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AULA 12 PREV APOSENTADORIA ESPECIAL

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AULA 12 PREV. APOSENTADORIA ESPECIAL
EXIGÊNCIA DE LTCAT A PARTIR DE 10.12.1997
-Lei 9.032/95 extinguiu enquadramento por categoria, estando o segurado a partir de então obrigado a provar exposição a agentes agressivos, sem definir como se daria tal comprovação.
- M.P. 1.523, de 11/10/96 instituiu o laudo.
- Decreto 2.172, de 05/03/97 regulamenta a M.P.
- Lei 9.528, de 10/12/97 – convolação da M.P. em Lei.
- REsp 436.308/RS.
SERVIDORES PÚBLICOS E A CONVERSÃO (STF)
TEMA 942 – JULGADO EM 28/08/20 - TESE FIRMADA: Até a edição da Emenda Constitucional nº 103/2019, o direito à conversão, em tempo comum, do prestado sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física de servidor público decorre da previsão de adoção de requisitos e critérios diferenciados para a jubilação daquele enquadrado na hipótese prevista no então vigente inciso III do § 4º do art. 40 da Constituição da República, devendo ser aplicadas as normas do regime geral de previdência social relativas à aposentadoria especial contidas na Lei 8.213/1991 para viabilizar sua concretização enquanto não sobrevier lei complementar disciplinadora da matéria. Após a vigência da EC n.º 103/2019, o direito à conversão em tempo comum, do prestado sob condições especiais pelos servidores obedecerá à legislação complementar dos entes federados, nos termos da competência conferida pelo art. 40, § 4º-C, da Constituição da República.
LAUDO DE RUÍDO
Fincou-se equivocado entendimento nas esferas administrativa e judicial, no sentido de ser sempre necessária a apresentação de laudo técnico para comprovação de exposição a ruído, qualquer que seja o período trabalhado. Porém não comporta guarida citado posicionamento, vez que a fonte formal que instituiu a obrigatoriedade de laudo para aludida demonstração somente nasceu com a Circular 90, de 06 de junho de 1984.
“.......III- A Circular n. 90, de 06.06.84, que passou a exigir perícia para comprovação de insalubridade, não poderá ser aplicada no presente caso, haja vista que à época dos fatos o ex-empregador não estava obrigado a oferecer laudo pericial para comprovação de atividades sob condições especiais (AC n. 91.01.06205-0/MG)......” (TRF 1ª Região; 1ª Turma; AC 92.01.02457-6/MG; Rel. Juiz Carlos Olavo; J. em 25/11/99; D.J.U. 07/02/2000, pág. 93).
LAUDO DE RUÍDO
“É corrente em nossos tribunais a tese de que sempre se exigiu laudo técnico para comprovar a exposição do trabalhador aos agentes físicos ruído e calor em níveis superiores aos limites máximos de tolerância. Entretanto, no tocante às atividades profissionais exercidas até 10/12/97 - quando ainda não havia a exigência legal de laudo técnico -, essa afirmação deve ser compreendida, não na literalidade, mas no sentido de ser necessário o atesto efetivo e seguro dos níveis de intensidade dos agentes nocivos a que o trabalhador esteve exposto durante sua jornada laboral.
Logo, para as atividades profissionais exercidas até 10/12/97, é suficiente que os documentos apresentados façam expressa menção aos níveis de intensidade dos agentes nocivos” 
			TERMO INICIAL
Segurado requereu B46 em 2015 sem apresentar nenhum PPP. Processo adm exauriu a seara administrativa. Ajuizou ação ainda sem os documentos comprobatórios e em sede de perícia,
realizada em junho/2020, foi confirmada a especialidade. QUAL O TERMO INICIAL A SER FIXADO NA SENTENÇA: A DER, O AJUIZAMENTO DA AÇÃO, A CITAÇÃO OU A DATA DA PERÍCIA?
"PREVIDENCIÁRIO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. APOSENTADORIA ESPECIAL. TERMO INICIAL: DATA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO, QUANDO JÁ PREENCHIDOS OS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA PROVIDO.
1. O art. 57, § 2o., da Lei 8.213/91 confere à aposentadoria especial o mesmo tratamento dado para a fixação do termo inicial da aposentadoria por idade, qual seja, a data de entrada do requerimento administrativo para todos os segurados, exceto empregado.
2. A comprovação extemporânea da situação jurídica consolidada em momento anterior não tem o condão de afastar o direito adquirido do segurado, impondo-se o reconhecimento do direito ao benefício previdenciário no momento do requerimento administrativo, quando preenchidos os requisitos para a concessão da aposentadoria.
3. In casu, merece reparos o acórdão recorrido que, a despeito de reconhecer que o segurado já havia implementado os requisitos para a concessão de aposentadoria especial na data do requerimento administrativo, determinou a data inicial do benefício em momento posterior, quando foram apresentados em juízo os documentos comprobatórios do tempo laborado em condições especiais.
4. Incidente de uniformização provido para fazer prevalecer a orientação ora firmada."
(STJ - Petição no 9.582 - RS (2012/0239062-7), Primeira Seção, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 26/08/15)
 CONVERSÃO COMUM EM ESPECIAL ANTES DE 28/04/95
STJ: “A lei vigente por ocasião da aposentadoria é a aplicável ao direito à conversão entre tempos de serviço especial e comum, independentemente do regime jurídico à época da prestação do serviço” (REsp 1310034/PR, 1ª Seção, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 24/10/2012).
No mesmo sentido: REsp 1.151.652/MG, 5ª T., Rel. Min. Laurita Vaz, DJe 9.11.2009; REsp 270.551/SP, Rel. Min.Gilson Dipp, 5ª T., DJ 18.03.2002; AgRg nos EDcl no Ag 1.354.799/PR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª T., DJe 5.10.2011.
Ver também: REsp Representativo de Controvérsia 1.151.363/MG, 3ª Seção, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 23/03/2011.
CONVERSÃO COMUM EM ESPECIAL ANTES DE 28/04/95 EDcl no Resp 1.310.034/PR DJe (02/02/2015) :
“...A tese adotada por esta Primeira Seção não viola o direito adquirido, pois o direito à conversão é expectativa que somente se incorpora ao patrimônio jurídico do segurado quando feita a proporção temporal, no momento do jubilamento, entre aposentadoria especial (25 anos) e aposentadoria por tempo de contribuição (30 anos, se mulher, e 35 anos, se homem)...”.
 CONVERSÃO COMUM EM ESPECIAL ANTES DE 28/04/95 STF, TEMA 943
Possibilidade de conversão do tempo de serviço comum para especial, mediante a aplicação do fator 0,71 de conversão, nas hipóteses em que o trabalho fora prestado em período anterior à Lei n. 9.032/1995, para fins de concessão de aposentadoria especial com data de início posterior à essa legislação. RE 1.029.723. NÃO HÁ REPERCUSSÃO GERAL.
CONVERSÃO COMUM EM ESPECIAL ANTES DE 28/04/95
CARLO FRANCESCO GABBA
"É adquirido todo direito que: a) seja conseqüência de um fato idôneo a produzi-lo, em virtude da lei do tempo no qual o fato se viu realizado, embora a ocasião de fazê-lo valer não se tenha apresentado antes da atuação de uma lei nova a respeito do mesmo; e que b) nos termos da lei sob o império da qual se verificou o fato de onde se origina, entrou imediatamente a fazer parte do patrimônio de quem o adquiriu" . Teoria della Retroattività delle Leggi. Torino. 1891. 3ª Edição, volume I. p. 191.
CONVERSÃO COMUM EM ESPECIAL ANTES DE 28/04/95
LUZ NO FIM DO TÚNEL 01 – Min. Barroso
“...direito adquirido traduz a situação em que o fato aquisitivo aconteceu por inteiro, mas por qualquer razão ainda não se operaram os efeitos dele resultantes. Nessa hipótese, a CF assegura a regular produção de seus efeitos, tal como previsto na norma que regeu sua formação, nada obstante a existência de lei nova”.
E resume: “a) Expectativa de direito: o fato aquisitivo teve início, mas não se completou; b) Direito adquirido: o fato aquisitivo já se completou, mas o efeito previsto na norma ainda não se produziu; c) Direito consumado: o fato aquisitivo já se completou e o efeito previsto na norma já se produziu integralmente” (Curso de Direito Constitucional Contemporâneo. Ed.Saraiva. 2009 p. 184-5).
Ler artigo do Dr. Diego Henrique Schuster na Revista de Direito Previdenciário Brasileiro n. 20 – abril/maio de 2014. Ed. Lex Magister.
CONVERSÃO COMUM EM ESPECIAL ANTES DE 28/04/95
LUZ NO FIM DO TÚNEL 02
“Saliento, ainda, que, a prevalecera tese de que a lei que incide para definir a possibilidade de conversão entre tempo de serviço especial e comum é a vigente quando do preenchimento dos requisitos para a aposentadoria, não se poderia mais converter os períodos de atividade por categoria profissional, considerando que a legislação atual não permite mais essa forma de conversão”....“pois, se à época do exercício da atividade se possibilitava a conversão, o segurado adquire esse direito, ainda que os requisitos necessários à aposentação venham a ser preenchidos em momento posterior, na vigência de legislação que não mais contemple tal possibilidade” (PEDILEF 5011435-67.2011.4.04.7107, Rel. p/ acórdão João Batista Lazzari, DOU 23/01/2015).
HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA
Requisitos inseridos na Lei em 28/04/95 (L. 9.032). TNU, SÚMULA 49, Para reconhecimento de condição especial de trabalho antes de 29/04/1995, a exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física não precisa ocorrer de forma permanente.
HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA
Decreto 3.048/99 com a redação do Dec. 8.123/2013
"Art. 65. Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do
cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço".
O critério de permanência está ligado ao tempo de exposição ao agente nocivo e não à jornada de trabalho.Ex.: Ruído.
HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA
EXEMPLOS: - PROFESSOR DE MÚSICA (livro Bramante) -PROFESSOR DE QUÍMICA (meu livro)
-RUÍDO (NR-15)
HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA
"6 - Ressalte-se que apesar do formulário DSS-8030 (fl. 51) e do laudo individual de avaliação ambiental (fls. 52/54) mencionar que a utilização de hidrocarbonetos se dava "de forma habitual, porém não permanente", em laudo pericial (fls. 116/125), constatou-se o contato habitual e permanente. Ademais, ainda que o contato não fosse permanente, seria possível o reconhecimento da especialidade, isto porque os requisitos de "habitualidade" e "permanência" devem ser interpretados com granus salis. Exigir-se do trabalhador a exposição ininterrupta aos agentes agressivos, por toda a sua jornada de trabalho, ficaria restrita somente àqueles que tivessem sua saúde esmigalhada. Permanência pressupõe que a exposição seja duradoura, capaz de prejudicar a saúde do trabalhador, mas não se exige seja ininterrupta, pois, a seguir esse raciocínio, somente faria jus à aposentadoria especial o trabalhador doente. Por esta razão, é que a situação de intermitência não afasta a especialidade do labor, desde que a exposição se dê rotineiramente, de maneira duradoura” (TRF3, 7a T., Proc. 0003332-59.2005.4.03.6117; DJe 08/11/2017).
HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA
“III- Os requisitos da habitualidade e da permanência devem ser entendidos como não-eventualidade e efetividade da função insalutífera, continuidade e não-interrupção da exposição ao agente nocivo. A intermitência refere-se ao exercício da atividade em local insalubre de modo descontínuo, ou seja, somente em determinadas ocasiões. IV- Se o trabalhador desempenha diuturnamente suas funções em locais insalubres, mesmo que apenas em metade da sua jornada de trabalho, tem direito ao cômputo do tempo de serviço especial, porque estava exposto ao agente agressivo de modo constante, efetivo, habitual e permanente” (TRF4,6a T., AC 2000.04.01.073799-6/PR, DJU 09/05/2001).
HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA NO PPP
16. Todavia, para a escorreita análise do feito, especialmente, no que diz respeito à habitualidade e permanência da referida exposição a agentes nocivos, é indispensável a apresentação do Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho – LTCAT, que embasou a elaboração dos Perfis Profissiográficos Previdenciários – PPP’s acostados.
17. Saliente-se também que, dentre os agentes nocivos informados, encontra-se o ruído, cuja apresentação é imprescindível.
18. Desta feita, determino a baixa dos autos em diligência e, por se tratar de ônus processual que incumbe ao demandante, determino que, no prazo de 30 dias úteis, promova a juntada dos LTCAT´s que embasaram a elaboração dos PPP´s referentes aos interregnos pretendidos ou comprove documentalmente a tentativa frustrada de fazê-lo, com vistas a justificar a providência por intermédio de requisição do Poder Judiciário, sob pena de preclusão da prova. Processo 5002981-83.2018.4.03.6104, 4a VF de Santos/SP
O PPP é um formulário completo, emitido com base em LTCAT, que deve conter todas as informações laborais do segurado, cargo, função, local e setor de trabalho, etc. A permanência é presumida e decorre da descrição das atividades e da profissiografia. Se não há informações em sentido contrário, é porque está presente tal requisito.
“Não há campo específico no PPP para esta informação, como havia nos antigos formulários. Quisesse o INSS que constasse essa observação, teria criado o campo…” Profa. Bramante.
DESNECESSIDADE DO LTCAT ACOMPANHAR O PPP
"PREVIDENCIÁRIO. COMPROVAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. RUÍDO. PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO (PPP). APRESENTAÇÃO SIMULTÂNEA DO RESPECTIVO LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO (LTCAT). DESNECESSIDADE QUANDO AUSENTE IDÔNEA IMPUGNAÇÃO AO CONTEÚDO DO PPP” (AgInt no ARESP 434.635/SP, 1a T., DJe 09/05/2017).
 PERICULOSIDADE
Para alguns incabível após o advento do Dec. 2.172/97; para outros devido à ausência de habitualidade e permanência; para outros por não estar expressamente prevista na C.F., mediante analogia ao servidor público (art. 40, § 4º, II).... Contudo.... C.F., art. 201, § 1º - “É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar.”
Lei 8.213/91, art. 58: “A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física considerados para fins de concessão da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior será definida pelo Poder Executivo”.
 CONCEITO DO PROF. SÉRGIO PINTO MARTINS SOBRE APOSENTADORIA ESPECIAL = “Trata-se de um benefício de natureza extraordinária, tendo por objetivo compensar o trabalho do segurado que presta serviços em condições adversas à sua saúde ou que desempenha atividade com riscos superiores aos normais”.
PERICULOSIDADE – ELETRICIDADE – TEMA 534 STJ
STJ - REsp 1306113/SC – DJe 07/03/2013- 1ª SEÇÃO - DIREITO PREVIDENCIÁRIO. ARTS. 57 E 58 DA LEI N. 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ). É possível considerar como atividade especial para fins previdenciários o trabalho exposto à eletricidade, mesmo se exercido após a vigência do Dec. n. 2.172/1997, que suprimiu eletricidade do rol de agentes nocivos. À luz da interpretação sistemática, as normas regulamentadoras que estabelecem os casos de agentes e atividades nocivas à saúde do trabalhador são exemplificativas, podendo ser considerado especial o labor que a técnica médica e a legislação correlata considerarem como prejudiciais ao obreiro, desde que o trabalho seja permanente, não ocasional nem intermitente e em condições especiais (art. 57, § 3º, da Lei n. 8.213/1991). O extinto TFR também já havia sedimentado na Súm. n. 198 o entendimento acerca da não taxatividade das hipóteses legais de atividade especial. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.168.455-RS, DJe 28/6/2012, e AgRg no REsp 1.147.178-RS, DJe 6/6/2012.
 PERICULOSIDADE
É NECESSÁRIO HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA?
TNU, TEMA 210
Saber se, para o reconhecimento de tempo especial pela exposição nociva ao agente físico eletricidade, há necessidade de comprovar a habitualidade e a permanência.
PERICULOSIDADE - TNU TEMA 210
“PEDIDO DEUNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. TEMA REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. APOSENTADORIA ESPECIAL.
ELETRICIDADE. HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA DA ATIVIDADE PROFISSIONAL QUE EXPONHA O SEGURADO AO AGENTE NOCIVO. PRESENÇA DE EXPOSIÇÃO A TENSÕES
SUPERIORES A 250 VOLTS.
RISCO INERENTE À ATIVIDADE E INDISSOCIÁVEL DA PRODUÇÃO DO BEM OU DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO ENVOLVIDO. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO.”
(TNU, PEDILEF 0501567-42.2017.4.05.8405/RN, Rel. Juiz Federal Bianor Arruda Bezerra Neto, j. 12/12/19, DJe 17/12/19).
PERICULOSIDADE - VIGILANTES
DUAS POLÊMICAS:
1) É POSSÍVEL ENQUADRAMENTO POR PERICULOSIDADE APÓS 28/04/95 (para alguns após 05/03/97)?
2) NECESSITA DE ARMA DE FOGO?
PERICULOSIDADE - VIGILANTES
“....Efetivamente, cada vez mais as atividades da segurança privada aproximam-se daquelas desenvolvidas pela força policial pública, especialmente pelo permanente uso de arma de fogo e elevação do grau de exposição ao risco da ação criminosa, em face da deficiência da polícia estatal” (TRF4, 5ª T., AC 0001489-73.2008.404.7007/PR, j. 15/06/2011).
“....5. Demonstrado o exercício de atividade perigosa (vigia, fazendo uso de arma de fogo) em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física - risco de morte -, é possível o reconhecimento da especialidade após 28-04-1995” (TRF4, 6ª T. Proc. 50.20009-37.2010.404.7100/RS, J. 17/05/2012)
“PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL. AGRAVO DO §1º ART.557 DO C.P.C. ATIVIDADE ESPECIAL. VIGIA. ANTES DE 10.12.1997 ADVENTO DA LEI 9.528/97 INDEPENDE DE PORTE
DE ARMA DE FOGO. REQUISITO NÃO PREVISTO EM LEI.
I - O porte de arma reclamado pelo réu, para fins de enquadramento especial da atividade de vigia, não é requisito previsto em lei, assim, a apreciação do pedido de conversão de tempo de atividade especial em comum deve levar em consideração apenas os critérios legais estabelecidos pela legislação vigente à época em que a atividade foi efetivamente exercida.
II - Todavia, após 10.12.1997, advento da Lei nº 9.528/97, em que o legislador passou a exigir a efetiva comprovação da exposição a agentes nocivos, ganha significativa importância na avaliação do grau de risco da atividade desempenhada (integridade física), em se tratando da função de vigilante, a necessidade de arma de fogo para o desempenho das atividades
profissionais, situação comprovada no caso dos autos, inclusive, com cursos específicos, requeridos/autorizados pela Polícia Federal para o desempenho da função (fl.169/176). III....IV....” (TRF3, Proc. 2007.61.83.001598-6, 10ª T., j. 30/10/2012).
"PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. GUARDA. CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. TUTELA ANTECIPADA. REMESSA OFICIAL. NÃO CONHECIMENTO.
I- No que se refere à conversão do tempo de serviço especial em comum, a jurisprudência é pacífica no sentido de que deve ser aplicada a lei vigente à época em que exercido o trabalho, à luz do princípio tempus regit actum.
II- Com relação à atividade de guarda ou vigilante, é possível o reconhecimento, como especial, da atividade exercida após 28/4/95, em decorrência da periculosidade inerente à atividade profissional, com elevado risco à vida e integridade física.
III-Ressalta-se, por oportuno, que a não comprovação do desempenho das atividades munido de arma de fogo não impede o reconhecimento do tempo especial, uma vez que o Decreto nº 53.831/64, código 2.5.7, não impõe tal exigência para aqueles que tenham a ocupação de "Guarda” (TRF3, Proc. 0038628-24.2014.4.03.9999/SP; 8a T.; j. 23/10/2017).
“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. CÔMPUTO DE TEMPO DE LABOR RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. COMPROVAÇÃO. RECONHECIMENTO. CONVERSÃO. LEI Nº 9.711/98. DECRETO Nº 3.048/99. PREVIDENCIÁRIO. VIGIA. DESNECESSIDADE DO PORTE DE ARMA DE FOGO . CONCESSÃO. JUROS. HONORÁRIOS.
1 a 4…omissis.		
5. A atividade de vigia é considerada especial, por analogia à função de Guarda, prevista no Código 2.5.7 do Decreto 53.832/64, tida como perigosa. A caracterização de tal periculosidade, no entanto, independe do fato de o segurado portar, ou não, arma de fogo no exercício de sua jornada laboral, porquanto tal requisito objetivo não está presente na legislação de regência.
PERICULOSIDADE - VIGILANTES
6. Apelo provido, remessa oficial provida em parte."
(TRF-4ª Região, AC nº 2001.71.14.000012-1/RS, Rel. Des. Fed. Luís Alberto d'Azevedo Aurvalle, Turma Suplementar, j. 27/6/07, v.u., DJU de 16/7/07)
ARTIGO 57, §8º DA LEI 8.213/91: O
SEGURADO APOSENTADO PELA ESPECIAL NÃO PODERÁ MAIS EXERCER ATIVIDADE TIDA COMO TAL. E SE DEPOIS DE ANOS TRAMITANDO A AÇÃO JUDICIAL, A DECISÃO CONCEDE AP. ESPECIAL DESDE A D.E.R. E O SEGURADO SE MANTEVE NA ATIVIDADE ?? CONTINUIDADE DA AT ESPECIAL POUCO IMPORTA....O AFASTAMENTO DO AMBIENTE NOCIVO NÃO É REQUISITO PARA CONCESSÃO DA ESPECIAL, MAS SOMENTE MOTIVO PARA SUSPENSÃO DO PAGAMENTO....(pode até requerer, conceder, pedir a suspensão e permanecer trabalhando).
ADEMAIS, FOI O INSS QUEM IMPEDIU O AFASTAMENTO AO NÃO RECONHECER A ESPECIALIDADE, NÃO PODENDO A AUTARQUIA SE BENEFICIAR DE SEU EQUÍVOCO OU TORPEZA
CONTINUIDADE DA AT ESPECIAL IN 77/2015, Art. 254. A aposentadoria especial requerida e concedida a partir de 29 de abril de 1995, data da publicação da Lei nº 9.032, de1995, em virtude da exposição do trabalhador a agentes nocivos, será cessada pelo INSS, se o beneficiário permanecer ou retornar à atividade que enseje a concessão desse benefício, na mesma ou em
outra empresa, qualquer que seja a forma de prestação de serviço ou categoria de segurado.
§3º. Não será considerado permanência ou retorno à atividade o período entre a data do requerimento da aposentadoria especial e a data da ciência da decisão concessória do benefício.
CONTINUIDADE DA ATIVIDADE ESPECIAL outra fundamentação “PREVIDENCIÁRIO. CONSTITUCIONAL. ARGUIÇÃO DE INCONSTUCIONALIDADE. § 8º DO ARTIGO 57 DA LEI Nº 8.213/91. APOSENTADORIA ESPECIAL. VEDAÇÃO DE PERCEPÇÃO POR TRABALHADOR QUE CONTINUA NA ATIVA, DESEMPENHANDO ATIVIDADE EM CONDIÇÕES ESPECIAIS.
3. A restrição à continuidade do desempenho da atividade por parte do trabalhador que obtém aposentadoria especial cerceia, sem que haja autorização constitucional para tanto (pois a constituição somente permite restrição relacionada à qualificação profissional), o desempenho de atividade profissional, e veda o acesso à previdência social ao segurado que implementou os requisitos estabelecidos na legislação de regência.
OUTRA FUNDAMENTAÇÃO
4. A regra em questão não possui caráter protetivo, pois não veda o trabalho especial, ou mesmo sua continuidade, impedindo apenas o pagamento da aposentadoria. Nada obsta que o segurado permaneça trabalhando em atividades que impliquem exposição a agentes nocivos sem requerer aposentadoria especial; ou que aguarde para se aposentar por tempo de contribuição, a fim de poder cumular o benefício com a remuneração da atividade, caso mantenha o vínculo; como nada impede que se aposentando sem a consideração do tempo especial, peça, quando do afastamento definitivo do trabalho, a conversão da aposentadoria por tempo de contribuição em aposentadoria especial. A regra, portanto, não tem por escopo a
proteção do trabalhador, ostentando mero caráter fiscal e cerceando de forma indevida o desempenho de atividade profissional” (TRF4; Arguição de Inconstitucionalidade 5001401-77.2012.404.0000).
STF TEMA 709
“RE em que se discute, à luz dos arts. 5º, XIII; 7º, XXXIII, e 201, par. 1º, da CF, a constitucionalidade do par. 8º do art. 57 da Lei 8.213/91, que veda a percepção do benefício da aposentadoria especial pelo segurado que continuar exercendo atividade ou operação nociva à saúde ou à integridade física” (RE 788.092, Rel. Min Dias Toffoli, Rep. Geral reconhecida pelo Plenário Virtual em 28/03/2014).
CONTINUIDADE DA AP ESPECIAL STF TEMA 709 – JULGADO EM 08/06/20
"I) É constitucional a vedação de continuidade da percepção de aposentadoria especial se o beneficiário permanece laborando em atividade especial ou aela retorna, seja essa atividade especial aquela que ensejou a aposentação precoce ou não.
II) Nas hipóteses em que o segurado solicitar a aposentadoria e continuar a exercer o labor especial, a data de início do benefício será a data de entrada do requerimento, remontando a esse marco, inclusive, os efeitos financeiros. Efetivada, contudo, seja na via administrativa, seja na judicial a implantação do benefício, uma vez verificado o retorno ao labor nocivo ou sua continuidade, cessará o benefício previdenciário em questão.
STF TEMA 709 – voto condutor
Ora, se a presunção de incapacidade é, consoante dito, absoluta; se a finalidade da instituição do benefício em questão é, em essência, resguardar a saúde e o bem-estar do trabalhador que desempenha atividade especial; se o intuito da norma ao possibilitar a aposentadoria antecipada é justamente retirá-lo do ambiente insalubre e prejudicial à sua incolumidade física, a fim de que não tenha sua integridade severa e irremediavelmente afetada, qual seria o sentido de se permitir que o indivíduo perceba a aposentadoria especial mas continue a desempenhar atividade nociva? Como se nota, sob essa óptica, a previsão do art. 57, § 8o da Lei n.o 8.213/91 é absolutamente razoável e consentânea com a vontade do legislador. 
Desarrazoado, ilógico e flagrantemente contrário à ideia que guiou a instituição do benefício é, justamente, permitir o retorno ao labor especial ou sua continuidade após a obtenção da aposentadoria – prática que contraria em tudo o propósito do benefício e que significa ferir de morte.
STF TEMA 709
Termo inicial: NA DER! Voto do Min. Alexandre de Moraes inclusive cita a Pet. 9.582/RS do STJ, que vimos quando tratamos justamente da DIB da Ap. Esp. Cancelamento x suspensão: Constou do item II da tese firmada cancelamento, apesar do relator falar em suspensão/suspenso três vezes no voto. Ex.: “Esse retorno ou continuidade significa apenas que o percebimento dos proventos da aposentadoria ficará suspenso enquanto perdurar o labor nocivo – esse é o conteúdo do art. 57, § 8o, o qual, em momento algum, visou a dispor sobre a data de início do benefício, mas sim, vale ressaltar, sobre hipóteses de suspensão de aposentadorias especiais já
concedidas (fls. 23/24)”.
STF TEMA 709
CANCELAMENTO X SUSPENSÃO: Pode dar espaço para o INSS ou o Executivo efetivamente cancelar a inativação especial em caso de manutenção ou retorno à atividade inóspita. Em cancelando, o segurado que gozava da aposentadoria especial terá que fazer novo requerimento, sujeito ao risco de outra análise da documentação?
STF TEMA 709
PARA REFLETIR: Após a decisão do Tema 709 confirmando a constitucionalidade do § 8º, do art. 57 da Lei 8.213/91, como o dispositivo remete ao art. 46 também do PBPS, pode ser requerida a aplicação, ainda que parcial, do art. 47, que trata da mensalidade de recuperação, como, por exemplo, a manutenção da aposentadoria especial simultaneamente ao exercício de atividade agressiva por seis meses, para que o segurado busque outra colocação no mercado ???
“DEFORMA” DA PREVIDÊNCIA (EC 103/19)
-INSTITUI IDADE MÍNIMA / -EXTINGUE A CONVERSÃO / -SILENCIA SOBRE PERICULOSIDADE / - EXIGE “EFETIVA” EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS (sal. maternidade, benefícios por incapacidade?)
- TRAZ 3 REGRAS: PERMANENTE,
TRANSITÓRIA E DE TRANSIÇÃO.
EC 103/19 – REGRA PERMANENTE
CF, ART. 201, § 1º. É VEDADA A ADOÇÃO DE REQUISITOS OU CRITÉRIOS DIFERENCIADOS PARA
CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS, RESSALVADA, NOS TERMOS DE LEI COMPLEMENTAR, A POSSIBILIDADE DE PREVISÃO DE IDADE E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DISTINTOS DA REGRA GERAL PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA EXCLUSIVAMENTE EM FAVOR DOS SEGURADOS:
II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
EC 103/19 – REGRA TRANSITÓRIA
ART. 19, § 1º. Até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou tempo de contribuição prevista nos §§ 1º e 8º do art. 201 da Constituição Federal, será concedida aposentadoria:
I - aos segurados que comprovem o exercício de atividades com efetiva exposição a
agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde....
a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 (quinze) anos de contribuição;
b) 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de
20 (vinte) anos de contribuição; ou c) 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 (vinte e cinco) anos de contribuição;
EC 103/19 – REGRA DE TRANSIÇÃO
Art. 21. O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdência Social ou ingressado no serviço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional cujas atividades tenham sido exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde... poderão aposentarse quando o total da soma resultante da sua idade e do tempo de contribuição e o tempo de efetiva exposição forem, respectivamente, de: 
I - 66 (sessenta e seis) pontos e 15 (quinze) anos de efetiva exposição;
II - 76 (setenta e seis) pontos e 20 (vinte) anos de efetiva exposição; e
III - 86 (oitenta e seis) pontos e 25 (vinte e cinco) anos de efetiva exposição.
EC 103/19 – IDADE MÍNIMA
- NEGA O CARÁTER PREVENTIVO DAAP ESPECIAL.
- CARACTERIZA RETROCESSO SOCIAL.
- AUSÊNCIA DE ESTUDOS QUE DEMONSTREM SER O ORGANISMO HUMANO CAPAZ DE SUPORTAR MAIS TANTO TEMPO DE EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS.
- LEGIÃO DE INCAPAZES.
- INCONGRUÊNCIAS JURÍDICAS (MINEIRO DE SUBSOLO).
- AGRIDE O SOBREPRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.
 IDADE MÍNIMA X RETROCESSO SOCIAL
PROJETO DE LEI 973/1968. EMENDAS DO DEP. FLORICENO PAIXÃO: “Justificação da Emenda n. 01. A recente Lei 4.130, de 28 de fevereiro de 1962, que suprimiu o fator idade para a concessão, pelo INPS, da aposentadoria por tempo de serviço. Esqueceram-se os legisladores, entretanto, de estender a supressão ao mesmo requisito em relação à aposentadoria especial de que trata o artigo 31 da Lei Orgânica da Previdência Social, pois a aposentadoria especial é considerada uma aposentadoria por tempo de serviço com prazos reduzidos em razão das condições
penosas, de insalubridade ou de periculosidade, sob as quais os trabalhadores exercem suas atividades. Daí deve-se com maior razão, suprimir o fator idade como um dos requisitos para a concessão da aposentadoria chamada especial. Sala das sessões, 31/01/1968. Deputado Floriceno Paixão”.
PROJETO DE LEI 973/1968. EMENDAS DO DEP. FLORICENO PAIXÃO:
“Justificação da Emenda nº 02. A Lei 4.130, de 28 de fevereiro de 1962, suprimiu por inteiro a exigência da idade (55) anos para a concessão da aposentadoria por tempo de serviço (30 ou 35 anos de serviço) na previdência social, Mas o legislador se esqueceu de fazer o mesmo relativamente à aposentadoria chamada ‘especial’, que é concedida ao ‘segurado que tenha trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos, pelo menos, conforme a atividade profissional, em serviços que, para esse efeito, forem considerados penosos, insalubres e perigosos, por decreto do Poder Executivo’. Como esse limite mínimo (50 anos de idade) é muito elevado, pretendemos sua alteração para 40 anos, por entender que a exigência, tal como está na lei, é altamente danosa ao trabalhador. Na verdade, se este começa a trabalhar com 18 anos, exercendo uma atividade considerada altamente perigosa ou insalubre, por exemplo, já teria direito a requerer sua aposentadoria com 33 anos, mas não pode fazê-lo precisamente porque terá que aguardar que complete 50 anos de idade, isto é, terá que trabalhar mais 17 anos para fazer jus ao benefício da previdência social...” Sala das sessões, 29/1/68 – Deputado Floriceno Paixão”.
 Expressamente previsto no Protocolo de San Salvador, ADENDO AO PACTO dE SAN JOSÉ, E aprovado pelo Congresso Nacionalatravés do Decreto Legislativo n.º 56, de 19 de abril de
1995, a cláusula de proibição do retrocesso consiste, em breve síntese, na vedação à retirada, restrição ou diminuição por parte do Estado, dos direitos fundamentais sociais já reconhecidos, implementados e positivados no ordenamento jurídico de um país. Tribunal Constitucional Português: “[...] a partir do momento em que o Estado cumpre (total ou parcialmente) as tarefas constitucionalmente impostas para realizar um direito social, o respeito constitucional deste deixa de consistir (ou deixa de constituir apenas) numa obrigação positiva, para se transformar ou passar também a ser uma obrigação negativa. O Estado, que estava obrigado a actuar para dar satisfação ao direito social, passa a estar obrigado a absterse de atentar contra a realização dada ao direito social”.
A doutrina mundial inclina-se sensivelmente no sentido de reconhecer o direito às “prestações sociais”, como direito fundamental, intrinsicamente ligado à dignidade da pessoa humana. Assim, quando efetivado ou implementado no plano jurídico interno, passa a gozar da intangibilidade inerente à sua característica de direito essencial, não podendo ser restringido ou extirpado sem a devida compensação.
J.J. Gomes Canotilho: “Os direitos derivados a prestações, naquilo em que constituem a densificação de direitos fundamentais, passam a desempenhar uma função de ‘guarda de flanco’ (J.P. Muller) desses direitos, garantindo o grau de concretização já obtido. Conseqüentemente, eles radicam-s subjectivamente não podendo os poderes públicos eliminar, semcompensação ou alternativa, o núcleo essencial já realizado desses direitos.”
AUSÊNCIA DE ESTUDOS
NÃO FORAM REALIZADOS ESTUDOS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS HÁBEIS A DEMONSTRAR QUE O ORGANISMO HUMANO SUPORTA UM GRANDE ACRÉSCIMO DE TEMPO NA EXPOSIÇÃO A AGENTES DELETÉRIOS, SEM PREJUDICAR AINDA MAIS A SAÚDE DO TRABALHADOR, ATÉ PORQUE O AMBIENTE LABORAL E O CORPO HUMANO CONTINUAM OS MESMOS! OBRIGAR UM SEGURADO A PERMANECER MAIS 10, 15 ANOS EXPOSTO A AGENTES NOCIVOS SÓ PORQUE “MUDOU A CONSTITUIÇÃO”, FERE O PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE.
EC 103/19 – IDADE MÍNIMA
AS MEDIDAS CRIADAS COM O INTUITO DECOMPELIR O EMPREGADOR A INVESTIR NA MELHORIA DO AMBIENTE DE TRABALHO NÃO SURTIRAM EFEITO:
- FAE: AS EMPRESAS PREFEREM OMITIR INFORMAÇÃO OU MESMO MENTIR NO PPP, PARA SE EXIMIR DA CONTRIBUIÇÃO.
- NTEP: OS EMPREGADORES CONTRATAM GRANDES BANCAS DE ADVOCACIA PARA DESCARACTERIZAR OS BENEFÍCIOS ACIDENTÁRIOS.
- Brasil 4º lugar no ranking mundial de mortes por acidente do trabalho (OIT).
- A cada 48 segundos ocorre um at e a cada 3h e 38 min um trabalhador morre devido a at (ANMT).
- DE 2015 A 2017 OCORRERAM 1.757.410 ACIDENTES DO TRABALHO NO BRASIL, SENDO 1.436.406 FORMALMENTE COMUNICADOS E 321.004 SEM COMUNICAÇÃO (AEPS).
.LEGIÃO DE INCAPAZES OBRIGAR OS SEGURADOS A PERMANECER MUITOS ANOS EXPOSTOS A AGENTES NOCIVOS, SEM A DEVIDA COMPENSAÇÃO, CERTAMENTE GERARÁ UMA QUANTIDADE
ENORME DE BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE. INCONGRUÊNCIAS JURÍDICAS Mineiro de subsolo na frente de produção EC 103/19, ART. 19, § 1º, I, a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 (quinze) anos de contribuição; Pardal: o mineiro só começará a trabalhar aos 40 anos de idade, após fazer faculdade, mestrado, doutorado e pós-doc em mineração...
CLT, ART. 301. O trabalho no subsolo somente será permitido a homens, com idade compreendida entre 21 (vinte e um) e 50 (cinqüenta) anos, assegurada a transferência para a superfície nos termos previstos no artigo anterior.
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
A aposentadoria especial possui inegável caráter preventivo, Ao permitir que o segurado se aposente mais cedo para preservar o que ainda lhe resta de saúde. IMPEDIR a inativação antecipada, ao PASSO que o obriga a ERMANECER MUITO MAIS TEMPO EXPOSTO A CONDIÇÕES AGRESSIVAS, AGRIDE O SOBREPRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA EM SEU NÚCLEO ESSENCIAL, QUAL SEJA, O DIREITO À VIDA! 
EC 103/19 – Combate ao argumento econômico - De 2011 a 2017 superávit de 212.229 bilhões (ANFIP) - Na mesma linha o relatório final da CPI da Previdência, que funcionou durante seis meses no Senado Federal, ouviu mais de 140 pessoas, realizou 31 audiência públicas e concluiu oficialmente que, além de não haver déficit no RGPS, os dados, estatísticas e informações veiculadas pelo poder executivo, à época pelo governo anterior, apresentam graves inconsistências e “desenham um futuro aterrorizante e totalmente inverossímil, com o intuito de acabar com a previdência pública e criar um campo para atuação das empresas privadas”, conduta repetida com muito mais ênfase pelo atual governo.
EC 103/19 – Combate ao argumento econômico
SERIA A APOSENTADORIA ESPECIAL A VILÃ DO RGPS?
- De 2015 a 2017 concedidas 2.731.032 aposentadorias urbanas, sendo 62.827 especiais (2,3%).
- De 2015 a 2017 o valor gasto com aposentadorias urbanas concedidas foi de R$ 4.639.677 mil e com ap. especiais R$ 215.957 mil (4,6%).
- De 2015 a 2017 o pagamento de todas as aposentadorias urbanas em manutenção custou R$ 990.450.076 mil; c/ as especiais R$ 34.986.690 mil (3,6%) – (AEPS).
IMPLANTAÇÃO DA IDADE MÍNIMA PARA APROFUNDAR:
- Artigo da Profa. Adriane Bramante no livro “Prática de Direito Previdenciário - Homenagem a Armando Casimiro da Costa”, Ed. LTr. - Artigo Cacá livro “Estudo Aprofundados sobre a Reforma da Previdência”, Ed. JusPodivm.
EC 103/19 – EXTINÇÃO DA CONVERSÃO EC 103/19, Art. 25, § 2º. Será reconhecida a conversão de tempo especial em comum, na forma prevista na Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, ao segurado do Regime Geral de Previdência Social que comprovar tempo de efetivo exercício de atividade sujeita a condições especiais que efetivamente prejudiquem a saúde, cumprido até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, vedada a conversão para o tempo cumprido após esta data.
EC 103/19 – EXTINÇÃO DA CONVERSÃO
-Fere a razoabilidade, o direito adquirido e o ato jurídico perfeito.
- Contraria a isonomia.
-Nega a essência da especial.
-Retrocesso social.
EC 103/19 – PERICULOSIDADE
PROIBIÇÃO RETIRADA DO TEXTO DA PEC 06/19 AOS 45 DO 2º TEMPO!
-VER PLS 245/2019, AUTOR SEN. EDUARDO BRAGA.
EXEMPLO 01: Segurado homem que inicia aos 20 anos de idade o desempenho de atividade especial que exija 25 anos de contribuição, com média contributiva de R$ 5.000,00. Se aposentaria(rá) com:
 REGRA ANTERIOR TRANSITÓRIA DE TRANSIÇÃO 
Idade 45 anos 60 anos 53 anos 
T.C. 25 anos 40 anos 			 33 anos 
RMI (R$) 5.000,00 			 5.000,00 			4.300,00 
Anos a mais xxxx 				15 anos 			08 anos
EXEMPLO 02: Segurado homem com 56 anos de idade, 23 anos de labor nocente e um ano de atividade comum na data da publicação da EC 103/19. 
 REGRA ANTERIOR TRANSITÓRIA DE TRANSIÇÃO 
Idade 58 anos 60 anos 59,5 anos 
T.C. 25 anos* 28 anos 			 27,5 anos** 
RMI (R$) 5.000,00 			 3.800,00 			3.700,00 
Anos a mais 02 				04 anos 			3,5 anos
* só especial. 
** arredondado para baixo.
 TRANSITÓRIA DE TRANSIÇÃO DE TRANSIÇÃO 
 (p/ ap. especial) (p/ ap. especial) (p/ ap. por t.c.)
Idade 60 anos 59,5 anos 60 anos 
T.C. Especial 27 anos 26,5 anos 		 27 anos
T.C. Comum 01 ano 01ano 		 01 ano 
Total comum c/ conversão xxxxxx xxxxxxxxxx 33 anos* (32ª
 02M 12D + 1A) até a EC 103/19	
T.C. faltante xxxxxx xxxxxxx 02 anos na EC 103/19
Pedágio 100% xxxxxx xxxxxxx 04 anos
T.C. total c/ pedágio xxxxxx xxxxxxx 37 anos
RMI (R$) 3.800,00			 3.700,00 			5.000,00 
Anos a mais 04 anos 				3,5 anos 			04 anos
* arredondado para baixo.

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