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MERITÍSSIMO JUÍZO DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE XXXXX - UF
XXXXXXXXXXXXXXXX, mecânico, já cadastrado eletronicamente, vem, respeitosamente, por meio de seus procuradores, perante Vossa Excelência, propor
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA COM PEDIDO DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:
I – DOS FATOS
O Autor, nascido em 09 de junho de 1963, contando atualmente com cinquenta e três anos de idade, filiou-se à Previdência Social no ano de 1986. A tabela a seguir demonstra, de forma objetiva, as atividades laborativas desenvolvidas:
	Admissão
	Rescisão
	Empregador
	Cargo
	Tempo de contribuição
	07/01/1986
	05/04/1987
	Metalúrgica X
	Mecânico / encarregado setor chaparia
	01 ano, 02 meses e 29 dias, convertidos em 01 ano, 08 meses e 29 dias. Atividade considerada insalubre conforme os itens 1.2.11 (hidrocarbonetos) e 1.1.6 (ruído), 2.5.2 e 2.5.3 (trabalhadores nas indústrias metalúrgicas) do Decreto 53.831/64; item 2.5.1 do Decreto 83.080/79 (Indústrias metalúrgicas e mecânicas).
	02/06/1987
	24/09/1987
	X Máquinas e Montagens Ltda.
	Técnico mecânico
	03 meses e 23 dias, convertidos em 05 meses e 08 dias. Atividade considerada insalubre conforme item 1.1.6 (ruído) do Decreto 53.831/64.
	22/10/1987
	31/03/1991
	X Mecânica Metalúrgica Ltda.
	Técnico mecânico
	03 anos, 05 meses e 10 dias, convertidos em 04 anos 09 meses e 26 dias. Atividade considerada insalubre com base nos itens 1.2.11 (hidrocarbonetos), 1.1.6 (ruído) e 2.5.4 (pintura) do Decreto 53.831/64.
	01/04/1991
	24/11/2015
	X Esquadrias Metálicas ideal Ltda. / XLtda. (sucessora)
	Técnico mecânico
	24 anos, 07 meses e 24 dias, convertidos em 34 anos, 06 meses e 04 dias. Atividade considerada insalubre conforme os itens 1.2.11 (hidrocarbonetos), 1.1.6 (ruído) e 2.5.4 (pintura) do Decreto 53.831/64 e itens 1.0.3, 1.0.7, 1.0.19 e 2.0.1 do Decreto 3.048/99.
	TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL
	29 anos, 07 meses e 26 dias
	TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO COM CONVERSÃO (FATOR 1,4)
	41 anos, 06 meses e 05 dias
	TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO SEM CONVERSÃO
	29 anos, 07 meses e 26 dias
	NÚMERO DE CONTRBUIÇÕES
	358 meses
A despeito da existência de todos os requisitos ensejadores do benefício de aposentadoria especial, o Requerente, em via administrativa (comunicação de decisão em anexo), teve seu pedido indevidamente negado, sob a justificativa infundada de que “falta de tempo de contribuição-atividades(s) descrita(s) no formulário de informações especiais não foram enquadradas pela perícia médica”.
Tal decisão indevida motiva a presente demanda.
II – DO DIREITO
O § 1º do art. 201 da Constituição Federal determina a contagem diferenciada dos períodos em que os segurados desenvolveram atividades especiais. Por conseguinte, a Lei 8.213/91, regulamentando a previsão constitucional, estabeleceu a necessidade do desempenho de atividades nocivas durante 15, 20 ou 25 anos para a concessão da aposentadoria especial, dependendo da profissão e /ou agentes nocivos, conforme previsto no art. 57 do referido diploma legal.
É importante destacar que a comprovação da atividade especial até 28 de abril de 1995 era feita com o enquadramento por atividade profissional (situação em que havia presunção de submissão a agentes nocivos) ou por agente nocivo, cuja comprovação demandava preenchimento pela empresa de formulários SB40 ou DSS-8030, indicando o agente nocivo sob o qual o segurado esteve submetido. Todavia, com a nova redação do art. 57 da Lei 8.213/91, dada pela Lei 9.032/95, passou a ser necessária a comprovação real da exposição aos agentes nocivos, sendo indispensável a apresentação de formulários, independentemente do tipo de agente especial. 
Além disso, a partir do Decreto nº 2.172/97, que regulamentou as disposições introduzidas no art. 58 da Lei de Benefícios pela Medida Provisória nº 1.523/96 (convertida na Lei nº 9.528/97), passou-se a exigir a apresentação de formulário-padrão, embasado em laudo técnico, ou perícia técnica. Entretanto, para o ruído e o calor, sempre foi necessária a comprovação através de laudo pericial.
No entanto, os segurados que desempenharam atividade considerada especial podem comprovar tal aspecto observando a legislação vigente à data do labor desenvolvido.
DA COMPROVAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AOS AGENTES NOCIVOS – CASO CONCRETO
Considerando a evolução a respeito do conjunto probatório para o reconhecimento das atividades especiais, passa-se à análise da comprovação dos agentes nocivos presentes em todos os períodos contributivos requeridos no presente petitório.
Período: 07/01/1986 a 05/04/1987
Empresa: Metalúrgica X
Cargo: Mecânico / encarregado do setor chaparia
O Autor laborou no cargo de mecânico e encarregado de setor chaparia em empresa que já encerrou as atividades (certidão da Receita Federal anexa).
Dessa forma, é impossível a apresentação de formulário PPP e laudo técnico para comprovação do tempo de serviço especial.
Não obstante, considerando o cargo registrado na carteira de trabalho (mecânico / encarregado de setor chaparia – fls. 10 e 32 da CTPS), e o ramo da atividade da empresa (metalúrgica - fábrica de implementos agrícolas), resta caracterizado um forte juízo de probabilidade acerca das atividades efetivamente desempenhadas, o que permite o reconhecimento do tempo de serviço especial por categoria profissional (códigos 2.5.2 e 2.5.3 do Decreto 53.831/64 e 2.5.1 do Decreto 83.080/79).
Período: 02/06/1987 a 24/09/1987
Empresa: X Máquinas e Montagens Ltda.
Cargo: Técnico mecânico
No período em análise, o Autor laborou no cargo de técnico mecânico exposto ao ruído em níveis muito superiores ao limite legal. É o que aponta o PPP emitido pelo empregador (Evento 1, PPP, pág. 01, grifos acrescidos):
(DOCUMENTO PERTINENTE)
O empregador apontou ainda que diante da inexistência de dados referentes à época da prestação do serviço, foram utilizados dados de laudos atuais, nos quais constam monitoramentos ambientais correspondentes aos mesmos setores onde o Autor efetivamente desenvolveu suas funções (Evento 1, PPP, pág. 02, grifos acrescidos): 
(DOCUMENTO PERTINENTE)
Portanto, havendo exposição a ruído acima do limite legal, é de ser reconhecida a especialidade do período contributivo sob análise.
Período: 22/10/1987 a 31/03/1991
Empresa: X Mecânica Metalúrgica Ltda.
Cargo: Técnico mecânico
Primeiramente, registra-se que a empresa já encerrou as atividades (comprovante anexo). Entretanto, seguem anexos formulário DSS-8030, PPP e laudo técnico emitido pelo antigo empregador, os quais registram a exposição do Autor ao ruído e a agentes químicos. Veja-se (Evento 1, PPP, pág. 06):
(DOCUMENTO PERTINENTE)
(Evento 1, PPP, pág. 04):
(DOCUMENTO PERTINENTE)
(Evento 1, LAU, pág. 04):
(DOCUMENTO PERTINENTE)
Destaca-se que não constam medições dos níveis de exposição ao ruído nos documentos citados. De qualquer forma, considerando que as atividades desempenhadas no período são as mesmas dos contratos de trabalho subsequentes, verifica-se a possibilidade da utilização por analogia das medições de ruído constantes nos formulários PPP’s referentes às empresas Emil Esquadrias Metálicas Ideal e Lopes & Silveira.
Sendo assim, havendo exposição ao ruído em níveis superiores ao limite legal e agentes químicos, é de ser reconhecido o tempo de serviço especial do período sob análise.
Período: 01/04/1991 a 24/11/2015
Empresa: X Esquadrias Metálicas Ideal Ltda. / X Ltda. (sucessora)
Cargo: Técnico mecânico
De início, vale conferir a descrição das atividades laborais constantes nos PPP’s emitidos (Evento 1, PPP, pág. 06 e 08):
(DOCUMENTOS PERTINENTES)
Os formulários registram ainda a exposição a diversos agentes nocivos, note-se (Evento 1 , PPP, pág. 06 e 08, grifos acrescidos):
(DOCUMENTO PERTINENTE)
Neste ínterim, é oportuno destacar que os formulários estão devidamente preenchidos e que as informações foram baseadas em laudos técnicos. Portanto, constituem prova suficiente da atividade especial desenvolvida no períodoem comento. Nesse sentido:
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ATIVIDADE ESPECIAL. PROVA PERICIAL. SUFICIÊNCIA DO PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO. FORMULÁRIO PREENCHIDO POR SINDICATO. NECESSIDADE. 1. O perfil profissiográfico previdenciário - PPP, elaborado conforme as exigências legais, supre a juntada aos autos do laudo técnico para fins de comprovação de atividade em condições especiais, e, por conseguinte, também afasta a necessidade de perícia judicial. 2. Considerando-se que as empresas não possuem laudo técnico pericial para os períodos em questão, e que os formulários foram preenchidos por representante do sindicato da categoria profissional, revela-se necessária a realização da prova pericial (direta ou indireta, conforme o caso). (TRF4, AG 5020032-64.2015.404.0000, SEXTA TURMA, Relatora p/ Acórdão VÂNIA HACK DE ALMEIDA, juntado aos autos em 14/04/2016, grifos acrescidos).
Sendo assim, comprovada a sujeição do Autor aos agentes nocivos, é imperioso o reconhecimento da atividade especial desenvolvida no período sob análise.
Não obstante, caso Vossa Excelência entenda necessário, poderá ser produzida prova pericial.
DO ENQUADRAMENTO POR CATEGORIA PROFISSIONAL 
No caso em comento, o Autor laborou em indústrias metalúrgicas, desempenhando atividades na fabricação de esquadrias metálicas. À vista disso, as atividades são passíveis de enquadramento por categoria profissional até 28 de abril de 1995, de acordo com o Decreto 53.831/64, item 2.5.3. Nesse sentido:
EMENTA: DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. INTERESSE DE AGIR. COMPETÊNCIA. TEMPO ESPECIAL. CATEGORIA PROFISSIONAL. TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS. SUJEIÇÃO A AGENTES NOCIVOS. APOSENTADORIA ESPECIAL. CONCESSÃO. LEI Nº 11.960/09. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DIFERIMENTO. 1.  O entendimento firmado por esta Corte é pela dispensa do prévio requerimento da especialidade na esfera administrativa quando se infere a especialidade pelos elementos apresentados (TRF4, AG 5033426-07.2016.404.0000, SEXTA TURMA, Relator JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, juntado aos autos em 22/09/2016). 2. Os pedidos da parte autora versam sobre o reconhecimento do tempo de serviço laborado sob condições especiais de trabalho para fins de jubilação, o que se compreende na competência da Justiça Federal Comum e não da Justiça do Trabalho, ainda que a parte autora impugne os dados registrados no PPP pelo empregador. 3. A atividade desempenhada no setor produtivo de indústrias metalúrgicas até 28/04/1995, deve ser reconhecida como especial, em decorrência do enquadramento por categoria profissional. 4. Constatada a exposição habitual e permanente, não ocasional, nem intermitente a agentes nocivos, devem ser reconhecidas as atividades como especiais. 5. Computados mais de 25 anos de tempo de serviço especial, o requerente possui o direito à aposentadoria especial desde a DER. 6. Deliberação sobre índices de correção monetária e taxas de juros diferida para a fase de cumprimento de sentença, a iniciar-se com a observância dos critérios da Lei 11.960/2009, de modo a racionalizar o andamento do processo, permitindo-se a expedição de precatório pelo valor incontroverso, enquanto pendente, no Supremo Tribunal Federal, decisão sobre o tema com caráter geral e vinculante. Precedentes do STJ e do TRF da 4ª Região. 7. Determinado o cumprimento imediato do acórdão no tocante à implantação do benefício, a ser efetivada em 45 dias, nos termos do artigo 497, caput, do Código de Processo Civil. (TRF4 5004277-09.2012.404.7112, SEXTA TURMA, Relator (AUXILIO JOÃO BATISTA) ÉZIO TEIXEIRA, juntado aos autos em 19/06/2017, grifos acrescidos).
EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. TEMPO RURAL. TRABALHADOR RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILAR. ATIVIDADE ESPECIAL. CATEGORIA PROFISSIONAL. SOLDADOR. AGENTES NOCIVOS. RUÍDO. RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES. FUMUS METÁLICOS. APÓS DECRETO 2.172/97. MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO. COMPROVAÇÃO. EFETIVA EXPOSIÇÃO. USO DE EPI. COMPROVAÇÃO. NÃO AFASTA RECONHECIMENTO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. 1. O tempo de serviço rural para fins previdenciários pode ser demonstrado através de início de prova material suficiente, desde que complementado por prova testemunhal idônea. 2. Presente início de prova material hábil a embasar o reconhecimento de parte do período postulado, o pedido deve ser conhecido em parte. 3. Apresentada a prova necessária a demonstrar o exercício de atividade sujeita a condições especiais, conforme a legislação vigente na data da prestação do trabalho, deve ser reconhecido o respectivo tempo de serviço. Possível o enquadramento por categoria profissional: o exercício da função de trabalhador em indústrias metalúrgicas, seria considerada especial para fins previdenciários por força do Decreto n°53.831/64, item item 2.5.3. 4.A exposição habitual e permanente a níveis de ruído acima dos limites de tolerância estabelecidos na legislação pertinente à matéria sempre caracteriza a atividade como especial, independentemente da utilização ou não de EPI ou de menção, em laudo pericial, à neutralização de seus efeitos nocivos. 5. Os equipamentos de proteção individual não são suficientes, por si só, para descaracterizar a especialidade da atividade desempenhada pelo segurado, devendo cada caso ser apreciado em suas particularidades. 6. A lista de agentes nocivos do Decreto 2.172/97 é meramente exemplificativa e para se ter por comprovada a exposição a agente nocivo que não conste do regulamento, é imprescindível a existência de perícia judicial ou laudo técnico que demonstre o exercício de atividade com exposição ao referido agente. 7. Comprovado através de laudo técnico (PPP) a exposição a radiações não ionizantes, deve ser reconhecida a especialidade da atividade. 8. Não demonstrado o tempo de serviço especial por 15, 20 ou 25 anos, conforme a atividade exercida pelo segurado e a carência, não é devida à parte autora a aposentadoria especial, nos termos da Lei n.º 8.213/91. 9. Pedido subsidiário: cumpridos os requisitos para a concessão de uma aposentadoria por tempo de contribuição. 10. É possível a conversão do tempo especial em comum após 28/05/1998 e a utilização do fator de conversão 1,4 (ao invés de 1,2) após 21/07/1992. Precedente. 11. A forma de cálculo dos consectários legais resta diferida para a fase de execução do julgado.   (TRF4 5022346-63.2014.404.7001, SEXTA TURMA, Relator (AUXILIO JOÃO BATISTA) JOSÉ LUIS LUVIZETTO TERRA, juntado aos autos em 01/03/2017, grifos acrescidos).,
Destarte, resta demonstrado que as atividades exercidas são passíveis de enquadramento por categoria profissional até 28 de abril 1995.
DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DA APOSENTADORIA ESPECIAL
No presente caso, é necessária a exposição a agentes nocivos durante 25 anos para a concessão da aposentadoria especial. Portanto, o Autor adquiriu o direito ao benefício, haja vista que laborou em condições especiais durante 29 anos, 07 meses e 26 dias.
Quanto à carência, verifica-se que foram realizadas 358 contribuições, número superior aos 180 meses previstos no art. 25, II, da Lei 8.213/91.
Por todo o exposto, o Autor possui direito à concessão do benefício de aposentadoria especial.
DA POSSIBILIDADE DO AUTOR PERMANECER EXERCENDO ATIVIDADES NOCIVAS
Inicialmente, é necessário analisar as previsões contidas no parágrafo 8º do art. 57 e no art. 46 da Lei 8.213/91:
Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. 
(...)
§ 8º Aplica-se o disposto no art. 46 ao segurado aposentado nos termos deste artigo que continuar no exercício de atividade ou operação que o sujeite aos agentes nocivos constantes da relação referida no art. 58 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)
------
Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamenteà atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.
Com base nos dispositivos supracitados, verifica-se que a restrição ao trabalho para os beneficiários de aposentadoria especial está embasada nos mesmos fundamentos da aposentadoria por invalidez, o que constitui um evidente equívoco do legislador, uma vez que a vedação ao trabalho imposta ao jubilado por invalidez decorre de ausência de capacidade laborativa. Assim sendo, o cancelamento do benefício por incapacidade se justifica quando o segurado retorna às atividades laborativas, à medida que o principal requisito para concessão do benefício deixa de ser preenchido. 
Por outro lado, o beneficiário de aposentadoria especial ainda goza de plena capacidade laborativa, e a aposentadoria precoce deve tão somente retribuir o desempenho das atividades nocivas, sem qualquer medida que venha a coibir o livre exercício da sua profissão, o que constitui um direito previsto no artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
Tal previsão é reforçada no art. 6º da Carta Magna:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição (grifos acrescidos).
Deve-se destacar que o § 8º do art. 57 da Lei 8.213/91 não possui caráter protetivo, haja vista que não há vedação para que o segurado continue exercendo atividades consideradas nocivas após a concessão da aposentadoria, mas apenas determinação para que seja suspenso o pagamento em caso de retorno à atividade. Trata-se, portanto, de mera previsão punitiva, que restringe direito fundamental e viola o princípio da dignidade da pessoa humana, esculpido no art. 1º, inciso III, da Constituição Federal.
Ademais, a aposentadoria especial é prevista no art. 201 da Constituição Federal para aqueles trabalhadores que exercem atividades em condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física, em consonância com o princípio da máxima efetividade dos direitos fundamentais, sem qualquer outra condicionante ao gozo do benefício.
Cabe destacar ainda que a Autarquia Previdenciária não sofrerá nenhum prejuízo em virtude da continuidade do desempenho do trabalho, muito pelo contrário, visto que o segurado continuará vertendo contribuições à Previdência Social.
Ademais, mesmo em se tratando de aposentadoria especial, a maioria dos segurados obtém o benefício com RMI bastante inferior ao último salário, pois são consideradas no PBC as contribuições vertidas desde julho de 1994, período no qual, em regra, o salário mensal era bastante inferior, em face de menor qualificação profissional. Trata-se de mais um motivo para que não seja restringido o direito ao trabalho, sob pena de obrigar o segurado a ter a sua renda diminuída.
Da mesma forma, caso mantida a determinação para o afastamento das atividades, estaria inviabilizada a aposentadoria especial para os trabalhadores que auferem renda bastante superior ao teto previdenciário, haja vista que seria necessária uma completa readequação financeira e social para a manutenção das despesas mensais somente com os proventos da aposentadoria. Isso porque é inviável exigir a alteração significativa das atividades de um profissional que laborou a vida inteira na mesma função. 
Deve-se considerar ainda o fato de que muitas pessoas deixarão suas profissões em idade inferior aos cinquenta anos e em pleno auge de capacitação profissional, o que, num país absolutamente carente de mão de obra qualificada, constitui um completo retrocesso.
Por todas as razões expostas, tal matéria possui natureza de ordem pública, sendo que a vedação prevista no § 8º do art. 57 da lei 8.213/91 foi julgada inconstitucional pelo TRF da 4ª Região. A arguição de inconstitucionalidade restou assim ementada:
PREVIDENCIÁRIO. CONSTITUCIONAL. ARGUIÇÃO DE INCONSTUCIONALIDADE. § 8º DO ARTIGO 57 DA LEI Nº 8.213/91. APOSENTADORIA ESPECIAL. VEDAÇÃO DE PERCEPÇÃO POR TRABALHADOR QUE CONTINUA NA ATIVA, DESEMPENHANDO ATIVIDADE EM CONDIÇÕES ESPECIAIS.1. Comprovado o exercício de atividade especial por mais de 25 anos, o segurado faz jus à concessão da aposentadoria especial, nos termos do artigo 57 e § 1º da Lei 8.213, de 24-07-1991, observado, ainda, o disposto no art. 18, I, "d" c/c 29, II, da LB, a contar da data do requerimento administrativo. 2. O § 8º do artigo 57 da Lei nº 8.213/91 veda a percepção de aposentadoria especial por parte do trabalhador que continuar exercendo atividade especial.3. A restrição à continuidade do desempenho da atividade por parte do trabalhador que obtém aposentadoria especial cerceia, sem que haja autorização constitucional para tanto (pois a constituição somente permite restrição relacionada à qualificação profissional), o desempenho de atividade profissional, e veda o acesso à previdência social ao segurado que implementou os requisitos estabelecidos na legislação de regência.4. A regra em questão não possui caráter protetivo, pois não veda o trabalho especial, ou mesmo sua continuidade, impedindo apenas o pagamento da aposentadoria. Nada obsta que o segurado permaneça trabalhando em atividades que impliquem exposição a agentes nocivos sem requerer aposentadoria especial; ou que aguarde para se aposentar por tempo de contribuição, a fim de poder cumular o benefício com a remuneração da atividade, caso mantenha o vínculo; como nada impede que se aposentando sem a consideração do tempo especial, peça, quando do afastamento definitivo do trabalho, a conversão da aposentadoria por tempo de contribuição em aposentadoria especial. A regra, portanto, não tem por escopo a proteção do trabalhador, ostentando mero caráter fiscal e cerceando de forma indevida o desempenho de atividade profissional.4. A interpretação conforme a constituição não tem cabimento quando conduz a entendimento que contrarie sentido expresso da lei. 5. Reconhecimento da inconstitucionalidade do § 8º do artigo 57 da Lei nº 8.213/91. (Arguição De Inconstitucionalidade 5001401-77.2012.404.0000, Rel. Des. Federal Ricardo Teixeira Do Valle Pereira).
Considerando todos os motivos elencados, resta demonstrada a inconstitucionalidade e a incoerência do parágrafo 8º do artigo 57 da lei 8.213/91, que veda ao beneficiário de aposentadoria especial o direito de exercer sua profissão, de forma que é imperioso que seja garantido o livre exercício profissional após a concessão do benefício.
III – DA TUTELA PROVISÓRIA SATISFATIVA
ENTENDE O AUTOR QUE A ANÁLISE DA MEDIDA ANTECIPATÓRIA PODERÁ SER MELHOR APRECIADA EM SENTENÇA
No momento em que for proferida a sentença, os requisitos para concessão de tutela provisória de urgência previstos no art. 300 do CPC/2015 estarão devidamente preenchidos, a saber: 1) A existência de elementos que evidenciem a probabilidade do direito; 2) O perigo ou dano ao resultado útil do processo;
O primeiro requisito será preenchido com base em cognição exauriente e nas diversas provas apresentadas no processo, as quais demonstram de forma inequívoca o direito do Autor à concessão do benefício.
No que concerne ao perigo ou dano ao resultado útil do processo, há que se atentar que o caráter alimentar do benefício traduz um quadro de urgência que exige pronta resposta do Judiciário, tendo em vista que nos benefícios previdenciários resta intuitivo o risco de ineficácia do provimento jurisdicional final.
Ainda que não fosse suficiente, após a cognição exauriente também serão preenchidos os requisitos para deferimento da tutela provisória de evidência, com base no art. 311, inciso IV, do CPC/2015.
Sendo assim, é imperiosaa determinação sentencial para que a Autarquia Ré implante o benefício de forma imediata, tendo em vista o preenchimento dos requisitos para concessão de tutela provisória de urgência e de evidência.
IV – DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO
O Autor vem manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII, do CPC/2015, que não há interesse na realização de audiência de conciliação ou mediação, haja vista a iminente ineficácia do procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realização, conforme previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.
V – DO PEDIDO
ISSO POSTO, requer:
a) O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural;
b) O deferimento da Gratuidade da Justiça, tendo em vista que o Autor não tem suficiência de recursos para custear as despesas do processo;
c) A não realização de audiência de conciliação e mediação prevista no art. 334 do CPC/2015, nos termos da fundamentação;
d) A produção de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial o documental;
e) O deferimento da tutela provisória satisfativa, com a apreciação do pedido de implantação do benefício em sentença;
f) Ao final, o julgamento procedente dos pedidos formulados na presente ação, condenando o Instituto Nacional do Seguro Social a:
1) Reconhecer o tempo de serviço especial desenvolvido durante os períodos de 07/01/1986 a 05/04/1987, 02/06/1987 a 24/09/1987, 22/10/1987 a 31/03/1991 e de 01/04/1991 a 24/11/2015; 
2) Conceder à Parte Autora a APOSENTADORIA ESPECIAL NB: XXX.XXX.XXX-X, com a opção de permanecer exercendo atividades sujeitas a agentes nocivos, e a condenação ao pagamento das prestações em atraso a partir da DER, em 24/11/2015, corrigidas na forma da lei, acrescidas de juros de mora desde quando se tornaram devidas as prestações;
3) Caso não seja reconhecido tempo de serviço especial suficiente até a DER para a concessão do benefício, o que só se admite hipoteticamente, requer o cômputo dos períodos posteriores, e a concessão da aposentadoria especial desde a data em que foram preenchidos os requisitos para o deferimento do benefício, ou, subsidiariamente, a partir da data do ajuizamento da ação;
4) Subsidiariamente ao item anterior, requer a conversão do tempo de serviço especial em comum de todos os períodos submetidos a agentes nocivos (fator 1,4), concedendo à Parte Autora o benefício da aposentadoria por tempo de contribuição desde a data do requerimento administrativo. Caso não estejam preenchidos os requisitos do benefício na data indicada, requer a reafirmação da DER, nos mesmos moldes apontados no item anterior.
Nesses Termos.
Pede Deferimento.
Dá à causa o valor[footnoteRef:1] de R$ XX.XXX,XX. [1: Demonstrativo de cálculo anexo.] 
Local, data.
Advogado
OAB

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