Buscar

Vigilância em Saúde Pública

Prévia do material em texto

SAÚDE PÚBLICA
Nos tempos atuais o perfil epidemiológico brasileiro tem se destacado devido a crescentes agravos à saúde, dando ênfase a aspectos de promoção e prevenção. O pensamento egocêntrico que leva a população a achar que a natureza será eternamente pródiga, tem acarretado em sérios danos a sociedade como um todo (LEFF; E, 1998).	
 A origem do termo vigilância em questões de saúde, teve como base ações de isolamento e quarentena (LGS, 2001). Nos Estados Unidos da América, após a ll Guerra Mundial, no período da Guerra Fria, o conceito de vigilância foi associado a ideia de inteligência, devido aos riscos da guerra química ou biológica (LIEBER, 200).
 Por sua vez, o termo vigilância teve uma evolução nos EUA, passando a ter um significado de ação coordenada para controle de doenças na população, que era constituída de monitoramento, avaliação, pesquisa e intervenção (WALDMAN EA,1991).
 Até o século passado, o conceito de vigilância era compreendido no Brasil como conjunto de ações de observação sistemática sobre as doenças na comunidade, que eram voltadas totalmente para medidas de controle. Tais ações começaram a ter a sua validade a partir da década de 60, vindo a ganhar uma estruturação de programa e com isso, incorporando as medidas de intervenção (LIEBER, 2000).
Com isso, essas ações foram ampliadas ao controle da produção, do consumo de produtos e da fiscalização de serviços voltados para saúde, sob a denominação da vigilância sanitária. Após isso, teve uma evolução para um sistema de vigilância que era capaz de identificar os dados epidemiológicos e todos os fatores que os condicionava (Waldman EA,1991).
Para isso as vigilâncias foram agrupadas em Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária, ambas andam juntas objetivando o mesmo resultado, que é de prevenir e controlar os riscos e agravos à saúde (FUNASA, 2000).
 A Vigilância Epidemiológica, segundo a Lei Orgânica de Saúde – Lei No 8.080, de 1990, é “o conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção e a prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos” (BRASIL, 1990).
 A Vigilância Sanitária, segundo a mesma Lei, refere-se “ao conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde”. As ações dessas duas vigilâncias têm caráter complementar e devem ser praticadas em conjunto (BRASIL, 1990).
As ações que promoviam iniciativas no âmbito do setor da saúde no Brasil, deram inicio em meados da década de 80, tais ações foram constituídas por ações de vigilância da saúde do trabalhador e do meio ambiente, de acordo com a Constituição de 1988 e a da Lei Orgânica de Saúde de 1990.
Porém a Vigilância Ambiental, só foi formulada a partir do ano de 2000 através do Ministério da Saúde, onde “a vigilância ambiental em saúde se configura como um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle dos fatores de riscos e das doenças ou agravos relacionados à variável ambiental” (FUNASA, 2000).
 Segundo a FUNASA, encontra-se constituído o Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde (SNVA), que dispõe que “prioriza a informação no campo da vigilância ambiental, de fatores biológicos (vetores, hospedeiros, reservatórios, animais peçonhentos), qualidade da água para consumo humano, contaminantes ambientais químicos e físicos que possam interferir na qualidade da água, ar e solo, e os riscos decorrentes de desastres naturais e de acidentes com produtos perigosos” (Decreto no 3.450, de 10 de maio de 2000).
O desencadeamento da epidemiologia exige uma atuação sobre os riscos que possam recair sobre os seres vivos de maneira geral, implicando com isso a atuação severa da prevenção e controle com a saúde pública. Ressalta-se também a importância coletiva, onde se encontra os desafios de um novo tempo para a saúde.
REFERENCIAS:
Fundação Nacional de Saúde. Curso básico de vigilância ambiental. Módulo I. Brasília: Funasa; 2000.
Augusto LGS, Florêncio L, Carneiro RM. Pesquisa (ação) em Saúde Ambiental: contexto, complexidade, compromisso social. Recife: Ed. Universitária da UFPE; 2001.
 Lieber RR, Lieber N, Augusto LGS. Avaliação, monitoramento e prevenção de risco ambiental para a saúde. Texto elaborado para debate em grupo de trabalho do I Seminário Nacional de Saúde e Ambiente da Fiocruz. Rio de Janeiro; 2000. 
Waldman EA. Vigilância epidemiológica como prática de saúde pública [Tese de Doutorado]. São Paulo (SP): USP; 1991. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-25072016-175116/pt-br.php 
Leff E. La pedagogia del ambiente. In: Leff E, organizador. Educación en ambiente para el desarrollo sustentable. México: Ed. Escuela Pedagógica y Sindical Marina Vilte de CTERA; 1998.
 Brasil. Lei n. 8080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, v.128, n.182, p.18054, 20 set 1990. Seção 1.

Continue navegando