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A caça as Bruxas na Idade Média. Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas), o livro que influenciou a caça às Bruxas, séculos XVI e XVII.

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Colégio Estadual Jacob Arnt 
A caça as Bruxas na Idade Média 
Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas), o livro que influenciou a caça às Bruxas, séculos XVI e XVII.
Ana Paula Borba de Christo
Vitória da Rosa Marcelino
Professora: Rosângela Reginaldo Pereira
Bom Retiro do Sul, 2017.
Tema: A caça as Bruxas na Idade Média.
Delimitação do tema: Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas), o livro que influenciou a caça as Bruxas, séculos XVI e XVII.
Problema: Por que o livro exerceu tanto poder ao ponto de matar milhares de vitimas inocentes?
Hipótese: Foi uma sequência de fatos que acabou tornando o livro tão poderoso, inicialmente ele havia sido taxado como ilegal, mas Kramer fez de tudo para que fosse publicado. A fim de conseguir isso ele falsificou uma nota da universidade, e a assinatura do papa em um documento onde ele “autorizava” o seu lançamento. Isso acabou dando credibilidade à obra, e estimulou as pessoas irem à caça as bruxas, ato que se popularizou por vários lugares da Europa, ocasionando milhares de mortes.
Objetivos:
Objetivo geral: Mostrar a influência que o Martelo das Bruxas causou ao induzir as pessoas caçarem mulheres inocentes, ensinando reconhecer a bruxaria, para que assim pudessem torturá-las “legalmente” até a morte.
Objetivos específicos:
• Citar as três partes em que o livro foi dividido, cada uma com sua função;
• Relatar fatos e acontecimentos da época que marcaram a história;
• Apontar o posicionamento da igreja, e qual sua função exercida diante o caos;
• Apontar os supostos crimes cometidos pelas mulheres;
• Relatar a influência patriarcal e religioso sobre a condenação das milhares de mulheres inocentes mortas. 
Justificativa:
Escolhemos este assunto, pois além de interessante, ele foi um acontecimento real que marcou a história. Ao querer saber mais sobre o tema, desenvolvemos esta pesquisa, aprofundando nossos conhecimentos em muitos aspectos. Entramos no modo de vida daquele tempo, nos colocando muitas vezes no lugar de vitimas, viajamos através de leituras e documentários, para que assim possamos passar adiante todo estudo adquirido.
Referencial Teórico: 
Durante o período da Idade Média, que ficou marcado pela “caça as bruxas” muitas mulheres foram acusadas de praticar magia nociva, fazer “poções mágicas”, destruir plantações, lançar feitiços contra os homens, e principalmente de copularem com o demônio, essas eram apenas algumas de muitas acusações sofridas durante quatro séculos, que contribuíram para a perseguição, tortura e morte de milhares de mulheres.
Durante esse período um livro teve grande destaque. O Martelo das Feiticeiras. 
Embora existam edições mais antigas, sua data de publicação reconhecida é do ano de 1487. Com mais de trinta mil exemplares o martelo das feiticeiras se popularizou na Europa, em meados dos séculos XVI e XVII. É o material jurídico mais extenso já criado para provar que as bruxas são reais e atestar que elas devem ser mortas. Nenhum outro livro de mesmo conteúdo é mais conhecido, lido e debatido no mundo do que o Malleus Maleficarum.
 Porém não foi o Martelo das Feiticeiras que deu inicio a caça as bruxas, religiosos já haviam escrito obras sobre o assunto, e até então a maior caçada contra elas já havia acontecido e mais de um século antes de Heinrich Kramer começar a escrever o livro. 
“O Malleus Maleficarum passou por muitas edições, foi lido por inúmeras pessoas, e aqueles que tinham dúvidas em relação à bruxaria passaram a acreditar”. (Richard Kieckhefer, Northwestern University, Professor of Religious Studies and History, Malleus Maleficarum - O Martelo das Bruxas (Documentário))
Um fator que contribuiu para seu sucesso foi também a bula papal conhecida como “Summis desiderantes afecctibus” fornecida pelo Papa Inocêncio VIII, porém manipulada e falsificada por Kramer, a bula havia sido fornecida em 1484 e foi utilizada em 1487, é o principal documento religioso de posicionamento sobre a bruxaria. Nela Kramer e Sprenger recebem autorização para caçar as bruxas. 
”E não obstante nossos queridos filhos Henry Kramer e James Sprenger, Professores de Teologia, da Ordem dos Monges Dominicanos, tenham sido por Cartas Apostólicas delegados como Inquisidores (...), decretamos e estabelecemos que os mencionados Inquisidores têm o poder de proceder, para a justa correção, aprisionamento e punição de quaisquer pessoas, sem qualquer impedimento, de todas as formas cabíveis.” (Summis desiderantes afecctibus. IN: KRAMER, Heinrich; SPRENGER, James. O martelo das feiticeiras. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2014. p.44-45)
Embora a fama atribuída ao Martelo fosse a de um genuíno texto católico a igreja nunca chegou a usá-lo, a igreja Católica chegou a proibir o livro, colocando-o no índice dos livros proibidos, apesar disso entre os anos de 1487 e 1520 o livro foi republicado 13 vezes. E entre 1574 e 1669 ele recebeu um total de 16 novas reimpressões. 
Kramer e Sprenger chegaram a apresentar o livro para a faculdade de Teologia da Universidade de Colônia na Alemanha em 1487, eles esperavam que o livro fosse aprovado, porém o clero da universidade declarou a obra como ilegal e antiética, então Kramer inseriu uma falsa nota de apoio da Universidade em posteriores edições impressas do livro.
Na época de sua publicação e com documentos (falsos) de aprovação e apoio o livro se popularizou vendendo mais cópias que qualquer outro livro, tendo como única exceção à bíblia sagrada. 
Os efeitos do livro se espalharam pela Alemanha, França, Itália e Inglaterra. Onde milhares de mulheres foram submetidas à tortura
O Martelo das Feiticeiras divide-se em três partes:
A primeira parte é como um manual para reconhecer as bruxas, onde o autor utiliza a argumentação teológica da inquisição, para provar à existência e estimular à caça as bruxas.
A segunda parte é intitulada “Dos métodos pelos quais se infligem os malefícios e de que modo pode ser curado”, o autor cita como as bruxas pactuam com o demônio e expõe todos os malefícios que elas podem causar, além de apontar maneiras eficazes para os fiéis utilizarem a fim de se protegerem das mesmas. 
A terceira parte intitulada “Que trata das medidas judiciais no tribunal eclesiástico e civil a serem tomadas contra as bruxas e também contra todos os hereges”, demonstra como deve ocorrer o interrogatório, o julgamento, a prisão e até mesmo métodos de tortura a serem utilizados. 
Um pedaço muito curioso na terceira parte é uma recomendação que demonstra grande temor ao poder das bruxas, trata-se da questão XV da parte III: 
“Mas que não se pense que o contato físico com as juntas e com os membros seja a única coisa a ser evitada; às vezes, com a permissão de Deus, e com o auxílio do demônio, elas são capazes de enfeitiçar o Juiz ao mero som das palavras que dizem, especialmente no momento em que são submetidas à tortura.” (KRAMER, Heinrich; SPRENGER, James. O martelo das feiticeiras. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2014. p. 436.).
Em um contexto histórico medieval, analisando os principais acontecimentos da época como a queda do sistema feudal, a peste negra, e o inicio da renascença e a invenção da imprensa, o impacto social da obra é um registro fiel de como a sociedade patriarcal e a religião se opunha a imagem da mulher.
Para entender o grande impacto que Martelo das Feiticeiras causou deve-se analisar a forma como a sociedade via as bruxas antes e depois de sua publicação. 
Antes da publicação do livro, o movimento que havia começado como tentativa de acabar com a feitiçaria pagã, curandeirismo e pragmatismo; mudou, e a partir da publicação do Martelo tornou-se ódio, a mulher teve seus atos mais inofensivos vistos como origem de todo o mal elas não eram mais vistas como pagãs, eram consideradas hereges satânicas.
As pessoas questionavam como mulheres adquiriam poderes demoníacos e como o demônio as corrompia, o livro tinha uma resposta, a qual afirmava que as mulheres eram suscetíveis ao mal por serem desvirtuadas.
“A luxúria carnal é insaciável nelas e por esse motivo elas brincam comdemônios” (KRAMER; SPRENGER, Malleus Maleficarum).
 “A mulher que dá ao demônio o poder de possuir a alma humana através da cópula. Assim, quando a mulher tem intimidade com o demônio, torna-se capaz de desencadear todos os males do mundo” (KRAMER; SPRENGER, 1993, p. 20).
As mulheres eram torturadas, abusadas e violentadas pelos membros do clero durante os interrogatórios. Essa obsessão sobre a figura feminina cresceu tanto que as mulheres viviam escravizadas pelo medo de serem acusadas de bruxaria, pois a acusação era o mesmo que a culpa já que não havia como se defender das torturas.
Em seu livro Vigiar e punir, o próprio Foucault fala sobre o processo de acusação infundado e o iminente risco de acusação.
“(...) era impossível ao acusado ter acesso às peças do processo, impossível conhecer a identidade dos denunciadores, impossível saber o sentido dos depoimentos antes de recusar as testemunhas, impossível fazer valer, até os últimos momentos do processo, os fatos justificativos, impossível ter um advogado, seja para verificar a regularidade do processo, seja para participar da defesa.” (FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. 9. Ed. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 35)
Ou seja, elas não tinham direito a defesa, e sua sentença era a morte. 
As torturas sofridas violavam o corpo e a saúde mental das vítimas, muitas se declaravam culpadas por não aguentarem mais sofrer, porém as torturas não cessavam, aconteciam publicamente ou em calabouços, de acordo com as vontades dos inquisidores, até a morte da vítima. 
Em 1490 Heinrich Kramer teve sua demonologia considerada inadequada à doutrina católica, mas infelizmente sua obra continuou sendo utilizada em julgamentos contra supostas bruxas. Ao final da perseguição O Martelo Das Feiticeiras havia selado o destino de mais de sessenta mil vitimas, todas condenadas à morte.
	
Concluímos que de fato as mulheres acusadas de bruxaria jamais ocasionaram tais males à sociedade, pessoas com um grande poder de persuasão podem usar seus conhecimentos tanto para o bem quanto para o mal, o fato é que Kramer dispunha de uma grande e fértil imaginação e criou uma obra de fato esplêndida, pena que voltada para o mal. Valendo-se de artimanhas e protegido por figuras religiosas da época conseguiu chegar a um patamar de crueldade inimaginável. Mesmo que repulsiva à obra de Kramer contribuiu para a evolução social e historia do gênero feminino, que mesmo perseguido e demonizado pela sociedade persistiu e resiste até os dias de hoje lutando por seu espaço.
Metodologia:
O presente trabalho foi realizado com pesquisa feita em livros, artigos científicos sobre o tema escolhido, revistas e sites.
Cronograma de Execução:
	Metas
	Março
	Abril
	Maio
	Junho
	Julho
	Agosto
	Setembro
	Outubro
	Novembro
	Dezembro
	Levantamento de literatura
	
X
	
X
	
X
	
X
	
	
	
	
	
	
	Montagem do projeto
	
	
	
	
	
X
	
X
	
X
	
X
	
	
	Apresentação do projeto de pesquisa
	
	
	
	
	
	
	
	
	
X
	
	Tratamento dos dados
	
	
	
	
	
	
	
	
	
X
	
	Revisão do texto
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
X
	Entrega e apresentação do trabalho 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
X
 Dados bibliográficos 
KRAMER, Heinrich; SPRENGER James. O martelo das feiticeiras. 5.ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1991
Malleus Maleficarum - O Martelo das Bruxas (Documentário) https://www.youtube.com/watch?v=Bt1NddkM_UE 
O “Malleus maleficarum” e o surto de caça às bruxas, Revista Mosaico. 2015 Jul./Dez.; 06 (2): 59-60 
O MARTELO DAS BRUXAS: UMA ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO MALLESUS MALEFICARUM NA SOCIEDADE EUROPEIA – séc. XV – XVII 
http://www.unifan.edu.br/files/pesquisa/O%20MARTELO%20DAS%20BRUXAS%20UMA%20AN%C3%81LISE%20DA%20INFLU%C3%8ANCIA%20DO%20-%20HUGO%20ALBUQUERQUE.pdf

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