar e ordenar o seu 
trabalho, utilizando os instrumentos científicos aqui dispostos, associados ao seu conhecimento 
científico. Tem o propósito de identificar agentes ou agravos à saúde, seja em seu ambiente de 
trabalho, em seu ambiente familiar ou social, determinando as intervenções necessárias, 
avaliando os resultados e determinando novas intervenções. 
Isso resultará em um processo aplicado em nível individual ou coletivo, em um 
contínuo processo de retroalimentação, visando à promoção, proteção, prevenção, recuperação 
e reabilitação da saúde. O enfermeiro, além de ter o seu papel centrado na promoção, proteção, 
prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, desempenha também um papel fundamental na 
prestação de cuidados primários e secundários, no atendimento e controle de 
urgências/emergências e na prevenção quanto aos acidentes do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
3 EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO 
 
Aproximadamente 60% do peso de um adulto comum são representados por líquido 
(água e eletrólitos). Os fatores que influenciam a quantidade de líquido corporal são a idade, 
sexo e gordura corporal. 
Em geral, as pessoas mais jovens possuem um maior percentual de líquido corporal 
que as pessoas idosas, e, proporcionalmente, os homens possuem mais líquido que as 
mulheres. As pessoas obesas apresentam menos líquido que as pessoas magras porque as 
células adiposas contêm menos água. 
O líquido corporal localiza-se em dois compartimentos líquidos: o espaço intracelular 
(líquido nas células) e o espaço extracelular (líquido fora das células). Aproximadamente dois 
terços do líquido corporal estão no compartimento do líquido intracelular (LIC) e se localizam 
principalmente na massa muscular esquelética. 
O compartimento do líquido extracelular (LEC) é ainda dividido nos espaços dos 
líquidos intravascular, intersticial e transcelular. 
Os eletrólitos nos líquidos corporais são substâncias químicas ativas (cátions, que 
carregam cargas positivas, e ânions, que transportam cargas negativas). 
Os principais cátions nos líquidos corporais são os íons sódio, potássio, cálcio, 
magnésio e hidrogênio. Os principais ânions são os íons cloreto, bicarbonato, fosfato, sulfato e 
proteinato. 
As concentrações eletrolíticas no LIC diferem daquelas no LEC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
3.1 REGULAÇÃO DOS COMPARTIMENTOS DE LÍQUIDOS CORPORAIS 
 
3.1.1 Osmose e osmolalidade 
 
Quando duas soluções distintas são separadas por uma membrana que é permeável 
às substâncias dissolvidas, o líquido desloca-se pela membrana a partir da região de baixa 
concentração de soluto para a região de alta concentração de soluto, até que as soluções 
tenham igual concentração. 
Essa difusão da água causada por um gradiente de concentração de líquido é 
conhecida como osmose. A tonicidade é a capacidade de todos os solutos para provocar uma 
força de direcionamento osmótico que promove o movimento da água de um compartimento 
para o outro. 
O controle da tonicidade determina o estado normal da hidratação celular e o tamanho 
da célula. Três outros termos estão associados à osmose: pressão osmótica, pressão oncótica e 
diurese osmótica. 
A pressão osmótica é a quantidade de pressão hidrostática necessária para parar o 
fluxo de água por osmose. É determinada principalmente pela concentração dos solutos. 
A pressão oncótica é a pressão osmótica exercida por proteínas (por exemplo, 
albumina). A diurese osmótica ocorre quando o débito urinário aumenta em virtude da excreção 
de substâncias, como glicose, manitol ou agentes de contraste na urina. 
 
3.1.2 Difusão 
 
A difusão é a tendência natural de uma substância para se mover de uma área de 
concentração mais elevada para outra de menor concentração. Ela ocorre por meio do 
movimento aleatório dos íons e moléculas. Os exemplos de difusão são a troca de oxigênio e 
dióxido de carbono entre os capilares e alvéolos pulmonares. 
 
 
27 
3.1.3 Filtração 
 
A pressão hidrostática nos capilares tende a filtrar o líquido para fora do compartimento 
vascular, para o interior do líquido intersticial. O movimento da água e dos solutos ocorre de uma 
área de alta pressão hidrostática para uma área de baixa pressãohidrostática. A filtração permite 
que os rins filtrem 180l de plasma por dia. 
 
3.1.4 Bomba de Sódio - Potássio 
 
A concentração de sódio é maior no LEC que no LIC, e, por causa disso, o sódio tende 
a entrar na célula por difusão. Essa tendência é contrabalançada pela bomba de sódio-potássio, 
que se localiza na membrana celular e movimenta ativamente o sódio da célula para dentro do 
LEC. 
De modo contrário, a concentração de potássio intracelular elevada é mantida pelo 
bombeamento do potássio para dentro da célula. Por definição, o transporte ativo implica que a 
energia deve ser gasta para que aconteça o movimento contra um gradiente de concentração. 
 
3.1.5 Vias de Ingestão e Excreção 
 
A água e os eletrólitos são ingeridos de várias maneiras. Uma pessoa saudável ingere 
líquidos ao beber e alimentar-se. Nos pacientes com alguns distúrbios, os líquidos podem ser 
fornecidos pela via parenteral ou por meio de uma sonda de alimentação enteral no estômago ou 
intestino. 
 
 
 
 
 
28 
3.1.6 Mecanismos Homeostáticos 
 
O corpo é dotado de notáveis mecanismos homeostáticos para manter a composição e 
o volume dos líquidos corporais dentro dos estreitos limites da normalidade. Os órgãos 
envolvidos na homeostase incluem os rins, pulmões, coração, glândulas suprarrenais, glândulas 
paratireoides e hipófise. 
 
3.2 DISTÚRBIOS DO VOLUME DE LÍQUIDO 
 
3.2.1 Déficit do Volume de Líquido (Hipovolemia) 
 
O déficit do volume de líquido (DVL) acontece quando a perda do volume do líquido 
extracelular excede a ingestão de líquido. Ele ocorre quando a água e os eletrólitos são perdidos 
na mesma proporção que existem nos líquidos corporais normais, de modo que a relação entre 
os eletrólitos séricos e água permanece inalterada. 
O DVL pode desenvolver-se a partir da ingestão inadequada isolada, quando a 
ingestão diminuída for prolongada. As causas do DVL incluem as perdas de líquido, como 
aquelas decorrentes do vômito, diarreia, aspiração gastrointestinal e sudorese, e ingestão 
diminuída, como na náusea ou incapacidade de ter acesso aos líquidos. 
Os fatores de risco adicionais compreendem o diabetes insípido, insuficiência 
suprarrenal, diurese osmótica, hemorragia e coma. Os deslocamentos de líquido para o terceiro 
espaço, ou o movimento de líquido a partir do sistema vascular para outros espaços corporais 
(por exemplo: formação de edema em queimaduras ou ascite com a disfunção hepática), 
também produzem o DVL. 
O DVL pode desenvolver-se rapidamente e ser brando moderado ou grave, 
dependendo do grau da perda de líquidos. As características importantes do DVL incluem: 
 
 
 
29 
 Perda aguda de peso; 
 Turgor cutâneo diminuído; 
 Oligúria; 
 Urina concentrada; 
 Hipotensão postural; 
 Frequência cardíaca rápida e fraca; 
 Veias cervicais colabadas; 
 Temperatura aumentada; 
 Pressão venosa central diminuída; 
 Pele fria e pegajosa relacionada com a vasoconstrição periférica; 
 Sede; 
 Anorexia; 
 Náuseas; 
 Indisposição; 
 Fraqueza muscular; 
 Cãibras. 
 
3.2.1.1 Tratamento 
 
Quando planeja a correção da perda de líquidos para o paciente com DVL, o 
profissional de saúde considera os requisitos de manutenção usuais do paciente e outros fatores 
(como febre) que podem influenciar as necessidades de líquidos. 
Quando o déficit não é grave, a via oral é preferida, desde que o paciente possa beber. 
Quando, no entanto, as perdas de líquidos são agudas ou intensas, a via IV é necessária. 
As soluções eletrolíticas isotônicas (lactato de Ringer ou cloreto de sódio a 0,9%) são 
frequentemente utilizadas para tratar o paciente hipotenso com DVL porque elas expandem o 
volume plasmático. 
Logo que o paciente se torna normotenso, uma solução eletrolítica hipotônica (cloreto 
de sódio 0,45%) é geralmente empregada para fornecer eletrólitos e água para a excreção renal 
dos resíduos metabólicos. 
 
 
30 
As avaliações exatas e frequentes da ingestão e débito, peso, sinais vitais, pressão 
venosa central, nível de consciência, sons respiratórios e coloração cutânea devem ser 
efetuados para determinar quando a terapia deve ser lentificada para evitar a sobrecarga de 
volume. 
A velocidade da administração de líquido fundamenta-se na gravidade da perda e na 
resposta hemodinâmica do paciente à reposição do volume. 
Quando o paciente com DVL grave não está excretando suficientemente e, portanto, 
está oliguria, o profissional de saúde precisa determinar se a função renal deprimida é o 
resultado do fluxo sanguíneo renal reduzido secundário ao DVL ou, de forma mais grave, à 
necrose tubular aguda por DVL prolongado. 
O teste utilizado nessa situação é referido como um teste de carga hídrica. Durante um 
teste de carga hídrica, os volumes de líquido são administrados em velocidades e intervalos 
específicos enquanto se monitora a resposta hemodinâmica do paciente a esse tratamento. 
 
3.2.1.2 Intervenção de Enfermagem 
 
Na avaliação do DVL pela enfermeira, a mesma monitora e mede a ingestão e débito 
de líquidos pelo menos a cada 8 horas e, por vezes, a cada hora. O peso corporal diário é 
monitorado. 
Os sinais vitais são rigorosamente monitorados. A enfermeira observa para um pulso 
fraco e rápido e para a hipotensão postural. A pele e o turgor cutâneo são monitorados em uma 
base regular. 
Para evitar o DVL, a enfermeira identifica os pacientes em risco e empreende as 
medidas para minimizar as perdas de líquido. 
 
 
 
 
 
31 
3.3 EXCESSO DE VOLUME DE LÍQUIDO (HIPERVOLEMIA) 
 
O excesso de volume de líquido (EVL) refere-se a uma expansão isotônica do LEC 
gerada pela retenção anormal de água e sódio em proporções aproximadamente iguais àquelas 
que existem normalmente no LEC. 
Ele sempre é secundário a um aumento no conteúdo corporal total de sódio, que, por 
sua vez, leva a um aumento na água corporal total. Como há retenção isotônica das substâncias 
corporais, a concentração sérica de sódio permanece praticamente normal. 
O EVL pode estar relacionado à simples sobrecarga de líquido ou à função diminuída 
dos mecanismos homeostáticos responsáveis por regular o equilíbrio hídrico. 
Os fatores contribuintes podem incluir a insuficiência cardíaca, insuficiência renal e 
cirrose do fígado. Outro fator contribuinte é o consumo de quantidades excessivas de sal de 
cozinha ou de outros sais de sódio. 
A administração excessiva de líquidos portadores de sódio em um paciente com 
mecanismos reguladores prejudicados, também pode predispô-lo a um EVL grave. 
As manifestações clínicas do EVL advêm da expansão do LEC e incluem o edema, 
veias cervicais distendidas e estertores (sons pulmonares normais). As outras manifestações 
compreendem taquicardia; pressão arterial, pressão de pulso e pressão venosa central 
aumentada; peso aumentado; débito urinário aumentado; falta de ar e sibilância. 
 
3.3.1 Tratamento 
 
O tratamento do EVL é direcionado para as causas. Quando o excesso de volume está 
ligado à administração excessiva de líquidos contendo sódio, a interrupção da infusão pode ser 
tudo o que é necessário. O tratamento sintomático consiste na administração de diuréticos e na 
restrição de líquidos e sódio. 
 
 
 
32 
3.3.2 Terapia Farmacológica 
 
Os diuréticos são prescritos quando a restrição de sódio isolada na dieta é insuficiente 
para diminuir o edema por inibir a reabsorção de sódio e água pelos rins. A escolha do diurético 
baseia-se na gravidade do estado hipervolêmico, no grau de comprometimento da função renal e 
na potência do diurético. 
 
3.3.3 Hemodiálise 
 
Quando a função renal está tão gravemente prejudicada que os agentes 
farmacológicos não conseguem agir de maneira eficiente, outras modalidades são consideradas 
para remover o sódio e o líquido do corpo. 
Pode-se usar a hemodiálise ou a diálise peritoneal para remover os resíduos 
nitrogenados e controlar o potássio e o equilíbrio

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