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Recurso Inominado - Prático e Rápido

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RECURSO INOMINADO 
Nos Juizados Especiais Cíveis disciplinados pela Lei 9.099/95, a sentença não desafia apelação, mas 
"recurso" a ser decidido com sucinta fundamentação por uma turma ou colégio recursal integrado por 
magistrados que atuam no primeiro grau de jurisdição (arts. 41, 42 e 43). 
 
LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995. 
Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências . 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte 
Lei: 
CAPÍTULO I 
Disposições Gerais 
Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no 
Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas 
causas de sua competência. 
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia 
processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação. 
Seção XII 
Da Sentença 
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o 
próprio Juizado. 
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no primeiro grau 
de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado. 
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por petição escrita, 
da qual constarão as razões e o pedido do recorrente. 
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à 
interposição, sob pena de deserção. 
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias. 
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar 
dano irreparável para a parte. 
 
 
 
É por essa razão que o processo não alcança o tribunal e é revisado no ambiente do próprio Juizado 
Especial. Excetuadas as diferenças procedimentais, esse recurso se assemelha à apelação prevista no 
Código de Processo Civil, porquanto o manejo dele volta-se à revisão das sentenças que resolvem ou não o 
mérito do processo. É justamente a vocação legal desse recurso que induziu alguns escritores a ponderarem 
que ele poderia ter recebido o nome de “apelação", apenas com a ressalva de endereçamento ao órgão 
recursal do próprio Juizado. Todavia, a desnecessidade de atribuir-lhe uma nomenclatura específica 
resultou da circunstância de que, no sistema criado pela Lei 9.099/95, existe um único meio de impugnação 
das decisões judiciais, não uma variedade deles como ocorre no Código de Processo Civil, em que cada 
recurso recebeu um rótulo exclusivo e uma disciplina particularizada. Outra peculiaridade que caracteriza 
o recurso inominado é a de que o recebimento dele não impede o cumprimento imediato do julgado, exceto 
se o juiz atribuir-lhe efeito suspensivo para evitar dano irreparável à parte (art. 43). Esclarecidos esses 
aspectos, registre-se que o mencionado recurso deve ser interposto no prazo de dez dias a contar da 
intimação da sentença, em geral da própria audiência, pois é nela que o juiz deve proferir decisão sobre a 
lide, aplicando-se aqui a regra geral de contagem dos prazos processuais. Por isso, deve ser excluído o dia 
do começo e incluído o dia final do prazo recursal. A título de exemplo, se as partes forem intimadas da 
sentença em uma sexta-feira, o prazo recursal somente se iniciará segunda-feira, salvo se esta não for dia 
útil, caso em que ele começará a ser computado do primeiro dia útil seguinte. O preparo no recurso 
inominado deve ser recolhido e comprovado, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas 
seguintes à interposição, sob pena de deserção. Por simetria, o recorrido possui o prazo de dez dias para 
oferecer suas contrarrazões, prazo esse que é contado da intimação para tanto, iniciando no primeiro dia 
útil subsequente e computando o dia do fim. Não há na Lei 9.099/1.995 previsão normativa de recurso 
específico contra os pronunciamentos interlocutórios do juiz da causa. Apesar disso, algumas turmas 
recursais insistem em admitir o uso do agravo de instrumento para tanto, com o que não concordamos 
porque o microssistema recursal da referida lei não dialoga com o macrossistema que o Código de Processo 
Civil dedicou aos recursos que prevê. Ademais, a Súmula 376 do Superior Tribunal de Justiça já consagrou 
a orientação segundo a qual "compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra 
ato de juizado especial", não obstante o Supremo Tribunal Federal tenha se manifestado, por maioria de 
votos, no sentido de que as decisões interlocutórias proferidas por esses juizados não toleram agravo de 
instrumento e, tampouco, mandado de segurança (RE 576.847-BA). Contra a decisão proferida no recurso 
inominado não cabe recurso especial porque o inciso III do artigo 105 da Constituição Federal exige que a 
decisão recorrida seja originária de tribunal e, como é sabido, as referidas turmas e colégios recursais não 
ostentam esse predicado. No entanto, o julgado emitido no recurso inominado pode ser impugnado 
mediante recurso extraordinário, a teor do inciso III do artigo 102 da Lei das Leis. Por fim, vale lembrar 
que as decisões monocráticas ou colegiadas dos Juizados Especiais também comportam embargos de 
declaração em cinco dias. Em virtude do princípio da celeridade, esses aclaratórios apenas suspendem o 
prazo de interposição do recurso inominado.

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