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DIREITO RECURSOS NO PROCESSO CIVIL 
TEMA: Toda matéria relativa aos Tribunais, sistema recursal e os recursos 
no processo civil. 
OBJETIVO: Conhecimento das principais características dos recursos bem como 
de suas características e procedimentos previstos no CPC e na 
Legislação extravagante. 
METODOLOGIA: Aula expositiva e dialogada, com a participação dos discentes na 
resolução de questões em sala de aula, além da analise de julgados, 
textos jurídicos e peças processuais. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
O CPC dedica o Livro III da Parte Especial aos processos nos tribunais e aos meios de 
impugnação das decisões judiciais. Nos Livros I e II da Parte Especial, são abordados os dois 
tipos de processo, o de conhecimento e o de execução. O Livro III trata dos processos nos 
tribunais, sejam aqueles de sua competência originária, sejam aqueles que, iniciados em 
primeiro grau de jurisdição, encontram-se em fase de recurso. O livro contém dois títulos. O 
primeiro cuida da ordem dos processos no tribunal e de alguns processos de competência 
originária; e o segundo, dos recursos. O Título I inicia-se com um capítulo que contém 
disposições gerais sobre jurisprudência, a necessidade de que seja mantida estável, íntegra e 
coerente e sobre a eficácia vinculante dos precedentes (art. 927). 
 
 
- Artigos a serem estudados (926 à 1.044 do CPC) 
 
 
COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS 
Os Tribunais, os órgãos colegiados do segundo grau de jurisdição, exercem sua competência, 
portanto, em três situações distintas: 
 
(i) em grau de recurso; 
(ii) em reexame no duplo grau de jurisdição necessário (remessa necessária); 
(iii) em processos de competência originária. 
 
Particularmente, o Supremo Tribunal Federal, órgão máximo do Poder Judiciário nacional, 
decide em matéria recursal tanto a título ordinário como extraordinário (CF, art. 102, II e III). 
 
São ordinários os recursos de agravo e apelação interpostos pelo vencido em decisão de juiz 
de primeiro grau para obter reexame da matéria decidida em seu prejuízo. O pressuposto 
objetivo de admissibilidade do recurso ordinário, seja entre o primeiro e o segundo grau de 
 
jurisdição, seja naquelas hipóteses em que o apelo se endereça aos tribunais superiores, é a 
inconformação do vencido com a decisão. 
 
Diz-se extraordinário o recurso interposto com base em permissivo constitucional, das 
decisões dos Tribunais para o Supremo Tribunal Federal, visando apenas e tão somente à 
apreciação da tese de direito federal aplicada no julgamento do órgão judiciário local. É 
extraordinário porque não cabe na generalidade dos casos decididos por tribunais, mas 
apenas nas situações específicas previstas na Carta Magna da República. O fim dessa especial 
modalidade de recurso é essencialmente político e se prende à tutela que a Federação exerce 
para manter o respeito à Constituição e preservar a unidade das leis federais (art. 102, III, da 
CF). 
 
Da mesma natureza e objetivo é o recurso especial, previsto pela Constituição Federal de 
1988, interponível para o Superior Tribunal de Justiça (art. 105, III). A diferença está em que o 
recurso extraordinário, manejável perante o Supremo Tribunal Federal, cuida de solucionar 
questão federal no terreno das normas constitucionais, enquanto o especial, endereçado ao 
Superior Tribunal de Justiça, versa sobre questões travadas em torno da legislação federal 
infraconstitucional. 
 
 
FUNCIONAMENTO DOS TRIBUNAIS 
No sistema processual civil brasileiro, os juízes de primeiro grau são singulares e os órgãos de 
segundo grau são coletivos. O modo de julgar, portanto, pela própria natureza de cada espécie 
de juízo, há de ser muito diverso: enquanto no primeiro caso será a manifestação de vontade 
unipessoal do juiz singular, no segundo será a conjugação das opiniões dos vários membros 
do Tribunal. Daí a denominação de “acórdão” (derivado do verbo acordar) que se aplica às 
decisões dos colegiados de grau superior de jurisdição. 
 
Os tribunais nem sempre decidem pela totalidade de seus membros. Na prática, há uma 
divisão de trabalho e função entre seus integrantes, que se agrupam em Câmaras Cíveis e 
Câmaras Criminais. Referidas Câmaras poderão, conforme a natureza das decisões a proferir, 
funcionar como Câmaras isoladas ou como Câmaras Reunidas. Quando atua o tribunal como 
um todo, tem-se o Tribunal Pleno. 
 
A Lei de Organização Judiciária fixa a competência do Pleno, das Câmaras isoladas e das 
Câmaras Reunidas. O Regimento Interno, por sua vez, determina o sistema de processamento 
e julgamento dos feitos perante cada órgão do tribunal. 
 
Cada um desses órgãos “não representa um juiz colegiado diverso do Tribunal, mas é o mesmo 
Tribunal de Justiça. A divisão em órgãos não quebra a unidade do organismo”. 
 
É sempre o Tribunal que decide, seja pelo Pleno, seja apenas por uma Câmara isolada. Tanto 
é assim que os recursos são endereçados ao Tribunal e não às Câmaras. O presidente é que, 
após o recebimento, o distribui ao órgão competente para conhecer da medida pleiteada, de 
conformidade com o Regimento. 
 
Em alguns casos, o Código atribui ao relator competência para decidir, singularmente, 
questões incidentais durante a tramitação do feito no tribunal, e até mesmo para admitir, 
inadmitir e julgar recursos (NCPC, art. 932). Mas, quando isso acontece, a decisão é sempre 
 
passível de agravo interno, que permite ao colegiado reanalisar, em caráter definitivo, o 
julgamento (art. 1.021). 
 
Também no conflito de competência é permitido o julgamento singular do relator quando 
sobre a questão suscitada já houver pronunciamento da jurisprudência dominante do Tribunal 
(art. 955, parágrafo único), sempre, porém, desafiando agravo interno. 
 
 
O SISTEMA DE JULGAMENTO DOS TRIBUNAIS 
Tanto o Pleno como cada uma das Câmaras em que se subdivide o Tribunal têm o seu 
presidente, que é o magistrado que dirige os trabalhos da sessão de julgamento do órgão 
colegiado. 
 
Durante a tramitação do processo há um membro do colegiado que assume posição de relevo, 
por caber-lhe a direção do feito, inclusive no que toca à coleta das provas. Trata-se do relator, 
que é escolhido por sorteio (distribuição) entre os componentes do órgão julgador. 
 
Compete ao relator, em caráter principal: 
 
(i) ordenar as intimações; 
(ii) receber contestação; 
(iii) despachar os requerimentos das partes; 
(iv) delegar competência a juiz de primeiro grau para ouvida de testemunhas ou 
realização de perícia; 
(v) fazer o relatório geral do processo (NCPC, arts. 931 e 932, I). Essa função é de 
grande importância para o julgamento da causa. Na verdade, não são todos os 
membros do órgão colegiado que examinam os autos antes do julgamento. Esse 
minucioso exame é feito apenas pelo relator, que faz o histórico do caso sub judice 
perante os demais julgadores. No regime do Código anterior, em hipótese de maior 
relevância, funcionava um revisor que fiscalizava o trabalho do relator, o que não 
foi mantido pela legislação atual. Agora, concluído o relatório, o processo será 
encaminhado ao presidente, para designação de dia para o julgamento, ordenando 
a publicação da pauta no órgão oficial (art. 934). 
 
 
 
 
 
 
 
A VALORIZAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA E O SISTEMA DE SÚMULAS 
Num país tradicionalmente estruturado no regime do civil law, como é o nosso, a 
jurisprudência dos tribunais não funciona como fonte primária ou originária do direito. Na 
interpretação e aplicação da lei, no entanto, cabe-lhe importantíssimo papel, quer no 
preenchimento das lacunas da lei, quer na uniformização da inteligência dos enunciados das 
 
normas (regras e princípios) que formam o ordenamento jurídico (direito positivo). Com esse 
sistema o direito processual prestigia, acima de tudo, a segurança jurídica, um dos pilares 
sobre que assenta, constitucionalmente, o Estado Democrático de Direito. 
 
Para que essa função seja bem desempenhada, vem sendo implantado, de longa data, o 
critério de sumular, principalmente, nos tribunais superiores, os entendimentosque, pela 
reiteração e uniformidade, assumem a capacidade de retratar a jurisprudência consolidada a 
respeito de determinados temas. 
 
Inicialmente, as súmulas jurisprudenciais foram adotadas sem força vinculativa, mas com 
evidente autoridade para revelar os posicionamentos das instancias superiores. Com o passar 
do tempo, o fenômeno ingressou, mais profundamente, no ordenamento jurídico, atingindo 
nível de verdadeira fonte normativa complementar, já que a Constituição, por meio da 
Emenda nº 45, de 2004, criou a chamada súmula vinculante, com o fito de submeter todos os 
tribunais e juízes, bem como a administração pública, às decisões reiteradas do STF sobre 
matéria constitucional. Passaram, assim, a coexistir duas modalidades de súmula: as 
vinculantes e as não vinculantes. As primeiras, com força de lei, e as segundas, como 
indicativas da jurisprudência dominante no STF, no STJ e nos demais Tribunais do país. 
 
 
 
SISTEMA RECURSAL NO PROCESSO CIVIL 
Conceito de recurso 
Em linguagem jurídica a palavra recurso é usualmente empregada num sentido lato para 
denominar “todo meio empregado pela parte litigante a fim de defender o seu direito”, como, 
por exemplo, a ação, a contestação, a reconvenção, as tutelas provisórias. Nesse sentido diz-
se que a parte deve recorrer às vias ordinárias, ou deve recorrer às tutelas de urgência e da 
evidência, ou deve recorrer à ação reivindicatória etc. 
 
Mas, além do sentido lato, recurso em direito processual tem uma acepção técnica e restrita, 
podendo ser definido como o meio ou remédio impugnativo apto para provocar, dentro da 
relação processual ainda em curso, o reexame de decisão judicial, pela mesma autoridade 
judiciária, ou por outra hierarquicamente superior, visando a obter-lhe a reforma, invalidação, 
esclarecimento ou integração. 
 
Não se deve, porém, confundir o recurso com outros meios autônomos de impugnação da 
decisão judicial, como a ação rescisória e o mandado de segurança. 
 
Caracteriza-se o recurso como o meio idôneo a ensejar o reexame da decisão dentro do 
mesmo processo em que foi proferida, antes da formação da coisa julgada. 
 
 
Quais são as finalidades dos recursos: 
 
 
Reformar decisões judiciais; 
 
Invalidar decisões judiciais; 
 
 
Esclarecer determinados pontos de uma decisão judicial; 
 
Integrar a decisão judicial; 
 
 
EXISTEM DOIS JUÍZOS PARA ANALISAR O RECURSO: 
 
Juízo prévio (admissibilidade): nesta primeira fase verifica-se se a parte recorrente cumpriu 
os requisitos para que o recurso interposto seja admitido. 
 
1- Cabimento: se o recurso interposto é o meio correto de atacar a decisão, conforme 
previsão expressa da nossa legislação; 
2- Legitimidade e interesse para recorrer: o recorrente deve ter sido sucumbente, por 
exemplo; 
3- Tempestividade: verificar se o recurso foi interposto no prazo correto (até o último dia 
do prazo previsto para a sua interposição). Até pouco tempo os Tribunais Superiores 
consideravam que a interposição do respectivo recurso antes da publicação da decisão 
também era considerado intempestivo, contudo, com o novo CPC essa tese não é mais 
aplicada; 
4- Fatos impeditivos ou extintivos do direito de recorrer: por exemplo, a pessoa que 
paga (cumpre a obrigação) e depois de cumprir quer recorrer. Neste caso o juiz 
constata o impedimento por preclusão lógica. 
5- Preparo para a interposição dos recursos: conforme determinação expressa de nossos 
tribunais. Consultar o site do TJ/SP: 
http://www.tjsp.jus.br/IndicesTaxasJudiciarias/DespesasProcessuais/TaxaJudiciaria 
 
Cumpridos estes requisitos considera-se que a parte passou pelo juízo de admissibilidade. 
 
Isso não quer dizer que a parte venceu, quer dizer apenas que o Tribunal vai verificar o mérito 
do recurso. 
 
Juízo de mérito: nesta fase, analisa-se o mérito dos recursos (a parte jurídica alegada pela 
parte). Sinteticamente, a parte pode alegar que o juízo que proferiu a decisão recorrida 
cometeu erros, sendo eles: 
 
Error in judicando: verifica-se que o juiz errou no mérito de uma causa. O juiz pode aplicar 
uma lei ou outra e sobre este caso a parte pode recorrer e discutir o mérito da decisão. 
 
Error in procedendo: tem relação com um vício formal na decisão. Por exemplo, uma sentença 
que não contém fundamentação completa conforme 489, § 1º do CPC. Esse tipo de erro 
acarreta a nulidade da decisão. 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS: 
 
 
1- Correspondência: deve haver uma correspondência entre a decisão e o recurso, 
conforme disposição expressa de lei. Por exemplo, a apelação é o recurso 
correspondente para atacar a sentença; 
2- Taxatividade: é a legislação federal quem vai dizer quais os recursos cabíveis para cada 
espécie de decisão judicial; 
3- Unicidade: haverá somente um recurso aplicável para cada decisão judicial. Há uma 
exceção quando tratamos de recursos para o STF e o STJ, pois na mesma decisão pode 
caber recurso para os dois tribunais, já que os dois são competentes para conhecer 
matérias diferentes; 
4- Fungibilidade: a possibilidade de um recurso ser admitido como se fosse outro. Esse 
recurso não é aplicado à erros grosseiros. Existem duas regras: não pode haver má-fé 
da parte e não pode haver erro grosseiro. Deve-se haver dúvida razoável sobre qual 
recurso deveria ser interposto contra a decisão. 
5- Proibição da reformatio in pejus: o juízo recursal não pode reformar uma decisão em 
desfavor daquela parte que recorreu. O tribunal pode apenas manter a decisão ou dar 
provimento ao recurso da parte que recorreu. Se ambas as partes recorreram o juízo 
poderá acatar um dos dois recursos aí então este poderia reformar de forma ampla. 
6- Duplo grau de jurisdição: princípio que afirma que a parte litigante sempre tem direito 
de buscar uma segunda instância. 
 
 
EFEITOS DA PROPOSITURA DOS RECURSOS 
 
1- Obstar a preclusão e a formação da coisa julgada: se a parte recorre ele prorroga a 
discussão sobre a matéria e assim a coisa julgada não se formará até que a parte deixe 
transcorrer o prazo recursal sem interpor o recurso correspondente. 
 
2- Devolutivo: toda a matéria objeto do recurso é levada à segunda instância para a 
discussão. 
3- Suspensivo: alguns recursos tem o efeito de suspender a eficácia da decisão recorrida; 
 
 
Desistência recursal (998 CPC): A parte pode desistir do recurso sem a anuência do recorrido. 
 
Renuncia ao direito de recorrer (999 CPC): é quando a parte se manifesta antes de interpor 
qualquer recurso e afirma que não deseja recorrer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO RECURSOS NO PROCESSO CIVIL 
TEMA: Recursos em espécie: Agravo de instrumento, embargos 
declaratórios, apelação e agravo interno. 
OBJETIVO: Conhecimento da teoria sobre os principais recursos utilizados no 
processo civil. 
METODOLOGIA: Aula expositiva e dialogada, com a participação dos discentes na 
resolução de questões em sala de aula, além da analise de julgados, 
textos jurídicos e peças processuais. 
 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO (ARTIGOS 1.015 A 1.020 DO CPC): 
NOÇÕES GERAIS 
 
Agravo de instrumento é o recurso cabível contra algumas decisões interlocutórias (NCPC, art. 
1.015, caput),ou seja, contra os pronunciamentos judiciais de natureza decisória que não se 
enquadrem no conceito de sentença (art. 203, § 2º). 
 
No regime implementado pelo antigo código o que caracterizava a decisão interlocutória é 
haver ela resolvido, no curso do processo, uma questão incidente. Exemplos: ato que 
indeferisse requerimento de prova; que excluísse um litisconsorte do processo por 
ilegitimidade ativa; que indeferisse pedido de assistência judiciária formulado no bojo dos 
autos e que não recebesse apelação. 
 
Antes da reformulação do sistema recursal pelo legislador do novo CPC, cogitava-se no 
anteprojeto a aprovação de texto que impedisse a recorribilidade das decisões interlocutórias, 
tal como se passa nos procedimentos na Justiça do Trabalho. Verificou-se, contudo, que, em 
face da diversidade e complexidade das questões submetidas ao juízo cível, não era possívelsimplesmente escorraçar a recorribilidade de tais decisões. Em certos casos, como na 
liquidação, no cumprimento de sentença e na execução, as questões ditas incidentais é que 
ordinariamente impelem a fase procedimental. É o caso, por exemplo, das decisões sobre a 
penhora. 
 
Por tal razão, na aprovação da redação final, o legislador optou por reunir as principais 
situações nas quais a decisão interlocutória é capaz de gerar prejuízo para uma das partes. 
Nesses casos e em outros expressamente previstos em lei, pode a parte interpor agravo de 
instrumento. Tratando-se de liquidação e cumprimento de sentença, de processo de execução 
e procedimento de inventário, todas as interlocutórias podem ser impugnadas por essa 
espécie recursal. 
 
No regime do CPC/1973, com relação ao agravo de instrumento, a taxatividade estava prevista 
apenas para os casos de inadmissão da apelação e para os relativos aos efeitos em que a 
apelação era recebida. Fora disso, para cabimento da forma instrumental do agravo, era 
 
preciso demonstrar que a decisão recorrida era suscetível de causar à parte lesão grave e de 
difícil reparação. Não admitida a forma instrumental para impugnar a decisão, dever-se-ia 
manejar o agravo retido. 
 
No novo CPC essa diferenciação não mais existe. A modalidade retida, que era a principal 
forma de interposição desse recurso no sistema do sistema do CPC/1973, simplesmente 
desapareceu. Agora, de duas uma: ou a decisão interlocutória é recorrível ou não é. Somente 
será recorrível se a hipótese estiver expressamente prevista no rol do art. 1.015 ou em outros 
casos expressamente previstos no Código ou em legislação especial (princípio da 
taxatividade). Se recorrível, o recurso adequado é o agravo de instrumento, salvo a hipótese 
de agravo interno contra decisão de relator. 
 
A decisão interlocutória que não comporta agravo de instrumento – porque não consta da 
relação do art. 1.015 – não fica coberta pela preclusão e pode ser suscitada em preliminar de 
apelação, ou nas contrarrazões (art. 1.009, § 1º). Sendo a decisão suscetível de causar à parte 
lesão grave antes do julgamento da apelação, pode-se manejar mandado de segurança, 
consoante interpretação, a contrario sensu, da Súmula nº 267 do STF: “Não cabe mandado de 
segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição”. 
 
O art. 1.015 lista onze espécies de decisões interlocutórias que podem ser impugnadas por 
agravo de instrumento, além de, no inciso XIII, prever uma abertura para “outros casos 
expressamente referidos em lei”. O inciso XII foi vetado. 
 
Vejamos, então, o rol taxativo das decisões que admitem a interposição de agravo de 
instrumento: 
 
 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que 
versarem sobre: 
I – tutelas provisórias: Tanto para tutela de urgência quanto para tutela da 
evidência; 
 
II – mérito do processo: Nas hipóteses dos artigos Art. 356 do CPC, que se refere ao 
julgamento parcial de mérito). Também artigo 550, § 5 º CPC, por exemplo; 
 
III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem: somente no caso de rejeição 
a decisão será interlocutória, caso o juízo aceite a alegação ele proferirá sentença de 
extinção do feito, determinando a remessa dos autos ao juízo arbitral; 
 
IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica: é cabível o agravo de 
instrumento da decisão que acolher ou não o pedido de desconsideração; 
 
V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua 
revogação: atentemo-nos a possibilidade de deferimento do benefício, quando a 
parte terá que impugnar referida decisão nos termos do artigo 100 do CPC. Se a 
questão for resolvida na sentença caberá apelação. 
 
VI – exibição ou posse de documento ou coisa: hipótese do artigo 403, por exemplo, 
quando um documento está em posse de terceiros; 
 
VII – exclusão de litisconsorte: trata-se de matéria impugnável ante a nítida situação 
de prejuízo suportado pela parte do processo caso a decisão fosse revista somente 
na sentença, principalmente em relação ao tempo; 
 
 
VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio: igual ao VII; 
 
IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros: igual aos itens VII e VIII; 
 
X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à 
execução: lembremos que o efeitos suspensivo mencionado seria a suspensão de 
atos próprios da execução, como a penhora de bens, por exemplo; 
 
XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º: as regras de 
distribuição do ônus da prova trazem certa segurança e caso o juízo entenda pela 
exceção à regra, referida decisão comportará recurso imediato; 
 
XII – (VETADO); 
 
XIII – outros casos expressamente referidos em lei: Art. 354, parágrafo único. Se as 
decisões proferidas com base nos arts. 485 e 487, II e III, forem apenas parciais, será 
cabível agravo de instrumento. Exemplos: (i) o juiz verifica a decadência do direito 
do autor em relação a um dos pedidos; (ii) o juiz homologa acordo em relação à 
indenização por dano material, mas o processo segue para fixação do dano moral, 
que não foi objeto de transação; (iii) o juiz indefere parcialmente a petição inicial ou 
a reconvenção (a parte é manifestamente ilegítima para um dos pedidos, por 
exemplo). Se a decisão tiver relação com o mérito, pode perfeitamente se enquadrar 
na hipótese do art. 1.015, II; 
•Art. 356, § 5º. Se o juiz decidir parcialmente o mérito em relação um dos pedidos 
formulados ou parcela deles, será cabível agravo de instrumento. Como se trata se 
hipótese de decisão que envolve o mérito, também é possível enquadrá-la no art. 
1.015, II; 
•Art. 1.037, § 13, I. No julgamento de recursos especial e extraordinário repetitivos, 
demonstrada a distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser 
julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o 
prosseguimento do seu processo (art. 1.037, § 9º). Da decisão que resolver esse 
requerimento caberá agravo de instrumento caso o processo ainda esteja em 
primeiro grau. 
 
 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões 
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de 
sentença, no processo de execução e no processo de inventário. 
 
 
DESPESAS E CUSTAS 
Havendo custas e despesas de porte de retorno, será obrigatória a instrução da petição de 
agravo, também, com o comprovante do respectivo preparo, conforme tabela publicada pelos 
tribunais (art. 1.017, § 1º). 
 
 
PROCEDIMENTO 
PRAZO E FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO 
O agravo de instrumento constitui exceção ao sistema recursal. Isso porque os demais 
recursos são interpostos perante o juízo que proferiu a decisão recorrida. O agravo de 
instrumento, entretanto, é dirigido diretamente ao tribunal competente, no prazo de quinze 
dias, por meio de petição com os seguintes requisitos (art. 1.016): 
 
 
 
(i) o nome das partes (não há necessidade de qualificação, exceto se interposto 
por terceiro); 
(ii) a exposição do fato e do direito; 
(iii) as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e do próprio 
pedido; 
(iv) o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. 
 
 
O instrumento, além da petição, deve ser formado pelas peças indicadas no art. 1.017. O novo 
CPC, em relação ao CPC/1973, ampliou o rol das peças consideradas obrigatórias, mas, por 
outro lado, seguindo a evolução jurisprudencial, apresentou alternativas aos documentos 
necessários para conhecimento de agravo de instrumento: 
 
 
CPC/2015, art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída: 
I – obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que 
ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva 
intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das 
procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; 
II – com declaração de inexistência dequalquer dos documentos referidos no inciso 
I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal; 
III – facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis. 
 
 
COMUNICAÇÃO AO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU 
O art. 1.018 estabelece que “o agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, 
de cópia da decisão da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição 
e da relação dos documentos que instruíram o recurso”. Não obstante a utilização do verbete 
“poderá” (caput do art. 1.018), permanece o caráter obrigatório da petição de juntada do 
agravo de instrumento interposto em segunda instância aos autos originais do processo, para 
fins de retratação do juízo singular e ciência do agravado sobre o ajuizamento do recurso e de 
seu conteúdo. A não informação ao juízo singular, no prazo de 3 dias a contar da interposição, 
implica inadmissibilidade do recurso, nos termos dos §§ 2º e 3º do art. 1.018. 
 
No caso de autos eletrônicos, por óbvio, dispensa-se a comunicação. Por certo nos sistemas 
informatizados haverá um aviso alertando o juiz sobre a interposição do agravo de 
instrumento, a fim de oportunizar ao magistrado o juízo de retratação. 
 
Nos termos do § 1º do art. 1.018, se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o 
relator considerará prejudicado o agravo de instrumento. 
 
O art. 1.019 estabelece o procedimento do agravo de instrumento no tribunal. Vejamos a sua 
redação: 
 
 
Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não 
for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) 
dias: 
I – poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, 
total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; 
II – ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de 
recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou 
 
por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no 
prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender 
necessária ao julgamento do recurso; 
III – determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio 
eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 
15 (quinze) dias. 
 
 
Da leitura desse dispositivo exsurgem os poderes do relator do agravo de instrumento, que 
são, em síntese, os seguintes: 
 
 
•Julgamento monocrático. O permissivo apresentado no inciso I garante ao relator 
a possibilidade de julgar monocraticamente o agravo de instrumento em prol da 
celeridade e em respeito aos precedentes judiciais. Sobre o tema, conferir o item 
2.2, Capítulo II, desta Parte. Contra a decisão do relator caberá agravo interno (art. 
1.021); 
•Atribuição de efeito suspensivo ou antecipação da tutela recursal. O agravo, ao 
contrário da apelação, normalmente não tem efeito suspensivo. Entretanto, poderá 
o relator, a requerimento do agravante, atribuir efeito suspensivo ao recurso. Poderá 
também conceder o denominado efeito ativo ao recurso, ou seja, conceder, antes 
do julgamento pelo órgão colegiado, a pretensão recursal almejada pelo recorrente 
(tutela antecipatória recursal). 
•Requisição de informações. Apesar de o novo CPC não reproduzir a redação do 
inciso IV do art. 527 (“Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribuído 
incontinenti, o relator: IV – poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as 
prestará no prazo de 10 (dez) dias”), ainda é possível a prestação de informações 
pelo juízo de origem. Tal pedido se insere de maneira geral no capítulo referente à 
cooperação jurisdicional (art. 69, III). Em geral, as informações são requisitadas, mas 
não se trata de providência obrigatória. A necessidade das informações irá depender 
do grau de convencimento formado pelo relator a partir das peças que instruíram o 
agravo; 
• Intimação do agravado. A intimação para responder ao recurso pode ser feita 
pessoalmente ao agravado, por carta com aviso de recebimento, quando este não 
tiver procurador constituído. Se já existir advogado habilitado, a intimação será 
dirigida ao patrono do agravado, por carta com aviso de recebimento ou por meio 
do Diário da Justiça. O agravado tem prazo de 15 (quinze) dias para responder ao 
recurso, podendo trazer aos autos a documentação que entender conveniente, não 
estando limitado às peças constantes no processo. Se forem juntados documentos 
inéditos, o juiz deverá oportunizar o contraditório (arts. 9º e 10). Ressalte-se que a 
intimação da parte agravada para responder ao recurso deve ser dispensada quando 
o relator julgar monocraticamente o agravo, na forma do art. 932, III e IV, pois essa 
decisão beneficiará o agravado; 
•Intimação do Ministério Público. Ultimadas as providências anteriores, o órgão do 
Ministério Público que oficia perante o tribunal será ouvido para se manifestar sobre 
o recurso no prazo de quinze dias, desde que o caso enseje a atuação ministerial (art. 
178). A intimação do membro do Ministério Público será feita, preferencialmente, 
por meio eletrônico. 
 
 
JULGAMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RELAÇÃO AO RECURSO DE APELAÇÃO 
Há a possibilidade de interposição de apelação sem que o julgamento do agravo de 
instrumento tenha ocorrido. Neste caso o agravo de instrumento deverá ser julgado em 
primeiro lugar, conforme artigo 946 do Código de Processo Civil. 
 
 
 
Fluxograma Agravo de instrumento (arts. 1.015 a 1.020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ARTS. 1.022 A 1.026) 
CONCEITO E CABIMENTO 
Em sede doutrinária, ainda persiste a controvérsia acerca da natureza dos embargos de 
declaração. Para alguns doutrinadores, tais embargos não constituem recurso, mas sim meio 
de correção e integração da sentença. 
 
Tanto para o CPC/1973 quanto para o CPC/2015, no entanto, não há dúvida quanto à natureza 
recursal dos embargos de declaração, tanto que nas duas legislações eles foram colocados nos 
títulos relativos aos recursos (arts. 535 a 538 do CPC/1973; arts. 1.022 a 1.026 do CPC/2015). 
 
Os embargos de declaração podem ser conceituados como o recurso que visa ao 
esclarecimento ou à integração de uma decisão judicial. No CPC/1973 o art. 535 dispunha 
que os embargos seriam cabíveis contra sentença ou acórdão. No novo CPC a redação do 
caput do art. 1.022 deixa claro que os embargos podem ser opostos contra qualquer decisão 
judicial e não apenas contra sentença ou acórdão. Esse entendimento já possuía respaldo em 
nossos tribunais. 
 
Em suma, não importa a natureza da decisão. Seja interlocutória, sentença ou acórdão, se a 
decisão for obscura, omissa, contraditória ou contiver erro material, pode vir a ser sanada por 
meio dos embargos de declaração. 
 
Nada impede que os embargos também sejam opostos contra despachos. É que, apesar de 
estes pronunciamentos serem desprovidos de conteúdo decisório, é inconcebível que um 
despacho “viciado” fique sem remédio, de modo a comprometer até a possibilidade prática 
de cumpri-lo. 
 
Vejamos, então, as hipóteses de cabimento dessa espécie recursal. 
 
 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: 
I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; 
II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de 
ofício ou a requerimento; 
III – corrigir erro material. 
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: 
I – deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou 
em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; 
II – incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º. 
 
 
Da interpretação desse dispositivo é possível concluir que os embargos são espécie de recurso 
de fundamentação vinculada, isto é, restrita a situações previstas em lei. Não servem os 
embargos, por exemplo, como sucedâneo de pedido de reconsideração de uma sentençaou 
acórdão. 
 
De acordo com a doutrina e jurisprudência: 
 
Há obscuridade quando a redação da decisão não é suficientemente clara, dificultando sua 
compreensão ou interpretação. 
 
 
Ocorre contradição quando o julgado apresenta proposições inconciliáveis, tornando incerto 
o provimento jurisdicional. 
 
Há omissão nos casos em que determinada questão ou ponto controvertido deveria ser 
apreciado pelo órgão julgador, mas não o foi. 
 
Por fim, o novo CPC admite o cabimento dos embargos de declaração para corrigir erro 
material. Essa hipótese, já reconhecida pela jurisprudência, encontra respaldo no art. 494, 
inciso I, que permite ao juiz, após a publicação da sentença, corrigir inexatidões materiais ou 
erros de cálculos e pedido da parte ou mesmo de ofício. Os demais pontos ou questões sobre 
os quais o magistrado deva se manifestar, inclusive de ofício, a exemplo das matérias de 
ordem pública, inserem na omissão a que se refere o art. 1.022, II. Cabe ressalvar que não 
haverá preclusão, se não houver oposição de embargos de declaração para a correção de erro 
material, porquanto poderá o juiz o tribunal poderá corrigi-lo a qualquer tempo, em qualquer 
grau de jurisdição. 
 
 
PREQUESTIONAMENTO 
Conceito: A definição mais objetiva, a meu ver, é aquela atribuída a NELSON NERY JUNIOR: 
“diz se prequestionada determinada matéria quando o órgão julgador haja adotado 
entendimento explicito a respeito” 
 
Porém, existem outras duas correntes: uma defendendo que o prequestionamento decorre 
da parte haver sustentado, previamente, uma questão, ou seja, informando, noticiando, 
declinando expressamente na inicial, em contestação, ou em grau recursal, o dispositivo legal 
ou constitucional, que poderá, eventualmente ser violando, na decisão final. 
 
Atualmente o prequestionamento é um requisito imprescindível para o conhecimento do 
recurso especial e extraordinário, já que evitam que as decisões do Poder Judiciário violem 
preceitos legais federais ou constitucionais. 
 
O novo Código superou o drama frequentemente enfrentado pela parte que tem de atender 
a exigência de prequestionamento como requisito de admissibilidade do recurso especial e do 
recurso extraordinário, e encontra resistência do tribunal a quo a pronunciar-se sobre os 
embargos de declaração, havidos como necessários pela jurisprudência do STF e do STJ. 
 
Para não deixar desamparado o recorrente, dispôs o art. 1.025 “consideram-se incluídos no 
acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda 
que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior 
considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade”. 
 
Vale lembrar que os Tribunais Superiores analisam teses e não os casos concretos, daí a 
importância do prequestionamento. 
 
 
EMBARGOS COM EFEITOS MODIFICATIVOS (INFRINGENTES) 
Em princípio, são incabíveis embargos declaratórios para rever decisão anterior; para 
reexaminar ponto sobre o qual já houve pronunciamento, com inversão, por consequência, 
do resultado final do julgamento. Todavia, sobretudo na hipótese de suprimento de omissão, 
 
pode ocorrer – excepcionalmente – de a integração do julgado mudar sua decisão final. É o 
que a doutrina denomina de embargos de declaração com efeitos modificativos ou 
infringentes. Exemplo: numa ação de cobrança, o juiz omite sobre a prescrição arguida na 
peça contestatória e condena o réu a pagar a importância pedida na inicial. Interpostos os 
embargos declaratórios com vistas ao suprimento da omissão, o juiz reconhece a prescrição 
e, em razão disso, julga improcedente o pedido. 
 
Conquanto a integração de decisão omissa consista na hipótese mais comum de atribuição de 
efeitos infringentes aos embargos declaratórios, a modificação do julgado por essa via recursal 
também pode ocorrer em outros casos – como na correção de erro material –, desde que seja 
decorrência lógica do vício que se pretende sanar. Nesse sentido, exemplifica Cândido Rangel 
Dinamarco que 
 
 
“a jurisprudência dos tribunais admite os embargos declaratórios com objetivo 
infringente em casos teratológicos, como (a) o erro manifesto na contagem de prazo, 
tendo por consequência o não conhecimento de um recurso, (b) a não inclusão do 
nome do advogado da parte na publicação da pauta de julgamento, (c) o julgamento 
de um recurso como se outro houvesse sido interposto, (d) os erros materiais de 
toda ordem etc.”. 
 
 
EFEITOS DOS EMBARGOS 
Os embargos declaratórios não possuem o efeito suspensivo, em outras palavras, não 
suspendem a eficácia da decisão embargada, salvo no caso previsto no § 1º do artigo 1.026: 
 
§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo 
respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso 
ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil 
reparação. 
 
Conforme artigo 1.026 do CPC os embargos declaratórios possuem o chamado “efeito 
interruptivo”, pois interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer 
das partes. 
 
 
EMBARGOS MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIOS 
Por interromper o prazo para interposição de outros recursos, cuidou o legislador de impor 
sanção ao embargante de má-fé que opõe embargos declaratórios com o exclusivo intuito de 
procrastinar o andamento do feito. 
 
Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou tribunal, declarando que o são, 
condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre 
o valor atualizado da causa (art. 1.026, § 2º). 
 
Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até dez por cento sobre o valor 
atualizado da causa, ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao 
depósito prévio do valor respectivo (art. 1.026, § 3º). 
 
 
Quanto ao depósito da multa como requisito para interposição de outros recursos, a parte 
final do § 3º do art. 1.026 excepciona o pagamento prévio quando o recorrente for Fazenda 
Pública ou beneficiário de gratuidade da justiça. A segunda hipótese é justificável pelo 
princípio do acesso à justiça. A primeira decorre do vezo de que é dotado o legislador e a 
justiça brasileira de injustificadamente desigualar a Fazenda Pública. 
 
Finalmente, o legislador, alinhando-se ao entendimento do STF exteriorizado em vários 
julgados, dispõe que “não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) 
anteriores houverem sido considerados protelatórios” (art. 1.026, § 4º). Nessa hipótese, ainda 
que a parte insista na interposição de novos embargos, estes não terão qualquer efeito. 
 
 
 
 
Fluxograma Embargos de declaração no primeiro grau de jurisdição (arts. 1.022 a 1.026) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APELAÇÃO (ARTIGOS 1.009 A 1.014 DO CPC): 
 
Sentenças: são sentenças finais ou simplesmente “sentenças” são pronunciamentos judiciais 
que encerram a fase cognitiva do procedimento comum, bem como extinguem a execução. 
Distingue a doutrina entre sentença definitiva e sentença terminativa, conforme o 
encerramento da relação processual se dê com ou sem julgamento do mérito da causa. 
 
A apelação é o recurso comum cabível contra a sentença, com vistas a obter, por meio do 
reexame pelo órgão de segundo grau, a reforma ou invalidação do julgado anterior. 
 
É o recurso competente para atacar sentenças terminativas ou definitivas. 
 
Existem algumas decisões que, apesar de constituírem sentença na acepção verdadeira do 
termo, não são recorríveis via apelação, por expressa disposição legal, como a sentença 
proferida no JEC, por exemplo, que é recorrível por meio de recurso inominado (art. 41, da lei 
9.099/95). 
 
 
APELAÇÃO ADESIVA 
O recurso adesivo é facultado à parte que não recorreu no devido tempo da decisão que 
provocara sucumbência recíproca. Com esse remédio processual, restaura-se o direito de 
recorrer, mas, exclusivamente, no caso de sucumbência recíproca (art. 997). 
 
 
EXTINÇÃO DO AGRAVO RETIDO E APELAÇÃO NO NOVO CPC: 
Além deatacar a sentença, a apelação também presta a discutir decisões interlocutórias não 
submetidas a agravo de instrumento. 
 
Os parágrafos do art. 1.009 inauguram a sistemática que substituirá o agravo retido. De acordo 
com o § 1º, “as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não 
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas 
em preliminar de apelação, eventualmente interpostas contra a decisão final, ou nas 
contrarrazões”. 
 
Todas as questões incidentais resolvidas ao longo do processo de conhecimento, desde que 
não tenham desafiado agravo de instrumento – rol taxativo do art. 1.015 –, poderão ser 
impugnadas na apelação. Isso quer dizer que: 
 
 
a) Se contra a decisão interlocutória for possível a interposição de agravo de 
instrumento, a parte prejudicada não poderá deixar para questionar a decisão 
somente na apelação. Exemplo: havendo desconsideração da personalidade jurídica 
na forma do art. 133, o sócio poderá recorrer da decisão mediante agravo de 
instrumento (art. 1.015, IV). Caso não o faça, a matéria estará preclusa; 
 
b) Se a decisão interlocutória não se enquadrar em nenhuma das hipóteses do art. 
1.015, a parte que se sentir prejudicada poderá impugnar a questão já decidida em 
preliminar de apelação ou nas contrarrazões. Exemplo: juiz indefere pedido de prova 
pericial. A parte que pleiteou a prova terá, nessa hipótese, duas opções: (i) impetrar 
mandado de segurança, eis que não há disposição no novo CPC permitindo 
interposição de agravo de instrumento para esse caso; (ii) aguardar a sentença e, se 
 
for o caso, arguir, em preliminar da apelação, eventual ofensa à ampla defesa em 
razão do indeferimento da prova pleiteada. Saliente-se que a escolha por essa última 
opção independe de protesto no momento da prolação da decisão interlocutória. 
 
 
Se as questões que não desafiaram agravo de instrumento forem suscitadas nas 
contrarrazões, o recorrente será intimado para se manifestar, no prazo de 15 dias, 
exclusivamente a respeito delas (art. 1.009, § 2º). A ideia do legislador é promover o 
contraditório, harmonizando a nova sistemática aos anseios do texto constitucional e às 
normas fundamentais do processo civil (arts. 9º e 10).1 
 
 
EFEITOS DA APELAÇÃO 
Efeitos devolutivo e suspensivo: Em geral, a apelação é recebida nos efeitos devolutivo e 
suspensivo. Afora esses dois, parte da doutrina aponta um terceiro efeito presente em todos 
os recursos, consistente no impedimento da formação da coisa julgada, ou efeito obstativo. 
 
Obs: No sistema processual brasileiro, a regra é que os recursos sejam recebidos somente no 
efeito devolutivo. 
 
A apelação não segue a regra do sistema. Como já afirmado, não dispondo a lei de forma 
diversa, prevalece a duplicidade dos efeitos da apelação. Apenas quando há disposição 
expressa de lei é que não incide a suspensividade do recurso. 
 
O art. 1.012 dispõe sobre os efeitos da apelação. O caput prevê a regra aplicável à apelação, 
isto é, o efeito suspensivo, nessa modalidade de recurso, é automático. O parágrafo 1º, por 
outro lado, prevê as exceções, ou seja, os casos em que a apelação é dotada somente do efeito 
devolutivo. (ação que condena a pagar alimentos, por exemplo). 
 
Há leis extravagantes, como a Lei nº 8.245/1991 (art. 58, V), que contemplam somente o efeito 
devolutivo para as apelações nas ações ali mencionadas (ação de despejo). 
 
A regra mencionada – efeito suspensivo automático – vale somente para a apelação. 
 
Para todos os demais recursos, não há previsão de efeito suspensivo automático. 
 
EFEITO SUBSTITUTIVO 
A par dos efeitos devolutivo e suspensivo, um outro efeito – o substitutivo – é atribuído pelo 
art. 1.008 do NCPC263 aos recursos em geral. Consiste ele na força do julgamento de qualquer 
recurso de substituir, para todos os efeitos, a decisão recorrida, nos limites da impugnação. 
Trata-se de um derivativo do efeito devolutivo. Se ao órgão ad quem é dado reexaminar e 
decidir novamente a matéria cogitada no decisório impugnado, torna-se necessário que 
somente um julgamento a seu respeito prevaleça no processo. A última decisão, portanto, 
i.e., a do recurso, é que prevalecerá. 
 
 
 
 
1 DONIZETTI, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil, 20ª edição. Atlas, 01/2017. VitalBook 
file. 
 
EFEITO TRANSLATIVO 
 Por força do efeito devolutivo, em regra o recurso transfere o conhecimento da causa para o 
juízo recursal nos limites da impugnação formulada pelo 
recorrente, uma vez que se admite o ataque à decisão “no todo ou em parte” (NCPC, art. 
1.002), e que o julgamento do tribunal deva substituir a decisão impugnada “no que tiver sido 
objeto do recurso” (art. 1.008). 
 
Reconhece-se que o recurso, como desdobramento do direito de ação, rege-se pelo princípio 
dispositivo. Daí que cabe à parte definir o objeto da impugnação, limitando a devolução de 
conhecimento da causa ao tribunal àquilo que o recorrente lhe haja transferido por meio do 
efeito devolutivo. 
 
Além, contudo, da transferência compreendida nos termos do recurso, existem matérias de 
que o tribunal ad quem poderá conhecer, independentemente da devolução operada pela 
vontade impugnante do recorrente. Trata-se das questões de ordem pública, como aquelas 
ligadas às condições da ação e aos pressupostos processuais, e outras que, por força de lei, os 
tribunais têm de apreciar e resolver ex officio, a qualquer tempo e em qualquer grau de 
jurisdição (art. 485, § 3º). Temos como exemplo que o juiz poderá reconhecer a coisa julgada 
independentemente das alegações do recorrente. 
 
 
APLICAÇÃO DA TEORIA DA CAUSA MADURA 
Nas hipóteses previstas no § 3º do art. 1.013, o tribunal pode – ou melhor, deve – julgar desde 
logo o recurso, se a causa estiver em condições de imediato julgamento. Trata-se da aplicação 
da chamada teoria da causa madura, que já contava com previsão do CPC/1973, mas 
relacionada apenas aos casos de extinção sem resolução do mérito. 
 
Assim dispõe o CPC de 2015: 
 
 
art. 1.013, § 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o 
tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: 
I – reformar sentença fundada no art. 485; (extinção do feito sem resolução do 
mérito) 
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do 
pedido ou da causa de pedir; 
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-
lo; 
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 
 
 
O § 3º do art. 1.013 do novo CPC alargou consideravelmente a possibilidade de julgamento do 
mérito com supressão de instância. Nem se diga que não há supressão de um grau de 
jurisdição pelo fato de haver autorização na lei. Há, sim. O que ocorre é que, firme no 
entendimento de que o duplo grau de jurisdição não tem sede constitucional, permite-se que 
a lei estabeleça os casos em que o tribunal pode conhecer e julgar originariamente um pedido. 
 
Os únicos pressupostos são que (i) haja interposição da apelação; (ii) que esta seja conhecida; 
e (iii) que a causa esteja em condições de imediato julgamento. Exceto a hipótese do inciso I, 
pelo menos do ponto de vista legal, trata-se de novidade instituída pelo CPC/2015. 
 
 
Os incisos II e IV, por sua vez, versam sobre aquelas hipóteses em que o tribunal, no 
julgamento da apelação, decreta a nulidade da sentença por falta de congruência com os 
pedidos e fundamentos suscitados pelas partes (sentença extra petita) ou em decorrência da 
falta de fundamentação (art. 489, § 1º), respectivamente. Em casos tais, estando a causa em 
condições de imediato julgamento, isto é, não havendo necessidade de mais provas, o tribunal 
deve decidir o mérito e não devolver o processo ao primeiro grau de jurisdição. 
 
O inciso III trata da sentença citra petita – o julgador de primeiro grau se omite com relação 
ao exame de um dos pedidos. Embora também essa sentença contenha vício,uma vez que 
infringe o princípio da congruência, preferiu o legislador destacá-la do inciso II, reservando 
este para a sentença extra petita. A razão do destaque se deve ao fato de que a sentença citra 
petita não enseja anulação, mas tão somente complemento. Nesse caso, por não se tratar de 
nulidade, o tribunal somente pode complementar o ato decisório à presença de requerimento 
do recorrente. Havendo requerimento, deverá – e não “poderá” – o tribunal integrar a 
sentença. Essa translação dispensa as partes de interposição de embargos declaratórios com 
efeitos integrativos. A estratégia adotada pelo advogado é que, em última instância, ditará a 
necessidade. 
 
 
EFEITO SUSPENSIVO 
No que tange ao efeito suspensivo, a regra geral é no sentido de que a apelação o tem. Assim, 
interposta apelação, geralmente fica suspensa a eficácia da sentença. Tal regra, entretanto, 
comporta exceções, que são as elencadas no § 1º do art. 1.012: 
 
 
Art. 1.012. […] 
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos 
imediatamente após a sua publicação a sentença que: 
I – homologa divisão ou demarcação de terras; 
II – condena a pagar alimentos; 
III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do 
executado; 
IV – julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V – confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI – decreta a interdição. 
 
 
PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DA APELAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS CONTRARRAZÕES 
O prazo legal é de quinze dias, tanto para apelar como para contra-arrazoar a apelação (art. 
1.003, § 5º, do NCPC).343 Em verdade, o NCPC estabeleceu prazo único para todos os 
recursos, excetuados, apenas, os embargos de declaração. 
 
 
CONTRARRAZÕES 
É a resposta ofertada pela parte contrária àquela que interpôs recurso. Visa combater as 
alegações invocadas pela outra parte, com apresentação de novos argumentos que 
fundamentem sua defesa. Fundamentação: Artigo 1.010; §1º, do Código de Processo Civil. 
 
Caso a apelação tenha sido interposta na pendência de julgamento de embargos declaratórios 
a parte recorrente não será prejudicada, sendo desnecessária qualquer ratificação de recurso, 
 
nos termos do artigo 1,024, § 5º do CPC. No entanto, se a decisão que julgou os embargos 
declaratórios alterar a sentença a parte terá o direito complementar ou alterar as suas razões 
recursais, nos limites da modificação e no prazo de 15 dias, conforme 1,024, § 4º do CPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRAVO INTERNO (ART. 1.021) 
Conforme alterações advindas com o CPC de 2015, não existe mais decisão monocrática 
irrecorrível prolatada pelo relator. Nos termos do art. 1.021, caput, “contra decisão proferida 
pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado”. Isso porque mostra-se 
inconstitucional qualquer barreira regimental imaginada para impedir o reexame dos decisuns 
singulares do relator pelo colegiado competente para a apreciação do recurso primitivo. 
 
O agravo interno, destarte, preserva o princípio da colegialidade, garantindo que decisões 
singulares sejam revistas pelo órgão colegiado a quem toca o recurso. Afinal, os recursos e as 
causas de competência originária são endereçados ao tribunal e não ao relator, de sorte que 
suas decisões singulares, embora autorizadas, não suprimem a competência principal do 
colegiado. 
 
 
PROCEDIMENTO 
Esse recurso é disciplinado pelo art. 1.021 do NCPC, mas o seu processamento será regulado 
pelos regimentos internos dos tribunais, como determinado pela parte final do caput do 
referido dispositivo. Eis, em linhas gerais, o procedimento básico do agravo interno: 
 
(a) Ao interpor o recurso, o recorrente deverá impugnar, especificadamente, os fundamentos 
da decisão agravada (art. 1.021, § 1º). Não se admite, destarte, impugnações genéricas, que 
dificultem a defesa ou a decisão pelo tribunal; 
 
(b) O agravo será dirigido ao relator que, tão logo receba a petição, intimará o agravado para 
manifestar-se no prazo de quinze dias, a fim de cumprir o contraditório (art. 1.021, § 2º); 
 
(c) Após a resposta do recorrido, ao relator é dado retratar-se. Não havendo retratação, o 
relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, incluindo o recurso em pauta (art. 1.021, 
§ 2º, in fine); 
 
(d) O julgamento do agravo interno, pelo colegiado, dependerá da prévia inclusão do recurso 
em pauta (art. 934 c/c art. 1.021, § 2º), com intimação das partes na pessoa de seus 
advogados, por meio do Diário da Justiça, observada a antecedência mínima de cinco dias 
úteis (art. 212 c/c art. 935); 
 
(e) Tratando-se de recurso contra decisão do relator, o agravo interno não pode ser julgado, 
no mérito, pelo seu próprio prolator. Aliás, o § 2º do art. 1.021 deixa claro que, não sendo o 
caso de retratação, “o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado”. Portanto, apenas 
em caso de manifesto descabimento do recurso, como se passa com a intempestividade, é 
que o relator estará em condições de inadmiti-lo. O § 3º do art. 1.021, que veda ao relator 
julgar improcedente o agravo interno limitando-se à reprodução dos fundamentos da decisão 
agravada, aplica-se ao voto condutor do julgamento do colegiado. Não corresponde, portanto, 
a uma autorização a que o relator julgue monocraticamente o recurso procedente ou 
improcedente. 
 
(f) Quando, em votação unânime, o órgão colegiado declarar o agravo interno 
manifestamente inadmissível ou improcedente, condenará o agravante a pagar ao agravado 
multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. A decisão deverá ser 
fundamentada (art. 1.021, § 4º); 
 
 
(g) Fixada a multa, a interposição pela parte de qualquer outro recurso estará condicionada 
ao depósito prévio do valor estipulado pelo órgão colegiado. 
 
Entretanto, estão dispensados do pagamento prévio a Fazenda Pública e o beneficiário de 
gratuidade da justiça, cujo pagamento será feito somente ao final (art. 1.021, § 5º). 
 
 
EFEITOS DO AGRAVO INTERNO 
A regra geral é de que, salvo a apelação, os recursos não tenham efeito suspensivo, 
permitindo, pois, a imediata execução do decisório impugnado (NCPC, art. 995, caput). 
Aplicada ao agravo interno, poder-se-ia pensar que seu efeito seria sempre o de não impedir 
o cumprimento da decisão monocrática recorrida. No entanto, há um aspecto particular a ser 
ponderado: o agravo interno, no comum dos casos, incide sobre o julgamento de outro 
recurso, que se poderia considerar o principal. Se este suspendeu a eficácia do julgado 
primitivamente impugnado, não poderia o incidente do agravo interno gerar efeito diverso. 
Assim, “se o recurso julgado pelo relator já detinha efeito suspensivo da eficácia da decisão 
recorrida, o agravo apenas prolongará esse efeito na sua pendência; diversamente, se não 
detinha esse efeito, não será o agravo interno que o conferirá”. Se convier à parte suspender 
os efeitos que o recurso principal não afetou, nem o agravo interno o fez, deverá manejar 
pedido cautelar para obtê-lo. 
 
SUSTENTAÇÃO ORAL 
Na sessão de julgamento colegiado do agravo interno, em regra, não se admite a sustentação 
oral dos advogados e do membro do Ministério Público, nos casos de sua intervenção (NCPC, 
art. 937). Quando, porém, o recurso for interposto contra decisão singular do relator que 
extinga a ação rescisória, o mandado de segurança ou a reclamação, o NCPC permite, 
excepcionalmente, a sustentação oral (art. 937, § 3º) 
 
 
FUNGIBILIDADE 
O novo CPC previu mais um caso de fungibilidade recursal, agora especificamente entre os 
embargos de declaração e o agravo interno (art. 1.024, § 3º).417Assim, caso o órgão julgador 
entenda que os embargos de declaração opostos pela parte não são o meio impugnativo 
adequado, poderá conhecê-los como agravo interno. Nesse caso, deverá determinar 
previamente a intimação do recorrente para que, no prazo de cinco dias, complemente as 
razões recursais, a fim de que adequá-las ao art. 1.021, §1º, ou seja, para que impugne 
especificadamente os argumentos da decisão recorrida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fluxograma – Agravo interno (art. 1.021) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO RECURSOS PARA OS TRIBUNAIS SUPERIORES 
TEMA: Recursos: Ordinário, Especial, Extraordinário, Agravo em Recurso 
Especial e Extraordinário e Embargos de Divergência. 
OBJETIVO: Conhecimento da teoria sobre os principais recursos utilizados no 
processo civil. 
METODOLOGIA: Aula expositiva e dialogada, com a participação dos discentes na 
resolução de questões em sala de aula, além da análise de julgados, 
textos jurídicos e peças processuais. 
 
 
 
NOÇÕES GERAIS 
Além da dualidade de instâncias ordinárias, entre os juízes de primeiro grau e os Tribunais de segundo 
grau, existe, também, no sistema processual brasileiro, a possibilidade de recursos extremos ou 
excepcionais, para dois órgãos superiores que formam a cúpula do Poder Judiciário nacional, ou seja, 
para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de Justiça. O primeiro deles se encarrega 
da matéria constitucional e o segundo, dos temas infraconstitucionais de direito federal. Cabe-lhes, 
porém, em princípio, o exame não dos fatos controvertidos, nem tampouco das provas existentes no 
processo, nem mesmo da justiça ou injustiça do julgado recorrido, mas apenas e tão somente da 
revisão das teses jurídicas federais envolvidas no julgamento impugnado. 
 
A par dessa revisão puramente jurídica das questões debatidas, há na Constituição Federal previsão 
de alguns casos em que se admitem recursos ordinários também para os dois mais elevados Tribunais 
do País. 
 
 
RECURSO ORDINÁRIO (ART. 1.027) 
Conceito 
Denomina-se recurso ordinário o meio de impugnação de decisão judicial (sentença ou 
acórdão e decisão interlocutória) proferida nas causas elencadas no art. 1.027. 
 
Apesar de se dirigir a Tribunais Superiores – característica dos recursos extraordinários, essa espécie 
de recurso comporta discussão sobre questões de fato. Assim, por ter objeto mais próximo dos 
recursos comuns, ele recebeu a denominação de ordinário. O adjetivo “constitucional” se deve ao fato 
de eles terem previsão na Constituição da República. 
 
O recurso ordinário serve, em regra, para que o interessado possa obter o reexame das decisões que 
são de competência originária dos tribunais. Contra os julgamentos de primeira instância, cabe 
apelação; se o processo é de competência originária dos tribunais, a apelação não será cabível, mas a 
CF prevê o recurso ordinário, no qual o STJ e o STF poderão reexaminar o que ficou decidido, não como 
instâncias extraordinárias, mas como uma espécie de “segunda instância”. 
 
 
 
Cabimento 
O recurso ordinário pode ser dirigido para o STF ou para o STJ. 
 
São dirigidos ao STF os referentes a “habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o 
mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a 
decisão” e os “crimes políticos” (art. 102, II, da CF). 
 
São dirigidos ao STJ os relacionados aos “habeas corpus decididos em única ou última instância pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando 
a decisão for denegatória”; “os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando 
denegatória a decisão”; “as causas em que forem partes estado estrangeiro ou organismo 
internacional, de um lado, e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no país” (CF, art. 
105, II). 
 
Feitas essas considerações iniciais, verifiquemos as hipóteses de cabimento do recurso ordinário em 
matéria cível, as quais estão elencadas no art. 1.027, que, por sua vez, reproduz os arts. 102, II, e 105, 
II, da CF/1988, excluindo-se a matéria de natureza penal. 
 
 
Processamento 
Deve ser interposto no prazo de quinze dias perante o relator do acórdão recorrido. De acordo com o 
art. 1.028 do CPC, a ele se aplicam, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as 
regras da apelação, observando-se ainda os regimentos internos do STF e do STJ. 
 
Apresentado o recurso, o recorrido será intimado para, no prazo de 15 dias, oferecer contrarrazões e, 
em seguida, o recurso será remetido ao respectivo tribunal superior, independentemente de prévio 
juízo de admissibilidade. 
 
O recurso ordinário não exige prequestionamento. Contra o acórdão proferido no seu julgamento 
podem caber embargos infringentes, desde que preenchidos os demais requisitos desse recurso. 
 
Fluxograma do recurso ordinário: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL 
 
 
Introdução 
Os recursos podem ser distinguidos em duas categorias: ordinários e extraordinários lato sensu. 
 
São ordinários os recursos que têm por finalidade permitir ao tribunal que reexamine a decisão, 
porque o recorrente não está conformado com a que foi proferida (ou, no caso dos embargos de 
declaração, para que seja sanado algum vício). Esse tipo de recurso serve para discutir a correção ou a 
justiça da decisão. 
 
Já os recursos extraordinários lato sensu têm outra finalidade: impedir que as decisões judiciais 
contrariem a Constituição Federal ou as leis federais, mantendo a uniformidade de interpretação, 
em todo país, de uma e outras. 
 
Os recursos extraordinários lato sensu são: o extraordinário, o especial e os embargos de divergência, 
sempre julgados pelo STF ou pelo STJ. Esses Tribunais julgam também recursos ordinários stricto sensu, 
nas hipóteses dos arts. 102, II, e 105, II, da CF. 
 
 
Requisitos que são comuns aos recursos extraordinários e aos ordinários 
Tempestividade 
O recurso especial e o extraordinário devem ser apresentados no prazo de quinze dias, 
sendo aplicáveis as regras dos arts. 180, 183, 186 e 229 do CPC. 
 
 
Preparo 
Ambos os recursos — o extraordinário e o especial — exigem preparo e porte de remessa e retorno. 
O Regimento Interno do STF sempre previu a necessidade de preparo, mas o do STJ não: até há algum 
tempo, bastava o recolhimento do porte. 
 
Mas a Lei n. 11.636/2007, regulamentada pela Resolução 01/2008 da Presidência do Superior Tribunal 
de Justiça, passou a exigir o preparo também para o recurso especial. 
 
 
Outros requisitos de admissibilidade 
Os demais requisitos de admissibilidade de todos os recursos são comuns também ao RE e ao REsp. 
Exige-se, portanto, que haja legitimidade, interesse, regularidade formal e inexistência de fato 
impeditivo ou extintivo. 
 
 
Requisitos que são comuns ao RE e ao REsp, mas que não são exigidos nos recursos comuns 
Enquanto houver a possibilidade de interposição de algum recurso ordinário, não serão 
admissíveis o RE e o REsp. 
 
 
Que não visem rediscutir matéria de fato 
Os recursos extraordinários são de fundamentação vinculada: só cabem nas hipóteses das alíneas dos 
arts. 102, III, e 105, III, da CF. Em todas elas, há a preocupação em preservar e uniformizar a 
interpretação da CF e das leis federais. Eles não se prestam a corrigir injustiça da decisão, decorrente 
da má apreciação dos fatos e das provas. 
 
Causas decididas — O prequestionamento 
Tanto o art. 102, III, quanto o 105, III, da Constituição Federal restringem o cabimento do RE e do REsp 
às causas decididas. 
 
Disso advêm duas consequências importantes: 
 
■ tais recursos só são cabíveis contra decisões judiciais (“causas”), nunca contra as administrativas; 
 
■ é preciso que a questão — constitucional ou federal — a ser discutida no recurso tenha sido ventilada 
nas instâncias ordinárias, isto é, suscitada e decidida anteriormente. Não cabe RE nem REsp sobre 
questões não previamente discutidas e 
decididas nas vias ordinárias. A essa exigência, dá-se o nome de prequestionamento,comum a ambos 
os recursos. 
 
 
PROCEDIMENTO 
As regras sobre interposição são comuns ao RE e ao REsp e vêm tratadas a partir do art. 1.029 do CPC. 
 
Eles serão interpostos no prazo de quinze dias, perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal 
a quo. A interposição, pelo mesmo litigante, de ambos, quando pretender discutir questão 
constitucional e federal, deve ser simultânea, sob pena de haver preclusão consumativa, mas em 
petições diferentes. 
 
 
 
RECURSO ESPECIAL 
Hipóteses de cabimento 
Estão previstas nas alíneas a, b e c do art. 105, III, da CF. De acordo com esse dispositivo, caberá ao 
Superior Tribunal de Justiça “julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última 
instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e 
Territórios, quando a decisão recorrida”: 
 
 
Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência 
 
Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal 
 
Der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal 
 
 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Hipóteses de cabimento 
Estão previstas na Constituição Federal, art. 102, III, alíneas a, b, c e d. De acordo com o dispositivo 
constitucional, compete ao Supremo Tribunal Federal “julgar, mediante recurso extraordinário, as 
causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida”: 
 
Contrariar dispositivo desta Constituição 
 
Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal 
 
Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição Federal 
 
 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
É um tipo de agravo que cabe contra a decisão do presidente ou vice-presidente do tribunal de origem 
que, em juízo prévio de admissibilidade, indeferir o processamento do recurso extraordinário ou 
especial. 
 
 
 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO 
Esse recurso foi introduzido em nosso ordenamento jurídico pela Lei n. 8.950/94. Suas hipóteses de 
cabimento vêm previstas no art. 1.043 do CPC: “É embargável o acórdão de órgão fracionário que: I — 
em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do 
mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito; (...) III — em recurso 
extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo 
tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha 
apreciado a controvérsia”. As hipóteses dos incisos II e IV do art. 1.043 foram revogadas ainda na 
vacatio legis do novo CPC. Sua finalidade é evitar divergências, tanto de natureza material quanto 
processual, no âmbito do STF e do STJ, uniformizando a jurisprudência. 
 
Pressupõe, no âmbito do STF, que haja divergência de entendimento entre uma e outra Turma, ou 
entre uma Turma e o Plenário; e, no âmbito do STJ, divergência entre uma Turma e outra, ou entre 
Turma e Seção, ou ainda entre a Turma e o Órgão Especial. Não basta que ela se manifeste entre 
ministros da mesma Turma, a menos que a sua composição tenha sido alterada em mais da metade 
de seus membros (art. 1.043, § 3º). É preciso, normalmente, que se estabeleça entre dois órgãos 
fracionários distintos desses Tribunais, ou entre um deles e o plenário. 
 
É preciso que a divergência seja atual, não cabendo mais os embargos se a jurisprudência do Tribunal 
já se uniformizou em determinado sentido. 
 
É regulado pelos regimentos internos do STF e do STJ. O prazo para interposição é de quinze dias da 
publicação da decisão embargada. A petição de interposição deve vir acompanhada com a prova da 
divergência, sendo necessário que indique, de forma analítica, em que a divergência consiste.

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