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Farmacologia Médica - Farmacologia do SNC GABA-Glutamato

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Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
1 
 
INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA DO SNC – GABA E GLUTAMATO 
 
- Em função da complexidade do SNC, não há completa 
compreensão dos efeitos dos fármacos que atuam nesse 
sistema. 
 
- Importância na terapêutica: 
▪ Alívio da sensação de dor – AINES, analgésicos, 
antipiréticos tem uma ação central, trabalham a 
nível da dor, mas não são os únicos que atuam a 
nível de SNC. 
▪ Redução da temperatura corporal (antipiréticos) 
▪ Alteração do apetite 
▪ Indução do sono ou promoção da excitação 
▪ Alteração de comportamento em geral 
(antidepressivos, ansiolíticos, etc.) 
 
- Maior parte dos medicamentos são divididos por 
neurotransmissores (transmissão gabaérgica e 
glutamatérgica, dopaminérgica, serotoninérgica e 
noradrenérgica). A maior parte dos medicamentos atuam 
alterando o comportamento no geral. 
 
- Tem substâncias que não são fármacos, mas atuam no 
SNC (cafeína, álcool, nicotina). 
 
- Os medicamentos do SNC são controlados, só podem ser 
vendidas com prescrição do profissional capacitado. 
 
- Tem tipos de receituários: 
 *Brancos (em 2 vias – tipo C – medicações com tarja 
vermelha/de alerta – não causam dependência – 
antidepressivos, antibióticos – uma via com paciente e 
outra com a farmácia). 
 *Azul – tipo B, substâncias com tarja preta – 
ansiolíticos, sedativos. Sustâncias passíveis de vício, não 
deve utilizar a longo prazo. Ex.: Benzodiazepínicos. 
Tipo B2 é utilizado para substâncias anorexígenas, tarja 
preta também. 
 *Amarelo – tipo A, substâncias que tem grande 
potencial de causar dependência. Nem todo médico pode 
prescrever. Controle especial. Ex.: Venvance. 
 
 
 
 
 
 
 
- Divisão Anatômica do SNC: 
 
 
 
 
- O SN é dividido em SNC e SNP. 
O SNC é dividido em encéfalo e medula espinhal. 
 
- A maior parte da organização celular do SNC se dá em 
forma de núcleos. Ex.: núcleo da Rafe, núcleo Acumbens. 
 
 
 
- O SNC é constituído por neurônios que fazem os 
impulsos nervosos através de uma rede. 
 
Células da glia são células de sustentação (também 
chama de células da neuroglia). 
Ex.: Astrócitos (são células de sustentação e fornecem 
nutrição para os neurônios e participam ativamente da 
recaptação e reciclamento de alguns 
neurotransmissores), Oligodendrócitos (formam bainha 
de mielina, importante na esclerose múltipla que há a 
destruição da bainha de mielina – crônico progressivo), 
Micróglia (são macrófagos, função de proteção, célula 
fagocitária, importante nos processos autoimunes e de 
degeneração). 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
2 
 
 
 
 
- Neurônio vai estar em uma rede neuronal pelos 
dendritos. Corpo celular tem o núcleo e responsável pela 
recepção do estímulo. Estímulo chega ao neurônio 
através do corpo neuronal. 
Recebe vários estímulos, processa e se no final sobrar um 
potencial excitatório, propaga via axônio. 
Axônio é responsável pela condução do estímulo e se o 
estímulo for excitatório ele promove a liberação dos 
neurotransmissores. 
No decorrer do neurônio a propagação é elétrica e entre 
neurônios é propagação química com 
neurotransmissores. 
Neurotransmissor vai atuar na membrana do neurônio 
pós sináptico e vai promover uma abertura de canais, o 
que gera fluxo iônico e uma resposta do neurônio pós 
sináptico. 
 
- O processo químico de interação entre os neurônios e 
entre os neurônios e células efetoras acontecem na 
terminação do neurônio, em uma estrutura chamada 
sinapse – libera substâncias químicas chamados 
neurotransmissores, que ligam-se aos receptores 
químicos do neurônio seguinte e promove mudanças 
excitatórias ou inibitórias em sua membrana. 
 
- Se o neurotransmissor vai estimular o neurônio pós 
sináptico, ele precisa abrir a membrana com um canal 
iônico para gerar um fluxo iônico e gerar uma resposta 
elétrica para ser propagado. 
 
- 0,5 milissegundos é o tempo que demora para liberação 
do neurotransmissor e ação dele na membrana pós 
sináptica. 
O que mais demora é a entrada do cálcio que promove a 
extrusão da vesícula com o neurotransmissor. 
 
- A resposta da liberação do neurotransmissor é imediata. 
Quando o neurotransmissor é liberado na fenda a 
resposta ocorre naquele momento. 
Quando o objetivo farmacoterapêutico é uma 
neuromodulação (alteração na estrutura do neurônio), 
isso pode ser feito em um maior tempo. Importante para 
entender um tratamento com antidepressivo. 
 
A ação do medicamento sempre é imediata, mas não 
necessariamente da forma como precisa. A partir do 
momento que começa a tomar um antidepressivo, a 
pessoa já começa a liberar serotonina na fenda sináptica 
imediatamente, por exemplo. 
Mas o tratamento, com um efeito neuromodulador, vai 
demorar de 15 a 20 dias para ocorrer. 
 
Um fármaco antidepressivo não pode utilizar no resto da 
vida. 
 
- Farmacologia e dividida com o tipo de 
neurotransmissor. 
 
❖ NEUROTRANSMISSORES DO SNC: 
 
▪ ACETILCOLINA E NORADRENALINA – envolvidos 
principalmente na sinalização do SN autônomo 
periférico. 
Mas também tem funções a nível de SNC. Se a medicação 
tem efeito noradrenérgico no SNC, o efeito não será 
restrito ao SNC, ela também vai atuar na periferia e gerar 
efeitos periféricos. 
Ex.: uso de Venvance em que a pessoa tem taquicardia e 
fica mais agitada, é a ação da noradrenalina na periferia. 
 
Acetilcolina no SNC entra mais em efeitos colaterais, 
muitas medicações tem ação antimuscarínica, inibindo a 
atividade da acetilcolina no SNC e na periferia. 
O Alzheimer utiliza alguns agentes com atividade 
colinérgica, pois a acetilcolina está envolvida na 
manutenção da memória recente. 
 
▪ AMINOÁCIDOS NEUROTRANSMISSORES: 
 *GLUTAMATO – neurotransmissor excitatório. Alguns 
agentes atuam com bloqueio do glutamato no SNC 
(antagonistas glutamatérgicos). Glutamato em excesso 
pode causar neurotoxicidade. Não existe agonista 
glutamatérgico. 
Antagonistas Glutamatérgicos são utilizados no 
tratamento de epilepsia, por exemplo. 
 *ASPARTATO – excitatório. Não é moduladado 
farmacologicamente. 
 *GABA (ácido Gama Aminobutílico) – principal 
aminoácido com atividade inibitória no SNC. A ativação 
dele é utilizado em fármacos que querem inibir o SNC. 
Fármacos ansiolíticos, hipnóticos, anestésicos gerais – 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
3 
 
são fármacos agonistas do Gaba, potencializam a 
inibição. 
 
▪ AMINAS BIOGÊNICAS: 
 *DOPAMINA – no SNC tem as vias dopaminérgicas 
(mesolímbica, mesocortical, tuberoinfundibular, 
nigroestriatal), envolvidas desde o controle motor, 
sistema límbico, componente hormonal. 
Dopamina na periferia tem atividade vasodilatadora em 
quantidades menores. Em grandes quantidades ativa 
receptor beta e promove vasoconstrição. Pode utilizar a 
dopamina como agente cardiotônico. 
 *ADRENALINA – atua mais na região periférica. Não 
tem muita participação no SNC como a noradrenalina. 
 *HISTAMINA – várias medicações que induzem 
sonolência (que não são benzodiazepínicos) por 
antagonizar o receptor H1 no SNC. Entra na parte de 
efeito colateral. Medicações com ações anti-
histaminérgicas – promovem sedação, ganho de peso. 
 *SEROTONINA – neurotransmissor de ação no manejo 
da ansiedade. O tratamento da ansiedade é feito com 
antidepressivo, os benzodiazepínicos são utilizados para 
tratar no momento da crise (sintomáticos) e até o 
antidepressivo fazer efeito. Serotonina faz com que a 
pessoa fique menos vulnerável a impactos diários. 
Ex.: se a pessoa está com a serotonina elevada e recebe 
uma notícia ruim, impacta menos na pessoa e ela fica 
mais calma. 
 
▪ PURINAS: 
 *Adenosina 
 *Trifosfato de Adenosina 
Tem atividade na sinalização, mas não atuam como 
neurotransmissores. 
 
▪ ÓXIDO NÍTRICO 
 
 
 
- Temos substâncias que vão atuar como:*NEUROMODULADORES – tem efeito mais prolongado, 
faz uma neuromodulação. 
Ex.: quando faz um tratamento para depressão, deve 
motivar uma neuromodulação com efeito mais 
demorado. Há um aumento da densidade de receptores 
na membrana do neurônio, por exemplo. 
 *NEUROTRANSMISSOR – vai ser armazenado na 
vesícula e vai ser liberado de forma rápida. Vai promover 
despolarização na membrana do neurônio pós sináptico 
de maneira rápida e eficiente. 
 
- SINAPSE – ponto de contato entre neurônio pré 
sináptico e pós sináptico. Há a liberação de 
neurotransmissor que na maioria das vezes vai ser 
reabsorvido pela membrana do neurônio pré sináptico, e 
vai ser degradado. 
No caso do Glutamato e do GABA, esses 
neurotransmissores também podem ser reabsorvidos 
pela célula da Glia (Astrócito) que também vai fazer 
metabolismo dessas substâncias. Importante isso, pois o 
glutamato em excesso pode ser neurotóxico e gerar 
convulsão. 
 
- O excesso de Glutamato pode gerar crise de convulsão. 
É um aminoácido excitatório. Há aumento de atividade 
elétrica do SNC e espalha mais potencial de ação. 
 
- Receptor tipo canal iônico e receptor associado a 
proteína G – a resposta do canal iônico é mais rápida que 
aquele associado à proteína G que gera respostas mais 
lentas. 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
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- BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA: 
Desafio para a passagem de fármacos para o SNC. 
Somente permite a passagem de moléculas apolares. 
Quanto mais apolar, maior a penetração da substância no 
SNC. Deve ser muito lipossolúvel, quanto mais lipofílico 
mais rápida e maior a penetração no SNC. 
Principalmente os anestésicos. 
Os anestésicos tem ele IV, inalatório. 
Inalatório, todo gás é muito lipossolúvel, passa muito 
rápido. Já os IV devem ser muito lipofílicos para que tenha 
um efeito primariamente no SNC. 
Alguns fármacos passam por alguns transportadores, mas 
requer ATP. 
 
❖ NEUROTRANSMISSÃO GABAÉRGICA E 
GLUTAMATÉRGICA: 
 
- Correlacionados com o estudo de medicações 
ansiolíticas e hipnóticas. Fármacos que vão potencializar 
a transmissão Gabaérgica. 
Também correlacionado com o tratamento da epilepsia e 
neurotoxicidade. Potencializa a condução inibitória do 
SNC (gabaérgica). 
Epilepsia tem uma descarga generalizada do SNC. 
 
- Gaba e Glutamato são Neurotransmissores inibitórios e 
excitatórios, respectivamente. Regulam uma série 
diversificada de processos do comportamento, incluindo 
sono, aprendizagem (quanto mais descansa, maior a 
chance de captar informações), memória e sensação da 
dor. 
Quando inibe o SNC há uma sensibilidade menor à dor, 
Ex. com o uso da Gabapentina (medicação com ação na 
epilepsia, mas também utilizada no manejo de distúrbios 
dolorosos como na herpes zoster). 
 
- Tem medicamentos que são Antagonistas 
Glutamatérgicos e tem outros que são Agonistas 
Glutamatérgicos (excitatório). 
 
- As interações entre os canais iônicos, os receptores que 
regulam esses canais e os neurotransmissores de 
aminoácidos no sistema nervoso central (SNC) 
constituem a base molecular desses processos. 
 
 
 
- PEPS (Potenciais excitatórios): 
O neurotransmissor (NT) é EXCITATÓRIO – Glutamato. 
Aumenta a entrada de sódio na célula. Atua no canal 
iônico de sódio que se abre, entra sódio na célula, 
despolariza e a célula responde. 
 
- PIPS (Potenciais inibitórios): 
O NT é INIBITÓRIO – GABA. 
Atua no canal iônico de cloreto, e quando o gaba atua ele 
hiperpolariza a célula e deixa a membrana interna mais 
negativa. Aumenta a entrada de cloreto. Por isso fica 
inibida. 
 
- Fármacos que modulam a neurotransmissão 
GABAérgica incluindo os benzodiazepínicos e os 
barbitúricos, formam classes de fármacos de grande 
importância clínica. 
Barbitúricos foram os primeiros fármacos utilizados como 
hipnóticos sedativos, que causam uma depressão grande 
do SNC. Mas, a chance do paciente entrar em coma e 
morrer com o uso desses medicamentos é maior do que 
com Benzodiazepínico. 
 
Benzodiazepínico é extremamente seguro e os 
barbitúricos tem maior chance de óbito. 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
5 
 
Devido a segurança do benzodiazepínico eles são mais 
utilizados na rotina no tratamento de distúrbios ansiosos 
causados pelo aumento de noradrenalina, 
principalmente. 
 
- Em contrapartida, os agentes farmacológicos cujo alvo 
consiste na neurotransmissão glutamatérgica ainda 
continuam, em grande parte, experimentais. Mas atuam 
principalmente nas crises epiléticas. 
 
 
 
- Glutamato e Gaba são produzidos a partir do mesmo 
substrato que é o α-Cetoglutarato, a partir do ciclo de 
Krebs. 
Algumas substancias do metabolismo da Lipose são 
utilizadas para a síntese de alguns sinalizadores. 
α-cetoglutarato será convertido pela transaminase em 
Glutamato. 
Gluatamato sofre ação da enzima Gaba-desidrogenase 
que produz o GABA a partir do glutamato. 
A origem biossintética é a mesma. 
 
- GLUTAMATO: 
 
 
 
No neurônio que produz glutamato, o Glutamato vai ser 
armazenado em vesícula e aguarda um potencial 
excitatório para sua liberação. 
Atua nos receptores do tipo canal iônico e tipo proteína 
G. 
O Glutamato não pode ficar na sinapse muito tempo, o 
corpo tem que reabsorver pela célula Glial e pelo 
transportador da membrana do neurônio pré-sináptico. 
Degradado a nível intracelular. 
 
Receptores para o Glutamato: 
 *Ligados à canal iônico: 
NMDA – potássio e cálcio – resposta lenta. Para que ele 
seja ativado ele precisa de uma ligação simultânea do 
glutamato e glicina e além disso deve ter uma passagem 
de potencial de ação pela membrana com a ligação do 
magnésio. Para ativar esse canal ele precisa da passagem 
do potencial de ação na membrana que faz com que se 
ligue uma molécula de magnésio, assim ele se abre. 
AMPA – sódio e potássio – resposta Rápida. 
CAINATO – sódio e potássio – resposta Rápida. 
 
O AMPA e o CAINATO, a medida que o Glutamato atua 
neles, eles simplesmente se abrem e promove a entrada 
de sódio, excitando a membrana do neurônio pós 
sináptico. 
 
 *Ligados à proteína G: 
Nenhum fármaco atua em receptores ligados à proteína 
G. 
 
- GABA: 
 
As membranas celulares da maioria dos neurônios e 
astrócitos do SNC de vertebrados expressam receptores 
de GABA. 
 
Os fármacos que modulam os receptores de GABA 
afetam a reatividade e a atenção, a formação da 
memória, a ansiedade, o sono e o tônus muscular. 
 
A utilização de benzodiazepínico a pessoa fica mais lenta, 
mais aérea, dificuldade de raciocínio, diminui ansiedade 
e relaxamento muscular. 
Benzodiazepínico atua aumentando a transmissão 
Gabaérgica. Importante para o tratamento da epilepsia, 
insônia, ansiedade. 
 
Modulação da sinalização – importante para o 
tratamento da hiperatividade neuronal focal ou 
disseminada na epilepsia. Tratamento de insônia, 
ansiedade. 
 
 
 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
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Receptores GABAérgicos: 
 *Ligados à proteína G 
 
 *Ligados à canal Iônico: 
GABAa – mais importante que os fármacos agem. 
Fármacos potencializam esse canal, mantém ele mais 
aberto, aumentam a frequência de abertura desse canal 
fazendo aumentar a quantidade de cloreto entrando. 
Com a entrada de cloreto a membrana fica 
hiperpolarizada e a célula fica irresponsiva. 
 
 
 
O receptor Gabaérgico na membrana do neurônio tem 
vários tipos sítios de ligação. Tem ligação para os 
benzodiazepínicos (mesmo sitio de ligação de outra 
substancia – Fumazenil), tem outro sitio de ligação para 
os barbitúricos. 
 
Fumazenil é um ANTAGOSNISTA DE 
BENZODIAZEPÍNICOS. Compete com sítios de ligação de 
Gabaérgicos, o que é um antagonista. 
Consegue cortar o efeito dos Benzodiazepínicos 
utilizando o Fumazenil. 
 
Fármacos que atuam nos receptores Gabaérgicos – 
Álcool, Benzodiazepínicos, Barbitúricos,neuroesteróides e muitos anestésicos gerais. 
 
Fármaco Agonista do receptor GABAa são utilizados mais 
na fase experimental. Imita a psicose. Ex.: Muscimol. 
 
Fármacos Antagonistas competitivos dos receptores 
GABAa são substâncias convulsivantes. Se estou 
bloqueando a transmissão gabaérgica, está 
potencializando a transmissão Glutamatérgica. Para 
algumas patologias pode ser indicado. Induzem 
convulsão em um ambiente controlado por algum 
motivo. 
 
Fármacos Moduladores dos receptores GABAa que são os 
benzodiazepínicos (aumentam frequência de abertura 
do canal GABAa, potencializa a abertura do GABAa) e 
barbitúricos (aumentam eficácia do GABA, o canal fica 
mais tempo aberto, além de atividade bloqueando 
receptor glutamatérgico). 
No caso dos benzodiazepínicos faz com que tenhamos 
menos GABA para abrir o canal e o barbitúrico não precisa 
da presença do GABA para abrir o canal. 
 
Normalmente para que o canal se abra, precisa ligar dois 
GABA’s. 
Com o uso dos benzodiazepínicos, vai precisar somente 
de UM GABA para a abertura do canal, vai potencializar a 
ação do GABA. Mas, ele vai precisar de pelo menos um 
GABA para a abertura. 
Os Barbitúricos conseguem eles mesmos se ligar ao canal 
GABA e abri-lo, mesmo na ausência de GABA. Por isso ele 
tem um potencial tóxico maior quando comparado aos 
benzodiazepínicos. 
 
Benzodiazepínicos são utilizados como anticonvulsivante 
e ansiolíticos. 
 
❖ MODULADORES DOS RECEPTORES GABA A: 
 
▪ ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS 
 
 
 
Relato acima: quadro típico de ansiedade. 
 
- Há quadros de ansiedade fisiológicos, gera descargas de 
andrenalina. Mas o problema da ansiedade é quando ela 
não é fisiológica e compromete parte das atividades (não 
consegue dormir, não relaxa, não concentra, não fixa um 
assunto, etc.) 
Neste caso patológico, deve ser tratado. 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
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- Ansiedade: É um estado subjetivo de apreensão 
acompanhado por alterações psicofisiológicas 
(autônomas) e cognitivo subjetivas. 
Tem descarga noradrenérgica. 
Paciente não deve utilizar uma medicação 
noradrenérgica, pois vai potencializar o quadro de 
ansiedade. 
 
O que trata a ansiedade é reposição de Serotonina – 
Inibidor seletivo de recaptação de serotonina. 
Benzodiazepínicos são paliativos. 
 
- Pacientes apresentam medo persistente, excessivo e/ou 
irreal associado à: 
 *Tensão muscular, 
 *Queda de cabelo, 
 *Bruxismo, 
 *Concentração prejudicada, 
 *Estimulação autonômica (aumento FC, aumento 
sudorese e tremores), 
 *Sensação de catástrofe iminente ou agitação e 
 *Insônia. 
 
- Também tem uma depressão conjunta com sintomas de 
ansiedade. 
 
- O que trata ansiedade é reposição de Serotonina. Uso 
de Inibidor Seletivo de Recaptação de Serotonina. 
 
 
 
- Benzodiazepínico (BZD) é um tratamento sintomático 
da ansiedade (tremor, insônia). 
Atividade sedativa e hipnótica. 
É um fármaco que induz dependência. Tarja preta. 
 
- Propriedade do fármaco fazer hipnose, induz o sono. 
Efeito sedativo é como se fosse ansiolítico. 
 
- Buspirona – atua em receptor serotoninérgico. 
Alternativa ao tratamento da ansiedade. Só tem efeito 
clínico satisfatório quando o paciente é virgem de 
fármacos que atingem SNC. Ex.: pacientes que nunca 
tomaram um ansiolíticos. 
Se o paciente já vem de um tratamento com 
benzodiazepínico ele vai relatar que a Buspirona não faz 
efeito. 
Indicado para pacientes que já tem histórico de abuso de 
substâncias e vícios. 
Não tem síndrome de retirada, não induz dependência. 
Tarja vermelha. 
Deve tomar de forma contínua. 
Efeito mais ansiolítico. 
 
- Antidepressivos alguns tem ação ansiolítica – devem ser 
inibidores seletivos de recaptação de serotonina. Tarja 
vermelha. 
Ex. de Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina: 
SERTRALINA, FLUOXETINA, PAROXETINA, CITALOPRAM, 
ESCITALOPRAM, FLUVOXAMINA. 
Apesar de estarem na mesma classe, eles possuem 
efeitos adicionais específicos de cada um. 
 
- Antipsicóticos alguns podem utilizar no manejo da crise 
de ansiedade. Reduz agitação do paciente. Não é de uso 
crônico. Ex.: Haldol. 
 
- Antagonista do receptor beta adrenérgico – Propanolol. 
Atua no SNC, diminui efeito periférico da ansiedade. 
 
- Zolpidem – criado a partir de uma série de compostos 
que foram obtidos dos BDZ. Composto Z. 
É um fármaco mais seletivo. 
Medicação indutora de sono, não tem capacidade de 
sedar. Paciente dorme mais rápido. 
 
- Anti-histamínicos de primeira geração (hidroxizina, 
difenidramina, prometazina), atuam no receptor 
histaminérgico e diminuem o estado de vigília. O 
problema é o efeito residual. A sonolência fica por todo o 
dia, efeito de ressaca. Ex.: Dramim. 
 
➢ BENZODIAZEPÍNICOS: 
 
Efeitos sedativos, hipnóticos, miorrelaxantes, amnésicos 
e ansiolíticos. Alteram todos os parâmetros envolvidos 
nos distúrbios ansiosos. 
Em doses altas, podem causar hipnose e inconsciência 
profunda. 
 
Podem causar amnésia anterógrada, não lembra de nada 
que ocorreu após aplicação do medicamento. Sintoma 
mais específico do Midazolam. 
Utilizado muito em endoscopia. 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
8 
 
 
 
São moduladores alostéricos, potencializam a ação do 
GABA no receptor GABAa. Aumenta o influxo de cloreto. 
Normalmente precisa da ligação de 2 GABA’s para ativar 
o receptor, e com o uso do BDZ precisa somente de 01 
GABA para ativar. 
Ligando menos GABA no receptor, sobra mais GABA para 
ativar mais receptores. Potencializa. 
Ex: se tinha 10 GABA’s para ativar 5 receptores, com o uso 
de BDZ 10 GABA’s conseguem ativar 10 receptores. 
 
BDZ é um modulador alostérico do receptor GABAa. 
 
É uma medicação muito segura. Dificilmente o paciente 
vai ter insuficiência respiratória com o uso. 
 
- Efeitos Farmacológicos dos BDZ: 
 
 *Redução da ansiedade: 
Inibir as sinapses no sistema límbico. 
Ex.: Diazepam (tratamentos mais prolongados) e 
Alprazolam (Síndrome do Pânico). 
Alprazolam é muito utilizado na ansiedade devido ao seu 
tempo de ação, meia vida. Consegue ser indutor de sono 
e manter a ação por aproximadamente 8h. Bom para 
síndrome do pânico. 
Diazepam é um dos mais fortes. Quando é metabolizado, 
o metabólito continua ativo e dura mais tempo. 
 
 *Sedativos e Hipnóticos: 
Usados para distúrbio do sono (reduz o tempo de indução 
do sono e o número de despertares noturnos e aumenta 
a duração do sono). 
Ex.: Flurazepam (Dalmadorm®), Temazepam, Triazolam, 
Clonazepam (Rivotril). 
 
 *Anticonvulsivante: 
Usados no tratamento da epilepsia e outros distúrbios 
convulsivos. Ex.: Diazepam e Clonazepam 
Paciente que tem epilepsia, se a crise passar de 2 a 3 min 
já entra em um estado de emergência que deve intervir. 
E dessa forma deve utilizar fármacos como os BDZ com 
administração parenteral. 
 
 *Relaxante Muscular: 
Usados no tratamento de espasmos da musculatura 
esquelética (ex.: na distensão muscular) e no tratamento 
da espasticidade de doenças neurodegenerativas (ex.: 
esclerose múltipla e paralisia cerebral). Ex.: Diazepam. 
 
Potencial de desenvolvimento de tolerância, 
dependência e adição, seu uso deve ser intermitente. 
O BDZ promove tolerância e se fizer o uso contínuo vai 
perceber que vai necessitar de aumento de dose. 
 
Tríade da Dependência: 
 *Tolerância, maior a necessidade de utilizar a 
substância 
 *Dependência Química 
 *Dependência Psíquica 
 
Efeito colateral muito comum com o uso contínuo é a 
tolerância. Por isso somente deve ser utilizado o tempo 
necessário para tratamento. 
 
Frequentemente usadas como sedativos para 
procedimentos desconfortáveis e de curta duração 
associados a dor aguda mínima, como a endoscopia. Ex.: 
Midazolam. 
Uso em endoscopia, procedimentos cirúrgicos como pré-
anestésico, faz com que use uma menor dose de 
anestésico.Os sedativos diferem quanto à sua velocidade de início, 
duração dos efeitos e tendência a causar insônia de 
rebote quando suspensos. 
O uso vai depender das características, por exemplo uma 
substancia que é indutora de sono ela deve ter início de 
ação mais rápido. Se for utilizado para a ansiedade o ideal 
é que tenha uma meia vida maior. 
 
Os fármacos e os metabólitos terão interações 
medicamentosas. 
 
 
 
 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
9 
 
Os BDZ são metabolizados pela CYP3A4, então os 
fármacos que agem inibindo a CYP3A4 irão interferir, 
inibem o metabolismo então aumenta a quantidade de 
BDZ plasmático, aumentando seu efeito. 
Ex.: Fenitoína, Carbamazepina, Cimetidina, macrolídeos, 
Azitromicina, cetoconazol, fluconazol, amiodarona, 
etanol. 
 
Os fármacos que induzem CYP3A4 diminuem a resposta 
do BDZ, vai ser metabolizada mais rápido e diminuindo o 
nível plasmático mais rápido. 
Ex.: Rifampicina, Omeprazol, Nifedipina. 
 
 
 
Alguns fármacos vão alterar a biodisponibilidade e a 
atividade dos BDZ conforme a idade, pois são substancias 
que precisam de metabolismo plasmático. 
 
Meia vida do BDZ, principalmente o Diazepam, varia com 
a idade do paciente. Diazepam o metabólito dele 
permanece em atividade, por isso é mais ele. 
 
BDZ normalmente não deve ser utilizado na infância. Na 
criança pode desenvolver efeito contrário, ela pode ficar 
mais agitada, pois vai metabolizar mais. 
 
Recém-nascido a idosos tendem a metabolizar menos, 
com efeito mais pronunciado. 
BDZ em recém nascidos, por exemplo, utilizados mais em 
procedimentos anestésicos. 
 
A escolha do BDZ depende do objetivo terapêutico e 
depende da característica farmacocinética de cada um. 
Fármacos com meia vida mais curta não é ideal para 
ansiedade, é melhor para induzir sono, por exemplo. 
 
Efeitos Adversos: Amnésia anterógrada (não lembra do 
que ocorreu após o uso da medicação – nem todos fazem 
esse efeito), sedação excessiva (quanto maior a dose, 
maior a sedação – ideal começar com doses menores), 
ataxia (diminuição da resposta). 
Raramente provocam morte, a não ser que sejam 
administradas junto com outros fármacos ou substâncias, 
como etanol, depressores do SNC, analgésicos opioides 
ou antidepressivos tricíclicos. 
Dificilmente entra em PCR com o uso sozinho. 
 
A superdosagem de benzodiazepinas pode ser revertida 
pelo uso do antagonista Flumazenil. 
 
Chance de ter síndrome de retirada na interrupção do 
uso. Deve fazer o desmame de maneira gradual e não 
pode retirar de forma abrupta. 
 
Principais sintomas após a interrupção do uso (Síndrome 
de Abstinência): 
 *Comuns: Ansiedade, Insônia, Irritabilidade, dores 
musculares, fraqueza, tremor e perda de apetite. 
 *Menos comuns: Náuseas, depressão, visão turva e 
fadiga. 
 *Raros: Confusão, delírio, psicose e convulsões. 
 
 
 
BDZ produz dependência, mas não produz vício. 
Quando o medicamento tem ação de dependência, tem 
ação no centro Acumbens – dopaminérgica. 
 
➢ BUSPIRONA 
 
É um agonista parcial do receptor serotoninérgico 5HT1A. 
Além disso, também tem atividade dopaminérgica. Atua 
em receptor serotoninérgico. 
Atua na ansiedade por ter uma quantidade grande de 
receptores 5HT1A nas regiões de ansiedade (amigdala). 
 
Buspirona é um fármaco para ser utilizado no tratamento 
dos distúrbios ansiosos. 
É um ansiolítico de efeito a longo prazo. 
 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
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Útil no tratamento de distúrbios ansiosos gerais e sua 
eficácia é comparável à dos BZDs. 
 
Mecanismo de ação: Acredita-se que o principal 
mecanismo ocorra pela interferência na via 
serotoninérgica (neurotransmissor é a serotonina). 
 
 
 
Demora mais para fazer efeitos do que os BDZ, então no 
início os BDZ têm efeito mais agudo e mais rápido. 
Após 16 semanas (uso mais crônico) a Buspirona tem um 
efeito equivalente aos BDZ. 
 
Utilizada em episódios que não envolve situações agudas. 
Não deve ser utilizada na síndrome do pânico, por 
exemplo. 
Demora para fazer efeito. 
É alternativa para um paciente que tem quadro ansioso 
cronificado, que não fez uso de BDZ até aquele momento 
e que não tem episódios de surtos. 
Paciente não pode ser usuário de BDZ, pois ele não irá se 
adaptar à terapia com Buspirona relatando que não 
estará fazendo efeito. 
 
Buspirona não tem efeito equivalente ao BDZ. 
Não produz efeito de amnesia anterógrada, não tem 
efeito de miorrelaxante. 
 
Buspirona tem ação antidepressiva, atua em receptor 
serotoninérgico tipo 5HT1A. 
 
Vantagem da Buspirona: quando retira a medicação não 
induz tolerância e não causa crise de rebote. Não causa 
dependência. 
Bom para aquele indivíduo que já tem histórico de vício 
em outras substâncias. 
 
Por ser um agonista parcial de receptor serotoninérgico, 
ela pode ter interação com substancias serotoninérgicas, 
o que pode potencializar. 
Cuidado para não ter a síndrome serotoninégica. 
 
Efeitos Adversos: Inquietação, insônia, náuseas (efeito 
comum de medicação com efeito no receptor 
serotoninérgico, há muitos receptores no TGI), vertigem. 
 
Vantagens da Buspirona em relação aos BZD: 
 *não causa sedação – medicação que não tem ação 
hipnótica. 
 *não causa descoordenação motora 
 *não há efeitos de abstinência 
 *não potencializa o efeito depressor do álcool 
 
BDZ é extremamente seguro, mas se for utilizada junto 
com outros medicamentos que causam depressão 
respiratória, o paciente pode entrar em episódio de 
depressão respiratória. 
Buspirona não tem esse efeito de potencializar igual aos 
BDZ. 
 
➢ BARBITÚRICOS 
 
Primeiros sedativos hipnóticos utilizados. 
Estão sendo gradualmente substituídos pelos BDZ no 
tratamento de ansiedade e insônia, pois os BDZ são mais 
seguros. 
 
Atua em receptor GABA e inibe receptor glutamatérgico. 
Depressão muito grande do SNC. 
 
BDZ não se liga a receptor GABA na ausência de GABA, ele 
somente ajuda o gaba fazer efeito. É um modulador 
alostérico. 
Os Barbitúricos agem mesmo sem ação do GABA, tendo 
uma depressão muito mais intensa e com maior chance 
de neurotoxicidade. 
 
Barbitúricos tem ação antiepiléticos, principalmente o 
Fenobarbital (Gadernal), ele deprime menos o SNC. 
Mas, a principal utilização de grande parte dos 
Barbitúricos é como anestésicos. 
 
Também podem agir como sedativos, anestésicos e 
hipnóticos. Depende da capacidade farmacocinética. 
Tiopental é utilizado como anestésico. 
 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
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Os barbitúricos anestésicos Tiopental, Pentobarbital e 
Metoexital atuam como agonistas nos receptores GABAa 
e também como potencializadores da resposta dos 
receptores ao GABA. 
 
Reduzem a excitabilidade neuronal basicamente por 
aumentar a inibição mediada por GABA via receptores 
GABAa. 
 
Causa sedação, amnesia e perda de consciência. 
 
Nos neurônios motores da medula espinhal relaxa os 
músculos e suprime os reflexos. 
 
Os barbitúricos anticonvulsivantes, como o fenobarbital, 
produzem agonismo muito menos direto sobre os 
receptores GABAA. 
 
A principal ação dos barbitúricos consiste em 
potencializar a eficácia do GABA ao aumentar o tempo de 
abertura dos canais de Cl. 
Ele permite que o canal de cloreto se abra mais vezes e 
além disso aumenta o tempo de abertura dele, o que 
aumenta a entrada de cloro. 
 
Potencial de causar depressão respiratória rapidamente. 
Cortam o reflexo respiratório ao acumulo de CO2. 
 
Barbitúricos não tem antídoto. 
 
Barbitúricos reduz a excitabilidade neuronal. Ele faz com 
que o receptor gabaérgico se abra mais vezes com influxo 
maior de cloreto. E além disso faz com que esse receptor 
fique aberto por mais tempo. Depressão intensa. 
 
Além de atuar nos receptores gabaérgicos, os 
Barbitúricos atuam diminuindo a ativação doreceptor 
Glutamatérgico, de canal iônico. Receptor AMPA pelo 
glutamato. 
 
São lipossolúveis, fácil acesso ao SNC. 
Tiopental, metoexital e pentobarbital são usados para 
indução da anestesia geral. Depressão respiratória muito 
mais intensa. 
 
Barbitúricos como o Fenobarbital atuam como 
antiepilépticos efetivos. 
 
As enzimas do citocromo P450 que metabolizam os 
barbitúricos são CYP3A4, CYP3A5 e CYP3A7 
Substâncias que induzem a CYP3A4 podem interferir no 
metabolismo dos barbitúricos. Ex.: Cimetidina, Fenitoína, 
Carbamazepina. 
Se induzem, vão fazer com que a enzima trabalhe mais 
rápido e assim metaboliza mais o Barbitúrico e diminui a 
concentração dele na circulação. Diminui a ação. 
 
O uso crônico de barbitúricos supra regula 
acentuadamente a expressão dessas enzimas, 
acelerando, dessa maneira, seu metabolismo (e 
contribuindo para o desenvolvimento de tolerância) e de 
outros substratos dessas enzimas. 
O próprio uso do Barbitúrico aumenta a ação das enzimas 
CYP3A4. 
 
Substâncias que inibem a CYP3A4, como o Cetoconazol, 
também vão interferir no metabolismo. Vão aumentar o 
efeito do medicamento. 
 
O barbitúrico também pode aumentar o metabolismo de 
outros sedativos/hipnóticos, bem como de 
benzodiazepínicos, fenitoína, digoxina, contraceptivos 
orais, hormônios esteróides, sais biliares, colesterol e 
vitaminas D e K, embora a presença simultânea de 
barbitúricos com esses agentes, diminuem a sua 
biotransformação. 
Interação com Fenitoína, com BDZ, Digoxina, 
contraceptivo oral (diminuição da eficácia). 
 
Efeitos Adversos: 
Principal efeito é a depressão do SNC, com depressão 
respiratória. Altas doses pode provocar depressão fatal 
respiratória do SNC. São substâncias utilizadas para 
anestesia, induz estado anestésico e antes disso há uma 
depressão respiratória. 
 
Administração concomitante de barbitúricos e de outros 
depressores do SNC, frequentemente o etanol, resulta 
em depressão do SNC mais grave que a causada por 
barbitúricos isoladamente. 
 
➢ ETOMIDATO, PROPOFOL, ALFAXALONA 
 
Fármacos que atuam em receptor GABAa também são 
utilizados como anestésicos. 
 
Utilizados para indução da anestesia geral. 
Atuam basicamente nos receptores GABAa, utilizados 
como anestésicos. 
 
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Etomidato é um anestésico geral, é uma substância que 
é sedativo e hipnótico com propriedades anestésicas. 
Induz anestesia em pacientes hemodinamicamente 
instáveis. Muito bom para parte cardiovascular. 
Mas tem alguns efeitos colaterais que limitam a terapia. 
 
Propofol é amplamente utilizado para indução da 
anestesia. Uma das mais utilizadas na anestesia. 
Potencializa o receptor GabaA que deprime o SNC, induz 
influxo de cloreto. 
Se redistribui menos, fica mais retido no SNC, dessa forma 
o paciente reverte rapidamente. 
 
Alfaxalona é um esteroide neuroativo, que raramente é 
utilizado na prática clínica. 
 
 
Na imagem acima: 
Efeitos de BDZ e Barbitúricos sobre a atividade dos 
receptores GABAa. 
GABA em baixa concentração, se der um Midazolam ao 
paciente, ele vai conseguir potencializar a ação do GABA. 
Mais potente para inibir o SNC. 
 
Alta dose de Fenobarbital consegue fazer com que entre 
mais rapidamente cloro do que Midazolam (BDZ). Ação 
mais rápida e efetiva. BDZ demora mais por depender da 
presença do GABA. 
 
➢ MELATONINÉRGICOS – Ramelteon 
 
Trata se de um agente agonista com alta seletividade para 
receptores de melatonina MT1 e MT2 – Indução do sono 
e regulação do ciclo vigília-sono. 
 
Normalmente produzimos melatonina fisiologicamente a 
noite para induzir o sono e tem o cortisol que contrapõe 
a ação da melatonina. 
O cortisol faz o despertar, ativa metabolismos de lipídios, 
carboidratos, proteínas, etc. 
Cortisol produzido pela manhã e com o anoitecer tende a 
diminuir o nível de cortisol e passa a produzir melatonina 
para induzir sono. 
 
Essas substâncias serão agonistas dos receptores da 
melatonina (MT1 e MT2), induzindo o sono. Poucos 
efeitos colaterais. 
É uma substância produzida endogenamente. 
 
Melatoninérgicos são metabolizados pela CYP1A2 e pela 
CYP3A4. 
 
É metabolizada pela CYP1A2. Quando combinada com 
algumas substancias, pode ter interação medicamentosa. 
Fluvoxamina (inibidor seletivo da recaptação de 
serotonina), quando combinada com agente 
Melatoninérgico pode ter alteração do metabolismo. 
Assim como também em combinação com outros 
inibidores da CYP1A2, tais como Ciprofloxacino e 
Norfloxacino. 
Dessa forma interagem com a CYP1A2 que podem 
interferir no metabolismo. Aumentam o metabolismo da 
substância Melatoninérgica. 
 
Cetoconazol e fluconazol ou indutores tais como 
Rifampicina, Carbamazepina ou barbitúricos devem ser 
evitados. São indutores da CYP3A4, aumentam o 
metabolismo dos melatoninérgicos. 
 
Ausência de potencial para indução de insônia de rebote, 
sintomas de abstinência, potencial para abuso e/ou 
dependência, comprometimento cognitivo ou motor. 
 
❖ RECEPTORES DE GABA B: 
 
 
 
Receptor GABAb é acoplado à proteína G. 
Tem ação inibitória. 
Após ativação do receptor GABAb vai gerar abertura do 
canal de potássio. Para hiperpolarizar a membrana do 
neurônio (normalmente face interna negativa) retirando 
carga positiva (ex.: potássio) ou colocando carga negativa 
(ex. cloreto). 
 
O receptor acoplado à proteína G – receptor GABAb, 
induz uma irresponsividade da célula a partir do 
momento que a subunidade alfa promove a abertura do 
canal de potássio, tendo ação inibitória. 
 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
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➢ BACLOFEN 
 
É utilizado primariamente no tratamento da 
espasticidade associada a doenças dos neurônios 
motores (por exemplo, esclerose múltipla, ELA) ou de 
lesão da medula espinhal. 
Consegue diminuir a rigidez muscular que alguns estados 
patológicos geram. 
 
Observações clínicas sugerem que ele também modula a 
dor e a cognição. 
 
Receptor GABAb está em maior quantidade na 
musculatura, dessa forma quando ativado promove 
relaxamento da musculatura. 
 
São medicamentos paliativos, normalmente. Melhoram a 
qualidade de vida do paciente. 
 
❖ USOS DE DROGAS SEM PRESCRIÇÃO QUE 
ALTERAM A FISIOLOGIA DO GABA 
 
➢ ETANOL 
 
Não é um fármaco. 
Atual como ansiolítico e sedativo. 
Efeitos sobre múltiplos alvos, incluindo os receptores 
GabaA e glutamato. 
 
Interage de modo sinérgico com outros sedativos, 
hipnóticos, antidepressivos, ansiolíticos, 
anticonvulsivantes e opioides. 
 
Convulsão é uma hiperexcitabilidade do SNC, então o 
tratamento deve deprimir. Se associar com o álcool vai 
deprimir além do que deveria. 
 
❖ CONVULSÃO: 
 
 
A convulsão pode ser caracterizada por uma alteração 
transitória do comportamento, ativação desordenada, 
sincrônica e ritmada. 
Causada por um curto circuito do SN. Neurônios 
manifestam de maneira exacerbada, se despolarizam de 
maneira exacerbada gerando manifestação clínica 
periférica. 
 
Principal causa da convulsão é a descarga local rápida e 
excessiva dentro do SNC. A manifestação clínica vai ser 
correlacionada com a parte do SN que está sendo 
afetada. 
Pode ser focal (parcial) ou pode ser generalizada 
acometendo todo o SNC. 
 
Pelo menos 10 a 20% da população pode desenvolver 
episódios convulsivos alguma vez na vida. 
 
Ex.: indivíduo com hipoglicemia pode convulsionar por 
falta de glicose. 
Indivíduo com febre muito alta, comum em crianças. O 
que gera o processo convulsivo será a rapidez com que a 
temperatura será aumentada. 
Distúrbios hidroeletrolíticos podem causar convulsão – 
ex. Hiponatremia, hipocalcemia. 
Traumas em acidentes pode gerar convulsão. 
 
Convulsão é uma manifestação isolada. Não 
necessariamente a pessoa será diagnosticada com 
Epilepsia. 
 
Muitas vezes essa convulsão não precisa ser tratada,somente corrigida naquele momento. 
 
❖ EPILEPSIA: 
 
Indivíduo tem dois episódios convulsivos em mais de 24h, 
intervalo maior de 24h. Episódios repetidos. 
Se for em um tempo menor, o paciente ainda pode estar 
tendo o evento devido aquele distúrbio de base que está 
gerando a convulsão (ex.: febre alta). 
 
Ex.: paciente teve AVC isquêmico há um tempo atrás e 
começa a ter episódios convulsivos, ela será 
diagnosticada com epilepsia. Devido ao AVC pode ter 
desenvolvido uma área irresponsiva no SNC. 
 
Epilepsia é a doença e a convulsão é o sintoma. 
 
Distúrbio da função cerebral caracterizado pela 
ocorrência periódica e imprevisível de convulsões. 
 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
14 
 
Segundo distúrbio neurológico mais comum, depois do 
AVE (0,8% da população). 
 
Sinais e sintomas determinados pelo sítio (foco) e pela 
propagação da atividade anormal. 
Ex. tem pessoas que a convulsão acomete somente um 
braço, outros somente com distúrbios visuais, ou 
alterações olfativas. 
 
Pode começar focal e se propagar para uma crise 
generalizada. 
 
Epilepsia é uma doença crônica que não tem cura. 
 
Se a pessoa tiver uma crise de convulsão isolada, deve 
aguardar. Se passar de 5 min a pessoa já entra em um 
estado não epilético e deve intervir e entrar com 
medicação, pois pode causar danos neuronais. Principal 
medicamento utilizado é o Diazepam (IV ou retal. Não 
deve ser dado via IM pois a absorção por essa via não é 
constante). Como segunda opção seria o Midazolam. 
Mas no geral as crises duram 30s a 3-4min no máximo. 
 
Causas Prováveis: 
 *Infarto cerebral 
 *Tumor 
 *Infecção – sepse 
 *Trauma 
 *Doença degenerativa 
 *Distúrbios vasculares 
 *Fatores genéticos 
 
Para desenvolver a epilepsia a pessoa tem uma condição 
genética para desenvolver. 
Pessoa epilética que chega convulsionando muitas vezes 
é devido ao não uso do medicamento. 
 
Pessoa epilética não tem cura, consegue somente 
diminuir os episódios convulsivos com o uso dos 
medicamentos. 
70 a 75% das crises são tratáveis farmacologicamente. 
 
Principal medicação para tratar o episódio de convulsões 
é o Diazepam, via IV, via retal. Não pode ser dado via IM. 
Em segunda opção pode ser dado o Midazolam, via IM. 
 
 
 
 
 
▪ Crises Parciais: 
Acomete uma parte do SNC. 
 
 *Crises Parcial Simples (consciência não afetada): 
Pessoa sabe o que está acontecendo e está tendo a 
convulsão de um membro, por exemplo. Paciente 
mantém a consciência. 
Com sinais motores, com sintomas sensoriais ou 
somatossensitivos, com sintomas autonômicos, com 
sintomas psíquicos. 
 
 *Crises Parciais evoluindo para crises Generalizadas 
secundariamente: 
Crises parciais simples evoluindo para crises 
generalizadas; crises parciais complexas evoluindo para 
generalizadas; crises parciais simples evoluindo para 
crises parciais complexas e subseqüentemente, para 
crises generalizadas. 
 
 *Crises Parciais Complexas (com comprometimento da 
consciência): 
Início parcial simples progredindo para 
comprometimento da consciência; com 
comprometimento da consciência desde o início. 
 
▪ Crise Generalizada: 
 
 
 
 *Crise de Ausência (pequeno mal) – mais comum em 
crianças 
 *Crises Mioclônicas 
 *Crises Clônicas 
 *Crises Tônicas 
 *Crises Tônico-clônicas (grande mal) 
 *Crises Atônicas 
 *Formas combinadas 
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Na epilepsia há diminuição da atividade sináptica 
inibitória, aumento da atividade sináptica excitatória, 
controle da excitabilidade da membrana neuronal e da 
permeabilidade iônica. Há aumento da permeabilidade 
aos íons. 
 
Os medicamentos que vão atuar na crise epiléptica vão 
atuar aumentando a atividade sináptica inibitória, 
diminuindo a atividade sináptica excitatória. 
A maior parte dos fármacos atuam em canal iônico, em 
canais de sódio e cálcio. 
 
▪ ANTICONVULSIVANTES: 
 
 
 
Mecanismo de Ação: potencializa a transmissão 
GABAérgica. 
Bloqueio dos canais iônicos de sódio e cálcio. 
Antagonismo da transmissão glutamatérgica. 
Quando fármaco bloqueia o canal de sódio, mantém ele 
mais tempo em estado inativado. Esse fármaco que atua 
em canal em iônico tem preferência pelos canais que 
despolarizam mais vezes. 
 
Fenitorina, Carbamazepina principalmente atuam em 
canal de sódio. 
 
Se não entra sódio, o neurônio não despolariza, não 
consegue fazer exocitose de neurotransmissores e 
consequentemente não terá ação excitatória. 
 
Os fármacos que atuam no canal de cálcio talâmico, tipo 
T, de ativação mais lenta. Ex.: Etossuximida e Ácido 
Valpróico. 
Crise de ausência inicia no Tálamo, propaga e atinge o 
córtex. Nos neurônios talâmicos tem o canal de cálcio tipo 
T de ativação mais lenta. Então para o fármaco ter ação 
em crise de ausência, ele precisa ter ação nesse tipo de 
canal de cálcio talâmico. 
Deve ter lipossolubilidade suficiente para chegar no SNC 
e com preferência no tálamo. 
 
Alguns fármacos não podem ser utilizados na crise de 
ausência, como a Fenitoína, pois pode piorar. 
 
Os mais utilizados dessa classe são Fenitoína, Ácido 
Valpróico, Carbamazepina e Fenobarbital. 
 
➢ FÁRMACOS QUE AUMENTAM A INIBIÇÃO 
MEDIADA PELOS CANAIS DE SÓDIO: 
 
FENITOÍNA, CARBAMAZEPINA, LAMOTRIGINA, 
LACOSAMIDA e ÁCIDO VALPRÓICO 
 
 
 
Mecanismo de Ação: Bloqueio de canais iônicos de sódio 
e cálcio. 
 
Atuam em crise focal e que progride para crise 
generalizada. 
Na crise de ausência que tem disparos mais rápidos eles 
não são utilizados, exceto o ácido valpróico. 
 
 *FENITOÍNA: 
 
É um dos primeiros fármacos que foram utilizados no 
tratamento das crises convulsivas. 
Atua no canal de sódio inibindo a geração de potenciais 
de ação repetitivos. 
Se liga ao canal de sódio no estado inativo. 
 
Ligação muito grande com proteínas plasmáticas (95% 
ligam-se à albumina plasmática). 
A medida que vai aumentando a dose, ele vai se ligando 
às proteínas plasmáticas. Chega um momento que 
aumenta a concentração e há saturação de ligação às 
proteínas plasmáticas. 
Quando aumenta 10mg a dose (por exemplo), vai 
duplicar a dose. O efeito clínico é muito maior. 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
16 
 
A partir do momento que há saturação, vai ter aumento 
de fármaco na fração livre, aumentando muito o efeito, 
não sendo proporcional. 
Importante em pacientes que tem problema na 
quantidade de proteínas plasmáticas, ex.: pacientes 
renais e hepáticos. 
 
Fenitoína pode ser dado via IV. Um dos fármacos 
utilizados na emergência em estados epiléticos. 
Deve ser suspenso em soro fisiológico, não pode soro 
glicosado. 
A molécula da Fenitoína é incompatível e pode precipitar 
no soro glicosado. 
Deve ter um acesso somente para ela, não pode utilizar o 
mesmo acesso de outros medicamentos. 
Se o acesso sai da veia e tem contato com o tecido, o 
medicamento pode causar uma reação inflamatória e até 
necrosar aquele tecido muscular. 
 
Efeitos Adversos: Ataxia (movimentos musculares 
descoordenados), vertigem, hipertrofia gengival (é 
irreversível), hirsutismo, anemia megaloblástica 
(carência de vitamina B12 e ácido fólico – pode gerar 
alteração da absorção de vitamina B12), malformação 
fetal (não deve ser dado para gestante, mas deve avaliar 
risco/benefício), reações de hipersensibilidade. 
Visão turva, diplopia e alargamento dos lábios e nariz 
estão associados em alguns pacientes com o uso 
prolongado da droga. 
 
Bloqueadores de Canal de cálcio, principalmente o 
Nifedipino, pode causar Hipertrofia gengival, portanto se 
associar, pode ter maior chance. Não deve associar com 
BCC’s. 
 
Efeitos associados ao isso prolongado: 
Neuropatia periférica, linfadenopatia, hiperplasia 
linfoide, parestesias, visão turva, diplopia, alargamento 
dos lábiose nariz. 
 
Interação Medicamentosa: 
Fenitoína é um importante fármaco indutor enzimático 
CYP3A4. Atua induzindo as enzimas do citocromo P450 o 
que faz interagir com outros fármacos. 
 
Fármacos que inibem o sistema P450 como 
Cloranfenicol, Cimetidina Dissulfiram e isoniazida, 
aumentam as concentrações plasmáticas de Fenitoína. 
Esses fármacos diminuem a metabolização da Fenitoína e 
dessa forma ela fica mais disponível. 
Carbamazepina induz o sistema P450 hepático, ela induz 
o metabolismo dela mesma. Carbamazepina pode 
induzir o metabolismo da Fenitoína e diminui efeito. 
 
Fenitoína tem capacidade de induzir o sistema P450 
hepático – aumenta o metabolismo – Interage com 
contraceptivos orais, Quinidina, doxiciclina, ciclosporina, 
metadona e levodopa. 
Ex.: Paciente com Parkinson que utiliza Levodopa, ela vai 
ter uma biodisponibilidade pequena com o uso de 
Fenitoína. 
 
Deve orientar a utilizar medidas contraceptivas adicionais 
quando em uso de Fenitoína e contraceptivos orais. 
 
 *CARBAMAZEPINA: 
 
Mecanismo de ação igual à Fenitoína, se liga à canais de 
sódio que se mantém em estado inativado. Bloqueia o 
canal de sódio. 
 
Mecanismos celulares: atividade anticonvulsivante de 
maneira semelhante à da Fenitoína. Atua bloqueando 
canal de sódio em estado inativado. Tem ação 
glutamatérgica. 
 
Utilizados em crises focais e principalmente para evitar a 
propagação da crise focal. 
 
É um indutor enzimático muito intenso e forte que pode 
induzir o metabolismo dela mesma. Ela acaba sendo o 
próprio substrato da enzima. 
Devido a isso, para que consiga ter o efeito pleno da 
Carbamazepina, deve ter utilização de pelo menos um 
mês. 
 
Pega bastante tipos de crises, muito utilizada. Vários 
processos de convulsão. Crises parciais, mistas, 
generalizadas. 
Não pega a crise de ausência. 
 
Aplicabilidade além de crise convulsiva. Pega transtorno 
bipolar, dor neuropática (primeiro fármaco para 
neuralgia do trigêmio). 
PRIMEIRA ESCOLHA PARA TRATAMENTO DA NEURALGIA 
DO TRIGÊMIO. 
 
Quando pensa no processo de transmissão da dor, a 
chega do impulso no SN tem a percepção da dor. A 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
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carbamazepina diminui o fluxo iônico e assim diminui os 
impulsos no SN. 
Dor neuropática não adianta utilizar outros 
medicamentos para dor como AINES, por exemplo. 
 
Muitos anticonvulsivantes trabalham no controle de 
transtornos bipolares (alterações de humor). Indivíduo 
oscila entre depressão e mania. 
A maior parte desses fármacos não conseguem atuar nas 
duas fases da doença e por isso faz muita conjugação de 
substâncias. 
Anticonvulsivante deprime o SNC, utilizado na fase de 
mania. 
 
Tomar cuidado para retirar o anticonvulsivante de pessoa 
que tem epilepsia. 
 
Escolha para as convulsões focais – supressão dos focos 
convulsivos e na prevenção da propagação da atividade. 
 
É um indutor enzimático muito forte e por induzir o 
metabolismo dela mesma. Se a enzima trabalha mais, ela 
metaboliza mais e diminui a concentração do nível sérico 
do substrato que ela utiliza. No caso ela diminui a meia 
vida desse medicamento utilizado como substrato. 
Então ela vai interferir no metabolismo de outros 
fármacos também. 
 
Auto indutor enzimático → ± um mês para obtenção de 
uma concentração plasmática estável. Depois de um 
tempo que ela terá o seu efeito pleno. 
Não é uma medicação que prescreve e o paciente já tem 
uma melhora espontânea. 
 
Pode ser associada com outros anticonvulsivantes. 
 
Não é utilizada para crise. 
 
Alguns dos efeitos adversos da Carbamazepina estão 
relacionados ao comprometimento cerebelo vestibular. 
Paciente vai ter tontura, compromete movimento, atrofia 
de cerebelo (fenitoína também pode gerar essa atrofia de 
cerebelo). 
 
Efeitos Adversos: Ataxia (15% dos pacientes), sedação, 
visão turva, retenção de água, reações de 
hipersensibilidade (vermelhidão é o mais comum, mas 
também pode ocorrer síndromes dermatológicas raras), 
é possível desenvolver Síndrome de Stevens Johnson (não 
é comum), leucopenia (benigna – importante o 
leucograma inicial), insuficiência hepática (rara – 
importante acompanhar as enzimas hepáticas). 
 
Anemia Aplásica e Agranulocitose são efeitos adversos 
muito raros, mas podem ocorrer. Importante fazer 
análise laboratorial antes do início do uso para 
comparação e controle. 
 
Pode gerar Hiponatremia, o que pode ocorrer sintomas 
clínicos pois o corpo pode tentar compensar isso e ter 
sintomas neurológicos. 
Pode gerar algumas alterações cardiológicas. Pode gerar 
arritmias por falta de equilíbrio do fluxo iônico. 
 
Diminui nível sérico de anticoncepcional. 
Problema, pois é contraindicado na gestação, se a mulher 
pretende engravidar não deve tomar Carbamazepina. 
Compromete a formação do tubo neural. 
Se não conseguir retirar, deve repor ácido fólico e 
acompanhar de perto essa gestante. 
 
Para diminuir a sedação quando ela for um problema 
adverso importante e que não seja necessária a sedação 
(comprometimento de atividades cotidianas), deve 
prescrever ela no período noturno (difícil pois deve ser 
tomado várias vezes ao dia) ou então em formulações de 
liberação controlada que elas têm menor efeito colateral 
de sedação e ganho de peso, paciente tem menos 
cansaço e sonolência. 
 
Carbamazepina pode ser utilizada principalmente para 
dor neuropática. Ex.: neuralgia do trigêmeo. 
Utilizada no manejo de crises dolorosas. 
 
Maior problema é a interação medicamentosa por ser um 
indutor enzimático muito potente. 
 
Sempre que for utilizar Carbamazepina deve fazer um 
hemograma por poder causar leucopenia. Importante ter 
um valor de base para comparação. 
Fazer avaliação hepática, renal e exames de tireoide. 
Fazer avaliação laboratorial pelo menos a cada 6 meses 
por poder causar alteração em todo o perfil bioquímico e 
hematológico. 
 
Criança pode fazer o uso de Carbamazepina. 
 
Carbamazepina tem aplicabilidade que vai além de crise 
convulsiva. 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mar./Abr. 2022 
18 
 
Pega muito bem transtorno bipolar, dor neuropática 
(neuralgia do trigêmeo), transtornos convulsivos. 
 
Na transmissão da dor, a dor vem de um neurônio que 
está na periferia, vai fazer sinapse no corpo dorsal da 
medula para ser enviado ao SNC. A chegada desse 
impulso no SNC e percepção da dor. 
O anticonvulsivante para diminuir esse fluxo iônico ele 
diminui a percepção do estímulo doloroso nervoso. 
Muitos anticonvulsivantes têm aplicabilidade no 
processo de controle de dor neuropática. 
Dor neuropática não adianta o uso de AINES, analgésicos, 
opioides. 
 
Principal problema da Carbamazepina é a presença das 
interações medicamentosas. É um indutor enzimático. 
Para conseguir ter um efeito esperado da Carbamazepina 
demora +- um mês e ter uma concentração plasmática 
estável. 
 
Uso junto com a Lamotrigina pode diminuir os níveis 
plasmáticos da Lamotrigina. 
 
 *LAMOTRIGINA: 
 
Atua bloqueando os canais de sódio, assim como 
Fenitoína e Carbamazepina. 
Fármaco mais novo dentre os anticonvulsivantes. Não 
está disponível no SUS, utilização mais diminuída. Menos 
efeitos colaterais. 
 
Atua nas crises parciais, crises mioclônicas (mais comuns 
na infância – enrijecimento da musculatura), crises de 
ausência (atua também em canal de cálcio). 
 
Utilizado mais para tratamento de transtorno Bipolar, 
principal aplicação. 
Bipolar é aquele indivíduo que vai passar pelo episódio de 
mania, euforia e logo depois terá episódios depressivos. 
Fármaco para conseguir tratar deve conseguir agir tanto 
na fase de mania quanto na fase de depressão, muito 
difícil. 
Único medicamento que consegue mesmo estabilizar o 
humor do bipolar é o Lítio, no geral os outros fármacos 
atuam somente no episódio de mania ou somente no 
episódio de depressão.Bloqueio de canais de sódio dependentes de voltagem, 
especialmente os do tipo lento, bloqueando o disparo 
repetitivo de potenciais de ação. 
Inibição da liberação de aminoácidos excitatórios 
(glutamato e aspartato). 
Ação inibitória um pouco maior. 
 
Carbamazepina e Fenitoína bloqueiam somente canais de 
sódio, já a Lamotrigina, além de bloquear canais de sódio, 
também inibe a liberação de aminoácidos excitatórios. 
 
Bloqueia a liberação de glutamato e também inibe canal 
de sódio. 
 
Efetivo como monoterapia para crises parciais, crises de 
ausência e mioclônicas (em crianças). 
 
É uma alternativa para utilização na crise de ausência, 
mas não é primeira escolha (primeira escolha para crise 
de ausência é a Etossuximida e depois o Ácido Valpróico). 
Para atuar na crise de ausência, deve atuar no canal de 
cálcio. 
 
Bloqueador de canal de sódio e também bloqueador de 
canal de cálcio. 
 
Também utilizada no TRANSTORNO BIPOLAR – principal 
aplicação. 
 
Não tem efeito de sedação muito grande como os outros 
fármacos terão (Fenitoína e Carbamazepina). 
 
Todos os anticonvulsivantes podem representar um 
ganho de peso representativo, mas a Lamotrigina é um 
pouco menos. 
 
Bem tolerada por jovens e idosos. 
 
Alguns anticonvulsivantes, principalmente o Topiramato, 
pode gerar uma lentidão, dificuldade de formar palavras 
e de raciocínio, e a Lamotrigina não tem esse efeito, não 
tem essa alteração cognitiva. 
Em jovens, por estar em uma idade produtiva, o ideal é 
evitar o Topiramato devido a esses efeitos colaterais, 
sendo a Lamotrigina uma escolha. 
 
A concentração e meia vida da Lamotrigina são 
diminuídas com drogas indutoras do CYP3A4 (P450), 
como Fenitoína, Carbamazepina e Fenobarbital. 
Reduzem o nível sérico da Lamotrigina. 
 
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A concentração e meia vida aumentam com drogas 
inibidoras enzimáticas, como o Ácido Valpróico. Aumenta 
a concentração da Lamotrigina. 
 
Fatores que aumentam a glucuronidação hepática, como 
o uso de anticoncepcionais orais e a gestação, também 
diminuem a concentração sérica da Lamotrigina. 
Pode ser utilizada na mulher em idade fértil, mas 
importante saber que o uso de anticoncepcional diminui 
os níveis séricos de Lamotrigina. Se retirar o 
anticoncepcional, a Lamotrigina vai aumentar seus níveis 
séricos e pode ter um efeito tóxico. 
 
Lamotrigina X Carbamazepina: interação 
farmacodinâmica (os dois medicamentos atuam em 
canais de sódio) – sinais de toxicidade, como tontura, 
diplopia, ataxia e nistagmo. 
 
Efeitos Colaterais: 
Mais graves são dermatológicos: erupções cutâneas 
leves, máculas, síndrome de Stevens Johnson em alguns 
pacientes. 
Risco de reação alérgica cutânea é maior em crianças, 
principalmente quando em associação com o Valproato 
(ácido valpróico). 
Pode causar insônia e irritabilidade. 
Pode exacerbar ou provocar mioclonias. 
 
Lamotrigina tem interação farmacodinâmica com a 
Carbamazepina e a chance de reação alérgica 
aumentada. 
Se paciente está utilizando Carbamazepina ou o 
Valproato, a Lamotrigina não é indicada para associar. 
 
Outra CONTRAINDICAÇÃO ao uso da Lamotrigina seria as 
crises Mioclonais, principalmente a crise Mioclonal 
juvenil. São crises ocasionadas por abalos musculares. 
Lamotrigina pode piorar essas crises e não deve ser 
utilizada nesses casos. 
 
➢ FÁRMACOS QUE INIBEM OS CANAIS DE CÁLCIO: 
 
Há duas aplicações de canais de cálcio: 
 *Inibem Canal de cálcio do tipo T (talâmico): 
especificamente utilizados no tratamento das crises de 
ausência. 
 
 *Inibem Canal de cálcio ativado por alta voltagem: 
efeitos Pleiotrópicos. Embora sejam usados 
principalmente para o tratamento das convulsões focais 
com ou sem generalização secundária. Podem ser 
utilizados em crises generalizadas. 
Aplicação em crises de ausência. 
Ação mais geral, pois esse canal de cálcio é ativado por 
qualquer neurônio pré sináptico para que ele libere 
neurotransmissor na fenda. Não é tão especifico como só 
na crise de ausência. 
 
 *ETOSSUXIMIDA: 
 
Fármaco de escolha para crises de ausência não 
complicadas. Não será utilizado em crise generalizada, 
crise secundária. 
 
Reduz as correntes do tipo T (corrente de cálcio mais 
lenta – presentes no tálamo) de baixo limiar de modo 
dependente da voltagem. 
Primeira escolha para as crises de ausência não 
complicadas. 
 
Efeitos Adversos: anorexia (alguns anticonvulsivantes 
podem gerar), ataxia, tontura, sonolência, cefaleia, 
soluço, distúrbios gastrointestinais (dor abdominal, 
diarreia, dor epigástrica), hipertrofia gengival (como a 
Fenitoína), náusea, vômitos, perda de peso, perda de 
apetite. 
Pode ter pancitopenia (diminuição das células), aplasia de 
medula. Deve fazer hemograma para controle. 
Paciente pode ter inquietação, fotofobia, cefaleia, soluço, 
reações de pele, alergias. Também pode apresentar a 
síndrome de Stevens Johnson. 
 
Anorexia é um efeito que alguns anticonvulsivantes 
podem gerar. Pessoa não terá apetite, perda de peso. 
 
Principal população que tem crise de ausência é a 
população pediátrica, importante no efeito de hipertrofia 
gengival que pode prejudicar o crescimento da dentição 
permanente. 
 
Interações Medicamentosas: 
Potencializa os efeitos do álcool e de outros 
medicamentos depressores do SNC (Ex.: antidepressivo 
tricíclico, opioide, BDZ, barbitúricos). 
Álcool é um depressor gabaérgico e, portanto, o uso com 
Etossuximida pode potencializar o efeito. Não deve ser 
utilizado com consumo de álcool. 
Associar com outros depressores do SNC aumenta o risco 
de depressão respiratória. Não deve associar, deve 
avaliar dependendo da dose. 
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Etossuximida pode aumentar as concentrações 
plasmáticas de Fenitoína. 
 
Fenitoina é um indutor da CYP3A4, mas a Etossuximida é 
um inibidor enzimático e pode inibir o metabolismo da 
Fenitoína, aumentando a sua concentração. 
Isso não é um grande problema pois a Etossuximida vai 
ser utilizada para crise de ausência e a Fenitoína não 
(inclusive ela pode piorar a crise de ausência). 
 
Além disso, a Fenitoína aumenta o metabolismo da 
Etossuximida por ser indutora. 
 
Deve suplementar com ácido fólico para evitar anemia 
megaloblástica. 
 
Existem relatos de que o ácido valproico tanto aumenta 
quanto diminui as concentrações plasmáticas da 
Etossuximida, enquanto a carbamazepina, a fenitoína, a 
primidona e o fenobarbital podem diminuir as 
concentrações plasmáticas por serem indutores 
enzimáticos da enzima que degrada a Etossuximida. 
 
Ácido Valpróico e Etossuximida pode ser feita sim 
associação, porque o ácido valpróico também pega crise 
de ausência. 
 
Com antidepressivos tricíclicos (ex.: Amtriptilina, 
Nortriptilina), IMAO (inibidor da MAO – 
monoaminooxidase – degradam catecolaminas), 
Fenotiazínicos há uma diminuição do limiar convulsivo 
aumentando a depressão central e diminuindo a eficácia 
do anticonvulsivo. 
 
Fenotiazínicos são substâncias que diminuem o limiar 
convulsivo. A Bupropiona é um antidepressivo atípico e 
diminui o limiar convulsivo. Toda medicação que diminui 
o limiar da convulsão vai diminuir a eficácia do 
anticonvulsivante como a Etossuximida. 
 
Com ácido fólico há necessidade de aumentar a sua 
ingestão suplementar. 
Com o uso de Etossuximida há uma tendencia à 
diminuição do ácido fólico (pode desenvolver anemia 
megaloblástica). 
 
Fenitoína, Carbamazepina, fenobarbital são indutores 
enzimáticos e aumentam o metabolismo da 
Etossuximida. 
 
 *ÁCIDO VALPRÓICO: 
 
Ácido Valpróico, Valproato de Sódio ou Divalproato de 
Sódio – o mecanismo de ação entre eles é igual, mas são 
substancias diferentes. 
Ex.: Divalproato de sódio é uma substancia que tem efeito 
terapêutico menor, então para manter o efeitonormalmente a dose deve ser maior. 
 
Triplo mecanismo de Ação: 
 *Atua em canal de sódio inativado (mesmo efeito da 
Carbamazepina, Fenitoína, Lamotrigina) fazendo com 
que o canal permaneça mais tempo inativado. 
 *Atua também em canal de cálcio do tipo T – pode ser 
utilizado para crise de ausência. 
 *Atua aumentando a síntese do GABA e diminuindo a 
degradação do GABA. 
 
Utilizado nas mais diversas crises convulsivas. Pode ser 
utilizado em epilepsia generalizada, crise mioclônica, 
crise de ausência (que não responde com etossuximida), 
convulsão focal. 
Aplicação importante no Transtorno Bipolar. 
 
Tratamento de crise de enxaqueca. O Ácido Valpróico 
entra na enxaqueca como medicação preventiva, 
evitando a incidência e gravidade das crises. 
 
Diminui a velocidade de recuperação dos canais de Na+ 
do estado inativado. Faz com que esse canal permaneça 
mais tempo inativado. 
 
Em concentrações ligeiramente mais altas – limita a 
atividade dos canais de cálcio do tipo T de baixo limiar. 
Pode ser utilizado em crise de ausência. 
 
Aumenta a atividade da ácido glutâmico descarboxilase – 
síntese do GABA e inibe a atividade das enzimas que 
degradam o GABA. 
Aumenta a ação do GABA. 
 
Utilizado nas mais diversas crises convulsivas: 
 
 
Utilizado no Tratamento de crise de enxaqueca, utilizado 
como medicação PREVENTIVA, evitando a incidência das 
crises e diminui a gravidade das crises. 
 
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É um dos anticonvulsivantes que consegue fazer dosagem 
sérica. É uma vantagem. 
Ex.: está com a dose máxima com o paciente e ele não 
está respondendo como deveria, faz a dosagem sérica e 
verifica se está com dosagem baixa (ou ele não está 
tomando adequadamente o medicamento ou então o 
paciente pode ser um metabolizador rápido do 
medicamento e assim deve alterar). 
 
Pode ser utilizado via oral ou parenteral. 
 
É um inibidor, inibe a enzima CYP3A4 e pode aumentar a 
atividade de outras substâncias. 
 
Pode inibir o CYP2C9 e a glucuronosiltransferase, 
diminuindo assim a biotransformação de muitos 
fármacos, incluindo a lamotrigina, a carbamazepina, a 
fenitoína, o topiramato e o felbamato. 
 
Pode causar Trombocitopenia induzida pelo 
medicamento (nº abaixo de 150.000 ou pela metade). 
Diminuição da produção de plaqueta, maior facilidade de 
sangramento. 
 
Estudos in vitro que sugerem que o Valproato estimula a 
replicação dos vírus HIV e CMV. 
Pacientes com HIV não deve ser administrado o ácido 
Valpróico. 
 
Pode causar queda de cabelo. Deve suspender o uso. 
Pode gerar Insuficiência hepática resultado em 
fatalidade, óbito. 
Pode gerar sonolência. 
 
Em alguns pacientes pode ter um comportamento de 
idealização suicida. 
Comportamento e ideação suicida: tem sido relatado em 
pacientes que utilizam medicamentos antiepilépticos 
para qualquer indicação. 
 
Contraindicado na gravidez, a criança pode ter 
diminuição de QI. Não utilizar em mulheres em idade 
fértil. 
 
 
 
 
 
 
➢ FÁRMACOS QUE AUMENTAM A INIBIÇÃO 
MEDIADA PELO GABA 
 
PREGABALINA e GABAPENTINA 
Sintetizadas para estimular abertura do canal na ausência 
de GABA – Agonistas Gabaérgicos. 
 
Utilizadas no tratamento de dor, como na Herpes Zoster. 
São inibitórios, inibe a transmissão do impulso neuronal. 
 
Aumenta a quantidade de GABA no SNC e inibe o canal 
de cálcio que vai fazer a reabsorção no SNC. 
Efeito final é o aumento da quantidade de GABA na 
sinapse. 
 
 *GABAPENTINA: 
 
Aumenta o conteúdo de GABA nos neurônios e nas 
células gliais. 
Aumenta quantidade de GABA na sinapse. 
Principal – inibição dos canais de cálcio HVA. 
 
Interrupção abrupta pode desencadear o aparecimento 
de crises convulsivas. 
Utilizada na neuropatia diabética e Herpes zoster. 
 
➢ BENZODIAZEPÍNICOS 
 
DIAZEPAM, LORAZEPAM e MIDAZOLAM. 
 
Geralmente cada um vai ter uma ação no manejo da crise 
convulsiva em determinada convulsão. 
 
Moduladores alostéricos do receptor GABA. 
Atuam aumentando a eficácia do GABA. 
 
Aumentam a afinidade do GABA pelo receptor GABAA. 
Suprimir o foco da convulsão (ao elevar o limiar do 
potencial de ação) e de fortalecer a inibição circundante. 
 
Diazepam, Lorazepam e Midazolam são bem 
apropriadas para o tratamento das convulsões focais e 
tônico clônicas. 
Somente os três são ideais para o tratamento das crises 
convulsivas (ex.: não pode substituir por Clonazepam). 
 
Não pode ser administrado IM, principalmente 
Diazepam. 
 
Efeitos adversos: incluindo tontura, ataxia e sonolência. 
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Pode induzir tolerância, crise de rebote, sedação. 
 
Capacidade de inibir as correntes do canal de Calcio do 
tipo T em preparações in vitro de circuitos talamocorticais 
(principalmente Clonazepam). 
Utilizada como ultima alternativa em crises de ausência. 
 
Clonazepan (Rivotril) é o Quarto fármaco de escolha no 
tratamento das crises de ausência, depois da 
Etossuximida do Ácido Valproico e da Lamotrigina. 
 
➢ FENOBARBITAL 
 
É o anticonvulsivante mais antigo. 
Fenobarbital é utilizado como anticonvulsivante e o 
Tiopental é utilizado como anestésico. O que difere é a 
potência, tiopental é mais potente. 
 
Mecanismos celulares: 
Potencialização da ação do GABA. Não precisa de GABA 
para ativar o canal. 
Inibição da excitação mediada por Glutamato. 
 
Principais indicações: Todos os tipos de crises, exceto 
crises de ausência. 
 
Fenobarbital aumenta a ação do CYP3A4, indutor 
enzimático. 
 
Não deve ser utilizado em grávidas, pode causar 
problemas cardíacos no bebê. 
 
Principais efeitos indesejáveis: Sedação e depressão. 
 
Diferença do Tiopental e o fenobarbital é a potência. 
 
➢ FÁRMACOS QUE INIBEM OS RECEPTORES DE 
GLUTAMATO 
 
 *FELBAMATO: 
Não é tão utilizado. Utilizado mais a nível experimental. 
Efeitos colaterais comportamentais, compromete a 
clínica. 
Seletividade relativa. 
Pode dar anemia Aplásica e insuficiência cardíaca de 
forma mais intensa. 
 
 
 
 
 *TOPIRAMATO: 
 
Medicação com várias aplicações. 
Utilizado na epilepsia, prevenção de crise de enxaqueca 
(não é para tomar no caso de dor e sim para prevenir), 
hipertensão intracraniana (sempre ideal é manitol), 
transtorno alimentar (reduz ingesta alimentar), dor 
neurogênica, obesidade, transtorno bipolar, tabagismo, 
transtornos de estresse pós-traumático (causa 
lentificação de pensamento, dificuldade da memória e a 
pessoa lembra menos da situação de estresse que a 
pessoa passou). 
 
Ajuda a pessoas que tem vício, deixa de consumir álcool, 
drogas, tabagismo. Não é primeira alternativa, 
normalmente utiliza primeiro a Bupropiona. 
 
Utilizado em tratamento de stress pós traumático. Causa 
uma lentificação no pensamento, dificuldade de 
memória. 
 
Não é a primeira alternativa como anticonvulsivante. 
Normalmente não se usa para esse fim. Tem 
anticonvulsivantes muito mais efetivos. 
 
Contraindicado em crises de ausência. 
 
Efeitos colaterais: parestesias, cansaço, sonolência, 
tonturas, diminuição da coordenação motora (ataxia), 
dificuldade de concentração (dificuldade de raciocínio). 
Pode precipitar cálculo renal, paciente deve tomar muito 
liquido para evitar formação de cálculo. 
Não deve indicar em pacientes com glaucoma, induz 
aumento da pressão ocular. 
 
Não pode utilizar na gravidez, causa fenda palatina e 
retardo mental. 
Diminui eficácia do contraceptivo oral. 
 
❖ ANTICONVULSIVANTE DURANTE A GRAVIDEZ: 
 
Redução da eficácia dos contraceptivos orais em 
pacientes que receberam vários medicamentos 
anticonvulsivantes. 
Carbamazepina, Fenitoína, fenobarbital e felbamato 
mostraram aumentar o metabolismo de Etinilestradiol e 
progestinas pela indução de enzimas microssomais. Não 
devem ser indicados para mulheres em idade fértil e que 
utilizamanticoncepcional. 
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Este efeito não está associado a Lamotrigina, ácido 
valpróico, clonazepam, gabapentina e levetiracetam. 
 
Em resumo, mulheres idade fértil com uso de 
anticoncepcional, não pode tomar: Carbamazepina, 
Fenitoína e Fenobarbital. Reduz efeito contraceptivo. 
PODE TOMAR Lamotrigina, ácido Valpróico, Clonazepam, 
Gabapentina. 
 
Anticonvulsivantes podem causar risco de nascimento de 
baixo peso, má formação congênita, principalmente se 
administrado no primeiro trimestre. 
Pode causar risco de nascimento abaixo do peso. 
 
Gravidez aumenta depuração de Lamotrigina. Muitas 
vezes vai ter que aumentar a dose. 
 
Prejuízo cognitivo: evitar uso de Valproato, Fenitoína, 
fenobarbital ou politerapia durante todo o período 
gestacional. 
 
Gravidez – aumenta depuração da lamotrigina, fenitoína 
carbamazepina (presença de estrogênio). 
Estrogênio aumenta o metabolismo da lamotrigina. 
 
Na amamentação: 
Valproato, Fenobarbital, Fenitoína e carbamazepina não 
são encontradas no leite materno em concentrações 
clinicamente relevantes. 
Contraindicados na gestação.

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