Transporte Ferroviário no Turismo

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OPERAÇÃO EM TRANSPORTES 
TURÍSTICOS TERRESTRES
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
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Olá!
Nesta aula serão apresentadas as divisões e classificações do transporte ferroviário e sua importância
estratégica para o turismo. Serão caracterizados os terminais ferroviários. Será analisada a decadência do setor
ferroviário no Brasil. Ao final da aula, será estudado o caso dos trens turísticos no Brasil.
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Compreender as divisões e classificações do transporte ferroviário.
2. Analisar a decadência do setor ferroviário no Brasil.
1 Transporte Ferroviário: Divisões e classificações
As divisões e classificações sobre o transporte ferroviário auxilia sobremaneira no planejamento e gestão da
operação desse modo de transporte. Na aula 1, o transporte ferroviário foi caraterizado, como o modo que
depende da via segregada (sobre trilhos) e que, o veículo terá a força motriz de acordo com a tecnologia
empregada. Nesta aula, aprofundaremos o conhecimento sobre o universo ferroviário, relacionando-o com o
turismo.
Para Palhares (2002) a divisão dos transportes ferroviários pode ser entendida da seguinte forma:
Figura 1 - Quadro 7.1 Divisão dos transportes ferroviários
Fonte: Fonte: Redesenhado com base em Palhares (2002,p.284)
O foco dos estudos sobre os transportes ferroviários para fins turísticos são os transportes de passageiros
(urbano, de médio e longo percursos). Sendo que, é uma tarefa bastante complexa definir o que é curto, médio e
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longo percurso em termos de distância percorrida. Através das políticas públicas e legislação é possível
encontrar alguns indicadores que podem variar de país para país. Isto faz sentido, já que os países apresentam
dimensões territoriais e formação político administrativas variadas.
Longa distância em um país de dimensões continentais como o Brasil, pode não significar longa distância em um
país que apresenta dimensões menores como por exemplo a Bélgica.
Ligações regionais, no Brasil se relacionam a interligações entre as macro e micro regiões determinadas pelo
planejamento territorial do país. Ligações regionais no contexto da União Europeia, podem significar
interligações entre países que fazem parte desse bloco econômico e político.
2 O trem regional
Naturalmente, existem projetos ferroviários autointitulados de acordo com a sua abrangência geográfica no
território, este é o caso do trem regional. Este tipo de projeto, apresenta como principal objetivo interligar
regiões. Além dos trens regionais, existem trens de aeroportos (que interligam o aeroporto aos centros urbanos),
trens e bondes exclusivos para fins turísticos. E ainda, de maneira geral, nos sistemas de transportes sobre
trilhos existem os metrôs e uma série de sistemas não convencionais. Alguns desses sistemas de transportes
sobre trilhos não convencionais serão abordados na aula 8.
3 Subdivisão do transporte ferroviário para o turismo
Palhares (2002) ainda subdivide o transporte ferroviário exclusivamente para uso turístico em dois grupos
(cênicos e nostálgicos). Diante desse contexto, Fraga (2011) afirma que a segmentação dos transportes
ferroviários para fins turísticos (divisão do mercado) pode determinar outros segmentos e nichos além dos
passeios cênicos e nostálgicos.
Para exemplificar o que Fraga (2011) apontou, vejamos as características do seguinte passeio ferroviário
turístico brasileiro:
“A locomotiva movida a vapor percorre um trecho de 23 quilômetros entre Bento Gonçalves e Carlos
Barbosa, um roteiro conhecido pelos vinhos, queijos e outras delícias, verdadeiros legados deixados
pelos imigrantes italianos”.
https://www.melhoresdestinos.com.br/maria-fumaca-gramado-bento-goncalves.html
https://www.melhoresdestinos.com.br/maria-fumaca-gramado-bento-goncalves.html
https://www.melhoresdestinos.com.br/maria-fumaca-gramado-bento-goncalves.html
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Os terminais são pontos de troca de modos ou meio de transportes e que também pode compreender a oferta de
outros tipos de serviços, como por exemplo lanchonetes, guichês para compra de passagens etc. No caso dos
terminais ferroviários, estes são mais conhecidos como “estações ferroviárias”. Em alguns casos, essas estações
são as principais atrações de uma viagem turística, devido aos aspectos arquitetônicos, históricos e culturais.
Nesse sentido, destacamos duas curiosidades:
No site Estação Ferroviária do Brasil é possível conferir um dos maiores inventários sobre as estações
ferroviárias brasileiras. Para descobrir mais sobre as estações ferroviárias acesse o site (http://www.
estacoesferroviarias.com.br).
No percurso ferroviário turístico do Trem da Costa na Argentina um dos principais interesses é a visitação as
estações ferroviárias. No site da operadora é possível perceber isto a partir da página inicial. “O trem mais
moderno da Argentina, inicia seu itinerário partindo de Vicente Lopez, Estação Maipu, vai em direção da Estação
Delta. Nos seus 15,5 Km o Trem da Costa percorre lugares pitorescos da Zona Norte de Buenos Aires, bordeando
a costa do Rio da Prata. Faz de cada estação um destino, disfrutando mais completa seleção: entretenimento,
gastronomia, serviços, cinema, passeio de compras e feiras de antiguidades”(tradução própria). Tren la Costa.
http://www.trendelacosta.com.ar/site/ Acessado em 12 de outubro de 2012.
4 Decadência do transporte ferroviário no Brasil
Nesta parte da aula estudaremos os fatores que estão relacionados com a decadência do transporte ferroviário
no Brasil. Para isso, é fundamental retomarmos a origem da implantação desse tipo de transporte no País.
A primeira estrada de ferro (Estrada de Ferro Mauá) foi construída pelo Barão de Maúa em 1854. Esta ferrovia,
com 14,5 Km de extensão, interligava o Porto de Mauá no fundos da Baía de Guanabara à Raiz da Serra da
Estrela, em Magé (ver Schoppa, 2003 e Pastori,2007).
Fique ligado
Neste passeio ferroviário fica evidente o valor nostálgico, já que o trem é a vapor e remete a
outra época, no entanto outros atributos da experiência turística também podem ser
destacados como a gastronomia (degustação de vinhos ofertados na estação).
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De acordo com estudos realizados por Suevo (2008) a expansão das ferroviais brasileiras pode ser dividida em
seis períodos históricos.
Figura 2 - Quadro 7.3 Expansão ferroviário no Brasil
Fonte: Fonte: Suevo (2008)
A partir da análise do Quadro 7.3, pode-se concluir que na fase de privatização houve um encurtamento
significativo da malha ferroviário nacional (aproximadamente 21,20%). Suevo (2008) ainda explica que 96% do
total em 2008, esta em regime de concessão. Com o atual Programa de Investimento em Logística focado nas
rodovias e ferroviais há a previsão de investimento em ferrovias no País da ordem de 91 bilhões de reais
associado a 10 mil quilômetros, sendo 56 bilhões em cinco anos e 35 bilhões em 25 anos.
Com a escassez de oferta ferroviária de passageiros no país, os trens turísticos passam a ser uma opção
ferroviária para aqueles que nunca utilizaram esse modo de transportes. (ver Fraga e Santos (2007); Fraga
(2008) e Fraga (2011). No Quadro 7.4 é possível vislumbrar o que Fraga (2011) identificou de oferta ferroviária
turística com base em pesquisas junto a Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos e Culturais
(ABOTTC):
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Figura 3 - Quadro 7.4 Oferta Ferroviária Turística no Brasil
Fonte: Fonte: Fraga (2011) baseado em consulta ao site da ABOTTC
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Figura 3 - Quadro 7.4 Oferta Ferroviária Turística no Brasil
Fonte: Fonte: Fraga (2011) baseado em consulta ao site da ABOTTC
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
• Desenvolvimento tecnológico ferroviário.
• Sistemas não convencionais.
Fique ligado
Observe que os bondes também são considerados como veículos ferroviários para fins
turísticos. Com base no Quadro 7.4 é possível verificar que existe uma concentração de trens e
bondes turísticos nas regiões Sul e Sudeste do País (29%). Em termos de gestão sãoas
organizações não governamentais, em especial a Associação Brasileira de Preservação
Ferroviária (ABPF) que possuí o maior número de operações, em seguida é operadora privada
Serra Verde Express. (FRAGA,2011).
Saiba mais
•ABOTTC – .Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos e Culturais
•ABPF – .Associação Brasileira de Preservação Ferroviária
• . Acessado em 12 de outubro de 2012.ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS DO BRASIL
•FRAGA, C.C.L.; SANTOS, M.P.S. Oferta de trens turísticos no Brasil. Anais do V Rio de
Transportes. BNDES. Rio de Janeiro,2007.
•Análise da sustentabilidade de trens turísticos no Brasil. Setembro de 2008. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Transportes) – Programa de Engenharia de Transportes –
COPPE. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,2008.
•Contribuição metodológica para implantação de trens turísticos no Brasil. Novembro de 2011.
Tese (Doutorado em Engenharia de Transportes) – Programa de Engenharia de Transportes –
COPPE. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,2011.
•PALHARES, G. L. Transportes Turísticos. São Paulo: Aleph, 2002.
•PASTORI, A. As PPPs como ferramentas par aviabilizar projetos de infraestrutura de
. Revista do BNDES. Rio de Janeiro. v.14, n.28. pp.93-transporte de passageiros sobre trilhos
120.dez.2007. Acessado em 12 de outubro de 2012.
•SCHOPPA,R.F Cento e cinquenta anos do trem no Brasil. Rio de Janeiro: Milograph,2004.
•
•
http://www.abottc.com.br/
http://www.abpf.org.br/
http://www.estacoesferroviarias.com.br/
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/revista/rev2803.pdf
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/revista/rev2803.pdf
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu as divisões e classificações do transporte ferroviário.
• Analisou a decadência do setor ferroviário no Brasil.
•
•
	Olá!
	1 Transporte Ferroviário: Divisões e classificações
	2 O trem regional
	3 Subdivisão do transporte ferroviário para o turismo
	4 Decadência do transporte ferroviário no Brasil
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO