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SP03 - “Super Lig� 2!” 1) Conhecer a história natural da Chikungunya e a sua importância para planejamento em saúde. AGENTE ETIOLÓGICO ❖ Vírus chikungunya (CHIKV) possui genoma de RNA positivo de fita simples, pertencente ao gênero Alphavirus da família Togaviridae. VETORES ❖ O Ae. aegypti e Ae. albopictus são principais vetores envolvidos na transmissão do CHIKV. Enquanto o Ae. aegypti está distribuído em regiões tropicais e subtropicais, o Ae. albopictus também pode ser encontrado em latitudes temperadas. No Brasil, o Ae. aegypti encontra-se disseminado em todos os estados, estando amplamente disperso em áreas urbanas. O Ae. albopictus foi identificado em um grande número de municípios, sendo encontrado no peridomicílio e em ambientes naturais ou modificados adjacentes. A ampla distribuição dessas espécies no Brasil torna o país suscetível à propagação do CHIKV no território nacional. CICLOS ❖ O Vírus chikungunya é originário da África, onde foi identificado originalmente na Tanzânia em casos humanos febris e em mosquitos Ae. aegypti. Posteriormente, foi descrito também o ciclo silvestre: primatas não humanos - mosquitos - primatas não humanos. A transmissão humana do CHIKV normalmente é sustentada pelo ciclo urbano. No entanto, o ciclo silvestre mantém o vírus em ambientes selvagens na África e Ásia. Nos ambientes silvestres podem ocorrer acidentalmente casos humanos esporádicos. Não é comum os arbovírus passarem de ciclos de transmissão silvestre para ciclos de transmissão urbana, o que presumivelmente ocorreu com o CHIKV. ➔ Hospedeiros: Os principais hospedeiros dos arbovírus são humanos e primatas não humanos, além de outros vertebrados como roedores, pássaros e pequenos mamíferos. MODO DE TRANSMISSÃO A transmissão se dá por meio da picada das fêmeas dos mosquitos Ae. aegypti e Ae. albopictus infectadas pelo CHIKV. Casos de transmissão vertical podem ocorrer no momento do parto de gestantes virêmicas e, muitas vezes, provoca infecção neonatal grave. Pode ocorrer transmissão por via transfusional, todavia é rara se atendidos os protocolos recomendados. PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSIBILIDADE O período de incubação intrínseco, que ocorre no ser humano é em média de 3 a 7 dias (podendo variar de 1 a 12 dias). O extrínseco, que ocorre no vetor, dura em média 10 dias. Os mosquitos adquirem o vírus a partir de um hospedeiro virêmico. Depois do período de incubação extrínseca, o mosquito é capaz de transmitir o vírus a um hospedeiro suscetível, como o ser humano. Em seguida o mosquito permanece infectante até o final da sua vida (6 a 8 semanas). O período de viremia no ser humano pode perdurar por até 10 dias e, geralmente, inicia-se dois dias antes da apresentação dos sintomas. O período de incubação intrínseco, que ocorre no ser humano, é em média de três a sete dias (podendo variar de 1 a 12 dias). O extrínseco, que ocorre no vetor, dura em média dez dias. O período de viremia no ser humano pode perdurar por até dez dias e, geralmente, inicia-se dois dias antes da apresentação dos sintomas, podendo perdurar por mais oito dias. A maioria dos indivíduos infectados pelo CHIKV desenvolve sintomas, alguns estudos mostram que até 70% apresentam infecção sintomática. Esses valores são altos e significativos quando comparados às demais arboviroses. A doença pode evoluir em três fases: aguda, subaguda e crônica. Após o período de incubação inicia-se a fase aguda ou febril, que dura até o 14º dia. Alguns pacientes evoluem com persistência das dores articulares após a fase aguda, caracterizando o início da fase subaguda, com duração de até três meses. Quando a duração dos sintomas persiste além dos três meses, atinge a fase crônica. Nestas fases, algumas manifestações clínicas podem variar de acordo com o sexo e a idade. Exantema, vômitos, sangramento e úlceras orais parecem estar mais associados ao sexo feminino. Dor articular, edema e maior duração da febre são mais prevalentes quanto maior a idade do paciente. SINTOMAS ★ Febre; ★ Dores intensas nas juntas, em geral bilaterais (joelho esquerdo e direito, pulso direito e esquerdo, etc); ★ Pele e olhos avermelhados; ★ Dores pelo corpo; ★ Dor de cabeça; ★ Náuseas e vômitos. Normalmente, os sintomas aparecem de dois a 12 dias da picada do mosquito, período conhecido como incubação. Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida. ➢ Suscetibilidade e imunidade: Todos os indivíduos não previamente expostos ao CHIKV (suscetíveis) têm risco de adquirir infecção e manifestar a doença, desenvolvendo imunidade duradoura e protetora contra novas infecções. TRATAMENTO O tratamento de um paciente acometido pelo vírus Chikungunya pode ser realizado por meio das terapias farmacológicas e não-farmacológicas, diferenciando-se em relação à fase da doença. O manejo clínico tem início a partir da aferição da dor do paciente, a qual pode ser feita através da Escala Analógica Visual (EVA) de Price, e do exame detalhado do médico, a fim de excluir possíveis equívocos por parte do paciente. O tratamento da chikungunya é feito de acordo com os sintomas, com o uso de analgésicos, antitermicos e antinflamatórios para aliviar febre e dores. Em casos de sequelas mais graves, e sob avaliação medica conforme cada caso, pode ser recomendada a fisioterapia. Em caso de suspeita, com o surgimento de qualquer sintoma, é fundamental procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico e prescrição dos medicamentos, evitando sempre a automedicação. Os tratamentos são oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Recomenda‐se repouso absoluto ao paciente, que deve beber líquidos em abundância. As seguintes medidas são importantes para evitar agravamento da chikungunya: ★ Não utilizar AINH (Antiinflamatório não hormonal) na fase aguda, pelo risco de complicações associados às formas graves de chikungunya (hemorragia e insuficiência renal). ★ Não utilizar corticóide na fase aguda da viremia, devido ao risco de complicações. ★ Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia. ➔ Até o momento, não há tratamento antiviral específico para Febre de Chikungunya FASE AGUDA OU FEBRIL A fase aguda ou febril da doença é caracterizada principalmente por febre de início súbito e surgimento de intensa poliartralgia, geralmente acompanhada de dores nas costas, rash cutâneo (presente em mais de 50% dos casos) cefaleia e fadiga, com duração média de sete dias. A febre pode ser contínua, intermitente ou bifásica, possui curta duração, porém a queda de temperatura não é associada à piora dos sintomas como na dengue. Ocasionalmente, pode ser associada a uma bradicardia relativa. A poliartralgia tem sido descrita em mais de 90% dos pacientes com chikungunya na fase aguda. Essa dor normalmente é poliarticular, bilateral e simétrica, mas pode haver assimetria. Acomete grandes e pequenas articulações e abrange com maior frequência as regiões mais distais. Pode haver edema, e este, quando presente, normalmente está associado à tenossinovite. Na fase aguda também tem sido observado dor ligamentar. A mialgia quando presente é, em geral, de intensidade leve a moderada. O exantema normalmente é macular ou maculopapular, acomete cerca de metade dos doentes e surge, normalmente, do segundo ao quinto dia após o início da febre. Atinge principalmente o tronco e as extremidades (incluindo palmas e plantas), podendo atingir a face. O prurido está presente em 25% dos pacientes e pode ser generalizado ou apenas localizado na região palmo-plantar. Outros sinais e sintomas descritos na fase aguda de chikungunya são dor retro-ocular, calafrios, conjuntivite sem secreção, faringite, náusea, vômitos, diarreia, dor abdominal e neurite. As manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes nas crianças. Na fase aguda, o objetivo principal é o controleda dor musculoesquelética, para o qual são utilizados somente analgésicos comuns e/ou opióides. A fase subaguda é tratada com anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), somado ou não a anticonvulsivantes/antidepressivos, quando não responsivo aos analgésicos/opioides. Se há contraindicação ao uso desses fármacos, recomenda-se a utilização de prednisona/prednisolona. Para o tratamento do estágio crônico, o qual objetiva-se cuidar das dores musculoesqueléticas e neurogênicas, preconiza se, a depender do contexto clínico, o uso de analgésicos, AINEs, doses baixas de corticosteroides, antimalárico iso lado ou em associação com metotrexado ou sulfassalazina. As medidas não farmacológicas funcionam como ferramenta de reabilitação complementar utilizada em qualquer fase da infecção. Aplicação de compressas frias em todas as fases ajuda a diminuir as dores e a controlar a temperatura do paciente. A fisioterapia, utilização de órteses e estimulação de exercícios impedem atrofia muscular e a rigidez articular, portanto são escolhidos para promover um bem-estar e uma locomoção satisfatória, reduzindo a dor e o edema. ➔ Conforme Portaria nº 204 de 17 de fevereiro de 2016 - Os casos da Febre Chikungunya são de notificação semanal (até sete dias) e os óbitos fazem parte da lista dos agravos de notificação compulsória imediata (24 horas). MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE ❖ Intensificar as ações de controle do Aedes aegypti, principalmente a eliminação de criadouros do vetor nos domicílios, pontos estratégicos (PE) e áreas comuns de bairros e cidades (p. ex. parques, escolas e prédios públicos); ❖ Organizar campanhas de limpeza urbana para eliminação de depósitos em áreas específicas em que a coleta de lixo não é regular; ❖ Implementar medidas de controle nos locais de reprodução do vetor, através da utilização dos métodos preconizados nas diretrizes nacionais: eliminação e tratamento de depósitos, envolvendo ativamente o s moradores e a comunidade por intermédios de ações educativas; ❖ Definir as áreas de alta vulnerabilidade de transmissão e priorizar locais onde há concentração de pessoas (por exemplo escolas, terminais, hospitais, centros de saúde); ❖ Em áreas onde forem detectados casos autóctones ou importados da doença, sugere-se a realização de bloqueio de casos com equipamentos portáteis de Ultra Baixo Volume (UBV) para eliminação dos mosquitos adultos infectados com o intuito de bloquear a propagação da transmissão do CHIKV. ❖ Deve-se considerar também a utilização de equipamentos montados em veículos (UBV pesado) nas áreas com transmissão intensa. Ressalta-se que esta ação é excepcional e só é eficaz quando executada com pessoal adequadamente capacitado e treinado de acordo com as orientações técnicas do Ministério da Saúde. Além disso, a ação deve ser realizada em conjunto com as demais atividades de controle preconizadas. A nebulização com adulticidas é considerada a principal ação para interromper a transmissão intensa e permite que o serviço tenha tempo de consolidar as atividades de eliminação de criadouros. Medidas de Prevenção Pessoal: Pessoas infectadas com o CHIKV são o reservatório de infecção para outras pessoas, tanto em casa como na comunidade. Portanto, medidas de pro teção pessoal, para minimizar a exposição dos pacientes aos mosquitos, tornam-se imperativas para evitar a propagação do vírus e, consequentemente, da doença. É importante informar a pessoa infectada e outros membros da família e da comunidade nos métodos de minimizar este risco, tanto por intermédio da redução da população do vetor como da possibilidade de contato entre o vetor e as pessoas. Para minimizar o contato vetor-paciente é recomendado: ➔ A pessoa infectada repousar sob mosquiteiros impregnados ou não com inseticida; ➔ O paciente os demais membros da família devem usar mangas compridas para cobrir as extremidades; ➔ Utilizar repelentes contra insetos aplicados à pele ou mesmo à roupa exposta, considerando que seu uso deve estar estritamente de acordo com as instruções contidas no rótulo do produto; ➔ Usar telas protetoras nas portas e janelas. As medidas de prevenção pessoais são eficazes na prevenção da transmissão do vírus para outras pessoas. EDUCAÇÃO EM SAÚDE, COMUNICAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL As ações de comunicação e mobilização são de responsabilidade das três esferas de gestão, devendo ser conduzidas de forma intersetorial, com apoio de entidades da sociedade civil. Devem ser utilizados meios de comunicação de massa (por seu grande alcance e eficácia), além de se produzir e distribuir material que contemple as especificidades regionais. Recomenda-se a definição de um porta-voz para transmitir informações atualizadas e orientar a população sobre: ➔ Eliminar criadouros dos mosquitos; ➔ Informar sobre o ciclo do mosquito; ➔ Informar os depósitos predominantes do vetor e as localidades com maior concentração de mosquito ou/casos da doença; ➔ Informar sobre os sinais e sintomas; ➔ Alertar sobre os perigos da automedicação, em especial o ácido acetilsalicílico (AAS) e seus derivados; ➔ Orientar a população a procurar a unidade básica de saúde ao surgirem os primeiros sintomas. É uma doença infecciosa humana, transmitida por artrópode, provocada por um vírus pertencente à família Togaviridae, e ao gênero Alphavirus, chamado de vírus Chikungunya (CHIKV). Recebeu este nome em meados da década de 1950, quando isolado pela primeira vez no sul da Tanzânia. Chikungunya significa “aqueles que se curvam” na língua Makonde, explicada pela locomoção prejudicada secundária à artralgia intensa, manifestação clínica peculiar desta arbovirose. A primeira transmissão brasileira legítima foi documentada em 2014 nos estados da Bahia e Amapá, e, nos dias atuais, percebe-se que quase todo o Brasil (Norte e Centro-Oeste com destaque) possibilita a sobrevivência e circulação do vírus, mediadas pela presença de todos os componentes da tríade epidemiológica, sendo o Rio Grande do Sul o único estado em que não foi detectada transmissão. O agente etiológico da Febre de Chikungunya possui um genoma de RNA de fita simples de sentido positivo (ssRNA+) que funciona como RNA mensageiro, o que torna o processo infeccioso mais rápido e eficiente. É transmitido aos seres humanos durante o repasto sanguíneo das fêmeas de Aedes aegypti e Ae. albopictus (mais prevalentes mundialmente), além de outras espécies de participação restrita no continente africano como o Ae. africanus, Ae. furcifer, Ae. Neoafricanus, Ae. luteocephalus e Ae. Taylori. O Ae. albopictus, conhecido como tigre asiático, é presente em locais de pouca aglomeração urbana, porém disposto em todos os trópicos, subtrópicos e regiões temperadas do planeta, com capacidade de oviposição em ambientes artificiais e naturais. O vírus também pode ser transmitido verticalmente através de micro transfusões placentárias no trabalho de parto ou a partir do contato sanguíneo durante a passagem do neonato pelo canal vaginal. Depois de inoculado no sangue pelo mosquito, o vírus passa por um período de incubação (intrínseco) que varia de 3 a 7 dias, e, depois do início do processo de infecção (viremia), pode persistir até o 10º dia. Tudo isto se inicia após o aumento de citocinas, intensa replicação do vírus nos macrófagos e fibroblastos da pele seguida da drenagem para os gânglios linfáticos, local de exagerada reprodução viral que antecede a liberação para os vasos sanguíneos, permitindo a infecção de tecidos como músculos e articulações. A clínica pode variar no que diz respeito às manifestações do vírus no organismo e ser ainda assintomática. De modo sintomático, a Febre de Chikungunya pode apresentar-se de maneira típica (estágio agudo, subagudo e crônico) ou atípica, quando há comprometimento grave de outros órgãos e sistemas. FASE AGUDA Com duração geralmente de sete dias, a fase aguda, primeiro estágio da doença,possui geralmente o seguinte perfil: 1. Aparecimento súbito de febre de curta duração que pode ser bifásica, contínua e intermitente; 2. Poliartralgia geralmente simétrica, bilateral e edemaciada, com acometimento mais distal. 3. Erupções cutâneas, pruriginosas o u não, do tipo macular ou maculo-papular que surge após o primeiro dia de febre e dura até o sexto dia da infecção, podendo ser manifestadas nas extremidades, tronco e face. Outros sinais cutâneos como lesões vesiculo-bolhosas, hiperpigmentação e dermatite esfoliativa também podem estar presentes. 4. Mialgia, cefaleia, diarreia, calafrios, náuseas, vômitos, conjuntivite sem secreção, neurite e faringite são outros sinais e sintomas comumente presentes nesta fase. FASE SUBAGUDA Durante esta fase a febre normalmente desaparece, podendo haver persistência ou agravamento da artralgia, incluindo poliartrite distal, exacerbação da dor articular nas regiões previamente acometidas na primeira fase e tenossinovite hipertrófica subaguda em mãos, mais frequentemente nas falanges, punhos e tornozelos. Síndrome do túnel do carpo pode ocorrer como consequência da tenossinovite hipertrófica (sendo muito frequente nas fases subaguda e crônica). O comprometimento articular costuma ser acompanhado por edema de intensidade variável. Há relatos de recorrência da febre. Podem estar presentes também, nesta fase, astenia, recorrência do prurido generalizado e exantema maculopapular, além do surgimento de lesões purpúricas, vesiculares e bolhosas. Alguns pacientes podem desenvolver doença vascular periférica, fadiga e sintomas depressivos. Caso os sintomas persistam por mais de três meses, após o início da doença, estará instalada a fase crônica. A segunda fase, chamada de “Subaguda”, é caracterizada pela persistência dos sintomas artralgicos, tenossinovite em mãos, punhos e tornozelos e ainda bursite, acompanhados de edema, e podem progredir continuamente ou de modo alternado, somado ainda a astenia e rigidez ao levantar-se após longo período em repouso. Pode ocorrer ainda, recorrência de febre e lesões cutâneas, e o aparecimento de sintomas depressivos, doença vascular periférica e fatigabilidade. FASE CRÔNICA Após a fase subaguda, alguns pacientes poderão ter persistência dos sintomas, principalmente dor articular e musculoesquelética e neuropática, sendo esta última muito frequente nesta fase. As manifestações têm comportamento flutuante. A prevalência da fase crônica é muito variável entre os estudos, podendo atingir mais da metade dos pacientes. ❖ Os principais fatores de risco para a cronificação são: idade acima de 45 anos, significativamente maior no sexo feminino, desordem articular preexistente e maior intensidade das lesões articulares na fase aguda. O sintoma mais comum nesta fase crônica é o acometimento articular persistente ou recidivante nas mesmas articulações atingidas durante a fase aguda, caracterizado por dor com ou sem edema, limitação de movimento, deformidade e ausência de eritema. Normalmente, o acometimento é poliarticular e simétrico, mas pode ser assimétrico e monoarticular. Também há relatos de dores nas regiões sacroilíaca, lombossacra e cervical. Em frequência razoável são vistas manifestações decorrentes da síndrome do túnel do carpo, tais como dormência e formigamento das áreas inervadas pelo nervo mediano. Outras manifestações descritas durante a fase crônica são: fadiga, cefaleia, prurido, alopecia, exantema, bursite, tenossinovite, disestesias, parestesias, dor neuropática, alterações cerebelares, distúrbios do sono, alterações da memória, déficit de atenção, alterações do humor, turvação visual e depressão. Alguns trabalhos descrevem que esta fase pode durar até três anos, outros fazem menção a seis anos de duração. A persistência por três meses dos sintomas subagudos determina a fase “crônica”, a qual atinge de 14,4 a 87,2% da população de pacientes infectados. Neste estágio os sintomas musculoesquelético, articulares e neuropáticos presentes desde a fase aguda encontram-se conservados. De modo incomum, alguns sinais e sintomas presentes nas fases anteriores podem reaparecer, como cefaleia, fadiga, prurido e rash cutâneo. Alguns fatores de risco estão associados à cronificação, como intensidade das lesões articulares na fase aguda, sexo fem inino, idade maio r que 45 anos e presença de comorbidades. A forma atípica da Febre de Chikungunya pode ser evidenciada pela manifestação de pelo menos um dos sinais e sintomas presentes no Quadro 1. ❖ Gestantes: A infecção pelo CHIKV, no período gestacional, não está relacionada a efeitos teratogênicos, e há raros relatos de abortamento espontâneo. Mães que adquirem chikungunya no período intraparto podem transmitir o vírus a recém nascidos por via transplacentária, transmissão perinatal. A taxa de transmissão, neste período, pode chegar a aproximadamente 50% desses, cerca de 90% podem evoluir para formas graves. Não há evidências de que a cesariana altere o risco de transmissão. O vírus não é transmitido pelo aleitamento materno. ❖ Paciente pediátricos: Em pediatria a sensação dolorosa pode ser mais dificilmente explicada. Os episódios de dor, sobretudo a dor crônica ou recorrente, têm impacto no desempenho escolar e as relações de pares. A avaliação inicial da dor na criança inclui uma história e exame físico det alhados, diagnóstico das possíveis causas e a aferição da intensidade da dor, para a qual se utilizam ferramentas de medição apropriadas para cada idade. Diversas ferramentas de medição da dor têm sido desenvolvidas para avaliar a dor na criança, apropriados à idade, cultura e condição da criança, assim como naquelas incapazes de falar e com prejuízo co gnitivo. Abaixo seguem as escalas de dor mais utilizadas em pediatria, segundo faixa etária (quadros 6 e 7, figuras 10 e 11). O quadro 6 aponta uma escala com diferentes movimentos faciais e dois padrões de avaliação: ausente e presente. Quando presente algum tipo de movimento, é marcado 1 ponto, quando não, não é marcado ponto. A pontuação máxima são de 8 pontos e é considerado dor quando a pontuação for superior a 3. Há uma outra escala, a utilizada para crianças de 2 meses a 7 anos. Nessa escala há 5 categorias e três níveis de pontuação (de 0 a 2). Para a avaliação da dor, a criança é observada durante 5 minutos e são atribuídos os pontos, com um máximo de 10 pontos (dor intensa). Por exemplo, uma criança com suspeita de CHIKV apresenta nenhuma expressão facial (0 pontos), pernas inquietas (1 ponto), contorcendo-se (1 ponto), choro contínuo (2 pontos), consegue ser distraída da dor por pais ou familiares (1 ponto), somado ao final um total de 5 pontos a escala de dor de 0 a 10. 2) Conhecer as Políticas Públicas destinadas aos trabalhadores afastados por doenças ( tipos de auxílio). Política Nacional de Segurança e saúde do Trabalhador – PNSST ❖ Define as diretrizes, responsabilidades institucionais e mecanismos de financiamento, gestão, acompanhamento e controle social, que deverão orientar os planos de trabalho e ações intra e intersetoriais; ❖ A PNSST, além de estar diretamente relacionada com as políticas dos setores Trabalho, Previdência Social, Meio Ambiente e Saúde, apresenta interfaces com as políticas econômicas, de Indústria e Comércio, Agricultura, Ciência e Tecnologia, Educação e Justiça, em uma perspectiva intersetorial e de transversalidade; ❖ Para fins desta Política são considerados trabalhadores todos os homens e mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, no setor formal ou informal da economia. Estão incluídos nesse grupo todos os indivíduos que trabalharam ou trabalham como: empregados assalariados; trabalhadores domésticos; avulsos; rurais; autônomos; temporários; servidores públicos; trabalhadores em cooperativas eempregadores, particularmente os proprietários de micro e pequenas unidades de produção e serviços, entre outros. Também são considerados trabalhadores aqueles que exercem atividades não remuneradas, participando de atividades econômicas na unidade domiciliar; o aprendiz ou estagiário e aqueles temporária ou definitivamente afastados do mercado de trabalho por doença, aposentadoria ou desemprego; SEGURIDADE SOCIAL Seguridade social - parte integrante da ordem social, compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social (art. 194 da CF/88). Portanto, conclui-se que a seguridade social é um sistema de proteção social composto de três subsistemas: previdência, assistência social e saúde. Dentre os três subsistemas da Seguridade Social, a Previdência Social é o único cuja proteção está condicionada ao pagamento de contribuição direta por parte do beneficiário. Isso não significa que a assistência social e a saúde não sejam financiadas por contribuições sociais. Muito pelo contrário, diversas contribuições financiam o sistema de seguridade social. Quer-se dizer apenas que, ao contrário da Previdência Social (em que, a priori ̧ apenas o contribuinte institui benefícios e serviços previdenciários), o direito à saúde e à assistência social independe de contribuição direta do indivíduo que busca o atendimento. A meta da Seguridade Social é garantir a proteção universal. Do ponto de vista objetivo (universalidade da cobertura), deve-se garantir amparo ao indivíduo em face de toda e qualquer situação de vida que provoque um estado de necessidade (contingência social). Exemplo: a doença incapacitante e a maternidade impossibilitam o exercício de atividade remunerada durante determinado período. Logo, devem ser protegidas pela Seguridade Social. A universalidade do atendimento, por sua vez, é a dimensão subjetiva da universalidade já que se refere aos titulares do direito à proteção. É indispensável adequar os objetivos da Seguridade Social às peculiaridades de cada um de seus subsistemas. De um lado, é certo que o art. 194 da CF/88 prevê a universalidade do atendimento como objetivo da Seguridade Social. De outro lado, também é certo que o art. 201 da CF/88 expressamente dispõe sobre o caráter contributivo da previdência social. Assim, diante da exigência de contribuição do beneficiário, não se pode dizer que todas as pessoas têm direito à previdência social. A regra é que apenas o contribuinte pode gerar proteção previdenciária. Sem embargo, deve-se ponderar que o acesso à Previdência Social é universal, no sentido de que todas as pessoas que quiserem podem filiar-se ao sistema previdenciário. Ou seja, qualquer pessoa que queira contribuir, poderá fazê-lo, sem qualquer restrição de acesso (princípio da universalidade de participação nos planos previdenciários – art. 2o, I, da Lei n. 8.213/91). Saliente-se que a universalidade de acesso à Previdência Social somente foi viabilizada após a previsão normativa do segurado facultativo. A partir de então, para se filiar ao sistema previdenciário, o indivíduo não precisa estar exercendo atividade remunerada, fato que era necessário com base na legislação anterior. Atualmente, qualquer pessoa física, com mais de dezesseis anos18, se quiser, pode aderir ao Regime Geral de Previdência Social Beneficiários da previdência social Conforme estabelecido no art. 1o da Lei de Benefícios (Lei n. 8.213/91), a Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. FGTS O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado com o objetivo de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada ao contrato de trabalho. No início de cada mês, os empregadores depositam em contas abertas na Caixa, em nome dos empregados, o valor correspondente a 8% do salário de cada funcionário. O FGTS é constituído pelo total desses depósitos mensais e os valores pertencem aos empregados que, em algumas situações, podem dispor do total depositado em seus nomes. ➔ Quem tem direito: Todo trabalhador brasileiro com contrato de trabalho formal, regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e, também, trabalhadores domésticos, rurais, temporários, intermitentes, avulsos, safreiros (operários rurais que trabalham apenas no período de colheita) e atletas profissionais têm direito ao FGTS. O diretor não empregado pode ser incluído no regime do FGTS, a critério do empregador. BENEFÍCIOS ➔ Auxílio-acidente: O Auxílio-Acidente é um benefício de natureza indenizatória pago ao segurado do INSS quando, em decorrência de acidente, apresentar sequela permanente que reduza sua capacidade para o trabalho. Essa situação é avaliada pela perícia médica do INSS. Como se trata de uma indenização, não impede o cidadão de continuar trabalhando. ➔ Pensão especial da síndrome da talidomida: Benefício para a pessoa que possui alguma deficiência física por causa do uso da talidomida (droga comercializada antigamente com os nomes de Sedin, Sedalis e Slip). Este benefício não dá direito ao 13º salário e não deixa pensão por morte. ➔ Salário maternidade: Benefício para a pessoa que se afastar da sua atividade por motivo de nascimento de filho(a), aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial para fins de adoção. ➔ Aposentadoria por invalidez: A aposentadoria por invalidez apresenta os mesmos requisitos do auxílio-doença em matéria de qualidade de segurado e de carência (12 contribuições mensais), com as mesmas exceções. A diferença determinante entre os dois benefícios é o fato gerador: a aposentadoria por invalidez será concedida ao segurado que for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência (= incapaz total e permanentemente para qualquer trabalho). ➔ Auxílio doença: é um benefício pago pelo INSS às pessoas incapacitadas para o trabalho ou atividade habitual por mais de 15 dias e que cumprem carência de 12 contribuições mensais. O segurado pode ser dispensado quando a incapacidade para o trabalho for decorrente de acidente de qualquer natureza, doença profissional ou do trabalho, além das doenças consideradas graves. Nesse caso, também constitui requisito a qualidade de segurado. Ou seja, estar contribuindo para previdência ou não ter deixado de contribuir há muito tempo. ➔ Programa Bolsa Família: garante benefícios mensais para 14 milhões de famílias pobres e extremamente pobres. De acordo com a Caixa Econômica Federal, podem receber o Bolsa Família apenas as unidades familiares que possuam gestantes ou dependentes entre 0 e 17 anos; ➔ Programa Casa Verde e Amarela: aprovado pela Câmara dos Deputados, esse projeto visa atender 1,6 milhão de famílias de baixa renda com o financiamento habitacional, especificamente até 2024; ➔ Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI: por meio desse projeto, aproximadamente 820 mil crianças brasileiras já foram retiradas de situações de trabalho infantil; ➔ Isenção de Taxas em Concursos Públicos: desde que cadastrados no CadÚnico, os candidatos do Enem e de concursos públicos garantem o benefício; ➔ Fomento – Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais: tem o objetivo de aprimorar a qualidade nutricional de alimentos, além de estabelecer mais iniciativas agroecológicas; ➔ Carteira do Idoso: descontos de pelo menos 50% em passagens interestaduais para cidadãos brasileiros com mais de 60 anos; ➔ Aposentadoria para pessoa de baixa renda: para solicitar o benefício, é necessário ter 15 anos ou mais de contribuição ao INSS. Além disso, os homens devem possuir mais de 65 anos, enquanto as mulheres precisamter mais de 60 anos; ➔ Programa Brasil Carinhoso: direcionado para a educação infantil, esse projeto concede aproximadamente R$ 765,6 milhões para o desenvolvimento da educação de base; ➔ Programa de Cisternas: investimentos a fim de garantir acesso à água para o consumo humano, através de reservatórios de água da chuva; ➔ Telefone Popular: promove a universalização do acesso ao serviço de telefonia fixa; ➔ Carta Social: executado pelos Correios, esse programa social do governo visa universalizar o acesso aos serviços postais; ➔ Pro Jovem Adolescente: esse programa social do governo visa criar mecanismos para melhorar a convivência familiar e social em jovens de baixa renda; ➔ Tarifa Social de Energia Elétrica: desconto em tarifas de energia elétrica para famílias que tenham baixa renda; ➔ Bolsa Verde – Programa de Apoio à Conservação Ambiental: no ano de 2016, o Bolsa Verde conseguiu atender cerca de 76 mil pessoas, mas vem sendo reduzido ao passar dos anos; ➔ Passe Livre para pessoas com deficiência: garante a gratuidade do transporte público para brasileiros com deficiência e de baixa renda; ➔ Crédito Instalação: destinado para os beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária, esse programa do governo fornece linhas de crédito que permitem a instalação no assentamento e o desenvolvimento de atividades produtivas nos lotes; ➔ Programa Brasil Alfabetizado: visa apoiar técnica e financeiramente os projetos de alfabetização de jovens, adultos e idosos; ➔ Identidade Jovem (ID Jovem): acesso aos benefícios de meia-entrada em eventos artístico-culturais e esportivos, além de vagas https://www.concursosnobrasil.com.br/artigos/bolsa-familia-como-regularizar-o-aplicativo-caixa-tem-bloqueado.html https://www.concursosnobrasil.com.br/artigos/isencao-de-taxa-de-inscricao-em-concurso-quem-pode-solicitar.html gratuitas ou com desconto no sistema de transporte coletivo interestadual; ➔ Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA): conjunto de medidas para promover a melhor distribuição da terra, com modificações no regime de posse e uso; ➔ Água para Todos: ações de implantação de cisternas para famílias de baixa renda, desde que sejam residentes na zona rural e não tenham acesso à rede pública de abastecimento; ➔ Bolsa Estiagem: esse benefício social do governo tem o objetivo de auxiliar os agricultores cujas plantações sejam atingidas pela estiagem; ➔ Programa Nacional de Crédito Fundiário: fornece condições para que os agricultores sem acesso ou com pouca terra possam comprar imóvel rural por meio de um financiamento. A Lei 8.213/91 define essas hipóteses: ★ I – sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto do auxílio-acidente; ★ II – até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; ★ III – até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; ★ IV – até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; ★ V – até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; ★ VI – até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. ★ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. ★ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. ➔ O auxílio doença conta para aposentadoria? Por certo, o tempo em que você recebe o auxílio-doença conta para fins de aposentadoria. Contudo, para isso, assim que terminado o benefício previdenciário é preciso fazer contribuição à previdência social. ➔ Como é feito o cálculo do auxílio doença? O valor do benefício corresponde a média de 100% de todos os seus salários a partir de julho de 1994. Após, é aplicada alíquota de 91%. O limite do valor será a média dos últimos doze salários de contribuição. ➔ Quem faz o pagamento do auxílio doença? Seu médico atestando que você deve se afastar por 15 dias, o pagamento é realizado pelo empregador. Se você ficar afastado por mais de 15 dias seguidos consecutivos ou dentro de em um período de 60 dias, o afastamento a partir do 15º dia será pago pelo INSS, devendo requerê-lo no site do Meu INSS ou por meio do telefone 135. Mas, se você for um micro empreendedor individual, contribuinte individual, facultativo, avulso, doméstico, por exemplo, a solicitação deve ser feita imediatamente ao INSS. Posteriormente, é necessário passar por perícia médica para atestar que você realmente se encontra incapacitado para o trabalho ou atividades habituais. ❖ Carência: O período de carência do Auxílio-Doença é de 12 contribuições mensais. Fica dispensado da carência o segurado cuja incapacidade laboral for decorrente de um acidente de qualquer natureza ou doença profissional ou do trabalho. Ficam também dispensados aqueles que forem acometidos de moléstia expressamente especificada em lista elaborada pelo Ministério da Saúde, do Trabalho e da Previdência Social a cada 03 anos. ❖ No Auxílio doença acidentário (aquele que o empregado se acidenta na empresa e/ou indo e vindo para o trabalho no mesmo trajeto a empresa) pagará os primeiros 15 dias e continuará depositando seu FGTS e caberá ao empregado o auxílio doença pago pelo INSS enquanto estiver em benefício ❖ Em caso de doenças profissionais, acidentes de trabalho e acidentes de qualquer natureza ou causa, ou nos casos da lista abaixo, a perícia médica pode avaliar e aprovar a concessão do auxílio-doença sem carência. É bom também deixar claro que não é porque a doença está na lista que o benefício já está garantido. E que também há casos em que o problema não está listado, mas o trabalhador ainda pode obter o direito. ❖ A lei que dispõe sobre os benefícios da Previdência Social garante o pagamento do auxílio doença, sem carência, aos seguintes casos: 1. tuberculose ativa, 2. hanseníase, 3. alienação mental, 4. esclerose múltipla, 5. hepatopatia grave, 6. neoplasia maligna, 7. cegueira, 8. paralisia irreversível e incapacitante, 9. cardiopatia grave, 10. doença de Parkinson, 11.espondiloartrose anquilosante, 12.nefropatia grave, 13. estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante), 14. síndrome da deficiência imunológica adquirida 15. contaminação por radiação. INCAPACIDADE LABORATIVA Incapacidade laborativa é a impossibilidade de desempenho das funções específicas de uma atividade, função ou ocupação habitualmente exercida pelo segurado, em consequência de alterações morfopsicofisiológicas provocadas por doença ou acidente. Deverá estar implicitamente incluído no conceito de incapacidade, desde que palpável e indiscutível no caso concreto, o risco para si ou para terceiros, ou o agravamento da patologia sob análise, que a permanência em atividade possa acarretar. O conceito de incapacidade deve ser analisado quanto ao grau, à duração e à profissão desempenhada. INVALIDEZ Invalidez pode ser conceituada como a incapacidade laborativa total, permanente ou com prazo indefinido, omniprofissional/multiprofissional e insuscetível de recuperação ou reabilitação profissional, em consequência de doença ou acidente. Para indicação de aposentadoria por invalidez, o Perito Médico deverá considerar a gravidade e irreversibilidade da doença/lesão, a impossibilidade de se determinar um prazo de recuperação, sua repercussão sobre a capacidade laborativa, bem como a insuscetibilidade à reabilitação profissional. As aposentadorias por invalidez estão sujeitas às revisões previstas em lei (art. 46 do Decreto n° 3.048, de 6 de maio de 1999). Na revisão bienal, o Perito Médicodeverá verificar se as condições que geraram a invalidez permanecem ou se houve recuperação da capacidade laborativa parcial/total. Caso a conclusão seja pela manutenção da invalidez, o Perito Médico deverá considerar todos os critérios anteriormente citados para avaliar necessidade de nova revisão em dois anos. O INSS poderá, a qualquer tempo, convocar o segurado para nova avaliação médico pericial, inclusive nos casos de implantação/reativação do benefício por incapacidade por decisão judicial. PERÍCIA Perícia - Elementos do laudo médico pericial no benefício por incapacidade: ➔ Identificação: Sempre deverá ser solicitado o documento original de identificação oficial válido, com foto. ➔ Forma de filiação: Consultar nos Sistemas disponíveis quanto à forma de filiação do segurado (contribuinte individual, trabalhador avulso, segurado especial, empregado, empregado doméstico ou facultativo) e seus vínculos empregatícios. ➔ Histórico previdenciário: Consultar no Sistema a existência de benefícios anteriores concedidos e indeferidos, com os motivos e datas, bem como a ocorrência de acidente de trabalho, Comunicações de Acidente de Trabalho – CAT registradas, processo de reabilitação profissional anterior com motivo da conclusão e quaisquer informações relevantes. ➔ Histórico ocupacional: Compete ao Perito Médico o registro das informações declaradas pelo segurado, referentes à profissão ou ocupação do examinado, devendo ser realizado de forma a caracterizar adequadamente o tipo de atividade por ele exercida. Deve-se caracterizar inicialmente a função profissional do requerente e seu histórico laboral, evitando-se expressões vagas ou genéricas, como ajudante, operário, servente, bancário, comerciário. Salienta-se a importância da caracterização da atividade específica: tecelão, servente de serviços gerais, caixa de banco, vendedor balconista, etc. O Perito necessita investigar cuidadosamente o tipo de atividade, as condições em que é exercida, se em pé, se sentado, por quanto tempo, com qual grau de esforço físico e mental, atenção continuada, a mímica profissional (movimentos e gestos para realizar a atividade, etc.). As condições do ambiente em que o trabalho é exercido podem, também, fornecer subsídios importantes à avaliação. No caso do segurado estar desempregado, essa situação também deverá ser mencionada, bem como seu histórico laboral anterior. ➔ Queixa principal: Diz respeito à causa relatada do afastamento do trabalho, por exemplo, doença ou acidente, que deve ser descrita com as próprias palavras/termos do requerente. ➔ História da doença atual: Refere-se à descrição dos primeiros sinais e sintomas, duração e evolução do quadro clínico, complicações. Os sintomas ou doenças informados como sendo a causa do afastamento do trabalho devem ser minuciosamente caracterizados quanto à localização, intensidade, frequência, fatores de exacerbação ou atenuantes. Deve-se registrar, ainda, tratamentos realizados, internações hospitalares e dados relevantes do relatório/atestado do médico assistente, bem como informações de outros profissionais, registrando o (s) nome (s) e registro no CRM do (s) profissional (is) emissor (es). Importante relatar se o requerente veio acompanhado e quem informa a história clínica. As informações do atestado/relatório do médico assistente, dos exames complementares com data, local da realização, nome e registro no conselho do profissional que o realizou, devem ser sucintamente registradas, principalmente no que se refere às alterações. Deve-se, ainda, descrever os tipos de tratamento (medicamentoso com nome e dosagem, fisioterápico, cirúrgico, radioterápico e outros), seus resultados, complicações e efeitos colaterais. ➔ História patológica pregressa: Doenças/acidentes anteriores ou comorbidades que possam ter relação com a incapacidade laborativa alegada. ➔ Exame físico: O exame deverá enfatizar principalmente os elementos que guardam relação direta com a (s) queixa (s) ou o (s) motivo (s) do afastamento e a atividade laborativa, descrevendo os sinais negativos e positivos de forma clara e objetiva. Sempre que possível, esses dados devem ser qualificados e quantificados com descrição das manobras e contramanobras. ➔ Considerações médico periciais: São as considerações acerca da conclusão da perícia médica, que deve ser bem fundamentada, uma vez que se trata de matéria médico legal com repercussão na esfera administrativa do INSS, recursal e judicial. O Perito deve caracterizar a existência ou não da incapacidade laborativa, correlacionando a doença com a profissão e função que o segurado exerce e avaliar se o segurado é elegível para Reabilitação Profissional. As considerações devem ser coerentes com os elementos constantes do LMP 3) Identificar e discutir as aplicações, vantagens e desvantagens dos estudos epidemiológicos. Conceitos chave ESTUDOS OBSERVACIONAIS De modo genérico, são estudos que observam grupos com e sem o atributo estudado, sem realizar intervenção ativa na interação analisada. Eles possibilitam o entendimento de efeitos colaterais e contraindicações de tratamentos e medicamentos. Como se trata de um estudo que acompanha a evolução dos grupos, nele já existe o prévio conhecimento de quais pessoas têm ou não os atributos estudados. A distribuição dos indivíduos entre os grupos é determinada pela presença ou ausência dos atributos nas relações estudadas. Quando existe interesse em estudar risco, o estudo mais apropriado é observacional, classificado como estudo de caso-controle ou coorte. ESTUDO ANALÍTICO Investigação que tem por objetivo examinar associação de eventos. Por exemplo, entre obesidade e arteriosclerose. Em geral, formula-se uma hipótese que relaciona os dois eventos e procura-se esclarecer se a associação é causal (comparar com estudo descritivo). ESTUDO DESCRITIVO Investigação que tem o propósito de informar a distribuição de frequências, sem a preocupação de testar hipóteses. Por exemplo, inquérito sobre a prevalência de parasitoses intestinais em escolares, especificando as frequências por sexo e faixa etária. ESTUDOS INTERVENCIONAIS É um importante campo de aplicação da epidemiologia, na área das doenças infecciosas e consiste na avaliação do impacto das intervenções propostas para alterar o seu curso, sejam elas medidas de prevenção primária (vacinas, por exemplo), secundária (tratamento médico ou cirúrgico) ou terciária (uma técnica de reabilitação motora). ESTUDO LONGITUDINAL Investigação na qual cada indivíduo é observado em mais de uma ocasião; as observações referem-se a, pelo menos, dois momentos na vida das pessoas. ESTUDO DE COORTE Estudos de coorte são estudos observacionais e longitudinais (em que os indivíduos são observados, no mínimo duas vezes ao longo do tempo da coorte). Trata-se de pesquisa em que um grupo de pessoas é identificado e a informação pertinente sobre a exposição de interesse é coletada, de modo que o grupo possa ser seguido, no tempo, com o intuito de determinar quais de seus membros desenvolvem a doença, em foco, e se esta exposição prévia está relacionada à ocorrência desta doença. No modelo mais simples de estudo de coorte, formam-se, pelo menos, dois grupos, os “expostos” e os “não-expostos”, de modo que os resultados em um e em outro grupo sejam comparados. A exposição, não é aplicada aleatoriamente, pois ela pode ter ocorrido por muitos motivos, entre os quais, o voluntariado, as circunstâncias do momento e a decisão do investigador permitindo comparações como as seguintes: obeso × não-obeso ou operados × os que recusam a cirurgia. Para o estudo de coorte, são necessários esses três itens: ➔ Quando você seleciona os indivíduos para o estudo, eles não podem apresentar o resultado que está sendo estudado. Exemplo: se o objetivo de um estudo é avaliar se determinado medicamento causa dano renal por seu uso crônico, os indivíduos selecionados não podem apresentar histórico de doença renal. ➔ O tempo de acompanhamento doestudo deve ser compatível com o tempo necessário para que o fator de risco seja declarado. Exemplo: se o objetivo de um estudo é avaliar se a exposição à radiação é fator de risco para desenvolvimento de determinado tumor, o tempo de observação não pode ser de apenas um ano, visto que se sabe que o efeito cumulativo das radiações demora anos para expressar seus efeitos. ➔ O acompanhamento de todos os integrantes do estudo deve ser contínuo. Exemplo: Se o objetivo de um estudo é acompanhar por três anos se determinado atributo expressará uma doença, todos os integrantes que deixam o estudo, seja pelo desfecho estudado (p. ex.: morte) ou qualquer outro motivo, são dados que não podem ser negligenciados, devendo ser contabilizados de maneira que não prejudique a importância dos resultados apresentados. TIPOS Os estudos de coorte se dividem em dois tipos: prospectivos e retrospectivos: Prospectivos Trata-se do tipo mais comum de estudo de coorte. É uma pesquisa que determina, como em todo estudo de coorte, primeiro a causa e depois o efeito. Tem início no tempo presente e concluído no tempo futuro (avaliação se inicia no ingresso do estudo). Dependendo do tema e dos objetivos, o seguimento das pessoas pode durar dias, semanas, meses, anos ou décadas. Nas afecções de curto período de incubação, como muitas doenças infecciosas, os resultados de um estudo de coorte são conhecidos rapidamente. Nas afecções que apresentam longo período de latência, caso do câncer e das condições degenerativas de natureza cardiovascular ou osteoarticular, o tempo de acompanhamento costuma ser extenso. O seguimento das pessoas pode ser feito ativamente, através de pessoal recrutado pelo próprio projeto, ou de maneira passiva, com o auxílio de registros rotineiros já existentes: as estatísticas vitais e os arquivos hospitalares representam possibilidades para detectar desfechos clínicos. Retrospectivos (histórico) Resgatam as informações passadas dos pacientes (p. ex., a partir da avaliação de prontuários), para tentar entender qual atributo em comum conduziu tal desfecho (p. ex., doença) em determinado grupo; a exposição e o efeito já ocorreu quando a investigação é realizada. Uma ilustração é das toxinfecções alimentares: É um fato que já ocorreu, mas o caráter explosivo de seu aparecimento e a sua evolução após curto período de incubação, permitem identificar os indivíduos envolvidos no episódio e organizar as coortes de expostos e não-expostos com certa facilidade. A comparação da incidência de toxinfecção alimentar, nos expostos e nos não expostos, a cada alimento servido no episódio, informará qual deles é o principal suspeito de estar envolvido na etiologia do surto. Há, porém, muitas dificuldades em um estudo de coorte histórico sobre doenças de longo período de incubação. Para a sua realização, são necessários arquivos mantidos em boas condições de utilização, o que nem sempre é encontrado na prática, na qual o investigador defronta-se com o problema da questionável reprodutibilidade de muitos dados de anamnese e na reduzida padronização das anotações de arquivos. A maior vantagem da coorte histórica é a de poder ser realizada em tempo reduzido, visto não exigir o seguimento. ★ Em ambos os casos, determinam-se as taxas de incidência — ou seja, quais os componentes dos grupos, de expostos e não-expostos, desenvolvem a doença. DELINEAMENTO DE UM ESTUDO DE COORTE A questão a ser esclarecida por um estudo de coorte é a seguinte: Quais são os efeitos da exposição? Por exemplo, quais são os malefícios para a saúde advindos do hábito de fumar? Em linhas gerais, o delineamento da investigação pode ser esquematizado em etapas: ❖ Seleção dos participantes - Uma população, ou amostra desta população, é selecionada para estudo, em função de apresentar características que possibilitem a investigação exposição-doença. ❖ Verificação da exposição: Por observação ou exame dos componentes da amostra ou população, determina-se o nível de exposição a que estão ou que estiveram submetidos. No caso de uma pesquisa sobre os efeitos do fumo, por exemplo, as pessoas que nela participam respondem a um questionário de cujos resultados poder-se-iam formar os grupos de expostos (fumantes) e de não-expostos (não-fumantes). Nesta mesma ocasião, certifica-se que o indivíduo incluído no estudo de coorte não seja doente, no caso, não sofra de bronquite crônica ou padeça de outras afecções relacionadas ao hábito de fumar, eventualidade em que seria excluído do estudo. ❖ Acompanhamento dos participantes e verificação dos efeitos: A incidência dos desfechos clínicos, em expostos e não expostos, é determinada por acompanhamento periódico ou por exame final dos participantes, decorrido tempo suficiente para que os efeitos possam se manifestar. Os resultados podem ser medidos em termos de um ou mais desfechos clínicos: incidência da doença, severidade do processo mórbido, mortalidade, capacidade funcional, qualidade de vida etc. No caso do fumo, é determinada, por exemplo, a incidência de bronquite crônica — ou de outras condições como alterações cardiovasculares e neoplasias do aparelho respiratório. ★ Exemplo: associação entre exercício físico e coronariopatia. Os funcionários de uma secretaria de saúde são convidados a preencher um questionário sobre os seus hábitos de vida, entre os quais inclui-se o detalhamento das atividades físicas no trabalho e nas horas de lazer. Dois grupos são, então, formados: um, de 5 mil sedentários, e outro composto pelos 2 mil funcionários que se exercitam regularmente. Decorridos dez anos, observou-se que a atividade física estava inversamente relacionada ao risco de morrer por doença coronariana. O grupo que mais se exercitou teve menor mortalidade: 40 óbitos por mil, comparado com 80 óbitos por mil, nos sedentários. Interpretação dos resultados de um estudo de coorte O risco relativo encontrado na investigação sobre exercício físico e óbitos por coronariopatias foi exatamente 2, informando que, para dois óbitos no grupo sedentário, houve, no mesmo período, um óbito no grupo em que as pessoas se exercitavam regularmente. Um indivíduo sedentário tem, portanto, o dobro (ou 100% mais) de chance de morrer por doença coronariana que um não-sedentário. VANTAGENS Vantagens dos estudos de coorte 1. É o principal método para estabelecer a relação entre provável fator de risco e o desfecho de interesse. ➔ Permite relacionar um atributo (exposição ao fator), ao desenvolvimento de uma doença (efeito), dentro de determinado intervalo de tempo. ➔ Essas vantagens estão associadas à modalidade de estudos de coorte prospectivos, pois pretendem avaliar os futuros desfechos associados à determinada característica. 2. Permite compreender a história natural da doença (objeto de estudo), bem como sua incidência. ➔ Vantajosos para entender a evolução da doença e conhecer melhor seu desenvolvimento. ➔ Você conseguirá acompanhar os pacientes (com determinada doença) desde momento do diagnóstico até os diferentes estágios da doença. ➔ Você poderá definir qual a média de avanço ou remissão da doença e quais fatores estariam associados aos diferentes desfechos. 3. Não existem fatores éticos associados à exposição dos integrantes aos atributos estudados. ➔ Não existe exigências do ponto de vista ético, pois não há interferência ativa na situação do paciente, apenas há acompanhamento de sua evolução. 4. A definição dos grupos de estudo é mais prática. ➔ Os grupos de pacientes são definidos com e sem o atributo do objeto de estudo, ao contrário de estudos caso-controle, em que existem maior número de critérios. DESVANTAGENS 1. Período extenso de estudo e necessidade de grande investimento. ➔ Anos de acompanhamento dos grupos para obtenção de resultados representativos. ➔ Exige alto investimento para sua manutenção. 2. Necessidade de acompanhamento periódico. ➔ Por exigir avaliação e acompanhamento periódico da situação de saúde de todos os integrantes do estudo,isso poderá interferir no comportamento dos participantes e conduzir a desistência da participação do estudo. 3. Podem ser ineficientes, dependendo do desfecho estudado. ➔ Para doenças raras, são considerados ineficazes porque para existir resultados relevantes é necessário grande número de participantes, o que é inviável. 4. A variação no número de participantes ao longo do estudo. ➔ É essencial que o número inicial de participantes definido seja mantido, mas é comum que existam perdas no número ao longo do estudo, seja porque o desfecho estudado é a morte ou porque a duração é muito extensa. Comparação: ensaio clínico randomizado × estudo de coorte A estrutura destes dois tipos de estudo é muito semelhante. Ambos visam à comparação de pelo menos dois grupos, tratados como “expostos” e “não-expostos”. O que os diferencia é a forma como os indivíduos participantes da investigação foram “expostos” — ou seja, se a exposição foi feita ou não de maneira aleatória. ESTUDOS DE CASO-CONTROLE A investigação do tipo caso-controle parte do “efeito” para chegar as “causas”. É, portanto, uma pesquisa etiológica retrospectiva, feita de trás para frente, só podendo ser realizada “após o fato consumado”, ou seja, depois de o efeito já ter ocorrido. Trata-se de uma pesquisa em que pessoas escolhidas porque têm uma doença (os casos) e pessoas comparáveis que não possuem esta doença (os controles) são investigadas para saber se foram expostas a fatores de risco, de modo a determinar se tais fatores de risco são causas contribuintes da doença. A questão científica a ser esclarecida em um estudo de caso-controle é a seguinte: Quais são as causas da doença? CARACTERÍSTICAS ❖ Têm caráter retrospectivo, de forma que o estudo parte dos indivíduos que já tem a doença estabelecida. ❖ A partir da definição da doença, ocorre a comparação entre, pelo menos quatro grupos: o grupo que possui a doença; dividido entre aqueles com a doença que tem ou não o atributo estudado; e o controle (sem a doença), dividido em dois outros grupos com e sem o atributo investigado. Então, o objetivo do estudo de caso-controle é avaliar se os atributos estudados ocorrem em número maior ou menor nos grupos que apresentam a doença em relação aos grupos-controle. Dessa forma, os resultados irão possibilitar a identificação do risco relativo que determinados fatores representam no estabelecimento de uma doença. Atributo = exposição Podemos dividir os estudos em dois tipos: de base populacional e aninhados: BASES POPULACIONAL A seleção dos integrantes dos dois grupos principais é realizada de modo mais abrangente na população. Ela pode ocorrer de diferentes formas, como: ➔ rastreamento populacional dentro da área investigada; ➔ levantamento de prontuários nas instituições de saúde dentro da área geográfica avaliada; ➔ selecionar os indivíduos dos grupos-controle também dentro da mesma área geográfica. ANINHADOS A seleção ocorre dentro de uma coorte. A partir da coleta de dados dentro do acervo de informações colhidas ao longo do estudo de coorte é possível selecionar os pacientes: ➔ A partir do processamento dos dados via estudo de caso-controle; ➔ Estratificar os grupos a partir de informações que não são utilizadas em coortes. Desse modo, além medida de incidência fornecida pelos estudos de coorte, é possível ter uma forte estimativa de risco relativo, índice fornecido pelos casos controle. DELINEAMENTO DE UM ESTUDO DE CASO-CONTROLE Seleção da população: O critério de formação dos grupos é o “efeito” (pacientes com o diagnóstico de câncer de laringe, na ilustração), e remonta-se o passado das pessoas, na busca de fatores de risco. Escolha de casos e controles: Especificam-se, previamente e com objetividade, os critérios de inclusão e exclusão para definir o que seja um caso da doença. Em condições ideais, são incluídos na pesquisa todos os casos novos da população selecionada, que preencham os critérios especificados, ou uma amostra aleatória destes casos. Portanto, prefere-se a incidência à prevalência. O princípio básico, nesta escolha, é o da máxima semelhança entre casos e controles — salvo no que concerne à doença, em foco, pois a característica principal dos controles é a de não serem portadores da doença. Os controles devem ter tido a mesma probabilidade de ser expostos ao fator de risco em investigação que os casos; por isto evita-se, por exemplo, escolher casos em uma região e controles em uma outra. Verificação do nível de exposição de cada participante Caso a pessoa seja classificada como caso ou controle, verifica-se o nível de exposição a que esteve submetida. Por exemplo, determina-se, no passado de casos de neoplasias e de seus controles, se é ou foi fumante. A comparabilidade na obtenção dos dados sobre a exposição, em casos e controles, é essencial. Neste processo de coleta de informações, deve-se evitar introduzir um viés de aferição — isto é, um erro que seja mais pronunciado em um dos grupos. ★ Exemplo: associação entre toxoplasmose e debilidade mental Todas as 300 crianças em uma comunidade em que é feito o diagnóstico de debilidade mental, em um determinado período, são incluídas na investigação, à medida que o diagnóstico é confirmado. Elas são submetidas a teste sorológico para toxoplasmose, no intuito de inferir se tiveram ou não infecção prévia pelo Toxoplasma gondii. O mesmo exame de toxoplasmose é realizado em igual número de crianças sem debilidade mental, de mesmo sexo e idade, que funcionam como controle. Os resultados mostram que 15% dos casos e 5% dos controles apresentam sorologia reativa para toxoplasmose. Interpretação dos resultados de um estudo de caso-controle O risco relativo encontrado na investigação sobre toxoplasmose e debilidade mental de crianças é aproximadamente 3. Observe-se que há maior freqüência de toxoplasmose entre os casos (45 em 300) do que nos controles (15 em 300). Neste tipo de investigação, o risco relativo, na verdade, é estimado pelo cálculo do odds ratio, também denominado “razão dos produtos cruzados”, a ser explicado mais adiante. Os resultados da pesquisa apontam para a existência de associação entre toxoplasmose e debilidade mental. VANTAGENS ❖ Avalia doenças raras. Estudos de caso--controle são aplicados em doenças raras porque não exigem grande quantidade de participantes para apresentar resultados válidos. ❖ Curta duração e baixo custo. ❖ Multicausalidade. O propósito de avaliar os atributos associados à doença permite identificar se há mais de um fator associado à ela. DESVANTAGENS ❖ Dificuldade na seleção dos grupos-controle. Além de não apresentar a doença que é objeto de estudo, os pacientes do grupo-controle devem apresentar características como: ➔ faixa etária; ➔ gênero; ➔ condições sociais; ➔ região geográfica o mais semelhante possível das características encontradas nos grupos que apresentam o caso investigado. ❖ Não identifica a incidência de doenças. Não permitem que a incidência seja calculada, pois o estudo parte da comparação entre indivíduos que já têm a doença e os que não a têm. ❖ A cronologia exposição/doença não fica clara. ESTUDO TRANSVERSAL Também designado como seccional, corte, corte-transversal, vertical, pontual ou prevalência, representa a forma mais simples de pesquisa populacional, comparada às três outras modalidades de investigação descritas nas seções precedentes. Nesta modalidade de investigação, “causa” e “efeito” são detectados simultaneamente. Ao contrário dos métodos anteriores, é somente a análise dos dados que permite identificar os grupos de interesse, os “expostos”, os “não-expostos”, os “doentes” e os “sadios”, de modo a investigar a associação entre exposição e doença. O estudo transversal é uma pesquisa em que a relação exposição-doença é examinada, em uma dada população, em um particular momento. Ele fornece um retrato de como as variáveis estão relacionadas, naquele momento. A população para exame, em um estudo transversal, não é reunida, nem na época daexposição ao risco, o que caracterizaria o estudo de coorte, nem na época do diagnóstico da doença, o que indicaria um estudo de caso-controle. Os participantes de um estudo transversal são reunidos em um momento definido pelo investigador — em geral, refere-se à data da coleta dos dados. Desta forma, é um bom método para detectar freqüências, da doença e de fatores de risco, assim como identificar os grupos, na população, que estão mais afetados ou menos afetados. Em um estudo transversal, faz-se a seleção de um único grupo de pessoas. O critério para a reunião destas pessoas não é a doença nem a exposição, como nos estudos de caso-controle e de coorte, respectivamente, mas a época definida pelo investigador para realizar a pesquisa. No início da investigação, não se sabe quem é exposto ou doente, e somente os resultados finais da coleta de dados informam sobre estes dois aspectos. Os casos detectados em um estudo transversal indicam prevalência, com as limitações próprias a ela imputadas. ★ Exemplo: associação entre migração e doença mental Em amostra aleatória de mil adultos de meia-idade, de uma cidade, foi encontrado que 300 eram migrantes. Exames psiquiátricos mostraram que a doença mental era mais freqüente em migrantes (6%) do que em não-migrantes (3% ). ESTUDO ECOLÓGICO Trata-se de uma pesquisa realizada com estatísticas: por exemplo, uma investigação internacional sobre consumo de álcool e incidência de câncer de estômago feita pela comparação de informações existentes em anuários estatísticos sobre estes temas. Ao contrário dos demais tipos de delineamento vistos até agora no capítulo, a unidade de análise não é constituída de indivíduos, mas de grupos de indivíduos. Daí, a sua sinonímia: estudo de grupos, de agregados, de conglomerados, estatísticos ou comunitários. Foi já assinalado que uma das características do estudo com estatísticas é de que “não” se sabe se um particular indivíduo, da população investigada, é exposto ou doente; apenas as informações globais estão disponíveis — por exemplo, a proporção de expostos e de doentes naquela população. ESTUDOS DE INDIVÍDUOS Nesta primeira categoria, como o próprio nome indica, têm-se dados sobre cada indivíduo integrante da amostra. ★ Exemplo: estudo de indivíduos Tomando-se, como ilustração, uma investigação sobre a doença de Chagas, em amostra aleatória de indivíduos de uma área rural, procurar-se-ia saber, de cada um deles, as suas características demográficas (sexo, idade etc.) e, através de exames clínicos e laboratoriais, se é ou não infectado; uma vez infectado, se é ou não doente, ao lado da identificação da respectiva forma clínica da doença. ESTUDO DE GRUPOS Neste segundo tipo de investigação, a unidade de observação já é um conjunto de indivíduos. O termo “estudo ecológico” tem origem na utilização de áreas geográficas como unidades de análise e, por extensão, generalizou-se para outras situações em que a unidade é formada por um grupo. Atualmente, denomina-se “variável ecológica”, aquela que descreve o que ocorre em grupos de indivíduos: por exemplo, porcentagem de adultos com vida sedentária. Os dados já estão agregados e não se sabe se um determinado indivíduo tem esta ou aquela característica. ★ Exemplo: estudo ecológico Uma pesquisa internacional de correlação entre o consumo de álcool e a incidência de câncer de estômago, em diversos países, que utilize informações de anuários estatísticos, é exemplo de estudo ecológico. Em uma investigação ecológica sobre doença de Chagas, as informações necessárias seriam, por exemplo, o nível da morbidade existente em diversas regiões e a predominância da forma clínica da enfermidade, de modo a relacioná-los com a espécie de vetor ou cepa do parasita prevalente na região. ESTUDO DE CASO O mesmo que “relato de caso”; investigação aprofundada da doença, em um paciente; utiliza-se a expressão “estudo de casos” quando estão incluídos poucos pacientes — para alguns, menos de uma dezena de casos. SÉRIE DE CASOS Os estudos de série de casos representam opção para testar produtos ou procedimentos. Não há grupo interno para a comparação de resultados, pois todos os indivíduos participantes da pesquisa são submetidos à mesma intervenção. Vacinas raramente são investigadas desta maneira, mas a metodologia é muito usada em avaliações terapêuticas: neste caso, todos os doentes recebem um determinado tratamento médico. ★ Exemplo: raios laser no tratamento da leishmaniose Um total de 108 pacientes, residentes na antiga União Soviética, portadores de lesões cutâneas de leishmaniose, dos quais 97 tinham recebido, sem êxito, outros tratamentos, foi selecionado para estudo.88 Raios laser de CO2 foram aplicados nas lesões. Verificou-se que a recuperação era indolor e cinco vezes mais rápida do que com o uso de outras técnicas. Após sete anos de acompanhamento, 82 pacientes não haviam tido recorrência de lesão. ENSAIOS CLÍNICOS Para que um ensaio clínico tenha resultados confiáveis e posteriormente seja reproduzido, primeiro é necessário observar vários fatores, entre eles, relatos de casos, biologia de cada indivíduo acometido, epidemiologia da doença, observação clínica dos acometidos com os sintomas presentes, imaginação para propor o novo tratamento e raciocínio para ser possível colocar em prática o que se espera com o estudo. Após a observação geral desses fatores na população acometida, poderão surgir ideias que serão relacionadas à hipótese de introdução de novo tratamento para a cura da doença. Esse tratamento será o resultado baseado nas evidências de melhora ou não dos pacientes com relação à exposição ao novo tratamento. ESTUDOS RANDOMIZADOS Uma das primeiras experiências modernas de avaliação na área de saúde, com a metodologia de alocação aleatória de pacientes para formar grupos, foi no tratamento da tuberculose com a estreptomicina, publicado em 1948. Contudo, as principais ilustrações do uso de ensaios deste tipo, no campo das doenças infecciosas, são dos testes profiláticos, em especial, das vacinas, a ênfase das próximas seções. Esse ensaio tem seus resultados a partir da exposição da população a um tratamento, sendo caracterizados pela seleção de grupos para inclusão no ensaio. A randomização é a seleção de indivíduos para formação dos grupos dentro de um ensaio clínico. Esses grupos poderão receber diferentes tratamentos, placebo ou até mesmo não receber nenhuma intervenção. ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO Quando se trata de avaliar uma medida de prevenção primária, somente indivíduos sadios são selecionados para compor a amostra a ser estudada. A sistemática pode ser resumida da seguinte maneira. Delineamento de investigação randomizada para testar vacinas: Os indivíduos são escolhidos por terem certas características definidas previamente — no caso das vacinas, os sadios que sejam suscetíveis à doença que a vacina pretende evitar. Um requisito adicional a ser considerado é o risco de adquirir a doença, no período do ensaio. Por vezes, é conveniente selecionar indivíduos em alto risco, de modo a diminuir o tamanho da amostra e o tempo de duração da avaliação. Outras vezes, prefere-se os de baixo risco, ou mesmo os que não corram risco algum de serem infectados — por exemplo, pelo HIV (vírus da imunodeficiência adquirida), quando os resultados são aferidos pela taxa de anticorpos depois de aplicada a vacina. Definidos e aplicados os critérios de inclusão e exclusão das pessoas, na amostra de estudo, aquelas selecionadas que concordam em participar da investigação são alocadas, aleatoriamente, ao grupo experimental e ao grupo-controle. Os componentes do primeiro recebem a vacina em avaliação, e os do segundo, um placebo ou uma outra vacina supostamente menos eficaz, de modo que sirva de termo de comparação — por exemplo, uma vacina já existente no mercado. As duas coortes de pessoas são então acompanhadas, de maneira idêntica, em condições que permitam garantir comparabilidade de exposição à infecção, para os vacinados e para osnão-vacinados. Como é habitual nos ensaios clínicos, adotam-se técnicas que evitem distorções no processo de aferição das informações, de modo a não introduzir diferenças artificiais entre os grupos — o método duplo-cego é recomendado, com esse propósito. Os efeitos, tais como incidência de doenças, óbitos, reações colaterais ou conversão sorológica, são anotados, para cálculo das respectivas taxas de incidência. Compara-se, por exemplo, a incidência de casos nos que receberam e nos que não receberam a vacina. O grupo que recebeu a vacina, se ela é de fato eficaz, apresentará menor número de casos da doença, evolução clínica menos severa ou conversão sorológica em níveis significadamente mais elevados, em comparação aos resultados do grupo controle. DESVANTAGENS ➔ Generalização dos efeitos na população externa reduzida por causa das exclusões; ➔ Demorado; ➔ Amostras grandes; ➔ Custo elevados; ➔ Dificuldade com aderência das intervenções. VANTAGENS ➔ Fatores de prognósticos balanceados entre grupos devido a aleatoriedade; ➔ Coleta detalhada de informações; ➔ Dose pode ser pré-determinada; ➔ Cego diminui distorções. ESTUDOS NÃO-RANDOMIZADOS Existem diversas alternativas metodológicas para testar intervenções a serem utilizadas quando a aleatorização deve ser evitada, por questões éticas ou operacionais. Regra geral, nas pesquisas em que não é usada a aleatorização dos participantes para formar grupos, torna-se, comparativamente, mais difícil isolar o efeito da intervenção, de outras influências, sociais e ambientais, a que as pessoas estão igualmente expostas e que confundem a interpretação. Três tipos de delineamentos são: a série de casos, o estudo de coorte e o de caso-controle. ENSAIO DE CAMPO É semelhante ao ensaio clínico, a diferença consiste na amostra pois no ensaio clinico a análise do efeito é baseada nos doentes, e no ensaio de campo analisa-se o efeito em pacientes sadios. Sua vantagem é que os dados são coletados na população em geral, porém é mais caro e com maior duração. ENSAIOS COMUNITÁRIOS Envolve a intervenção em uma comunidade ao invés de intervenções individuais. Avalia a eficácia de promoções primárias em saúde que buscam modificar fatores de risco. Como limitação possui a dificuldade de limitar a comunidade. Caracterizar a gestão em saúde: macro, meso e micro. Políticas, planejamento e gestão em saúde - É a formulação, implementação, planejamento, execução e avaliação de políticas, sistemas, serviços e práticas de saúde. Busca a consolidação de um corpo de conhecimentos construído na relação teoria-prática, em todos os espaços nos quais se efetiva a gestão em saúde. ➔ Concebe-se a gestão em três níveis: a macro-gestão, a meso-gestão e a microgestão. O campo macro-político da gestão em saúde refere-se às diretrizes mais gerais das políticas sociais, da definição do papel do Estado e da democratização da saúde. MESO-GESTÃO A meso-gestão refere-se à esfera institucional e formas de organizar os sistemas de saúde de modo a atender as demandas por serviços e as necessidades de saúde. A tentativa de superação dos modelos de atenção fragmentados e centrados em práticas curativistas e individualistas por outros integrados e voltados para práticas que buscam a integralidade, orienta os estudos neste campo. MICRO-GESTÃO A micro-gestão engloba a dimensão clínica dos serviços e ações de saúde (organização de serviços, estabelecimentos, programas e projetos de saúde). Refere-se ainda à prática singular dos profissionais de saúde em seus contatos com as pessoas que recorrem ou que necessitam dos seus serviços. Buscar a efetividade e a qualidade associadas à eficiência é o objetivo que norteia os estudos neste campo. De modo geral, os estudos compreendem desde as dimensões que envolvem as políticas de saúde, o planejamento e organização dos serviços de saúde, até a articulação das práticas de saúde (individual e coletiva). A gestão é concebida como um processo, ao mesmo tempo, político, técnico, financeiro e administrativo, envolvendo relações entre os setores público e privado, entre os níveis central, regional e local, e entre os diferentes níveis de complexidade do sistema de saúde. Na verdade, nos estudos da gestão e das políticas procura-se a conformação de uma totalidade, que englobe os sujeitos, as suas representações e inter-relações com os ambientes sanitários, econômico, cultural e social. DIMENSÃO SOCIO-POLÍTICA ❖ MACRO: tomar a decisão de alocar recursos para a expansão e a qualificação dos serviços e para apoiar a participação ❖ MESO: comandar os diferentes setores: áreas técnicas, setor administrativo, setor financeiro.. ❖ MICRO: desencadear e acompanhar os processos de trabalho referentes às ações de expansão e melhoria dos serviços; planejamento e programação, elaboração de normas e rotinas técnicas, contratação de empresas de fornecedores de materiais, alocação e capacitação dos trabalhadores e a dotação de recursos financeiros. E para fortalecimento da participação, contemplá-la nos seus processos de trabalho. DIMENSÃO INSTITUCIONAL ❖ MACRO: análise apurada dos interesses de cada instituição. ❖ MESO: a organização deve adotar procedimentos que fortaleçam as alianças, colaborando com as instituições que têm interesses comuns. ❖ MICRO: o gestor tem que fazer adaptações nos processos de trabalho, visando a atender às necessidades postas pelas relações interinstitucionais. DIMENSÃO TÉCNICO SANITÁRIA ❖ MACRO: formular políticas e programas de saúde. ❖ MESO: planejamento e avaliação. ❖ MICRO: assegurar aos trabalhadores de saúde os meios necessários à execução de seu trabalho. DIMENSÃO ADMINISTRATIVA ❖ MACRO: articular todos os interessados na questão para discutir uma política de pessoal, identificando o perfil da mão-de-obra necessária, em quantidade e qualidade, para alcançar os objetivos das políticas de saúde; elaboração da política de forma transparente; ❖ MESO: ampliar e qualificar o quadro de pessoal, assim como implantar planos de cargos, carreiras e vencimentos; ❖ MICRO: mecanismos de acompanhamento do trabalho profissional. Protocolos clínicos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas - são documentos que têm como objetivo garantir o melhor cuidado de saúde no SUS, incluindo recomendações de condutas, medicamentos ou produtos para as diferentes fases evolutivas de um agravo à saúde ou de uma determinada condição. Normalizam o padrão de atendimento à determinada patologia ou condição. OBJETIVOS ❖ Fornecer elementos de apoio à decisão e ao manejo clínico ❖ Orientar quanto à organização do processo de trabalho ❖ Definir competências e responsabilidades dos serviços, das equipes e dos profissionais ❖ Melhorar a qualidade do atendimento, eficiência e efetividade clínica. A nova legislação reforçou a utilização da análise baseada em evidências científicas para a elaboração dos PCDT, explicitando os critérios de eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade para a formulação das recomendações sobre intervenções em saúde. As recomendações inclusas nos PCDT são de observação obrigatória tanto por gestores quanto profissionais e serviços de saúde no âmbito do SUS. Dessa forma, esses documentos também podem ser utilizados como auxílio administrativo e como materiais informativos destinados ao esclarecimento de programas, serviços e direitos disponíveis no SUS, aos usuários do sistema e ao Poder Judiciário. ➔ O Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – CONITEC, tem como atribuições a incorporação, exclusão ou alteração de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou alteração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). A Secretaria-Executiva da CONITEC, exercida pelo Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde (DGITS) da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde, recebe demandas por elaboração de PCDT do Plenário da CONITEC ou áreas técnicas
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