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RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA E IMAGINOLOGIA ll É a especialidade que tem como objetivo a aplicação dos métodos exploratórios por imagem com a finalidade de diagnóstico, acompanhamento e documentação do complexo bucomaxilo-facial e estruturas anexas Radiografia panorâmica PAN: global radiografia em movimento que dá uma visão geral do paciente ORAMA: visão · Diferente de só radiografar frontalmente (que iria sobrepor todas as estruturas) a radiografia panorâmica percorre pelo local, deixando cada estrutura em um local sem sobreposição) e a visão fica melhor. Como se abrisse o crânio do paciente e rebatesse as imagens para o lado · Representação das estruturas maxilo-mandibular em uma única imagem radiográfica 1. Formação da imagem: PRINCIPIO DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA: a radiografia panorâmica (pantomografia) é uma técnica de imagem realizada pela rotação da fonte de raios x e do receptor de imagem, que giram horizontalmente ao redor de múltiplos centros de rotação, resultando em uma camada de imagem, representando as arcadas dentárias e estruturas de suporte CENTRO DE ROTAÇÃO: eixo ao redor do qual um ou mais objetos giram. Se a radiografia panorâmica utilizasse apenas 1 eixo de rotação, haveria formação de imagens que ficariam mais próximas do receptor de imagem e imagens que ficariam mais longe, então isso iria distorcer a radiografia final (porque a nossa arcada não é reta, tem curvas). Dessa forma foi criado a radiografia com vários eixos de rotação, então o eixo vai acompanhando as diferenças de distancias das estruturas (é chamado eixo de rotação continuo), ele vai se movimentando conforme a radiografia vai sendo realizada (devido ao formato em parabólico/ferradura dos arcos dentários e estruturas adjacentes), o eixo é localizado na superfície lingual da mandíbula Está do lado oposto ao que está sendo radiografado FEIXE DE RADIAÇÃO: é colimado em forma de leque (o colimador é um dispositivo que tem nos aparelhos de raios x que restringe e da forma ao feixe de radiação). Enquanto na radiografia periapical ele é circular e o feixe fica em forma de cone, na panorâmica é em forma de leque FONTE DE RADIAÇÃO: vai girar por trás do paciente RECEPTOR DE IMAGEM: gira pela frente do paciente CAMADA DE IMAGEM: zona curva tridimensional. Estruturas NA camada de imagem= nitidez Estruturas FORA da camada= borradas/ ampliadas/ reduzidas Estruturas mais no CENTRO da camada são as mais nitidas O formato varia de acordo com marcas do aparelho e protocolo selecionado O formato e espessura da camada são influenciados pela: trajetória de rotação; alinhamento do feixe; colimação do feixe; velocidade de rotação (tudo depende do fabricante do aparelho. Dentista não tem controle sobre isso) PROJEÇÃO GEOMÉTRICA: Vertical: a angulação é negativa, por volta de -7°. Isso significa que o feixe de radiação vai de baixo para cima, não incide perpendicularmente Para que essa angulação negativa? · Para evitar a sobreposição do occipital do crânio (nuca) nos dentes Consequência da angulação negativa: · Estruturas mais próximas da fonte se projetam acima do seu nível real Horizontal: imagem sensível ao posicionamento no centro da camada de imagem. Todas as estruturas apresentam distorção. A magnitude de distorção depende da distância do centro da camada de imagem (o paciente se deslocou no plano horizontal?? Também conta) Seja qual for o movimento horizontal (frente, atrás, direita, esquerda, rotação) a consequência será igual Estrutura mais DISTANTE do receptor = ampliação da imagem Estrutura mais PROXIMA do receptor = estreitamento da imagem IMAGENS: como o feixe de raios x passa por diversas estruturas, há a formação de diferentes tipos de imagens formadas na radiografia Reais únicas: estruturas que estão localizadas entre o receptor da imagem e o centro de rotação. Elas são nítidas (quando estão dentro da camada de imagem) Duplas: estruturas anatômicas que estão localizadas atrás do centro de rotação, projetadas suas vezes. Elas são especulares, tem a mesma proporção, mesma localização e nitidez semelhantes Fantasmas: estruturas anatômicas que estão localizadas entre o centro de rotação e a fonte de raios x. Elas têm mesmo formato, é do lado oposto da imagem real/ fica a um nível acima, borrada e tem um componente vertical mais alongado (horizontal nem sempre) 2. Aparelhos e técnica radiográfica: COMPONENTES DO APARELHO: Cabeçote: Receptor de imagem: sistema semi-direto (com placas de armazenamento de fosforo + chassi) ou sistema direto (a base de sensor de imagem) Suporte para posicionar o paciente: Painéis de controle: ajustar as configurações do aparelho, altura para cada paciente, tamanho e formato da camada de imagem (de acordo com o tamanho e formato das arcadas) Bloco de mordida: para estabelecer o posicionamento antero posterior correto na camada de imagem; promover a desoclusão (mordida em cima da ranhura/sulco) Suporte para o mento: quando o paciente é desdentado para deixar ele também na posição correta da camada de imagem Apoio frontal e hastes lateriais: limita o movimento antero-posterior e latero-lateral. Tudo para manter o paciente na camada de imagem TECNICA RADIOGRÁFICA: Guias de referência: plano sagital mediano (divide a face ao meio verticalmente); plano de frankfurt (linha do tragus até até o forame infraorbital); linha dos caninos Posicionamento do paciente: · Remoção de objetos metálicos · Avental de chumbo · Dispositivo de mordida/mento · Planos de orientação/ guias de referência · Coluna ereta (para não correr o risco da coluna aparecer na imagem) · Língua no palato/ lábios fechados OBS: PORQUE NÃO USA PROTETOR DE TIREOIDE? Porque ele será projetado em cima da mandíbula, atrapalhando a radiografia ERROS DE POSICIONAMENTO: não remoção dos pertences metálicos (óculos, brincos, PPR), mordida muito para a frente no bloco de mordida (dente fica mais próximo do receptor de imagem, e os dentes anteriores ficam estreitados na imagem), mordida muito para trás no bloco de mordida (dente fica mais longe do receptor de imagem, e os dentes anteriores ficam ampliados na imagem), mento/cabeça inclinada para baixo (ou seja, plano de Frankfurt não é seguido, o sorriso fica muito esticado para cima “sorriso de palhaço”), mento/cabeça muito inclinado para cima (sorriso fica reto ou até invertido, palato duro vira uma faixa radiopaca), plano sagital mediano girado para o lado (assimetria entre os lados da imagem), avental de chumbo muito alto (sai na imagem e atrapalha), coluna não ereta/curvada ( sobreposição da coluna na região anterior da imagem), mal posicionamento da língua (encostar ela inteira no céu da boca, não pode formar ar porque a imagem fica muito radiolucida e dificulta visualização de lesões do ápice dos dentes superiores, portanto colocar a língua inteira no céu da boca e não só a ponta dela), paciente com lábios abertos (fica radiolucido e prejudica), movimento (comum em pacientes jovens e mais velhos, a imagem fica toda tremida) 3. Indicações 1) AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA INICIAL: faz o exame clinico, vê se tem a necessidade de exame complementar e se sim, faz a radiografia panorâmica. Identificar áreas que seja interessante fazer radiografias periapicais mais objetivas depois 2) AVALIAÇÃO DE TERCEIROS MOLARES: nem sempre consegue com a radiografia periapical, então a panorâmica permite essa avaliação melhor 3) TRAUMATISMOS 4) LESÕES OSSEAS EXTENSAS: periapical não é suficiente para enquadrar toda a lesão 5) ACOMPANHAMENTO DE PÓS OPERATÓRIO 6) DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO: em crianças muito usado, para ver se os dentes permanentes estão no caminho, se tem alguma anomalia ou alteração 7) ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO: fissura do lábio naso palatino por exemplo 8) PACIENTES EDENTULOS: não tem os dentes para ajudar fazer a radiografia periapical, então faz a panorâmica 4. Vantagens e limitações VANTAGENS: · Relação custo-beneficio · Dose de radiação reduzida · Sobreposição reduzida de estruturas (em comparação com outras técnicas) · Mínimodesconforto · Pacientes com dificuldades de abertura bucal fica mais fácil · Operação e manuseio simples · Facilidade de compreensão · Comparação entre as estruturas contralaterais LIMITAÇÕES: · Bidimensional: gera sobreposição de estruturas · Resolução: definição, detalhe, nitidez são mais baixos · Magnificação: ampliação (medidas imprecisas) · Camada de imagem: se tiver fora vai ocorrer distorção Técnica radiográficas extrabucais São técnicas radiográficas nas quais o receptor é posicionado fora da cavidade bucal no momento da aquisição do exame · Indicações: avaliação de áreas não totalmente cobertas pelas radiografias intraorais ou avaliação do crânio, face e coluna vertebral 1- Planejamento e acompanhamento de tratamento ortodôntico 2- Planejamento e acompanhamento de tratamento ortodôntico-cirurgico (cirurgia ortognática) 3- Fraturas do complexo maxilofacial 4- Fraturas de crânio 5- Pacientes politraumatizados 6- Investigação dos seios da face 7- Doenças que afetam a base de crânio e a calota craniana 8- Distúrbios da ATM 9- Impossibilidade de realização de exame intrabucal (náuseas, trismo, falta de cooperação do paciente) · Aparelhos de raios X: 1- Aparelhos de raios X intraorais 2- Alguns modelos de aparelhos oanorâmicostomograficos 3- Aparelhos de raios X médicos · Receptores de imagem: 1- Filme + chassi + placa intensificadora 2- Sensor digital (reduz a exposição do paciente) · Planos de orientação: Exames radiográficos extrabucais mais comuns nos quais a fonte e o sensor permanecem estáticos: 1- Laterais: LATERAL DE CRÂNIO: a mais utilizada depois da panorâmica. Pode ser obtida de duas formas: 1- Cefalométrica em norma lateral: utiliza-se o termo radiografia cefalométrica para as radiografias que são adquiridas com cefalostato (dispositivo com duas hastes laterais que são introduzidas no meato acústico do paciente, e uma haste que se apoia na região de glabela do paciente). É padronizada e reproduzível. Avaliação ortodôntica e acompanhamento Um lado fica para o lado do receptor e o outro para a fonte emissora de raios X Indicações: · Avaliação da relação anteroposterior entre a maxila, mandíbula e base do crânio (para ver se a mandíbula está muito para frente, ou muito para trás) · Estudo do crescimento e desenvolvimento craniofacial (mensuração e comparação de pontos específicos, distancias e linhas) · Acompanhamento de tratamento (traçados cefalométricos) · Observação do tecido mole e espaço naso-faringeo Posição do paciente: · Plano sagital mediano perpendicular ao plano horizontal · Plano de Frankfurt paralelo ao plano horizontal Posição do receptor: · Perpendicular ao plano horizontal · Ao lado da cabeça do paciente Área de incidência do feixe de raio X: · Região de tragus do lado oposto ao examinado Orientações: · Olivas introduzidas no meato acústico externo · Dentes em máxima intercuspidação · Manutenção normal do selamento labial 2- Telerradiografia em norma lateral: a telerradiografia em norma lateral é adquirida com uma distância de 1,5m entre a fonte de radiação e o receptor de imagem. Não necessariamente é padronizada nem reproduzível. Avaliação do crânio em vista lateral LATERAL OBLIQUA DE MANDIULA (ÂNGULO E RAMO): indicada para pacientes com trismo (abertura de boca é limitada) e para avaliação de fraturas, lesões patológicas, corpo estranho em região de ângulo e ramo de mandíbula Posição do paciente: · Plano sagital mediano paralelo ao chassi · Ramo mandibular em contato com o chassi · 60° em relação ao plano horizontal Área de incidência do feixe de raios X: · Região de ângulo da mandíbula do lado oposto ao examinado Direção do feixe de raio X: · Ângulo vertical 0° · Ângulo horizontal 90° LATERAL OBLIQUA DE MANDIBULA (CORPO): também indicada em casos de trismo, e em avaliação de fraturas, lesões patológicas, corpo estranho em região de corpo de mandíbula Posição do paciente: · Plano sagital mediano paralelo ao chassi · Ápice nasal e mento em contato com o chassi · 60 em relação ao plano horizontal Área de incidência do feixe de raios X: · Feixe perpendicular ao corpo da mandíbula Direção do feixe de raios X: · Ângulo vertical 0° · Ângulo horizontal 90° 2-Póstero-anteriores: APOIO FRONTO-NASO (PA DE MANDIBULA): indicada para avaliação dos condilos, ramos e corpo da mandíbula; visualização da compçexidade de fratura e lesões nestas regiões; identificação de patologias e deformidades maxilo-facial nestas regiões; controle pós-operatório Posição do paciente: · Plano sagital mediano perpendicular ao plano horizontal · Linha cantomeatal paralela ao plano horizontal · Apoio frontal e apoio do ápice do nariz · Pode ser feita com a boca aberta Posição do receptor: · Perpendicular ao plano horizontal APOIO FRONTAL (BOCA ABERTA) TOWNE REVERSA: indicada para fraturas na porção superior do pescoço do côndilo; investigação da qualidade das superfícies articulares do côndilo em distúrbios da ATM; e em casos de hipoplasia condilar ou hiperplasia Posição do paciente: · Plano sagital mediano oeroendicular ao plano horizontal · Linha cantomeatal de 25 a 30° com o plano do chassisensor Posição do receptor: · Perpendicular ao plano horizontal · Frente a face do paciente Área de incidência do feixe de raios X: · Feixe perpendicular ao receptor · Centralizado ao nível dos côndilos APOIO MENTO PA DE WATERS: indicado para avaliação dos seios maxilares, frontal e etmoidal, orbtas e cavidades nasais; localização de fraturas no arco zigomático e parede posterior do seio maxilar Posição do paciente: · Plano sagital mediano perpendicular ao plano horizontal · Mento apoiado no receptor · Linha cantomeatal formando 37° com o receptor · Pode ser feita com a boca aberta também Posição do receptor: · Perpendicular ao plano horizontal · Frente a face do paciente Área de incidência do feixe de raios X: · Feixe perpendicular ao receptor APOIO NASO (PROJEÇÃO DO CRÂNIO EM NORMA FRONTAL (OU PA)): indicado para investigação de seios frontais; verificação de assimetrias faciais; investigação de fratura de calota craniana; avaliação de condições que afetam o crânio (doença óssea de paget, mieloma múltiplo, hiperparatireoidismo, calcificações intracranianas) Posição do paciente: · Plano sagital mediano perpendicular ao plano horizontal · Linha cantomeatal formando 10 com o plano horixontal · Ápice nasal em contato com o chassi/sensor Posição do receptor: · Perpendicular ao plano horizontal · Frente a face do paciente Área de incidência do feixe de raios X: · Feixe perpendicular ao receptor · Direcionado de posterior para anterior OBS: CEFALOMÉTRICA FRONTAL é a radiografia de escolha para análise de simetria facial (analise frontal de richetti), quando se faz o uso do cefalostato A obtenção da telerradiografia para analise frontal é feita numa exposição póstero-anterior (PA), com o paciente no cefalostato e, com sua cabeça na posição postural 3-Axiais: SUBMENTOVERTICE (INCIDENCIA DE HIRTZ): indicada para fratura dos arcos zigomáticos (para melhor visualização o tempo de exposição é reduzido); posição das cabeças de mandíbula; avaliação do seio esfenoidal; assimetrias Posição do paciente: · Hiperextensão de pescoço Posição do receptor: · Perpendicular ao plano horizontal · Atrás da cabeça do paciente Área de incidência do feixe de raios X: · Feixe perpendicular ao receptor 4-Exames para ATM: São indicadas para avaliação dos componentes ósseos da ATM; avaliação da excursão da cabeça da mandíbula TRANSCRANIANA: o feixe de raios X é dirigido de posterior para anterior e acima do meato acústico externo, passando superiormente à parte petrosa do temporal, para atingir a cabeça da mandibula contralateral (de interesse) Vai fazendo radiografia sequenciais para o paciente ir mudando a posição e abertura da boca, para registrar todas as posições da ATM (boca aberta, fechada MI e repouso RC) TRANSORBITAL: projeção frontal das cabeças da mandíbula em transição, com o feixe incidindona região anterior do paciente, na altura da órbita. Com o paciente de boca aberta RADIOGRAFIA PANORÂMICA: método radiográfico que fornece uma visão geral dos maxilares, incluindo da ATM. Feixe de raios X incide ao redor da cabeça do paciente em uma trajetória circular A porção central é a parte lateral do côndilo, e a porção distal é a parte medial da cabeça da mandíbula (côndilo) O paciente estará sempre mordendo uma borrachinha nos incisivos (bloco de mordida), portanto, não é em RC e nem em MI Indicações: · Avaliação dos componentes ósseos da ATM (morfologia da cabeça da mandíbula; alterações morfológicas significativas) · Informações sobre a excursão da cabeça da mandíbula não são fornecidas RADIOGRAFIA PANORÂMICA (PROGRAMAS PARA ATM): transfacial, panorâmica modificada para ATM. Feixe de raios X e o receptor executam movimento circular ao redor da cabeça. Realizada em duas posições (boca fechada e máxima abertura bucal). Não faz a rotação completa na pessoa, se ajusta para pegar apenas a região de ATM Em vez de usar o bloco de mordida, usa um apoio para base de nariz SISTEMAS RADIOGRÁFICOS DIGITAIS · Objetivos da aula: 1- Entender os conceitos básicos da radiografia digital 2- Compreender os diferentes sistemas digitais em odontologia e suas respectivas características 3- Compreender a formação da imagem da radiografia digital nos diferentes sistemas conhecer os recursos para o processamento das imagens digitais Radiografia analógica Radiografia digital OBS: substituição do filme radiográfico por um receptor digital que depois passa por uma conversão para obter a imagem digital 1- Conceitos radiologia digital: DEXEL: cada pedacinho do receptor é responsável por receber a radiação (cada menor unidade que é capaz de receber essa radiação é chamada de dexel) PIXEL: é a menor unidade de informação da imagem que se forma da radiografia MATRIZ: conjunto de linhas e colunas · Isso reflete diretamente na resolução da imagem, quanto maior o tamanho da matriz melhor vai ser a resolução de imagem e menor vai ser o tamanho dos pixels BITS: unidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida (0 ou 1), isso da o tom de cinza que cada parte de imagem terá 2- Formação da imagem digital: CONVERSÃO ANALÓGICA – DIGITAL: processo necessário para converter os sinais analógicos (atenuação do feixe de raios X) recebidos pelo receptor em sinais digitais (valores de cinza através do código binário) · Amostragem: transforma o sinal continuo em intervalos definidos · Quantificação: atribuição de um valor de cinza aos intervalos definidos pela amostragem em cada pixel 3- Sistemas radiográficos digitais: INDIRETO: são os filmes convencionais digitalizados (a radiografia é feita igual a analógica com o filme, faz o processo químico para ter a imagem no filme, e só depois esse filme é digitalizado por um scanner adaptado pera transparência) VANTAGENS: · Armazenamento das imagens no computador · Possibilidade de aprimoramento da imagem DESVANTAGEM: · Aumento do tempo de trabalho · Não eliminação do processamento químico · Custo adicional do scanner e/ou maquinas digitais SEMI-DIRETO: sistema baseado em placas de armazenamento de fosforo (PSP). O receptor de imagem é a placa de fosforo e leva ela para o scanner, que vai ler a placa e converte para o computador CARACTERISTICAS GERAIS DA PLACA DE FOSFORO: · Manipulação semelhante ao filme convencional · 100% da área ativa · Dimensões compatíveis aos diferentes tamanhos de filmes radiográficos · Necessidade de escaneamento para visualização da imagem · Reutilizáveis após a leitura e dessensibilização · Placa deve ser escaneada o mais rápido possível porque os elétrons vão sendo liberados com o tempo e a imagem fica esbranquiçada DIRETO: é por meio de sensores sólidos. O receptor de imagem é um sensor sólido que já é conectado diretamente no computador e a imagem já aparece imediatamente CCD: dispositivo de carga acoplada CMOS: semicondutores de oxido metálico complementares CARACTERISTICAS DO SENSOR: · Constituídos por um invólucro de plástico rígido (é duro, não consegue flexionar ele · Tem em diferentes tamanhos (porém limitado) · Espessura (5-7mm) bem maior que a placa de fosforo (o que limita seu uso) · Presença do cabo de fibra optica · Área ativa é menor do que a área total (presença de matriz e dos componentes eletrônicos ocupando a borda da área) RESUMÃO: No analógico os tons de cinza são contínuos, não tem divisão, é mais sutil Já na radiografia digital, cada pixel tem um valor, então cada tom de cinza é muito bem delimitado 4- Características da imagem digital: RESOLUÇÃO DE CONTRASTE: capacidade de distinguir diferentes densidades (tons de cinza) na imagem. Quanto maior a profundidade de bits, mais tons de cinza terá e maior será a resolução de contraste. Depende também da resolução de contraste do monitor RESOLUÇÃO ESPACIAL: capacidade de distinguir detalhes na imagem/ diferenciar estruturas que estão próximas. Isso depende do tamanho do pixel FILME CONVENCIONAL > SENSORES > PSP SENSIBILIDADE: sensibilidade de um detector é sua capacidade de responder a quantidades pequenas de radiação. Quanto de radiação precisa para produzir uma imagem. Análogo de velocidade do filme. Relacionado ao tempo de exposição para obter uma imagem; portanto quanto maior a sensibilidade menor será a dose de radiação que precisa receber ESCALA DINÂMICA: faixa de exposição na qual o receptor consegue formar imagem útil para o diagnóstico (análogo a latitude dos filmes convencionais). Se usar menos ou mais tempo de exposição do que o ideal e você ainda consegue uma imagem boa PSP > SENSORES > FILME CONVENCIONAL Características ideais para um sistema digital: 1- Imagem com qualidade suficiente para o diagnóstico 2- Alta resolução espacial e de contraste 3- Ampla escala dinâmica 4- Alta sensibilidade (menores doses de radiação) 5- Processamento da imagem digital: qualquer ação para melhora, restaurar ou analisar a imagem digital que resulte em uma mudança. Permite a correção de erros sem a necessidade de repetições. Ajuda na tarefa de diagnóstico a ser realizada BRILHO E CONTRASTE: mexer na luminosidade da imagem e na quantidade de tons de cinza, para imagem ficar mais clara ou mais escura ZOOM: ampliar regiões da radiografia, para ver pequenos detalhes MENSURAÇÕES: programas permitem que a gente trace linhas na imagem (ex: na endodontia mede os canais radiculares para a odontometria) FILTROS: para colocar em cima da imagem (suavização que fica mais borrado, nitidez), iguais os filtros do instagram INVERSÃO/NEGATIVO: inversão dos valores de pixel (o que é preto fica branco, e o que é branco fica preto) SUBTRAÇÃO RADIOGRÁFICA: comparar duas radiografias de uma mesma região, realizadas em um intervalo de tempo. Subtração da intensidade dos pixels (valores de cinza). (ex: radiografia pré tratamento e pós tratamento). Não é muito viável, pois para subtrair uma da outra as duas radiografias têm que ser exatamente idênticas, e qual a chance??? ARQUIVAMENTO E COMPARTILHAMENTO: · Maior facilidade de arquivamento das imagens radiográficas · Arquivamento em HD, pen-drives, CDs/DVDs e nuvem · Diferentes formatos de arquivo (JPEG, TIFF, PNC, BMP, DICOM) · Maior facilidade de compartilhamento das imagens radiográficas · Comunicação entre profissionais · Compartilhamento por e-mail, nuvens, aplicativos diversos 6- Considerações finais: VANTAGENS: · Redução da dose de radiação · Possibilidade de processamento/aprimoramento da imagem · Tempo para visualização da imagem · Arquivamento das imagens facilitado · Possibilidade de compartilhamento · Eliminação do processamento químico (elimina resíduos que prejudicam o meio ambiente) DESVANTAGEM: · Custo elevado · Dimensão dos sensores · Controle de infecção (receptores reutilizáveis, não esterilizáveis) · Ausência da lamina de chumbo (tem maior dose de radiação,e não consegue identificar exposições feitas ao contrário) ANATOMIA RADIOGRÁFICA 1- Radiografia panorâmica: planificação do crânio do paciente. Pode-se dividir em 3 áreas principais TERÇO MÉDIO DA FACE: inclui toda a maxila, olhos e crânio. · Borda posterior da maxila: limite mais posterior da maxila · Tuber/tuberosidade da maxila: região mais posterior do processo alveolar da maxila · Fissura pterigomaxilar: localizada posterior a maxila e mais superiormente, em formato de gota invertida · Seios maxilares: cavidades pneumáticas (preenchidas por ar) · Assoalho do seio maxilar: limite inferior do seio, mais radiopaco · Parede medial do seio maxilar/ lateral da cavidade nasal: limite mesial · Assoalho da orbita: limite superior do seio · Canal infraorbital: só dá para ver em alguns pacientes · Cavidade/fossa nasal: entre as estruturas de seio maxilar e orbita. Tem densidade mista, algumas regiões radiolucidas e algumas radiopacas · Septo nasal: estrutura central que divide a cavidade nasal em direita e esquerda · Assoalho da cavidade nasal · Assoalho da cavidade nasal/palato duro · Conchas nasais inferiores: dentro da cavidade nasal (a média e a superior não são possíveis visualizar na radiografia) · Espinha nasal anterior: protuberância óssea radiopaca (bem no centro do assoalho nasal) · Forame incisivo: entre as raízes dos incisivos (uma imagem mais radiolucida) abertura do canal naso palatino · Sutura intermaxilar: onde une a maxila do lado direito com o lado esquerdo (linha radiolucida) · Processo zigomático da maxila: forma de um J invertido · Osso zigomático · Arco zigomático · Eminencia articular · Fossa articular · Processo mastoide/células mastoideas · Meato acústico externo · Processo estiloide AREA DA MANDIBULA: · Cabeça da mandíbula: parte superior mais externa, que faz parte da articulação temporomandibular · Incisura da mandíbula: arquinho entre as duas projeções da mandíbula · Processo coronóide: parte superior mais interna da mandíbula · Ramo da mandíbula: abaixo da incisura da mandíbula · Forame da mandíbula: na região de ramo. Abertura por onde entra o nervo alveolar inferior · Canal da mandíbula: em continuidade com o forame, na região de corpo da mandíbula. Não é todos os pacientes que dá para ver · Ângulo da mandíbula · Corpo da mandíbula · Forame mentoniano: final do canal da mandíbula, perto da região de pré-molares · Sínfise · Linha obliqua: linha do lado dos molares, na região de trigono retromolar · Fóvea submandibular: na região dos molares, no corpo da mandíbula, região mais translucida, onde estará alojada a glândula submandibular. Não é muito bem delimitada AREA PARAVERTEBRAL: estruturas anexas (coluna cervical e pescoço) · Osso hióide: estrutura radiopaca bilateral (temos 1 osso hioide, porem como está em região de linha média ele forma duas imagens · Vertebras cervicais: imagem mais lateral das radiografias, também fica duplicada e também aparece imagem fantasma no meio da radiografia toda · Palato mole: só uma sombra bem discreta depois da linha do palato duro · Lóbulos da orelha: próximo a região da ATM, também aparece apenas como uma sombra bem discreta · Espaço aéreo: todo o arco radiolucido que vai desde a região nasal, até laringe e faringe 2- Radiografia cefalométrica: PERFIL MOLE: tecido mole que aparece como fantasma (lábios, nariz...) OSSO FRONTAL: região mais superior, radiopaco SEIO FRONTAL OSSO NASAL NASIO: ponto mais anterior da sutura fronto-nasal (união do osso frontal com o nasal) TETO DA ORBITA: sobreposto ao cérebro CONTORNO DA ORBITA ASSOALHO DE ORBITA LAMINA CRIVOSA DO OSSO ETMÓIDE SEIO MAXILAR SELA TÚRCICA ESPINHA NASAL ANTERIOR CLIVO: antes de começar a coluna vertebral PROCESSO ZIGOMÁTICO DA MAXILA: formato de J invertido BORDA INFERIOR DO OSSO ZIGOMÁTICO PALATO DURO/ASSOALHO DA FOSSA NASAL CONDILO OCCPITAL PROCESSO MASTÓIDE: do lado do condilo occpital, porem mais para cima CÉLULAS AÉREAS MASTOIDEA MEATO ACÚSTICO EXTERNO: na frente das células aéreas mastoidea MEATO ACÚSTICO INTERNO: em cima do meato acústico externo, e menor (como se fosse 2 bolinhas, uma em cima da outra) BASE DA FOSSA CRANIANA MÉDIA: logo atrás da cela túrcica FISSURA PTERIGOMAXILAR: em cima do processo pterigoideo CELULAS AÉREAS ETMOIDAIS: entre a orbita e o seio etmoidal SINFISE DA MANDIBULA BASE DA MANDIBULA: cortical inferior da mandíbula ÂNGULO DA MANDIBULA CABEÇA DA MANDIBULA: na região de ATM INCISURA DA MANDIBULA: curvinha entre os processos da mandíbula CANAL DA MANDIBULA: percorrendo o corpo da mandíbula embaixo dos dentes FORAME MENTONIANO: final do canal da mandíbula VERTEBRAS CERVICAIS: · Atlas C1: primeira vertebra · Axis C2 + processo odontóide: projeção óssea que encaixa na C1 PALATO MOLE: continuação do palato duro DORSO DE LINGUA OSSO HIÓIDE ESPAÇO AÉREO: arco radiolucido desde laringe até a boca 3- Outras projeções do crânio: CABEÇA DA MANDIBULA INCISURA DA MANDIBULA PROCESSO CORONÓIDE RAMO DA MANDIBULA ÂNGULO DA MANDIBULA CORPO DA MANDIBULA CANAL DA MANDIBULA FORAME DA MANDIBULA FORAME MENTONIANO BORDA INFERIOR DA MANDIBULA SEIO MAXILAR SEIO FRONTAL CELULAS AEREAS ETMOIDAIS: abaixo do seio frontal SEIOS MAXILARES CONCHAS NASAIS INFERIORES FOSSA NASAL PROCESSO ZIGOMÁTICO DA MAXILA ORBITAS SUTURA INTERMAXILAR BASE DO CRÂNIO PROCESSO MASTÓIDE FISSURA ORBITAL SUPERIOR CRISTA GALLI ASA MENOR DO OSSO ESFENÓIDE LINHA INAMINADA PROCESSO CORONÓIDE BASE DA MANDIBULA FOSSA NASAL SEPTO NASAL OSSO E ARCO ZIGOMÁTICO SEIO MAXILAR ORBITA PROCESSO CORONÓIDE PROCESSO MASTÓIDE SEIO ESFENOIDAL EMINÊNCIA ARTICULAR FOSSA ARTICULAR CABEÇA DA MANDIBULA (Quando a radiografia é feita em boca aberta, o ponto mais inferior da eminencia articular corresponde ao ponto mais superior da cabeça da mandíbula), se a cabeça passar da eminencia é um caso de HIPEREXCURSÃO, e se a cabeça nem chegar na eminencia, é um caso de HIPOEXCURSÃO (Quando a radiografia é feita em boca fechada, a cabeça da mandíbula estará dentro da fossa articular) PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO RADIOGRÁFICA Para ter um diagnóstico adequado, precisa saber indicar o exame correto a se fazer e ter uma boa interpretação dele Processo no qual o profissional faz a avaliação de toda a imagem radiográfica, reconhecendo estruturas anatômicas e alterações patológicas de maneira sistematizada (mesma ordem para não deixar de ver nada) · Pré-requisitos: 1- Qualidade técnica 2- Ambiente de interpretação 3- Características da imagem radiográfica 4- Conhecimento de anatomia 5- Limitações da imagem radiográfica 1- Qualidade técnica: enquadramento (região de interesse toda dentro da imagem), densidade e contraste (nem muito escura e muito clara), sem distorções geométricas, sem artefatos de imagem (ex. colete de chumbo), técnica correta 2- Ambiente de interpretação: diferente se for imagem analógica ou digital ANALÓGICO: ambiente de baixa iluminação; uso de nagatoscópio; utilização de lupa (filme é pequeno); uso de máscara (cobrir a parte do negatoscopio que está sem imagem radiográfica – o nosso olho consegue detectar melhor as diferenças da imagem, dos contrastes) DIGITAL: uso de computador 3- Características da imagem radiográfica: reconhecer e saber o que é radiopaco (estrutura que acionou mais o feixe de radiação) e o que é radiolucido (estruturas que atenuam menos o feixe de radiação) e os diferentes tons que os mesmos possuem Sobreposição: de raízes, dentes... faz 2 radiografias, inclinando para o lado para ver Alterações discretas: tem que gastar um pouco mais de tempo olhando a radiografia para perceber (a carie para ser visível precisa ter pelo menos 30% de desmineralização e fica bem discreto, de outra forma ainda não é possível ver). 4- Conhecimento de anatomia: só reconhecemos o que não está normal quando conhecemos o que é o normal. Toda condição patológica se traduz, em algum grau, em alteração de forma 5- Limitações da imagem radiográfica: · Efeito de burnout ou radiolucencia cervical – conformação anatômica com menor absorção de fótons, na cervical os dentes geralmente são maisradiolucidos mesmo porque não tem osso ainda tampando e não tem esmalte mais porque já saiu da coroa. Portanto saber diferenciar isso que é normal de carie) · Efeito mach-band: exagero no contraste dos tons de cinza · Sequência de interpretação: Superior do lado direito até superior do lado esquerdo (18 até 28) e depois do esquerdo inferior até o direito inferior (38 até 48): 1° COROA 2° RAIZ (câmara pulpar e canais radiculares) 3° PERIÁPICE 4° PERIODONTO 5° CRISTA ÓSSEA 6° OSSO ALVEOLAR 1° CONTAGEM DOS DENTES (supranumerários, ausência, agenesia) 2° AVALIAÇÃO DENTE A DENTE Anomalias: tamanho, morfologia, estrutura, erupção, posição Coroa: Lesões de cárie – restaurações – desgastes – fraturas coronárias – destruições coronárias Raiz: Raízes residuais – tratamento endodôntico – retentor intracanal – calcificações pulpares – fratura radicular – reabsorção radicular Periapice: Reabsorções ósseas – esclerose óssea Periodonto: cálculos dentários – perdas ósseas – implantes dentários 3° AVALIAÇÃO DAS ESTRUTURAS ÓSSEAS: maxila e mandíbula no geral 4 AVALIAÇÃO DOS SEIOS MAXILARES 5° AVALIAÇÃO DO TERÇO MÉDIO DA FACE: processo mastoide, osso zigomático, orbita, fossa nasal 6° AVALIAÇÃO DAS CABEÇAS DA MANDIBULA: região da ATM 7° AVALIAÇÃO DO ESPAÇO PARAVERTEBRAL: região de tecido mole em volta da mandíbula (ver se tem presença principalmente de calcificações em tecido mole) · Descrição de alterações: 1- Aspecto interno: - DENSIDADE: radiolucida, mista (radiolucida com focos radiopacos) ou radiopaca - SEPTAÇÕES: unilocular ou multilocular 2- Periferia e forma: bem definida, parcialmente bem definida ou mal definida, parcialmente mal definida. Regular (superfície lisa) ou irregular, festonado (várias reentrâncias) 3- Tamanho e localização: ex: aproximadamente 3-4mm Corpo da mandíbula do lado esquerdo Região de molares Se estende da mesial do 36 a mesial do 38 Se estende do terço médio das raízes dos molares a base da mandíbula 4- Efeitos nas estruturas adjacentes: - ÓSSEAS: adelgaçamento/afinamento da base da mandíbula; expansão do tecido ósseo; perfuração do tecido ósseo; rompimento da cortical - DENTÁRIAS: reabsorção de raiz no dente x 5- hipótese de diagnóstico: cisto ósseo simples; cisto radicular; ceratocisto odontogênico... Exemplo final: área radiolucida unilocular, bem delimitada e regular, medindo aproximadamente 3-4mm, localizada no corpo da mandíbula do lado esquerdo, região de molares, se estendendo da mesial do 36 a mesial do 38 e do terço médio das raízes dos molares até a base da mandíbula, associada a adelgaçamento da cortical inferior da mandíbula e reabsorção radicular da raiz distal do dente 36, sugestiva de cisto ósseo simples/ cisto radicular/ ceratocisto odontogênico ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DOS CISTOS · Definição: cavidade patológica preenchida com material liquido ou semi-sólido, delimitada por epitélio e circundada por uma capsula de tecido conjuntivo · Mecanismo da lesão: frente a um estimulo inflamatório há uma proliferação de células epiteliais. Conforme cresce o interior do crescimento epitelial vai faltando suprimento gerando uma necrose no centro da lesão e acumulando líquidos. Crescimento da lesão por pressão hidrostática (vai puxando liquido dos arredores), fazendo com que ela cresce e tenha um aspecto balonizante 1- Características clinicas: maxila e mandíbula são os ossos mais acometidos; muitas vezes são indetectáveis clinicamente; as características clinicas mais comuns são tumefação firme e endurecida e ausência de dor; dor pode estar presente se associada à um dente necrótico ou infectado secundariamente 2- Características radiográficas: são lesões radiolucidas; margens bem definidas delimitadas por halo radiopaco e formato regular; podem estar presentes em qualquer região da maxila e mandíbula; podem provocar expansão das corticais ósseas, deslocamento de estruturas e reabsorção dos dentes 3- Classificação: · Quanto a origem: CISTO RADICULAR: lesão cística que surge a partir da proliferação dos remanescentes epiteliais de malassez no ligamento periodontal, estimulados por produtos inflamatórios de um dente sem vitalidade. É a lesão mais comum (Carie/ trauma – necrose pulpar – pericementite apical – granuloma – cisto) · Características importantes: cisto mais comum dos maxilares; teste de sensibilidade pulpar negativo (dente necrótico não responde a estimulo quente ou frio); geralmente assintomáticos; associado ao ápice do dente; pode possuir variante lateral (cisto radicular lateral) · Aspecto interno: radiolucido e unilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco · Localização: associada ao ápice ou lateral à raiz de dente · Efeitos: reabsorção radicular do dente envolvido CISTO RADICULAR RESIDUAL: variante do cisto radicular, tem as mesmas características dele porem se encontra em região edêntula · Aspecto interno: radiolucido e unilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco · Localização: região edêntula (corresponde ao ápice do dente ausente) · Efeitos: reabsorção radicular do dente envolvido CISTO INFLAMATÓRIO COLATERAL: associado à alguma face de um dente parcialmente irrompido · Características importantes: dentes parcialmente irrompidos; quadro de inflamação recorrente · Subdividido em: cisto da bifurcação vestibular e cisto paradentário · Aspecto interno: radiolucido e unilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco e regular · Localização: região de furca vestibular de molares inferiores · Efeitos: expansão da cortical vestibular, deslocamento das raízes para lingual · Aspecto interno: radiolucido e unilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco e regular · Localização: região distal da coroa de molares inferiores CISTO DENTIGENO: lesão cística que envolve a coroa de um dente não irrompido causando expansão do seu folículo, que permanece associado à região cervical pela junção amelocementária · Características importantes: segundo cisto mais comum dos maxilares; mais comum dos cistos de desenvolvimento; cisto associado à coroa de um dente não irrompido; envolve a coroa na região da junção amelocementária; diferenciar de folículo hiperplásico (que tem <5mm); mais comum em terceiros molares, caninos superiores e dentes supranumerários · Aspecto interno: radiolucido e unilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco e regular · Localização: associado a coroa de dente não irrompido na junção amelocementária · Efeitos: deslocamento de estruturas (incluindo o dente afetado) CISTO PERIODONTAL LATERAL: cisto lateral à raiz de um dente com vitalidade pulpar · Características importantes: teste de sensibilidade pulpar positivo; mais comum na região de dentes anteriores e pré-molares; possui uma variante multilocular chamada botrioide (cisto periodontal lateral multilocular) · Aspecto interno: radiolucido e unilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco · Localização: lateral à raiz CERATOCISTO ODONTOGÊNICO: cisto revestido por epitélio ceratinizado com potencial de crescimento inato · Características importantes: normalmente assintomático, com pouca expansão; comum entre os 10-30 anos de idade · Aspecto interno: radiolucido e unilocular/multilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco, regular ou festonada · Localização: região posterior da mandíbula, pode estar associado a dente não irrompido · Efeitos: crescimento ao longo do osso com pouca expansão, pouco efeito nos dentes adjacentes SINDROME DE GORLIN-GOLTZ: distúrbio autossômico dominante; doença rara com envolvimento sistêmico; predisposição para cistos, neoplasias e outras anormalidades de desenvolvimento CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE: cisto que forma conteúdo calcificado (dentina displásica) em seu interior · Características importantes: raro; normalmente assintomático, com aumento de volume; mais comum entre 10-20 anos de idade · Aspecto interno: radiolucido com focos/massa radiopaca (mista); unilocular · Periferiae forma: bem definida com halo radiopaco e regular · Localização: anterior aos molares na maxila; região de molares na mandíbula · Efeitos: expansão e interrupção das corticais ósseas, deslocamento e reabsorção de dentes CISTO ODONTOGÊNICO GLANDULAR: cisto com características de glândula salivar e células produtoras de muco · Características importantes: raro; comportamento agressivo; predileção pelo sexo feminino; entre os 40-50 anos de idade; tendem a cruzar a linha média · Aspecto interno: radiolucido e unilocular/multilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco e festonado · Localização: maxila ou mandíbula anterior · Efeitos: expansão com interrupção das corticais e deslocamento de dentes CISTO DO DUCTO NASOPALATINO: cisto não odontogênico de desenvolvimento, originado do epitélio embrionário do ducto nasopalatino · Características importantes: predileção pelo sexo masculino; mais comum entre 40-60 anos de idade; na região do canal nasopalatino (entre os incisivos centrais superiores) · Aspecto interno: radiolucido e unilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco; formato de coração ou pera invertida · Localização: maxila anterior entre os incisivos centrais superiores · Efeitos: expansão das corticais e deslocamento de dentes CISTO OSSEO SIMPLES: pseudocisto intraósseo sem epitélio, igualmente, vazio ou preenchido por fluido seroso ou sanguinolento · Características importantes: pacientes jovens; não associado aos dentes, mas pode estar sobreposto às raízes dos dentes · Aspecto interno: radiolucido e unilocular/multilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco e festonada (dedos de luva) · Localização: mais comum na mandíbula posterior entre as raízes dos dentes · Efeitos: crescimento ao longo do osso, com mínima expansão CISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO: pseudocisto osteolitico expansivo, constituído por espaços cheios de sangue separados por septos de tecido conjuntivo · Características importantes: mais frequente nos ossos longos; pacientes adultos jovens (<30 anos de idade); associado à sintomatologia dolorosa e assimetria facial · Aspecto interno: radiolucido e unilocular/multilocular · Periferia e forma: bem delimitada · Localização: mais comum na mandíbula · Efeitos: crescimento expansivo e rápido Características importantes: concavidade focal do osso cortical na superfície lingual da mandíbula; aspecto radiográfico similar aos cistos Aspecto interno: radiolucido e unilocular Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco Localização: mandíbula posterior abaixo do canal da mandíbula ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DOS TUMORES - BENIGNAS · Tumores: termo genérico utilizado para se referir à uma massa de tecido, compreendendo harmatomas e lesões neoplásicas Neoplasias: divididas de acordo com a malignidade delas Benignas: crescimento expansivo/compressivo; velocidade de crescimento lento; sem metasteses Crescimento por proliferação celular anormal, apresentando áreas com diferentes potenciais de proliferação e que não cessam após a remoção de um estimulo Características clinicas: · Achados incidentais em exames por outras razoes · Detectados clinicamente por aumento de volume dos maxilares ou mobilidade dentária · Podem estar associados à dentes não-irrompidos e descobertos assim · Normalmente assintomáticos, mas podem ser localmente agressivos Características radiográficas: · Podem ser lesões radiolucidas, radiolucidas com focos radiopacos · Margens bem definidas e formato irregular · Podem estar presentes em qualquer região da maxila e mandíbula · Podem provocar expansão das corticais ósseas, deslocamento de estruturas e reabsorção dos dentes AMELOBLASTOMA: neoplasia odontogenica mais comum; principalmente sexo masculino (entre 20 – 50 anos de idade); crescimento lento e assintomático; comportamento expansivo com aumento de volume; dentes deslocados ou com mobilidade · Aspecto interno: radiolucido e unilocular ou multilocular, septos grossos e curvos · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco, formato irregular ou festonado · Localização: região posterior de mandíbula sem ou com dente não-irrompido associado · Efeitos: expansão e adelgaçamento das corticais e reabsorção radicular TUMOR ODONTOGÊNICO ESCAMOSO: neoplasia odontogênica bastante rara. Grande faixa etária, desde crianças aos idosos. Crescimento lento e assintomático com aumento de volume. Dentes deslocados ou com mobilidade · Aspecto interno: radiolucido e unilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco; formato triangular · Localização: maxila ou mandíbula, entre as raízes dos dentes · Efeitos: semelhante a perda óssea angular TUMOR ODONTOGÊNICO EPITELIAL CALCIFICANTE: neoplasia odontogênica rara com produção de proteína amiloide. Tumor de Pindborg. 40 – 50 Anos de idade. Crescimento lento e assintomático de consistência endurecida · Aspecto interno: radiolucido com focos radiopacos/massa próximo à coroa e unilocular/multilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco · Localização: região posterior da mandíbula · Efeitos: impactação do dente (quando envolvido) com deslocamento TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATOIDE: neoplasia incomum contendo calcificações no seu interior. Predileção pelo sexo feminino. Mais comum em pacientes jovens entre 10 e 20 anos de idade. Crescimento lento e assintomático · Aspecto interno: radiolucido com focos radiopacos e unilocular · Periferia e forma: bem delimitado com halo radiopaco · Localização: região anterior da maxila, associado a coroa de dente não irrompido · Efeitos: impactação do dente envolvido FIBROMA AMELOBLÁSTICO: neoplasia rara com tecido que se assemelha a papila dentária. Predileção pelo sexo masculino entre 0 e 20 anos de idade. Crescimento lento e assintomático com deslocamento de dentes. Associado a um dente “ausente” que não irrompeu · Aspecto interno: radiolucido e unilocular/multilocular · Periferia e forma: bem delimitado com halo radiopaco · Localização: região de mandíbula posterior associado a dente não irrompido · Efeitos: expansão das corticais TUMOR ODONTOGÊNICO PRIMORDIAL: proliferação neoplásica bastante rara, possivelmente no início da odontogênese. Pacientes entre 0 e 20 anos. Crescimento lento e assintomático com deslocamento de dentes. Associado a um dente não irrompido · Aspecto interno: radiolucido e unilocular · Periferia e forma: bem delimitado com halo radiopaco · Localização: região de mandíbula posterior associado a dente não irrompido · Efeitos: expansão das corticais e reabsorção dos dentes ODONTOMA: tumor odontogênico mais comum. Hamartoma que produz tecidos da estrutura dentária. Comum entre 0 e 20 anos de idade. Barreira física para erupção. Pode ser de 2 tipos COMPOSTO: formação de dentículos · Aspecto interno: radiopaco, semelhante a dentículos, e unilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco · Localização: região anterior da maxila e mandíbula, associado à dente não irrompido · Efeitos: impactação do dente envolvido COMPLEXO: formação de uma massa indefinida · Aspecto interno: radiopaco (massa) e unilocular · Periferia e forma: bem delimitado com halo radiolucido · Localização: região de molares inferiores, associado a dente não irrompido · Efeitos: expansão e impactação do dente envolvido TUMOR DENTINOGÊNICO DE CÉLULAS FANTASMAS: neoplasia bastante rara localmente; infiltrativa; forma neoplásica do cisto odontogênico calcificante. Predileção pelo sexo masculino entre os 30 e 50 anos de idade. Normalmente assintomático · Aspecto interno: radiolucido com focos radiopacos e unilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco · Localização: região de posterior · Efeitos: expansão das corticais FIBROMA ODONTOGÊNICO: neoplasia rara semelhante ao mixoma odontogênico. Predileção pelo sexo feminino entre os 40 anos de idade. Pode apresentar fissura na mucosa do palato, mobilidade dentária e inchaço · Aspecto interno: radiolucido e unilocular/multilocular com septos finos · Periferia e forma:bem delimitada com halo radiopaco · Localização: anterior aos molares na maxila; região de molares na mandíbula · Efeitos: expansão e adelgaçamento das corticais, reabsorção radicular e deslocamento dos dentes MIXOMA ODONTOGÊNICO: neoplasia incomum com produção de matriz interna gelatinosa. Localmente agressivo com chance de recidiva. Predileção pelo sexo feminino entre os 20 e 40 anos de idade. Pode apresentar sintomatologia e causar tumefação · Aspecto interno: radiolucido e multilocular com septos finos e retos (raquete de tênis) · Periferia e forma: variável de bem definida à mal definido e irregular · Localização: região posterior de mandíbula (e maxila) · Efeitos: deslocamento dos dentes sem reabsorção CEMENTOBLASTOMA: neoplasia rara de cementoblastos, associada à raiz do dente. Predileção pelo sexo masculino entre os 10 e 30 anos de idade. Crescimento lento com expansão óssea. Dente com vitalidade e pode apresentar sintomatologia dolorosa · Aspecto interno: radiopaco e inilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiolucido · Localização: raízes de pré-molares e molares inferiores · Efeitos: expansão óssea e reabsorção radicular (apagamento do contorno da raiz) FIBROMA CEMENTO-OSSIFICANTE: neoplasia incomum com significativo potencial de crescimento. Composto de tecido fibroso, tecido anormal imaturo e cemento. Predileção pelo sexo feminino entre 10 e 40 anos de idade. Crescimento lento com expansão óssea sem sintomatologia · Aspecto interno: radiopaco granular e unilocular · Periferia e forma: bem delimitado com halo radiopaco · Localização: região de pré-molares e molares inferiores · Efeitos: expansão e adelgaçamento das corticais e reabsorção radicular NEURILEMOMA: neoplasia de origem neuroectodermica. Células de Schwann (Schawannoma). Predileção pelo sexo feminino entre 10 e 40 anos de idade. Mais comum nos tecidos moles · Aspecto interno: radiolucido e unilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco · Localização: canal da mandíbula · Efeitos: expansão do canal da mandíbula OSTEOMA: tumor benigno composto de osso compacto ou medular, a partir do periósteo. Comum entre os 20 e 40 anos de idade. Lesões solitárias, assintomáticas e endurecidas. Crescimento lento · Aspecto interno: radiopaco uniforme ou granular · Periferia e forma: bem delimitada · Localização: mandíbula e seios paranasais OBS: geralmente o osteoma está presente em pessoas com síndrome de Gardner que está presente da 2° a 5° década de vida e apresenta também múltiplos pólipos no cólon e reto, osteomas múltiplos, dentes supranumerários e odontomas OSTEOBLASTOMA: neoplasia benigna dos osteoblastos. Predileção pelo sexo masculino entre 20 e 40 anos de idade. Sintomatologia dolorosa e inchaço. Mais comum nas vertebras · Aspecto interno: radiolucida com focos radiopacos à radiopaca e unilocular · Periferia e forma: bordas difusas e delimitadas por halo radiolucido · Localização: região dos dentes e ATM · Efeitos: expansão das corticais ósseas, deslocamento e reabsorção dos dentes OSTEOMA OSTEOIDE: tumor benigno autolimitante formador de osso. Entre os 20 e 40 anos de idade. Sintomatologia dolorosa nos ossos e tecidos moles. Mais comuns nos ossos longos · Aspecto interno: massa radiopaca unilocular · Periferia e forma: bem delimitada por halo radiolucido, formato ovalado · Localização: mandíbula posterior · Efeitos: expansão das corticais ósseas FIBROMA DESMOPLÁSICO: tumor bastante raro de miofibroblastos. Comum em menores de 30 anos de idade. Expansão assintomática com limitação de abertura da boca. Mais comuns nos ossos longos · Aspecto interno: radiolucido, multilocular com septos esparsos e retos · Periferia e forma: bem delimitada, bordas festonadas · Localização: mandíbula posterior, região de ramo · Efeitos: expansão das corticais ósseas com interrupção HEMANGIOMA CENTRAL: malformação vascular. Presente entre os 10 a 20 anos de idade. Mais comum nos ramos de maxilares. Com crescimento lento e expansivo. Mobilidade dentária com sangramento associado. Dentes podem apresentar macrodontias ou erupção precoce · Aspecto interno: radiolucido uni ou multilocular · Periferia e forma: variável de bem a mal delimitada, bordas festonadas · Localização: mandíbula posterior e canal da mandíbula · Efeitos: expansão das corticais ósseas com interrupção. Reação periosteal em “raios de sol” ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DOS TUMORES – MALIGNAS Malignas: crescimento infiltrativo/destrutivo; velocidade de crescimento rápido; metástases quase constantes · Crescimento anormal descontrolado, ilimitado e rápido; comportamento agressivo; invasão tecidual em tecidos normais adjacentes; metástase para linfonodos regionais ou à distância Características clinicas gerais: · Crescimento rápido de uma massa · Ulceração · Hemorragia · Bordas firmes · Deslocamento e mobilidade dentária em curto período · Odor fétido · Exposição óssea · Linfadenopatia · Perda de peso · Cicatrização anormal pós cirrugia Características gerais radiográficas: · Crescimento rápido e agressivo · Sem tempo de resposta dos tecidos normais · Aspecto destrutivo · Aspecto inteterno: grande maioria radiolucido · Periferia e forma: pode ser bem definida, mas preferencialmente mal definida e de formato irregular · Localização: qualquer localização, mas mais comuns em região posterior e mandíbula · Efeitos: destruição de corticais, invasão de estruturas anatômicas, reações periosteais, dentes flutuantes e aumento do espaço do ligamento periodontal 1- CEC de origem em tecido mole 2- Carcinoma mucoepidermóide central 3- Carcinoma ameloblástico 1- Osteossarcoma 1- Mieloma múltiplo CARCINOMA ESPINOCELULAR DE ORIGEM EM TECIDO MOLE: CEC é a neoplasia maligna mais comum da cabeça e pescoço. Envolvem mais frequentemente assoalho da boca, trígono retromolar e dorso da língua. Podem invadir o tecido ósseo, principalmente na região de mandíbula posterior · Aspecto interno: radiolucido · Periferia e forma: aspecto invasivo, mal definido · Localização: mandíbula posterior · Efeitos: destruição das corticais, aumento do espaço do ligamento periodontal, deslocamento de dentes, dentes flutuantes CARCINOMA MUCOEPIDERMOIDE CENTRAL: neoplasia maligna de glândula salivar que surge no osso. Sexo feminino entre 30 e 50 anos de idade, porem com relatos em adolescentes. Tumefação indolor presente há meses ou anos, causando assimetria facial. Pode apresentar dor e paralisia · Aspecto interno: radiolucido unilocular ou multilocular · Periferia e forma: bem delimitada com halo radiopaco ou irregular. Pode se assemelhar a lesões benignas · Localização: mandíbula e maxila posterior · Efeitos: expansão sem ou com interrupção da cortical. Deslocamento de estruturas, normalmente sem reabsorção CARCINOMA AMELOBLÁSTICO: neoplasia maligna epitelial primária odontogênica. Vertente maligna do ameloblastoma (ameloblastomas pré-existentes). Sexo masculino na média dos 45 anos. Lesão agressiva. Massa expansiva e endurecida. Sensibilidade dos tecidos moles sobrejacentes. Dentes deslocados ou com mobilidade · Aspecto interno: radiolucido uni ou multilocular · Periferia e forma: mal definida de margens irregulares · Localização: posterior de mandíbula · Efeitos: expansão com interrupção da cortical. Destruição da cortical alveolar, deslocamento de dentes com reabsorção OSTEOSSARCOMA: tumor ósseo maligno primário cujas células neoplásicas mesenquimais produzem osteoide. Entre 20 e 40 anos de idade. Agressivo e rapidamente destrutivo. Dor, edema, expansão óssea. Deformidade e mobilidade dentária · Aspecto interno: radiolucido à radiopaco · Periferia e forma: mal definida · Localização: mandíbula · Efeitos: perda da estrutura trabecular normal e destruição de cortical (triangulo de codman), aumento do espaço do ligamento periodontal, reação periosteal em raios de sol ou laminar MIELOMA MÚLTIPLO: neoplasia maligna óssea dos plasmocitos (derivados de linfócitos B). Homens entre 50 e 70 anos. Vertebras, costela, ossos longos, crânio, maxila e mandíbula são os lugares acometidos LESÕESSOLITÁRIAS: plasmocitomas LESÕES MULTIPLAS: mieloma múltiplo · Fadiga, anemia, perda de peso, febre, fraturas patológicas, dor óssea na região lombar · Aspecto interno: radiolucido unilocular · Periferia e forma: bem delimitada de formato oval ou irregular · Localização: maxila, mandíbula, calota craniana e vertebras · Efeitos: adelgaçamento e interrupção de corticais METASTASES ÓSSEAS: novos focos de lesão maligna na cavidade oral, a partir de um tumor maligno distante. Geralmente é carcinoma. Mama, pulmão, próstata, cólon, reto, melanoma são os locais frequentes. A lesão oral pode ser o primeiro sinal de doença maligna. Dor dentária, parestesia do nervo mandibular, fraturas patológicas, hemorragias · Aspecto interno: radiolucido · Periferia e forma: mal definida e aspecto invasivo · Localização: mandíbula posterior · Efeitos: destruição de corticais, alteração do trabeculado ósseo, aumento do espaço do ligamento periodontal LESÕES INFLAMATÓRIAS OSTEOMIELITE: processo inflamatório/infeccioso da medula óssea. Tecido ósseo necrótico com sequestro ósseo. Disseminação de infecção pelo osso, normalmente com origem em doenças periapicais. Podem atingi todas as idades, e é dividida em fase aguda e fase crônica. Causa dor, edema, febre, linfadenopatia, parestesia, dentes com mobilidade e sensíveis a percussão, drenagem purulenta · Aspecto interno: áreas de osteolise (radiolucido) e áreas de ilhas ósseas ou sequestro ósseo (radiopaco) · Periferia e forma: mal definida (fase aguda), zona esclerótica (fase crônica) · Localização: região posterior de mandíbula (mas pode ocorrer em qualquer local) · Efeitos: reabsorção de corticais e formação óssea periosteal, esclerose do tecido ósseo adjacente OSTEORRADIONECROSE: efeito colateral da radioterapia de cabeça e pescoço. Radiação afeta a capacidade de reparo ósseo e suprimento vascular (hipocelular e hipovascular). Presença de osso necrótico exposto na cavidade bucal. Pode ser assintomática ou acompanhada de infecção secundária · Aspecto interno: áreas de osteolite (radiolucida), ilhas osseas ou sequestro ósseo (radiopaco) · Periferia e forma: mal definida (fase aguda), zona esclerótica (fase crônica) · Localização: região posterior de mandíbula (mas pode ocorrer em qualquer local) · Efeitos: reabsorção de corticais e formação óssea periosteal, esclerose do tecido ósseo adjacente OSTEONECROSE DOS MAXILARES ASSOCIADA A MEDICAMENTOS: necrose do tecido ósseo associada ao uso de drogas antirreabsortivas (bisfofosnatos e denosumab) e antiangiogenicos. Pacientes com osteoporose e câncer. Supressão da atividade osteoclestica (reduz a absorção óssea e induz a deposição). Etiologia ainda não bem elucidada. Importante papel de trauma e infecções dentárias. Pode ser assintomático ou acompanhada de infecção secundária · Aspecto interno: áreas de osteolite (radiolucido) ilhas osseas ou sequestro ósseo (radiopaco) · Periferia e forma: mal definida (fase aguda), zona esclerótica (fase crônica) · Localização: região posterior de mandíbula (mas pode ocorrer em qualquer local) · Efeitos: reabsorção de corticais e formação óssea periosteal, esclerose do tecido ósseo adjacente DISPLASIAS DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA: lesão fibro-óssea mais comum. Acometem a região periapical dos dentes (vitais). Substituição do tecido ósseo por tecido fibroso e osso imaturo e amorfo. Comum entre 30 e 50 anos de idade em mulheres melanodermas. Assintomática, pode apresentar expansão (incomum). Se infectada pode apresentar sintomatologia. Pode ser dividido em 3 fases: 1- Reabsorção óssea 2- Deposição central 3- Fase madura Além disso, tem 3 classificações: 1- Periapical: incisivos inferiores 2- Focal: molares inferiores 3- Florida: em múltiplos locais · Aspecto interno: radiolucido à radiopaco dependendo da fase de maturação · Periferia e forma: bem delimitado com halo radiopaco externo e halo hadiolucido interno, irregular ou regular · Localização: região periapical dos dentes, mais comum na mandíbula · Efeitos: deslocamento de estruturas (quando grandes). Interrupção da cortical alveolar, manutenção do espaço do ligamento periodontal DISPLASIA FIBROSA: substituição do tecido ósseo por tecido fibroso e osso imaturo e amorfo (trabéculas ósseas orientadas aleatoriamente). Relacionada à mutação no gene GNAS1. Unilateral. Costelas, fêmur, tíbia, maxila e mandíbula são os ossos mais comuns de acometer. Estabilização com a maturação esquelética Causa inchaço e assimetria facial; aumento ou deformidade do processo alveolar Classificação: 1- Monostótica: afeta um osso, entre jovens de 20 e 30 anos 2- Craniofacial: afeta ossos do crânio 3- Poliostótica: afeta múltiplos ossos, em crianças de até 10 anos · Manchas café com leite – tipo jaffe · Desordens endócrinas – síndrome McCune-Albright · Aspecto interno: variável, usualmente imagem radiopaca heterogênia · Periferia e forma: mal definida com transição gradual para o tecido ósseo normal · Localização: região posterior de maxila (também afeta a mandíbula) · Efeitos: expansão com deslocamento de estruturas. Pode funcionar com a cortical alveolar e deslocar dentes OUTRAS LESÕES · Não se encaixa em nenhuma das outras classificações LESÃO CENTRAL DE CÉLULAS GIGANTES: origem incerta (reativa ou neoplásica?). Aspectos similares aos tumores benignos. Afeta jovens entre 20 e 30 anos de idade. Presença de mucosa alveolar arroxeada. Pode ser: · NÃO AGRESSIVA: assintomática, pouco crescimento, não perfura o osso ou induz reabsorção radicular · AGRESSIVA: dor, rápido crecimento, expansão e/ou perfuração das corticais ósseas, reabsorção radicular · Aspecto interno: radiolucido, uni ou multilocular com septações em 90° com a margem · Periferia e forma: bem delimitada, formato festonado · Localização: mais frequente na mandíbula, mesial aos molares (e maxila anterior) · Efeitos: expansão e deslocamento de estruturas, interrupção de corticais (maxila). Desloca e reabsorve dentes, destrói cortical alveolar (lâmina dura) CALCIFICAÇÕES EM TECIDOS MOLES · Deposição irregular de sais de cálcio (fosfato de cálcio) em tecidos moles · Classificação: Calcificações distróficas: precipitação de cálcio em sítios de inflamação crônica ou tecidos necróticos assintomáticos, ocasionalmente podem ser palpadas Calcificações idiopáticas: deposição de cálcio em tecidos normais, independente dos níveis séricos de cálcio e fosfato Ossificações: formação de osso em locais onde não existe osso LINFONODOS CALCCIFICADOS: calcificação em linfonos cronicamente inflamados. Pode indicar doença ativa ou previamente tratada. Geralmente assintomática Aspectos radiográficos: massa radiopaca, com diferentes graus de radiopacidade (coleção de pequenas estruturas). Bem definida e formato irregular (couve-flor). Comumente nas cadeias submandibulares (cortical inferior da mandíbula ou ângulo) e cervical profunda (posterior à mandíbula) TONSILÓLITOS: repetidos episódios de inflamação nas tonsilas ou acumulo de biofilme (cáseo). Assintomáticos. Calcificações maiores podem causar dor de garganta, halitose, sensação estranha ao deglutir Aspectos radiográficos: radiopacos com densidade similar ao tecido ósseo. Definição variável e formato irregular dispostas como conglomerações pequenas. Região correspondente ao dorso da língua, sobre o ramo da mandíbula (espaço orofaríngeo) ESCLEROSE CALCIFICANTE MEDIAL: calcinose medial ou arteriosclerose de Monckeberd. Processo degenerativo relacionado ao envelhecimento. Deposição de cálcio na camada interna do vaso. Marcador de risco cardiovascular; diabetes tipo 2. Mais comum na artéria facial Aspectos radiográficos: calcificações que demarca o trajeto da artéria facial projetada na região posterior da mandíbula ATEROMA: placa aterosclerótica calcificada. No trajeto extracraniano carotídeo. Pode indicar risco de doença embólica ou obstrutiva cerebrovascular Aspecto radiográfico: estrutura radiopaca heterogênea de formato irregular e bem definidas com distribuição linear. Comumente na região de bifurcação arterial da carótida, adjacente às vertebras C3e C4 SIALÓLITO: calcificações nos ductos ou glândulas salivares. Mais comum na glândula submandibular. Pode causar obstrução do ducto e levar a sintomatologia dolorosa e inflamação, com edema Aspecto radiográfico: imagem radiopaca de limites irregulares localizada sobreposta ao osso da mandíbula ou abaixo da mandíbula FLEBÓLITO: trombos calcificados em veias, por estagnação do sangue venoso. Podem estar associados à malformação vascular (hemangioma) Aspecto radiográfico: aparência de calcificações concêntricas, conferindo aos flebólitos aspecto de “alvo” CARTILAGEM TIREOIDE E TRITÍCEA: calcificação nas cartilagens laríngeas, sendo mais comuns a cartilagem tireoide e cartilagem tritícea. Sem relevância clinica Aspectos radiográficos: cartilagem tireoide (calcificação do corno superior medial a vertebra C4), cartilagem tritícea (calcificação redonda abaixo do osso hioide, próxima a vertebra C4) RINÓLITO E ENTRÓLITO: calcificações na cavidade nasal (rinólito) ou no seio maxilar (antrólito). Geralmente reação a um corpo estranho exógeno na raiz. Geralmente endógeno no seio maxilar (retenção de muco, coagulo) e sinusite crônica Aspectos radiográficos: rinólitos (radiopaca ou mista, localizadas na cavidade nasal), antrólitos (radiopacos, localizados no interior do seio maxilar), bem definidos e variam em formato e tamanho LIGAMENTO ESTILO-HIOIDEO: ossificação/mineralização do ligamento estilo-hioideo. Geralmente começa da base do crânio em direção ao osso hioide, mas pode se apresentar segmentada. Normalmente assintomática. Em casos extremos pode gerar compressão de nervos cranianos ou vasos da carótida (síndrome de Eagle) Aspectos radiográficos: achado radiográfico comum. Prolongamento do processo estiloide (considerar além do lóbulo da orelha) em direção ao osso hioide. Ossificação/mineralização segmentada
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