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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO UNIDADE 02 - PERSPECTIVA LEAN, PLANO DE NEGÓCIOS, METODOLOGIAS DE GESTÃO E INOVAÇÃO ALEXANDRE ALVES CAP 01 - A Perspectiva Lean no Empreendedoris- mo.......................................................................... Introdução Geral................................................................. Benefícios dos Métodos Ágeis......................................... O Método Kanban............................................................... Abordagem Lean Startup.................................................. Para Saber Mais................................................................... Referências Bibliográficas Cap. 01.................................. CAP 03 - Metodologias de Gestão e Pontos de Apoio...................................................................... Considerações Iniciais........................................................ Introdução ao Business Model Canvas........................... Introdução ao Analytics..................................................... Pontos de Apoio.................................................................. Para Saber Mais................................................................... Referências Bibliográficas Cap. 03.................................. CAP 04 - Inovação e seus Impactos no Ambiente de Negócios Contemporâneo................................. Primeiras Cosiderações...................................................... Inovação Incremental x Radical........................................ Tipos e Estratégias de Inovação....................................... Inovação no Ambiente de Negócios................................ Conclusão.............................................................................. Para Saber Mais................................................................... Referências Bibliográficas Cap. 04.................................. CAP 02 - Plano de Negócios: Planejamento e Financiamento........................................................ Conceituação Inicial........................................................... Composição de um Plano de Negócios.......................... Financiamento no Empreendedorismo.......................... Técnicas e Índices Financeiros.......................................... Conclusão............................................................................. Para Saber Mais................................................................... Referências Bibliográficas Cap. 02.................................. 04 06 07 08 11 12 25 26 29 29 32 33 35 36 38 40 41 42 43 14 15 19 21 21 22 23 03 13 24 34 SUMÁRIO CAPÍTULO 01 PERSPECTIVA LEAN NO EMPREENDEDORISMO CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 01 – A PERSPECTIVA LEAN NO EMPREENDEDORISMO 4 Alexandre Alves INTRODUÇÃO GERAL Durante muito tempo vigorou na indústria um modelo de produção industrial conhecido como fordismo. Esse modelo, idealizado por Henry Ford, proprietário da automobilística Ford Company, era baseado em alguns pilares como a diminuição do tempo de produção, a divisão rígida de tarefas, o barateamento de produtos e a produção em massa. Henry Ford, adaptou as ideias de Frederick Taylor para sua indústria e criou uma série de mecanismos que adaptavam seus funcionários às máquinas, aumentando assim, a produtividade. Para Taylor a produção de todos os componentes deveria ser artesanal, Ford avança nesse ponto, introduzindo a automatização dos processos industriais. Além disso, a produção foi padronizada, ou seja, seguiam um mesmo padrão. Nesse sentido, as peças eram cortadas e moldadas por máquinas, o que reduzia a chance de erro humano. Outro ponto inovador para a época, foi a linha de montagem. Tratava-se de uma esteira rolante que levava as peças a serem trabalhadas até os operários. Os trabalhadores, por sua vez, ficavam imóveis esperando os itens, atuando conforme a velocidade da esteira. Padronizando os modelos e controlando a linha de montagem e consequentemente o tempo do operário, Henry Ford conseguiu reduzir drasticamente o tempo de produção de um veículo. Por fim, é de se esperar que produzindo dessa forma, o preço final do produto caia de maneira considerável. Por isso, outra característica do fordismo é o preço mais acessível dos produtos. Apesar de ter sido inicialmente introduzida na indústria automobilística, as ideias de Ford foram aplicadas em diversas outras fábricas, em diversos outros setores. A linha de produção e a padronização de produtos e componentes passou a ser aplicada em diversas indústrias, aumentando a produção e reduzindo os custos e o preço final dos bens. Para entender um pouco melhor o fordismo, vale a pena ver o filme “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin. No filme do cinema mudo, o protagonista trabalha em uma indústria e acaba causando certa confusão, pois não consegue trabalhar na velocidade imposta pela linha de produção. Ademais, o filme abarca diversos outros temas, sendo considerado um clássico mundial. O modelo Fordista foi um sucesso por cerca de duas décadas, entre 1909 e 1929 aproximadamente. Como a produção era razoavelmente barata e a Europa, destruída após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), necessitava das indústrias norte-americanas, as fábricas produziam em grande quantidade e formavam grandes estoques, que eram rapidamente vendidos e repostos logo em seguida. Contudo, a padronização excessiva e a recuperação europeia ao longo da década de 20, levou a uma redução da demanda. Contudo, apesar dessa redução, a oferta foi mantida constante, o que levou a uma crise de superprodução. Foi nesse cenário de crise que o fordismo foi superado, dando lugar ao um novo modelo de produção industrial, o Toyotismo. Esse novo modelo foi desenvolvido por Taiichi Ohno e Eiji Toyoda e implementado nas fábricas japonesas da Automobilística Toyota. A proposta toyotista superou a fordista ao eliminar os estoques, tanto de matéria-prima como de produtos finalizados. Esse sistema passou a ser chamado de Modelo de Acumulação Flexível. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 01 – A PERSPECTIVA LEAN NO EMPREENDEDORISMO 5 Alexandre Alves IMAGEM 01 – Cena do filme Tempos Modernos. Chaplin (o segundo da esquerda para a direita) é operário em uma fábrica que segue princípios fordistas. Fonte: Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/tempos-modernos-filme-chaplin/ Acesso em 26 de fevereiro de 2022. Foi na perspectiva toyotista que surgiu o Lean Manufacturing, ou produção enxuta. Esse tipo de produção conta com dois princípios fundamentais: a produção just in time e a Jidoka. O just in time diz respeito a produzir o necessário em termos de prazo e de volume. Com isso, os estoques podem ser eliminados, já que se define um fluxo ideal para o processo produtivo. Além disso, esse princípio também está associado com a redução máxima de desperdícios. Para isso, é preciso aplicar tecnologia de forma ampla e contratar mão-de-obra altamente qualificada e multitarefa, completamente diferente do modelo fordista. O Jidoka, por sua vez, está atrelado a ideia de qualidade. Isso porque, o operador passa a ter autonomia para interromper o processo produtivo quando identifica uma falha, ou processo anormal de produção, muitas vezes sinalizadas pelas máquinas. Jidoka está relacionado diretamente ao controle de qualidade. Esse conceito, além de muito importante, mudou a forma como as pessoas trabalham nas empresas. Segundo Maximiano (2015) o Just in time possui três principais práticas: 01 Heijunka, nivela a produção pela média da produção esperada, contudo, mantém a fábrica com capacidade para aumentar ou reduzir a quantidade produzida em caso de demandas inesperadas. 02 Eliminação do desperdício, buscando eliminar as atividades que não agregam valor sob a perspectiva do usuário/clienteou operações desnecessárias. 03 Task Time, entendido como redução do tempo entre o recebimento do pedido e a entrega do produto ou serviço. Já a Jidoka possui três práticas específicas: 01 Andon, estabelece a detecção de erros de forma visual e imediata, sendo necessário perceber a falha de maneira veloz. 02 Genchi Gengutso, A identificação da causa do problema que gerou a interrupção do processo deve ser feita sempre in loco, ou seja, no local. 03 Pokayoke, criação de métodos pilotados para evitar a reincidência de defeitos. A presenta aula é apenas introdutória, por isso não há espaço para aprofundar nos conceitos apresentados acima. https://www.todamateria.com.br/tempos-modernos-filme-chaplin/ CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 01 – A PERSPECTIVA LEAN NO EMPREENDEDORISMO 6 Alexandre Alves BENEFÍCIOS DOS MÉTODOS ÁGEIS Entendida a perspectiva histórica acerca do processo de administração lean, vale ressaltar que hoje essa metodologia amparada na ideia de redução do desperdício e do tempo de desenvolvimento de produtos e serviços é fundamental para sobrevivências dos mais diversos empreendimentos. Com base nessa necessidade, cada vez mais presente, de velocidade na produção, entrega e redução dos custos, incluindo a perda desnecessária de matéria-prima, que surgiram os chamados métodos ágeis. O nome original vem do inglês Agile Software Development, e é entendido como um conjunto de metodologias que tem sua origem no desenvolvimento de software e no segmento de tecnologia da informação. No entanto, hoje pode ser aplicado a projetos de qualquer área. O principal objetivo dessas ferramentas é acelerar o ritmo de entregas de um projeto, mas sem perder a qualidade do produto final, aquele que é entregue aos clientes. Para que tudo isso seja possível, as metodologias ágeis têm alguns pilares fundamentais. Interação eficiente, entendida como a relação entre a equipe e entre a empresa e o cliente. Isso porque, uma comunicação com ruído pode gerar falhas diversas que atrasam a entrega do produto. Boa comunicação com o cliente, isso porque, a empresa passa a estar mais alinhada a demanda do contratante e consegue satisfazê-la de forma mais eficiente. Adaptação a mudanças, uma vez que a comunicação e a interação entre todos é a mais eficiente possível, as mudanças no projeto antes da entrega final passam a ser menores e mais pontuais, sendo realizadas de forma mais rápida. Inicialmente aplicado no desenvolvimento de softwares, um grupo de programadores lançou o manifesto ágil, onde são apresentados quatro valores que servem de guia para a metodologia: “Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas”; “Software em funcionamento mais que documentação abrangente”; “Colaboração com clientes mais que negociação de contratos”; “Responder a mudanças mais que seguir um plano”. Apesar de ter sido desenvolvida no contexto da programação, essa metodologia pode ser aplicada em diversas outras áreas com a mesma eficácia. Esse tipo de método apresenta uma série de benefícios para os empreendedores. Maior visibilidade do projeto pelo cliente. Como o ciclo de trabalho é menor e as entregas frequentes, o cliente tem mais facilidade em perceber o resultado. Feedback constante. Como são várias etapas de entrega, é possível que o cliente manifeste o seu posicionamento em várias fases, isso evita que o projeto seja desenvolvido e quando apresentado em versão final, não agrade o cliente e sejam necessárias diversas mudanças. Resultado final adaptado a demanda. Graças aos feedbacks constantes, o produto final está em acordo com tudo que foi solicitado pelo cliente. Adaptabilidade. Como foi possível perceber pelos valores do manifesto ágil, essa metodologia apresenta alta capacidade de adaptação as mudanças e incertezas que podem cercar um projeto. Collabnet e Versionone (2019) destacam como benefícios dos métodos ágeis: a facilidade em priorizar tarefas, visibilidade para projetos e pessoas envolvidas, aproximação da área de execução com a área de negócios, aumento da moral da equipe, diminuição do tempo de resposta, aumento da produtividade e satisfação dos clientes. Existem diversas metodologias ágeis que podem ser aplicadas pelos mais diversos empreendedores. As mais conhecidas são o Scrum, o Feature Driven Development (FDD), o Extreme Programming (XP) e o Kaban. Dado as limitações de uma disciplina introdutória, trataremos brevemente do Kaban, ferramenta largamente utilizada e simples de ser aplicada. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 01 – A PERSPECTIVA LEAN NO EMPREENDEDORISMO 7 Alexandre Alves O MÉTODO KANBAN Dentro da metodologia lean, o Kanban é um dos métodos ágeis mais utilizados e mais conhecidos no meio empreendedor. Isso ocorre, em parte, por ser um sistema fácil de ser entendido e aplicado nas diversas empresas, mesmo naquelas com poucos recursos. Criado dentro do contexto toyotista, o Kanban se baseia no controle do fluxo do produto ou serviço de uma empresa por meio de uma gestão visual. Nos modelos mais simples, as atividades são classificadas em “Tarefas a fazer”, “Tarefas sendo Realizadas” e “Tarefas concluídas”. Nesse sentido, é elaborado um quadro, onde cada coluna é nomeada com uma das definições anteriores. As demandas da empresa são colocadas nesse quadro, conforme seu status, e movidas na tabela, conforme vão sendo iniciadas ou finalizadas. “Kanban é o termo japonês que significa cartão. Este cartão age como disparador da produção de centros produtivos em estágios anteriores do processo produtivo, coordenando a produção de todos os itens de acordo com a demanda de produtos finais. O sistema de cartões kanban mais difundido atualmente é o sistema de dois cartões, utilizado inicialmente na fábrica da Toyota no Japão” (CORRÊA; GIANESI, 1993 p.91). Dessa forma, o Kanban possui três elementos principais: 01 Sistema visual, entendido como o quadro onde são definidos as colunas e os cartões com as demandas. Apesar de os quadros brancos serem famosos, atualmente existem softwares poderosos que permitem organizar a gestão visual do fluxo de atividades de uma empresa, o Trello (https://trello.com/pt-BR) é um dos mais famosos. 02 Cartões, ou seja, as tarefas ou demandas da empresa que precisam ser executadas. Os cartões, nesse sentido, são os itens que serão movidos ao longo do sistema visual, permitindo que todos tenha a visão atual do andamento da tarefa. 03 Limitação do trabalho, que permite atribuir os limites de quantos itens podem estar em andamento em cada segmento ou estado do fluxo de trabalho. O Kanban não se limita a apenas um estilo, na verdade, existem diversas possibilidades de implementação e atuação para essa metodologia. O mais conhecido e já comentado nessa aula é o Kanban de produção. Nesse modelo existem apenas três colunas: para fazer (to do), fazendo (doing) e feito (done). Nesse formato, os cartões devem conter pelo menos três informações: o que deve ser feito, o prazo para entrega do produto dessa tarefa e quem é o responsável por fazer. Uma possibilidade muito implementada é o uso de cores. As cores facilitam e permitem identificar de forma rápida alguma informação desejada. Por exemplo, todos os cartões de tarefas a serem realizadas pelo setor x da empresa serão na cor azul, as demandas do setor y serão na cor verde, e as demandas do setor z serão na cor amarelo. Outra opção é utilizar as cores para identificar a prioridade de realização de uma tarefa. Por exemplo, os cartões vermelhos indicam tarefas a serem realizadas primeiro, pois são mais urgentes. Conforme uma atividade é realizada, o cartão passa para a coluna seguinte. Assim, abre-se espaço para que uma nova demanda entre no quadro. Isso quando a empresa determina uma quantidade máxima de cartões no quadro. Kanban de movimentação, criado e utilizado na automobilística japonesaToyota, essa ferramenta controla o fluxo de produção no modelo just in time. A empresa determina um lote com uma quantidade determinada de itens, por exemplo, 200 unidades do veículo X. Contudo, a produção só avança a cada 20 unidades em fases pré-estabelecidas., no caso da montadora, Montagem, Pintura e Acabamento. Dessa forma, o ritmo de produção segue o padrão de consumo de veículos na sociedade. A definição do nome de cada coluna pode variar conforme o setor de https://trello.com/pt-BR CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 01 – A PERSPECTIVA LEAN NO EMPREENDEDORISMO 8 Alexandre Alves atuação do empreendedor. Uma empresa de quadros por exemplo, pode nomear as fases como: Impressão, Emolduramento e Acabamento final. IMAGEM 02 – Exemplo de quadro utilizando a metodologia Kanban. Fonte: Totvs. Disponível em: https://www.totvs.com/blog/negocios/kanban/ Acesso em 26 de fevereiro de 2022. Como já mencionado existem diversas vantagens na aplicação de métodos ágeis em uma empresa, com a metodologia Kanban não é diferente. A aplicação dessa ferramenta em uma empresa traz benefícios como: Otimização da produtividade, uma vez que a produção do bem ou serviço está em um fluxo mais direcionado, com os caminhos o mais encurtado possível. Prioriza tarefas importantes, já que é possível criar uma hierarquia de atividades mais ou menos importantes ou com maior ou menor prazo de execução. Isso pode ser feito com a posição do cartão no quadro ou pelo uso de cores. Redução de custos, isto porque, essa metodologia implica da redução de desperdícios e processos mais eficientes. Melhora o fluxo de demandas, visto que organiza as tarefas de forma visual. Favorece a comunicação da equipe, já que essa ferramenta preza pela visibilidade e troca de informações, acessíveis a todos, e pela colaboração entre os diferentes trabalhadores. ABORDAGEM LEAN STARTUP O termo Lean Startup apareceu pela primeira vez no livro de mesmo nome do pesquisador da Harvard Business School, Eric Ries. Startup, como vimos na aula 02, são empresas cujo modelo de negócios é repetível e escalável. Já o termo lean, pode ser traduzido como enxuto. Portanto, https://www.totvs.com/blog/negocios/kanban/ CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 01 – A PERSPECTIVA LEAN NO EMPREENDEDORISMO 9 Alexandre Alves traduzindo para o português, seria algo como startup enxuta. Na prática, é um conjunto de conceitos e metodologias que orientam empreendedores no ramo da inovação tecnológica. Para Ries, tanto o problema, entendido como a necessidade do cliente, como a solução, entendido como o produto ou serviço a ser ofertado, são desconhecidos. A descoberta, portanto, ocorreria de forma interativa. O objetivo do Lean Startup é testar, validar ou refutar hipóteses levantadas sobre a possibilidade de oferta de um produto ou uma hipótese sobre o mercado que se atua ou deseja atuar. Nesse sentido, a velocidade o custo de interação são fatores fundamentais a serem considerados pelo empreendedor. Quanto mais rápido e mais barato a renovação, maior a chance de sucesso. Ries estruturou o Lean Startup em um tripé: Customer Development, Desenvolvimento Ágil e Plataforma Tecnológica. Customer Development diz respeito ao desenvolvimento de clientes. trata-se de um processo detalhado para testar e validar hipóteses para que a startup encontre um alinhamento entre produto e mercado. Desenvolvimento Ágil está relacionado com o uso de metodologias ágeis, como estudado nos tópicos anteriores. Isso ocorre, porque tais métodos são capazes de melhorar o recebimento de feedback e interação entre a equipe e entre a empresa e o cliente. Por fim, Plataforma Tecnológica tem relação com a solução proposta em base tecnológica. Com essas ferramentas é possível conseguir agilidade e baixo custo, tanto na construção quanto na manutenção de produtos e serviços. Outro conceito fundamental apresentado por Ries é o ciclo Construir-Medir-Aprender. Essas seriam, segundo o autor, as três etapas operacionais de uma startup. Na construção um produto ou serviço é criado. Na mediação, o produto ou serviço é testado junto a clientes e os feedbacks são colhidos e é feito uma mensuração em relação a reação dos consumidores. Por fim, aprender está relacionado com aplicação do aprendizado obtido na etapa anterior para melhorar o próximo ciclo. IMAGEM 03 – O ciclo construir-medir-aprender de Eric Ries. Fonte: Elaborado pelo autor. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 01 – A PERSPECTIVA LEAN NO EMPREENDEDORISMO 10 Alexandre Alves A partir desse ciclo, Ries apresentou alguns princípios que orientam os empreendedores na tomada de decisão. O primeiro desses princípios é o minimum viable product ou MVP que em tradução para o português seria produto mínimo viável. O MVP nada mais que é um protótipo que permite aos empreendedores testar a viabilidade da hipótese levantada de forma mais rápida e com menor custo possível. Muitos empresários tendem a lançar o produto apenas na versão acabada, contudo, isso pode demandar muito tempo e recursos financeiros e não trazer nenhum resultado. Com o Produto Mínimo Viável, é possível validar a hipótese e decidir em prosseguir com a ideia ou declinar. Muitas instituições ficam presas nas consideradas “métricas de vaidade”, e não se atentam se seus indicadores estão compatíveis com a proposta desejada. Por exemplo: números de downloads em um e-book são métricas de vaidade, se os clientes não compram esse produto. Portanto, métricas de vaidade são todos os números e estatísticas referentes a um produto ou empreendimento que não geram resultado de fato. A partir dos feedbacks recebidos, é necessário decidir por prosseguir com o projeto ou desistir da proposta. Uma vez validada a ideia inicial com o MVP, o empreendedor deve buscar sempre uma melhoria constante de seus produtos e/ou serviços. Além disso, o recebimento de feedback e interação com clientes devem ser constantes e não apenas durante a fase de testagem. Esse princípio foi definido por Ries como Continuous Deployment. O Desenvolvimento constante, portanto, trata do recebimento de feedback durante todo o tempo de vida de um produto e a busca contínua pela melhora. Quando o ciclo construir-medir-aprender e o teste de hipótese realizado com o MVP indicar que o produto ou serviço não vale a pena e não trará os resultados desejados, Ries entende que é hora de pivotar. Dessa forma, Pivotar seria nada mais que desistir da ideia inicial e direcionar esforços para um novo projeto. A relevância da metodologia Lean Startup está justamente na possibilidade de criar empresas resilientes e capazes de enxergar, ainda cedo, o fracasso de uma ideia. Dessa forma, os riscos são reduzidos, os custos menores e os prejuízos minimizados. Vale destacar que nem sempre a primeira ideia ou reconhecimento de uma oportunidade pelo empreendedor é aquela que trará sucesso. Muitos empreendedores testam várias ideias até encontrar aquela que dará os resultados desejados. PARA SABER MAIS VÍDEO-TUTORIAL: INTRODUÇÃO AO TRELLO (ATLASSIAN) - CANAL THAIS GODINHO Trello é um aplicativo web de gerenciamento de projetos. A aplicação per- mite controlar o trabalho do time, gerir um fluxo de atividades ou mesmo coorde- nar as tarefas a serem realizas pelo seu time. Outra possibilidade de uso é utilizando o software no modelo kanban, conforme vimos em aula. Isso porque, o Trello é um sistema visual onde os cartões podem ser configurados, permitindo a gestão do trabalho. Atualmente diversas empresas vêm utilizando o Trello como ferramenta de gestão. No que tange ao empreendedorismo, nosso foco de interesse, vale ressaltar que esse aplicativo pode ser aproveitado nos mais diversos modelos de negócios, auxiliando os gestorese o time na tomada de decisão e controle geral da empre- sa. Vale a pena conhecer. Link para acessar o vídeo (copiar e colar): https://www.youtube.com/watch?v=cJTXyMfhWGg&t=27s CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 01 – A PERSPECTIVA LEAN NO EMPREENDEDORISMO 12 Alexandre Alves REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Eder Gonçalves de. ALEIXO, Tayra Carolina Nascimento. Empreendedorismo e Inovação. Londrina: Educacional SA, 2020. CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. Empreendedorismo e viabilização de novas empresas. Um guia eficiente para iniciar e tocar seu próprio negócio. 2 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2007. COLLABNET VERSIONONE. 13th Annual State of Agile Report. [S.l.], 2019. CORRÊA, H. L., GIANESI, I. G. N. Just in time, MRP II e OPT: um enfoque estratégico. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996. 186p. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. GUITARRARA, Paloma. "Toyotismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/toyotismo-acumulacao-flexivel.htm Acesso em 26 de fevereiro de 2022. Kanban: Conceito, como funciona, vantagens e implementação. Totvs Blog, 2021. Disponível em: https://www.totvs.com/blog/negocios/kanban/ Acesso em 26 de fevereiro de 2022. LONGENECKER, J. G. et al. Administração de pequenas empresas: lançando e desenvolvendo iniciativas empreendedoras. 18. ed. São Paulo: Cengage, 2018. MACHADO, Walmor. Aprenda o que é uma Lean Startup e como ela funciona. Voitto, 2020. Disponível em: https://www.voitto.com.br/blog/artigo/lean-startup Acesso em 27 de fevereiro de 2022. Manifesto para Desenvolvimento Ágil de Softwares. Agile Manifest Organization. Disponível em: https://agilemanifesto.org/iso/ptbr/manifesto.html Acesso em 26 de fevereiro de 2022. MATIAS, Átila. "Fordismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fordismo.htm. Acesso em 26 de fevereiro de 2022. MAXIMIANO, A. C. A. Fundamentos da administração: introdução à teoria geral e aos processos da administração. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015. Métodos Ágeis: Confira os benefícios e como aplicar na empresa. Blog Relevo, 2020. Disponível em: https://blog.revelo.com.br/metodos-ageis-e-como-aplicar/ Acesso em 26 de fevereiro de 2022. RIES, E. A startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas. São Paulo: Lua de Papel, 2012. https://brasilescola.uol.com.br/geografia/toyotismo-acumulacao-flexivel.htm https://www.totvs.com/blog/negocios/kanban/ https://www.voitto.com.br/blog/artigo/lean-startup https://agilemanifesto.org/iso/ptbr/manifesto.html https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fordismo.htm https://blog.revelo.com.br/metodos-ageis-e-como-aplicar/ CAPÍTULO 02 PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 02 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 14 Alexandre Alves CONCEITUAÇÃO INICIAL Como vimos até a presente aula, os empreendedores são pessoas que trabalham com inovação e ousadia em um cenário de incertezas. Como o contexto é incerto, o empreendedor é alguém que assume riscos. Também vimos que esse risco é sempre controlado. Isto porque, os empreendedores, no geral, apenas aceitam correr riscos em cenários que possam exercer certo grau de controle, o que é diferente dos jogos de azar, por exemplo, onde o resultado depende apenas da sorte. “A prática empreendedora remete à autonomia e iniciativa de atuar em cenários incertos. Dessa forma, a empreendedora ou o empreendedor assume riscos, traças metas e tende a lidar melhor com situações em que deve encarar a superação de obstáculos. Mas talvez a habilidade mais importante seja saber traçar um caminho entre o cenário atual e o cenário desejado.” (FERNANDEZ. RIBEIRO, 2012) Contudo, não devemos confundir, quando falamos que um empreendedor é alguém que aceita assumir riscos, essa mesma pessoa é alguém que busca reduzir ao máximo a chance de erro. Empreendedores são pessoas racionais. Por isso, usam (ou deveriam usar) das mais diversas ferramentas existentes para minimizar a chance de falha. Isso ocorre, por exemplo, com o MVP o mínimo produto viável que estudamos na aula passada. O MVP é a tentativa do empreendedor em reduzir os riscos que está correndo, minimizando os custos de lançamento de um produto e permitindo o seu teste direito no mercado. Dentre as diversas ferramentas utilizadas nesse sentido, o Plano de Negócios é sem sombra de dúvidas, a mais famosa delas. Nele, o empreendedor tem a oportunidade de expressar todo o seu conhecimento sobre um produto, serviço, processo de produção e/ou mercado. Além disso, expressar todas as variáveis que podem influenciar o caminho entre o negócio que se possui hoje e o patamar que se deseja chegar. Nele é possível ao empreendedor visualizar muitos aspectos do futuro empreendimento e já avaliar possíveis fragilidades e potencialidades e trabalhar as mesmas antes de iniciar de fato no mercado. Boa parte dos negócios que fecham no Brasil podem ter como causa a ausência de um adequado planejamento. O Sebrae (2013) define Plano de Negócios da seguinte maneira: “(Plano de Negócios) É um documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado.” (SEBRAE, 2013) Planos de Negócio são importantes tanto para pessoas que estão interessadas em abrir seus próprios empreendimentos, como para quem já possui uma empresa. Isso porque, o Plano traz diversas vantagens para os empresários que escolhem produzi-los: Organiza de forma sistemática as ideias que estão apenas na cabeça do empreendedor. Orienta a abertura da empresa ou expansão de um negócio já existente. Serve de guia/apoio para a administração da empresa. Facilita a comunicação entre os empreendedores, sócios, colaboradores e financiadores. Importante instrumento para captação de recursos, seja com investidores ou com bancos. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 02 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 15 Alexandre Alves Planos de Negócios geralmente são produzidos para um intervalo de cinco anos. Isso porque, esse período geralmente é o mais indicado para um planejamento mais consistente. Planos para períodos muito curtos ou períodos muito longos, podem não ter a mesma eficácia. Além disso, é interessante ressaltar que essa ferramenta pode ser utilizada tanto por pequenos empreendedores como para grandes empresas. Em ambos os casos, esse documento traz diversos benefícios. Até pouco tempo atrás, era comum que os empreendedores fizessem seus Planos de Negócio no papel, contudo, hoje, existem diversos softwares de computador que auxiliam na elaboração desse documento. Nesse sentido, o Sebrae disponibiliza o aplicativo PNBOX, um software gratuito e online que permite aos empreendedores elaborarem seus próprios Planos de Negócios. Essa ferramenta é razoavelmente simples, contudo, a lógica de funcionamento do software não é a maior preocupação do empreendedor, e sim, estudar o mercado e elaborar um documento realmente eficaz. Além do PNBOX, existe o Business Plan Pro, Biz Plan Builder, Make Money e o Plano de Negócios, portal do Professor José Dornelas. Para empreendedores iniciantes, é bom usar uma ferramenta gratuita para ir dando os primeiros passos no mundo da elaboração de Planos de Negócios. Nesse sentido, o PNBOX no Sebrae é uma excelente ferramenta para os empreendedoresde primeira viagem. O software pode ser acessado pelo link a seguir: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/servicosdigitais/PNBOX/pnbox-seu-novo-plano- de-negocios-e-aqui,c00b4b9d88b8a710VgnVCM100000d701210aRCRD#pergunta-7 Com o passar do tempo, conforme o empreendedor ganha em experiência, pode partir para ferramentas mais elaboradas e complexas. Lembrando que o Plano dura em torno de cinco anos, dessa forma, é um documento elaborado com frequência. Outra alternativa gratuita para empreendedores iniciantes é o Portal Plano de Negócios do respeitado Professor José Dornelas. Nesse site é possível baixar modelos para preencher, ver exemplos prontos e se inspirar, além de ter acesso a leituras importantes sobre o assunto e que serão de grande valia na elaboração do Plano de Negócios. Nesse mesmo portal, o aluno tem acesso a cursos gratuitos e material como apostilas e artigos do professor. https://www.josedornelas.com.br/plano-de-negocios Depois que estiver mais experiente, o empreendedor pode optar por ferramentas mais complexas e poderosas, a maior parte delas possuem um preço ou mesmo contratar empresas especializadas que prestam esse tipo de serviço. Esses casos são mais indicados para grandes empresas ou empreendimentos que já estão há bastante tempo no mercado. COMPOSIÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS Não existe uma regra fechada sobre o que deve conter um Plano de Negócios, esse aspecto varia muito de instituição para instituição e de autor para autor. No geral, alguns elementos sempre estão presentes. Nesse sentido, vamos apresentar uma proposta que serve de guia para o aluno. Lembrando que a presente disciplina é introdutória. O Sebrae oferece cursos e material disponível que permitem ao estudante se aprofundar no assunto. https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/servicosdigitais/PNBOX/pnbox-seu-novo-plano-de-negocios-e-aqui,c00b4b9d88b8a710VgnVCM100000d701210aRCRD#pergunta-7 https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/servicosdigitais/PNBOX/pnbox-seu-novo-plano-de-negocios-e-aqui,c00b4b9d88b8a710VgnVCM100000d701210aRCRD#pergunta-7 https://www.josedornelas.com.br/plano-de-negocios CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 02 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 16 Alexandre Alves Tabela 1 – Elementos que compõe um Plano de Negócios. Adaptado de Almeida e Aleixo (2020) Elemento Descrição Capa Primeira folha do documento, costuma conter as informações principais, como título, nome do empreendimento, autores envolvidos, ano de elaboração, etc. Sumário Executivo Escrito após a conclusão do Plano de Negócios como um todo, esse elemento deve suscitar o interesse de quem lê o documento. Em termos gerais, contém os principais highlights do Plano. Descrição do Empreendimento Descrição detalhada da empresa (existente ou a ser construída) e do tipo de negócio que se pretende desenvolver. Costuma apresentar o problema que a empresa irá atuar para resolver e o “valor superior” que o empreendimento vai entregar para os clientes. Localização e Abrangência da Empresa Identificar a área de atuação do empreendimento (geograficamente falando) e a abrangência pretendida (local, regional, nacional) Análise Estratégia e Propósitos Organizacionais Esse elemento traz a visão, missão e valores do empreendimento. Deve estar coerente com o Plano de Negócios como um todo. Análise de Mercado Nesse espaço, o empreendedor deve demonstrar todo o conhecimento que possui do mercado em que se deseja atuar. Nessa parte, os concorrentes diretos e indiretos são enumerados. Além disso, é importante trazer as vantagens competitivas em relação aos demais players desse mercado. Plano Operacional de Produção Lista contendo todas as etapas envolvidas na operacionalização da produção da empresa. Inclui a tecnologia envolvida e se existe potencial de escalabilidade. Plano de Recursos Humanos Descreve a cultura organizacional da empresa, orientando a seleção, retenção e desenvolvimento do capital humano envolvido. Plano de Marketing Descreve como a empresa pretende expor seu produto/serviço no mercado e como pretende promovê-lo. Envolve questões relativas à praça, preço, promoção e produto. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 02 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 17 Alexandre Alves Plano Financeiro Identifica e quantifica os recursos financeiros necessários para operacionalizar a produção. Também deve destacar a viabilidade e rentabilidade do empreendimento. Anexos Documentos importantes e outros relatórios que ajudem o leitor a compreender a proposta apresentada ao longo do Plano. A construção de um Plano de Negócios é algo bastante complexo e precisa de referências e conhecimentos daquele que o elabora. Isso porque, sem um know how adequado, é impossível que uma pessoa elabore um Plano de Negócios eficiente. É preciso que o empreendedor use todo o rol de referências em prol da argumentação a favor do novo negócio. Além dos itens sintetizados na tabela, é muito importante que o empreendedor apresente um teste de hipótese. Esse tipo de teste, que comprova ou não a viabilidade de um empreendimento é algo muito apreciado por investidores e instituições financeiras como bancos. De posse de um teste positivo, a chance de o empreendimento dar certo é muito grande. Além disso, esse documento serve para o próprio empresário no que tange à segurança, servindo de guia para a tomada de decisão e justificando o capital investido, seja financeiro, seja pessoal. A definição dos Propósitos Organizacionais (missão, visão, valores etc.) também é algo muito importante. Perceba que tais informações são essenciais como guias para a atuação da empresa no mercado. Além disso, tendo definido esses dados, os mesmos podem servir como um fator de diferenciação do empreendimento frente aos concorrentes. Por exemplo, uma construtora que prega sustentabilidade, pode apresentar um aspecto que o diferencia das demais empresas similares, mas que não constroem pensando no meio ambiente. Por outro lado, esses propósitos precisam ser seguidos com cuidado, se essa mesma construtora é responsabilizada por jogar resíduos de sua atividade em um rio, a opinião pública tende a detratar a imagem da empresa, uma vez que essa não seguiu com os preceitos que pregava. Além disso, um bom Plano de Negócios deve conter uma análise do macroambiente e do microambiente. Enquanto o primeiro diz respeito a todas as variáveis relacionadas ao segmento que se pretende atuar, tais como variáveis sociais, legais, tecnológicas, políticas, econômicas e ambiente geral. O segundo, por sua vez, está atrelado aos fornecedores de matéria-prima e insumos, consumidores, concorrentes diretos, funcionários etc. Analisando os dois ambientes, é possível avaliar potencialidades e fraquezas do futuro empreendimento e corrigir os pontos negativos antes de lançar o empreendimento no mercado. Ademais, essa mesma avaliação permite trabalhar com os pontos positivos, utilizando-os como vantagem competitiva frente aos demais atores desse mercado. Por fim, um dos anexos que o Plano de Negócio deve conter é a chamada Análise SWOT. Essa ferramenta é muito utilizada na gestão de projeto e na administração como um todo para guiar a tomada de decisão. “Acredita-se que esse método foi criado na década de 1960 pelo consultor de empresas Albert S. Humphrey, ao integrar um projeto do instituto de pesquisa de CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 02 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 18 Alexandre Alves Stanford que foi financiado pelas maiores empresas da época.” (CASAROTTO, 2019) Essa análise leva em consideração os seguintes fatores: Strengths (Forças),Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). Por se tratar de uma avaliação bem complexa e abrangente, esse tipo de análise é bem-vista por investidores e instituições bancárias para financiar os mais diversos projetos. Além disso, uma boa análise SWOT auxilia os empreendedores a tomar o melhor caminho e trabalha na correção das fraquezas identificadas, por exemplo. Ou escolhendo o melhor nicho de atuação. Ainda segundo Casarotto (2019) as principais vantagens da Matriz SWOT são: Posição estratégia, melhora dos produtos e/ou serviços oferecidos, insights para solucionar problemas, oportunidade para novos produtos, tomada de decisão estratégica, priorização de ações, promoção de parcerias, análise das estratégias realizadas, segurança em tomada de decisões, reconhecimento realista do cenário atuante, compreensão assertiva sobre a concorrência, antecipação de tendências, planejamento de alternativas de ação, entre outros. IMAGEM 04 – Esquema da Análise SWOT. Forças e Oportunidades são fatores positivos na análise, enquanto Fraquezas e Ameaças são os fatores negativos. Perceba que, além dessa classificação, Forças e Fraquezas são aspectos internos ao negócio, enquanto, oportunidades e ameaças se constituem como aspectos externos. Fonte: Elaborado pelo autor. Na análise SWOT, as forças e Oportunidades são fatores positivos para o empreendimento. As forças são os pontos onde a empresa possui vantagem competitiva, enquanto as oportunidades são aquelas identificadas com potencial para serem aproveitadas pela empresa. Por outro lado, Fraquezas e Ameaças são os fatores negativos, são os itens que merecem atenção para serem corrigidos e os concorrentes ou qualquer outro aspecto que possa, de alguma forma, ameaçar o empreendimento. Analisando por outro lado, As Forças e Fraquezas dizem respeito a aspectos internos do próprio empreendimento e são mais fáceis de serem controlados e melhorados. No entanto, Oportunidades e Ameaças são fatores externos e são itens mais difíceis de serem modificados e/ou domados pelo empreendedor. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 02 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 19 Alexandre Alves FINANCIAMENTO NO EMPREENDEDORISMO O Plano de Negócios também pode conter um Plano Financeiro. Nesse sentido, é muito importante tratar da composição do capital de uma empresa. O dinheiro necessário para que o empreendimento possa iniciar as atividades pode vir de diversas fontes. O capital pode ser próprio, ou seja, são posses do próprio empreendedor. Por exemplo, A Space X, empresa norte americana de transporte espacial, foi fundada com capital de seu proprietário, Elon Musk. As empresas menores, normalmente são constituídas com capital próprio, como os pequenos mercados e padarias de bairro. Outra fonte comumente buscada por empreendedores são os investidores. Nesse sentido, existem eventos nacionais e internacionais onde investidores buscam oportunidades em empresas ainda pequenas e aplicam seu dinheiro, como forma de rentabilizar o capital, caso o negócio prospere. Um dos mais famosos nesse sentido é o Shark Tank, onde empreendedores apresentam suas ideias para investidores em busca de capital para prosseguir com seu Plano. Outra fonte bastante comentada são as instituições financeiras, como os Bancos. Contudo, essa fonte é a que merece mais cuidado por parte dos empreendedores. Isso porque, sempre existe uma taxa de remuneração para o capital investido, no caso dos bancos, essa taxa costuma ser a mais alta do mercado. Sendo esse valor muito alto, o custo de tomar esse empréstimo pode inviabilizar o empreendimento. Claro que empreendedores em posições de destaque conseguem pegar empréstimos em bancos com taxas bastantes atrativas, contudo, essa não é a realidade da maioria dos donos de pequenos negócios. Para empreendedores iniciantes, essa opção não é tão interessante. Imagine que uma pessoa que irá abrir seu primeiro negócio e ainda está aprendendo sobre o universo empresarial, inicia sua empresa com uma dívida e precisando pagar as parcelas do empréstimo com juros, isso pode inviabilizar o empreendimento e levar o negócio a falência. Além da composição do capital de uma empresa, o Plano Financeiro deve conter um levantamento de custos, tanto fixos, como variáveis relativos ao futuro empreendimento. Custos fixos dizem respeito aos gastos e despesas para manutenção do negócio, como aluguéis, folha de pagamento dos colaboradores, internet, pro-labore, honorários de contador e demais despesas fixas, aquelas que usualmente não variam, independente da produção. Custos variáveis por sua vez, são aqueles que variam conforme a produção da empresa. Nesse sentido, podemos citar os gastos com matéria-prima, impostos, mão de obra temporária, energia elétrica, água de mais valores dispendidos e que dependem da quantidade produzida pela empresa. Por exemplo, uma gráfica possui alguns custos fixos, como o aluguel e a folha de pagamento. Contudo, em um determinado mês, quando recebe mais pedidos que o usual, seu custo variável aumenta. Isso ocorre porque ela vai precisar de mais folhas para imprimir, mais tinta de impressora, vai gastar mais energia elétrica e, talvez, precise contratar um profissional temporário para ajudar com a demanda. Perceba que essas valores não são fixos, dependem da demanda. Outro fator muito importante a ser considerado em um Plano Financeiro é o capital de giro. Capital de giro são os recursos (dinheiro, crédito, estoque etc.) que permitem a empresa continuar funcionando. Ele pode ser calculado como a diferença (subtração) entre o montante da dívida da empresa e a quantidade de recursos disponíveis para pagar. Por exemplo, se no mês de fevereiro a empresa possui dívidas no total de R$: 10.000,00, mas possui apenas R$: 7:500,00 em caixa disponível para honrar essa conta, então, o capital de giro necessário nesse caso será de 2.500,00. É muito importante manter um capital de giro satisfatório, para isso, o empreendedor deve: identificar e cortar gastos desnecessários, disciplina no uso do capital de giro, ou seja, usar apenas quando for indispensável, negociar prazos com fornecedores e clientes, antecipar pagamentos a receber ou pegar um empréstimo. Sobre esse último tópico, é importante que o empreendedor CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 02 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 20 Alexandre Alves apenas utilize desse recurso em último caso, pois os juros bancários costumam ser bastante altos e tenha certeza de que a empresa possui garantias futuras que permitirão quitar esse valor. No caso de empréstimos, o não pagamento gera multas que tornam a dívida cada vez maior. Portanto, é necessário planejamento. O capital de giro é muito importante para manter o financiamento para clientes. Explicando melhor, atualmente, com a popularização do cartão de crédito, as pessoas têm preferido fazer compras a prazo. Isso garante mais facilidade para os consumidores e acesso a bens mais caros de forma mais rápida. Uma vez que, o consumidor não precisa ter o valor total, mas sim limite no cartão que permita a compra e o pagamento parcelado. Dessa forma, o empreendedor precisa estar ciente e com capital que permita fazer vendas a prazo e manter a empresa em pleno funcionamento até a entrada de todos os recursos das vendas parceladas. Isso ocorre, porque, em muitos casos o valor da primeira parcela recebida é menor que o custo para produzir aquele bem. No longo prazo e com o devido planejamento, esse tipo de operação é vantajoso para a empresa e permite vender para mais clientes, potencializando os resultados do empreendimento. No caso de novos empreendimentos, o Plano de Negócios e o Plano Financeiro devem considerar além do capital de giro, os investimentos iniciais. Esse investimento pode ser definidocomo os gastos pré-operacionais que surgirão ao longo do processo. Como exemplo, podemos citar o custo com abertura da empresa, registros de patentes ou marcas, pesquisa de mercado, honorários diversos, recrutamento, capacitação dos colaboradores, entre outros gastos. (HASHIMOTO; BORGES, 2014) Por fim, o Plano Financeiro constante no Plano de Negócios deve considerar uma previsão de receitas e despesas. Isto é, identificar em cada mês quais são os recursos a entrar e os recursos a sair, ou seja, as receitas (entradas) e despesas (saídas). Para isso, é importante considerar a sazonalidade do negócio. Por exemplo, papelarias costumam ter maiores faturamentos em meses de início de aula, como janeiro e julho, pois as pessoas compram o material escolar nessas datas e costumam usar o mesmo por todo o semestre até as férias. No final das férias, voltam para comprar novamente. Portanto, nesses meses a receita á maior, contudo em outros meses a tendência é que tenham menores entradas. Um bom planejamento garante que os recursos obtidos nos melhores meses sejam suficientes para manter a empresa em funcionamento ao longo dos períodos de baixa nas vendas. A previsão de receitas é muito importante para o empreendedor e para a gestão do negócio, pois permite entender a saúde financeira da empresa atual e no futuro próximo e ajuda na tomada de decisão. Por exemplo, se identificamos que a empresa está bem e possui previsão de entrada de recursos de forma satisfatória, é possível pensar em gastos com promoções por exemplo, concessão de melhores parcelamentos, aquisição de novos equipamentos, melhoria na estrutura da empresa, capacitação de pessoal etc. Por outro lado, se identificamos um período mais longo de baixas nas receitas, é hora de pensar em cortes de gastos ou mesmo aquisição de um empréstimo para manter a empresa funcionando. Isso apenas se identificado a presença de garantias futuras para quitar essa dívida. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 02 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 21 Alexandre Alves TÉCNICAS E ÍNDICES FINANCEIROS Concluído as análises financeiras a respeito do empreendimento, é possível fazer uso de alguns índices financeiros que auxiliem tanto na gestão do negócio, como na avaliação quanto a saúde da empresa. Essas técnicas costumam ser usadas por instituições financeiras, como bancos, e por investidores antes de fazer aporte em um negócio, sobretudo aqueles de risco. A seguir, veremos brevemente sobre os índices Financeiros, as Técnicas de Análise de Investimento e as Técnicas de fluxo de caixa descontado. Como essa disciplina é introdutória, vamos apenas citar para que o aluno saiba o conceito. No entanto, esse tema é bem mais complexo e necessita de aprofundamento para sua real compreensão. Índices ou Indicadores Financeiros são métricas de resultado que geram informações sobre uma empresa e auxilia na tomada de decisão. São calculados a partir do balanço patrimonial e demonstração de resultados e permitem entender a saúde financeira da empresa com relação a liquidez, atividade, endividamento e lucratividade. A liquidez diz respeito a capacidade de saldar as dívidas, atividade está relacionada com giro de estoque, endividamento é quanto a empresa está devendo ou deverá para se manter em atividade por um período de tempo e lucratividade é o retorno do negócio, seja ele bruto, operacional ou líquido. Os indicadores mais conhecidos são: Margem Bruta, Margem EBITDA, Margem Líquida, Margem de Custo, Ponto de Equilíbrio, Liquidez Corrente, Índice de Cobertura de Juros e ROI. Técnicas de Análise de Investimento são métodos que permitem compreender a atratividade de um determinado negócio. Essa atratividade é determinada por meio do retorno contábil sobre o investimento, prazo de payback (quanto tempo deve demorar para recuperar o montante investido) e técnicas de fluxo de caixa descontado, que é uma comparação entre o valor presente do benefício futuro versus outras oportunidades de investimento presente. Técnicas de Fluxo de Caixa Descontado são métricas que trazem para o presente a geração de riqueza futura do empreendimento. Medida por meio do Valor Presente Líquido (VPL) e da Taxa Interna de Retorno (TIR), essa técnica compara a geração de riqueza futura do negócio com o montante inicial a ser investido. CONCLUSÃO Perceba que um Plano de Negócios é um documento bastante completo e sua elaboração possui certo grau de complexidade. Em alguns casos, em empreendimentos mais complexos e de maior investimento inicial, o empreendedor precisa contratar mão de obra especializada para elaborar esse documento. Em outros casos, como em pequenas empresas, esse estudo pode ser feito pelo próprio empresário. Sendo sua elaboração sempre recomendada para que se tenha maior segurança na tomada de decisão e um norte para se orientar quanto ao próprio crescimento e gestão do empreendimento. Por fim, vale destacar que um Plano de Negócios é essencial para obtenção de financiamento junto a instituições financeiras e investidores independentes, contudo ele vai muito além disso. Um Plano de Negócios é um documento orientador do empreendimento e auxilia na tomada de decisão. Portanto, é uma ferramenta de gestão. Tenha isso em mente quando elaborar esse documento. PARA SABER MAIS TFG: PLANO DE NEGÓCIOS - MERCEARIA CASA ILCA (ANA PAULA MUNIZ DE ALMEIDA) Um Plano de Negócios é um documento essencial como guia para os em- preendedores. Este é importante e valioso tanto para candidatos a empresários, como para aqueles que já estão no mercado. Nesse sentido, saber elaborar um bom plano pode ser um grande diferencial no cenário de alta concorrência que vivenciamos nos dias atuais. O Plano de Negócios para a Mercearia Casa Ilca é um bom exemplo que pode ser visto e consultado durante a elaboração de seu PN. Sobretudo para empreende- dores ou candidatos a empreendedores que estão iniciandos os estudos em em- preendedorismo e administração. Link para acessar o vídeo (copiar e colar): https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/2292/2013-Adminis- tra%E7%E3o-ANA%20PAULA%20MUNIZ.pdf;jsessionid=E883A350A7CF6DE70A4 214D84B5DA718?sequence=1 CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 02 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 23 Alexandre Alves REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Ana Paula Muniz de. Plano de Negócios: Mercearia Casa Ilca. Orientador: Rodrigo Carlos Marques Pereira. Trabalho de Conclusão de Curso de Administração do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal Fluminense – UFF. Volta Redonda, RJ. 2013. ALMEIDA, Eder Gonçalves de. ALEIXO, Tayra Carolina Nascimento. Empreendedorismo e Inovação. Londrina: Educacional SA, 2020. BAGGIO, Adelar Francisco. BAGGIO, Daniel Knebel. Empreendedorismo: Conceitos e Definições. Revista de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, p. 25-38, 2014. Capital de giro: aprenda o que é e como fazer. Sebrae, 2013. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosFinancas/o-que-e-e-como-funciona-o- capital-de-giro,a4c8e8da69133410VgnVCM1000003b74010aRCRD Acesso em 19 de março de 2022. CASAROTTO, Camila. Aprenda o que é análise SWOT, ou análise FOFA, e saiba como fazer uma análise estratégica do seu negócio. Rockcontend Blog, 2019. Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/como-fazer-uma-analise-swot/ Acesso em 19 de março de 2022. CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. Empreendedorismo e viabilização de novas empresas. Um guia eficiente para iniciar e tocar seu próprio negócio. 2 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2007. Tudo o que você precisa saber para criar o seu plano de negócio. Sebrae, 2013. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-elaborar-um-plano-de- negocio,37d2438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRDAcesso em 17 de março de 2022. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. FERNANDEZ, C. F. B.; RIBEIRO, E. O empreendedor: plano de negócios do empreendedor. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. HASHIMOTO, M.; BORGES, C. Empreendedorismo: plano de negócios em 40 lições. São Paulo: Saraiva, 2014 LONGENECKER, J. G. et al. Administração de pequenas empresas: lançando e desenvolvendo iniciativas empreendedoras. 18. ed. São Paulo: Cengage, 2018. MARTES, Ana Cristina Braga. Weber e Schumpeter A ação econômica do empreendedor. Revista de Economia Política, vol. 30, nº 2 (118), pp. 254-270, abril-junho/2010. Plano de Negócios, Blog José Dornelas Empreendedorismo, 2022. Disponível em: https://www.josedornelas.com.br/plano-de-negocios Acesso em 18 de março de 2022. PNBOX. Sebrae, 2022. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/servicosdigitais/PNBOX/pnbox-seu-novo-plano-de- negocios-e-aqui,c00b4b9d88b8a710VgnVCM100000d701210aRCRD#pergunta-7 Acesso em 18 de março de 2022. https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosFinancas/o-que-e-e-como-funciona-o-capital-de-giro,a4c8e8da69133410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosFinancas/o-que-e-e-como-funciona-o-capital-de-giro,a4c8e8da69133410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://rockcontent.com/br/blog/como-fazer-uma-analise-swot/ https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-elaborar-um-plano-de-negocio,37d2438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-elaborar-um-plano-de-negocio,37d2438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD https://www.josedornelas.com.br/plano-de-negocios https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/servicosdigitais/PNBOX/pnbox-seu-novo-plano-de-negocios-e-aqui,c00b4b9d88b8a710VgnVCM100000d701210aRCRD#pergunta-7 https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/servicosdigitais/PNBOX/pnbox-seu-novo-plano-de-negocios-e-aqui,c00b4b9d88b8a710VgnVCM100000d701210aRCRD#pergunta-7 CAPÍTULO 03 METODOLOGIAS DE GESTÃO E PONTOS DE APOIO CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 03 – METODOLOGIAS DE GESTÃO E PONTOS DE APOIO 25 Alexandre Alves CONSIDERAÇÕES INICIAIS Todo empreendimento, sejam aqueles que trabalham com produtos, como aqueles que trabalham com serviços possuem em comum a existência de uma cadeia de processos. Alguns processos ocorrem de forma simultânea, enquanto outros ocorrem de maneira sequencial. Imagine uma construtora que trabalha com reformas de apartamento, a aprovação do projeto na prefeitura, a compra de material para a obra, o transporte de algum equipamento para o local, a execução de um serviço como retirada de piso antigo faz parte do rol de processos desta empresa. Perceba que nada impede que a troca do piso da sala e a pintura do forro do quarto ocorra de forma simultânea, contudo, não é possível fazer a instalação de luminárias, antes da conclusão da passagem de fiação elétrica. Entenda, o primeiro exemplo corresponde a processos simultâneos, enquanto o segundo trata de processos sequenciais. Resumidamente, podemos dizer que processos simultâneos são aqueles que podem ser realizados ao mesmo tempo, pois não geram conflitos um sobre o outro. Diferente dos processos sequenciais, entendidos como aqueles que possuem uma ordem lógica que precisa ser respeitada. A impressão de um quadro e a confecção da moldura podem ser feitas de forma simultânea. Contudo, a aplicação da tela sobre a base da moldura não pode acontecer antes da impressão. Para fins desta disciplina vamos considerar processos como sendo um conjunto de atividades coordenadas e organizadas para atender a uma determinada finalidade. (ALMEIDA E ALEIXO, 2020) Basicamente, todo processo possui uma entrada, um processamento e uma saída. Podemos ainda incluir o feedback nesta lista. Perceba que o processo pode ser entendido como um ciclo. Esse ciclo, de transformação, pode alterar uma matéria-prima em produto ou mesmo uma pessoa, quando tratamos de uma capacitação, por exemplo. “Organização são conjuntos de pessoas e processos e ambos são sustentados por diferentes ferramentas, métodos e instrumentos.” (FERNANDEZ; RIBEIRO, 2012) IMAGEM 05 – Estrutura básica de um processo. Há entradas, transformações, saídas e feedbacks. Perceba que depois do feedback, o insumo/fator entra novamente no ciclo. Fonte: Elaborado pelo autor. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 03 – METODOLOGIAS DE GESTÃO E PONTOS DE APOIO 26 Alexandre Alves Cada processo, em cada atividade produtiva, possui características próprias que o gestor ou administrador deverá se preocupar. Isto porque, existem uma série de insumos, recursos, mão de obra e prazos que devem ser coordenados. No entanto, existem diversas ferramentas capazes de auxiliar o empreendedor nesta tarefa que vão desde uma planilha em softwares como o Excel ou Google Planilhas, até os complexos Sistemas Integrados de Gestão Empresarial, também chamado de ERP. A escolha da ferramenta depende da estratégia do negócio. Por estratégia de negócio, podemos entender os planos traçados para atingir resultados superiores no longo prazo. (STAIR; REYNOLDS, 2012) Tão importante quanto a estratégia de negócios é o modelo de negócios. Modelo de negócios refere-se a um conjunto de atividades e/ou processos concebidos e postos em prática para garantir os bons resultados na geração de lucro em um mercado. Sobre esse documento, essencial tanto para negócios nascentes, como para aqueles já consolidados, existe o chamado Business Model Canvas. Essa metodologia permite ao empreendedor a visualização do modelo de negócios a ser adotado. Por ser um dos objetivos da presente aula, vamos estudar essa ferramenta de forma mais detalhada. INTRODUÇÃO AO BUSINESS MODEL CANVAS O Business Model Canvas foi criado pelo suíço Alexander Osterwalder, consultor que criou uma verdadeira revolução na forma que gestores e empreendedores passaram a conceber seus negócios e produtos. Osterwalder aproveitou da tendência à co-criação e produziu um diagrama, bastante simples à primeira vista, mas que que passou a ser fundamental na concepção de empreendimentos e/ou produtos. Outro ponto interessante da proposta de Alexander é que o modelo de negócios pode ser visualizado em apenas uma página, uma vez que a representação pode ser resumida em um único quadro. O Canvas (ou tela) é composto por nove blocos que se relacionam. São eles: segmento de clientes, oferta de valor, canais, relacionamento, fontes de renda, recursos-chave, atividades- chave, parcerias-chave e estrutura de custo. A tabela abaixo resume a definição básica de cada um desses blocos. Tabela 2 – Blocos do Business Model Canvas e suas características gerais. Bloco (Canvas) Características Gerais Segmento de Clientes O bloco segmento de clientes parte do pressuposto que é necessário definir um nicho de mercado onde se deseja atuar. Isso porque, não é possível, nem interessante ter um negócio que venda para “todo mundo” de forma desmedida. Atuar em um nicho gera mais confiança ao consumidor e uma atuação mais direcionada por parte do empreendedor. Oferta de Valor Esse bloco trata do diferencial da sua empresa, que torna o seu produto interessante para o cliente. Seu produto deve se destacar e não ser apenas mais um na prateleira. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 03 – METODOLOGIAS DE GESTÃO E PONTOS DE APOIO 27 Alexandre Alves Canais Os canais podem ser de comunicação, vendas e distribuição do produto. Na prática, são os caminhos ou interfaces que o cliente tem com a empresa. Em outras palavras, são os meios pelos quais a sua proposta devalor é entregue para os consumidores. Relacionamento O relacionamento está atrelado as estratégias de atendimento ao cliente que evitem que ele busque um produto similar ou substituto no concorrente. Definir boas estratégias de relacionamento permite fidelizar o cliente e evitar que o mesmo busque um concorrente com preço mais baixo. Fontes de Renda O bloco fontes de renda é aquele que descreve a origem dos recursos que chegam até a empresa. As fontes podem ser diversas como venda de produtos, assinatura, leilão, licença, aluguel etc. Recursos-Chave Este bloco se refere a parte operacional da empresa, descrevendo os recursos essenciais para os ativos do empreendimento. Os recursos-chave podem ser físicos (maquinário, por exemplo), intelectual (patentes, por exemplo) ou humanos (como colaboradores). Atividades-Chave Este bloco trata das tarefas necessárias à empresa para que o negócio continue funcionamento da maneira correta. Produção de Bens, Resolução de Problemas, Gestão de Plataformas, Vendas Consultivas e Desenvolvimento de Produtos são alguns exemplos de atividades-chave. Parceria-Chave Este bloco lista, essencialmente, os fornecedores e/ou empresas parceiras que atuam de forma a manter o empreendimento em pleno funcionamento. Por exemplo, para uma padaria, o fornecedor de farinha de trigo é uma parceria- chave. Este bloco está relacionado à terceirização de atividades e fornecimentos, inerente a praticamente todas as empresas. Estrutura de Custo Basicamente descreve a origem dos gastos que a empresa tem para manter o negócio ativo no mercado. Geralmente, os custos estão relacionados aos recursos-chave, atividades-chave e parceria-chave. Podemos destacar duas formas de interpretar o quadro final gerado no Business Model Canvas. A primeira divide os blocos em: como, o quê, para quem e quanto. Nessa perspectiva, “como” abrange os blocos relacionamento, atividades-chave e fontes de renda. “O quê” está atrelado ao bloco oferta de valor. “Para quem” diz respeito aos blocos relacionamento, canais e segmento de clientes. Por fim, “Quanto” está associado aos blocos recursos-chave e estrutura de custo. Percebe que através dessa análise é possível observar de forma clara e compreender de maneira rápida o modelo de negócio em questão. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 03 – METODOLOGIAS DE GESTÃO E PONTOS DE APOIO 28 Alexandre Alves Uma segunda perspectiva permite entender o Business Model Canvas como blocos que possuem uma relação entre si. Nesse sentido, podemos dizer que uma parte do Canvas está relacionado ao operacional da empresa, enquanto a outra parte diz respeito ao cliente e a relação empreendedor-consumidor. O operacional compreende os blocos atividades-chave, recursos- chave, parcerias-chave e estrutura de custo. Do outro lado, estariam os blocos proposta de valor, relacionamento, canais, segmento de cliente e fluxo de receita. IMAGEM 06 – Business Model Canvas. Perceba que o modelo pode ser trabalhado como uma série de blocos que possuem relação entre si. Fonte: O Analista de Modelo de Negócios. Disponível em: https://analistamodelosdenegocios.com.br/o-que-e-o-business-model-canvas/ Acesso em 21 de maio de 2022. A metodologia Canvas costuma ser realizada de forma colaborativa, inclusive com os participantes colando pequenos pedacinhos de papel com a informação necessária em cada um dos blocos do Canvas. A própria teoria foi criada de maneira colaborativa entre Alexander Osterwalder e outros especialistas. Na internet é possível encontrar diversos sites com modelos de tela para imprimir e roteiro para realizar oficinas de produção de modelo de negócios. No link a seguir, que direciona para o site “O Analista de Modelo de Negócios” é possível baixar um excelente quadro modelo em formato PDF. https://analistamodelosdenegocios.com.br/downloads/canvas-em-pdf-para-imprimir/ O Sebrae também mantém um portal específico voltado para a metodologia Canvas, o Sebrae Canvas. O portal é aberto para qualquer interessado e possui uma ferramenta web e um aplicativo que pode ser baixado. A ferramenta permite elaborar o quadro de forma interativa e bastante intuitiva, semelhante a uma tela de colar post-it. O portal pode ser acessado através do link a seguir: https://sebraecanvas.com/#/?checkedSAS=true https://analistamodelosdenegocios.com.br/o-que-e-o-business-model-canvas/ https://analistamodelosdenegocios.com.br/downloads/canvas-em-pdf-para-imprimir/ https://sebraecanvas.com/#/?checkedSAS=true CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 03 – METODOLOGIAS DE GESTÃO E PONTOS DE APOIO 29 Alexandre Alves INTRODUÇÃO AO ANALYTICS Ainda sobre as metodologias de gestão, além do Canvas, já tratamos dos métodos ágeis em aulas passadas. Essas ferramentas são muitos úteis e permitem um alto grau de visibilidade das informações. Esta afirmação também é verdade quando tratamos do Analytics. Também chamado de Inteligência Analítica, este instrumento utiliza técnicas da matemática, estatística e machine learning para cruzar dados e possibilitar uma certa previsão de cenários futuros. Um exemplo dessa aplicação pode ser uma empresa de planos de saúde que utiliza um algoritmo para aprovar ou reprovar uma candidatura ao plano. Esse algoritmo, por sua vez, busca nos históricos de compra em farmácia dos candidatos informações para saber se aquele cliente é caro ou não para os negócios da firma. (ALMEIDA E ALEIXO, 2020) Quando tratamos desse tipo de ferramenta, o mais conhecido é, sem sombra de dúvida, o Google Analytics. Essa funcionalidade da gigante de tecnologia Google, fornece dados relevantes para a tomada de decisão de empreendedores. Isso porque, esta ferramenta endereça anúncios para localidades que estão com alta taxa de busca em palavras-chave sobre o produto/serviço. Com isso, a publicidade da empresa é direcionada para um recorte geográfico específico e com possibilidade real de taxa de retorno. Tenha em mente que campanhas em nível nacional são muito caras e inviáveis para empreendimentos em fase inicial. Além disso, muitos negócios não têm necessidade real de direcionar anúncios para todo o país. “Essa tecnologia permite conhecer as tendências de vendas em cada região geográfica, cada segmento de produto ou cliente. Imagine uma loja online que detém essa inteligência em mãos. O esforço de venda seria muito mais assertivo, pois a região do negócio poderia canalizar anúncios exatamente para residentes de locais que tem buscado aqueles termos na internet.” (ALMEIDA E ALEIXO, 2020 p. 99) Um exemplo claro da necessidade de realizar um recorte geográfico dos anúncios é, por exemplo, uma loja de material esportivo para esportes de neve. Imagine uma empresa que venda sky de neve, vestuário para esportes de inverno, patins de gelo, entre outros. Agora, imagine esse mesmo empreendimento direcionando anúncios para o nordeste. É fácil concluir que a lógica da publicidade está errada. O Nordeste não é a principal região consumidora desse tipo de produto. Seria mais lógico, no Brasil, direcionar esses anúncios para o sul do país. Para saber um pouco mais sobre o Google Analytics acesse a página do produto e veja todas as funcionalidades que essa ferramenta oferece: https://analytics.google.com/analytics/web/provision/#/provision PONTOS DE APOIO Tendo cumprido a missão de tratar das metodologias de gestão, passamos para o segundo objetivo da aula, os chamados Pontos de Apoio. Entendemos Pontos de Apoio como as possibilidades existentes, no Brasil, para apoiar e auxiliar os empreendedores. Nesta perspectiva, vamos tratar brevemente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, as Incubadoras, as Empresas Juniores, O Instituto Empreender Endeavor, a Associação Brasileirade Franchising e, por fim, as Hubs. Todas as instituições supracitadas são pontos de apoio para os empreendedores e conhecer, mesmo que brevemente, cada uma delas é essencial para candidatos a empreendedores e estudiosos do tema. https://analytics.google.com/analytics/web/provision/#/provision CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 03 – METODOLOGIAS DE GESTÃO E PONTOS DE APOIO 30 Alexandre Alves Em primeiro lugar trataremos dos órgãos de fomento, cujo maior exemplo, no Brasil, é o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. A instituição atua em parceria com empreendedores (cujo faturamento anual não ultrapassa R$: 4,8 milhões) através de capacitações, cursos, consultoria e assessoria sempre buscando a formalização econômica. A instituição é privada e está presente em todos os estados brasileiros. O órgão mantém ativo um portal na internet com diversas matérias, publicações e cursos em formato EAD aberto ao público em geral. Todo o material é desenvolvido por especialistas e ensina empreendedores e candidatos a empreendedores a atuar de forma correta com vistas ao sucesso de seus negócios. O Portal Sebrae pode ser acessado pelo link https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae O Sebrae como conhecemos hoje foi criado em 9 de outubro de 1990 através do Decreto 99.570 que complementa a Lei 8029. A instituição se desvinculou da Administração Pública e se tornou um órgão privado sem fins lucrativos. Os recursos passaram a ter como origem o repasse realizado pelas maiores empresas do país, cujo valor é proporcional a sua folha de pagamento. Contudo, o embrião do Sebrae nasceu em 1964, quando o BNDES criou o Programa de Financiamento à Pequena e Média Empresa (Fipeme) e o Fundo de Desenvolvimento Técnico- Científico (Funtec). Desde então, o órgão foi evoluindo até chegar nos moldes atuais. Além dos órgãos de fomento, as Incubadoras de Empresas são outro importante ponto de apoio para empreendedores. “As incubadoras de empresas são instituições que auxiliam micro e pequenas empresas nascentes ou que estejam em operação, que tenham como principal característica a oferta de produtos e serviços com significativo grau de diferenciação.” (SEBRAE, 2021) Incubadoras podem ser entendidas como instituições de suporte, nesse sentido, costumam oferecer desde apoio gerencial, administrativo, mercadológico e de infraestrutura, geralmente dispondo sua estrutura física para empresas nascentes, o que reduz muito o custo inicial de manutenção do empreendimento nas primeiras fases. Incubadoras geralmente estão associadas às Universidades Públicas ou Empresas Parceiras que se tornam incubadoras. A seleção, normalmente é feita através de processos seletivos e permitem que pessoas físicas, empresas já existentes e projetos de empresas nascentes participem. Um exemplo desse tipo de instituição é a Bio-Rio, incubadora que aceita empresas do ramo de pesquisa biotecnológica. Também ligadas às Universidades, geralmente as públicas, temos as chamadas Empresas Juniores. Segundo o Sebrae, 2021: “São organizações que prestam serviços sem fins lucrativos e que possuem o status jurídico. Por isso, ao contrário da maioria das empresas, os lucros não são divididos entre os membros e sócios, devendo ser investido integralmente na própria empresa com o objetivo de promover o conhecimento e fomentar o crescimento pessoal e profissional dos jovens, por meio de uma experiência empresarial.” As empresas-juniores atuam nas diversas áreas do mercado e possuem como vantagem o contato direito dos estudantes e professores pesquisadores com a sociedade e com o mercado de uma forma geral. Além disso, esse tipo de empreendimento, geralmente oferece serviços a custos menores, se tornando mais acessível a empresas nascentes. Por fim, vale destacar que existem empresas com esse perfil que oferecem serviço de apoio, orientação e consultoria a pequenas empresas e negócios inovadores. https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 03 – METODOLOGIAS DE GESTÃO E PONTOS DE APOIO 31 Alexandre Alves O Instituto Empreender Endeavor é um exemplo de instituição internacional que atua no Brasil com vistas ao apoio e aceleração de empreendimentos. A instituição nasceu em 1997 nos Estados Unidos da América por um grupo de ex-alunos da prestigiada Universidade de Havard. O intuito era dar apoio e suporte ao empreendedorismo em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. No site da instituição existem diversas matérias e arquivos disponíveis para auxiliar empreendedores. https://endeavor.org.br/quem-somos/ Para as franquias, um modelo de negócios que representa uma excelente alternativa aos empreendedores atualmente, existe a Associação Brasileira de Franchising, instituição que atua com apoio ao empresário que assume uma franquia. Nesse modelo de negócios, os custos com promoção da marca são drasticamente reduzidos, uma vez que está já está consolidada e amplamente disseminada. Imagine que você deseja ingressar no mercado de fast food, nesse sentido, a assumir uma franquia do Subway, você terá pouca necessidade de gastar promovendo a marca, já que ela é conhecida da população brasileira. Por fim, é necessário destacar o conceito de Hubs de Inovação. Hubs são espaços físicos e/ou virtuais que conectam empresas, startups, Universidades, investidores, prestadores de serviço e instituições de fomento. São espaços extremamente férteis para surgimento de empresas inovadoras e para desenvolvimento de negócios em fase inicial, o que é fácil de perceber devido o amplo networking possível nesses ambientes. No Brasil, temos o CUBO, Hub de Inovação do Banco Itaú e o Sebrae Hub, além de outros menos conhecidos do público em geral. Apresentado os principais pontos de apoio para tracionamento e desenvolvimento de negócios no Brasil, o aluno possui uma base introdutória que permite ao mesmo aprofundar nos temas conforme sua necessidade. Como já comentado nas aulas anteriores, o Portal Sebrae possui diversos cursos com conteúdo prático para ajudar empreendedores a abrir seus negócios. Talvez este seja um excelente ponto de partida. https://endeavor.org.br/quem-somos/ PARA SABER MAIS SITE / APLICATIVO: SEBRAE CANVAS A Metodologia Canvas por muito tempo foi desenvolvida com auxílio de pequenos pedaços de papéis colados no quadro. Contudo, atualmente, existem diversos softwares e aplicações web que permitem realizar o Canvas de forma digital e com muito mais facilidade. Uma dessas alternativas é o Sebrae Canvas, aplicativo gratuito que permite realizar o modelo Canvas de negócios. O programa permite personalizar os cartões, reposicionar os mesmos, personalizar e comentar. Além disso, pode ser utilizado junto com os demais sócios do futuro empreendimento ou negócio já consolidado. Link para acessar o aplicativo (copiar e colar): https://sebraecanvas.com/#/?checkedSAS=true CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO CAPÍTULO 03 – METODOLOGIAS DE GESTÃO E PONTOS DE APOIO 33 Alexandre Alves REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Eder Gonçalves de. ALEIXO, Tayra Carolina Nascimento. Empreendedorismo e Inovação. Londrina: Educacional SA, 2020. BAGGIO, Adelar Francisco. BAGGIO, Daniel Knebel. Empreendedorismo: Conceitos e Definições. Revista de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, p. 25-38, 2014. Como as incubadoras de empresas podem ajudar o seu negócio. Sebrae, 2021. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/as-incubadoras-de-empresas-podem-ajudar-no- seu- negocio,f240ebb38b5f2410VgnVCM100000b272010aRCRD#:~:text=As%20incubadoras%20são%20o%2 0principal,o%20desenvolvimento%20de%20sua%20tecnologia. Acesso em 22 de maio de 2022. CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo:
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