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[RESUMO]Ensinando Inteligência - Prof Pier

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Resumo estruturado: ensinando inteligência 
 
Aviso de direitos autorais: o presente resumo não possui qualquer pretensão 
financeira ou comercial, reservando todos os direitos autorais e de propriedade intelectual 
aos respectivos autores e editoras. 
Este material é disponibilizado com o objetivo de oferecer conteúdo para estudo e 
discussão da obra, bem como o simples teste de qualidade, com o fim exclusivo de compra 
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Acesse aqui: Telegram do Gustavo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ensinando Inteligência – Prof. Pier 
 
Parte 1 - Mudando as regras do jogo 
 
Chopin, Schubert e o construtivismo 
O sistema educacional brasileiro e o construtivismo utilizado são iguais aos dois pianistas 
discutindo se tocariam Chopin ou Schubert durante o naufrágio do Titanic. Nós temos 
muitos problemas a resolver e os pedagogos discutem sobre as besteiras da moda. Não 
precisamos achar maneiras novas e extraordinárias de ensinar, mas sim resgatar as já 
conhecidas velhas formas de aprender. 
A maneira como se ensina pedagogia no Brasil é completamente errada, afinal, não passa 
de um antro ideológico. As escolas simplesmente ignoram o que deveria ser o ciclo básico 
de estudo: 
a- Aula assistida com atenção. 
b- Tarefa estudada no mesmo dia. 
c- Boa noite de sono. 
Há foco apenas nas aulas, ignorando completamente duas etapas que na verdade são ainda 
mais importantes do que assistir uma aula. 
A pedagogia devia perceber que os estudantes têm cérebro! E utilizar as mais recentes 
descobertas da neurologia para trazer máximo proveito, tornando assim os alunos mais 
inteligentes e capazes. 
É possível mudar as regras do jogo da educação brasileira, e até rapidamente. É só começar 
a fazer as coisas certas. Incentivando as coisas certas, como o estudo rotineiro, a leitura 
constante, etc. 
 
Parte 2 - Mudando comportamentos 
 
O processo 
O teste para a mudança das regras do jogo já foi feito, por exemplo, pelo cursinho em que o 
Prof. Pier ministrava aulas: uma turma com 200 alunos, que não fazia o menor barulho, 
sem serem repreendidos pelos próprios alunos, totalmente focada na aula. Sem presença, 
sem provas em datas específicas, sem ditatorialismo. Apenas um simulado, mas que é feito 
com total interesse pelo aluno, afinal ele precisa ir bem nas auditorias externas que irá 
passar. 
A desculpa de alguns pais, professores ou "autoridades do ensino" para isso é que os alunos 
dos cursinhos são mais maduros, "sabem o que querem", estão mais motivados. 
Obviamente ninguém - ou quase ninguém - pensa no óbvio de tentar aprender com o que é 
feito lá. 
Ao contrário da escola comum, nos cursinhos, o réu, que é o aluno, enfrenta o promotor, 
que é a banca organizadora da prova que ele cursará, o policial, que é o monitor que passa 
nos corredores durante a prova, e o juiz, que é quem corrige a prova. O professor nisso 
tudo é apenas o advogado de defesa. Alguém que está do lado do aluno, e que vai ajudá-lo a 
chegar em seus objetivos. 
Na escola comum, o professor é o promotor, o monitor e o juiz. E ainda obriga o aluno a 
ficar preso nas "horas de aula". O resultado é óbvio. 
 
Quem ensina... não examina! 
As notas, além de objetivo final da escola, também são utilizadas como "arma" pelos 
professores, seja para controlar os alunos ou para ameaçá-los. 
O professor não pode ser o inimigo, tem de ser o aliado que ajudará o aluno a vencer as 
provas que ele tiver que vencer. Sem provas, sem regras estúpidas, nada disso é necessário. 
Apenas um objetivo em comum: aprender. A verdadeira missão de um 
professor não é ensinar, é fazer o aluno aprender. 
 
Avaliação x verificação 
A verificação de conhecimentos (simulados) é uma técnica muito mais eficaz de estudo do 
que a utilização de avaliações (provas). As avaliações devem ser feitas externamente, fora 
de contato com o processo de aprender. Os professores não devem julgar os alunos, e sim 
se submeterem a um julgamento solidariamente a seu aluno perante uma corte externa. 
Existe uma diferença fundamental entre verificação de aprendizado (ação 
altamente positiva e motivadora e que permite aos alunos uma oportunidade 
para corrigir falhas, evidenciar e eliminar dúvidas, etc.) e avaliação (puro 
julgamento). 
 
A tapeçaria de Penélope 
O cérebro dos nossos alunos lembra muito a tapeçaria de Penélope, em Odisseia: quando 
Ulisses passa muitos anos sem retornar de Troia e é tido como morto, Penélope, sua 
suposta viúva, é intimada a encontrar um novo pretendente para que ocupe o trono de 
Ítaca como novo rei. Ela então afirma que fará isso quando terminar de tecer uma 
tapeçaria. Desacreditando da morte de Ulisses, durante o dia ela tece sua tapeçaria, mas a 
noite desfaz grande parte do trabalho para ganhar tempo. 
 
Penélope fazendo tapeçaria – obra de Michel Corneille. 
 
No cérebro dos alunos acontece o mesmo, intencionalmente ou não, durante o dia, horas e 
mais horas de aulas, mas durante a noite tudo o que eles supostamente "aprenderam" é 
desfeito. E eles sabem disso. Por isso que estudam apenas um dia antes ou no mesmo dia 
das provas: para não dar tempo de esquecer. Essa cultura de obrigatoriedade de notas e 
provas faz exatamente isso: deforma o ato de estudar em uma grande encenação que visa 
apenas tirar boas notas e passar de ano, sem importar os métodos utilizados para isso. 
O segredo não é aumentar o tempo de estudo, muito menos o tempo de aula. 
O segredo é estudar corretamente. Todo dia, todo dia, todo santo dia. 
A pseudopedagogia brasileira precisa se transformar em uma pedagogia de verdade, e de 
preferência em uma neuropedagogia: que leve em consideração que os alunos pensam 
porque têm cérebro. 
 
Parte 3 – Alunos têm cérebro 
 
Onde está o pinguim? 
Quando pensamos, por exemplo, em um pinguim, nosso cérebro nos "mostra" a imagem 
de um pinguim. Mas o fato é que essa imagem não está gravada em nossa memória. O que 
está gravado é o código, o caminho neural para lembrarmos da sensação de vermos um 
pinguim de verdade (ou da ficção) quando pensarmos em um. A memória não salva 
todas as coisas completamente, ela salva os caminhos, os códigos para que 
lembremos das coisas quando necessário. Assim como um computador: uma 
imagem salva é na verdade uma sequência de códigos que podem ser interpretados por 
leitores de imagem, a diferença é que nos computadores há apenas uma mudança nos 
códigos, no cérebro há também uma mudança de hardware, ou seja, física. Aprender é 
justamente isso: modificar a estrutura física do cérebro para mais caminhos 
neurais serem criados e, quanto mais caminhos neurais e dendritos forem 
criados, mais complexo esse emaranhado fica, e mais inteligentes nos 
tornamos. 
 
Redes neurais 
Se fosse possível analisar apenas um átomo de ouro, por exemplo, nele não seriam 
encontradas as características do metal ouro. O que dá as características ao ouro é a junção 
de milhões de átomos diferentes. Ou seja, as características de um conjunto de átomos não 
são as características de um único individual. 
Basicamente, os neurônios funcionam na mesma premissa. Um neurônio não pensa. 
Quem pensa é o conjunto de neurônios denominado rede neural. Ao contrário 
de um interruptor comum, ou “enfim”, de um sistema mais simples, uma rede 
neural se utiliza de princípios como os de programação “IF, ELSE e THEN”, e 
além disso é reconfigurável. 
Muitos pensam que cada neurônio seja equivalente a um bit, no entanto, estão 
subestimando a capacidade do cérebro, afinal um bit carrega 256 vezes menosinformações 
do que um byte. A verdadeira carga de informação que um neurônio carrega não está no 
bit que ele dispara, mas sim na complexidade de seu sistema "IF, ELSE e THEN". 
Em um conjunto de neurônios, os dendritos (ramificações) recebem e compartilham 
informações com outros neurônios, se essas informações preencherem determinadas 
condições, o neurônio dispara um pulso elétrico por meio do axônio. Como esse pulso 
elétrico não é transmitido por elétrons, mas sim por íons que se aproveitam da mudança 
de permeabilidade da membrana, sua transmissão é muito lenta. A função da baia de 
mielina é justamente aumentar a "velocidade" de transmissão do pulso elétrico, criando 
espaços onde a membrana não está em contato com o meio circundante. Quando o pulso 
chega à extremidade do axônio, é transmitido a outros dendritos que estão conectados a 
outros neurônios. É a chamada sinapse. 
E elas transmitem a informação de um neurônio a outro não mais por sinais elétricos, mas 
sim por mensagens químicas. Quando o neurônio que fica à montante na sinapse (pré-
sináptico) dispara o pulso elétrico, libera também (através da migração e abertura das 
vesículas sinápticas) substâncias químicas denominadas neurotransmissores. Elas se 
difundem através da fenda sináptica atingindo o dendrito do neurônio que fica à jusante 
(pós-sináptico). Aberturas na superfície do terminal do dendrito, denominados receptores, 
ao serem penetradas pelos neurotransmissores, excitam o neurônio pós-sináptico. Se a 
soma de todas as excitações provenientes dos vários neurônios pré-sinápticos que atingem 
o pós-sináptico atingir ou superar certa intensidade-limite, ele dispara um pulso iônico por 
meio de seu axônio. 
Assim como os átomos constroem o mundo, essa "simples" proposição constrói uma 
mente. 
Diferentemente da computação algorítmica, uma rede neural pode, por meio de 
treinamento, sem alterar as ligações físicas entre os neurônios, modificar seu 
comportamento. Ou seja, uma rede neural que executa determinada tarefa, pode 
aprender a executar outra. Ela faz isso modificando a quantidade de 
neurotransmissores que atravessam a sinapse quando ela é excitada, ou seja, mudando a 
"força" da sinapse. 
No cérebro humano, ou a rede está processando ou está sendo reconfigurada. Ou está 
lendo o banco de dados e, para cada entrada, fornece uma saída; ou, então está mudando a 
"força" das sinapses para poder se adequar cada vez mais ao resultado adequado. Ou seja, 
ou estamos utilizando nossas redes, já configuradas, processando o dia a dia, 
ou estamos com o processamento desligado, reconfigurando sinapses, 
durante o sono. Isso significa que o processo de aprendizagem obedece ao 
ritmo circadiano (circa diem - ao redor do dia, ou seja, aproximadamente 24 horas). 
Ritmo eficiente 
Um cérebro de um adulto possui, em média, 1014 sinapses (100.000.000.000.000, ou seja, 
cem trilhões), podendo cada neurônio se interligar com centenas ou milhares de outros 
neurônios e, além disso, a estrutura é alterada diariamente através da mudança de "força" 
das sinapses. Coisa que acontece todas as noites durante o sono. Durante as 24 horas de 
um ciclo de aprendizagem, três coisas devem acontecer em ordem correta: 
1- Entender - que é quando se vê uma aula ou se lê um texto. 
2- Aprender - que é estudar verdadeiramente e solitariamente, de preferência 
fazendo algum exercício ou no mínimo escrevendo. Isso significa um 
incremento da inteligência. 
3- Fixar - ocorre durante o sono e com a alteração da quantidade de 
neurotransmissores nas sinapses. Essa atividade intensa gera ruído, que são 
os sonhos. 
Obviamente, essa reconfiguração é limitada, por isso o certo é estudar pouco, mas estudar 
todos os dias. Só assim somos capazes de subir os degraus da inteligência, um degrau por 
dia. 
Todas as noites você deve ter aprendido algo novo, conhecido o significado de uma palavra 
que não conhecia, deve ter lido um bom livro, aprendido uma nova técnica matemática, 
conseguido resolver uma charada, um quebra-cabeças, uma palavras-cruzadas ou 
aprendido uma nova técnica no xadrez. Enfim, aquilo que for importante para sua 
inteligência. Se você não fez nada disso, desperdiçou um dia. 
 
Ritmo equivocado 
O homem não fala porque pensa, ele pensa porque fala. 
O homem que fala errado, pensa errado. 
Nas escolas brasileiras ensina-se de forma totalmente equivocada! 
As tarefas são vistas apenas como complementos das aulas, quando na verdade as aulas 
são apenas um preparativo para as tarefas. 
Todos, motivados pelas escolas e pelas próprias famílias, estudam apenas para tirar boas 
notas e passar de ano; e não para aprender de verdade. 
Uma escola ideal teria como ciclo básico o 1. Entender, 2. Aprender e 3. Fixar. 
Mas na verdade tem apenas 1., 3. e lixo. Nas vésperas de provas é: 2., 2., 2., 2... e lixo 
novamente. 
Isso pode arruinar uma parte da vida dos alunos, afinal eles nunca estudam para aprender 
nada. Por sorte é possível reverter isso, estudando corretamente com o ciclo 1., 2. e 3., 
todos os dias. 
 
Esculpindo a águia 
A técnica conotativa de entender o mundo é baseada em, por exemplo, ao conhecer uma 
nova palavra, ir fazendo "chutes" e previsões baseadas na experiência prévia e nas 
informações que se têm. É uma técnica muito eficaz de aprendizagem. É assim, por 
exemplo, que aprendemos nosso idioma nativo. A técnica denotativa, ao contrário, consiste 
em apenas buscar o significado da palavra nova de forma mais simples possível, na 
Wikipedia ou no dicionário, por exemplo. 
A técnica conotativa, obviamente, encontra certas dificuldades, quando se limita demais os 
conhecimentos/experiências prévios chega-se em uma conotação limitada, sujeita a vícios. 
Por muito tempo se pensou que o cérebro e a inteligência eram puramente consequências 
genéticas e que a tarefa da escola ou dos pais era apenas a de melhor utilizar o cérebro que 
o genoma humano deu a criança. O fato é que isso não é verdade. Recentes descobertas da 
neurologia desmistificaram isso. 
Um bebê saudável nasce com aproximadamente cem bilhões de neurônios interconectados 
por algo como cinquenta trilhões de sinapses. Em pouco tempo, há um acréscimo 
gigantesco chegando-se em incríveis mil trilhões de sinapses. Durante essa fase, as 
sinapses que não estão sendo utilizadas são desfeitas, de forma a deixar 
apenas a "fiação essencial". 
É assim que nosso cérebro se molda às necessidades do ambiente. E é por isso 
que se deve ter estímulos adequados, com objetos sólidos, sonoros e coloridos, e claro, 
nada de porcaria eletrônica, assim, é possível se obter uma "fiação essencial" mais 
eficiente. O crescimento e desbaste das sinapses são levadas até os 10/12 anos, 
ou seja, é uma época fundamental para o desenvolvimento adequado da 
inteligência da criança. 
Fica óbvio como temos que alterar as regras do jogo, seja nas escolas, ou nas famílias: 
pouca ou nenhuma atenção é dada para o desenvolvimento adequado da inteligência, se 
valendo dos dados da neurologia para isso. 
 
Césio-137 
Essa fase (capítulo anterior) ocorre porque a quantidade de bytes presentes no genoma 
humano não é capaz de formar um cérebro funcional. Os bytes faltantes são 
fornecidos pelo ambiente, através da estimulação sensorial. Começando nos 
primeiros meses de vida e durando até perto da puberdade, onde restam apenas "poucas" 
sinapses. Ou seja, é importantíssimo nessa fase fornecer estímulos que gerem o 
máximo de complexidade para os circuitos que irão formar a "fiação 
essencial" do cérebro. Obviamente, deixar a criança com atividades inúteis não ajuda 
em nada nesse processo, na verdade até atrapalha. Essa criação/poda de sinapses ocorre 
durante o sono, logo, se percebe que ela é tão importante justamente pelo tempo que os 
bebês passam dormindo. 
Essa é a primeira fase do desenvolvimento de inteligência, a segunda é, como já visto, a 
reconfiguração das sinapses. Que ocorre desde sempre, mas só ganha mais destaque 
quando a primeira fase, de poda desinapses, deixa de ter tanta importância. 
No início da infância, a predisposição aos estímulos faz com que as aulas sejam realmente 
importantes para o desenvolvimento da inteligência, então as crianças ouvem, veem e 
fazem um pouco no processo de estudo. Mas com o passar do tempo menor é a 
importância de se assistir aulas e maior é a importância do fazer no ato de 
estudar. 
Um ambiente muito pobre em estímulos pode sim reduzir a capacidade da "fiação" do 
cérebro, mas isso, salvo casos específicos, não cria deficientes neurológicos, no máximo 
deficientes mentais, que insistem em não aproveitar o potencial espetacular de seu 
cérebro. Se alguém não possui deficiências neurológicas, pode aumentar sua 
inteligência indefinidamente. 
O acidente com cloreto de césio-137 em Goiânia, onde pessoas ficaram fascinadas com a 
característica de brilhar no escuro do cloreto de césio-137 é muito similar a "inclusão 
digital" que estamos fazendo: colocando telas e mais telas na frente de crianças que 
precisam de estímulos reais e não virtuais. E isso é feito em casa, por irresponsabilidade 
dos pais, mas nas escolas também, através da politicagem e seus computadores em cada 
escola. Em vez de estímulos adequados damos cloreto de césio-137 para as crianças, 
porque deixa elas mais entretidas, pois “brilha no escuro”. 
 
A super digitalização do mundo cria efeitos catastróficos na inteligência média das pessoas, 
começando com a TV nos anos 90 e 2000, chegando aos videogames, computadores, 
internet e smartphones; tudo isso emburrecerá uma geração. E estamos fazendo isso sem 
refletir nas consequências, afinal não evoluímos para ter esses estímulos virtuais, nosso 
corpo é resultado de milhões de anos de evolução, e nenhuma tela! 
 
O vitral e a vidraça 
A abundância de comida (em países desenvolvidos, pelo menos) acabou traindo alguns de 
nossos instintos mais básicos de sobrevivência: achar comida. Daí surgem os problemas de 
obesidade, colesterol, hipertensão, etc. 
Mas a evolução não é apenas “ruim” para os humanos modernos, ela também nos 
transformou em verdadeiras máquinas de aprender. 
Nossos ancestrais perceberam que a melhor maneira de passar seu conhecimento era 
através das histórias; contavam-se histórias e por meio milhão de anos essa foi a mais 
importante atividade cultural/intelectual. Isso até a invenção dos livros, claro. Os livros 
são a maior conquista evolutiva que tivemos. Afinal, com eles é possível contar 
histórias independentemente de barreiras geográficas ou temporais. Antes de qualquer 
coisa, pais e, principalmente, professores, devem ser professores e 
incentivadores da leitura. 
O Prof. Pier defende exaustivamente que a leitura deva ser realizada com livros físicos, de 
papel mesmo. E não em telas. No máximo em dispositivos que simulem a leitura por 
reflexão – Kindle, por exemplo. Afinal, nas telas há o recebimento de uma luz emitida, e 
colorida em escala RGB. No papel a luz é refletida e as cores são em escala CMYK. Há uma 
diferença crucial na assimilação das duas formas de leitura. 
Deve-se ler qualquer livro, desde que ele seja prazeroso para a pessoa que o lê. As escolas e 
vestibulares deformam isso exigindo a leitura de "clássicos" que, no geral, fazem as 
crianças/adolescentes perderam o interesse pela leitura. 
Fazendo analogia com algo dito por Isaac Asimov, durante a leitura é como se estivéssemos 
em um quarto fechado e algo interessante estivesse acontecendo do lado de fora: a 
literatura "clássica" é como um vitral todo enfeitado, que é a expressão da arte de 
qualidade, mas que não deixa as pessoas não preparadas ou acostumadas com a leitura 
verem o que está acontecendo de interessante do lado de fora; já a literatura "comum" é 
uma vidraça, que deixa essas pessoas verem com extrema clareza as histórias. O que 
importa aqui não é a técnica do livro, mas seu conteúdo, que deve fazer com que o leitor se 
sinta submerso na história, fazendo parte dela e de forma extremamente prazerosa. Óbvio 
que os livros clássicos são importantíssimos e devem ser apreciados, mas não por 
iniciantes. 
Professores (e pais) devem utilizar livros como referências para explicar certas coisas no 
ensino: por exemplo, quando se estuda as camadas do Planeta Terra, nada melhor do que 
ler junto o "Viagem ao Centro da Terra", de Júlio Verne. Alguns professores e pais 
deturpam isso, mostrando no máximo os filmes ou documentários relacionados aos 
assuntos. Afinal, eles mesmos não possuem o hábito de ler constantemente e por prazer. O 
que deveriam fazer era estimular a leitura constantemente nas crianças (e pessoas no 
geral). 
Cada livro, de preferência os, no mínimo, bem escritos, acrescentam um 
pouco de inteligência às pessoas. Por isso é necessário ler muito. 
 
Parte 4 – O novo professor 
 
Melhorando as condições 
O sistema educacional brasileiro é uma grande farsa. Está totalmente errado e 
comprometido. É culpa da corrupção e da falta de organização/competência. Ou seja, não 
apenas dos políticos, mas de todos os cidadãos. 
Os professores não são bem remunerados e respeitados graças a uma sequência de 
infortúnios ao longo do tempo. Há poucas décadas, os professores eram respeitados, 
admirados e muito bem remunerados. Mas, a partir das politicagens da "democratização" 
do ensino, os erros foram se acumulando. As faculdades de pedagogia beiram o absurdo, 
não há a devida preparação de alguns profissionais, ou seja, são completamente medíocres. 
Essa "democratização" atraiu muitos pela facilitação no cargo de professor. Com isso, 
infelizmente para os bons professores, a profissão foi desprestigiada, com má-
remuneração e abusos estatais. Os professores - mesmo os melhores - precisam trabalhar 
horas e mais horas em diversas escolas e ainda ter de realizar funções que não deveriam 
ser deles: como corrigir tarefas e provas, realizar o diário de classe, etc. Além do fato da 
má-educação generalizada, com as famílias servindo de antagonistas em vez de parceiras 
na educação dos jovens; um verdadeiro inferno. Como consequência óbvia, muitos dos que 
seriam bons professores simplesmente nunca chegaram a ser professores, afinal, nessa 
situação, não vale a pena. 
O que veio tentar resolver isso foram as escolas particulares, que antigamente não tinham 
prestígio algum, mas hoje são sinônimo de "boa educação". Mais uma farsa boba. 
A resposta para esses problemas foi dada há anos, em diversas instituições de cursinhos, 
principalmente aquela em que o Prof. Pier ministrava aulas. 
Primeiro: as salas de aula precisam de mais alunos. Nos anos iniciais há uma relevância 
maior para o ouvir, ver e fazer em sala de aula. Mas com o passar dos anos cada vez menor 
se torna essa importância, devendo o estudo ser feito, principalmente, de forma 
autodidata e solitária. De nada adianta dez alunos estarem assistindo a aula de um 
professor medíocre. O melhor seriam duzentos alunos assistindo a aula de um professor 
genial, assim como é nos cursinhos, e foi com o Prof. Pier. É claro que para isso é preciso 
antes uma mudança comportamental muito grande do antro de má-educação que assola o 
país. Quanto mais alunos há em uma turma, melhor remunerado o professor pode ser. 
O segundo ponto seria criar uma OPB (organização dos professores do Brasil), e assim 
como a OAB, realizar auditorias externas para os professores, selecionando apenas os 
melhores e mais preparados para o cargo. 
Se um professor (ou qualquer um) quer criar bons leitores, ele mesmo deve 
ser um bom leitor. 
Se um professor (ou qualquer um) quer criar bons estudantes, ele mesmo 
deve ser um bom estudante. 
Precisamos desburocratizar o processo de educação (a burocracia burra, claro) e enrijecer 
o de examinar, tanto para os alunos, quanto para os professores. 
Lembrando que os professores - assim como já dito antes - não devem avaliar os alunos, 
apenas verificar o andamento dos conhecimentos do aluno. 
Se quem ensina não examina, poderá ensinar cada vez melhor. E quanto 
melhor ensinar, maisvalorizado será. E quanto mais valorizado, mais 
eficiente. E quanto mais eficiente, melhor ensina. É um ciclo vicioso. 
É preciso também dar autoridade aos professores. Como a "fé pública", por exemplo. Onde 
sua palavra vale mais do que a do aluno ou de seu pai. 
 
O papel do Estado 
E é claro que para tudo isso precisa-se também de muita DISCIPLINA e RESPEITO. Coisa 
que não se vê muito por aí. 
No passado, as escolas públicas eram de extrema qualidade, já as particulares, não. Hoje 
esse papel se inverteu. Era +/- como o ensino superior nos dias atuais. 
O poder absoluto que os professores possuíam causava sim certa "corrupção": alguns 
professores eram ditatoriais e faziam o errado, um dos grandes argumentos (tolos, diga-se 
de passagem) para que isso não exista mais. Como resolver o problema dos professores que 
abusam do poder? É simples, retire todo o poder dos professores! 
As autoridades do ensino/políticos não estão nem aí para a situação da educação. Eles só 
querem mentir com estatísticas falaciosas e pagarem de alfabetizadores de uma nação. 
Os analfabetos e incultos estão assumindo o controle de tudo, se tornando maioria e, pior, 
tornando a burrice como normalidade. 
Mesmo que melhorarmos a valorização dos professores e dermos a sorte de um bom gestor 
se tornar autoridade de ensino, ainda sim é pouco provável que o Estado seja capaz de 
transformar a educação brasileira em uma de Primeiro Mundo. A verdadeira função do 
Estado é a redistribuição mais igualitária de renda e equalização de oportunidades. 
Mesma a escola do passado não nos serviria mais nos dias de hoje. Até porque ela era 
elitista (outro motivo da "democratização"), selecionando apenas os "talentos". Em vez de 
selecionarmos talentos, devemos criar talentos. 
Lembre-se: quem ensina, não examina. A função do Estado deveria ser apenas a de 
examinar. Criando exames nacionais para aprovação de ano após ano, do primário ao 
ensino superior. Comprovando também tudo o que já se aprendeu, não apenas o conteúdo 
do ano, ou seja, exames cumulativos. Deve-se tirar das escolas qualquer possibilidade de 
ela fornecer diplomas e certificados. Quem faz isso são os exames, e apenas eles. 
Obviamente, a tarefa de examinação deveria ser terceirizada e, principalmente, fiscalizada. 
A função do Estado seria apenas a de administrar. 
Privatiza-se a escola e as examinadoras, em vez de ensino público o Estado fornece, por 
meio de bolsas, o ensino para aqueles que não podem pagar. Quem quiser ir para as 
melhores escolas, deverá ser capaz disso, tirando boas notas nas auditorias externas. É 
claro que também deve-se desburocratizar a educação: tanto faz quantos dias letivos terá 
cada ano, ou quantos alunos terá em cada sala; aprovando nos exames nacionais, ótimo. 
Inclusive, não deveria existir obrigatoriedade de ir à escola, permitindo estudos 
autodidatas (homeschooling) e EAD (óbvio que não para tudo, é impossível formar um 
médico EAD, por exemplo). 
Dessa forma poderíamos nos tornar uma potência educadora, e muito mais futuramente! 
É óbvio que é um sonho. Alguns anos já se passaram desde a publicação deste livro, e 
desde o falecimento do Prof. Pier. Mas, provavelmente, é a única saída para resolver o 
buraco em que a educação brasileira está. Já o buraco da cultura, bom, sabe-se lá como 
resolver esse. 
 
Administrando o rombo do casco 
O objetivo das escolas, mesmo sem nenhuma grande reformulação, é tornar os alunos cada 
vez mais inteligentes. Apenas isso e nada mais. Através de: 
a- Ensinar a assistir a aula: respeito e disciplina, exigidos por todos os professores, 
diretores e, principalmente, famílias. Sem permitir qualquer barulho/bagunça 
atrapalhando as aulas, que, apesar de não serem o momento mais importante, são 
muitíssimas relevantes para fomentar a curiosidade e estimular o estudo. Uma mudança 
cultural deveria acontecer: é impossível ter alunos bem educados se os pais não são bem 
educados. 
b- Ensinar a estudar: estudar hoje a aula vista hoje. Estudar fazendo, com papel e 
caneta na mão e não digitando ou grifando partes. Estimular a importância disso nos 
alunos, mas não com provas, obrigações e notas. Mas porque é importante para eles. 
c- Criar o prazer pela leitura: sem livros obrigatórios e valendo nota. Cada aluno deve 
achar o seu livro, só assim é possível fomentar o prazer da leitura. O máximo que o 
professor deve fazer é disponibilizar um leque de livros corretos para cada faixa-etária. 
Ampliar também os gêneros literários. Chega de preconceitos com ficção científica, por 
exemplo. Quem paga de espertão da literatura e critica livros de ficção científica 
geralmente faz isso por não conseguir entender e captar os aspectos do Quadrivium 
contidos neles (disciplinas exatas). 
 
Parte 5 - Encerrando 
 
Leituras aconselhadas 
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O Macaco Nu - Desmond Morris 
O Gene Egoísta - Richard Dawkins 
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Os Dragões do Éden - Carl Sagan 
 
Outras recomendações: 
Fahrenheit 451 – Ray Bradbury 
Trilogia da Fundação - Isaac Asimov 
Frankenstein – Mary Shelley 
Troia - Cláudio Moreno 
Nevasca - Neal Stephenson 
O Conde de Monte Cristo - Alexandre Dumas 
O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien 
O Homem do Castelo Alto - Phillip K. Dick 
O Senhor das Moscas - Golding 
Para além do futuro – C. M. Kornbluth 
Neuromancer - William Gibson 
O Fim da Infância - Arthur Clarke 
O Homem Ilustrado - Ray Bradbury 
Moby Dick – Herman Meville 
A Mão Esquerda da Escuridão - Úrsula LeGuin 
 
 
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