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Literatura de Cordel - Primeiros Passos (Unidade 1)

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Profª. Venuzia Belo
São Luís
2021
Reitor 
Gustavo Pereira da Costa
Vice-Reitor
Walter Canales Sant´ana
Pró-Reitora de Graduação
Zafira da Silva de Almeida
Núcleo de Tecnologias para Educação
Ilka Márcia Ribeiro S. Serra - Coordenadora Geral
Coordenação do Setor Design Educacional
Cristiane Costa Peixoto - Coord. Administrativa
Danielle Martins Leite Fernandes Lima - Coord. 
Pedagógica
Professora Conteudista
Venuzia Belo
Designers de Linguagem
Jonas Magno Lopes Amorim
Ivonete Rodrigues Lopes
Designers Pedagógicas
Grace Kelly Silva Sobral Souza
Lidiane Saraiva Ferreira Lima
Projeto Gráfico e Diagramação
Nayana Gatinho da Silva
Capa
Nayana Gatinho da Silva
Belo, Venuzia 
 A literatura de cordel: primeiros passos [ebook]. / Venuzia Belo. – São 
Luís: UEMAnet, 2021.
 41 f.
 ISBN: 978-65-89787-30-3
 1.Leitura. 2.Literatura popular. 3.Cordel. I.Título. 
 
CDU: 82-087.6
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA
Os materiais produzidos para os cursos ofertados na Plataforma Eskada e intermediados pelo UEMAnet/
UEMA são licenciados nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – 
Compartilhada, podendo a obra ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, 
desde que com fins não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam 
licenciadas sob a mesma licença.
A LITERATURA 
DE CORDEL:
PRIMEIROS PASSOS
São Luís
2021
Profª. Venuzia Belo
4
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
APRESENTAÇÃO
A construção do imaginário suscita-se em tempo e em espaço muito tenros, no seio da 
família, que traz, muitas vezes, a tradição de contar estórias de contos de fadas, lendas, 
adivinhas, trovas. Essas ações estimulam a manutenção da cultura e a formação do 
mundo imaginário, simbólico, representativo do “eu” popular.
Em se tratando de literatura popular, muitas vezes, o gosto e o conhecimento, pelo 
menos em tese, são construídos na família. Ademais, sabe-se que a família repassa os 
conhecimentos construídos pela vivência de geração a geração, ou seja, por saberes 
experimentados, enquanto na escola há um forte apego aos conhecimentos instaurados 
nos registros escritos e institucionalizados, sistematicamente.
Considerado um dos ramos da literatura popular, o cordel se consolidou na cultura 
brasileira como um dos maiores gêneros dessa literatura, suscitando discussões 
variadas quanto à sua estrutura formal e as suas formas de interação e de contribuição 
social.
Nesse sentido, tencionamos com A literatura de Cordel – primeiros passos, e-Book que 
ora lhe apresentamos, que você inicie seus estudos, conhecendo os elementos básicos 
e o papel social do cordel, na perspectiva de redimensionar a importância desse gênero 
em nossa cultura.
Estruturalmente, este e-Book está dividido em três Unidades. Na primeira Unidade, 
você conhecerá um pouco sobre a história do cordel e da xilogravura, conhecerá ainda 
as principais temáticas e a importância das Academias de Cordel enquanto difusoras 
dessa modalidade e da literatura popular.
Na segunda Unidade, trataremos da linguagem poética do cordel, enfatizando os 
elementos formais: estrofe, rima, métrica e ritmo.
Na terceira Unidade, conheceremos como o cordel pode tratar de temas sociais, 
atualizando-os para questões de nosso tempo.
Acreditamos e reafirmamos que a literatura popular, tratada aqui na caracterização 
do gênero cordel, pode ser aprendida ao longo da vida, tanto na comunidade familiar 
quanto escolar. Afinal, quem conta um conto aumenta um ponto.
5
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
SUMÁRIO
1. A HISTÓRIA DO CORDEL 6
1.1 A origem 6
1.2 A xilogravura 9
1.3 As temáticas 11
1.4 As academias de cordel 14
2. A LINGUAGEM POÉTICA DO CORDEL 16
2.1 Estrofe 16
2.2 Rima 18
2.3 Métrica 21
2.4 Ritmo 27
3. AS ADAPTAÇÕES E O DISCURSO SOCIAL NO CORDEL 30
3.1 Os primeiros temas 30
3.2 O cangaço 32
3.3 As adaptações 34
6
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
1. A HISTÓRIA
DO CORDEL
OBJETIVOS:
Conhecer a origem do cordel e seus meios de divulgação;
Reconhecer a relação entre cordel e xilogravura.
A literatura, assim como as demais manifestações artísticas, conta um pouco de nossa 
história e, com a literatura de cordel não seria diferente. Oriunda da oralidade, ela nos 
ajuda a conhecer e descobrir um mundo novo ao mesmo tempo em que nos remete aos 
conhecimentos mais simples que aprendemos em casa, com familiares e amigos.
Por seu caráter lúdico, a literatura de cordel é um incentivo para despertar o interesse 
por nossa cultura e desenvolver nossa criatividade.
Vamos começar nossa caminhada?
1.1 A origem
A literatura de cordel é uma expressão cultural intrincada, cuja história parte de um 
complexo cultural que remonta suas origens mais próximas à Península Ibérica, na 
Idade Média. É comum aos colonizadores trazerem traços de sua cultura às terras 
colonizadas, no Brasil, não foi diferente, e pelas mãos dos portugueses os “folhetos” 
foram introduzidos no país.
7
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
LITERATURA ORAL
Segundo o folclorista Câmara Cascudo (1978), os folhetos de cordel começaram a surgir 
no século XVII em Portugal, com as “folhas volantes” ou “folhas soltas”, embora suas 
origens remontem ao século XII.
Antônio Henrique Weitzel (2013) conceitua assim a literatura de cordel: “Literatura 
de Cordel é o nome que se dá aos folhetos contendo a literatura popular em verso, que 
registra o pensamento do povo diante dos acontecimentos que mais o impressionam.” 
(2013, p. 116).
É consenso entre os estudiosos da literatura popular que o cordel tem sua origem na 
literatura oral e Marco Haurélio (2016) nos oferece uma bela imagem quando trata da 
origem do cordel, ligando-a à poesia popular. O desenho a seguir traduz sua ideia.
Figura 1 – Árvore Literatura Oral
Fonte: Nayana Gatinho, 2021
8
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
No futuro das primeiras folhas de versos que aqui chegaram, o cordel se fixaria no 
Nordeste brasileiro, ajudado pela aparição de pequenas tipografias.
Saber por que o cordel se fixou no Nordeste é motivo de muitas reflexões. Historica-
mente, no entanto, não se pode negar que fatores de ordem social contribuíram nes-
sa questão, sendo o analfabetismo à época um exemplo. Os cordelistas memorizavam 
seus poemas para recitá-los posteriormente em praças e em feiras.
No Nordeste, o cordel era considerado uma espécie de jornal pelo fato principal de não 
haver meios de difusão mais avançados, como rádios e jornais escritos.
Hoje, incorporando funções pedagógicas, históricas, sociais etc., o cordel é encontrado 
em feiras, espaços culturais, livrarias, e o Nordeste ainda é uma região de grande 
produção dessa forma literária.
O cordel avançou nas temáticas, antes 
relacionadas ao dia a dia, à religiosidade e a 
histórias populares, e é comum encontrarmos 
romances clássicos da literatura nacional e 
universal reescritos na linguagem de cordel. É 
o caso da A história de Dom Quixote em cordel, 
livro original de Miguel de Cervantes, adaptado 
por de Klévisson Viana.
As incursões nas adaptações são uma fonte muito 
viva no cordel, na atualidade. Muitas vezes, essas 
adaptações são utilizadas em sala de aula, como 
material didático que aproxima os alunos da 
literatura clássica por meio da literatura popular 
ou uma forma mais lúdica de aprender a Língua 
Portuguesa.
Figura 2 – Capa do Cordel A história de Dom Quixote em cordel, de Klévisson Viana
Figura 3 – A gramática em cordel, de Zé Maria de Fortaleza
Fonte: acervo pessoal
Fonte: acervo pessoal
9
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
A literatura de cordel continua ocupando espaço na produção literária do país. Mas a 
grande popularização se deu com a editoração, na década de 20 do século XX, com o 
paraibano João Martins de Athayde.
Você conhece algum cordelista moderno do seu estado? Quetal realizar uma 
pesquisa? Talvez você encontre, vamos lá?
1.2 A xilogravura
A xilogravura (do grego xilon – madeira - e grafo - escrever) é uma técnica de impressão 
utilizada desde a Antiguidade. A técnica chegou ao Brasil pelas mãos dos portugueses 
e está intrinsecamente relacionada ao cordel como ilustração para as capas das 
publicações, embora não seja a única.
Da maneira que a conhecemos até hoje, a xilogravura é constituída por uma matriz de 
madeira onde o artista entalha fatos e cenas que se relacionam com a história narrada 
no cordel. Após esse processo, há uma espécie de “carimbo” para fazer a impressão no 
papel.
Por seu baixo custo, e pela ausência de tipografias, as xilogravuras foram muito 
populares nas capas de cordéis por um longo tempo. Atualmente, tornaram-se 
expressão artística divulgada em várias plataformas, conservando a manutenção do 
trabalho manual de entalhe, como foi a princípio.
No início, os folhetos eram vendidos em feiras, pendurados ao meio em uma corda. O 
nome cordel derivou-se dessa forma de expor os folhetos para a venda.
Figura 4 – Livretos de cordel expostos em uma corda
Fonte: http://minutocultural.com.br/literatura-de-cordel/
10
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
Figura 5 – Detalhe do processo de entalhe de uma xilogravura
Figura 6 – Processo de “carimbar” o papel com o desenho talhado na madeira
Fonte: http://obviousmag.org/archives/2014/03/xilogravura_passo_a_passo.html
Fonte: http://obviousmag.org/archives/2014/03/xilogravura_passo_a_passo.html
Hoje essa arte pode ser vista em quadros emoldurados para uso em decoração, por 
exemplo. Também podemos encomendar uma xilogravura com a cena que se queira: 
um casamento, uma festa, um quadro familiar. 
No Brasil, temos xilogravuristas famosos, com trabalhos publicados em várias plata-
formas ou expostos como objeto artístico independente do cordel. O pernambucano 
José Francisco Borges é um dos mais conhecidos, inclusive em nível mundial. Pesquise 
sobre esse artista na internet e nas redes sociais. 
11
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
A princípio, os xilogravuristas entalhavam em madeiras mais macias, feito o pinho, o 
cedro ou a umburana, utilizando instrumentos simples para o corte na madeira, como 
goiva, canivete, faca etc. Só bem mais tarde começaram a surgir outros materiais para 
a confecção de xilogravuras, a exemplo da borracha.
1.3 As temáticas
Em relação à temática dos folhetos de cordel, especialmente em seu início, os corde-
listas contavam histórias originadas dos colonos, como as aventuras de Carlos Magno 
e lendas portuguesas. Com o passar do tempo, o cordel se revestiu da temática mais 
nordestina. Seus autores retratavam o que viviam, ouviam e imaginam. Dessa forma, 
há tentativas, mas não um grupo temático definido para o cordel.
Conheça o Museu Casa da 
Xilogravura para saber mais 
sobre essa técnica de impressão, 
clicando no link: 
Carlos Magno, da 
Dinastia Carolíngia, 
foi um imperador que 
participou de inúmeras 
batalhas durante a Idade 
Média em defesa da 
Igreja. As histórias de 
suas conquistas eram 
divulgadas, de uma 
maneira artística, nas 
chamadas Novelas de 
Cavalaria. O conjunto 
das novelas que 
tratavam de Carlos 
Magno ficou conhecido 
como Ciclo Carolíngio.
http://www.casadaxilogravura.com.br/
Em nossos dias, com os modernos 
processos de impressão, nem todas 
as publicações de cordel utilizam a 
xilogravura em suas ilustrações. É 
comum encontrarmos cordéis com capa 
desenhada por outras técnicas.
José de Ribamar Lopes (1982), na Coletânea de 
Cordel – Antologia, oferece-nos um índice de 
temas tradicionais comuns no cordel. Vejamos 
alguns.
Folhetos do ABC: ABC de Aracaju, ABC de Maria 
bonita, ambos de Rodolfo Coelho Cavalcante.
Folhetos de críticas aos costumes: A devassidão 
de hoje em dia, de Rodolfo Coelho Cavalcante, e 
O mundo pegando fogo por causa da corrupção, 
de José Costa Leite.
Folhetos de religiosidade popular: Os milagres 
de Frei Damião, de José Francisco Soares, e Os 
milagres do Padre Cícero, de Expedito Sebastião 
da Silva.
Folhetos de época, de acontecido ou reporta-
gem: A canonização de Padre Cícero pela Igreja 
brasileira, de Abraão Batista, e As cheia de Recife 
e os lamentos do povo, de José Francisco Soares.
http://www.casadaxilogravura.com.br/
12
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
Antônio Henrique Weitzel (2013) sugeriu a distribuição dos assuntos do cordel em três 
grupos temáticos:
1. Temas tradicionais
a) Romances e novelas;
b) Contos maravilhosos;
c) Estória de animais;
d) Anti-heróis;
e) Tradição religiosa.
2. Fatos circunstanciais ou acontecidos
a) De natureza física: enchentes, cheias, secas, terremotos etc.;
b) De repercussão social: festa, esportes, novelas, descobertas etc.;
c) Cidade e vida urbana;
d) Crítica e sátira;
e) Elemento humano: figuras mais antigas e atualizadas (Presidentes, Papas, canga-
ceiros etc.).
3. Pelejas (fazem parte da cantoria e se constituim em um desafio entre dois poetas, 
muitas vezes improvisada e algumas, posteriormente, escritas em folhetos).
É necessário que se perceba que o cordel, no papel 
de arte que lê o mundo, “atualizou” as temáticas e 
hoje, além dos tradicionais temas, contemplam 
também temáticas contemporâneas como a 
política, o universo tecnológico, cultura regional.
Em suas leituras você 
ainda pode encontrar 
outras propostas de 
divisão temática para o 
cordel, mas elas sempre 
serão parecidas. 
Um exemplo de cordel de temática cultura regional é Ana 
Jansen, rainha do Maranhão (Do amor ao ódio), de Paulo de 
Tarso. Essa publicação, de 2015, narra uma história própria 
do Maranhão, em especial da cidade de São Luís, revestida 
de aspectos fantásticos.
Figura 7 – Capa do cordel Ana Jansen, rainha do Maranhão (Do amor ao ódio), de Paulo de Tarso
Fonte: acervo pessoal
13
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
Leia um trecho desse cordel.
Quero trazer meus leitores
Nesta minha narração
A história de Ana Jansen
“Rainha” do Maranhão
Episódios bem narrados
Feitos com muita atenção.
Amor e ódio se encontram 
Em muitos fatos da vida
Ana Jansen foi leitores
Pelo povo querida,
Mas também foi odiada
Sua gente dividida.
Sendo assim neste episódio
Não vou aqui tomar parte
Narrarei a grande história
Trazendo aqui minha arte
Conquistando no cordel
O meu pequeno estandarte.
(Paulo de Tarso, o poeta de Tauá)
No que diz respeito à divulgação, o cordel, mesmo 
mantendo os folhetos como parte da resistência 
da cultura popular, também está em vários me-
canismos de midiatização como as plataformas 
virtuais Instagram, Twitter e Facebook. 
Há muitos nomes importantes para a história 
do cordel no papel de autores ou divulgadores. 
José Camelo de Resende, que escreveu o cordel 
Romance do Pavão Misterioso, e José Pacheco 
da Rocha, que escreveu A chegada de Lampião 
no inferno, são dois desses nomes.
Figura 8 – Capa do cordel A chegada de Lampião no 
Inferno, de José Pacheco.
Fonte: http://www.ablc.com.br/a-chegada-de-lampiao-no-inferno/
O Romance do pavão misterioso narra a aventura de 
Evangelista, um rapaz que se apaixona por uma donzela, 
chamada Creuza, que vive aprisionada pelo pai.
Figura 9 – Capa do cordel Romance do Pavão Misterioso. Xilogravura de Stênio Diniz
Fonte: http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/bitstream/20.500.11997/7183/2/LC0563%20
-%20Romance%20do%20pav%C3%A3o%20misterioso%20%282%29.pdf
O título do cordel já antecipa que haverá 
uma boa discussão entre Lampião e 
Satanás. A história é cheia de gracejos e é 
uma leitura prazerosa.
14
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
Para ler A chegada de Lampião no inferno, acesse o link do Domínio Público: 
http://www.ablc.com.br/a-chegada-de-lampiao-no-inferno/
Para ler Romance do Pavão Misterioso, acesse o link da Academia Brasileira do 
Cordel:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=5388
LEITURA
Agora que você já conhece um pouco da história do cordel, e antes de passarmos para o 
próximoassunto, nada mais interessante para iniciarmos nossa aventura que ler esses 
dois clássicos. Com a leitura, você se familiarizará com a linguagem do cordel e será 
mais fácil a compreensão dos próximos tópicos.
1.4 As academias de cordel
As produções artísticas costumam ser encontradas em um espaço único, a exemplo de 
museus, galerias ou academias de cordel.
As academias são extremamente importantes, entre tantos pontos, por dois motivos: 
guardar a memória do cordel e por se constituir em um importante centro difusor 
dessa modalidade de literatura popular.
Entre as academias, podemos citar duas para que você conheça.
 Academia Brasileira de Literatura de cordel – ABLC
https://www.academiadecordel.com.br/
http://www.ablc.com.br/
 Academia de Cordel do Vale da Paraíba – ACVPB 
Essas academias, além da importância já dita, produzem eventos na área, publicam 
notícias e vídeos e são fontes de aprofundamento para seus conhecimentos. 
15
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
RESUMO 
Nesta Unidade conhecemos a origem do cordel e da arte da xilogravura, além das 
temáticas mais tradicionais e modernas desse gênero. Sugerimos, ainda, que você 
visite as academias de cordel, entidades importantes para manter viva a memória e a 
história dessa riqueza cultural de nosso país.
Esperamos que seu interesse pelo cordel tenha sido despertado, assim como a íntima 
relação entre esse gênero e a xilogravura. Ao conhecer os meios de divulgação do 
cordel, você também vai descobrir novas histórias. Continue na caminhada! 
16
A LITERATURA DE CORDEL: PRIMEIROS PASSOS
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Helena Nagamine. Gêneros do discurso na escola: mito, conto cordel, discur-
so político e divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2001.
CASA da xilogravura. Disponível em: http://www.casadaxilogravura.com.br. Acesso 
em: 22 jun. 2021.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 5. ed. Curi-
tiba: Positivo, 2010.
HAURÉLIO, Marco. Breve história da literatura de cordel. 2. ed. São Paulo: Claridade, 
2016.
LOPES, Ribamar. Literatura de cordel - antologia. 3. ed. Fortaleza: Banco do Nordeste do 
Brasil S.A, 1994.
WEITZEL, Antonio Henrique. 3. ed. Folclore literário e linguístico: pesquisas de literatu-
ra oral e de linguagem popular. Juiz de Fora, MG: Editora UFJF, 2013.
http://www.casadaxilogravura.com.br

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