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BÁRBARA NUNES -@HORADAPSICO O CONCEITO DE TRANSFERÊNCIA NAS CONCEPÇÕES DE MELANIE KLEIN E LACAN. PARTE III Tendo consciência de que a transferência opera ao longo de toda a vida do sujeito, influenciando-o em suas relações, Melanie Klein foca na manifestação da transferência dentro da psicanálise, porque a partir do acesso ao inconsciente, é possível reviver suas experiências novamente, conscientemente, afirmando Klein (1991), que na medida em que o analista vai abrindo caminho em direção ao inconsciente do paciente, a premência em transferir suas experiências mais profundas e mais primitivas é reforçada e o setting analítico passa a ser o lugar privilegiado para a transferência e, especialmente, para sua explicitação. “Desse modo, sua premência em transferir suas primitivas experiências, relações de objeto e emoções é reforçada, e elas passam a localizar-se no psicanalista. Disso decorre que o paciente lida com os conflitos e ansiedades que foram reativados, recorrendo aos mesmos mecanismos e mesmas defesas, como em situações anteriores.” Klein, M. (1952). As origens da transferência. O sujeito ao procurar um ambiente de escuta específica, é visto que ao decorrer do processo analítico, o analisando acaba buscando o saber sobre sua falta, através da busca de uma resposta no outro que julga ter o saber sobre essa falta. Em todos os casos, de uma forma ou de outra a transferência se faz presente. E qual o papel/lugar que o analista é colocado na transferência? Lacan aponta, no seminário 8, dedicado à transferência, a dificuldade em relação a este fenômeno, pela falta de uma abordagem deste que seja suficientemente metódica, demarcada e esclarecida (Sem. 8, cap. XII, pág. 218). Na concepção lacaniana a transferência é separada da repetição, e a funda como uma consequência imediata da regra fundamental, que segundo Lacan, a transferência se associa ao Sujeito Suposto Saber. Em uma análise deixar claro, que o paciente poderá falar de tudo e que nada será descartado, é fundamental, e o Sujeito Suposto Saber se entende como aquilo que o analisante supõe que o analista sabe a seu respeito. Lacan também compara o conceito de transferência, dentro da psicanálise e a vida real: BÁRBARA NUNES -@HORADAPSICO “A transferência que acontece na situação psicanalítica não é muito diferente, para Lacan dá que acontece na vida real, o que é um questionamento da realidade mesma desta vida. Ela é apenas provocada artificialmente na situação analítica e fica intensificada pela resistência. Lacan dá a entender que vivemos em um sonho e que acordamos quando nos aproximamos do que é verdadeiramente real em nós (O desejo e as pulsões).” LACAN, J. Lições sobre a transferência: A concepção Lacaniana. Contudo, é visto que o conceito de transferência nos acompanha desde sempre, tanto dentro da análise quanto na rotina dos sujeitos, afetando em suas relações. Transferências essas que são tomadas pelo inconsciente, pois é nele que está guardado todas as nossas fantasias e desejos, até mesmo os medos. O sujeito pode não ter consciência de tal transferência, pois é algo que acontece com o decorrer da relação com o outro, sem saber o motivo. Na análise é possível identificar esse conceito e poder lidar com essa transferência, interpretando e compreendendo-a melhor. Referências: ASSIS, Maria Bernadete Amendola Contard de. A transferência na clínica psicanalítica: abordagem Kleiniana. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 2, n. 2, p. 29-36, ago. 1994 . KLEIN, M. (1991). Lições sobre a transferência: A concepção anglo-saxónica. LACAN, J. Lições sobre a transferência: A concepção Lacaniana. Klein, M. (1952). As origens da transferência. Sem. 8, cap. XII, pág. 218 Mayra Kruse de Morais. “Considerações sobre o conceito de transferência na contemporaneidade: do Sujeito Suposto Saber ao Inconsciente Real.” 2014. FIM… OBRIGADAAA! Bárbara Nunes - @horadapsico
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