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1 INQUÉRITO POLICIAL Procedimento administrativo: Possui caráter inquisitivo, ocorre antes do processo. Preparatório: Coleta de elementos acerca da existência da materialidade e sua autoria. Conduzido pela polícia judiciária: caráter repressivo/posterior – Polícia Civil e Polícia Federal; e o MP: controle externo da atividade policial (art. 129, VII, CF). Polícia Administrativa X polícia judiciária: administrativa possui caráter ostensivo, enquanto a judiciária, possui um caráter mais repressiva, agindo de forma posterior. Objetivo do IP: apuração das infrações penais e a sua autoria. Dispensável: O IP pode ser dispensável, visto que é plenamente possível existir um processo penal sem que tenha havido o inquérito policial. Busca formar a opinio delicti do Ministério Público ou para a propositura da ação pela vítima; Colheita de provas urgentes: o delegado poderá solicitar perante o juiz medidas para colheita de provas que podem se perder no curso do processo ou que não podem ser repetidas, e que, portanto, devem ser colhidas o mais rápido possível. Exemplos: mandado de busca e apreensão, interceptação telefônica, perícia. Valor probatório relativo: O inquérito policial é um procedimento escrito e sigiloso, não pode por si só embasar uma condenação, pois após haverá o devido processo legal, no qual todas os elementos de prova deverão ser confirmados na fase de instrução. Art. 155, CPP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Provas Cautelares Prova Não Repetível Provas Antecipadas Conceito São aquelas em que risco de desaparecimento do objeto da prova em razão do decurso do tempo. É aquela que, uma vez produzida, não tem como ser novamente coletada ou produzida, em virtude do desaparecimento, da destruição ou do perecimento da fonte probatória. São aquelas produzidas com a observância do contraditório real, perante a autoridade judicial, em momento processual distinto daquele legalmente previsto, ou até mesmo antes do início do processo, em virtude de situação de urgência e relevância. DIREITO PROCESSUAL PENAL 2 Momento e (des) necessidade de Autorização Judicial Podem ser produzidas no curso da fase investigatória ou durante a fase judicial, sendo que, em regra, dependem de autorização judicial. Podem ser produzidas na fase investigatória e em juízo, sendo que, em regra, não dependem de autorização judicial. Podem ser produzidas na fase investigatória e em juízo, sendo indispensável prévia autorização judicial. Espécie de Contraditório Diferido ou postergado ou adiado ou sobre a prova. Diferido ou postergado ou adiado sobre a prova. Real ou para a prova. Exemplo Interceptação telefônica nos termos da Lei n. 9.296/1996 Exame de corpo de delito em vítima de lesões corporais leves. Oitiva de testemunha que está prestes a falecer, nos termos do art. 225 do CPP. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL Inquisitivo – Não há incidência de contraditório e ampla defesa. Porém, se o investigado apontar um advogado, o delegado deve respeitar isso. EXCEÇÃO: IP para decretação de expulsão de estrangeiro. Inexistência de nulidades (regra): se ocorrer alguma ilegalidade na investigação, o MP precisa ter o cuidado para não levar isso até a denúncia, pois, em regra, a possibilidade de propor uma ação penal não é contaminada por essa possível nulidade. Escrito (Art. 9º, CPP). Sigiloso (Art. 20, CPP) - Súmula Vinculante n. 14: se dá no sigilo externo, mas o acesso amplo poderá ser realizado dos documentos já documentados. Súmula Vinculante n. 14 É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. Essa medida evita a frustração das investigações. Oficialidade: Trata-se de um órgão oficial do Estado. Autoritariedade: Autoridade pública no bojo do inquérito policial, ou seja, quem preside é o delegado de polícia civil ou federal. Oficiosidade: em regra, o inquérito inicia-se de ofício. Entretanto, nas ações penais privadas e condicionadas à representação depende do ofendido. Indisponibilidade - art. 17, CPP: a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. Uma vez instaurada a investigação, o delegado não pode se dispor. O delegado de polícia não participa do arquivamento ou não do IP. 3 Dispensabilidade: o inquérito policial não é a única possibilidade de realizar uma investigação criminal. Contudo, se o IP for a base para a propositura da ação, este acompanhará a inicial acusatória apresentada (art. 12, CPP). Art. 39, § 5º O órgão do MP dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL – ART. 5º, CPP DE OFÍCIO (REGRA) Instauração por portaria POR REQUISIÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO OU DO JUIZ POR REQUERIMENTO DO OFENDIDO OU SEU REPRESENTANTE LEGAL Instauração por portaria OBS.: Indeferido o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. PELA PRISÃO EM FLAGRANTE Instauração pelo Auto de Prisão em Flagrante Requisição do juiz: muito criticada pela doutrina, visto que há um sistema acusatório para ser seguido. Importante lembrar que a incomunicabilidade do investigado não foi recepcionada pela CF/88 – Art. 21, CPP. FORMAS DE INSTAURAÇÃO IP – ART. 8º (301 A 310, CPP) TERMO CIRCUNSTANCIADO (ART. 61, LEI N. 9.099/95): é lavrado quando ocorre uma infração de menor potencial ofensivo. INQUÉRITO POLICIAL (ART 4º, CPP): Instauração por Portaria X Auto de prisão em flagrante. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE PORTARIA CRIMES AÇÃO PÚBLICA DEPENDENTE DE REPRESENTAÇÃO: não poderá sem ela ser iniciado – Art. 5º, § 4º CPP. Assim, não caberá abertura de ofício do IP. CRIMES DE AÇÃO PRIVADA: a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la - Art. 5º, § 5º CPP. DELAÇÃO POR TERCEIRO: Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial Art. 5º, § 3º CPP. Válida apenas para as ações públicas. 4 A instauração do inquérito policial não interrompe a prescrição penal. NOTITIA CRIMINIS Cognição direta/imediata/espontânea: quando fica sabendo espontaneamente. Cognição Indireta/mediata: depende de um terceiro, como: ofendido, MP, qualquer do povo. Cognição coercitiva: refere-se à prisão em flagrante, visto que alguém foi conduzido coercitivamente e o delegado deverá analisar aquela situação e se ele procederá com o auto de prisão em flagrante ou se a irá liberá-la. Cognição inqualificada: denúncia anônima, delação apócrifa – delatio criminis anônima – notitia criminis inqualificada. DENÚNCIA ANÔNIMA As notícias anônimas (“denúncias anônimas”) não autorizam, por si só, a propositura de ação penal. Constitui fonte de informação e de provas. Não podem ser descartadas devendo a autoridade policial: 1) Realizar investigações preliminares para confirmar a credibilidade da “denúncia”; 2) Sendo confirmado que a “denúncia anônima” possui aparência mínima de procedência, instaura-se inquérito policial; 3) Instaurado o inquérito, a autoridade policial deverá buscar outros meios de provas. Não pode decretar medida de busca e apreensão baseado unicamente em denúncia anônima; Não pode decretarinterceptação telefônica baseado unicamente em denúncia anônima; É ilícita a prova obtida por meio de revista íntima realizada com base em denúncia anônima. AVERIGUAÇÃO DE INFRAÇÃO O investigado/indiciado não está obrigado a participar da reprodução simulada dos fatos, pois ninguém pode ser compelido a produzir prova contra si mesmo (nemo tenetur se detegere), segundo a posição do Superior Tribunal Federal (STF). Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 5 Ninguém é obrigado ao ir ao BAR - Bafômetro, Acareação e Reconstituição do crime. Pode ser convocado a participar da reprodução simulada dos fatos, mas não é obrigado a adotar conduta ativa. Por outro lado, na conduta passiva, ele pode ser colocado para reconhecimento, visto que ele não tomará nenhuma atitude que possa fazer com que ele produza prova contra si. CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL RELATÓRIO FINAL: Concluída a investigação: Fará minucioso relatório Enviará os autos ao MP Deve detalhar as circunstâncias do fato Justificar as razões que levaram à classificação do delito. Deve informar ainda: o Testemunhas não ouvidas; o Fato de difícil elucidação: com o acusado solto, poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. o Os instrumentos do crime acompanharão os autos (art. 11). o A devolução à autoridade policial só ocorrerá mediante novas diligências requisitadas pelo MP (Art. 16). Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. Se há um crime de homicídio doloso, por exemplo, havendo a apreensão da arma de fogo, esta acompanhará os autos do inquérito. Deve ser lido em conformidade com a cadeia de custódia, observando todo um procedimento, para que se tenha certeza de que a arma de fogo que está acompanhando o inquérito é a mesma arma que chegará ao fim da ação penal. A mesma arma de fogo utilizada na cena do crime, no fato criminoso. 6 O delegado pode ordenar diligências em outra circunscrição, sem necessidade de precatória ou requisição. (Art. 22, CPP) Os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado, ao fazer a remessa dos autos do IP será oficiado o Instituto de Identificação e Estatística (Art. 23, CPP). PROVIDÊNCIAS DO MP APÓS O RECEBIMENTO DO INQUÉRITO: 1. Requerer novas diligências; 2. Declínio de competência; 3. Conflito de competência; 4. Arquivamento do inquérito policial; 5. Formalização de Acordo de Não Persecução Penal; 6. Oferecimento de denúncia. INQUÉRITO POLICIAL – AÇÃO PENAL PRIVADA Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. Prazo decadencial – é de seis meses, contados do dia que o ofendido sabe quem é o autor do crime, nos termos do artigo 38, CPP. Senão ocorrer a decadência, os autos serão arquivados com a extinção de punibilidade do autor do fato. PRAZO PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL LEGISLAÇÃO PRESO SOLTO CPP – ART. 10 10 dias (Preso em flagrante/Preventivamente). Não pode ser prorrogado, Se prorrogado deve ser solto. Contado o prazo, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão 30 dias Prorrogável por mais 30 dias + 30 dias e sucessivamente Entretanto, uma investigação não pode durar ad eternum, o que ensejaria constrangimentos em excesso e a possibilidade de HC para trancamento do inquérito policial, por constrangimento ilegal. ART. 51, LEI 11.343/06 – LEI DE DROGAS 30 dias (Preso em flagrante/Preventivamente) Os prazos podem ser duplicados 90 dias Os prazos podem ser duplicados 7 INQUÉRITO POLICIAL FEDERAL (ART. 66, DA LEI N. 5.010/1966). 15 dias (Preso em flagrante/Preventivamente) Pode ser prorrogado + 15 dias 30 dias CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR E SAÚDE PÚBLICA 10 dias 10 dias CRIMES MILITARES 20 dias 40 dias, pode ser prorrogado por 20 dias. DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS – ART 6º CPP o Rol Exemplificativo e não obrigatório: Dirige-se ao local e conserva as coisas até a chegada dos peritos; Apreende objetos relacionados com o fato Colhe as provas Ouve o ofendido e o indiciado Procede o reconhecimento das pessoas Determinar o exame de corpo de delito Ordena a identificação do indiciado Averigua a vida pregressa e outros elementos para apreciação do caráter Colhe informações sobre a existência de filhos Além dessas iniciativas/diligências pela autoridade policial, o ofendido e o indiciado poderão requerer diligências. Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; III – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; IV – representar acerca da prisão preventiva. 8 Prisão preventiva e temporária precisam de autorização do juiz. É vedada a condução coercitiva de investigados, tendo o art. 260, CPP sua eficácia suspensa por contrariedade à CF. Contudo, não foi analisada a condução de outras pessoas como: Ofendido: Art. 201. (...) § 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. Testemunhas: Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública. OUTRAS ATRIBUIÇÕES DO DELEGADO Representar: 1) Medidas cautelares pessoais (prisão preventiva e medidas cautelares diversas) 2) Arbitrar fianças 3) Restituição das coisas apreendidas 4) Exame de insanidade mental REPRESENTAR MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS (PRISÃO PREVENTIVA E MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS) Em termos de jurisdição a decretação das medidas cautelares são feitas pelo juiz, e o delegado de polícia não é parte, mas é um dos legitimados para REPRESENTAR: a prisão preventiva, prisão temporária, representação pela busca e apreensão e a interceptação telefônica, aplicação da tornozeleira eletrônica, pelo afastamento do lar VD dentre outras estabelecidas nos arts. 319 e 320 Art. 282. (...) § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019) Delegado – Representa MP/Partes - Requerimento 9 Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019). Art. 2º - Lei 7.960/89. A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco)dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. §1º Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. ARBITRAMENTO DE FIANÇA Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. Exceção: Lei Maria da Penha, em caso de descumprimento de medida protetiva. Preso em flagrante, não pode ser fixada fiança. RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante. No entanto, em algumas hipóteses apenas o juiz criminal poderá devolver e em outras hipóteses apenas os juízes cíveis, para os casos em que há necessidade de dilação probatória, quando houver um terceiro de boa- fé. EXAME DE INSANIDADE MENTAL Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal. § 1º O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante representação da autoridade policial ao juiz competente. § 2º O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame, ficando suspenso o processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que possam ser prejudicadas pelo adiamento. Não Superior a 4 anos 10 Observe que o delegado não pode ordenar diretamente o exame de sanidade mental. SUSPEIÇÃO Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal. Na fase procedimental, não há como opor essa exceção. O delegado se declarará suspeito. As partes não poderão opor exceção em face do delegado. INDICIAMENTO Lei n. 12.830/2013 § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. Não existe fundamento jurídico que autorize o magistrado, após receber a denúncia requisitar ao delegado de polícia o indiciamento de determinada pessoa, pois incompatível com o sistema acusatório. Indiciamento Direto (Presente): Quando sabe onde é possível encontrar o investigado. Indiciamento Indireto (Foragido): Quando seu paradeiro é incerto, mas o indiciamento é realizado ainda que na ausência do indiciado. OBS.: O indiciamento é um ato privativo da autoridade policial durante a investigação. Consequências do Indiciamento Suspeito Indiciado Em caso de indiciamento de servidor público, este não poderá ser afastado do exercício de suas funções, pois muito embora a lei preveja a ADI 4911 considerou esse dispositivo inconstitucional. Desindiciamento: Na conclusão do inquérito policial é identificado que o investigado não era autor; ou Quando há alteração do tipo do crime (furto/roubo) é feito desindiciar quanto ao crime 1 e indiciar ao crime correlato. Indiciar APENAS o delegado pode indiciar. Já o desindiciamento pode ser feito pela autoridade judiciária perante constrangimento ilegal. ARQUIVAMENTO DO IP 11 Mesmo não chegando à autoria ou diante de uma conduta considerada atípica formal o delegado não mandará arquivar o IP, assim ele relatará, enviará ao juízo competente e este remeterá ao MP, e se for o caso o MP pedirá o arquivamento. Ato complexo: Juiz – MP; art. 17, CPP – MP promove o arquivamento + juiz homologa Arquivamento faz coisa julgada formal e material; ANTES DO PACOTE ANTICRIME MP requisitava o arquivamento ao juiz. Juiz homologava ou não; A discordância sobre o arquivamento (controle judicial), remetia o processo ao Procurador-Geral. Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. >>>>> Ativismo judicial <<<<<< DEPOIS DO PACOTE ANTICRIME MP ordena o arquivamento e remete os autos à instância de revisão ministerial para fins de homologação. Arquivamento no âmbito do MP. Além disso, o ofendido poderá discordar do arquivamento do IP. Artigo está com eficácia suspensa Pacote Anticrime DESARQUIVAMENTO DO IP Desarquivamento: art. 18, CPP; Súmula 524, STF. Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 12 Súmula 524, STF: arquivado o inquérito policial por despacho do juiz, a requerimento do promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas. A depender do motivo arquivamento, este fará uma coisa julgada material a impedir a nova discussão daquele caso. Ex.: atipicidade. Coisa Julgada Material – Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário. Coisa Julgada Formal - é a impossibilidade de modificação da sentença no mesmo processo. Só tem eficácia dentro do processo em que surgiu e, por isso, não impede que o tema volte a ser agitado em nova relação processual. MOTIVOS DE ARQUIVAMENTO (ARTIGOS 395 E 397, CPP). COISA JULGADA FORMAL São motivos fracos, faz coisa julgada formal. Além disso, pode ser utilizado o art. 18 e Súmula 524 • Insuficiências de provas • Ausência de pressuposto processual; • Ausência de condições da ação; • Falta de justa causa para ação penal – falta de elementos mínimos COISA JULGADA MATERIAL São motivos fortes, faz coisa julgada material, impossibilitando a rediscussão, o desarquivamento e a continuidade das investigações. Mesmo surgindo nova prova não aplica o art. 18 e súmula 524 CPP. • Atipicidade (formal ou material) ***; • Existência manifesta de excludente de punibilidade, salvo certidão de óbito falsa; • Existência manifesta de causas de excludente de culpabilidade (doutrina). DIVERGÊNCIA NOS TRIBUNAIS STJ Arquivamento do inquérito policial com base na existência de causa excludente da ilicitude faz coisa julgada material e impede a rediscussão do caso penal. (Info 554). 13 STF Arquivamento de inquérito policial em razão do reconhecimento de excludente de ilicitude não faz coisa julgada material. Logo, surgindo novas provas seria possível reabrir o inquérito policial, com base no art. 18 do CPP e na Súmula 524 do STF. (Info 858) TIPOS DE ARQUIVAMENTOS Arquivamento Implícito Tácito Objetivo: não será permitido o arquivamento implícito objetivo. Quando tratar-se de omissão a fatos investigados. Exemplo: omissão de outros crimes ou omissão de qualificadoras. Arquivamento Implícito Tácito Subjetivo: quando tratar-se de omissão de indiciados. O MP não está obrigado a denunciar todos os envolvidos no fato tido por delituoso. NÃO se pode falar em arquivamento implícito em relação a quem/ao fato que não foi denunciado. O parquet é livre para formar sua convicção, incluindo na denúncia as pessoas que ele entenda terem praticado o crime, mediante a constatação de indíciosde autoria e materialidade (STJ 6 turma, RHC 34.223- SP). Arquivamento Indireto: Não tendo o órgão do Ministério Público atribuições para atuar no feito, deverá requerer a remessa dos autos ao juízo competente, onde atuará o Promotor com atribuições para o caso. Arquivamento Provisório: A ação penal pública condicionada à representação possui uma condição específica da ação penal, logo, para se ter o oferecimento da denúncia pelo MP, é preciso que se preencha o requisito especial para a representação, sendo que existe um prazo de 6 meses para que se faça a representação contado do dia que ela sabe quem é o autor do fato. Sendo assim, esse procedimento está provisoriamente arquivado, visto que não pode ter sequência pelo oferecimento da denúncia enquanto não for apresentada a representação. Considere que a vítima não ofereceu a denúncia, logo o arquivamento provisório será transformado em permanente, pois será extinta a punibilidade pela decadência. O arquivamento poderá perdurar até que a vítima represente/volte a representar. ART. 14-A (DEPOIS DO PACOTE ANTICRIME) Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal (polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária federal; polícias civis; polícias militares e corpos de bombeiros militares; Exclui o fato delituoso. Exclui o autor do crime Ausência de Condição de Procedibilidade (art. 38, CPP) 14 polícias penais federal, estaduais e distrital) figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor. § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 horas a contar do recebimento da citação. § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 horas, indique defensor para a representação do investigado. § 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. OBS.: Traz a exceção ao IP quanto à característica inquisitiva. Contraditório e ampla defesa no inquérito policial contra servidores que atuam na segurança pública investigados por uso de força letal. Facultativa, a investigação acontece mesmo que não tenha constituído o defensor. Fere o princípio da isonomia, segundo a doutrina, pois não é estendido isso a todos os outros investigados. TRANCAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL O agente se valerá de um habeas corpus com o objetivo de trancamento de inquérito policial, isto é admitido pela jurisprudência em situações excepcionais. Trancamento do Inquérito Policial: • encerramento anômalo do inquérito • determinado pelo Poder Judiciário • excepcional 15 • manifesta atipicidade da conduta • causa extintiva de punibilidade • Exemplo: crime de ação penal de iniciativa privada ou ação penal pública condicionada à representação que houve instauração sem requerimento. O delegado está com a investigação e com o inquérito em andamento, entretanto, por se tratar de um crime de ação penal de iniciativa privada, a vítima precisaria requerer. Sendo assim, o inquérito não poderá prosseguir. Súmula n. 234 do STJ A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. Súmula n. 444 do STJ É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. 16 REFERÊNCIA AULAS ASSISTIDAS BRASIL. Código de Processo Penal, DECRETO-LEI Nº 3.689/1941. Brasília, 3 de outubro de 1941. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm> BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Brasília, 5 de outubro de 1988 Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm.> BRASIL. Supremo Tribunal Federal. STF. Disponível em:< http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp> BRASIL. Superior Tribunal da Justiça. STJ. Disponível em:< https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/>
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