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Gestão Laboratorial

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AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
GESTÃO LABORATORIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
GESTÃO LABORATORIAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO 1 – IMPORTÂNCIA DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 O QUE É UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
2 SETORES QUE COMPÕEM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
2.1 ATENDIMENTO 
2.2 SETOR DE COLETA 
2.2.1 Salas de coleta de sangue 
2.2.2 Salas de coleta de secreção 
2.2.3 Transporte de Amostras 
2.3 PROCESSOS OPERACIONAIS 
2.3.1 Setores Presentes na Fase Analítica 
2.3.1.1 Hematologia 
2.3.1.1.1 Exames laboratoriais 
2.3.1.2 Urinálise 
2.3.1.2.1 Aspectos físicos 
2.3.1.2.2 Aspectos químicos: realizado com tiras reativas 
2.3.1.2.3 Sedimentoscopia 
2.3.1.3 Parasitologia 
2.3.1.3.1 Exames laboratoriais de rotina com as fezes 
2.3.1.4 Microbiologia 
2.3.1.4.1 Exemplos de exames microbiológicos 
3 OTIMIZAÇÃO DE PLANEJAMENTO 
3.1 PLANEJAMENTOS DE ABERTURA DE UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES 
CLÍNICAS 
3.1.1 Requisitos para abertura 
3.1.2 Requisitos para funcionamento 
3.1.3 Equipamentos básicos necessários para cada área 
3.1.4 Documento Técnico do Projeto 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 4 
4 LIDERANÇA E PERFIL DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE 
4.1 AS VARIAÇÕES DA GESTÃO 
4.1.1 Áreas de Gestão de Laboratório de Análises Clínicas 
4.2 COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA 
4.2.1 O que é necessário para ser um líder? 
5 SUSTENTABILIDADE EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS 
5.1 PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL 
5.1.1 Histórico do Programa de Gestão Ambiental 
5.2 GESTÃO DE RESÍDUOS 
5.2.1 Descarte de Resíduos Comuns 
5.2.2 Descarte de Resíduos Recicláveis 
5.2.3 Descarte de Resíduos Infectantes/Perfurocortantes 
 
MÓDULO 2 – CONTROLE DE QUALIDADE EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES 
CLÍNICAS 
6 CONTROLE DE QUALIDADE EM ANÁLISES CLÍNICAS 
6.1 HISTÓRICO 
6.2 QUALIDADE NA SAÚDE 
6.3 QUALIDADE NO LABORATÓRIO CLÍNICO 
7 CONTROLE INTERLABORATORIAL 
7.1 FONTES DE VARIAÇÃO NOS ENSAIOS LABORATORIAIS 
7.1.1 Variabilidade biológica 
7.1.2 Fase extra-analítica 
7.1.3 Fase analítica 
7.2 INDICADORES LABORATORIAIS 
8 QUALIDADE E TENDÊNCIA DE MERCADO EM ANÁLISES CLÍNICAS 
8.1 CONCEITO DE QUALIDADE 
8.1.1 Sistema de Gestão da Qualidade 
8.1.2 Sistema da Qualidade em Laboratórios 
8.2 TENDÊNCIAS 
9 FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE CUSTOS, LEVANTAMENTOS 
ESTATÍSTICOS E RELATÓRIOS GERENCIAIS 
9.1 FERRAMENTAS DE GESTÃO 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 5 
9.1.1 EQA – External Quality Assurance Software 
9.2 BASES ESTATÍSTICAS 
9.2.1 Inspeção 
9.2.2 Monitoração do processo 
9.2.3 Amostragem Estatística 
9.2.3.1 Variabilidade Analítica 
9.2.3.2 Métodos e Regras de Validação dos Resultados 
9.2.3.2.1 O mapa de Levey-Jennings 
9.2.3.2.2 Regras Múltiplas de Westgard 
9.2.3.2.3 Ensaios de Controle de Qualidade – CQ e Diagnósticos 
10 BIOÉTICA EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS 
11 LEGISLAÇÃO PERTINENTE A ATIVIDADE DE UM LABORATÓRIO DE 
ANÁLISES CLÍNICAS 
 
MÓDULO 3 – BIOSSEGURANÇA 
12 INTRODUÇÃO 
13 NORMAS DE SEGURANÇA 
13.1 NBR 14785 
13.2 NBR 14500 
14 SEGURANÇA NA ÁREA TRABALHISTA, PREVIDENCIÁRIA E AMBIENTAL 
14.1 PCMSO – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL 
14.1.1 Saúde Ocupacional 
14.2 LTCAT – LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL 
14.3 PPRA – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS 
14.4 PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO 
14.5 CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES 
14.6 CAT – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO 
14.6.1 Saúde e Segurança no Trabalho 
14.7 PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DA INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR 
STANDARDIZATION 
14.7.1 ISO 9001 
14.7.2 ISO 14001 
15 RISCOS PRESENTES EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
15.1 MAPA DE RISCO (SEGUNDO A NR5) 
15.1.1 Riscos Físicos 
15.1.2 Riscos Químicos 
15.1.3 Riscos Biológicos 
15.1.4 Riscos Mecânicos 
15.1.5 Riscos Ergonômicos 
15.2 NÍVEIS DE RISCO E A ROTINA DE TRABALHO EM UM LABORATÓRIO DE 
ANÁLISES CLÍNICAS 
15.3 ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE LABORATORIAL 
16 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E EQUIPAMENTOS DE 
PROTEÇÃO COLETIVA 
16.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) 
16.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) 
17 ARMAZENAMENTO E DESCARTE DE AMOSTRAS E PRODUTOS QUÍMICOS 
17.1 CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL SEGUNDO O USO 
17.2 TÉCNICAS ASSÉPTICAS 
17.2.1 Descontaminação de área após derramamento de material Biológico ou 
Cultura e Micro-organismos 
17.2.2 Descontaminação de pequenas áreas (instrução para descontaminação) 
17.2.2.1 Kit de limpeza 
17.2.2.2 Autoclavagem 
17.2.2.3 Descontaminação 
17.3 MANUSEIO, GERENCIAMENTO E DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
NOS SERVIÇOS DE SAÚDE 
17.3.1 Normas de Vigilância Sanitária 
17.3.2 Manuseio e Transporte Seguro de amostras Biológicas e Materiais 
Infecciosos 
17.3.2.1 Acondicionamento para o transporte 
17.3.3 Planos de Contingência 
GLOSSÁRIO 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Qual seria a real importância de um laboratório de análises clínicas? Seria 
principalmente oferecer a prestação de serviços de saúde à população, visando 
sempre à qualidade na realização dos procedimentos e satisfação dos clientes. 
Porém, quem seria o responsável por administrar e organizar todo o pessoal e as 
tarefas envolvidas nesses procedimentos? Nesse caso seria um gestor, ou seja, 
quando se fala em um gerir, logo se pensa em administrar algo, portanto um curso 
de gestão laboratorial visa apresentar aspectos relacionados ao perfil de um 
administrador. 
O foco será voltado a um laboratório de análises clínicas, porém detendo-se 
os conhecimentos básicos para a atuação nesse tipo de laboratório é possível 
estender a qualquer tipo de laboratório, visando objetivos clínicos, científicos ou 
acadêmicos. 
Assim, esse primeiro módulo objetiva apresentar aspectos relacionados ao 
funcionamento e estruturação de um laboratório clínico, apresentando sua função 
social e algumas técnicas analíticas, uma vez que o gestor será responsável pelo 
bom funcionamento do laboratório, exercendo atividades como a coordenação do 
grupo de trabalho e verificação das atividades analíticas, buscando métodos e 
alternativas para garantir melhor qualidade de trabalho, adequado funcionamento 
laboratorial e satisfação dos clientes e funcionários. 
Dessa forma, o público ao qual se dirige o curso se resume a todos que 
tenham interesse em conhecer o funcionamento de um laboratório e queiram atuar 
nessa área, principalmente como gestores. Portanto, para um adequado 
aproveitamento desse módulo, faz-se necessário que o leitor apresente algum nível 
de conhecimentos prévios sobre a área de atuação, que no caso são aspectos sobre 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
a área de análises clínicas, além de querer desenvolver um perfil de liderança e 
consciência ambiental vinculada a saúde. 
 
 
1.1 O QUE É UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
Um laboratório consiste em um espaço físico, uma unidade ou uma sala 
equipada com diversos instrumentos onde se realizam diversos tipos de exames, 
eles podem se apresentar de vários tipos dependendo das análises ao qual é 
direcionado e sua funcionalidade. 
Os laboratórios clínicos são locais destinados à realização de exames 
laboratoriais de pacientescom a finalidade de fornecer informações para o 
diagnóstico, prevenção ou tratamento de qualquer patologia ou para a avaliação da 
saúde do paciente, fornecendo dados relevantes para os profissionais da área de 
saúde, tornando mais eficaz, rápido e acurado o tratamento dos pacientes 
(SCHMITZ, 2007, p.11). 
Os laboratórios podem ser de origem privada ou pública e têm por finalidade 
oferecer seus serviços dentro de um alto padrão de qualidade. Os profissionais 
aptos a exercer a função de analista clínico são: o médico, o biomédico, o 
farmacêutico e o biólogo. Possibilitando uma interação com outros habilitados em 
nível médio: o auxiliar em laboratório e o técnico em análises clínicas. A união 
desses profissionais permitirá a realização dos exames laboratoriais, onde cada um 
realizando o seu papel, com sua devida importância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
 
FIGURA 1. EXEMPLO DE LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www1.imip.org.br/cms/opencms/imip/pt/assistencia_ 
saude/serv_diag_terapia/lab_analise_clinica.html?p=4> Acesso em: 24 nov. 2013. 
 
 
2 SETORES QUE COMPÕEM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
Quando um cliente vai até um laboratório clínico requisitar algum exame, 
geralmente tem um local em que ele é identificado e entrega a requisição do médico, 
assim com essas informações a atendente saberá para onde lhe encaminhar, este 
local é conhecido como a sala de recepção. Em que o cliente entregará as amostras 
que trouxe de casa (fezes, urina, por exemplo) ou poderá ser acompanhado por um 
técnico para uma sala onde coletará material biológico (sangue, por exemplo). Essas 
são as chamadas salas de coleta, os equipamentos e materiais utilizados nessas 
salas mudam de acordo com o material a ser coletado. Por exemplo, na sala de 
coleta de sangue será diferente de uma sala de coleta de secreção vaginal. Depois 
da coleta, o material precisará ser analisado e por isso é destinado para o setor 
técnico responsável. Os setores técnicos são divididos de acordo com a análise que 
vai se realizar do material. Há setores básicos de um laboratório: Hematologia, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
Imunologia, Bioquímica, Microbiologia, Parasitologia e Urinálise. Por último há o 
setor administrativo, que cuida da parte gerencial do laboratório, nesse setor o 
gestor atuará, portanto se faz necessário um conhecimento básico do funcionamento 
de todos os outros setores. Essas divisões não existem por acaso, assim como o 
funcionamento do laboratório, elas também estão regulamentadas pela ANVISA 
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 
 
 
2.1 ATENDIMENTO 
 
 
Neste setor o paciente será cadastrado e encaminhado ao setor da Coleta, 
nele são dadas também as informações necessárias para a retirada dos resultados 
dos exames. Muitas vezes é o primeiro contato do paciente com o laboratório, 
portanto o tratamento oferecido deve ser procedido de uma maneira agradável e 
igualitária para todos os pacientes, sendo provido de atenção, carinho e respeito por 
parte da equipe. 
É no primeiro atendimento que o paciente entregará a guia de solicitação de 
exames feito pelo médico e marcará o dia da coleta, em alguns casos a coleta pode 
ser feita no mesmo dia. Deverão ser dadas algumas orientações ao paciente sobre 
como ele deverá se preparar para a coleta das amostras. Cada exame tem seus 
procedimentos específicos de coleta e análise. Nesse momento, é essencial que um 
membro da equipe técnica saiba informar detalhadamente cada passo que antecede 
o exame! O resultado confiável depende de uma preparação adequada para o dia da 
coleta. Por exemplo, se uma paciente chegar para realizar um exame de glicose e 
não ter respeitado as horas de jejum, o resultado com certeza será alterado. 
Segundo o manual da ANVISA (2005, p.08), para fazer o cadastro do 
paciente, o laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem solicitar ao 
paciente documento que comprove a sua identificação. O cadastro do paciente deve 
incluir as seguintes informações: 
a) número de registro de identificação do paciente gerado pelo laboratório; 
b) nome do paciente; 
c) idade e sexo; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
d) telefone e/ou endereço do paciente, quando aplicável; 
e) nome e contato do responsável em caso de menor de idade ou 
incapacitado; 
f) nome do solicitante; 
g) data e hora do atendimento; 
h) horário da coleta, quando aplicável; 
i) exames solicitados e tipo de amostra; 
j) quando necessário: informações adicionais, em conformidade com o 
exame (medicamento em uso, dados do ciclo menstrual, indicação/observação 
clínica, dentre outros de relevância); 
k) data prevista para a entrega do laudo; 
l) indicação de urgência, quando aplicável. 
Um dos erros mais comuns observados em um laboratório clínico é a 
demora no atendimento, geralmente causa muito desconforto e frustração nos 
clientes na recepção de um laboratório clínico. Uma vez que se oferecem serviços 
de saúde, várias considerações devem ser observadas durante o atendimento, 
sendo necessária certa agilidade para otimizar o processo, porém devem ser 
observadas características como organização e segurança para minimizar erros e 
evitar prejuízos ao laboratório e garantir qualidade de atendimento ao cliente. 
 
 
2.2 SETOR DE COLETA 
 
 
Um laboratório clínico ou um posto de coleta laboratorial deve disponibilizar 
aos clientes ou responsáveis, instruções escritas, apresentando uma linguagem 
acessível e descrevendo orientações sobre o período pré-coleta de amostras, para 
esclarecer as dúvidas dos pacientes. A coleta das amostras só deverá ser feita por 
técnico qualificado, onde se espera que este seja ágil e transmita segurança ao 
paciente. Após coleta das amostras, procederá a realização dos exames, gerando 
posteriormente um laudo. Vale lembrar que os instrumentos de coleta mudam em 
função do exame a ser feito. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
 
 
2.2.1 Salas de coleta de sangue 
 
 
De maneira geral a coleta de sangue não é uma situação agradável, em 
vista disso o paciente deve ser tratado com paciência e sentir-se seguro, assim o 
trabalho se tornará mais fácil e a coleta será feita da melhor maneira possível. 
As salas de coleta de sangue são destinadas à realização de exames 
hematológicos, imunológicos e bioquímicos. Essas salas são equipadas com 
materiais apropriados, na listagem dos mais importantes estão: cadeira reta com 
braçadeira, algodão, seringa e agulhas descartáveis, etiquetas para identificação da 
amostra, luvas descartáveis, tubos contendo reagentes específicos para coleta. 
Devem-se identificar os tubos utilizados para a análise antes da coleta, 
sendo que neles deve conter todos os dados do paciente, nesse momento podem 
ocorrer erros pela falta de atenção, onde pode haver misturas dos tubos ou ainda 
existir tubos sem identificação. Caso isso ocorra nunca se pode tentar adivinhar de 
quem foi a amostra, sendo importante assumir o erro e repetir a coleta. Existem 
diversos tipos de tubos para a coleta de sangue, identificados de acordo com o 
reagente utilizado para uma análise específica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
 
 
FIGURA 2. TUBOS PARA COLETA DE SANGUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://coletadesangue-uff.blogspot.com.br/> Acesso em: 24 nov. 2013. 
 
 
2.2.2 Salas de coleta de secreção 
 
 
Outro tipo de sala que existe no laboratório são as salas para coleta de 
secreção, tais salas também são bem equipadas com material apropriado como: 
mesa ginecológica, foco de luz, espéculo vaginal, swabs, meios de cultura, luvas 
descartáveis, etc. As amostras a serem coletadas diferem de acordo com o sexo do 
paciente. Por exemplo, do homem será coletada a secreção uretral e da mulher a 
secreção endocervical,vaginal e uretral. Pode ainda existir a coleta de secreção 
anal, ocular e orofaringe, que são colhidas em ambos os sexos. As amostras 
deverão ser preparadas adequadamente e posteriormente levadas para análise. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
 
 
2.2.3 Transporte de Amostras 
 
 
Após a realização da coleta e preparação adequada das as amostras, estas 
devem ser levadas ao setor técnico responsável, sendo esta uma fase muito crítica, 
pois todo bom trabalho de coleta pode se perder caso o transporte não for 
adequado. Portanto, os laboratórios de uma maneira geral devem possuir instruções 
escritas que devem ser seguidas rigidamente, caracterizando o meio adequado de 
transporte para cada tipo de amostra, promovendo o estabelecimento de prazos, 
condições de temperatura e padrão técnico para garantir a integridade e estabilidade 
das amostras. 
 
 
2.3 PROCESSOS OPERACIONAIS 
 
 
Toda prestação de serviços ao cliente necessita de um processo para sua 
realização. Frequentemente baseado em um processo com atividades interligadas 
em uma sequência lógica, utilizando recursos da organização para gerar bons 
resultados, oferecendo um serviço que tenha valor para os clientes. Sendo assim, 
um processo deve dispor de entradas e saídas, além de tempo, espaço, ordenação, 
objetivos e valores que, ao serem interligados, poderão resultar em uma estrutura 
para fornecimento de produtos ou serviços ao cliente, em que a compreensão do 
processo estabelecido é considerada um fator essencial para o sucesso de qualquer 
negócio. 
O desenvolvimento de um processo gerencial para melhorias nas condições 
de qualidade e realização de procedimentos requer, necessariamente, o 
empreendimento de um esforço sistemático para projetar e implantar sistemas de 
medição e avaliação de desempenho. Significando que a medição e a avaliação da 
eficiência, qualidade, produtividade, e lucratividade são componentes integrantes de 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
sistemas que oferecem de suporte ao processo de gestão, buscando principalmente 
a competitividade. 
 
É oportuno comentar que o mercado de análises clínicas, no Brasil, está 
passando por profundas transformações. A evolução tecnológica tem trazido 
grandes avanços, porém, as grandes dificuldades em se manter atualizado 
estão, principalmente, nos altos custos da tecnologia e os baixos valores 
pagos pelos serviços prestados. As perspectivas para o setor são no sentido 
de que quem acompanhar toda esta evolução alinhada à capacidade em 
gestão, continuará no mercado, pois aqueles que não evoluírem, não 
sobreviverão (MILAN E VERSETTI, 2012, p.1032). 
 
 
FIGURA 3. FASES DOS PROCESSOS OPERACIONAIS DE UM LABORATÓRIO 
DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
FONTE: Cartilha de Análises Clínicas, 2007. 
 
 
2.3.1 Setores Presentes na Fase Analítica 
 
 
Quando se fala em fase analítica, refere-se à fase que compreende os 
procedimentos para a realização dos exames solicitados pelo médico, portanto 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
abordaremos alguns aspectos essenciais de cada setor e algumas considerações 
importantes sobre os exames mais solicitados e como são realizadas as análises. 
 
 
2.3.1.1 Hematologia 
 
 
Entende-se como hematologia a área que estuda os elementos celulares do 
sangue. O sangue é um tecido conjuntivo especializado constituído por elementos 
figurados que flutuam pelo plasma. Quando há coagulação do sangue, é possível 
notar um líquido amarelo, este é o soro sanguíneo. É através da circulação 
sanguínea que as inúmeras células presentes no organismo recebem sua nutrição, 
realizam trocas gasosas e eliminam substâncias indesejadas. 
Faz-se necessário saber, que sangue é um dos principais e mais 
importantes fluídos corpóreos, em que sua porção figurada e composta por 
elementos celulares é constituída por eritrócitos, leucócitos e plaquetas e plasma 
sanguíneo é formado pela parte líquida, sendo à água seu principal constituinte, 
onde se é possível também encontrar proteínas, enzimas, hormônios, glicose, íons e 
outras substâncias. 
 
 
2.3.1.1.1 Exames laboratoriais 
 
 
O hemograma é um exame que avalia as células sanguíneas do paciente, 
ou seja, hemácias (Eritrograma – série vermelha), leucócitos (Leucograma – série 
branca), além da contagem das plaquetas. 
Os principais exames realizados na série vermelha são: Contagem do 
número de eritrócitos (visando identificar alterações no número de glóbulos 
vermelhos, por exemplo, quando uma pessoa é acometida por anemia ocorre uma 
diminuição dos glóbulos vermelhos); Hemoglobina (quantidade da proteína 
hemoglobina presente nas hemácias, podendo ser utilizado como índice de 
capacidade de transporte de oxigênio); Hematócrito (que consiste no volume de 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
todas as hemácias de uma amostra sobre o volume total desta amostra); Volume 
corpuscular médio (Também conhecido como VCM, é utilizado como índice que 
ajuda na observação do tamanho das hemácias e diagnóstico de anemia); 
Hemoglobina Corpuscular Média (também conhecido como HCM, que consiste no 
peso da proteína hemoglobina presente na hemácia); Concentração de hemoglobina 
corpuscular média (também conhecido como CHCM, que consiste na concentração 
da proteína hemoglobina presente dentro de uma hemácia). 
Os principais exames realizados na série banca são: Contagem do número 
de leucócitos (visa identificar alterações no número de células brancas presentes no 
sangue); Contagem do número de blastos (o aparecimento e o aumento do número 
dessas células podem indicar doenças como a leucemia); Contagem do número de 
eosinófilos (o aumento no número dessas células pode indicar processos alérgicos 
ou parasitoses); Contagem do número de neutrófilo (seu aumento pode indicar 
infecção bacteriana ou até mesmo uma infecção viral); Contagem do número de 
linfócitos (o aumento no número dessas células pode ser um indício de infecção viral 
ou leucemia linfocítica crônica); Contagem do número de monócitos (seu aumento 
pode estar relacionado a endocardite bacteriana ou leucemia mielomonocítica 
crônica). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
 
 
FIGURA 4. INTERPRETAÇÃO BÁSICA LABORATORIAL DE DADOS DE 
HEMOGRAMA 
 
FONTE: CORREIA, 2012. 
 
 
As análises bioquímicas estudam os constituintes em vista de sua estrutura 
e função, além de aspectos químicos do sangue, da urina e de outras amostras 
biológicas. Os exames bioquímicos a serem realizados na parte líquida do sangue 
ou plasma sanguíneo são: 
 Plasma: as amostras são coletadas em tubos contendo anticoagulantes 
específicos com a finalidade de evitar a coagulação do sangue, geralmente os tubos 
utilizados são os tubos com tampa azul, roxa, verde ou cinza. 
 Soro: este material será obtido através da coleta realizada em tubos 
sem anticoagulante (tubo seco), com a finalidade de se ocorrer o processo de 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 19 
coagulação. Geralmente os tubos utilizados são os que possuem tampa vermelha ou 
amarela. 
Além dos citados anteriormente, os exames bioquímicos mais comuns 
realizados são para detecção dos seguintes componentes: Glicose; Creatinina; 
Colesterol total; Colesterol HDL; Triglicerídeos e Ureia. 
Outra área muito importante a ser analisada é a imuno-hematologia, que 
estuda aspectos do sistema imunológico e possibilita a realização de exames 
sorológicos, visando detectar a presença de proteínas com atividade imunológica. 
Vale ressaltar que o sistema imunológico compreende os mecanismos que o 
organismo usa para se proteger de invasores externos, como bactérias, vírus e 
parasitas entre outros elementos alergênicos. Sendo assim se faz necessário o 
conhecimento de alguns elementos presentes nos mecanismos de proteção e 
defesa que se baseiam em: 
 Antígeno: qualquer substância capaz de desencadear a formação de 
anticorpos. Cada antígeno possui certaconfiguração química que lhe confere a 
capacidade de provocar a proliferação de anticorpos; 
 Anticorpo: proteína produzida pelos linfócitos e proliferam-se em 
resposta à presença de um antígeno. Podem ser específicos (atacam apenas um 
tipo de antígeno) ou genéricos (atacando vários antígenos). 
Entre os exames mais importantes realizados na imuno-hematologia estão: 
Detecção de anticorpos (as técnicas consistem basicamente em avaliar se o 
paciente está produzindo ou não anticorpos e a partir dessa informação é possível 
saber a doença em questão, ao realizar esses exames, o resultado será Reativo 
(reagente), se o paciente teve ou tem contato com o antígeno ou Não Reativo (não 
reagente), quando o paciente não teve contato ou que a quantidade de antígeno não 
foi suficiente para desenvolver uma patologia); Sistema de grupo sanguíneo ABO e 
Rh (consiste na determinação do tipo sanguíneo do paciente baseado na detecção 
de antígenos). 
Sempre é válido lembrar que estes exames necessitam de equipamentos 
específicos para cada amostra a ser analisada. Assim para que a análise das 
amostras seja realizada de maneira correta, estas precisam ser coletadas 
corretamente, ou seja, é um ciclo de atividade que não pode ser interrompido. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 20 
Portanto qualquer erro em alguma etapa pode comprometer a elaboração do 
resultado final. 
 
 
FIGURA 5. ANÁLISE HEMATOLÓGICA 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://coletadesangue-uff.blogspot.com.br/> Acesso em: 24 nov. 2013. 
 
 
2.3.1.2 Urinálise 
 
 
A urina consiste no produto final do metabolismo de filtração do sangue 
pelos rins, apresentando-se como um líquido levemente amarelado, límpido, estéril e 
de pH ácido, que é eliminada do corpo para o meio externo, principalmente pelo 
sistema urinário. É considerado um fluido muito complexo, pois é composto por mais 
de 60 elementos, sendo que podem ocorrer grandes variações na concentração 
dessas substâncias, devido à influência de diversos fatores metabólicos. De maneira 
geral, o exame de urina é muito importante para a patologia clínica, uma vez que 
pode detectar doenças em qualquer parte do trato urinário, posteriormente serão 
apresentados alguns tipos de aspectos avaliados no exame de urina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
 
 
FIGURA 6. SETOR DE URINÁLISE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.laboratoriosaojose.com.br/pagina/pagina.php?go=exames&emp=setoresTecnicos> 
Acesso em: 24 nov. 2013. 
 
 
2.3.1.2.1 Aspectos físicos 
 
 
Quando se fala em aspectos físicos da urina, faz-se necessário saber que os 
principais aspectos avaliados são: 
 Cor da urina: a urina normal de uma pessoa saudável apresenta-
se com a coloração amarelo-palha (urocromo), porém quando o paciente é 
acometido por alguma patologia a cor pode ser alterada, dentre as causas de 
coloração anormal da urina, pode-se citar: 
- Marrom: pigmento biliar aumentado, mioglobina, metronidazol e levodopa; 
- Azul ou verde: Pseudomona, azul de metileno, cimetidina IV; 
- Laranja: pigmento biliar, Piridium; 
- Vermelho: sangue, beterraba, ruibarbo e amoras. No caso de ser vermelha 
por causa do sangue, a urina fica também opaca, já no caso de alimentos, 
permanece translúcida, ainda que vermelha; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
- Negra: elementos oxidativos liberados em algumas doenças, uma das 
doenças que gera urina enegrecida é a alcaptonúria. 
 Aspecto da urina: límpido ou turvo; 
 Densidade: avalia a capacidade de concentração urinária, os 
valores vão de 1010 – 1030. 
 
 
2.3.1.2.2 Aspectos químicos: realizado com tiras reativas 
 
 
A tira reativa consiste em um papel absorvente que possui substâncias 
químicas, capazes de realizar a quantificação de diversos elementos, ou seja, com 
uma tira é possível realizar cerca de 10 análises onde a interpretação se dá pela 
reação química na qual se vê alteração da coloração. Dentre as análises realizadas 
através de tiras reativas, pode-se citar: 
- Determinação do pH; Hemoglobina; Nitrito; Bilirrubina; Glicose; Corpos 
cetônicos; Proteínas; Teste de Gravidez (Beta HCG). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 23 
 
 
FIGURA 7. INTERPRETA DE TIRAS REATIVAS UTILIZADAS NAS ANÁLISES 
QUÍMICAS DE URINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.geocities.ws/laboratoriodebioquimica/index_arquivos/Page755.htm> 
Acesso em: 29 out. 2013. 
 
 
2.3.1.2.3 Sedimentoscopia 
 
 
Utiliza o sedimento da urina centrifugada em exame microscópico, visando a 
identificação de elementos como hemácias, leucócitos e cilindros, além de 
elementos menos importantes como leveduras, cristais ou células epiteliais. 
Segundo Correia (2012, p.23), algumas doenças podem ser identificadas 
pelo exame de sedimentoscopia, entre elas estão: Hematúria (consiste em doenças 
renais, em que se pode encontrar a urina com cor de coca-cola); Cristalúria (litíase, 
onde se pode encontrar diurese concentrada e a presença de sedimentos); Piúria 
(que consiste em uma infecção do trato urinário, em que se pode encontrar diurese 
concentrada, presença de grumos de pus e febre). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
 
 
FIGURA 8. ANÁLISE LABORATORIAL BÁSICA DE DADOS SÉRICOS 
 
FONTE: CORREIA, 2012. 
 
 
2.3.1.3 Parasitologia 
 
 
No setor de parasitologia são realizados estudos a respeito de parasitas 
infecciosos, métodos de diagnóstico e controle de doenças parasitárias. A amostra 
analisada para a pesquisa de parasitas são as fezes, porém podem estar presentes 
dentro e sobre outras partes do corpo. Há uma grande diversidade de parasitas, 
porém os grupos mais comuns que podem vir a infectar o ser humano são 
Protozoários, Helmintos e Artrópodes. Sendo que destes os protozoários mais 
encontrados nos exames parasitológicos de fezes são Giardia lamblia e Entamoeba 
histolytica, e dentre os helmintos mais comuns no exame parasitológico de fezes 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
destacam-se ovos de Taenia saginata e Schistosoma mansoni, além de indivíduos 
adultos de Ascaris lumbricoides e Oxyuros vermicularis. 
 
 
FIGURA 9. SETOR DE PARASITOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.unipar.br/unidades/paranavai/campus-i/laboratorio-de-zoologia-
e-parasitologia/> Acesso em: 24 nov. 2013. 
 
 
2.3.1.3.1 Exames laboratoriais de rotina com as fezes 
 
 
Dentre as principais análises realizadas no setor de parasitologia podem-se 
destacar: Exame Parasitológico de Fezes (também conhecido por EPF, tem como 
objetivo diagnosticar os parasitos intestinais, por meio da pesquisa das diferentes 
formas parasitárias que são eliminadas nas fezes); Exame Macroscópico (a 
realização deste exame permite a verificação da consistência das fezes, odor e 
presença de elementos anormais, como por exemplo, muco ou sangue, além de 
vermes adultos ou partes deles); Exame Microscópico (tal exame permite a 
visualização dos ovos ou larvas de helmintos, cistos, trofozoítos ou oocistos); 
Pesquisa de Sangue Oculto (tal exame consiste em pesquisar a proteína 
hemoglobina, dissolvida no material fecal, o que geralmente deriva de hemorragias 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
no sistema digestivo); Cultura de Fezes (também conhecido como Coprocultura, é 
um exame solicitado para diagnóstico bacteriológico e/ou micológico patogênico). 
 
 
2.3.1.4 Microbiologia 
 
 
No setor de microbiologia são analisados fungos, vírus, protozoários e 
bactérias presentes em amostras biológicas. Os métodos de análise podem variar 
de acordo com cada amostra analisada, sendo assim existem exames que são feitos 
com observação direta das lâminas (com ou sem coloração) ou ainda exames que 
necessitam de cultivo de microrganismos em meio de cultura para posteriormente 
serem analisados. 
 
 
FIGURA 10. SETOR DE MICROBIOLOGIAFONTE: Disponível em: <http://www.biodiagnostic.com.br/iframe.asp?cod=69> Acesso em: 24 nov. 
2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
 
 
2.3.1.4.1 Exemplos de exames microbiológicos 
 
 
Alguns exames microbiológicos exigem técnicas específicas para 
determinado material a ser analisado, sendo assim dentre alguns exemplos de 
exames microbiológicos realizados em um laboratório de análises clínicas podem-se 
citar: 
 Exame a Fresco, sem coloração, também conhecido como Salina e 
está presente no manual da ANVISA – Indicação: permite observar a morfologia 
bacteriana e avaliar a existência de mobilidade. Usada para pesquisa a fresco de 
Trichomonas e fungos em secreções, e em diferentes materiais, etc. 
 Hidróxido de Potássio – Indicação: usado para pesquisa de fungos em 
material biológico na presença de muco, restos celulares, pelos, unhas, etc. 
 Exame com coloração de GRAM: o exame é realizado após coloração 
com o corante GRAM e permite obter uma definição mais precisa da morfologia 
microbiana, diferenciar algumas estruturas e tipos bacterianos de acordo com as 
diferentes afinidades pelos corantes. É usada para classificar Bactérias com base no 
tamanho, morfologia celular e comportamento diante dos corantes. Em laboratórios 
que possuem um setor de microbiologia clínica, esse pode ser considerado um teste 
adicional rápido para o diagnóstico de agentes infecciosos. 
 
 
3 OTIMIZAÇÃO DE PLANEJAMENTO 
 
 
A área de análises clínicas apresentou seu desenvolvimento acompanhado 
da medicina, não como um serviço de apoio nos moldes de hoje, mas sim como uma 
atividade estritamente experimental, com o objetivo da descoberta de algo novo ou 
desconhecido (BECKER, 2005, p.38). 
O progresso da ciência médica obteve um grande impulso na Europa a partir 
da segunda metade do século XIX. Nessa época iniciava-se os estudos referentes a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
Patologia Clínica, onde os laboratórios pioneiros foram aqueles instituídos nas 
universidades alemãs de Wurzburg (1849) e de Berlim (1852). 
Os testes laboratoriais são considerados parte importante na prática médica, 
onde a participação das informações providas do laboratório clínico na tomada de 
decisões é extremamente importante. Certamente à evolução dos testes 
laboratoriais continuarão a crescer de maneira acentuada, principalmente devido a 
incorporação de novos testes, especialmente na área da biologia celular e 
molecular. 
O laboratório clínico é certamente o setor da assistência em saúde que mais 
sofre impacto dos avanços da pesquisa biomédica, pois esses avanços estão 
ocorrendo em grande velocidade, possibilitando visualizar um grande progresso nas 
últimas décadas derivado principalmente da variedade e qualidade dos testes 
laboratoriais que são oferecidos aos diversos profissionais da saúde. 
De acordo com o que foi exposto até o momento, surge diversos 
questionamentos, entre eles pode-se citar: para você, qual a fase de maior 
importância nos procedimentos de um laboratório de análises clínicas? E em sua 
opinião, em quais setores são passíveis de erros e que os procedimentos devem ser 
realizados com um maior nível de atenção? 
 
 
3.1 PLANEJAMENTOS DE ABERTURA DE UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES 
CLÍNICAS 
 
 
As providências que devem ser tomadas para a abertura de um laboratório 
de análises clínicas são semelhantes as exigidas para qualquer outro 
estabelecimento comercial. Porém por se tratar de um estabelecimento de saúde, há 
algumas obrigações adicionais vinculadas ao Conselho Regional de Farmácia, 
Vigilância Sanitária e órgãos de meio ambiente. Tais procedimentos referentes a 
abertura de um laboratório de análises clínicas podem variar de acordo com as 
legislações estaduais e municipais de acordo com o domicílio em que se efetuará o 
funcionamento do mesmo. Sendo assim, posteriormente serão apresentados alguns 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
passos que devem ser observados para abertura de um laboratório de análises 
clínicas. 
 
 
3.1.1 Requisitos para abertura 
 
 
Segundo o material de Moura (2010, p.04), entre os requisitos de abertura 
de um laboratório de Análises Clínicas destacam-se os seguintes tópicos: consultar 
a viabilidade para iniciar o empreendimento; consultar a prefeitura do município para 
verificar se é permitido desenvolver tal atividade no endereço escolhido; verificar se 
a edificação escolhida atende as condições referidas a espaço físico segundo a 
RDC nº50/2002 da ANVISA; além de elaborar um registro do Contrato Social e 
CNPJ e registrá-lo na Junta Comercial do Estado, dando entrada no pedido de 
inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) na Receita Federal 
através do Documento Básico de Entrada (DBE). 
Além dos tópicos expostos devidamente referenciados, faz-se necessário 
também a obtenção de um Alvará Sanitário, em que é necessário preencher o 
Formulário de Petição (modelo DIVIS) e encaminhá-lo junto com a documentação 
exigida para a Vigilância Sanitária Municipal, uma questão importante é que o local 
tem que ser dedetizado, portanto é interessante procurar uma empresa 
especializada. Além do Alvará Sanitário é necessário providenciar um Alvará 
Municipal de Funcionamento e o licenciamento junto ao órgão de meio ambiente do 
município, devendo-se apresentar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de 
Serviço de Saúde (PGRSS). Posteriormente deve-se solicitar o registro do 
estabelecimento junto ao Conselho Regional de Farmácia e providenciar 
documentos e programas das áreas trabalhistas e previdenciárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
 
 
3.1.2 Requisitos para funcionamento 
 
 
Os tópicos relacionados a funcionamento desse tipo de empreendimento 
encontram-se no Regulamento técnico da ANVISA composto de 16 páginas, e 
devem estar em conformidade com a RDC 302/2005 que define as condições gerais 
de funcionamento, bem como os requisitos relacionados aos recursos humanos e 
infraestrutura. 
 
 
3.1.3 Equipamentos básicos necessários para cada área 
 
 
Para o funcionamento adequado de um laboratório de análises clínicas, 
visando qualidade na prestação de serviços e satisfação dos clientes, é necessário 
que o laboratório esteja bem equipado e dimensionado possibilitando bem-estar 
geral. De acordo com essa premissa, as tabelas seguintes referenciadas no artigo 
de Moura (2010, p.05), apontam os principais equipamentos e mobiliários, além do 
dimensionamento necessário para cada área do laboratório de análises clínicas. 
Vale lembrar sempre que todos os setores devem também ser equipados com EPI’s, 
reagentes, vidrarias e materiais de consumo. Temos ainda os ambientes de apoio, 
por exemplo: sanitários, depósitos, etc., que apesar de não serem mencionados 
necessitam de equipamentos, mobiliário e outros materiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
 
 
TABELA 1. EQUIPAMENTOS E OUTROS MATERIAIS NECESSÁRIOS NAS 
DIFERENTES ÁREAS DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00004E/00004EFC.pdf> Acesso 
em: 28 jul. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
 
 
TABELA 2. METRAGEM MÍNIMA EXIGIDA PELA RDC 50/2002 PARA CADA 
SETOR DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00004E/00004EFC.pdf> Acesso 
em: 28 jul. 2013. 
 
 
Os laboratórios podem estar localizados em um único ambiente ou salão, 
onde pode haver a separação por áreas e bancadas específicas. Isso dependerá do 
nível de biossegurança exigido pelos procedimentos realizados em cada um dos 
laboratórios, pode ou não ser necessária à existência de sala exclusiva, inclusive 
com antecâmara. 
Além das instalações técnicas, existem também normatizações para as 
áreas destinadas aos ambientes de apoio, estabelecidas pela RDC50/2002 
ANVISA, dentre os mais importantes se podem citar: a área destinada para registro 
de paciente, assim como a sala de espera para pacientes e acompanhantes deve 
possuir aproximadamente 1,2 m² por pessoa; o depósito para material de limpeza, 
assim como o depósito de equipamentos e materiais deve possuir um 
dimensionamento de cerca de 1,0 m²; os sanitários para funcionários devem possuir 
um dimensionamento de aproximadamente 1,7 m² e as salas administrativas devem 
possuir um dimensionamento de aproximadamente 5,5 m² por pessoa. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
Em relação aos requisitos funcionais existe a RDC 302, de 13 de outubro de 
2005, que dispõe sobre regulamento técnico para funcionamento de laboratório 
clínico, segue-se um breve resumo das determinações da referida Resolução: 
O laboratório deve possuir um profissional legalmente habilitado como 
responsável técnico; o laboratório clínico deve estar inscrito no Cadastro Nacional de 
Estabelecimentos de Saúde (CNES); todos os profissionais atuantes devem ser 
vacinados conforme legislação vigente; a admissão de funcionários deve ser 
precedida de exames médicos em conformidade com o PCMSO da NR-7 da portaria 
MTE nº 3214 de 08/06/1978 e lei nº6514 de 22/12/1977; os equipamentos e 
instrumentos utilizados, reagentes, insumos e saneantes devem estar regularizados 
junto a ANVISA; devem ser mantidos registros dos processos de preparo e do 
controle da qualidade dos reagentes preparados; o laboratório deve possuir um 
plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (PGRSS); além de que o 
laboratório deve possuir instruções escritas de biossegurança, limpeza, desinfecção 
e esterilização. 
Quando se adquire equipamentos e outros materiais para realização das 
análises o pedido deve ser avaliado de acordo com a demanda pretendida. 
Dependendo do número de atendimentos/dia pode-se utilizar automação, 
semiautomação ou até técnicas manuais, desde que essas sejam validadas para 
realização das análises. Para exames que exigem um maior nível de complexidade, 
é possível realizar a terceirização junto a Laboratórios de Apoio. 
 
 
3.1.4 Documento Técnico do Projeto 
 
 
A elaboração de um relatório ou Documento Técnico de Projeto consiste na 
exposição escrita onde se descrevem fatos verificados através de uma metodologia 
aplicada a um processo de pesquisa ou a execução de serviços e experiências. 
Geralmente se baseia em dados ou resultados demonstrativos, tais como tabelas, 
gráficos, estatísticas e outros. Abaixo se apresentam alguns modelos para a 
otimização do processo de implantação do Sistema de Gestão Laboratorial, um bom 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
exemplo pode ser observado de acordo com o material disponibilizado pelo 
PROJETO CELAB (2008). 
 
 
FIGURA 11. EXEMPLO DE DOCUMENTO TÉCNICO DE PROJETO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.celab.org.br/?page_id=21> Acesso em: 28 jul. 2013. 
 
 
4 LIDERANÇA E PERFIL DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE 
 
 
4.1 AS VARIAÇÕES DA GESTÃO 
 
 
A área da saúde possui características próprias, ou seja, a prestação de 
serviços é específica, pois tem um caráter predominantemente assistencial, 
devendo-se estabelecer uma margem de risco calculado dentro do aceitável. Além 
de possuir outras inúmeras variáveis, dentre elas: a competência técnica da equipe 
de profissionais; locais adequados e estruturados para a prestação de serviços; tipo 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
e evolução das patologias (doenças); estado psicológico dos profissionais e 
pacientes; relacionamento interpessoal, etc. 
Quando o profissional se dispõe a trabalhar nessa área, ele deve ter noção 
de que deve possuir um conjunto de competências, a saber: o profissional deve ter 
preparo adequado do ponto de vista de conhecimento técnico e pessoal; deve exibir 
uma postura profissional; apresentar um perfil de liderança; sempre trabalhar em prol 
da ética e se desenvolver bem em equipe; deve possuir um bom controle emocional; 
deve se comunicar bem e ter capacidade para mediar conflitos; deve possuir 
capacidade de oferecer assistência psicológica diante de algumas situações do 
cotidiano; deve possuir domínio do estresse e estar acostumado a correr riscos. 
Há o requerimento de profissionais capacitados e com alto grau de eficácia, 
que minimizem o impacto do erro e maximizem o acerto. A demanda nessa área 
volta-se para pessoas que procuram obter resultado positivo, sendo o mais ideal a 
situação, pois a área da saúde está em constante evolução e necessita de 
profissionais voltados para desenvolver a ciência, ou seja, mesmo não se 
conhecendo a cura para várias doenças, pode-se em muitos casos controlar várias. 
Com a busca de profissionais capacitados, o gestor é um elemento muito 
importante, que dentre seus princípios de liderança, deve-se destacar: o gestor com 
características de líder deve manter integridade absoluta conhecendo o ofício ao 
qual está inserido; deve declarar suas expectativas e demonstrar dedicação 
excepcional ao seu trabalho; em suas ambições busca sempre resultados positivos; 
deve sempre cuidar bem de seu pessoal e colocar o dever à frente de si mesmo; 
além de sempre se fazer presente na frente da batalha. 
A gestão de pessoas em uma organização, na realidade não consiste em 
uma tarefa fácil, nem para os profissionais e nem para os pesquisadores e teóricos 
da área, pois há uma grande diversidade de demandas, além de que na busca de 
investigar peculiaridades, ainda há muitas indagações sem respostas. Diante do 
exposto Marras (2009, p.41) define que se denomina estrutura organizacional o 
conjunto de funções, relações e responsabilidades que constituem o desenho 
orgânico da empresa. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
Logo o líder, ao administrar ou gerir os recursos de uma organização, deve 
estar atento a uma série de particularidades, indo desde sua formação e atuação na 
liderança até o desenvolvimento e a atuação das pessoas que lidera. 
 
 
4.1.1 Áreas de Gestão de Laboratório de Análises Clínicas 
 
 
De acordo com o material disponibilizado por Segundo Fernandes (2013, 
p.07), as áreas de gestão laboratorial presentes em um Laboratório de Análises 
Clínicas podem ser: Diretoria (Administração e Setor Financeiro); Recursos 
Humanos (Admissão, Treinamento e Reciclagem de Funcionários, Folha de 
Pagamento, Benefícios, Penalidades); Gestão de Informática (Instalação, execução 
e atualização de hard e softwares, intercomunicação entre equipamentos e emissão 
de laudos); Produção Laboratorial (Execução dos exames e procedimentos); Gestão 
de equipamentos (Calibragem, testes e execução dos ensaios) e Gestão de 
materiais (Compras, controle, verificação da validade e eficácia dos reagentes). 
 
 
4.2 COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA 
 
 
Em relação a um eixo de análises presentes em sistemas administrativos, os 
três temas básicos são: comunicação, liderança e desenvolvimento de pessoas, 
embora com significados distintos, são apresentados em conjunto, pois a 
comunicação é um dos processos integrantes da liderança e do desenvolvimento de 
pessoas. Sendo assim, a liderança no trabalho é entendida como uma peça-chave 
que compõe os relacionamentos, pois as atitudes dos líderes que possibilitarão ou 
favorecerão a integração relacional e a qualidade do trabalho realizado, garantindo a 
satisfação de quem trabalha. 
Quando se busca resultados positivos, deve-se saber que estes provêm da 
postura comunicativa e aberta por parte dos líderes, baseada no respeito à 
interatividade e das práticas coletivas. Portanto, a participação de todos é muito 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
importante na determinação de planos estratégicos, operacionais e no 
estabelecimento de metas a serem atingidas posteriormente. 
As práticas desenvolvidas para o bom desempenho de um líder são: 
desenvolver pessoas, obter resultados dentro do que foiplanejado, atender as 
necessidades do cliente e comunicar-se bem. Enquanto os atributos de um líder 
consistem nas seguintes características: ser uma pessoa íntegra (tanto em critérios 
pessoais como profissionais), ser capaz de realizar projetos, ser hábil para lidar com 
pessoas, ser capaz de direcionar e orientar pessoas para o aprendizado, ser capaz 
de controlar situações inesperadas, etc. 
 
 
FIGURA 12. LIDERANÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.visaoprime.com.br/index.php/766> Acesso em: 27 jul. 2013. 
 
 
4.2.1 O que é necessário para ser um líder? 
 
 
Para se exercer a liderança, há a necessidade de o líder possuir um 
conjunto de características que o definam e constituam seu perfil, dentre elas estão: 
Competências: envolve várias características como o conhecimento baseado 
em informações adquiridas e armazenadas durante algum período (para prover o 
desenvolvimento do indivíduo, fazem-se necessários conhecimentos específicos e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
conhecimentos essenciais); as habilidades baseadas no talento, capacidade 
individual e técnica (consiste em buscar resultados positivos utilizando o 
conhecimento adquirido de forma adequada) e atitudes baseadas nas crenças, 
valores e princípios do indivíduo, constituído ao longo do tempo, e de certa maneira 
norteia suas ações. 
As competências de um modo geral derivam de aptidões e características 
pessoais que contribuem para se elevar o desempenho na realização de tarefas e 
para a concretização de uma função. Dessa maneira, existem certos tipos de 
competências que podem ser divididas em: competências para lidar com pessoas (o 
líder necessita expor seu lado pessoal para motivar e desenvolver os profissionais 
que lidera); competências ao lidar com negócios (o líder necessita de um 
pensamento analítico e capacidade para identificar as informações necessárias para 
esclarecer uma situação); competências para atingir resultados (o líder necessita de 
iniciativa e capacidade empreendedora) e competências de autogestão (o líder 
necessita de autoconfiança e credibilidade pessoal). 
A área da saúde é muito abrangente, porém existem algumas competências 
muito valorizadas em seus profissionais como a liderança, ética, organização, bom 
relacionamento interpessoal, agilidade, comprometimento com os resultados, 
conhecimento técnico na área e foco nos pacientes. 
Em determinadas funções, principalmente na área de saúde, é necessária a 
atividade de um bom líder, que exerça a liderança de forma eficiente, ou seja, que 
seja capaz de fazer com que o grupo tenha um melhor rendimento em vistas de 
situações específicas, pois se trata de uma prestação de serviços à saúde do 
indivíduo. 
Em vistas de explorar as capacidades de liderança, existe um teste de 
Mapeamento Cerebral, que aponta a existência de perfis com diferentes 
personalidades, salientando as diferenças individuais, sendo que um deles traz as 
características inerentes à liderança. Tais perfis podem ser descritos, de acordo com 
a região cerebral: Cérebro anterior refere-se ao verbo explorar (caracteriza o 
visionário, que busca a inovação e está aberto à complexidade); Cérebro posterior 
refere-se ao verbo preservar (caracteriza uma pessoa mais afetuosa, que busca 
uma atmosfera afetiva e associativa, sendo agregadora e guardiã); Cérebro direito 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
refere-se ao verbo perseguir (caracteriza pessoas com grande agilidade para 
realizarem tarefas, sendo essa uma característica dos líderes, orientados para o 
processamento global, competidores e realizadores) e Cérebro esquerdo, refere-se 
ao verbo controlar (caracteriza pessoas mais analíticas, que fazem uso de uma 
abordagem lógica, além do que, é organizada e busca o processamento de 
detalhes). 
Mesmo com testes e definições, determinar a personalidade do líder é uma 
tarefa difícil e discutível, ou seja, é mais adequado caracterizá-lo por suas 
qualidades e defeitos, pois a personalidade do líder depende de fatores, tais como o 
conhecimento que adquire e o contexto onde está inserido. 
Quando se exerce a liderança, alguns tipos específicos podem-se aflorar 
durante este exercício, tais tipos se dividem em três processos básicos: Liderança 
Autocrática (em que o líder manda e seus subordinados obedecem, ou seja, ele é 
responsável por traçar as normas de ação e tomar as decisões); Liderança 
Democrática (na qual o líder consulta o grupo ao qual administra, sendo um 
elemento de coordenação e estímulo); Liderança Liberal (em que o líder sugere e 
dispõe de ampla liberdade de movimentos, ou seja, o líder providencia os meios e as 
facilidades). 
Durante muito tempo, acreditou-se que liderar era planejar, organizar, 
coordenar e controlar, de maneira que as situações adversas não influenciariam em 
aquisição de novas lideranças. Porém há uma mudança frequente de líderes, que 
possuem seus papéis alterados e que devem agir conforme as necessidades, 
inserindo-se na nova realidade. Assim, quando muda a tarefa, muda-se a estrutura, 
de modo a proporcionar nova orientação ao grupo. 
Atualmente em vistas das mudanças frequentes o perfil de líderes deve-se 
apoiar no seguinte tripé – ambição, conhecimento e integridade. Em que a ambição 
e conhecimento sem integridade não derivam um líder ético; a ambição e integridade 
sem conhecimento não derivam um líder competente e o conhecimento e 
integridade sem ambição não derivam um líder realizador. 
Para um líder atuante na área de saúde, não há um protótipo ideal, mas 
sabe-se que este deve possuir competências humanas e conhecimento técnico 
específico da saúde, assim como conhecimento do negócio e serviços prestados, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
apresentando tais características de forma apurada e ter controle de diversas 
variáveis específicas. Porém em relação a tais características podem-se citar alguns 
diferenciais próprios, a saber: o líder nessa área deve possuir capacidade adaptativa 
às situações (pois uma vez que se trabalha com saúde é necessário utilizar o melhor 
de si e da equipe para a obtenção de um resultado positivo), além de focar seu 
trabalho no fator humano (é um diferencial importante, pois é necessário melhorar a 
qualidade de trabalho para garantir a satisfação tanto da equipe de trabalho, quanto 
dos pacientes). 
 
 
5 SUSTENTABILIDADE EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
A sustentabilidade consiste na capacidade de atender às necessidades do 
presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender as 
próprias necessidades. 
Tal conceito foi definido, em 1987, quando ocorria a elaboração do relatório 
Brudtland pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED) 
da ONU. Vale lembrar que esse conceito para ser eficiente deve-se apoiar em três 
parâmetros muito importantes, sendo eles a atividade econômica, o meio ambiente e 
bem-estar da sociedade, estes devem estar equilibrados e integrados para compor 
os pilares da sustentabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
 
 
FIGURA 13. BASES DA SUSTENTABILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.hospitaissaudaveis.org/pdf/Palestra%203a%20Daniel%20Marques 
%20P%C3%A9rigo.pdf> Acesso em: 27 jul. 2013. 
 
 
5.1 PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
De acordo com a Secretaria do Estado de Obras - SEOBRAS (2009), um 
Programa de Gestão Ambiental se refere a uma estrutura que envolve a execução 
de outros programas ambientais e constitui um conjunto de ações realizadas em 
forma de medidas e procedimentos de gestão associados às questões ambientais e 
sociais, objetivando a minimização dos impactos ambientais e sociais, provocados 
pela implantação e operação de determinado empreendimento. 
As ações presentes em um programa de gestão ambiental objetivam a 
manutenção da qualidade ambiental da região do empreendimento,cuidando da 
qualidade de vida das comunidades locais diretamente afetadas. Quando se realiza 
um empreendimento, nesse caso uma construção na área de saúde, necessita-se 
de uma estrutura gerencial projetada para programar técnicas de controle, proteção, 
manejo e recuperação ambiental, além de promover condições operacionais 
adequadas para a implantação e o acompanhamento de Planos e Programas 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
Ambientais previstos, demais programas ambientais poderão ser implantados de 
forma integrada, sendo posteriormente acompanhados e monitorados. 
De acordo com os temas expostos, é bom pensar na realidade a qual se 
encaixa nosso município também, sendo assim um bom questionamento envolvendo 
os assuntos abordados seria: na sua cidade os laboratórios de Análises Clínicas 
possuem um Programa de Gestão Ambiental adequado? E os resíduos produzidos 
são descartados de maneira correta? Pesquise e fique de olho! 
 
 
5.1.1 Histórico do Programa de Gestão Ambiental 
 
 
Quando se fala em programas de gestão ambiental, percebe-se que tais 
programas são muito recentes em nossa sociedade (ganharam destaque a partir do 
ano de 2002), porém apresentam uma importância enorme para a manutenção dos 
fatores ambientais e qualidade de vida de uma maneira geral. Posteriormente 
apresentaremos alguns fatos no contexto histórico dessa evolução, que caracteriza 
passos importantes para a melhoria desses programas: 
No ano de 2004, foi publicada a Portaria PGR nº 321, que instituiu o 
Programa de Gestão de Resíduos da PGR; 
No ano de 2007, o procurador-geral da República assinou a Portaria PGR 
nº 638, que possibilitou a ampliação do Programa de Gestão de Resíduos, 
transformando-o em Programa de Gestão Ambiental (PGA); 
A partir do ano de 2008 começaram a ser realizadas Semanas do Meio 
Ambiente, e no ano de 2010 foi lançado o PGRSS – Plano de Gerenciamento de 
Resíduos de Serviço de Saúde da PGR. 
 
 
5.2 GESTÃO DE RESÍDUOS 
 
 
Um dos principais fatores que contribuem para se atingir um nível 
sustentável dentro de um laboratório é promover um destino correto aos resíduos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
produzidos. Abaixo segue a descrição dos métodos de descarte para os resíduos 
mais comuns produzidos em um laboratório de análises clínicas: 
 
 
5.2.1 Descarte de Resíduos Comuns 
 
 
O descarte para esse tipo de resíduo deve ser realizado em saco plástico 
preto; utilizando-se coletores identificados; além de que o transporte deve ser 
realizado em carrinho específico e o armazenamento dos resíduos também deve ser 
específico. 
 
 
5.2.2 Descarte de Resíduos Recicláveis 
 
 
Para esse tipo de resíduo gerado dentro de um laboratório de análises 
clínicas deve haver a separação dos resíduos no momento e local da geração; o 
descarte deve ser efetuado em saco plástico Azul; utilizando-se coletores 
identificados (específico para copos plásticos); além de que o transporte deve ser 
realizado em carrinho específico e o armazenamento dos resíduos também deve ser 
específico. 
 
 
5.2.3 Descarte de Resíduos Infectantes/Perfurocortantes 
 
 
Para o descarte desse tipo de material deve ser utilizado saco branco-leitoso 
com símbolo de infectante; acondicionados em caixas rígidas resistentes a 
puncturas; onde o transporte deve ser realizado em carrinhos identificados e o 
armazenamento deve ser em abrigo específico. A maioria dos resíduos necessita de 
autoclavagem Interna e posterior trituração; as salas de armazenamento devem 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
possuir segurança nível 3 localizadas em uma central de Tratamento de Resíduos 
que possua licença de Operação. 
 
 
FIGURA 13. ALGUNS PONTOS IMPORTANTES NO HISTÓRICO DA 
SUSTENTABILIDADE EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.hospitaissaudaveis.org/pdf/Palestra%203a%20Daniel%20Marques%20P%C3%A9rigo.pd
f> Acesso em: 27 jul. 2013. 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
GESTÃO LABORATORIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
GESTÃO LABORATORIAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
 
MÓDULO II 
 
 
6 CONTROLE DE QUALIDADE EM ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
O segundo módulo busca apresentar aspectos relacionados em como 
manter um padrão de qualidade adequado dentro de um laboratório de análises 
clínicas, apresentando aspectos históricos da formação desse conceito, além de 
expor metodologias aplicadas nos diversos setores componentes do laboratório, 
equipamentos utilizados no controle de qualidade, como também alguns métodos 
estatísticos, corridas analíticas e softwares utilizados para a finalidade de se garantir 
a qualidade no trabalho realizado. Otimizando as condições de funcionamento do 
laboratório, permitindo uma gestão adequada dos profissionais envolvidos e nas 
análises realizadas, visando segurança e confiabilidade de laudos aumentando a 
satisfação dos clientes e de toda a equipe. 
Dessa forma, para um adequado aproveitamento desse módulo, faz-se 
necessário que o leitor apresente algum nível de conhecimentos prévios sobre a 
área de controle de qualidade, além de alguns métodos estatísticos utilizados para 
essa finalidade. 
 
 
6.1 HISTÓRICO 
 
 
A história do conceito de qualidade teve início provavelmente nos anos 20 
com a evolução industrial. Assim, surgiu a atividade de inspecionar os materiais 
produzidos com a finalidade de avaliar o produto final e separar os defeituosos, 
evitando sua comercialização. Esta constituiu uma fase de evolução da qualidade 
pioneira, que possibilitou a criação de um departamento de engenharia de produção 
nas indústrias. Assim, instrumentos estatísticos voltados para a medição e o controle 
da qualidade são usados para análise de qualidade do produto final. Uma boa obra 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
que embasa cientificamente esses assuntos foi publicada em 1931 por W. Shewart, 
em 1931, intitulada Economic control of quality manufactured product. 
Já em uma segunda fase, surgiu a preocupação com a qualidade em todos 
os processos de produção, possibilitando-se admitir que o grau de variabilidade do 
produto é devido às variações nas matérias-primas, máquinas utilizadas e ao 
operador destas. Daí teve início o controle estatístico por amostragem, 
apresentando técnicas de limite de variação aceitável durante todo o processo de 
fabricação e não apenas ao produto final. 
Atualmente, as exigências quanto à qualidade são referenciadas como 
atributos essenciais à sobrevivência de muitas organizações no mercado, com 
ênfase na satisfação do cliente. O acesso facilitado às informações e a criação de 
órgãos de defesa do consumidor permite o surgimento de um novo formato de 
cliente, com um perfil mais exigente e entendendo seu papel como consumidor, 
evidenciando que o conhecimento das necessidades do cliente é fundamental para 
sua fidelização. 
Além disso, as empresas passaram a descobrir mais rapidamente o que 
seus concorrentes estavam fazendo de melhor, tais descobertas ocorreram por meio 
da prática de benchmarking ou técnica de referência que consiste no processo 
contínuo de medidas de produtos, serviços e práticas para comparar com os 
competidores de mercado ou companhias reconhecidas na área de atuação. 
Assim, a necessidadepela busca contínua da qualidade, aumento da 
produtividade e redução de custos torna-se essenciais para uma empresa continuar 
no mercado e se manter competitiva. 
 
 
6.2 QUALIDADE NA SAÚDE 
 
 
Na área da saúde, há uma diferenciação do conceito de qualidade ao qual é 
aplicado nas indústrias. A adequação da prestação de serviço aos anseios do cliente 
é fundamental como requisito de qualidade, e este é aplicável aos diversos serviços 
de assistência à saúde. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
O aumento da complexidade dos serviços prestados, impulsionado pela 
demanda tecnológica e novos conhecimentos na área, além do aumento da 
expectativa de vida da população e maior número de pacientes portadores de 
doenças crônicas, está gerando grandes gastos quando se refere à saúde, 
mostrando que o desafio atual para esse setor é a prestação de um atendimento 
humanizado, com alta produtividade e baixo custo, sendo este o principal resultado 
esperado em programas de qualidade. 
Na prestação de serviço em saúde existem dois componentes básicos da 
qualidade: o operacional (processamento) e a percepção (como o serviço está 
sendo oferecido). Tais componentes podem ser medidos por indicadores da 
qualidade e o reconhecimento é obtido pelos processos de certificação ou 
acreditação. 
Trabalhando-se com indicadores é possível realizar comparações internas e 
externas com outros serviços de mesmas características. Quando se pratica o 
benchmarking é possível avaliar o desempenho de todos os processos de 
determinado serviço, comparando seus dados com serviços de referência. 
As comparações podem ser internas (quando a comparação ocorre por 
processos semelhantes entre setores de uma mesma instituição); funcionais 
(quando a comparação ocorre entre instituições semelhantes, mas que atuam em 
mercados distintos) e competitivas (quando a comparação ocorre a partir da 
comparação de processos semelhantes entre concorrentes diretos). 
A certificação para produtos, processos ou serviços é realizada ou cumprida 
de acordo com requisitos específicos estabelecidos por normas, como as da 
International Organization for Standardization (ISO). Já a acreditação, a avaliação 
dos procedimentos tem o intuito de verificar a adequação aos serviços que estão 
sendo oferecidos, além do cumprir os requisitos exigidos em uma certificação. Por 
exemplo, há a acreditação da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e do 
Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC). Recentemente, a 
acreditação tem assumido um papel educacional com monitoramento, publicando 
uma série de documentos, como normas, padrões e recomendações. 
Em 1999, foi criada a ONA, cujo principal objetivo é a implementação 
nacional de um processo permanente de melhoria da qualidade da assistência à 
saúde, estimulando os serviços a atingirem padrões mais elevados de qualidade 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
(www.ona.org.br). Em 2001/02, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) 
reconheceu oficialmente o Sistema Brasileiro de Acreditação por meio da Resolução 
nº 921/02 e firmou um convênio com a ONA para cooperação técnica e treinamento 
de pessoal, o qual contou com a participação, entre outras, da SBPC/ML (ANVISA, 
2004; VIEIRA, 2005 apud VIEIRA, 2011, p.202). 
 
No ano de 1977, em contrato com a Control-Lab, a SBPC/ML pôde lançar o 
programa de controle de qualidade interno e externo, inédito no país, 
intitulado Programa de Excelência de Laboratórios Médicos (PELM), e, em 
1998, criou o PALC, os quais foram revisados e atualizados nos anos 2004, 
2007 e 2010. O PALC permite aos laboratórios brasileiros um caminho para 
a melhoria contínua da qualidade, principalmente pelas auditorias realizadas 
por pares, ou seja, por laboratoristas, propiciando oportunidades de trocas 
de conhecimentos técnicos entre auditores e auditados (VIEIRA, 2005 apud 
VIEIRA, 2011, p.204). 
 
Recentemente, a SPBC/ML em parceria com a Control-Lab disponibilizou o 
Programa de Indicadores Laboratoriais, permitindo a possibilidade de padronização 
dos indicadores em laboratórios clínicos brasileiros, assim como a comparabilidade 
dos mesmos (www.sbpc.org.br/institucional/historia). 
 
 
6.3 QUALIDADE NO LABORATÓRIO CLÍNICO 
 
 
O constante progresso tecnológico na área laboratorial tornou possível a 
ampliação do número e dos tipos de analitos, levando ao aumento da importância 
das análises laboratoriais na decisão médica e no diagnóstico. Segundo dados 
obtidos por Westgard e Darcy, os resultados das análises laboratoriais são 
responsáveis por 65% a 75% das informações pertinentes à decisão médica. 
De acordo com o exposto acima, o ramo laboratorial promoveu e introduziu 
os conceitos da qualidade com certo pioneirismo. Tais estudos começaram a ser 
elaborados em 1960 por Barnett e Tonks, e nos anos de 1990, começou a haver um 
consenso sobre os objetivos da qualidade e qual seria a sua importância no 
ambiente do laboratório clínico, possibilitando-se definir os conceitos de controle da 
qualidade, garantia da qualidade e gestão total da qualidade. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
Essa evolução tecnológica alavancou a implantação dos modernos 
conceitos de qualidade observados em um laboratório clínico, porém houve também 
um aumento do custo global de todo o processo analítico e gastos laboratoriais, que 
nem sempre é acompanhado de um aumento na remuneração. Segundo Mendes 
(2007), os laboratórios clínicos começaram a sofrer uma forte pressão de alguns 
provedores de serviços de saúde, impondo a diminuição drástica dos custos de 
execução de exames. 
Sendo assim para a solicitação de um exame, é necessário avaliar se a 
análise trará benefícios para diagnóstico, prognóstico ou tratamento, se não for 
comprovada a finalidade do exame, este pode ser desnecessário, além de que pode 
vir a promover o aumento do risco de resultados falsos positivos, o que necessitará 
de outras análises e poderá gerar modificações erradas na terapia, atrasar o 
diagnóstico e até mesmo levar ao aumento da duração da internação hospitalar. 
De acordo com o que foi exposto, à liberação de um laudo incorreto pode 
ocasionar aumento de consultas e testes laboratoriais, elevando 
desnecessariamente os custos dos serviços de saúde. Sendo assim, a busca de 
melhoria contínua exigiu a análise minuciosa dos diferentes processos envolvidos na 
realização do exame laboratorial, incluindo os aspectos técnicos, administrativos e 
organizacionais, identificando desvios e proporcionando oportunidades de melhoria. 
A definição de erro laboratorial consiste em uma falha ocorrida em alguma 
parte do ciclo laboratorial, ou seja, desde a solicitação médica até a interpretação do 
laudo final e a decisão do médico diante do resultado reportado, porém pode 
também ser considerado qualquer defeito na realização do teste que possa gerar um 
resultado inapropriado ou uma interpretação equivocada. 
Para a divisão das etapas necessárias para a execução de um exame 
geralmente são necessárias três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. Em 
que a execução de qualquer exame laboratorial iniciará pela avaliação clínica, 
estabelecendo-se uma hipótese diagnóstica e possibilitando a solicitação de exames 
dirigida para os diagnósticos sugeridos. Sendo finalizada quando se gera um laudo 
que concretiza a informação diagnóstica por meio do parecer de um médico. 
Porém atualmente, podem-se encontrar os termos fase pré-pré-analítica e 
fase pós-pós-analítica, tais termos foram introduzidos para definir as etapas de 
execução de um exame que são independentes propriamente do laboratório. A pré-
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
pré-analítica consiste na seleção, pelo clínico, de exames apropriados para a 
determinação de um diagnóstico a que se pretende encaminhar a solicitação. A fase 
pós-pós-analítica deve-se referir à interpretação do resultado da análise por um 
profissional aptoque geralmente é um médico clínico. 
Até agora vocês estão aprendendo bastante sobre os critérios estabelecidos 
no controle de qualidade, sendo assim para você a qualidade de gestão de 
laboratórios de análises clínicas de sua cidade está adequado para o atendimento 
dos pacientes? E para os funcionários que trabalham em prol da saúde? 
 
 
7 CONTROLE INTERLABORATORIAL 
 
 
Os fundamentos de um laboratório de análises clínicas baseiam-se em 
processos dinâmicos que se iniciam pela coleta de amostras e termina com a 
emissão de um laudo. Nesse contexto, a fase pré-analítica pode se basear na 
preparação do paciente, além da coleta, manipulação e armazenamento da amostra 
para posterior determinação analítica. Englobando todas as atividades anteriores ao 
ensaio laboratorial, estando dentro ou fora do laboratório de análises clínicas. 
Dessa forma, a fase analítica tem início com a validação dos resultados 
obtidos pelo processo analítico de determinada amostra, realizando o controle da 
qualidade interno na amplitude normal e patológica, e seu término representa uma 
determinação para a obtenção de um resultado. Já a fase pós-analítica é observada 
quando se gera o resultado analítico, sendo finalizada, após a entrega do laudo 
conforme legislação vigente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
 
 
7.1 FONTES DE VARIAÇÃO NOS ENSAIOS LABORATORIAIS 
 
 
A seguir apresentaremos as principais fontes de variação evidenciadas em 
ensaio laboratoriais que de alguma maneira podem comprometer o resultado final e 
diminuir os critérios de qualidade de um laboratório de análises clínicas. 
 
 
7.1.1 Variabilidade biológica 
 
 
Alguns fluídos orgânicos utilizados para amostragem podem apresentar 
flutuação constante nos níveis de seus componentes biológicos, dessa forma essas 
variações podem afetar a interpretação de resultados. Sendo que os principais 
fatores que podem influenciar na variação dos parâmetros biológicos são 
classificados em três grupos: variáveis pré-analíticas, analíticas e biológicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
 
 
FIGURA 14. PRINCIPAIS FONTES DE VARIAÇÃO NOS ENSAIOS 
LABORATORIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: LIMA-OLIVEIRA, 2011. 
 
 
Essa variabilidade biológica observada em diversos tipos de análises é 
considerada natural, pois se deve a uma ocorrência fisiológica característica do 
indivíduo (principalmente em resposta à ação hormonal) sendo assim independe das 
variáveis pré-analíticas. E é representada pela flutuação nas concentrações de 
analitos bioquímicos em torno de seus pontos de equilíbrio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
 
 
TABELA 3. FATORES QUE COMPÕEM A VARIAÇÃO BIOLÓGICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: LIMA-OLIVEIRA, 2011 adaptado de HENNY, et al. 2000. 
 
 
Esse tipo de resposta biológica é devido a vários estímulos sendo variável 
entre os indivíduos. Portando, esse tipo de variabilidade biológica intraindividual é 
composto de muitas alterações do metabolismo normal, a partir destas informações 
o conhecimento desta fonte de variação permite ao profissional entender algumas 
eventuais divergências entre um resultado considerado padrão e um resultado 
esperado pelo clínico que solicitou a análise. 
Diante do que foi estudado até aqui, em sua opinião, dentre os tipos de 
variabilidades biológicas apresentadas, qual traria maior perda de qualidade para 
laboratórios de análises clínicas? Por quê? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
 
 
7.1.2 Fase extra-analítica 
 
 
Entende-se como fase extra-analítica os procedimentos relacionados às 
fases pré e pós-analítica. Esta fase é considerada crítica, pois é responsável por 
mais de dois terços de todos os erros atribuídos ao laboratório de análises clínicas e 
poucos procedimentos de rotina para a detecção de não conformidades neste 
conjunto de atividades. 
Os resultados laboratoriais influenciam aproximadamente de 60% a 70% das 
decisões médicas (HALLOWORTH et al., 2002 apud LIMA-OLIVEIRA, 2011, p.05), 
sendo assim pode interferir no diagnóstico e/ou o tratamento dos pacientes. 
As diversas variáveis pré-analíticas devem ser controladas e otimizadas para 
preservar a constituição e a integridade do espécime diagnóstico. Portanto, faz-se 
necessário a padronização de procedimentos com foco no controle de 
procedimentos, visando minimizar os erros pré-analíticos, configurando este um 
ponto essencial para a obtenção de resultados confiáveis. 
Identificar e quantificar as causas dos erros associados ao laudo laboratorial 
é de fundamental importância, pois são as informações reportadas nestes 
documentos que descrevem que o corpo clínico acompanha seus pacientes. Porém, 
ainda hoje, estão em falta muitas ferramentas que possam ser eficientes para o 
auxílio de profissionais do laboratório na análise da consistência dos indicadores da 
qualidade na fase extra-analítica. 
 
 
7.1.3 Fase analítica 
 
 
O Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) da Sociedade 
Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) é um provedor muito respeitado e com ótimas 
ferramentas para auxiliar os gestores da qualidade na redução desta variabilidade 
(LIMA-OLIVEIRA, 2011, p.07). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
O controle de qualidade é entendido como um processo estatístico que 
monitora e avalia os processos analíticos, utilizando dados de ensaios com produtos 
de controle de qualidade, os quais são materiais de origem humana, animal ou 
química que são utilizados para monitorar a qualidade e consistência dos processos 
analíticos. 
 
 
7.2 INDICADORES LABORATORIAIS 
 
 
Uma definição para indicador pode ser expressa por meio de uma 
informação de natureza qualitativa ou quantitativa, associada a algum evento, 
processo ou resultado, em que se é possível avaliar as mudanças durante o tempo, 
definir objetivos ou utilizá-lo para a tomada de decisões. 
Assim, os indicadores laboratoriais são considerados medidas numéricas 
que representam erros ou falhas de determinado processo em relação a seu número 
total (entre acertos e erros). Onde o desempenho de um processo é considerado 
satisfatório se estiver entre os limites estabelecidos nos indicadores. Ou seja, eles 
não são utilizados para promover respostas e sim para indicar problemas que 
necessitam de ações preventivas. 
De acordo com o que foi exposto anteriormente, Vieira et al. (2011, p.205), 
lista alguns aspectos que necessitam de maior atenção na fase pré-analítica, 
conforme descritos a seguir: 
• orientações acerca do preparo adequado para a coleta; 
• identificação correta do paciente; 
• informações relevantes, como idade, sexo, raça, uso de 
medicamentos, entre outros; 
• coleta, identificação e transporte da amostra biológica; 
• processamento da amostra (centrifugação e aliquotagem). 
Estima-se que há um grande percentual de erros laboratoriais referentes a 
problemas ocorridos durante a fase pré-analítica, podendo-se destacar a 
identificação incorreta, amostra coletada de forma ou em volume insuficiente, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
condições de transporte e conservação inadequada, além de problemas na 
centrifugação, aliquotagem e identificação das alíquotas como erros pré-analíticos. 
 
 
FIGURA 15. FONTES E FREQUÊNCIA DE ERROS NO PROCESSAMENTO DO 
ESPÉCIME DIAGNÓSTICO SANGUÍNEO 
FONTE: Adaptado de WALLIN O. et al., 2008; PLEBANI e CARRARO, 2007 e LIPPI et al. 2006. 
 
 
Vale salientar que uma escolha inadequada de testes laboratoriais pode 
também ser um erro pré-analítico, além de que outros erros comuns são 
relacionados com falhas que na maioria das vezes referem-se aos índices de 
recoleta. Outros exemplos que podem ser considerados fontes de erros são: erros 
na abertura do cadastro de um paciente; amostras que foram solicitadas e não são 
coletadas; falhas

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