Técnicas de Análise Contábil: Vertical e Horizontal

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TÉCNICAS DE ANÁLISE 
DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS: HORIZONTAL 
E VERTICAL
Prof. Williams Meirelles
 
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Nesta unidade temática, você vai aprender
Compreender e aplicar as técnicas de Análise Vertical – AV e Análise Horizontal – AH.
 
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Introdução
Neste capítulo, vamos estudar sobre Análise Vertical e Horizontal. Na primeira etapa do
processo de análise: Análise Vertical (AV%), que demonstra a representatividade percentual de
cada conta ou grupo de contas em relação ao total do grande grupo; na segunda parte, é
estudada a Análise Horizontal (AH), em que o valor de cada período (ano) é relacionado com o
período (ano) base, ou seja, o primeiro ano da série, o que mostra a evolução ou involução,
que na interpretação mostra a tendência dos fatos.
Técnicas de Análise das Demonstrações 
Contábeis: Horizontal e Vertical
Análise Horizontal - AH%
 
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Fique de olho!
O propósito da análise horizontal é permitir o exame da evolução histórica de uma série de
valores em relação a um período base.
De acordo com Matarazzo (1998, p. 251), “baseia-se na evolução de cada conta de uma série
de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma
demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série.”
Toma-se como base um determinado período, considerando como 100% todas as contas
(normalmente o período mais antigo), verificando-se quanto o período subsequente
aumentou ou diminuiu em relação ao período base. A seguir, demonstraremos uma análise
horizontal do Balanço Patrimonial da Cia. Grega, utilizada como exemplo:
 
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Tabela 1: Balanço patrimonial.
 
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Fonte: adaptado de MARTINS; MIRANDA; DINIZ (2014).
Como pode ser percebido no balanço patrimonial da Cia. Grega, todos os valores do período
“1” são iguais a 100, pois esse foi o período tomado como base. Já os percentuais dos anos
seguintes são obtidos por meio de uma regra de três.
 
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Tomando como exemplo as contas a receber, divide-se o valor de R$ 1.603 (período “2”) por R$
1.445 (período “1” = base) e multiplica-se por 100 para se chegar no índice 110,9. Da mesma
forma, no período “3”; divide-se o valor de R$1.624 por R$ 1.445 e multiplica-se por 100 para se
obter o índice de 112,4.
Fique de olho!
Como vocês perceberam, o cálculo é muito simples, agora muita atenção quanto à
interpretação: a variação se refere ao que exceder a 100 ou o que faltar para 100.
No exemplo das contas a receber, portanto, houve um aumento de 10,9% no período “2” em
relação ao período “1”, enquanto no período “3” houve um aumento de 12,4% em relação ao
período “1”.
O próximo quadro demonstra a análise horizontal da Demonstração do Resultado do
Exercício da Cia. Grega, para os mesmos 3 períodos. O cálculo dos índices é feito da mesma
forma, ou seja, dividindo-se os valores de cada conta dos anos posteriores pelo valor da
respectiva conta no período base “1” e multiplicando-se por 100.
 
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https://drive.google.com/file/d/1k7jLXn_nTtqqPqUVzyiJq8N0iFjI03UI/view?usp=sharing
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Tabela 2: Demonstração dos resultados.
Fonte: adaptado de MARTINS; MIRANDA; DINIZ (2014).
 
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Como pode ser observado, as receitas tiveram crescimento de 68,2% entre os períodos “1” e
“2”, enquanto os custos dos produtos vendidos cresceram 74,1%. Com isso, o lucro bruto
obteve um incremento percentual pouco menor que as vendas, de 59,6%. As despesas
operacionais tiveram aumento médio de 59% entre os períodos “1” e “2”, nesse mesmo
período o resultado financeiro teve uma queda de 140,6%. Assim, a empresa saiu de um
resultado líquido de R$ 407 para R$ 601 no período 2, ou seja, um crescimento de 47,7%.
Temos que ter cuidado com as análises com base negativa, Assaf Neto (2010), nesse sentido,
sugere alterar o sinal da conta do período base que estiver negativa. Para compreendermos
melhor, vejam o exemplo abaixo:
 
https://drive.google.com/file/d/16RFEX0hmcA6unvdOkdvZbjcO-LWuAYmf/view?usp=sharing
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Tabela 3.
Na ilustração acima, apresenta-se um lucro líquido negativo, mas a base (100 AH) é positiva.
No período 2, apresenta um índice com variação positiva de 140, o que não é verdade, pois o
período “1” estava com um resultado de -50 e no período “2” o prejuízo foi ainda maior -70.
Para solucionar esse problema, precisamos alterar o sinal da base (período “1”, conforme
abaixo:
 
https://drive.google.com/file/d/16RFEX0hmcA6unvdOkdvZbjcO-LWuAYmf/view?usp=sharing
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Tabela 4.
Análise Vertical – AV%
Fique de olho!
O primeiro propósito da análise vertical é mostrar a participação relativa de cada conta ou
grupo de contas de uma demonstração financeira em relação a determinado total.
Conforme Matarazzo (1998, p. 249), “Calcula-se o percentual de cada conta em relação a um
valor-base.”
A análise vertical, tomada num período isolado, permite que se compare o percentual de
determinado item com o seu correspondente de outra empresa, naquele mesmo período, de
mesmo ramo de atividade, podendo ser analisado em relação a um padrão determinado.
 
https://drive.google.com/file/d/1b2xDANbrmB2Kaj_5LtpQX0VVSqkMP9a5/view?usp=sharing
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Reflita
Quando dispomos de dados de mais de um período, conhecemos a evolução relativa à
representatividade do item ao longo do tempo. A função do analista será buscar as causas
das variações, quando expressivas; nesse sentido, Matarazzo (1998, p. 249) afirma que “o
percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto''.
Os índices da análise vertical são calculados da mesma forma que da análise horizontal,
ambos por meio de regra de três. A diferença é que, na análise horizontal, o foco é na variação
temporal ocorrida entre as mesmas contas, enquanto na análise vertical analisa-se a variação
de uma conta em relação a outra conta (base) dentro do mesmo período. Abaixo,
apresentamosa análise vertical do BP da Cia. Grega.
 
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Tabela 5: Balanço patrimonial.
 
https://drive.google.com/file/d/1Z7GvKye7hAgQq7so5qq9H8SagPTr6Tuc/view?usp=sharing
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Fonte: adaptado de MARTINS; MIRANDA; DINIZ (2014).
Como pode ser observado, os totais do ativo e passivo são tomados como base (100%),
enquanto as demais contas e grupos de contas são comparados com esses valores.
 
https://drive.google.com/file/d/1Z7GvKye7hAgQq7so5qq9H8SagPTr6Tuc/view?usp=sharing
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Tomando-se como exemplo a conta de estoque de matéria-prima, no período “1”, divide-se o
valor de R$ 200 por R$ 5.174 e multiplica-se por 100 para se obter o índice 3.9, ou seja, esse
estoque representa 3,9% do total de ativos da companhia.
A análise vertical acaba tendo uma relevância maior na análise da demonstração do resultado,
onde vários itens são calculados comparativamente às vendas, vamos verificar então a análise
vertical da DRE da Cia. Grega.
 
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Tabela 6: Demonstração dos resultados.
Fonte: adaptado de MARTINS; MIRANDA; DINIZ (2014).
 
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O cálculo dos índices é feito da mesma forma, dividindo-se os valores de cada conta pelo valor
das receitas líquidas do mesmo período e multiplicando-se por 100.
A análise vertical dá ao analista uma ideia de proporcionalidade, a conta CPV, por exemplo,
mostra que os custos representam 59,7% das vendas do período “1”, tendo alterado para
61,8% no período “2” e para 60,6% no período “3”. Já as despesas com vendas representavam
21,1% das vendas no período “1”, subindo 22,5% e 21,6% nos períodos “2” e “3”
respectivamente. Enquanto as despesas administrativas representavam 6,4% das vendas no
período “1”, tendo caído para 6,1% e 5,6% nos períodos “2” e “3” respectivamente. Isso permite
uma visualização rápida da evolução dessas participações sobre a receita.
 
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Amplie
Para mais detalhes sobre a interpretação das análises horizontal e vertical da Cia. Grega,
sugiro a leitura do Capítulo 4 do livro Análise Didática das Demonstrações Contábeis, utilizado
como base para este capítulo e também a prática dos exercícios propostos, através da Minha
biblioteca.
 
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Infográfico 
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Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Estruturas e Análise de Balanços: Um Enfoque Econômico-
financeiro. Grupo GEN, 2020. 9788597024852. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597024852/>. Acesso em: 22 dez.
2020.
FAVERO, Nédio José. Análise e interpretação das demonstrações contábeis [on-line].
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Canoas: 2016. Disponível em:
<https://servicos.ulbra.br/BIBLIO/ONLINE046.pdf>. Acesso em: 22 dez. 2020.
MARTINS, Eliseu; MIRANDA, Gilberto José; DINIZ, Josedilton. Análise Didática das
Demonstrações Contábeis. Grupo GEN, 2020. 9788597025439. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597025439/>. Acesso em: 22 dez.
2020.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica e Gerencial.
5. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
Créditos
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