Buscar

Classificação e formação dos Contratos

Prévia do material em texto

Classificação dos Contratos:
Quanto aos efeitos: Unilaterais, bilaterais e plurilaterais;
Unilaterais :criam obrigações unicamente para uma das partes. Ex: doação pura, mútuo, comodato, mandato, fiança.
*Prestação a cargo de uma só parte, mesmo envolvendo duas partes e duas declarações de vontade.
Bilaterais: geram obrigações para ambos os contratantes. Ex: compra e venda, locação, contrato de transporte.
Obrigações são recíprocas. A prestação de um representa, de acordo com a vontade de ambas as partes, a contraprestação, a compensação pela outra. Não é necessário que as prestações sejam equivalentes segundo um critério objetivo, basta que cada parte veja na prestação da outra uma compensação suficiente à sua própria.
Esta parte está regulamentada a partir do art.427 a 435 do CC. 
Basta que as prestações principais tenham esse nexo de reciprocidade, podendo haver prestações acessórias ou deveres de conduta apenas de uma das partes.
Plurilaterais: contêm mais de duas partes. Há várias partes, como ocorre no contrato de sociedade, em que cada sócio é uma parte. Rotatividade dos membros. 
Principal característica: mediante sua realização, as partes perseguem um fim comum. Exclusão do rol dos contratos por ser na verdade um ato coletivo e haver a ausência do elemento ‘consentimento’.
A classificação em unilateral e bilateral é feita sob o prisma dos efeitos dos contratos e não sob o da 
Formação dos Contratos:
Quanto às vantagens patrimoniais que podem produzir, podem ser gratuitos ou onerosas.
Gratuitos: são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem. Ex: doação pura, comodato, reconhecimento de filho. Para a outra, só há sacrifício,obrigação. Outorgam-se vantagens a uma das partes sem exigir contraprestação da outra.
Contratos Onerosos: ambas as partes obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício. Impõem ônus e ao mesmo tempo acarretam vantagens a ambas as partes. Sacrifícios e benefícios recíprocos. Ambos buscam um proveito, ao qual corresponde um sacrifício. Dividem-se em:
Contratos Comutativos: Prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco.
*Na idéia de comutatividade está presente a de equivalência das prestações.
Contratos aleatórios por natureza: Pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida. É que a perda ou o lucro dependem de um fato futuro e imprevisível. 
Ex: contratos de jogo, aposta e seguro. 
O contrato de seguro é comutativo porque o segurado o celebra para se acobertar contra qualquer risco. No entanto, para a seguradora sempre é aleatório, pois o pagamento ou não da indenização depende de um fato eventual.
Contratos acidentalmente aleatórios:
Contratos tipicamente comutativos que em razão de certas circunstâncias, tornam-se aleatórios. 
Duas espécies: a) venda de coisas futuras; b) venda de coisas existentes mas expostas a risco;
Nos que tem por objeto coisas futuras, o risco pode referir-se à própria existência da coisa e à sua quantidade.
Do risco respeitante à própria existência da coisa tem-se a hipótese da venda da esperança, isto é, da probabilidade de as coisas ou fatos existirem.
Contratos Paritários: Paritários são do tipo tradicional em que as partes discutem livremente as condições porque se encontram em situação de igualdade. Há uma fase de negociações preliminares na qual as partes discutem as cláusulas e condições do negócio.
Contratos de adesão : De adesão são os que não permitem essa liberdade, devido à preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas. O outro adere ao modelo de contrato previamente confeccionado, não podendo modificá-las: aceitá-las ou rejeitá-las, em bloco. 
Ex: contratos de seguro, consórcio, de transporte, celebrados com as concessionárias de serviços públicos.
Neste nos deparamos com uma restrição mais extensa ao tradicional princípio da autonomia da vontade. Comumente é celebrado em relação de consumo, sendo regido pelo CDC. 
Na dúvida, a interpretação deve favorecer o aderente, porque quem estabelece as condições é o outro contratante, que tem a obrigação de ser claro e evitar dúvidas.
São nulas as cláusulas que estipulem renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Contrato-tipo ou contrato de massa: 
É apresentado por um dos contraentes, em fórmula impressa ou datilografada, ao outro, que se limita a subscrevê-lo. Não lhe é essencial a desigualdade econômica e admite discussão sobre o conteúdo.
 As cláusulas não são impostas, apenas pré-redigidas. Em geral, são deixados claros, a serem preenchidos pelo concurso de vontades.Os contratos de adesão são endereçados a um número indeterminado de pessoas, enquanto os contratos-tipo destinam-se a pessoas ou grupos identificáveis.
*Podem ser acrescentadas às impressas, cláusulas datilografadas ou manuscritas.
Quanto ao modo porque existem:
Acessórios : dependem de outro como premissa indispensável. Tem sua existência subordinada à do contrato principal. Ex: cláusula de fiança. Tem como função principal garantir o cumprimento do principal (maioria).
Os principais: são autônomos, têm existência própria.
Nulo o contrato principal, nulo o acessório, mas a recíproca não é verdadeira. A prescrição da obrigação principal acarretará a da acessória, mas a recíproca também não é verdadeira.
As partes podem convencionar a extinção do contrato principal em virtude do desaparecimento do acessório. 
Ex: nos contratos de locação pode haver uma cláusula resolutória baseada no falecimento, na falência ou na interdição do fiador, salvo se o locatário dentro de certo prazo apresentar outro fiador idôneo a critério do locador.
Os contratos acessórios podem ser preparatórios, integrativos ou complementares.
Alguns são denominados derivados ou subcontratos. Derivados têm por objeto direitos estabelecidos em outro contrato. 
Ex: sublocação, subempreitada e subconcessão. Tem em comum com os acessórios que também dependem de outrem, mas diferem dos mesmos por participar da própria natureza do direito versado no principal.
Quanto à forma: Contratos solenes e não solenes
Solenes: devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar. A forma é exigida como condição de validade do negócio. Constitui a substância do ato. Não observada, o contrato é nulo. Ex: escritura pública na alienação de imóveis, pacto antenupcial, testamento público. A vontade das partes não basta à formação do contrato.
Não solenes: são os de forma livre. Basta o consentimento para sua formação. Em regra, os contratos têm forma livre, salvo expressas exceções.
Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição,transferência,modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente.
As partes podem convencionar que determinado contrato só poderá ser celebrado por instrumento público. Nesse caso este será ‘substância do ato’. O contrato que não seria, em princípio, formal, passa a sê-lo.Distinção entre solenes e formais: solenes exigem escritura pública e formais exigem apenas a forma escrita.
Contratos consensuais e reais
Consensuais: são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma.
Reais: são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega da coisa que lhe serve de objeto, como os de depósito, comodato, mútuo e alguns poucos. Não se formam sem a tradição da coisa. Antes pode existir a promessa de contratar.
Quanto ao objeto:
Contratos preliminares e definitivos
Contrato Preliminar: é aquele que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. Assim tem um único objeto. Também denominado de pré-contrato. Quando tem por objeto a compra e venda de imóvel é denominado promessa de compra e venda ou compromisso de comprae venda, se irretratável e irrevogável.
Quando o contrato preliminar gera obrigações para apenas uma das partes, constituindo promessa unilateral, denomina-se opção. Uma parte assume uma obrigação enquanto a outra não. 
Na sua formação a opção é negócio jurídico bilateral, mas nos efeitos é contrato unilateral. A parte que recebe a oferta verificará a conveniência de aceitá-la ou não. 
Seu exercício pode culminar em outro contrato preliminar ou em um definitivo. Se para a aceitação do destinatário da promessa não se estabeleceu o termo, este pode ser fixado pelo juiz.
Definitivo: tem objetos diversos, de acordo com a natureza de cada avença.
Quanto à designação:
Contratos nominados e inominados, típicos e atípicos, misto e coligados. União de contratos
Contratos nominados: têm designação própria. Espécies contratuais que têm nome jurídico e servem de base à fixação dos esquemas, modelos ou tipos de regulamentação específica da lei.
São 23 contratos previstos no CC. No entanto, ocorre que o legislador não consegue prever todas as situações que levam as pessoas a se relacionar e a contratar. Portanto, há de se falar em Contratos não tipificados que são chamados inominados e atípicos. Pois não possuem denominação própria.
Contratos típicos: São regulados pela lei, tem o seu perfil nela traçado. Todo contrato nominado é típico e vice-versa.
Contratos Atípicos: São os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características regulados na lei. Para que sejam válidos basta o consenso, que as partes sejam livres e capazes e o seu objeto lícito, possível, determinado ou determinável e suscetível de apreciação econômica.
*A celebração de contratos dessa espécie justifica-se como aplicação dos princípios da liberdade de obrigar-se e do consensualismo.
O contrato típico não requer muitas cláusulas, pois passam a integrá-lo todas as normas regulamentadoras estabelecidas pelo legislador.
 Já o contrato atípico exige uma minuciosa especificação dos direitos e obrigações de cada parte, por não terem disciplina legal.
Contrato Misto: Resultam da combinação de um contrato típico com cláusulas criadas pela vontade dos contratantes. Deixa de ser um contrato essencialmente típico, mas não se transforma em outro totalmente atípico. A nova combinação gera uma nova espécie contratual.
Contrato Atípico Misto: Não se enquadra em nenhum tipo contratual legal mas reúne em seu conteúdo dois ou mais tipos contratuais previstos. 
Pode ainda ser atípico misto em sentido amplo, quando reúne em seu conteúdo elementos que apenas apresentam afinidades com outros institutos jurídicos.
10 de abr. de 2022 Ingrid Castro.

Continue navegando