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Harmonia e Improvisação - Almir Chediack - Volume 2

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JEAN PIAGET
1 - Assimilação, Acomodação e Equilibração
➢ Piaget criou sua teoria psicogenética (também chamada de teoria cognitiva) durante suas tentativas de compreender como acontecia a aprendizagem. Com forte base na biologia, a principal ideia dele era que o desenvolvimento humano é um processo de adaptação e a mais alta forma de adaptação é a cognição (ou o conhecimento). 
➢ Assimilação é a capacidade do sujeito incorporar um novo objeto a um esquema já existente, enquanto acomodação seria a tendência que temos de nos adaptar ao novo, para nos adequarmos a esse novo objeto. 
➢ A assimilação exige reagir a um novo objeto ou nova situação com base naquilo que você já conhece e acomodação é modificar aquilo que você já conhece para se adequar a esse novo objeto.
Exemplo: Uma criança vê pela primeira vez uma galinha. No processo de assimilação, ela vai procurar em seus esquemas mentais similaridade entre aquele animal e outro que ela já conheça. Vê as penas e liga aquele animal recém conhecido ao pardal, pássaro que ela já conhece. Porém, em uma observação mais minuciosa, ela verá que existem diferenças entre os dois: o tamanho, a crista, as cores... Então, parte para o processo de acomodação: muda o esquema já existe para incluir também nele a figura da galinha, ou cria um esquema novo.
1 - Sensório - Motor (0 aos 2 anos):
➢ Nesse período, não existe a linguagem e, para o autor, também não existe representação interna. Ou seja, a criança não consegue abstrair ou representar mentalmente, só existe aquilo que ela pode sentir concretamente. Aquilo que o bebê não sente, não vê, para ele não existe. Nesse período, os bebês aprimoram os reflexos com os quais nasceram: sugar, olhar, pegar, etc. 
➢ A principal aquisição, a principal mudança nesse período, está na capacidade de se comunicar que aparece ao fim desse estágio. Para Piaget, a linguagem acelera o pensamento, ajudando na capacidade de simbolização. Além disso, surge a compreensão de causa e consequência. Assim, aquelas atitudes antes sem intencionalidade passam a ser propositais (se antes o bebê chorava por fome, agora chora para ter atenção da mãe).
2 - Pré - Operatório (2 aos 7 anos):
➢ Durante esse estágio, existe uma mudança significativa no entendimento da criança sobre o mundo. Já com domínio suficiente da linguagem para se fazer entender, é também nessa idade que a maioria das crianças começam a frequentar a escola, ou seja, começam a conviver com pessoas que não são da família. 
➢ Entre 2 e 4 anos as crianças estão vivenciando um estágio de pensamento pré-conceitual. Nesse período, eles começam a perceber as características do mundo ao redor. Já é possível representar objetos internamente e identificá-los, mas sem conseguir diferenciar características específicas. Um exemplo disso é quando a criança chama qualquer senhor de cabelo branco de "vovô" ou qualquer animal de "au-au". 
Essa representação de objetos como pessoas também é forte característica dessa faixa etária e chamamos de animismo. 
➢ Já a partir dos 4 anos as crianças são capazes de identificar essas diferenças antes imperceptíveis e seu pensamento é um pouco mais lógico. Chamamos esse período de pensamento intuitivo. Uma grande característica desse período é a percepção do mundo ao redor, ainda em uma fase de desenvolvimento que a criança ainda não consegue compreender a conservação. O pensamento egocêntrico ainda é presente para essas crianças.
3 - Operatório Concreto (7 aos 11 anos):
➢ Nesse período a criança já passa a ser capaz de operar mentalmente, porém essas representações precisam sempre ter um caráter concreto. Assim, as crianças conseguem internalizar operações quando realizam tarefa empiricamente, com auxílio de objetos. É o início do pensamento lógico. Aqui, a abstração ainda é empírica. 
➢ A socialização ganha mais força nesse período, quando a criança já é capaz de formar seus próprios vínculos de amizade sem interferência dos adultos. 
➢ Com esse desenvolvimento a todo vapor do pensamento lógico-matemático, a criança começa a compreender esquemas de conservação e número.
4 - Operatório Formal (7 aos 11 anos):
➢ Para Piaget, por volta dos 12 anos começam a ocorrer transformações dos esquemas cognitivos e a criança começa a ser capaz de operar baseado em uma realidade imaginada. Sendo assim, já é possível para a criança lidar com o que é hipotético. Isso, chamamos de pensamento proposicional: aquele que não fica limitado ao que é real. A abstração é reflexionante. 
➢ É por volta dessa idade também que a criança começa a compreender alguns conceitos éticos como justiça e liberdade. Nessa fase, é comum o questionamento do mundo real.
2 - A moral segundo Piaget
1 - ANOMIA (0 a 2 anos):
➢ Ausência total de regras. A criança não é ainda capaz de fazer representações mentais, o que torna difícil a compreensão de regras e leis.
2 - HETERONOMIA (2 a 10 anos): 
➢ Nessa fase, a criança começa a compreender regras que são estabelecidas pelo outro. É uma fase em que obedecem com mais facilidade e costumam respeitar autoridade. 
➢ Ao mesmo passo que consegue internalizar orientações, ainda não desenvolveu a capacidade de questionar. Geralmente, não compreende a necessidade de existir regras, apenas obedecem às que são impostas para não perder o afeto da figura de autoridade (pais ou professores, por exemplo).
3 - AUTONOMIA (a partir dos 10 anos):
➢ Aqui a criança já se relaciona bem com regras e consegue criar as próprias. São mais questionadores, tem pensamento crítico mais apurado e seguem apenas regras que façam sentido. Compreendem a necessidade das regras e sabem que seu comportamento influencia na vida do outro.
3 - O brincar / O jogo
O brincar, para Piaget, é a forma como as crianças entram em contato com o mundo. A brincadeira exercita a capacidade de assimilação e acomodação, sendo então uma forma bem efetiva de aprender. O jogo motiva a aprendizagem e desenvolve a inteligência.
1 - JOGOS DE EXERCÍCIO: Também chamados de jogos sensório-motores, aparece no primeiro momento de desenvolvimento das crianças. Ele é caracterizado pela ação e realizado apenas pelo prazer. Apesar de ser característico dos primeiros anos de vida, esse tipo de jogo aparece durante toda infância e até mesmo na vida adulta. 
Exemplos: jogar a bola, escalar obstáculos, produzir ruídos e sons com a boca, etc.
2 - JOGO SIMBÓLICO: Muito comum entre 2 e 7 anos, aqui surge a capacidade da criança utilizar símbolos, de imaginar. É a chamada brincadeira do "faz de conta". Esse tipo de jogo permite a assimilação do mundo exterior. Quando a criança percebe algo sobre o mundo ao seu redor e leva isso para a brincadeira, é a oportunidade que ela tem de fazer elaborações mentais. 
Exemplos: casinha, escolinha, mamãe e filhinha, etc
3 - JOGO DE REGRAS: Aqui a criança já alcançou a capacidade de reversibilidade do pensamento operatório concreto e começa a compreender a existência e a necessidade de regras para viver em sociedade. Esses jogos são marcados pela possibilidade de trabalharem a atenção, concentração, raciocínio e memória. 
Exemplos: Xadrez, jogos de tabuleiro em geral, prática de esportes, etc.
Observação: Vale ainda ressaltar que para ele o jogo precisa ter algumas características importantes: 
• É lúdico; 
• Assimilação predomina a acomodação; 
• O jogo se estrutura pela organização mental; 
• As regras aparecem com a socialização da criança; 
• A imitação permeia a fase inicial do jogo;
Resumo:
I - Jogo de exercício é a primeira forma de jogo que a criança conhece e aparece antes do desenvolvimento verbal completo; tem como característica o fato da criança brincar pelo prazer do conhecimento do objeto, da exploração e do desenvolvimento motor.
II - Jogo simbólico é uma forma de jogo em que a criança faz de conta que é outra pessoa ou se imagina em outra situação, ou atribui outra função a um objeto; é, de certa forma, uma maneira de a criança comunicar ao outro aquilo que sente.
III – Jogo de regras é caracterizado pelo conjunto de leis que é seguido pelo grupo; necessita de parceiros queaceitem o cumprimento das obrigações pré-definidas; é um jogo estritamente social.
4 - A construção do pensamento lógico-matemático
1 - Conservação: é a compreensão que quantidade de objetos não se altera em decorrência de como está organizado e sim quando adicionamos ou tiramos algo.
Exemplo: Supondo que entreguei 2 bolinhas de massinha exatamente idênticas para uma criança. Depois, transformo uma das massinhas em uma cobrinha. Aquela criança que ainda não tem a capacidade de conservação pode dizer que a cobra tem mais massinha, enquanto uma que já compreendeu dirá que a única diferença é na forma.
2 - Classificação: Para Piaget, conforme a criança vai desenvolvendo seu raciocínio lógico, a maneira dela lidar com classes, números e séries também se modifica e fortalece. Para conseguir isso, ele acreditava ser essencial a manipulação dos objetos concretos.
Assim, devemos deixar que as crianças manipulassem diversos objetos e incentivá-los a separá-los, classificá-los, conforme a cor, o peso ou a forma. Esse tipo de manipulação estimula a capacidade lógica do pensamento. 
Um exemplo de como exercitar isso é com coleção de pedras, bolinhas de gude ou tampinhas de garrafa.
3 - Seriação: A partir dessas experiências com materiais concretos, as crianças passam a organizá-los em série e comparar uma com a outra. Exemplos claros são quando solicitamos para que as crianças organizem os carrinhos da sala do maior para o menor, ou quando pedimos para que formem fila por ordem de tamanho.
4 - Análise Combinatória: As crianças no período operatório concreto, em sua maioria, fazem contagem por correspondência (de um em um), enquanto aquelas que já estão no operatório formal são capazes de contar de 3 em 3, de 5 em 5, de 10 em dez. 1.5.
Observação: A construção da ideia de número Para Piaget, a capacidade de compreender e lidar com números são um resultado lógico da classificação e da seriação, pois só a partir do desenvolvimento dessas atividades é que a criança consegue compreender número.
Observação²: Piaget considerava que o raciocínio é construído pelo sujeito durante a interação com o objeto. Assim, ele não é natural ao ser humano. A criança que não é estimulada não irá se desenvolver normalmente. Dessa forma, se pensamos que o raciocínio acontece através de uma construção, o sujeito não é, de forma alguma, passivo. Além disso, a preocupação de Piaget era epistemológica (estudo do conhecimento e suas formas de um determinado objeto) e não didática: ele nunca se preocupou na aplicação prática em sala de aula da sua teoria, seu desejo era investigar como se dá a construção do conhecimento.
Mapa Mental - Jean Piaget
➢ Os processos de assimilação e acomodação são etapas necessárias para equilibração, ou seja, para aprendizagem. Podemos definir assimilação como a capacidade de responder as situações utilizando atividades ou conhecimentos prévios e acomodação quando é necessário mudar e adequar seus esquemas para responder corretamente a uma situação. 
➢ A Teoria Psicogenética criada por Piaget defende que o desenvolvimento acontece a partir de determinados estágios de desenvolvimento:
➢ Piaget também pensou no desenvolvimento moral do sujeito e o dividiu em 4 etapas:
➢ Ao analisar as brincadeiras, Piaget dividiu em 3 tipos de jogos: de exercício, de imaginação e de regras. Exemplos:
JOGOS DE EXERCÍCIO - Jogar a bola, chutar, transpor obstáculos. 
JOGOS DE IMITAÇÃO - "faz de conta": casinha, escolinha. 
JOGOS DE REGRAS - Xadrez, atividades esportivas, jogos de tabuleiro. 
➢ A construção do pensamento lógico matemático é interna. Mas, para essa interiorização acontecer, é importantíssima a interação da criança com o objeto.
 ➢ Equilibração é a tendência em manter equilíbrio entre assimilação e acomodação.
LEV VYGOTSKY
➢ Contemporâneo de Piaget era crítico da teoria psicogenética. Ambos buscavam compreender como se construía o conhecimento. A grande diferença entre os dois autores é que Vygotsky enfatiza como a cultura e a interação social é construída. Ou seja, Vygotsky pensa que essa construção acontece por forças de fora da criança ao passo que Piaget defende que isso acontece internamente. 
➢ A teoria de Vygotsky pode ser entendida através de três pilares estruturantes: o papel da cultura, o papel da linguagem e a relação estabelecida entre professor-aluno.
1 - O papel da cultura e da biologia para Vygotsky
➢ Lefrançóis afirma que podemos definir a teoria de Vygotsky, em especial com relação à cultura, da seguinte forma: "a interação social está fundamentalmente envolvida no desenvolvimento da cognição". Para Vygotsky, interação social é a forma de a criança entrar em contato com o mundo, com a cultura. E é a cultura que molda o funcionamento mental humano. De alguma forma, a importância da cultura na formação humana explica por que pessoas de diferentes culturas tem um perfil psicológico diferente. 
Como você já deve ter notado, falar em Vygotsky é falar no social. Porém, isso não significa que ele não tenha dado nenhuma importância ao biológico. Luria, seu discípulo, explorou as ideias iniciais dele sobre os aspectos biológicos da constituição do sujeito. 
Basicamente, Vygotsky acreditava que o funcionamento do cérebro humano através das funções psicológicas superiores, que são construídas ao longo da história social do homem. Acreditava, então, que cérebro era um sistema aberto, com grande plasticidade, e que é moldado de acordo com as relações que o sujeito faz com o mundo. 
Portanto, ele distingue duas funções psicológicas:
1 - Funções mentais elementares: As funções, mentais elementares dizem respeito as nossas tendências e aqueles comportamentos que são naturais e não aprendidos. São as habilidades que tem os bebês recém-nascidos: sugar, balbuciar, chorar e demandas cerebrais que comandam nosso corpo: a respiração, a circulação sanguínea, o movimento muscular, por exemplo.
2 - Funções mentais superiores: As funções mentais superiores são construídas através da interação social. São todas as atividades que exigem pensamento. Ou seja, tudo aquilo que não é nato na espécie humana. 
Essa proposta de organização cerebral construída por ele se estabelece num processo filogenético e ontogenético. Ou seja, existe uma organização cerebral básica que é resultado da evolução da espécie (característica biológica) e também existe uma organização mais complexa e elaborada, que se constitui no contato do sujeito com a cultura.
2 - A importância da linguagem
➢ Para Vygotsky, a linguagem é o sistema simbólico fundamental na mediação entre sujeito e objeto de conhecimento e tem duas funções: o intercâmbio social e o pensamento generalizante. Ou seja, além de servir para comunicação, a linguagem é capaz de simplificar, generalizar e ordenar experiências do mundo real em categorias conceituais. Assim, o pensamento só se torna possível pela linguagem. As palavras são signos mediadores na relação do sujeito com o mundo e oferecem essa possibilidade de generalização e conceituação.
➢ Primeiro, Vygotsky dividiu o desenvolvimento da linguagem em dois estágios: pré-linguístico, quando bebê ainda não fala, apenas balbucia e o linguístico, quando a linguagem já está estabelecida. Em seguida, ele antecipou a teoria de Piaget, utilizando os estágios de desenvolvimento para explicar que a criança progride através da linguagem. Assim, ele determina que a criança progrida ao longo de três estágios no desenvolvimento da fala:
Fala social: ou fala externa, é a fala do primeiro estágio de desenvolvimento, é mais simples e busca determinar o comportamento do outro ("quero!", "dá", "não")
Fala egocêntrica: surge entre 3 e 7 anos e é uma ponte entre a fala externa e a interior. Geralmente nesse estágio as crianças falam "para elas mesmas", numa tentativa de controlar e ordenar o próprio comportamento.
Fala interior: É o estágio de uma fala consciente. Nosso falar nos permite dirigir nosso pensamento e comportamento. É essa fala que torna possível o funcionamento mental superior.
3 - O papel da mediação
➢Podemos pensar nesse conceito de mediação como o próprio processo de representação mental - se o sujeito pode operar mentalmente sobre o mundo, é porque existe algum conteúdo mental de natureza simbólica. Bom, da mesma forma que a ideia de mediação remete a esses processos de representação mental, por outro lado, também se remete ao fato de que os sistemas simbólicos que estão entre o sujeito e o objeto, são de origem social.
O papel do professor: Para Vygotsky, a relação entre professor e aluno envolve ensinar e aprender para ambas as partes. Ou seja, para o autor, o professor também aprende com a criança, da mesma forma que ela aprenderá com o professor. O professor é entendido como o mediador desse processo de ensino e as relações que se estabelecem na sala de aula terão grande impacto na constituição dos sujeitos e na efetivação da aprendizagem.
Zona de Desenvolvimento Real e Zona de Desenvolvimento Proximal: A zona de desenvolvimento real é tudo aquilo que o sujeito é efetivamente capaz de fazer, de forma autônoma. Já a zona de desenvolvimento proximal é aquilo que ele consegue fazer com uma pequena ajuda de um par mais experiente, ou seja, com a mediação de um terceiro. Podemos ainda definir a zona de desenvolvimento proximal como uma espécie de potencial de desenvolvimento daquele sujeito.
Assim, seria função do professor fazer o papel desse mediador ou, conhecendo essas potencialidades de seus alunos, agrupá-los de forma produtiva para que um sirva de mediador para o outro, garantindo a aprendizagem.
HENRI WALLON
➢ Iniciou sua teoria a partir da observação de crianças e adultos doentes ou com alguma deficiência motora. Para ele, a psicologia deveria prover um tratamento biopsicossocial. Ou seja, é necessário englobar as esferas biológicas e sociais à psicológica.
➢ Wallon ficou conhecido por ter criado uma teoria muito organicista, isso é focada apenas nos fatores genéticos, biológicos. Porém, ele compreendia o ser humano como organicamente social - somos tão parte do mundo que nos cerca e das relações que estabelecemos, que nossa genética e nosso corpo são também sociais. Wallon então pensou sobre o desenvolvimento motor, o desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento afetivo das crianças:
➢ Wallon define três esferas para desenvolvimento integral do sujeito: o aspecto afetivo, cognitivo e o motor.
1 - O ato motor e o ato mental
➢ Como vimos, Wallon se dedicou a estudar as questões motoras do corpo e pensava no ser humano como a indissociabilidade da esfera biológica e psicológica. Passou a aprofundar seus estudos nos músculos e identificou duas funções distintas para os eles:
Função Cinética (ou clônica): o músculo em movimento, aquelas diferenças no corpo que podemos observar 
Função Postural (ou tônica): o músculo parado.
Essa função tônica é permanente e geralmente assumida durante exercício do ato mental. Fazemos "força" para ficarmos parado. Para Wallon, o ato mental é também uma atividade corpórea e se desenvolve a partir do ato motor.
Além disso, é através da sua mobilidade que o ser humano transforma seu ambiente social e, posteriormente, consegue modificar até mesmo o meio físico. O contato do ser humano com o meio físico nunca é direto. Ele é sempre mediado pelo meio social.
➢ Wallon também se dedica a pensar sobre os tipos de movimentos e os separa assim: 
Movimento Reflexos: aqueles controlados apenas em nível da medula; 
Movimentos Involuntários (automáticos): controlados à nível subcortical; 
Movimentos Voluntários (praxias): controlado no nível cortical.
Essas estruturas existem a partir de uma hierarquia: o nível cortical controla o subcortical, mas, ao mesmo tempo, se estabelece uma relação de reciprocidade.
2 - As fases do desenvolvimento motor
➢ É através do nosso corpo que conseguimos fazer parte do mundo. Assim, a construção do esquema corporal é essencial para boa postura, para o equilíbrio e também para aprendizagem e percepção do espaço-temporal. Wallon divide esse processo de construção do esquema corporal em três etapas:
O corpo vivido: fase que se estende do nascimento até por volta dos 3 anos de idade, é um período em que o bebê não consegue se diferenciar do outro ou do ambiente. Ainda não é possível para ele identificar os contornos do seu próprio corpo. Nessa fase, a exploração de sua imagem no espelho, a exploração do ambiente, o toque, as diferentes texturas, são experiências essenciais para desenvolvimento.
O corpo percebido: vivenciado pelas crianças entre 3 e 7 anos de idade, é quando começa a se organizar o esquema corporal. O próprio corpo vira um ponto de referência e os movimentos passam a ser mais coordenados.
O corpo representado: fase que se inicia por volta dos 7 anos de idade, é marcada pela capacidade da criança em coordenar e adaptar seus movimentos. Já existe a compreensão das partes e do todo do próprio corpo.
3 - O desenvolvimento cognitivo
➢ Apesar dele nunca ter especificado faixa etária em sua teoria, outros estudiosos que se baseiam em seus estudos o fizeram. Portanto, pode ser que seja cobrada de você no concurso uma faixa etária que corresponda a cada uma dessas fases de desenvolvimento. Faremos aqui uma estimativa, mas não se apegue a ela: lembre-se que o Wallon, em si, nunca delimitou idade.
Estágio Impulsivo-emocional
 Vai do nascimento até aproximadamente os 12 meses. É uma fase predominantemente afetiva e a criança ainda não é capaz de diferenciar o que é ela e o que é o outro.
Estágio sensório-motor e projetivo
 Dos 3 meses aos 3 anos, aproximadamente. É uma fase de predominância da inteligência prática, obtida a partir da exploração do meio e da inteligência discursiva, adquirida com o surgimento da linguagem.
Estágio do personalismo 
 Ocorre entre 3 e 6 anos de idade e é marcado pela formação dos aspectos pessoais da criança, ou seja, da sua personalidade. Nessa fase, é comum a criança passar por um período de "crise negativista": se opondo a tudo que o adulto diz e faz.
Estágio Categorial
 Entre 6 e 12 anos. É uma fase em que existe um grande predomínio da inteligência sobre a afetividade. É também a fase em que se desenvolvem as capacidades de abstração, memória e atenção voluntária.
Estágio da Adolescência
 A partir dos 12 anos, aproximadamente. É um período de transformações físicas e psicológicas, com amplo desenvolvimento da afetividade, agora mais ligada aos aspectos sexuais.
4 - A afetividade
➢ Wallon defende que a afetividade pode ser manifestada de três maneiras e essas manifestações surgem durante toda nossa vida, mas possui uma evolução, assim como o desenvolvimento cognitivo.
Emoção: Para Wallon, a emoção é a primeira expressão da afetividade, em especial, porque ela é orgânica, não podendo ser controlada através da razão.
Sentimento: O sentimento já possui um caráter mais próximo do racional. Surge quando a criança já desenvolveu a linguagem e consegue dizer o que a afeta.
Paixão: Diferentemente do que costumamos conceituar como paixão, Wallon denomina dessa forma a capacidade de autocontrole em função de um objetivo (controlar o medo para sair de uma situação de perigo; dominar a preguiça para ir à academia).
SIGMUND FREUD
➢ Freud é o pai da Psicanálise e sua teoria sobre o funcionamento da mente humana é extremamente complexa e longa. 
Desenvolvimento Psicossexual: Freud se tornou famoso e foi muito questionado quando falou que os seres humanos são seres sexuais desde o momento do nascimento. Se hoje sua teoria ainda encontra grande resistência, imagina como foi na década de 10 falar sobre sexualidade infantil.
➢ Pensaremos aqui no desenvolvimento psicossexual como um processo dividido em 5 fases:
1 - Estágio Oral - Do nascimento até por volta do primeiro ano de vida.
 Durante essa fase, a zona erógena é a boca, ou seja, é através da sucção e da amamentação que o bebê encontra prazer e conforto.
2 - Estágio Anal (Entre 1 e 3 anos)
 Nesse estágio, as zonas erógenas são os órgãos excretores. Aqui, a libido está totalmente concentrada no controle da bexiga e da evacuação.
3 - Fase Fálica (Entre 3 e 6 anos)Essa fase tem como zona erógena os órgãos sexuais. É nesse período que as crianças começam a identificar diferenças entre o sexo masculino e o feminino, o que costuma gerar muita curiosidade.
4 - Período de Latência (entre 6 e 12 anos)
 É uma fase em que a libido se volta totalmente ao desenvolvimento da inteligência e para desenvolvimento social. É uma época de grande aprendizado e de dedicação na escola.
5 - Fase Genital (a partir dos 12 anos)
 Nesse período, que se inicia com a puberdade, volta a ter como zona erógena os órgãos sexuais. Mas, nesse momento, o interesse não é mais apenas a título de curiosidade e sim a tendência de se perpetuar a espécie.
PAULO FREIRE
1 - Pedagogias do Oprimido
➢ Essa é provavelmente a mais famosa obra de Freire. Ele explica no começo do livro que esses escritos não se baseavam apenas em teorias, mas também em sua experiência prática enquanto educador. Professor de jovens e adultos, Freire criou método de alfabetização para aqueles que não tiveram acesso à escola na idade correta e partia do cotidiano dos alunos trabalhadores para trabalhar conceitos científicos.
➢ Paulo Freire justifica a necessidade de sua obra para a Educação como prática de liberdade. Para ele, é na escola que podemos libertar os oprimidos - e, consequentemente, também os opressores. Para ele, era inegável que em uma sociedade capitalista como a nossa, existam aqueles que oprimem e aqueles que são oprimidos (os pobres, os negros, os trabalhadores...) e a Pedagogia deveria servir para superação dessa condição de oprimido.
➢ Ele ainda afirma que é a luta dos oprimidos para reverter o status quo que liberta também os opressores, pois essa violência exercida desumaniza a todos.
1 - A Educação Bancária
 Freire dizia que a educação tal como estava posta, servia como instrumento poderoso de opressão. A escola onde o professor é detentor de todo conhecimento e os alunos devem estar ali, sentados um atrás do outro, muito quietos e atentos ao que o professor fala, era uma educação bancária. 
A escolha dessa nomenclatura é exatamente para criticar a visão que se tinha (ou ainda tem!) que o aluno é um recipiente, pronto para ser preenchido com todo o saber profetizado pelo professor. Nessa concepção, o saber é uma doação daqueles que se julgam sábios para aqueles que eles julgam não saberem nada. 
Esse molde de educação, então, seria uma tentativa de "domesticar" os alunos e esse processo é benéfico justamente para aqueles que detêm o poder.
2 - A Educação Problematizadora
 Freire então afirma que a única forma de termos uma educação realmente problematizadora e libertadora, é necessário que o educador seja humanista e oriente sua prática para a humanização de oprimidos e também de opressores.
"Ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho", dizia Freire, "os homens se educam em comunhão". Dessa forma, a escola é o espaço em potencial para acontecer a troca e a comunhão, concretizando esse modelo de uma educação libertadora.
A educação de fato problematizadora exige esforços constantes para fazer o sujeito perceber o mundo ao seu redor de forma crítica. Por isso, a metodologia freiriana, começa e termina na realidade do aluno. É através da realidade do aluno, de um problema a ser resolvido, que mergulhamos no mundo científico e acadêmico, atrás de respostas que poderão auxiliar a mudança desse problema.
3 - A Dialogicidade
 Para a educação ser uma prática da liberdade, é essencial que ela aconteça dentro de um processo de ação reflexão. A ação pela ação, sem a reflexão, nega a práxis verdadeira, impossibilita o diálogo e, consequentemente, impossibilita a educação. A reflexão sobre a própria ação é o que norteia o trabalho do professor humanista e é o que possibilita uma educação como prática de liberdade. Freire propõe então uma pedagogia aberta ao diálogo, que comece na busca do conteúdo programático, quando utilizamos temas geradores para delimitar o currículo.
2 - Pedagogia da Autonomia
➢ Nessa obra, Freire pontua algumas características importantes para que aa educação seja uma prática de liberdade e garanta autonomia e aprendizado dos alunos.
1 - Não há docência sem discência. 
 Não tem como ensinar aquele que não quer aprender. O educador autoritário e conservador, que não permite a participação dos educandos e não estimule suas curiosidades e particularidades, não consegue ensinar.
Para ensinar, o educador precisa assumir a postura de pesquisador, precisa ter uma rigorosidade metodológica em seu trabalho e sua postura será sempre crítica perante ao conhecimento. 
Assim, o ensino deve ser mais democrático e as relações que se estabelecem em sala de aula, mais flexíveis. Um bom professor é aquele que aprende enquanto ensina.
2 - Ensinar não é transferir conhecimento
 Conforme vimos na obra anterior, ensinar não pode ser um simples ato de transferir o conhecimento. Essa concepção bancária de educação não auxilia o desenvolvimento dos alunos e nem garante a aprendizagem.
3 - Ensinar é uma especificidade humana
 Apesar da necessidade dessas modificações em nossa forma de educar e da necessidade do professor sair dessa postura autoritária e conservadora, isso não significa que o professor deva deixar de ter seu lugar de autoridade. Para Freire, o que vai conferir autoridade ao professor em meio aos alunos é sua segurança e seu domínio do que será ensinado.
➢ Aqui, analisamos de forma resumida e apenas o aspecto principal dessa obra. Mas, é importante saber, nela Freire traz uma série de habilidades necessárias para ensinar:
3 - O método de Paulo Freire
➢ Todos os autores que vimos (Piaget, Vygotsky, Wallon e Freud) concentravam suas pesquisas na área da Psicologia e, apesar do enorme impacto que essas teorias tiveram sobre a educação, eles nunca tiveram a pretensão de criar um método de ensino. Já Paulo Freire, por ser educador de fato, criou um método de alfabetização, que aplicou com sucesso com jovens e adultos.
➢ Freire afirma que sua metodologia era um método de aprender e não de ensinar. Portanto, sua metodologia estaria mais próxima de uma teoria da aprendizagem do que de um método em si. Ele pautava sua metodologia no respeito pelo educando, na conquista da autonomia e na educação libertária, sendo a dialogicidade o fio condutor desse processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, as relações estabelecidas entre professor-aluno são essenciais para garantia de uma educação com qualidade.
➢ O trabalho pedagógico nessa perspectiva parte do aluno, de uma investigação temática relacionada à realidade concreta dele. A partir disso, é definido democraticamente um tema gerador central e os demais temas que serão trabalhados, sempre partindo de uma problematização da realidade local. Paralelamente, o professor vai trabalhando as dificuldades fonéticas e sistematizando o ensino da língua.
Maria Montessori
➢ Montessori foi uma médica que se dedicou a estudar aspectos da infância, em especial, no campo pedagógico. Ela dava ênfase a autoeducação do aluno do que ao professor como detentor de todo conhecimento.
➢ As bases de sua teoria são a individualidade, a atividade e a liberdade do aluno, observando o indivíduo como sujeito e objeto do ensino. Surge aqui a ideia de uma formação que vá além da intelectual, uma formação integral do ser humano.
➢ Montessori acredita que o desenvolvimento biológico que determina as aprendizagens das crianças e que existiam algumas etapas de desenvolvimento. Ela privilegiava a criança, dizendo que ela não é um futuro adulto, aquele que virá a ser... a criança já é um sujeito em si. Dessa forma, seu nome ficou bem atrelado ao ensino de bebês e de crianças bem pequenas.
➢ Nas escolas Montessorianas, os espaços são pensados para serem potencialmente educadores e permitem as crianças movimentos livres e desenvolvimento da autonomia. Além disso, são estimuladas atividades de manipulação e exploração do espaço e dos objetos, pois para ela a aprendizagem parte do concreto para o abstrato.

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