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Resumo estruturado: ensinando inteligência Aviso de direitos autorais: o presente resumo não possui qualquer pretensão financeira ou comercial, reservando todos os direitos autorais e de propriedade intelectual aos respectivos autores e editoras. Este material é disponibilizado com o objetivo de oferecer conteúdo para estudo e discussão da obra, bem como o simples teste de qualidade, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida a venda, aluguel, ou quaisquer usos comerciais do presente conteúdo. 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A maneira como se ensina pedagogia no Brasil é completamente errada, afinal, não passa de um antro ideológico. As escolas simplesmente ignoram o que deveria ser o ciclo básico de estudo: a- Aula assistida com atenção. b- Tarefa estudada no mesmo dia. c- Boa noite de sono. Há foco apenas nas aulas, ignorando completamente duas etapas que na verdade são ainda mais importantes do que assistir uma aula. A pedagogia devia perceber que os estudantes têm cérebro! E utilizar as mais recentes descobertas da neurologia para trazer máximo proveito, tornando assim os alunos mais inteligentes e capazes. É possível mudar as regras do jogo da educação brasileira, e até rapidamente. É só começar a fazer as coisas certas. Incentivando as coisas certas, como o estudo rotineiro, a leitura constante, etc. Parte 2 - Mudando comportamentos O processo O teste para a mudança das regras do jogo já foi feito, por exemplo, pelo cursinho em que o Prof. Pier ministrava aulas: uma turma com 200 alunos, que não fazia o menor barulho, sem serem repreendidos pelos próprios alunos, totalmente focada na aula. Sem presença, sem provas em datas específicas, sem ditatorialismo. Apenas um simulado, mas que é feito com total interesse pelo aluno, afinal ele precisa ir bem nas auditorias externas que irá passar. A desculpa de alguns pais, professores ou "autoridades do ensino" para isso é que os alunos dos cursinhos são mais maduros, "sabem o que querem", estão mais motivados. Obviamente ninguém - ou quase ninguém - pensa no óbvio de tentar aprender com o que é feito lá. Ao contrário da escola comum, nos cursinhos, o réu, que é o aluno, enfrenta o promotor, que é a banca organizadora da prova que ele cursará, o policial, que é o monitor que passa nos corredores durante a prova, e o juiz, que é quem corrige a prova. O professor nisso tudo é apenas o advogado de defesa. Alguém que está do lado do aluno, e que vai ajudá-lo a chegar em seus objetivos. Na escola comum, o professor é o promotor, o monitor e o juiz. E ainda obriga o aluno a ficar preso nas "horas de aula". O resultado é óbvio. Quem ensina... não examina! As notas, além de objetivo final da escola, também são utilizadas como "arma" pelos professores, seja para controlar os alunos ou para ameaçá-los. O professor não pode ser o inimigo, tem de ser o aliado que ajudará o aluno a vencer as provas que ele tiver que vencer. Sem provas, sem regras estúpidas, nada disso é necessário. Apenas um objetivo em comum: aprender. A verdadeira missão de um professor não é ensinar, é fazer o aluno aprender. Avaliação x verificação A verificação de conhecimentos (simulados) é uma técnica muito mais eficaz de estudo do que a utilização de avaliações (provas). As avaliações devem ser feitas externamente, fora de contato com o processo de aprender. Os professores não devem julgar os alunos, e sim se submeterem a um julgamento solidariamente a seu aluno perante uma corte externa. Existe uma diferença fundamental entre verificação de aprendizado (ação altamente positiva e motivadora e que permite aos alunos uma oportunidade para corrigir falhas, evidenciar e eliminar dúvidas, etc.) e avaliação (puro julgamento). A tapeçaria de Penélope O cérebro dos nossos alunos lembra muito a tapeçaria de Penélope, em Odisseia: quando Ulisses passa muitos anos sem retornar de Troia e é tido como morto, Penélope, sua suposta viúva, é intimada a encontrar um novo pretendente para que ocupe o trono de Ítaca como novo rei. Ela então afirma que fará isso quando terminar de tecer uma tapeçaria. Desacreditando da morte de Ulisses, durante o dia ela tece sua tapeçaria, mas a noite desfaz grande parte do trabalho para ganhar tempo. Penélope fazendo tapeçaria – obra de Michel Corneille. No cérebro dos alunos acontece o mesmo, intencionalmente ou não, durante o dia, horas e mais horas de aulas, mas durante a noite tudo o que eles supostamente "aprenderam" é desfeito. E eles sabem disso. Por isso que estudam apenas um dia antes ou no mesmo dia das provas: para não dar tempo de esquecer. Essa cultura de obrigatoriedade de notas e provas faz exatamente isso: deforma o ato de estudar em uma grande encenação que visa apenas tirar boas notas e passar de ano, sem importar os métodos utilizados para isso. O segredo não é aumentar o tempo de estudo, muito menos o tempo de aula. O segredo é estudar corretamente. Todo dia, todo dia, todo santo dia. A pseudopedagogia brasileira precisa se transformar em uma pedagogia de verdade, e de preferência em uma neuropedagogia: que leve em consideração que os alunos pensam porque têm cérebro. Parte 3 – Alunos têm cérebro Onde está o pinguim? Quando pensamos, por exemplo, em um pinguim, nosso cérebro nos "mostra" a imagem de um pinguim. Mas o fato é que essa imagem não está gravada em nossa memória. O que está gravado é o código, o caminho neural para lembrarmos da sensação de vermos um pinguim de verdade (ou da ficção) quando pensarmos em um. A memória não salva todas as coisas completamente, ela salva os caminhos, os códigos para que lembremos das coisas quando necessário. Assim como um computador: uma imagem salva é na verdade uma sequência de códigos que podem ser interpretados por leitores de imagem, a diferença é que nos computadores há apenas uma mudança nos códigos, no cérebro há também uma mudança de hardware, ou seja, física. Aprender é justamente isso: modificar a estrutura física do cérebro para mais caminhos neurais serem criados e, quanto mais caminhos neurais e dendritos forem criados, mais complexo esse emaranhado fica, e mais inteligentes nos tornamos. Redes neurais Se fosse possível analisar apenas um átomo de ouro, por exemplo, nele não seriam encontradas as características do metal ouro. O que dá as características ao ouro é a junção de milhões de átomos diferentes. Ou seja, as características de um conjunto de átomos não são as características de um único individual. Basicamente, os neurônios funcionam na mesma premissa. Um neurônio não pensa. Quem pensa é o conjunto de neurônios denominado rede neural. Ao contrário de um interruptor comum, ou “enfim”, de um sistema mais simples, uma rede neural se utiliza de princípios como os de programação “IF, ELSE e THEN”, e além disso é reconfigurável. Muitos pensam que cada neurônio seja equivalente a um bit, no entanto, estão subestimando a capacidade do cérebro, afinal um bit carrega 256 vezes menosinformações do que um byte. A verdadeira carga de informação que um neurônio carrega não está no bit que ele dispara, mas sim na complexidade de seu sistema "IF, ELSE e THEN". Em um conjunto de neurônios, os dendritos (ramificações) recebem e compartilham informações com outros neurônios, se essas informações preencherem determinadas condições, o neurônio dispara um pulso elétrico por meio do axônio. Como esse pulso elétrico não é transmitido por elétrons, mas sim por íons que se aproveitam da mudança de permeabilidade da membrana, sua transmissão é muito lenta. A função da baia de mielina é justamente aumentar a "velocidade" de transmissão do pulso elétrico, criando espaços onde a membrana não está em contato com o meio circundante. Quando o pulso chega à extremidade do axônio, é transmitido a outros dendritos que estão conectados a outros neurônios. É a chamada sinapse. E elas transmitem a informação de um neurônio a outro não mais por sinais elétricos, mas sim por mensagens químicas. Quando o neurônio que fica à montante na sinapse (pré- sináptico) dispara o pulso elétrico, libera também (através da migração e abertura das vesículas sinápticas) substâncias químicas denominadas neurotransmissores. Elas se difundem através da fenda sináptica atingindo o dendrito do neurônio que fica à jusante (pós-sináptico). Aberturas na superfície do terminal do dendrito, denominados receptores, ao serem penetradas pelos neurotransmissores, excitam o neurônio pós-sináptico. Se a soma de todas as excitações provenientes dos vários neurônios pré-sinápticos que atingem o pós-sináptico atingir ou superar certa intensidade-limite, ele dispara um pulso iônico por meio de seu axônio. Assim como os átomos constroem o mundo, essa "simples" proposição constrói uma mente. Diferentemente da computação algorítmica, uma rede neural pode, por meio de treinamento, sem alterar as ligações físicas entre os neurônios, modificar seu comportamento. Ou seja, uma rede neural que executa determinada tarefa, pode aprender a executar outra. Ela faz isso modificando a quantidade de neurotransmissores que atravessam a sinapse quando ela é excitada, ou seja, mudando a "força" da sinapse. No cérebro humano, ou a rede está processando ou está sendo reconfigurada. Ou está lendo o banco de dados e, para cada entrada, fornece uma saída; ou, então está mudando a "força" das sinapses para poder se adequar cada vez mais ao resultado adequado. Ou seja, ou estamos utilizando nossas redes, já configuradas, processando o dia a dia, ou estamos com o processamento desligado, reconfigurando sinapses, durante o sono. Isso significa que o processo de aprendizagem obedece ao ritmo circadiano (circa diem - ao redor do dia, ou seja, aproximadamente 24 horas). Ritmo eficiente Um cérebro de um adulto possui, em média, 1014 sinapses (100.000.000.000.000, ou seja, cem trilhões), podendo cada neurônio se interligar com centenas ou milhares de outros neurônios e, além disso, a estrutura é alterada diariamente através da mudança de "força" das sinapses. Coisa que acontece todas as noites durante o sono. Durante as 24 horas de um ciclo de aprendizagem, três coisas devem acontecer em ordem correta: 1- Entender - que é quando se vê uma aula ou se lê um texto. 2- Aprender - que é estudar verdadeiramente e solitariamente, de preferência fazendo algum exercício ou no mínimo escrevendo. Isso significa um incremento da inteligência. 3- Fixar - ocorre durante o sono e com a alteração da quantidade de neurotransmissores nas sinapses. Essa atividade intensa gera ruído, que são os sonhos. Obviamente, essa reconfiguração é limitada, por isso o certo é estudar pouco, mas estudar todos os dias. Só assim somos capazes de subir os degraus da inteligência, um degrau por dia. Todas as noites você deve ter aprendido algo novo, conhecido o significado de uma palavra que não conhecia, deve ter lido um bom livro, aprendido uma nova técnica matemática, conseguido resolver uma charada, um quebra-cabeças, uma palavras-cruzadas ou aprendido uma nova técnica no xadrez. Enfim, aquilo que for importante para sua inteligência. Se você não fez nada disso, desperdiçou um dia. Ritmo equivocado O homem não fala porque pensa, ele pensa porque fala. O homem que fala errado, pensa errado. Nas escolas brasileiras ensina-se de forma totalmente equivocada! As tarefas são vistas apenas como complementos das aulas, quando na verdade as aulas são apenas um preparativo para as tarefas. Todos, motivados pelas escolas e pelas próprias famílias, estudam apenas para tirar boas notas e passar de ano; e não para aprender de verdade. Uma escola ideal teria como ciclo básico o 1. Entender, 2. Aprender e 3. Fixar. Mas na verdade tem apenas 1., 3. e lixo. Nas vésperas de provas é: 2., 2., 2., 2... e lixo novamente. Isso pode arruinar uma parte da vida dos alunos, afinal eles nunca estudam para aprender nada. Por sorte é possível reverter isso, estudando corretamente com o ciclo 1., 2. e 3., todos os dias. Esculpindo a águia A técnica conotativa de entender o mundo é baseada em, por exemplo, ao conhecer uma nova palavra, ir fazendo "chutes" e previsões baseadas na experiência prévia e nas informações que se têm. É uma técnica muito eficaz de aprendizagem. É assim, por exemplo, que aprendemos nosso idioma nativo. A técnica denotativa, ao contrário, consiste em apenas buscar o significado da palavra nova de forma mais simples possível, na Wikipedia ou no dicionário, por exemplo. A técnica conotativa, obviamente, encontra certas dificuldades, quando se limita demais os conhecimentos/experiências prévios chega-se em uma conotação limitada, sujeita a vícios. Por muito tempo se pensou que o cérebro e a inteligência eram puramente consequências genéticas e que a tarefa da escola ou dos pais era apenas a de melhor utilizar o cérebro que o genoma humano deu a criança. O fato é que isso não é verdade. Recentes descobertas da neurologia desmistificaram isso. Um bebê saudável nasce com aproximadamente cem bilhões de neurônios interconectados por algo como cinquenta trilhões de sinapses. Em pouco tempo, há um acréscimo gigantesco chegando-se em incríveis mil trilhões de sinapses. Durante essa fase, as sinapses que não estão sendo utilizadas são desfeitas, de forma a deixar apenas a "fiação essencial". É assim que nosso cérebro se molda às necessidades do ambiente. E é por isso que se deve ter estímulos adequados, com objetos sólidos, sonoros e coloridos, e claro, nada de porcaria eletrônica, assim, é possível se obter uma "fiação essencial" mais eficiente. O crescimento e desbaste das sinapses são levadas até os 10/12 anos, ou seja, é uma época fundamental para o desenvolvimento adequado da inteligência da criança. Fica óbvio como temos que alterar as regras do jogo, seja nas escolas, ou nas famílias: pouca ou nenhuma atenção é dada para o desenvolvimento adequado da inteligência, se valendo dos dados da neurologia para isso. Césio-137 Essa fase (capítulo anterior) ocorre porque a quantidade de bytes presentes no genoma humano não é capaz de formar um cérebro funcional. Os bytes faltantes são fornecidos pelo ambiente, através da estimulação sensorial. Começando nos primeiros meses de vida e durando até perto da puberdade, onde restam apenas "poucas" sinapses. Ou seja, é importantíssimo nessa fase fornecer estímulos que gerem o máximo de complexidade para os circuitos que irão formar a "fiação essencial" do cérebro. Obviamente, deixar a criança com atividades inúteis não ajuda em nada nesse processo, na verdade até atrapalha. Essa criação/poda de sinapses ocorre durante o sono, logo, se percebe que ela é tão importante justamente pelo tempo que os bebês passam dormindo. Essa é a primeira fase do desenvolvimento de inteligência, a segunda é, como já visto, a reconfiguração das sinapses. Que ocorre desde sempre, mas só ganha mais destaque quando a primeira fase, de poda desinapses, deixa de ter tanta importância. No início da infância, a predisposição aos estímulos faz com que as aulas sejam realmente importantes para o desenvolvimento da inteligência, então as crianças ouvem, veem e fazem um pouco no processo de estudo. Mas com o passar do tempo menor é a importância de se assistir aulas e maior é a importância do fazer no ato de estudar. Um ambiente muito pobre em estímulos pode sim reduzir a capacidade da "fiação" do cérebro, mas isso, salvo casos específicos, não cria deficientes neurológicos, no máximo deficientes mentais, que insistem em não aproveitar o potencial espetacular de seu cérebro. Se alguém não possui deficiências neurológicas, pode aumentar sua inteligência indefinidamente. O acidente com cloreto de césio-137 em Goiânia, onde pessoas ficaram fascinadas com a característica de brilhar no escuro do cloreto de césio-137 é muito similar a "inclusão digital" que estamos fazendo: colocando telas e mais telas na frente de crianças que precisam de estímulos reais e não virtuais. E isso é feito em casa, por irresponsabilidade dos pais, mas nas escolas também, através da politicagem e seus computadores em cada escola. Em vez de estímulos adequados damos cloreto de césio-137 para as crianças, porque deixa elas mais entretidas, pois “brilha no escuro”. A super digitalização do mundo cria efeitos catastróficos na inteligência média das pessoas, começando com a TV nos anos 90 e 2000, chegando aos videogames, computadores, internet e smartphones; tudo isso emburrecerá uma geração. E estamos fazendo isso sem refletir nas consequências, afinal não evoluímos para ter esses estímulos virtuais, nosso corpo é resultado de milhões de anos de evolução, e nenhuma tela! O vitral e a vidraça A abundância de comida (em países desenvolvidos, pelo menos) acabou traindo alguns de nossos instintos mais básicos de sobrevivência: achar comida. Daí surgem os problemas de obesidade, colesterol, hipertensão, etc. Mas a evolução não é apenas “ruim” para os humanos modernos, ela também nos transformou em verdadeiras máquinas de aprender. Nossos ancestrais perceberam que a melhor maneira de passar seu conhecimento era através das histórias; contavam-se histórias e por meio milhão de anos essa foi a mais importante atividade cultural/intelectual. Isso até a invenção dos livros, claro. Os livros são a maior conquista evolutiva que tivemos. Afinal, com eles é possível contar histórias independentemente de barreiras geográficas ou temporais. Antes de qualquer coisa, pais e, principalmente, professores, devem ser professores e incentivadores da leitura. O Prof. Pier defende exaustivamente que a leitura deva ser realizada com livros físicos, de papel mesmo. E não em telas. No máximo em dispositivos que simulem a leitura por reflexão – Kindle, por exemplo. Afinal, nas telas há o recebimento de uma luz emitida, e colorida em escala RGB. No papel a luz é refletida e as cores são em escala CMYK. Há uma diferença crucial na assimilação das duas formas de leitura. Deve-se ler qualquer livro, desde que ele seja prazeroso para a pessoa que o lê. As escolas e vestibulares deformam isso exigindo a leitura de "clássicos" que, no geral, fazem as crianças/adolescentes perderam o interesse pela leitura. Fazendo analogia com algo dito por Isaac Asimov, durante a leitura é como se estivéssemos em um quarto fechado e algo interessante estivesse acontecendo do lado de fora: a literatura "clássica" é como um vitral todo enfeitado, que é a expressão da arte de qualidade, mas que não deixa as pessoas não preparadas ou acostumadas com a leitura verem o que está acontecendo de interessante do lado de fora; já a literatura "comum" é uma vidraça, que deixa essas pessoas verem com extrema clareza as histórias. O que importa aqui não é a técnica do livro, mas seu conteúdo, que deve fazer com que o leitor se sinta submerso na história, fazendo parte dela e de forma extremamente prazerosa. Óbvio que os livros clássicos são importantíssimos e devem ser apreciados, mas não por iniciantes. Professores (e pais) devem utilizar livros como referências para explicar certas coisas no ensino: por exemplo, quando se estuda as camadas do Planeta Terra, nada melhor do que ler junto o "Viagem ao Centro da Terra", de Júlio Verne. Alguns professores e pais deturpam isso, mostrando no máximo os filmes ou documentários relacionados aos assuntos. Afinal, eles mesmos não possuem o hábito de ler constantemente e por prazer. O que deveriam fazer era estimular a leitura constantemente nas crianças (e pessoas no geral). Cada livro, de preferência os, no mínimo, bem escritos, acrescentam um pouco de inteligência às pessoas. Por isso é necessário ler muito. Parte 4 – O novo professor Melhorando as condições O sistema educacional brasileiro é uma grande farsa. Está totalmente errado e comprometido. É culpa da corrupção e da falta de organização/competência. Ou seja, não apenas dos políticos, mas de todos os cidadãos. Os professores não são bem remunerados e respeitados graças a uma sequência de infortúnios ao longo do tempo. Há poucas décadas, os professores eram respeitados, admirados e muito bem remunerados. Mas, a partir das politicagens da "democratização" do ensino, os erros foram se acumulando. As faculdades de pedagogia beiram o absurdo, não há a devida preparação de alguns profissionais, ou seja, são completamente medíocres. Essa "democratização" atraiu muitos pela facilitação no cargo de professor. Com isso, infelizmente para os bons professores, a profissão foi desprestigiada, com má- remuneração e abusos estatais. Os professores - mesmo os melhores - precisam trabalhar horas e mais horas em diversas escolas e ainda ter de realizar funções que não deveriam ser deles: como corrigir tarefas e provas, realizar o diário de classe, etc. Além do fato da má-educação generalizada, com as famílias servindo de antagonistas em vez de parceiras na educação dos jovens; um verdadeiro inferno. Como consequência óbvia, muitos dos que seriam bons professores simplesmente nunca chegaram a ser professores, afinal, nessa situação, não vale a pena. O que veio tentar resolver isso foram as escolas particulares, que antigamente não tinham prestígio algum, mas hoje são sinônimo de "boa educação". Mais uma farsa boba. A resposta para esses problemas foi dada há anos, em diversas instituições de cursinhos, principalmente aquela em que o Prof. Pier ministrava aulas. Primeiro: as salas de aula precisam de mais alunos. Nos anos iniciais há uma relevância maior para o ouvir, ver e fazer em sala de aula. Mas com o passar dos anos cada vez menor se torna essa importância, devendo o estudo ser feito, principalmente, de forma autodidata e solitária. De nada adianta dez alunos estarem assistindo a aula de um professor medíocre. O melhor seriam duzentos alunos assistindo a aula de um professor genial, assim como é nos cursinhos, e foi com o Prof. Pier. É claro que para isso é preciso antes uma mudança comportamental muito grande do antro de má-educação que assola o país. Quanto mais alunos há em uma turma, melhor remunerado o professor pode ser. O segundo ponto seria criar uma OPB (organização dos professores do Brasil), e assim como a OAB, realizar auditorias externas para os professores, selecionando apenas os melhores e mais preparados para o cargo. Se um professor (ou qualquer um) quer criar bons leitores, ele mesmo deve ser um bom leitor. Se um professor (ou qualquer um) quer criar bons estudantes, ele mesmo deve ser um bom estudante. Precisamos desburocratizar o processo de educação (a burocracia burra, claro) e enrijecer o de examinar, tanto para os alunos, quanto para os professores. Lembrando que os professores - assim como já dito antes - não devem avaliar os alunos, apenas verificar o andamento dos conhecimentos do aluno. Se quem ensina não examina, poderá ensinar cada vez melhor. E quanto melhor ensinar, maisvalorizado será. E quanto mais valorizado, mais eficiente. E quanto mais eficiente, melhor ensina. É um ciclo vicioso. É preciso também dar autoridade aos professores. Como a "fé pública", por exemplo. Onde sua palavra vale mais do que a do aluno ou de seu pai. O papel do Estado E é claro que para tudo isso precisa-se também de muita DISCIPLINA e RESPEITO. Coisa que não se vê muito por aí. No passado, as escolas públicas eram de extrema qualidade, já as particulares, não. Hoje esse papel se inverteu. Era +/- como o ensino superior nos dias atuais. O poder absoluto que os professores possuíam causava sim certa "corrupção": alguns professores eram ditatoriais e faziam o errado, um dos grandes argumentos (tolos, diga-se de passagem) para que isso não exista mais. Como resolver o problema dos professores que abusam do poder? É simples, retire todo o poder dos professores! As autoridades do ensino/políticos não estão nem aí para a situação da educação. Eles só querem mentir com estatísticas falaciosas e pagarem de alfabetizadores de uma nação. Os analfabetos e incultos estão assumindo o controle de tudo, se tornando maioria e, pior, tornando a burrice como normalidade. Mesmo que melhorarmos a valorização dos professores e dermos a sorte de um bom gestor se tornar autoridade de ensino, ainda sim é pouco provável que o Estado seja capaz de transformar a educação brasileira em uma de Primeiro Mundo. A verdadeira função do Estado é a redistribuição mais igualitária de renda e equalização de oportunidades. Mesma a escola do passado não nos serviria mais nos dias de hoje. Até porque ela era elitista (outro motivo da "democratização"), selecionando apenas os "talentos". Em vez de selecionarmos talentos, devemos criar talentos. Lembre-se: quem ensina, não examina. A função do Estado deveria ser apenas a de examinar. Criando exames nacionais para aprovação de ano após ano, do primário ao ensino superior. Comprovando também tudo o que já se aprendeu, não apenas o conteúdo do ano, ou seja, exames cumulativos. Deve-se tirar das escolas qualquer possibilidade de ela fornecer diplomas e certificados. Quem faz isso são os exames, e apenas eles. Obviamente, a tarefa de examinação deveria ser terceirizada e, principalmente, fiscalizada. A função do Estado seria apenas a de administrar. Privatiza-se a escola e as examinadoras, em vez de ensino público o Estado fornece, por meio de bolsas, o ensino para aqueles que não podem pagar. Quem quiser ir para as melhores escolas, deverá ser capaz disso, tirando boas notas nas auditorias externas. É claro que também deve-se desburocratizar a educação: tanto faz quantos dias letivos terá cada ano, ou quantos alunos terá em cada sala; aprovando nos exames nacionais, ótimo. Inclusive, não deveria existir obrigatoriedade de ir à escola, permitindo estudos autodidatas (homeschooling) e EAD (óbvio que não para tudo, é impossível formar um médico EAD, por exemplo). Dessa forma poderíamos nos tornar uma potência educadora, e muito mais futuramente! É óbvio que é um sonho. Alguns anos já se passaram desde a publicação deste livro, e desde o falecimento do Prof. Pier. Mas, provavelmente, é a única saída para resolver o buraco em que a educação brasileira está. Já o buraco da cultura, bom, sabe-se lá como resolver esse. Administrando o rombo do casco O objetivo das escolas, mesmo sem nenhuma grande reformulação, é tornar os alunos cada vez mais inteligentes. Apenas isso e nada mais. Através de: a- Ensinar a assistir a aula: respeito e disciplina, exigidos por todos os professores, diretores e, principalmente, famílias. Sem permitir qualquer barulho/bagunça atrapalhando as aulas, que, apesar de não serem o momento mais importante, são muitíssimas relevantes para fomentar a curiosidade e estimular o estudo. Uma mudança cultural deveria acontecer: é impossível ter alunos bem educados se os pais não são bem educados. b- Ensinar a estudar: estudar hoje a aula vista hoje. Estudar fazendo, com papel e caneta na mão e não digitando ou grifando partes. Estimular a importância disso nos alunos, mas não com provas, obrigações e notas. Mas porque é importante para eles. c- Criar o prazer pela leitura: sem livros obrigatórios e valendo nota. Cada aluno deve achar o seu livro, só assim é possível fomentar o prazer da leitura. O máximo que o professor deve fazer é disponibilizar um leque de livros corretos para cada faixa-etária. Ampliar também os gêneros literários. Chega de preconceitos com ficção científica, por exemplo. Quem paga de espertão da literatura e critica livros de ficção científica geralmente faz isso por não conseguir entender e captar os aspectos do Quadrivium contidos neles (disciplinas exatas). Parte 5 - Encerrando Leituras aconselhadas Clique no livro e será direcionado ao link de compra (Amazon). Os Três Livros Fundamentais do Prof. Pier: O Macaco Nu - Desmond Morris O Gene Egoísta - Richard Dawkins https://amzn.to/3aR2Ci4 https://amzn.to/3INAwRA Os Dragões do Éden - Carl Sagan Outras recomendações: Fahrenheit 451 – Ray Bradbury Trilogia da Fundação - Isaac Asimov Frankenstein – Mary Shelley Troia - Cláudio Moreno Nevasca - Neal Stephenson O Conde de Monte Cristo - Alexandre Dumas O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien O Homem do Castelo Alto - Phillip K. Dick O Senhor das Moscas - Golding Para além do futuro – C. M. Kornbluth Neuromancer - William Gibson O Fim da Infância - Arthur Clarke O Homem Ilustrado - Ray Bradbury Moby Dick – Herman Meville A Mão Esquerda da Escuridão - Úrsula LeGuin https://amzn.to/3RL4fyz https://amzn.to/3ctJ2ZW https://amzn.to/3IQOMJg https://amzn.to/3yKNue0 https://amzn.to/3aTs3Qf https://amzn.to/3zjhI9N https://amzn.to/3B2FA2t https://amzn.to/3IQ1BU4 https://amzn.to/3yQgDEM https://amzn.to/3v2AGim https://www.estantevirtual.com.br/livros/c-m-kornbluth/para-alem-do-futuro/2051593744 https://amzn.to/3aR45oA https://amzn.to/3PkC2x3 https://amzn.to/3PnBoyA https://amzn.to/3cpJjNk https://amzn.to/3cnLy3K
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