Buscar

geografia econômica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 210 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 210 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 210 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2018
GeoGrafia econômica
Prof. Talita Cristina Zechner Lenz
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof. Talita Cristina Zechner Lenz
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
L575g
 Lenz, Talita Cristina Zechner 
 Geografia econômica. / Talita Cristina Zechner Lenz. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2018.
 202 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0226-6
1.Geografia econômica. – Brasil. 2.Brasil – Condições econômicas. 
– Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 330.981
III
apresentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina de Geografia Econômica. 
Esta disciplina procura analisar como estão distribuídas e localizadas as 
atividades econômicas ao longo do globo e quais são as causas e condições 
que nos ajudam a compreender quais os fatores econômicos, sociais, culturais 
e ambientais interferem nos padrões de distribuição. Trata-se de uma 
disciplina abrangente, que envolve tanto conteúdos teóricos e conceituais, 
bem como contempla elementos de natureza empírica.
A primeira unidade do livro didático introduz as bases conceituais que 
norteiam a disciplina de geografia econômica. Inicia-se o estudo da disciplina 
com a exposição da retrospectiva história da geografia econômica, que 
remonta ao século XVI, quando o conhecimento mais abrangente da geografia 
foi se aprimorando ao longo dos anos devido ao desenvolvimento de mapas e 
diários de viagem que tinham várias descrições dos povos nativos, do clima, 
da paisagem e dos níveis de produtividade de vários locais. Na sequência 
será tratado e explicado quais campos do conhecimento estão atrelados à 
geografia econômica na atualidade. Outro assunto relevante da unidade é a 
explicação sobre as principais teorias de localização, consideradas basilares 
no estudo da geografia econômica. Serão estudadas ainda as diferenças entre 
crescimento econômico e desenvolvimento. Além disso, aborda-se a questão 
do desenvolvimento regional sob o prisma econômico.
Na segunda unidade são trabalhados os conceitos de sistemas 
econômicos apresentando os elementos que o caracterizam. Avançando, 
discute-se a temática dos blocos econômicos e das diferentes formas de 
regionalismos e de acordos regionais, que são estabelecidos entre os países. 
São analisadas a natureza e a intensidade das relações que se firmam entre 
os membros envolvidos. Ademais, a segunda unidade versa ainda sobre 
globalização e alguns dos seus impactos na divisão territorial do trabalho.
A terceira unidade do livro de estudos trata do panorama da geografia 
econômica no Brasil. Neste sentido, o primeiro tema trabalhado são os 
marcos históricos relacionados à formação econômica do Brasil. Em seguida, 
discorre-se sobre a produção agropecuária no Brasil. Por fim, apresentam-se 
alguns aspectos relevantes da produção industrial no Brasil na atualidade.
Aproveite o seu livro didático e bons estudos!
Profª Talita Cristina Zechner Lenz
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA ...................... 1
TÓPICO 1 – O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA? ...................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 BREVE HISTÓRICO ............................................................................................................................ 3
3 DISCUSSÕES CONCEITUAIS .......................................................................................................... 4
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 17
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 18
TÓPICO 2 – A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS DE LOCALIZAÇÃO ................. 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 UM OLHAR SOBRE AS PRINCIPAIS TEORIAS DE LOCALIZAÇÃO ................................... 19
2.1 JOHANN H. VON THUNEN E O ESTADO ISOLADO (1826) ................................................ 20
2.2 ALFRED WEBER – TEORIA DA LOCALIZAÇÃO DAS INDÚSTRIAS (1909) ..................... 22
2.3 AUGUST LÖSCH – A ECONOMIA DA LOCALIZAÇÃO (1940) ............................................ 25
3 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS TEORIAS DE LOCALIZAÇÃO ............................................... 26
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 34
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 35
TÓPICO 3 – CONCEITOS RELEVANTES NO ESTUDO DA GEOGRAFIA 
 ECONÔMICA: CRESCIMENTO ECONÔMICO E DESENVOLVIMENTO ....... 37
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 37
2 BUSCANDO EXPLICAÇÕES NAS ORIGENS ............................................................................... 37
3 A IDEIA DE CRESCIMENTO ECONÔMICO ................................................................................ 38
4 O CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO ..................................................................................... 42
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 49
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 50
TÓPICO 4 – GEOGRAFIA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL ..............................................53
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 53
2 O QUE SE ENTENDE POR DESENVOLVIMENTO REGIONAL? ............................................ 53
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 55
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 64
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 65
UNIDADE 2 – SISTEMAS ECONÔMICOS, INTEGRAÇÃO REGIONAL
 E GLOBALIZAÇÃO ..................................................................................................... 67
TÓPICO 1 – SISTEMAS ECONÔMICOS: DEFINIÇÕES CONCEITUAIS ................................. 69
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 69
2 O QUE SÃO SISTEMAS ECONÔMICOS? ..................................................................................... 69
3 OS SEIS MOTIVOS QUE LEVARAM O IMPÉRIO SOVIÉTICO
 À RUÍNA DE MANEIRA SURPREENDENTE ............................................................................... 76
4 SUGESTÃO DE AULA ....................................................................................................................... 84
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 89
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 90
sumário
VIII
TÓPICO 2 – BLOCOS ECONÔMICOS .............................................................................................. 91
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 91
2 REGIONALISMOS E BLOCOS COMERCIAIS ............................................................................. 91
3 EXEMPLOS DE BLOCOS ECONÔMICOS .................................................................................... 98
3.1 UNIÃO EUROPEIA .......................................................................................................................102
4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ACORDOS
 DE INTEGRAÇÃO REGIONAL ....................................................................................................107
5 PARLAMENTO DO MERCOSUL ...................................................................................................108
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................113
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................114
TÓPICO 3 – GLOBALIZAÇÃO E DIVISÃO TERRITORIAL
 E INTERNACIONAL DO TRABALHO .....................................................................115
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................115
2 GLOBALIZAÇÃO ..............................................................................................................................116
3 DIVISÃO TERRITORIAL DO TRABALHO ................................................................................120
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................123
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................130
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................131
UNIDADE 3 – BREVE HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA 
 E O ESPAÇO ECONÔMICO ATUAL .....................................................................133
TÓPICO 1 – BREVE HISTÓRIA DA ECONOMIA DO BRASIL .................................................135
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................135
2 CICLO DO PAU-BRASIL ..................................................................................................................135
3 CICLO DA CANA-DE-AÇÚCAR ....................................................................................................141
4 CICLO DO OURO ..............................................................................................................................146
5 CICLO DO ALGODÃO ....................................................................................................................149
6 CICLO DA BORRACHA ...................................................................................................................151
7 CICLO DO CAFÉ ...............................................................................................................................154
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................157
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................159
TÓPICO 2 – O ESPAÇO ECONÔMICO BRASILEIRO NA ATUALIDADE:
 A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA BRASILEIRA ..................................................161
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................161
2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA AGRICULTURA BRASILEIRA ..............................161
3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTCAS DA PECUÁRIA NO BRASIL ...........................................168
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................174
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................175
TÓPICO 3 – O ESPAÇO ECONÔMICO BRASILEIRO NA ATUALIDADE:
 A PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA .........................................................177
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................177
2 BREVES APONTAMENTOS SOBRE A HISTÓRIA DA
 INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA............................................................................................177
3 A DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS INDÚSTRIAS ..........................................................180
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................186
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................191
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................192
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................195
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA 
GEOGRAFIA ECONÔMICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• conhecer a evolução histórica do conceito de Geografia Econômica;
 
• compreender as principais definições de Geografia Econômica;
• conhecer as principais Teorias de Localização Relacionadas à Geografia 
Econômica;
• distinguir as diferenças conceituais entre crescimento e desenvolvimento 
econômico;
 
• conhecero conceito de desenvolvimento regional.
Esta unidade está organizada em quatro tópicos. Ao final de cada um 
deles, você encontrará atividades que o farão compreender o processo de 
aprendizagem dos temas abordados.
TÓPICO 1 – O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA?
TÓPICO 2 – A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS DE 
LOCALIZAÇÃO
TÓPICO 3 – CONCEITOS RELEVANTES NO ESTUDO DA GEOGRAFIA 
ECONÔMICA – CRESCIMENTO ECONÔMICO E 
DESENVOLVIMENTO
TÓPICO 4 – GEOGRAFIA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA?
1 INTRODUÇÃO
Para iniciar o estudo da Geografia Econômica é necessário explicar a gênese 
desta disciplina. Assim como ocorre em outras áreas da geografia, como geografia 
humana ou da população, a Geografia Econômica surge entrelaçada com outras 
áreas do conhecimento, como a economia, história e a agricultura. Neste tópico, 
iremos fazer esse retrospecto histórico e entender qual é a delimitação, isto é, a 
área de alcance, dos estudos da Geografia Econômica.
2 BREVE HISTÓRICO
Para começar o estudo da Geografia Econômica, inicialmente será feito 
um breve retrospecto histórico sobre este campo de conhecimento da geografia. 
De acordo com Krugman (2017), a retrospectiva histórica da geografia econômica 
remonta ao século XVI, quando o conhecimento mais abrangente da geografia 
foi se aprimorando ao longo dos anos devido ao desenvolvimento de mapas e 
diários de viagem que tinham várias descrições dos povos nativos, do clima, da 
paisagem e dos níveis de produtividade de vários locais. Ou seja, os avanços da 
ciência denominada cartográfica contribuíram para que se formasse o campo de 
estudos da Geografia Econômica.
UNI
Ademais, convém mencionar que as relações econômicas e espaciais que se 
estabelecem são fruto de dinâmicas sociais. Neste sentido, a Geografia Econômica constitui-
se em um campo de estudos ligados à Geografia Humana.
Devido ao vasto conhecimento fornecido por esses periódicos e 
documentos cartográficos, foi possível identificar e estabelecer padrões de 
comércio transcontinental que levaram ao desenvolvimento da teoria e prática 
econômica a partir do século XVI (KRUGMAN, 2017). 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
4
Posteriormente, o conhecimento geográfico foi se popularizando e entre 
os fatores que ajudam a explicar esta popularização destaca-se a contribuição 
da Segunda Guerra Mundial. Após o término da Segunda Guerra Mundial, o 
mundo enfrentava uma série de mazelas econômicas e dificuldades sociais 
e, neste sentido, a Geografia Econômica passou a ser vista como uma área de 
estudo apta a contribuir com a recuperação, desenvolvimento e crescimento da 
economia (KRUGMAN, 2017). Várias teorias, como o Determinismo Climático, 
de Ellsworth Huntington, e a Teoria dos Lugares Centrais, de Walter Christaller, 
desempenharam papel relevante neste período. Na sequência, iremos analisar 
algumas destas teorias precursoras.
3 DISCUSSÕES CONCEITUAIS
Segundo Araújo Júnior (2015, p. 141), “a geografia econômica estuda as 
relações econômicas que se dão no espaço do globo terrestre entre os países e 
dentro deles e explica porque determinadas áreas crescem e outras não”. Além 
disso, segundo o referido autor, a geografia econômica “tenta compreender os 
processos de evolução da economia mundial, a importância da mão de obra, dos 
recursos naturais e energéticos no desenvolvimento econômico das sociedades, 
estruturados em conceitos como sociedade em rede, espaços de fluxos e espaço 
de lugares. “(ARAÚJO JÚNIOR, 2015, p. 141).
A Geografia Econômica é a área acadêmica que estuda a dimensão 
geográfica da escala das economias no contexto das mudanças econômicas. 
Por dimensão geográfica, compreende-se aspectos como localização, distância, 
proximidade/separação, vizinhança e aglomeração, enfim, preocupa-se em 
estudar a organização espacial das atividades econômicas em todo o mundo 
(KRUGMAN, 2017; TARTARUGA, 2017). 
A Geografia Econômica vale-se de vários conceitos fundamentais da 
geografia, tais como espaço, território, região, entre outros, para procurar descrever e 
explicar a estrutura e a dinâmica dos fenômenos econômicos (TARTARUGA, 2017). 
Sánchez Hernández (2003) pontua que a Geografia Econômica pode ser 
definida como o estudo da materialização desigual e diferenciada das atividades 
econômicas no território. Além disso, Sánches Hernández (2003) ressalta que a 
referida materialização não assume o lugar e a mesma forma nas distintas escalas 
geográficas de análises, porque os fatores e agentes dominantes não são idênticos 
em cada nível. Por isso, o estudo particular de cada escala de materialização 
precisa combinar-se com os estudos dos mecanismos de articulação interescalar, 
com o intuito de permitir que a Geografia Econômica possa estudar de maneira 
coerente a interação que se estabelece entre economia e território (SANCHES 
HERNÁNDEZ, 2003). 
TÓPICO 1 | O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA?
5
UNI
Você lembra o que significa escala, no âmbito dos estudos geográficos?
FIGURA 1 – ESCALA CARTOGRÁFICA X ESCALA GEOGRÁFICA 
FONTES: <https://degeografiayotrascosas.wordpress.com/actividades-del-mes/representacion-
del-espacio-geografico/> e <https://br.pinterest.com/pin/529665606157732275/>. 
 Acesso em: 28 maio 2018.
Para recordar este conteúdo, selecionamos um fragmento de artigo 
publicado no Boletim de Geografia para esclarecer a distinção entre escala 
cartográfica e escala geográfica. Acompanhe conosco!
CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESCALA
Para os geógrafos e cartógrafos, a escala como medição/cálculo ou como 
recortes do território é um conceito muito importante. Não há leitura em um 
mapa sem determinação da escala, assim como não há análise de fenômenos 
sem que seja esclarecida a escala geográfica adotada.
Segundo Turner (1989), a palavra escala é usada em muitos contextos, 
denotando frequentemente diferentes aspectos no espaço e no tempo. O 
entendimento e o uso correto da escala são fundamentais em pesquisas 
geográficas, cartográficas e ambientais, ou em todas aquelas que se realizem 
sobre o espaço geográfico no qual ocorrem os fenômenos (MENEZES; 
COELHO NETO, 2002). [...]
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
6
Com base no fragmento apresentado é possível afirmar, de maneira 
resumida, que a ideia de escala cartográfica nos remete à noção de medição e 
fração, isto é, uma delimitação baseada em cálculos, elemento indispensável para 
a construção de mapas. Já a escolha da escala de análise de um determinado 
estudo geográfico fica a critério do pesquisador, que irá optar por uma escala 
para analisar um fenômeno. Neste sentido, a escala tanto pode ser um recorte 
conhecido como o nível “estadual” ou “municipal”, bem como pode ser um bairro 
ou, ainda, uma determinada área onde se concentram empresas de determinado 
setor. Portanto, no plano dos estudos geográficos, é preciso ter cuidado ao afirmar 
que um fenômeno é de grande ou de pequena escala, porque esta interpretação 
depende dos caminhos metodológicos percorridos em cada pesquisa. 
Agora que você retomou esta distinção, lembre-se de tomar em conta a 
diferença ao longo dos seus estudos no Curso de Geografia. 
Retomando o debate sobre a Geografia Econômica, ao longo dos anos a 
disciplina adotou várias abordagens para diferentes assuntos, como a localização 
das indústrias, os benefícios que as empresas obtêm ao se localizarem próximas 
umas das outras (economias de aglomeração), a geografia de transportes que 
estuda a conexão e o movimento entre pessoas e bens. Outros assuntos estudados 
no plano da geografia econômica incluem a relação entre meio ambiente e 
economia, comércio internacional, economia em áreas urbanas e economia e 
planejamento urbano (KRUGMAN, 2017). 
Para auxiliar sua compreensão, apresenta-se na sequência uma figura 
que mostra de maneira resumida aspectos relevantes discutidos no plano da 
Geografia Econômica.
Devido à inexistência de clareza e à falta de consenso sobre o que 
seria o conceitode escala geográfica, ou ainda, um conceito de escala útil, 
que permitisse a análise geográfica dos fenômenos, que se confunde com a 
escala cartográfica (CASTRO, 1996). Segundo a autora, a escala geográfica é “a 
escolha de uma forma de dividir o espaço, definindo uma realidade percebida/
concebida, é uma forma de dar-lhe uma figuração, uma representação, um 
ponto de vista que modifica a percepção da natureza deste espaço e, finalmente, 
um conjunto de representações coerentes e lógicas que substituem o espaço 
observado”. A autora enfatiza ainda a inversão do conceito de escala fração 
(escala cartográfica) e a escala geográfica, argumentando que seria no mínimo 
estranho dizer que a evolução de uma voçoroca é um fenômeno de grande 
escala, enquanto que a deriva continental é um fenômeno de pequena escala, 
colocando em voga o entendimento disto ao cartógrafo, que pensaria nas 
escalas adequadas para a representação no mapa. [...] Grifo nosso. 
FONTE: MARQUES, Américo José; GALO, Maria de Lourdes Bueno Trindade. Escala 
geográfica e escala cartográfica: distinção necessária. Boletim de Geografia, p. 47-55, 2009. 
Disponível em: <https://bit.ly/2NUti59>. Acesso em: 28 maio 2018.
TÓPICO 1 | O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA?
7
FIGURA 2 - GEOGRAFIA ECÔNOMICA E SUAS RELAÇÕES 
Localização
Organização
espacial
Diferenciação
Interação
EconomiaTerritório
Lugar
Região
Escala
O conceito 
de Geografia 
Econômica nos 
remete a quais 
expressões?
FONTE: A autora (2018)
O propósito desta imagem é que ela possa lhe auxiliar no seu processo 
de estudo, reforçando os principais elementos que compõem o leque de estudos 
da Geografia Econômica. Krugman (2017) observa que, tendo em vista a ampla 
área de estudos da Geografia Econômica, esta disciplina envolve vários ramos de 
atuação, conforme se observa na figura a seguir.
FIGURA 3 – RAMOS DE ATUAÇÃO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
Geografia da Agricultura
Este é o ramo que investiga a superfície da Terra que foi transformada 
por atividades humanas cujo foco principal é as estruturas e a 
paisagem agrícola.
Geografia da Indústria
Este ramo está atrelado ao estudo da posição ou localização de uma 
determinada indústria, matérias-primas, produtos e distribuição e 
como isso afeta sua produtividade.
Geografia do Comércio Internacional
O comércio internacional é feito através das fronteiras internacionais. 
A geografia do comércio internacional estuda os padrões e teorias 
utilizadas.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
8
FONTE: Adaptado de Krugman (2017)
Convém observar que, independentemente do ramo de atuação da 
Geografia Econômica, observa-se que, de maneira geral, existem alguns agentes 
em comum que fazem parte do objeto de estudo desta ciência. Segundo Tartaruga 
(2017, p. 191), tais agentes seriam: trabalho, empresa e Estado.
 
O trabalho é considerado, há muito tempo, um elemento central para a 
geração de valor na economia. Nos últimos aos, a natureza da força de 
trabalho e do próprio trabalho vem sofrendo importantes mudanças, em 
função da globalização da economia, como no nível de qualificação da 
mão de obra, no padrão do emprego (a exemplo da flexibilização) e nas 
questões de gênero. As pesquisas têm direcionado forte atenção, também, 
no desempenho econômico da empresa em novas formas de análise, como 
as redes empresariais e as perspectivas culturais e institucionais das firmas. 
Igualmente, o papel do Estado é um aspecto essencial para os estudos 
geográficos-econômicos, no sentido de sua atuação no território para criar 
as condições econômicas e sociais para o desenvolvimento geral. 
Além disso, Aoyama et al. (2011) (apud TARTARUGA, 2017) explicam 
que também compete à Geografia Econômica examinar algumas das fontes de 
dinamismo econômico em regiões e países, que são a inovação, o empreendedorismo 
e a acessibilidade. 
Os debates sobre inovação centralizam reflexões de pesquisadores e 
tomadores de decisões, sobretudo em países mais desenvolvidos. Neste sentido, 
estudos de Geografia Econômica têm comprovado que os processos de inovação 
são altamente dependentes do contexto e da história de cada território, sendo 
influenciados por fatores sociais e institucionais (TARTARUGA, 2017).
Sobre o aspecto do empreendedorismo, Tartaruga (2017) explica que 
este é um elemento considerado bastante relevante para a inovação e para a 
mudança econômica. No plano da geografia, tal fenômeno é estudado por meio 
de sua relação com os diferentes lugares, isto é, analisa a disponibilidade de 
trabalhadores qualificados, a estrutura industrial, além de aspectos como cultura 
regional e redes de empresas.
Geografia de Transporte e Comunicação
Este ramo investiga o movimento e a conexão de pessoas e bens ao 
tentar entender os complexos modos de transporte disponíveis na 
superfície da Terra.
Geografia das Finanças
Este ramo estuda principalmente os padrões geográficos das finanças 
globais e se concentra em compreender a criação de novos centros 
financeiros no mundo. Também estuda como vários fatores, como 
soberania e cultura, afetam a distribuição financeira.
Geografia de Recursos
Este é outro ramo importante que ajuda a determinar a localização 
dos recursos naturais, sua disponibilidade e como estes satisfazem as 
necessidades e desejos humanos.
TÓPICO 1 | O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA?
9
Acerca da acessibilidade, Tartaruga (2017) esclarece que, historicamente, 
no plano da Geografia Econômica, esta dimensão vem sendo analisada em termos 
da distância separando as pessoas e os lugares e os desafios para aproximar estes 
dois elementos. No período recente, incorporou-se no escopo de tais discussões 
o acesso às informações e ao conhecimento, face ao advento das tecnologias da 
informação e comunicação. 
Agora que discorremos sobre os principais elementos teóricos que 
compõem o campo de estudo da Geografia Econômica, vamos observar alguns 
exemplos práticos de seus desdobramentos? Para isso, selecionamos uma matéria 
de jornal que traz à tona alguns dos elementos mencionados. Acompanhe!
Matéria publicada no jornal Diário Catarinense em 26 de janeiro de 2018. 
SC LIDEROU GERAÇÃO DE EMPREGO NO BRASIL EM 2017
FÁBRICA DE PORTAS EM CAÇADOR: INDÚSTRIA PUXOU CRIAÇÃO DE 
VAGAS NO ESTADO
FONTE: Foto: Marco Favero / Diário Catarinense (2017)
Não é que a economia esteja pujante, mas há sinais de que, pouco a pouco, 
caminha-se no sentido da recuperação. Com atividade econômica diversificada, Santa 
Catarina vem retomando o crescimento mais rapidamente que outros estados. 
Prova disso é que foi o que mais gerou empregos em 2017, saldo de 29.441 postos 
de trabalho formais, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados 
(Caged) divulgado nesta sexta-feira, 26, pelo Ministério do Trabalho.
 
Santa Catarina foi na contramão do Brasil, que fechou 20,8 mil vagas, e o 
cenário catarinense foi muito melhor que nos anos anteriores. Em 2016 o Estado 
fechou 32,7 mil postos, e em 2015 bateu recorde negativo ao encerrar 58,6 mil. 
No entanto, o resultado de 2017 ainda é tímido comparado com os anos pré-
crise. Para se ter uma ideia, o saldo do ano passado foi o terceiro pior da série 
histórica do Caged, que começa em 2002. Em 2014, que esteve longe de ter um 
grande saldo, SC criou 53 mil postos.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
10
Observou como são analisados na prática alguns elementos teóricos 
tratados no texto? Note que aspectos como empregos, diversificação da indústria 
e desconcentração industrial são relevantes para compreender a dinâmica da 
geografia econômica de uma unidade federativa. 
Como sugestão de atividade prática do conteúdo deste tópico, selecionamos 
um plano de aula direcionado para alunos do primeiro ano do Ensino Médio e 
disponível no Portal do Professor. O tema da aula é Geografia e Economia: lições 
do cotidiano. Nesta sugestão de aula, o aluno é conduzido a observar na prática, 
sobretudo, como se engendram os fluxos geográficos relacionados à atividadeeconômica. 
Aproveite esta sugestão de aula para se inspirar e para pensar em formas 
de inovar no processo de condução das suas aulas (seja no momento atual ou no 
futuro). Acompanhe! 
Aula Geografia e Economia: lições do cotidiano, elaborada pela professora 
Izabel Castanha Gil.
FONTE: <http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2018/01/sc-liderougeracao-de-emprego-
no-brasil-em-2017-10134396.html>. Acesso em: 28 maio 2018.
— O ambiente de negócios em SC se manteve bastante propício, 
favorecendo o emprego, sem elevação de impostos, por exemplo, como 
aconteceu em outros Estados. Mesmo assim, não foi o suficiente para recuperar 
os resultados negativos dos outros anos, ainda há bastante capacidade ociosa – 
diz o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova. 
Ao longo de todo o ano passado, a alta foi puxada pela indústria, que, 
de janeiro a dezembro gerou 12,4 mil vagas. A seguir aparecem os serviços, com 
11,1 mil e comércio, com 8,7 mil. Foi um contexto diferente do observado em 
nível nacional, no qual a indústria teve a segunda maior redução entre os setores 
(-19,9 mil), atrás apenas da construção civil (-104 mil). O comércio foi o líder em 
criação de empregos no Brasil em 2017 ao gerar 40 mil vagas.
Para o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Glauco José 
Côrte, o modelo do setor industrial no Estado é o que faz a diferença:
— Temos a indústria mais diversificada do país e mais desconcentrada, 
espalhada por todo o Estado, então isso nos dá um equilíbrio, a nossa dependência 
de alguns setores é menor que de outros Estados – avalia Côrte.
Dentre as unidades da federação que tiveram redução no número de 
vagas formais, os líderes foram Rio de Janeiro (-92.192 postos), Alagoas (-8.255 
postos) e Rio Grande do Sul (-8.173 postos). Do lado oposto, entre as que mais 
geraram empregos, depois de SC aparecem Goiás (25.370 postos) e Minas Gerais 
(24.296 postos). [...]
TÓPICO 1 | O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA?
11
Dados da aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula?
• Identificar relações básicas entre geografia e economia, a partir da decodificação 
de produtos consumidos diariamente.
• Reconhecer a complexidade das relações estabelecidas entre a sociedade e a 
natureza para obtenção de recursos necessários à sobrevivência humana.
• Reconhecer a globalização econômica como a etapa contemporânea do modo 
capitalista de produção.
Duração das atividades
4 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno:
• Espaço geográfico como produto das relações humanas.
• Elementos da economia: produção, circulação e consumo.
• Meio técnico científico informacional: conceito.
Estratégias e recursos da aula
Aula indicada para a 1ª série do Ensino Médio.
Atividade 1
FIGURA 4 – MODO DE DISPOSIÇÃO DE ALIMENTOS
FONTE: <http://supergostei.blogspot.com.br/2011/04/despensa.html>.
Acesso em: 20 set. 2018.
 O professor deverá entregar aos alunos a planilha sugerida no Quadro 
1, solicitando que observem embalagens de produtos utilizados pela sua família. 
Eles poderão trazer embalagens vazias para a sala de aula ou levar a planilha para 
ser preenchida em casa. Essa planilha formará uma base de dados que subsidiará 
o preenchimento do Quadro 2, cujos itens constantes nos alvéolos ajudam a 
compreender a relação entre economia e geografia.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
12
QUADRO 1 – DECODIFICAÇÃO DE PRODUTOS CONSUMIDOS NO COTIDIANO
Produto
Ingredientes 
ou substâncias 
químicas
utilizadas na 
composição
Cidade e estado 
de origem
Nome do 
fabricante ou 
produtor
Nome do 
estabelecimento 
comercial ou do 
vendedor
Arroz 
Feijão 
Açúcar 
Sal 
Farinha de trigo 
Café 
Nescau 
Carne bovina 
Carne de frango 
Peixe 
Frutas, verduras 
e legumes frescos 
Alho 
Leite 
Ovos 
Refrigerante 
Margarina 
Sabonete 
Xampu 
Sabão em pó 
Outros 
FONTE: Gil (2013)
Considerando a diversidade de dados coletados, essa etapa do trabalho 
deverá ser feita individualmente. A partir da observação dos dados gerados, os 
alunos deverão responder ao que se pede:
TÓPICO 1 | O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA?
13
QUADRO 2 - INTERPRETAÇÃO DA BASE DE DADOS AUTOGERADA
1 – Identifique os produtos:
a) Consumidos in natura.
b) Minimamente processados.
c) Transformados industrialmente.
2 – Identifique os estados e regiões de origem dos produtos.
3 – Identifique onde ocorre maior concentração de:
a) Produção agrícola e pecuária.
b) Produção industrial.
4 – Identifique indústrias nacionais e multinacionais fabricantes dos produtos 
consultados.
5 – Em muitos produtos fabricados por indústrias multinacionais, lê- se: 
Indústria brasileira. Como se explica isso?
6 – Nas compras realizadas diretamente do produtor, é mais fácil sabermos os 
nomes das pessoas produtoras e vendedoras. Nas compras realizadas nos 
supermercados e lojas de grande porte, a impessoalidade é maior. Como se 
explica esse fato?
FONTE: Gil (2013)
Objetivando o aprofundamento conceitual do tema em estudo, o 
professor deverá distribuir cópias do organograma sugerido no Quadro 3 para 
que os quadros sejam respondidos, tendo como referência a planilha sugerida 
no Quadro 1. O acesso a esse recurso didático poderá ser feito por meio de cópia 
impressa ou virtual, esta última acessada no laboratório de informática.
Essa atividade deverá ser respondida em grupo de quatro pessoas, 
considerando a importância do compartilhamento das informações e, 
principalmente, da interpretação das mesmas. A observação do organograma 
facilita a formação de uma visão geral sobre o tema.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
14
QUADRO 3 – DECODIFICAÇÃO DA BASE DE DADOS GERADA PELOS ALUNOS 
Alimentos e higiene – relação entre geografia e econômia
Elementos estruturantes da economia de mercado
Prod. 
produzidos 
em pequenas 
propriedades 
rurais
Prod. de 
indústrias 
brasileiras
Prod. 
produzidos 
em grandes 
propriedades
Prod. de 
indústrias 
multinacionais
Produção 
manual ou 
artesanal
Matérias primas retiradas 
diretamente da natureza
Matérias primas 
artificiais
Elementos essenciais à 
produção
Elementos essenciais à 
transformação
Elementos essenciais à 
distribuição
FONTE: Gil (2013)
Com base nas informações dispostas no organograma, os grupos de 
alunos deverão responder aos seguintes questionamentos:
QUADRO 4 – INTEPRETAÇÃO DO ORGANOGRAMA PREENCHIDO NO QUADRO 3
1 – Quais relações se observam entre geografia e economia?
2 – Identifique o papel do trabalho nessas relações.
3 – Identifique o papel do capital nessas relações.
4 – Identifique o papel do Estado nessas relações.
5 – É possível identificar o processo de globalização econômica nessas 
relações? Justifique.
TÓPICO 1 | O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA?
15
6 – Nas relações representadas no organograma, identifique circunstâncias 
em que podem ocorrer:
 a) desigualdades sociais.
 b) impactos ambientais.
 c) trocas econômicas desiguais.
FONTE: Gil (2013)
As respostas deverão ser anotadas no livro do aluno e a socialização ocorrerá 
por meio de um debate. O professor deverá promover a formação de um grande 
círculo na sala de aula, estimulando a participação de todos.
Nesse momento, eles deverão estar com o Atlas geográfico em mãos para 
confirmação de alguns dados, por exemplo: 
a) localização espacial das áreas de maior e menor concentração industrial;
b) áreas de produção agrícola e pecuária;
c) áreas de maior e menor concentração populacional (mercado consumidor), 
entre outras informações.
Além dos itens para observação no parágrafo anterior, os alunos poderão 
estabelecer conexão entre a planilha preenchida com os produtos existentes em 
casa e o mapa conceitual. A partir da prática, poderão perceber a fundamentação 
teórica do tema.
 
Atividade 2
A conclusão da aula será feita com duas atividades:
1 – Os alunos receberão o artigo Conceitos e importância da geografia 
econômica,disponível em: <http://meuartigo.brasilescola.com/geografia/
conceitos-importancia-geografia-economica*.htm>, ou se for o caso, o professor 
poderá promover a sua leitura com o uso de um projetor com leitura, pelos 
alunos, em voz alta. Caso haja mais de uma turma na escola desenvolvendo a 
mesma atividade, é possível promover um debate entre elas, ampliando a visão 
dos estudantes.
2 – Num segundo momento, cada aluno do grupo deverá garimpar uma 
questão de vestibular, ENEM ou concurso público sobre a temática da geografia 
econômica, definir um aluno voluntário, com disponibilidade de tempo, para 
receber essas questões por e-mail, excluir aquelas repetidas, montar um arquivo 
e enviar ao professor, em nome do grupo. Este, por sua vez, selecionará algumas 
questões para discussão em sala de aula, reforçando conceitos ou esclarecendo 
dúvidas. Esse banco de questões dos alunos poderá ser aproveitado na avaliação 
institucional, quando se verificará a compreensão da temática estudada.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
16
Recursos complementares
Conhecendo os setores da economia. Disponível em: <http://
portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=667>.
Geografia econômica: encontros e desencontros de uma ciência de 
encruzilhada <http://www.apgeo.pt/files/section44/1227097241_Inforgeo_16_17_
p111a125.pdf>.
Matriz de referências do ENEM:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=arti-
cle&id=13318&Itemid=310&msg=1>.
Avaliação
Participação, interesse, pontualidade, são aspectos comportamentais 
e atitudinais que devem ser considerados na composição da média final. Em 
relação ao conhecimento, o professor deverá considerar o desempenho dos 
alunos nas interpretações propostas e na avaliação institucional. 
FONTE: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=51785>.
Acesso em 25 jun. 2018. 
UNI
Caro acadêmico! Os conteúdos trabalhados nesta disciplina de Geografia 
Econômica, são trabalhados de forma diluída tanto no ensino médio como no ensino 
fundamental. Nos livros didáticos direcionados para estas fases do ensino, você irá notar 
que temas como globalização, sistemas econômicos e regiões serão debatidos em distintos 
níveis de profundidade, condizentes com cada etapa dos estudos.
17
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Geografia Econômica estuda as relações econômicas que se dão no espaço 
do globo terrestre entre os países e dentro deles e explica porque determinadas 
áreas crescem e outras não.
• A Geografia Econômica pode ser definida como o estudo da materialização 
desigual e diferenciada das atividades econômicas no território.
• Ao longo dos anos, a Geografia Econômica adotou várias abordagens para 
diferentes assuntos, como a localização das indústrias, os benefícios que as 
empresas obtêm ao se localizarem próximas umas das outras (economias de 
aglomeração), a geografia de transportes, que estuda a conexão e o movimento 
entre pessoas e bens.
• Outros assuntos estudados no plano da Geografia Econômica incluem a relação 
entre meio ambiente e economia, comércio internacional, economia em áreas 
urbanas e economia e planejamento urbano. 
• Independentemente do ramo de atuação da Geografia Econômica, existem 
alguns agentes em comum fazem parte do objeto de estudo da geografia 
econômica: trabalho, empresa e Estado. 
RESUMO DO TÓPICO 1
18
1 De maneira geral, é possível afirmar que a geografia é a ciência que se dedica 
a compreender o espaço e a relação que ele estabelece com a sociedade e a 
natureza. Para atender este objetivo abrangente, a geografia se divide em 
várias áreas. Com relação à Geografia Econômica, assinale a alternativa 
CORRETA:
( ) O escopo de atuação da Geografia Econômica está restrito aos fenômenos 
de escala global, visto sua relevância no plano econômico internacional.
( ) A Geografia Econômica é uma área de pesquisa dedicada a entender a 
relação entre os processos sociais e os processos ambientais.
( ) A agricultura constitui-se no principal elemento de estudo da Geografia 
Econômica, considerando seu caráter estratégico na produção de alimentos. 
( ) A Geografia Econômica é o ramo do conhecimento responsável por 
compreender a lógica da produção e distribuição das atividades econômicas. 
2 Entre as atribuições da ciência geográfica, menciona-se que a geografia 
procura estudar a relação que se estabelece entre o conjunto inseparável de 
fixos e fluxos. Particularmente, no que se refere às atribuições da chamada 
geografia das finanças, assinale a alternativa CORRETA:
( ) A geografia das finanças analisa principalmente como a inflação interfere 
na taxa de desemprego dos países subdesenvolvidos. 
( ) Os geógrafos financeiros investigam a relação entre a microeconomia e os 
custos operacionais da produção de artefatos. 
( ) A geografia das finanças estuda os padrões das finanças globais e busca 
compreender como se formam os novos centros financeiros mundiais. 
( ) A geografia financeira estuda os padrões ocupacionais nos grandes centros 
urbanos, entendendo os mecanismos de variação dos preços. 
3 Historicamente, a atividade industrial constitui-se em um importante 
elemento do quadro econômico internacional. Tendo em vista sua relevância 
para a sociedade, de modo geral, alguns campos disciplinares procuram 
estudar a sua dinâmica. Neste sentido, disserte sobre a área de estudo da 
Geografia da Indústria.
AUTOATIVIDADE
19
TÓPICO 2
A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 
DE LOCALIZAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Conforme vimos no tópico anterior, o estudo da Geografia Econômica é 
abrangente e envolve o estudo de diferentes dimensões do objeto geográfico. Após 
aprendermos como se formou historicamente o campo disciplinar da Geografia 
Econômica e após identificar que elementos fazem parte do escopo de estudos 
desta disciplina, neste tópico iremos examinar algumas teorias fundamentais 
no campo da geografia econômica. Particularmente, neste momento, vamos 
estudar as chamadas teorias de localização, que historicamente tiveram um papel 
relevante na geografia. 
 
Tratando deste assunto, Santos (1977, p. 87) explica que:
[...] as diferenças entre lugares são o resultado do arranjo espacial dos 
modos de produção particulares. O ‘valor’ de cada local depende de 
níveis qualitativos e quantitativos dos modos de produção e da maneira 
como eles se combinam. Assim, a organização local da sociedade e 
do espaço reproduz a ordem internacional. [...] a localização dos 
homens, das atividades e das coisas no espaço explica-se tanto 
pelas necessidades ‘externas’, aquelas do modo de produção ‘puro’, 
quanto pelas necessidades ‘internas’, representadas essencialmente 
pela estrutura de todas as procuras e a estrutura de classes, isto é, a 
formação social propriamente dita. 
2 UM OLHAR SOBRE AS PRINCIPAIS TEORIAS DE 
LOCALIZAÇÃO
Para que possamos compreender como se estruturou a Geografia Econômica, 
é necessário compreender que existe um estreito entrelaçamento entre geografia 
econômica e economia espacial. Embora recebam denominações diferentes e a 
intensidade dos seus enfoques possa variar, é notável a aproximação destas duas 
áreas “irmãs”. O interesse de ambas está centrado em entender como os fenômenos 
econômicos se engendram no espaço. Lan (2017) pontua que é depois do começo 
da Revolução Industrial que economistas e geógrafos passaram a se dedicar e 
construir os fundamentos da localização industrial. Von Thünen é considerado 
pioneiro, como observa Lan (2017, p. 241): “é no começo do século XIX que nasceu 
a economia espacial, quando Von Thünen (1826) apresentou a teoria de localização 
das atividades agrícolas”. Vamos conhecer esta teoria?
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
20
2.1 JOHANN H. VON THUNEN E O ESTADO ISOLADO (1826)
Waibel (1948) explica que o primeiro economista que tratou, clara e 
sistematicamente, a influência da distância do mercado em relação à economia 
agrária foi Johann Heinrichvon Thünen. Thünen buscou explicar o padrão das 
atividades agrícolas em torno das cidades na Alemanha pré-industrial (THISSE, 
2011). Conhecida como Teoria do Estado Isolado, Von Thünen propôs um modelo 
para explicar a variação do uso do solo agrícola. Waibel (1948, p. 3) ressalta 
que: “o Estado Isolado é uma abstração relativamente ao espaço, à natureza e à 
economia”. (grifo nosso) 
Como se trata de um modelo abstrato, precisamos ter em mente que 
Von Thünen procurou explicar as formas de uso do solo agrícola considerando 
que algumas condições e circunstâncias se manteriam “estáveis”. Ou seja, trata-
se de um “modelo ideal” que procurou, à sua época, qual seria a melhor forma 
de utilizar e de tirar o melhor proveito possível do solo decorrente da atividade 
agrícola. Tenha em mente que mesmo em seu tempo, o propósito do modelo não 
era uma mera replicação e repetição do mesmo em vários recortes espaciais. O 
objetivo era criar um modelo apto para lançar luz e ajudar a entender como a 
produtividade da terra poderia ser incrementada. Vamos entender, então, quais 
eram as premissas consideradas “dadas” e “estáveis” neste modelo?
FIGURA 5 – POSTULADOS DA TEORIA DE VON THÜNEN
O modelo 
Von Thünen 
baseia-se nos 
seguintes 
postulados
1) área homogênea, economicamente ilhada, 
com as mesmas condições naturais e de 
transporte; isso significa que os custos de 
produção por unidade ficam iguais; 
3) no mercado, há uma competição viva entre 
produtores de tal maneira que eles mesmos 
não podem determinar os preços;
2) a demanda de bens agrícolas 
está concentrada na cidade;
4) a oferta de bens agrícolas está 
dispersa em uma planície uniforme.
FONTE: Adaptado de Lan (2017, p. 242)
De modo resumido, “Thünen postula a maximização da renda em função 
da distância e dos custos de transporte” (LAN, 2017, p. 242). Ou seja, o autor 
estava preocupado em explicar onde deveriam estar localizadas determinadas 
atividades agrícolas. Para isso, entendia que o fator fundamental para análise 
era o custo de transporte entre a área de plantio e o mercado consumidor. Para 
TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 
21
balizar este seu entendimento, Thünen desenvolveu a ideia de círculos (ou anéis) 
concêntricos. Lan (2017, p. 242) explica que “para Von Thünen, os cultivos se 
repartem em áreas concêntricas especializadas em atividades agrícolas, em 
função da distância da vila, e a competição pela terra determina a renda máxima 
que pode pagar um produtor agrícola”. Na sequência, apresentam-se os círculos 
concêntricos propostos por Von Thünen.
FIGURA 6 – CÍRCULOS CONCÊNTRICOS DE VON THÜNEN
FONTE: CABRAL, D. Von Thünen e o abastecimento madeireiro de centros urbanos pré-
industriais. Revista Brasileira de Estudos de População, 28 (2), 2011. 
Conforme se observa na figura, os círculos mais próximos da cidade 
(mercado consumidor) devem abrigar os produtos que são requeridos com maior 
frequência e que são mais perecíveis, isto é, produtos da horticultura. Por sua vez, 
os círculos mais distantes deveriam abrigar atividades como o cultivo de gado 
e conservação da floresta – atividades que não precisam estar tão próximas do 
mercado consumidor. A este respeito, Waibel (1948, p. 4) sustenta que: 
Assim, com o aumento da distância da cidade, a produção agrícola deve 
ser a que – de acordo com seu valor – exige menores tarifas de transporte e, 
além disso, a que não se deteriora com facilidade e não precisa ser consumida 
ainda fresca. Como a despesa de transporte dos produtos do campo até a cidade 
é igual para todos os pontos equidistantes do mercado urbano, os tipos de 
cultura agrária situar-se-ão em anéis ou faixas concêntricas, em torno da cidade, 
dispondo-se dos de maior intensidade, estes próximos ao centro, aos de menor, 
na periferia do Estado. 
Mercado Urbano
I – Horticultura intensiva
II – Silvicultura
III – Sistema rotativo de cereais e raízes 
IV – Sistema rotativo de cultura e pastagem
V – Sistema de três campos
VI – Criação de gado
VII – Floresta virgem
VIVII IV III II IV
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
22
Conforme podemos observar, a principal preocupação de Von Thünen 
é o efeito da localização sobre a atividade econômica. Embora atualmente este 
modelo seja considerado antigo e ultrapassado em alguns aspectos, ele continua 
a apresentar elementos relevantes para serem tomados em conta tanto para 
determinar as escolhas locacionais de produtores agrícolas, bem como, oferece 
pistas para se pensar em propostas de planejamento urbano mais alinhadas com 
as expectativas da população. 
2.2 ALFRED WEBER – TEORIA DA LOCALIZAÇÃO DAS 
INDÚSTRIAS (1909)
Seguindo a trajetória dos importantes teóricos que contribuíram para 
a formação da geografia econômica, outra contribuição importante foi a do 
economista alemão Alfred Weber – primeiro autor a desenvolver uma teoria global 
da localização industrial. O ponto de partida da teoria de Weber é a empresa 
(LAN, 2017). “Alfred Weber (1909) pretendeu definir uma teoria da localização 
industrial, tal como Von Thünen tinha pretendido definir uma de localização 
agrícola” (RAMOS, 2000, p. 21). 
No entendimento de Weber (2016), torna-se primordial saber onde 
determinada indústria está situada, levando em consideração a relação entre os 
custos de transporte, fontes de matérias-primas, a distância aos insumos e ao 
mercado. Ramos (2000) esclarece que para conceber sua teoria, Weber analisou 
os fatores que tinham capacidade de influenciar a localização das indústrias e, 
então, selecionou os três fatores de localização que considerou mais relevantes, a 
saber: ponto mínimo de custos de transporte; distorção do trabalho e, forças de 
aglomeração ou desaglomeração. Vamos entender melhor o que significa cada 
um destes fatores locacionais mencionados? Para começar, vamos acompanhar a 
definição trazida por Ramos (2000, p. 22) sobre cada fator, acompanhe:
a) o ponto mínimo de custos de transporte é determinado 
geometricamente, tendo em conta os dois elementos que condicionam 
esse custo, isto é, o peso e a distância. A decisão de localização tomada 
pelos responsáveis das empresas depende, em grande medida, da 
comparação de preço entre o transporte das matérias-primas e dos 
produtos. [...] b) a distorção do trabalho corresponde à atração exercida 
por centros vantajosos em mão de obra. Esta distorção depende 
essencialmente das diferenças entre os níveis salariais dos diferentes 
locais, considerando a mão de obra imóvel e a oferta ilimitada [...] c) 
forças de aglomeração e desaglomeração [...] a primeira consiste em 
economias de aglomeração, resultantes do reagrupamento geográfico 
das empresas em termos de produção e de escoamento (existência 
de preços mais favoráveis, melhores adaptações às condições 
de mercado, integração de maior número de unidades fabris). A 
segunda traduz-se num aumento das rendas fundiárias provocado 
por uma concentração excessiva, que reduz os locais disponíveis e faz 
aumentar o preço dos solos. (grifo nosso)
TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 
23
Note na explicação de Ramos (2000) que embora a teoria de Weber tenha 
sido pioneira nas teorias de localização industrial, ela contempla uma série de 
aspectos que seguem em evidência quando o que está em questão é decidir 
onde instalar uma indústria. A preocupação fundamental em determinar o 
custo mínimo de transporte é parte fundamental desta teoria. Neste sentido, a 
preocupação com os custos de transporte envolve tanto a variável matéria-prima 
– o quão distante ou próximos estão os insumos necessários para que ocorra a 
produção industrial efetivamente e, por sua vez, o custo de transporte relacionado 
ao mercado – quanto envolve questões como: que distância e com qual custo o 
mercado está disposto a percorrer para acessar determinado produto?
Outro ponto importante da teoria de Weber é a ideia de distorção do 
trabalho, que está relacionada à localização e à remuneração da mão de obra. A 
este respeito,vale lembrar que trabalhadores com níveis de qualificação similares 
podem receber salários diferentes, dependendo de onde estiverem localizados. 
De forma similar, Weber – já à sua época – percebeu que o modo como a mão de 
obra se encontra disponível pelo território não é homogêneo. Cada local concentra 
um volume de trabalhadores específicos e com aptidões particulares. Assim, este 
ponto da teoria chama a atenção para a necessidade de identificar e conhecer as 
particularidades de custo e de localização da força de trabalho que irá atuar em 
determinada indústria.
Por fim, Weber (2016) entende que alguns aspectos podem ser 
favoráveis para a decisão de instalar uma indústria em determinado local, 
enquanto outros seriam capazes de interferir negativamente. De modo geral, 
os aspectos considerados favoráveis seriam aqueles decorrentes das vantagens 
da concentração de empresas, tais como melhores adaptações relacionadas ao 
mercado de trabalho, isto é, vantagens decorrentes de uma melhor preparação 
da mão de obra para atuar em um setor específico e, além disso, várias empresas 
de um mesmo setor situadas geograficamente próximas podem se beneficiar de 
efeitos de integração e sinergia. Dentre os efeitos negativos, pode-se mencionar 
a especulação imobiliária, ou seja, a possível atratividade de um local para a 
instalação de indústria, quando exacerbada, pode levar a um aumento dos preços 
dos terrenos.
Agora que compreendemos os pressupostos teóricos abordados por Weber 
à sua época, vamos tentar transpor algumas de suas ideias para a atualidade? 
Para procurar ilustrar alguns fatores locacionais capazes de atrair a instalação 
de indústrias, selecionamos uma notícia relacionada ao Município de Bauru, 
acompanhe a leitura:
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
24
Observou como os apontamentos de Weber ajudam a refletir sobre o quadro 
industrial atual? A identificação de fatores geográficos considerados favoráveis 
ou desfavoráveis para a indústria constitui uma etapa fundamental tanto para o 
planejamento urbano das cidades, bem como, interfere diretamente nas decisões 
de investimento. Vamos para a próxima teoria dos autores considerados clássicos 
da localização industrial?
Água farta atrai indústrias na região
Disponibilidade de gás natural e energia elétrica também são fatores 
importantes nas cidades com Distritos Industriais no entorno de Bauru
Rita de Cássia Cornélio
A região de Bauru está sendo cobiçada por empresas de pequeno e 
médio porte para a instalação de matrizes e filiais. A doação de áreas, a isenção 
de impostos e a facilitação na documentação têm atraído os empresários da 
capital, cansados de sofrer com trânsito e outras dificuldades.
Para o diretor de Desenvolvimento, Geração de Emprego e Renda de 
Lençóis Paulista, Altair Aparecido Toniolo, a região é a bola da vez. “Temos 
olhado o desenvolvimento de forma regionalizada. Acredito que estamos 
vivendo o momento da interiorização do desenvolvimento, Lençóis, Agudos e 
toda a região é a bola da vez.
Além da infraestrutura disponível, Toniolo enfatiza a disponibilidade de 
energia elétrica, gás natural e especialmente água. “O gasoduto corta a região. 
No Distrito Empresarial de Lençóis está presente. Temos água de boa qualidade. 
Esses são itens atrativos. As coisas estão acontecendo na cidade e na região. As 
empresas descobrem os locais ideais para se instalarem.”
Na opinião dele, as cidades se estruturaram regionalmente para o 
desenvolvimento. “Temos a infraestrutura local. A facilitação das legislações 
municipais que permitem isenções de impostos. Estamos cercados de boas 
rodovias, hidrovia, aeroporto, enfim, acesso às principais vias de transportes 
que atraem os empresários para as cidades da região. Os municípios se 
prepararam e com certeza estão acima da média nacional.”
O cadastro municipal de Lençóis Paulista mostra que a cidade tem 6.167 
empresas ativas, que empregam 25.908 mil pessoas. Entre os anos de 2009 e 
2014, foram abertas 2.338 empresas. Para cumprir as diretrizes municipais 
e gerar oportunidades aos moradores, o município investiu na educação 
profissional. “A Escola de Negócios é um projeto que objetiva a disseminação 
do empreendedorismo em cursos técnicos.” [...]
FONTE: <https://www.jcnet.com.br/Regional/2015/01/gua-farta-atrai-industrias-na-regiao.html>. 
Acesso em: 11 jun. 2018.
TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 
25
Entre os autores considerados basilares nos estudos precursores da 
Geografia Econômica, menciona-se o trabalho do geógrafo alemão August Lösch. 
O referido autor elaborou um modelo de economia espacial em condições de 
concorrência imperfeita em que o espaço resulta uma variável fundamental 
(LÖSCH, 1954). Colocando de forma mais detalhada:
August Lösch (1939) propõe o desenvolvimento de uma teoria geral do 
equilíbrio das localizações no sistema econômico. Em contraposição 
a Weber, que definia a localização ótima pela minimização dos custos 
de transporte, Lösch disse que o produtor vai se localizar no lugar de 
maximização dos ganhos. É o ganho que guia a localização. O acento 
está posto sobre a demanda e a interdependência das firmas (LAN, 
2017, p. 244). 
É importante ressaltar que nesta teoria a ênfase está na questão da 
demanda. Entendendo a demanda como um aspecto fundamental de sua 
teoria, Lösch admite que a demanda por um produto varia segundo as regiões, 
conforme a preferência dos consumidores e, principalmente, de acordo com o 
seu poder aquisitivo (MANZAGOL, 1985). Assim como na teoria proposta por 
Weber, a ideia de forças aglomerativas também aparece no trabalho de Lösch. 
Donda Júnior (2002, p. 34) descreve as forças aglomerativas mencionadas por 
Lösch de forma detalhada, acompanhe:
a) economias de escala – referem-se às economias internas das firmas, 
que aumentam de acordo com o seu tamanho, ou seja, há diminuição 
nos custos unitários de produção em virtude do aumento na escala 
de produção da própria firma; b) as economias de localização – 
resultam da redução dos custos unitários graças à aglomeração de 
firmas do mesmo setor ou vinculadas em um mesmo espaço restrito; 
c) economias de urbanização – resultam das vantagens internas à 
área urbana, independentes da natureza da firma, em decorrência da 
oferta de: 1. infraestrutura – como transporte, energia elétrica, água, 
comunicações etc.; 2. serviços especializados – como instituições 
bancárias, técnicos de suporte, consultores etc.; 3. mercado – capaz 
de permitir a utilização das economias de escala; d) economias 
de complexo industrial – referem-se às economias internas, ao 
conglomerado de setores mutuamente inter-relacionados, também 
denominados de clusters. (grifo meu)
 Observe na citação em destaque que os elementos que aparecem para 
ser discutidos na teoria de Lösch (custos de transportes, localização do mercado, 
ganhos relacionados à escala, facilidades decorrentes da urbanização etc.) são, em 
vários aspectos, similares aos elementos presentes na teoria de Weber e de Von 
Thünen. O que ocorre é que, a partir de alguns elementos previamente identificados, 
procura-se construir leis e modelos explicativos capazes de contribuir e lançar 
luz sobre dimensões desconsideradas nos modelos antecessores. O que muda é a 
ênfase e a leitura acerca da combinação de tais fatores.
2.3 AUGUST LÖSCH – A ECONOMIA DA LOCALIZAÇÃO 
(1940)
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
26
Pensando em uma analogia bem simples do nosso dia a dia, podemos 
pensar que alguns “ingredientes” presentes em cada teoria podem até ser 
similares. Contudo, as “receitas”, isto é, o modo como eles são “misturados” e 
“combinados” para gerar um resultado e, seguindo a linha de pensamento da 
metáfora proposta, os “pratos” gerados são diferentes e particularidades. Isso 
porque cada teoria procura ressaltar e evidenciar aspectos distintos inerentes ao 
processo de localização industrial. 
Assim, vale frisar que a preocupação de Lösch era, sobretudo,entender as 
oscilações da demanda e delimitar áreas de mercado. Cavalcante (2008) ponderam 
que de acordo com Lösch (1954), as áreas de mercado serão tão maiores quanto 
menores forem a densidade da demanda, a variação dos preços e os custos de 
transporte. Os autores lembram que tais características são específicas de cada 
bem ou serviço, e que por isso, deveria haver centros e áreas de mercado de todos 
os tamanhos para cada produto. É desta forma que a teoria de Lösch contribui, 
ainda que em caráter preliminar, com a ideia de hierarquia urbana – pensada 
neste momento, sobretudo, a partir da lógica de acessos a mercadorias e serviços. 
3 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS TEORIAS DE LOCALIZAÇÃO
Embora se trate de um conteúdo de natureza teórica e histórica e que 
talvez possa parecer um pouco “antigo”, é fundamental que você, futuro professor 
de Geografia, possa compreender que há uma ampla gama de estudiosos 
que ajudaram a formar esta área disciplinar, hoje conhecida como Geografia 
Econômica. As distintas contribuições teóricas ora são contraditórias e ora se 
sobrepõem. O leque de teóricos é mais abrangente do que os autores que foram 
apresentando, incluindo autores como Christaller (1933) e Isard (1956). Para o 
contexto desta disciplina, é importante recordar e ter em mente que o debate 
acerca da localização industrial é muito rico e permite várias possibilidades de 
análises teóricas e metodológicas, dependendo da abordagem selecionada. 
Pensando de modo abrangente, resta o fato de que "[...] o modo de 
produção capitalista tem a capacidade de criar estruturas e formas espaciais que 
contemplem a otimização do processo de produção (ARAÚJO JÚNIOR, 2015, 
p. 137). Outro ponto importante para ser recordado a respeito das teorias de 
localização é que existe um dinamismo espacial inerente a esta atividade, que 
desencadeia um amplo conjunto de fluxos materiais e imateriais. Corroborando 
com esta linha de pensamento, Lan (2017, p. 241) salienta que:
O espaço industrial não se reduz à fração restrita do território ocupado 
pelas indústrias, mas se trata da produção de uma rede de fluxos visíveis 
(mercadorias) e invisíveis (capital, informação, tecnologia) que se 
materializam nas relações de produção e de gestão. A indústria, por seu 
uso do território e pela mobilização da força de trabalho, foi considerada, 
por muito tempo, como base do desenvolvimento econômico dos lugares. 
A política de localização da indústria varia em função da evolução dos 
mercados e da estrutura mesma das empresas. (grifo nosso). 
TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 
27
DICAS
Quer aprofundar seus conhecimentos sobre este assunto?
Recomendamos a leitura do livro Economia Regional e Urbana: teorias e métodos com 
ênfase no Brasil. Você pode acessar este livro pela internet, pelo link a seguir: <http://
repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/3008/1/Livro_Economia%20regional%20e%20
urbana_teorias%20e%20m%C3%A9todos%20com%20%C3%AAnfase%20no%20Brasil.pdf>.
Conforme consta na apresentação do livro, ele está dividido em três partes: 
uma primeira com abordagem teórica (Parte I: fundamentos teóricos da economia 
regional e urbana); uma segunda, com uma abordagem histórica das políticas 
regionais e do pensamento regional no Brasil (Parte II: Formação e evolução do 
planejamento regional no Brasil); e uma terceira, com metodologias para abordar 
a questão regional e urbana (Parte III: Métodos aplicados à análise espacial).
Além desta dica de livro, aproveitamos para recomendar uma sugestão de 
plano de aula para trabalhar a ideia de localização na geografia, de maneira mais 
abrangente, com os alunos do Ensino Médio. A sequência de aulas elaboradas 
pela professora Izabel Castanha Gil e disponível no Portal do Professor (MEC) 
permite relacionar a reflexão sobre localização com um tema prático e de 
maneira multidisciplinar, permitindo envolver as disciplinas de Matemática, 
Língua Portuguesa, Sociologia e Artes. Após a exposição de conteúdos teóricos, 
sabemos que atividades práticas e experiências criativas ajudam no processo 
de aprendizado dos alunos e, de certa forma, inovam as estratégias de ensino, 
envolvendo e estimulando o trabalho em grupo entre colegas e professores. 
Acompanhe a sequência de aulas e atividades!
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
28
Dados da aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula?
• Reconhecer a organização espacial de um supermercado e os interesses que 
permeiam essa organização.
• Reconhecer características comportamentais dos consumidores, como elas são 
captadas pelos fabricantes ou como elas podem contribuir para a independência 
e o consumo consciente.
Duração das atividades
6 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
• Modo capitalista de produção: conceito, histórico e características.
• A formação da sociedade de consumo: histórico e características.
Estratégias e recursos da aula
Aula sugerida para a 1ª série do Ensino Médio. Para esta atividade sugere-
se a participação dos professores de Matemática, Língua Portuguesa, Sociologia e 
Artes.
Atividade 1
FIGURA 7 – A REALIZAÇÃO DE COMPRAS EM UM SUPERMERCADO
FONTE: <http://www.colorirgratis.com/desenhos-de-comida-para-colorir.html>. 
Acesso em: 27 ago. 2018.
TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 
29
O texto base para esta aula está disponível em espanhol, sugerindo um 
trabalho em conjunto com o professor desse idioma. Caso a escola não ofereça essa 
disciplina, o professor de Geografia poderá auxiliar os alunos na compreensão do 
texto, contando com o apoio de tradutores on-line. O título da matéria é Geografía 
de un súper: qué "secretos" esconde la ubicación de los productos y cómo influyen en 
sus decisiones de compra, e o link para acesso é <http://marketing.iprofesional.
com/notas/136384-Geografa-del-supermercado-qu-secretos-esconde-la-ubicacin-
de-los-productos-y-cmo-influyen-en-sus-decisiones-de-compra>. O acesso a um 
tradutor on-line pode ser feito em: <http://tradutor.babylon.com/>.
Caso os alunos não disponham de um computador ou de um tradutor 
on-line sugere-se as seguintes fontes, em português, que tratam de assuntos 
semelhantes:
1 A influência do merchandising no comportamento de compra de produtos de 
higiene pessoal, disponível em: <http://www.ead.fea.usp.br/semead/13semead/
resultado/trabalhosPDF/737.pdf>.
2 A ciência que faz você comprar mais. Disponível em: <http://revistagalileu.
globo.com/Revista/Common/0,,EMI317687-17579,00-A+CIENCIA+QUE+FAZ
+VOCE+COMPRAR+MAIS.html>.
O professor deverá entregar o texto impresso ou solicitar que os alunos 
o acessem no laboratório de informática. Para o aproveitamento da leitura em 
espanhol, a leitura deverá ser feita vagarosamente, com a ajuda de um dicionário 
de espanhol impresso ou com o tradutor on-line, e os alunos deverão anotar a 
tradução de palavras desconhecidas. Em grupos de dois alunos, eles deverão 
responder ao roteiro a seguir:
QUADRO - QUESTÕES PARA INTERPRETAÇÃO DO TEXTO GEOGRAFÍA DEL SUPERMERCADO: 
QUÉ "SECRETOS" ESCONDE LA UBICACIÓN DE LOS PRODUCTOS Y CÓMO INFLUYEN EN SUS 
DECISIONES DE COMPRA
1 - Você costuma fazer compras em supermercados? Já havia observado a 
disposição dos produtos nas prateleiras e no espaço geral daquele ambiente?
2 - Identifique as características apontadas no texto para a distribuição dos 
produtos.
3 - Quem define essa distribuição espacial: o dono do supermercado e seu 
gerente, os fabricantes, ou os consumidores? Por quê?
4 - Estabeleça uma relação entre o comportamento dos consumidores e a 
distribuição espacial dos produtos.
5 - Identifique os espaços mais valorizados num supermercado. Por quê?
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
30
6 - A distribuição espacial das marcas ocorre de modo aleatório? Explique.
7 - Muitas empresas estudam minuciosamente o comportamento dos 
consumidores em três momentos: antes, durante e depois das compras.
a) Como esses diferentes comportamentosinfluenciam a distribuição 
espacial dos produtos?
b) Qual é a intenção desses estudos?
8 - As estratégias das marcas para escolha da melhor localização para seus 
produtos podem fazer diferença em:
a) consumidores desinformados? Comente.
b) consumidores informados? Comente.
FONTE: Gil (2013)
As respostas serão anotadas no livro do aluno e a socialização ocorrerá 
por meio de um debate, com a turma disposta num grande círculo. Todos devem 
participar, contando também suas experiências pessoais como consumidores.
Atividade 2
O professor deverá propor aos alunos, dispostos em grupo de quatro 
pessoas, que elaborem o croqui de um supermercado tendo como referência o 
texto que acabaram de ler. Para essa atividade, a integração com o professor de 
Artes facilita e enriquece o trabalho. Informações sobre elaboração de croqui 
podem ser acessadas em: <http://www.youtube.com/watch?v=NzxRZZYu9CQ>.
Caso haja possibilidade, o professor poderá propor a ida a um 
supermercado, quando os grupos confrontarão seus croquis com a organização 
espacial encontrada. A visita deverá ser agendada, pois os alunos precisarão 
circular pelo supermercado na condição de observadores e entrevistadores e 
tirar algumas fotos. Caso isso não seja possível, o professor poderá propor que 
os alunos realizem individualmente essa tarefa, em momento diferente do seu 
período escolar. Alerta-se para a necessidade de autorização para essa visita 
e, principalmente, para as fotos. Nesse caso, o professor deverá comunicar o 
proprietário sobre a visita dos alunos e solicitar autorização para as fotografias.
Além da observação, os alunos deverão entrevistar pessoas, como: 
consumidores, funcionários, gerente, proprietário do estabelecimento e 
fornecedores. Se houver o consentimento, eles deverão fotografar aspectos que 
representem as constatações feitas durante a leitura. Algumas sugestões de 
questionamentos aos entrevistados estão dispostas no quadro a seguir:
TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 
31
QUADRO 5 – ENTREVISTAS COM PESSOAS DE DIFERENTES PERFIS E SEGMENTOS
Dona de casa experiente 
1- Nome, idade e escolaridade da pessoa.
2- A senhora sempre vem a este 
supermercado? Por quê?
3- Costuma trazer uma lista de compras ou já 
tem na cabeça o que deseja comprar?
4- A senhora mantém uma sequência de 
locais e produtos para a realização das 
compras ou cada dia começa por um lugar 
diferente? Por quê?
5- A senhora compra sempre produtos das 
mesmas marcas ou gosta de variar? Por 
quê?
6- O que mais chama sua atenção: preço, 
oferta, marca, ou outro fator?
7- Produtos como arroz, feijão, sal, alho, 
cebola, costumam ficar no fundo ou na 
lateral esquerda de quem entra no prédio. 
Saberia dizer por que?
8- A senhora sabe por que, geralmente, os 
refrigerantes e bebidas ficam do lado direito 
de quem entra no supermercado?
9- A senhora se sente atraída por produtos 
colocados próximo aos caixas, enquanto 
está aguardando para pagar a conta? Por 
quê?
Funcionário 
1- Nome e idade do funcionário.
2- Há quanto tempo trabalha neste 
supermercado? Qual é a sua função?
3- Você sabe quem define a localização 
espacial dos produtos dispostos nas 
prateleiras?
4- As pessoas pedem sua ajuda para 
localização dos produtos ou costumam 
saber onde estão?
5- Você saberia indicar alguma estratégia 
utilizada na distribuição dos produtos, que 
acabam resultando em maior quantidade 
de vendas?
6- Indique alguns hábitos dos consumidores 
quanto à escolha dos produtos, que você 
considera interessante.
Alguma pessoa visivelmente inexperiente 
1- Nome, idade e escolaridade da pessoa.
2- Você sempre vem a este supermercado? 
Por quê?
3- Costuma trazer uma lista de compras ou já 
tem na cabeça o que deseja comprar?
4- Você mantém uma sequência de locais e 
produtos para a realização das compras ou 
cada dia começa por um lugar diferente? 
Por quê?
5- Você compra sempre produtos das mesmas 
marcas ou gosta de variar? Por quê?
6- O que mais chama sua atenção: preço, 
oferta, marca, ou outro fator?
7- Produtos como arroz, feijão, sal, alho, 
cebola, costumam ficar no fundo ou na 
lateral esquerda de quem entra no prédio. 
Saberia dizer por quê?
8- A senhora sabe por que, geralmente, os 
refrigerantes e bebidas ficam do lado 
direito de quem entra no supermercado?
9- A senhora se sente atraída por produtos 
colocados próximo aos caixas, enquanto está 
aguardando para pagar a conta? Por quê?
Gerente ou dono do supermercado 
1- Nome e idade do gerente ou proprietário.
2- Há quanto tempo trabalha ou é dono deste 
supermercado?
3- Quem define a localização espacial dos 
produtos dispostos nas prateleiras? Há 
marcas que fazem algum tipo de exigência? 
Comente.
4- A administração tem algum benefício com 
essas exigências?
5- As pessoas costumam pedir ajuda para 
localização dos produtos ou geralmente 
sabem onde estão?
6- Você saberia indicar alguma estratégia 
utilizada na distribuição dos produtos, que 
acabam resultando em maior quantidade 
de vendas?
7- Indique alguns hábitos dos consumidores 
quanto à escolha dos produtos, que você 
considera interessante.
8- Indique alguma iniciativa tomada pelos 
organizadores, que não deu o resultado 
esperado.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA
32
Repositor de estoque ou designer vinculado 
a algum fabricante
1- Nome, idade e escolaridade do profissional.
2- Qual é a sua função neste supermercado?
3- Para qual empresa você trabalha?
4- Quais critérios você utiliza para escolher o 
local onde colocará os produtos?
5- Há lugares mais e menos apropriados para 
os produtos? Explique.
6- A empresa paga para que seus produtos 
sejam colocados onde ela deseja?
7- Em relação à escolaridade e ao grau 
de informação, os consumidores têm 
reações diferentes quanto às estratégias de 
distribuição espacial dos produtos?
Itens para observação do comportamento dos 
consumidores
1- Lado que as pessoas, espontaneamente, 
mais se dirigem quando entram no 
supermercado (direito, esquerdo ou 
centro).
2- Se levam ou não uma lista de compra.
3- Se iniciam suas compras por produtos de 
primeira necessidade, como alimentos 
básicos (arroz, feijão, óleo etc.) ou 
pelos chamados produtos supérfluos 
(refrigerantes, guloseimas etc.).
4- Se observam o preço, o prazo de 
validade, a marca, ou se pegam o produto 
mecanicamente.
5- Outros aspectos.
FONTE: GIL (2013)
Além das entrevistas, os alunos deverão posicionar-se em pontos 
estratégicos do supermercado, de modo respeitoso e discreto, para observar o 
comportamento de alguns consumidores. Essa observação deverá ser feita num 
intervalo de, no máximo, dez minutos e descrita com detalhes. Eles deverão 
observar alguns hábitos, como:
a) o lado que as pessoas, espontaneamente, mais se dirigem quando entram no 
supermercado (direito, esquerdo ou centro);
b) se levam ou não uma lista de compra; 
c) se iniciam suas compras por produtos de primeira necessidade, como alimentos 
básicos (arroz, feijão, óleo etc.) ou pelos chamados produtos supérfluos 
(refrigerantes, guloseimas etc.); 
d) se observam o preço, o prazo de validade, a marca, ou se pegam o produto 
mecanicamente, entre outros itens.
 
O professor de Matemática poderá contribuir indicando elementos que 
auxiliam na observação do layout do supermercado, tais como: 
a) altura, largura e profundidade das prateleiras; 
b) distância entre as gôndolas;
c) área reservada para cada marca, entre outros.
O resultado das entrevistas deverá ser socializado por meio de um debate 
em sala de aula, com os alunos dispostos num grande círculo. O professor deverá 
estimular o relato das experiências vivenciadas, pois se trata também da construção 
de referenciais educacionais para a condição de consumidor dos adolescentes.
Atividade 3
Com a contribuição do professor de Artes, os alunos deverão organizar 
o layout de uma exposição no mural da escola utilizando os croquis, as fotografias 
TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 
33
tiradas no supermercado,

Outros materiais