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Acadêmica: Hanna Kemel Brum Leitura e resumo do artigo: Análise dos Processos Éticos Publicados no Jornal do Conselho Federal de Psicologia. RESUMO O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por ser o órgão fiscalizador da profissão, possui a responsabilidade de garantir a qualidade técnica e ética dos serviços prestados pelos psicólogos, porém sua atuação não se limita à fiscalização. Ele possui o objetivo de promover e construir diretrizes que orientem as práticas dos profissionais. A primeira ação dos Conselhos (regionais ou federal) tem sido de orientar, valorizar virtudes, princípios e diretrizes, que possam contribuir no desenvolvimento da Psicologia como ciência e profissão. Sendo a fiscalização e o zelo pelo cumprimento das práticas éticas um papel fundamental dos Conselhos, foi criado o Código de Ética Profissional, para regular as condutas profissionais e proteger as pessoas. A investigação de faltas éticas acontece a partir de denúncias contra psicólogos que infrinjam o Código de Ética Profissional ou que cometam faltas disciplinares. Deve-se apresentar ao Conselho Regional de Psicologia (CRP) um documento redigido pelo representante da acusação com os seguintes dados: nome e qualificação de quem denuncia; nome e qualificação do profissional denunciado; descrição detalhada do fato; provas documentais que possam auxiliar no processo de apuração e quaisquer meios existentes que sustentem o que é alegado. Cada jurisdição regional deve investigar as denúncias para apurar os fatos trazidos. Essas denúncias são encaminhadas à Comissão de Ética de cada região, e cada uma deve solicitar esclarecimentos ao profissional que foi denunciado. Dependendo do caso, a comissão poderá recomendar a exclusão da representação, a mediação das partes envolvidas ou a instauração do processo ético disciplinar. Após o parecer da Comissão de Ética ser encaminhado aos conselheiros regionais, os mesmos decidirão se o processo ético será instaurado ou arquivado. Se acontecer de a decisão ser a favor da instauração do processo, será realizada outra reunião dos conselheiros juntamente das partes envolvidas. Caso haja condenação, as seguintes penalidades poderão ser aplicadas: advertência, multa, censura pública, suspensão do exercício profissional por até 30 dias ou cassação do exercício profissional. O profissional denunciado possui o prazo de 30 dias para recorrer após a decisão proferida pelo CRP. Os resultados dos processos são publicados no jornal do CFP, em uma seção intitulada “Processos Éticos”. Analisando as principais infrações éticas cometidas pelos psicólogos inscritos no Conselho Regional 8 (Paraná), no período de 1994 a 2003, constatou-se que a maioria das infrações se referiam ao exercício da avaliação psicológica. Diante da observação de grande quantidade de processos éticos envolvendo a avaliação psicológica, foi criado o Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (Satepsi). O artigo lido teve como objetivo analisar os processos éticos elencados pelo CFP, para obter dados sobre os problemas e dificuldades que ainda marcam a atuação na área. O material utilizado foi um total de 286 infrações apresentadas na seção intitulada “Processos Éticos” do Jornal do Federal. Foi realizado um levantamento de todos os números do Jornal do Federal, visando-se identificar aqueles que se encontravam disponíveis no site do órgão. 35 números foram encontrados, porém, nove deles não foram usados na pesquisa por diferentes motivos. Dos 35 exemplares encontrados, 26 tiveram suas infrações éticas analisadas, em um total de 286 processos. De acordo com as informações apresentadas no site do Conselho Federal de Psicologia, os processos éticos são tratados de forma sigilosa, sendo assim, não há divulgação detalhada dos conteúdos, nem identificação do nome do profissional que está sendo julgado. As 286 infrações encontradas indicam uma proporção estimada de uma infração para cada 961 profissionais, já que pela ocasião do levantamento dos dados (maio de 2016) o país conta com 266.536 profissionais inscritos nos 23 CRPs. O estudo teve como objetivo principal analisar as infrações éticas denunciadas como originárias de ações cometidas pelos psicólogos inscritos no CFP. O CFP possui poderes e direitos instituídos pela legislação, que permitem delinear normas de conduta de uma profissão complexa e ampla. A análise dos processos éticos mostrou que nem sempre esses princípios são seguidos pelos psicólogos, sendo que um a cada 961 psicólogos cometeu algum tipo de infração ética, sendo assim, percebe-se a existência de um grande número de profissionais que não se mostram interessados ou preocupados em proteger a própria profissão. Dentre os principais comportamentos a serem evitados na prática profissional, estão a negligência, discriminação, exploração, violência, preconceito, prática ilegal da profissão, conivência com erros e faltas éticas, uso de procedimentos não reconhecidos, emissão de documentos sem fundamentação, emprego questionável de instrumentos psicológicos etc. Em um número maior, foram identificadas ementas que descrevem as faltas relacionadas à avaliação psicológica. Além disso, percebeu-se um grande número de problemas relacionados à elaboração de laudos psicológicos e documentos escritos, com baixa qualidade e diagnósticos equivocados nos documentos. A atuação na área de Avaliação Psicológica tem se mostrado insuficiente, inconsistente, superficial. Não há formação em avaliação psicológica apenas na graduação, o profissional necessita de cursos de atualização e investimento em sua capacitação, para que seu conhecimento seja aprimorado e sólido em relação ao uso dos instrumentos de avaliação. REFERÊNCIA ZAIA, Priscila; OLIVEIRA, Karina da Silva; NAKANO, Tatiana de Cássia. Análise dos Processos Éticos Publicados no Jornal do Conselho Federal de Psicologia. Psicol. cienc. prof. [online]. 2018, vol.38, n.1.
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