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Página 1 Amanda Longo Louzada APOSTILA DE MEDICINA DO TRABALHO Página 2 Amanda Longo Louzada SUMÁRIO: Introdução a Medicina do Trabalho ........................................................................................ Página 3 Ergonomia .............................................................................................................................. Página 8 Equipamentos de Proteção Individual .................................................................................... Página 9 SEMST ................................................................................................................................... Página 11 Insalubridade e Periculosidade .............................................................................................. Página 15 Doença Ocupacional .............................................................................................................. Página 19 Página 3 Amanda Longo Louzada TRABALHO COMO PROCESSO SOCIAL E HISTÓRICO: Ao longo dos anos houve sempre quem se preocupasse com a saúde dos trabalhadores, mas sem o rigor técnico científico necessário; Importância no reconhecimento do processo social e histórico: marcos no desenvolvimento do raciocínio clínico e histórico em Saúde Ocupacional; Constante evolução dos aspectos históricos e sociais. ANTIGUIDADE: Fatores naturais ou sobrenaturais; Manifestações divinas; Causas: externas ao homem; Agente passivo. Homens primitivos – caça, pesca, guerras (maior parte das atividades eram manuais) – ameaças a integridade física – diminuíam a capacidade produtiva; 2360 a.C. - Papiro Seller II, egípcio - 1 as referências escritas a doenças do trabalho. Hipócrates: Pai da medicina – na sua obra “Água, Ares e Lugares”: menção a casos de intoxicação por contato de chumbo; Primeiros relatos sobre a relação entre patologia clínica e ocupações profissionais (existência de moléstias entre mineiros e metalúrgicos); Apesar de descrever o quadro, omite totalmente o ambiente de trabalho e a ocupação. Descreve a intoxicação por Pb em “Ares, Águas e Lugares”; Plínio, o velho (23 a 79 dC): Descreve o aspecto dos trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e à poeira; Menciona a tentativa dos escravos em usar panos ou membranas (bexiga de carneiro) para atenuar a exposição às poeiras – Precursor do EPIS? Descreve aspectos da exposição ao Pb, Hg, poeiras e uso máscaras protetoras SÉCULO XVI: Georgius Agrícola (1556): estuda os problemas relacionados a extração de minerais e a fundição de prata e ouro. Discute os acidentes do trabalho e as doenças mais comuns entre mineiros (asma dos mineiros); Livro: De Re Metallica: No último capítulo descreve sobre acidentes de trabalho e doenças mais comuns entre os mineiros, onde dá destaque à Asma dos Mineiros; A descrição da doença sugere que se tratava da SILICOSE. “As mulheres chegavam a casar-se sete vezes, devido a morte prematura de seus maridos encontrada na ocupação que exerciam Paracelso (1567) “Dos Ofícios e das Doenças da Montanha” (Paracelso) – aborda centro mineiro na Boêmia e relaciona métodos de trabalho, substâncias manuseadas e doenças (em especial a intoxicação pelo MERCÚRIO e a silicose). SÉCULOS XVIII E XIX: 1700 – Bernadino Ramazzini - "O Pai da Medicina do Trabalho", em seu livro De Morbis Artificum Diatriba descreve doenças em cerca de 50 ocupações e ressalta a importância do trabalho como causa de dano a saúde; Séc XVIII: George Baker – “Cólica de Devonshire” utilização de chumbo na indústria de vinho de maçã; Percival Pott – câncer escrotal nos limpadores de chaminé da Inglaterra; Séc XIX: Charles Trackrah e Percival Pott escreveram um tratado com 200 páginas sobre medicina ocupacional. 1760 a 1830 - A revolução industrial: A expansão das industrias e a formação de cidades esquálidas; as precárias condições de trabalho e a utilização de mão-de-obra barata (principalmente mulheres e crianças); os acidentes e as doenças ("a febre das fábricas"). 1802 – aprovação da “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes” - 1ª Lei de Proteção aos Trabalhadores - estabelecia o limite de 12h de trabalho por dia, proibia o trabalho noturno, obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas 2 vezes ao ano e obrigava haver ventilação nos ambientes; 1833 - Factory Act, Inglaterra - 1ª legislação eficiente – aplicada a empresas têxteis, proibia o trabalho noturno a menores de 18 anos, restringia as horas de trabalho destes a 12h por dia, estabelecia que as fábricas precisavam ter escolas e que a idade mínima para o trabalho era de 9 anos. Revolução Industrial (1730-1830): Inglaterra - marco inicial da moderna industrialização da 1ª máquina de fiar – custo elevado das máquinas não permitiu que o artesão as possuísse; Desenvolvimento tecnológico reúne pessoas para trabalhar sob um mesmo teto, com uso de máquinas em cidades distantes daquelas de sua origem resultou em severos efeitos de deslocamentos da sociedade; Ritmo de trabalho determinado pelas máquinas e não mais por si próprio - Homens, materiais e máquinas tratados com um mínimo de despesa e rejeitados quando não mais efetivos – Trabalho sem proteção, em ambientes fechados com ventilação precária e nível de ruído altíssimo, sem o estabelecimento de jornada de trabalho. Página 4 Amanda Longo Louzada SÉCULO XX: 1906 – 1° Congresso Internacional de Doenças do Trabalho, Milão; 1919 – 1919 - fim da 1ª Guerra Mundial: Tratado de Versailles – dedica a parte nº XIII a saúde e educação – resultou na criação da OIT – Organização Internacional do Trabalho : objetivo de promover a melhoria das condições mundiais de trabalho e das condições de vida do trabalhador; 1950 e 1959 - OIT/OMS - definição dos objetivos da Medicina do Trabalho e objetivo e funções dos Serviços Médicos nas empresas (Recomendação 112) – SESMT??. Na América Latina e Brasil: A Industrialização como alternativa para a sair do estado de subdesenvolvimento e a necessidade de resolver as consequências sociais e sanitárias desta alternativa: 1919 – 1ª Lei de acidentes do trabalho – “risco profissional” (Obs: Apesar de a 1ª Lei de Acidentes do Trabalho datar de 1919, no Brasil os primeiros passos dados efetivamente no campo da Saúde Ocupacional datam da década de trinta); 1930 - É criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e bem definida a sua ação no campo da higiene e segurança no trabalho; Década de 30: Começam os estudos sobre as doenças ocupacionais, entre elas, a Silicose e Asbestose. 1934 – Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho; Constituição Brasileira de 1934: 1ª constituição a cuidar da Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho – art. 121, h:“assistência médica e sanitária ao trabalhador e a gestante”; 1943: Promulgação da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho por Getúlio Vargas (Decreto-lei no 5.452, Tit, II, cap. V, art. 154 a 201 - estipulam a Segurança e Medicina do Trabalho por meio dos direitos e obrigações do governo, dos empresários e dos trabalhadores 1966 – Fundacentro (Fundação Jorge Duprat de Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho); Voltada para o estudo e pesquisa das condições dos ambientes de trabalho; Dispõe de uma rede de laboratórios em segurança, higiene e saúde no trabalho e de uma das mais completas bibliotecas especializadas, além de profissionais formados em várias áreas, muitos deles pós- graduados no Brasil e exterior; Atua no desenvolvimento de pesquisas em segurança e saúde no trabalho, difusão de conhecimento por meio de ações educativas e prestação de serviços à comunidade e assessoria técnica a órgãospúblicos, empresariais e de trabalhadores; Fundação pública vinculada ao Ministério do Trabalho. Plano de Valorização do Trabalhador – Portaria n° 3237, de junho de 1972, torna obrigatória a existência de Serviços Médicos, e de Higiene e Segurança em todas as empresa onde trabalham 100 ou mais pessoas; Lei 6514, de 12 de dezembro de 1977 – altera o capitulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo a Segurança e Medicina do Trabalho - Portaria n° 3214, de 8 de junho de 1978 – Aprova as normas regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da CLT. Constituição Federal, 1888: das responsabilidades relativas aos orgãos públicos, empresas e empregados; inspeção, embargo e interdição, orgãos de saúde e medicina do trabalho nas empresas; equipamento de proteção individual, medidas preventivas de medicina do trabalho; conforto térmico, instalações elétricas, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais, máquinas e equipamentos, atividades insalubres ou perigosas, prevenção da fadiga, penalidades, entre outros. LEGISLAÇÃO ACIDENTÁRIA NO BRASIL: Processo contínuo e dinâmico no estabelecimento de atos legislativos e regulamentadores que preconizem medidas preventivas, visando minimizar os riscos de acidentes no trabalho e doenças ocupacionais CONCEITOS: SAÚDE OCUPACIONAL: Ramo da saúde que tem por objetivo: A promoção e a manutenção, no mais alto grau do bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as ocupações; A prevenção, entre os trabalhadores, de doenças ocupacionais causadas por suas condições de trabalho; A proteção dos trabalhadores em seus labores, dos riscos resultantes de fatores adversos à saúde; A colocação e conservação dos trabalhadores nos ambientes ocupacionais adaptados as suas aptidões fisiológicas e psicológicas; Adaptação do trabalho ao homem e de cada homem ao seu próprio trabalho, ou seja, é o trabalho que se adapta ao homem, e não ao contrário MEDICINA OCUPACIONAL: A avaliação, manutenção, recuperação e melhoria da saúde do trabalhador, através da aplicação de princípios da Medicina Preventiva, de Medicina de Emergência , de Reabilitação e Medicina do Ambiente; A promoção de uma produtiva e satisfatória interação do trabalhador com seu trabalho, Página 5 Amanda Longo Louzada através de aplicação de princípios do comportamento humano; A ativa apreciação das necessidades e responsabilidades sociais, econômicas e administrativas do trabalhador e da Comunidade trabalhadora. MEDICINA DO TRABALHO: Exames Médicos Ocupacionais; Seleção e colocação dos trabalhadores de acordo com suas aptidões físicas e emocionais; Supervisão das facilidades de primeiros socorros; Programa de educação sanitária; Manipulação dos casos de compensação segundo a lei; Diagnóstico e tratamento de doenças ocupacionais / do trabalho e acidentes do trabalho; Programas de imunização e de alimentação; Estudos das estatísticas de absenteísmo e outras; Participação das comissões internas de prevenção de acidentes (CIPA); Aconselhamentos à gerência da empresa em todo assunto relacionando com a saúde dos trabalhadores. ACIDENTES E DOENÇAS DE TRABALHO: ACIDENTE TÍPICO: Acidente que ocorre dentro das dependências da empresa, ou quando o colaborador se encontra a serviço da empresa provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. ACIDENTE DE TRAJETO: Percurso residência – trabalho; trabalho – residência; Não é acidente quando há alteração no trajeto normal, nem quando este for interrompido. DOENÇA PROFISSIONAL: Produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar à determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e o da Previdência Social; Comprovação do nexo causal, ou seja, o trabalhador deverá comprovar haver adquirido a doença no exercício do trabalho; Ex: Saturnismo (intoxicação provocada pelo chumbo) e Silicose (sílica). Adoecimento Relacionado ao Trabalho: I-Trabalho como Causa Necessária: intoxicação por chumbo, silicose, doenças profissionais legalmente prescritas e outras II-Trabalho como Fator Contributivo mas não Necessário: doença coronariana, do aparelho locomotor, câncer, varizes dos membros inferiores e outras III- Trabalho como provocador de um Distúrbio Latente, ou Agravador de Doença já Estabelecida: bronquite crônica, dermatite de contato alérgica, asma, doenças mentais e outras. DOENÇA DE TRABALHO: É aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente (também constante da relação supracitada); Ex: Disacusia (surdez) em trabalho realizado em local extremamente ruidoso. INCIDENTE: Evento não planejado que tem o potencial de levar a um acidente, ou seja, é um episódio imprevisto, porém sem consequências desastrosas. (Exemplo: Ao ingressar na empresa, um objeto leve cai próximo ao trabalhador, sem causar lesão que gere incapacidade); Não há lesão ao trabalhador e/ou perda da capacidade laborativa, portanto não se trata de acidente e sim de incidente ACIDENTE ATÍPICO: São acidentes sem qualquer relação com o desempenho da atividade, assim sendo, não são considerados acidentes de trabalho mesmo que tenham ocorrido nas dependências da empresa ou trajeto. CLASSIFICAÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS DE TRABALHO: Sem Afastamento: É todo acidente que possibilita ao acidentado voltar à sua ocupação habitual no mesmo dia ou no dia seguinte imediato ao do acidente, no horário regulamentar, resultando incapacidade temporária parcial. Com Afastamento: É todo acidente que impossibilita ao acidentado retornar ao trabalho até o dia imediato ao do acidente, no horário regulamentar, podendo dele resultar morte, incapacidade permanente total ou parcial e incapacidade temporária total. CAUSAS DE ACIDENTE DE TRABALHO: A lesão sofrida por um trabalhador, no exercício de suas atividades profissionais, obedece a uma sequencia de fatores: Hereditariedade e ambiente social, Causa pessoal e Causa mecânica A prevenção começa pela eliminação ou neutralização das causas dos acidentes. MÉDICO DO TRABALHO: Deve estar apto para apontar as causas do acidente, consequências do acidente, meios para evitar o acidente e conscientizar o acidentado Página 6 Amanda Longo Louzada RIAT: Relatório de investigação de acidente e incidente de trabalho Todo acidente de trabalho deve ser imediatamente comunicado à empresa pelo acidentado ou por qualquer pessoa que dele tiver conhecimento através do CAT. No SESMT, o colaborador acidentado preencherá o RIAT, juntamente com um profissional da área. Vale lembrar que as informações fornecidas pelo colaborador acidentado serão avaliadas, bem como as causas do acidente. CAT: Comunicação de acidente de trabalho A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência; Em caso de morte a comunicação ao INSS deverá ser imediata, sendo obrigatória a comunicação à autoridade policial. O médico que não é da empresa não é obrigado a comunicar Pode ser comunicado por um médico do trabalho da empresa, recursos humanos, o próprio trabalhador e outros funcionários da empresa CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE DE TRABALHO: PARA O TRABALHADOR: Sofrimento físico Incapacidade para o trabalho Morte Desemprego Baixa renda Desamparo familiar PARA A EMPRESA: Gastos com primeiros socorros Transporte com acidentados Sobrecarga dos outros empregados Substituição do empregado por outro Má impressão da empresa com o cliente Atraso na produçãoPARA O PAÍS: Perda temporária ou permanente do cidadão produtivo Mais dependentes para o INSS Aumento de impostos e seguros Baixos salários para os aposentados Contribuição para o aumento do custo de vida ATESTADO MÉDICO E INSS: Absenteísmo: é o afastamento do trabalho Atestado Médico: Expedido para justificar o afastamento do trabalho de 1 a 15 dias, período pago pela Empresa O laudo ou atestado precisa está legível e não pode ter rasuras (rabiscos ou qualquer anotação que não tenha haver com o documento médico); O laudo ou atestado precisa está assinado pelo médico e também precisa da identificação dele, que é feita pelo carimbo com nome e CRM; Não pode faltar no laudo informações sobre a doença e o Código Internacional de Doença – CID, o CID só Prazo estimado de repouso necessário. Assim, sempre peça para o seu médico anotar qual o tempo de recuperação (Exemplo: três meses, 30 dias...). Resolução do CFM: Art. 3º: Na elaboração do atestado médico, o médico assistente observará os seguintes procedimentos: I – Especificar o tempo concedido de dispensa à atividade, necessário para a recuperação do paciente II - estabelecer o diagnóstico, quando expressamente autorizado pelo paciente; III - registrar os dados de maneira legível; … Parágrafo único:Quando o atestado for solicitado pelo paciente ou seu representante legal PARA FINS DE PERÍCIA MÉDICA deverá observar: I -o diagnóstico; II -os resultados dos exames complementares III -a conduta terapêutica IV -o prognóstico; V -as consequências à saúde do paciente; VI – O provável tempo de repouso estimado necessário para a sua recuperação, que complementará o parecer fundamentado do médico perito, a quem cabe legalmente a decisão do benefício previdenciário, tais como: aposentadoria, invalidez definitiva ou readaptação;... Pontos Importantes: Atestado Médico Odontológico: Lei Federal (605 / 1949 e 5.081 / 1966), somente médicos e odontólogos podem emitir atestados para fins de abonos de faltas trabalhistas (no Direito Privado ou para funcionários públicos regidos pela CLT); Na mesma esteira, vem o texto da Resolução 1.658 / 2002 do Conselho Federal de Medicina, que assim coloca “... Art. 6: Somente aos médicos e aos odontólogos, este no estrito âmbito de sua profissão é facultada a prerrogativa do fornecimento de atestado de afastamento do trabalho". Atestado e Declaração de Comparecimento: Não existe amparo legal para a "Declaração de Comparecimento“; Caso não haja previsão na convenção não há obrigatoriedade da empresa abonar as horas; Página 7 Amanda Longo Louzada Vejo que é sensato da empresa reconhecer e abonar, afinal, é claro que temos algumas exceções, mas ninguém gosta de ficar doente, porém considerando que há pessoas dotadas de má-fé, vejo que seja ideal que a empresa abone as horas, porém sempre levando em consideração o devido tempo do trajeto, conforme mencionado acima por outro colega, e de forma preventiva, sempre orientar os empregados para que agendem consultas em horários fora do expediente de trabalho. Declaração de Comparecimento em Turnos Diferentes o funcionário deve comparecer ao trabalho Atestado emitido por laboratório e clínicas não tem validade Atestado de Acompanhante: A legislação Federal trouxe novidades quanto ao abono de faltas em virtude de atestado de acompanhamento médico (aquele que é fornecido à mãe ou ao pai que acompanha o filho ou cônjuge até o médico), por meio da Lei 13.257/2016, que incluiu os incisos X e XI no art. 473 da CLT, in verbis: Art. 473. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário: (...) X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira; (Inclusão dada pela Lei 13.257/2016). XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica. (Inclusão dada pela Lei 13.257/2016). Afastamento Previdenciário: Inicia a partir do 16º dia / Requer “Perícia Médica” – Incapacidade Doença Comum: Benefícios 31, 32, 33, 34. Responsabilidade do INSS, pode ser demitida Acidente/Doença Ocupacional: Benefícios 91, 92, 93, 94. Responsabilidade da Empresa, estabilidade financeira ao funcionário por 12 meses, ação regressiva, ação jurisprudência e direito ao SAT e FGTS 1. Página 8 Amanda Longo Louzada DEFINIÇÃO DE ERGONOMIA: ERGOS = TRABALHO e NOMOS = LEI, REGRA; Ergonomia (ou "fatores humanos") é a disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema; Análise Ergonômica do Trabalho: Através dos estudos ergonômicos, estipulamos as sugestões e recomendações, procurando oferecer mais de uma solução ergonômica, e treinamos os funcionários. CONCEITOS DE ERGONOMIA: “A ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução surgida neste relacionamento”. Adaptar o trabalho ao homem (não o contrário)!!! Estuda o complexo formado pelo operador humano e seu trabalho. EVOLUÇÃO DA ERGONOMIA: Desde a pré-história a Ergonomia já estava presente. O homem pré-histórico, ao fixar na ponta de uma vara uma lasca de pedra afiada para facilitar a caça de uma forma mais confortável, segura e eficaz estava inconscientemente realizando ergonomia PRINCIPAIS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O APARECIMENTO DE DORT: Pagamentos de prêmios de produção Ausência de pausas no trabalho; Práticas de horas extras; Jornadas duplas no trabalho; Ausência de uma AET e outros... DORT - DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO: Postura Inadequada (com ângulo-limite) Força excessiva aplicada em uma região do corpo Repetitividade (fazer uma só coisas e muitas vezes) Compressão de tecido em um ponto do corpo Página 9 Amanda Longo Louzada INTRODUÇÃO: EPI é todo dispositivo ou produto, com Certificado de Aprovação válido, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho; A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA: Capacete: Possuem, geralmente, uma cor para cada função na obra (engenheiros, encarregados ou mestres, carpinteiros, armadores, eletricistas Capuz: Capuz de segurança confeccionado em lona tratada com fechamento em velcro. Proteção do usuário contra riscos térmicos (calor) ÓCULOS: Óculos em policarbonato resistente a impactos e choques físicos de materiais sólidos e líquidos como: fragmentos de madeira, ferro, respingos de produtos ácidos, cáusticos, entre outros. PROTETOR FACIAL: Produzido com lente de policarbonato. Com ele o trabalhador tem seu rosto protegido contra partículas,estilhaços, farpas e respingos. O protetor é basculante, podendo ser levantado quando seu uso for desnecessário. MÁSCARA DE SOLDA: Composto de escudo confeccionado em fibra prensada, com carneira de plástico com regulagem de tamanho. O Escudo é fabricado com visor fixo que suporta uma placa de cobertura e o filtro de luz. Protege os olhos e face do usuário contra impactos de partículas volantes multi-direcionais e radiações provenientes de serviços de soldagem. TIPOS DE PROTETOR AURICULAR: Protetor auditivo circum-auricular. Protetor auditivo de inserção para proteção do sistema auditivo. Protetor auditivo semi-auricular. PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA: Respirador purificador de ar para proteção contra fumos, névoas e poeiras, sem manutenção com filtro, de peça semifacial com válvula de exalação. Seleção do Tipo de Respirador: Respirador Semifacial Descartável (Peça Semifacial Filtrante ou Purificadores de Ar): É composto de material “não tecido” que prende as partículas nocivas. São livres de manutenção. Respirador de Peça Semifacial\ Peça Quarto Facial\ Semifacial Reutilizável (Purificadores de Ar): Protegem contra gases, vapores e partículas, de acordo com o filtro utilizado. Todas as peças são substituíveis. Respirador de Peça Facial Inteira: Protege simultaneamente os olhos e as vias respiratórias contra gases, vapores e partículas, de acordo com o filtro utilizado. Todas as peças são substituíveis. Página 10 Amanda Longo Louzada Máscara de Adução de Ar (Linha de Ar): Protegem contra a falta de oxigênio e temperaturas externas, além de altas concentrações de pó, fumaça, névoa, gases e vapores. O ar chega até a peça facial por meio de mangueira ligada a um compressor Equipamentos Autônomos de Ar: A mesma proteção anterior, com a vantagme do ar ser fornecido por um cilindro que fica nas costas do usuário. O cilindro pode fornecer 30, 40 ou 60 min, de autonomia, dependendo do seu tamanho. LUVAS: Proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes; Proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes; Proteção das mãos contra choques elétricos; Proteção das mãos contra agentes térmicos; Proteção das mãos contra agentes biológicos; Proteção das mãos contra agentes químicos; Proteção das mãos contra vibrações; Proteção das mãos contra radiações ionizantes. MANGA: Do braço e do antebraço contra choques elétricos; Do braço e do antebraço contra agentes abrasivos e escoriantes; Do braço e do antebraço contra agentes cortantes e perfurantes. PERNEIRA: Perneira de segurança para proteção da perna contra agentes abrasivos e escoriantes; Perneira de segurança para proteção da perna contra agentes térmicos; CALÇADO: Utilizado para proteção dos pés contra torção, escoriações, derrapagens e umidade. CINTURÃO: Cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em trabalhos em altura; Cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no posicionamento em trabalhos em altura. IMPORTÂNCIA DO CERTIFICADO DE APROVAÇÃO (CA): Certificado de Aprovação - CA é o documento expedido pelo órgão nacional competente do MTE, após todas as formalidades análises e testes cabíveis, através do qual um EPI de fabricação nacional ou importado, poderá ser comercializado e utilizado pelo trabalhador. OBRIGAÇÃO DO EMPREGADO: Usar utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; Responsabilizar-se pela guarda e conservação; Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso; Devolver à empresa, no caso de desligamento, todos os EPIs sob sua posse. OBRIGAÇÃO DO EMPREGADOR: Exigir e fiscalizar seu uso; Fornecer e gratuitamente ao colaborador somente o EPI com CA válido; Manter ficha de controle de entrega; Orientar e treinar o colaborador quanto às adequadas formas de uso, guarda, conservação, substituição ou troca; Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; Página 11 Amanda Longo Louzada DEFINIÇÃO Serviço especializado em engenharia de segurança e em medicina do trabalho Grupo formado por profissionais da Segurança e da Medicina do Trabalho que atuam nas empresas com a finalidade de aplicar os conhecimentos de modo a reduzir até eliminar os riscos existentes no ambiente de trabalho à saúde do trabalhador. QUEM POSSUA: Toda empresa que possua empregados regidos pela consolidação das leis do trabalho deve, obrigatoriamente, manter Serviços Especializados Em Engenharia De Segurança e Em Medicina Do Trabalho - SESMT DIMENSIONAMENTO: O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento. Composição: médico, enfermeiro, engenheiro, técnico de segurança e auxiliar de enfermagem do trabalho. OBJETIVOS: Este serviço visa manter a saúde e integridade física do trabalhador; Promover segurança e saúde no ambiente de trabalho, através de técnicas educativas, medidas de engenharia e medicina. Elaborar programas como PPRA, PMCSO entre outros Avaliar e controlar riscos ambientais Especificar EPI Analisar e investigar acidente Palestras e treinamentos de conscientização de segurança Emitir CAT Realizar exames periódicos Criar procedimentos e normas de segurança Inspecionar locais de trabalho Suporte técnico a CIPA NR5 - CIPA: A partir de 100 trabalhadores DEFINIÇÃO: A CIPA é uma comissão constituída por representantes indicados pelo empregador e membros eleitos pelos trabalhadores, de FORMA PARITÁRIA, em cada estabelecimento da empresa, que tem a finalidade de prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador; A CIPA tem suporte legal no artigo 163 da CLT e na NRº 5; As empresas devem constituir CIPA nos estabelecimentos que se enquadrem no Quadro I da NR 05, de acordo com a atividade econômica e o número de empregados; A CIPA deverá ter mandato de um ano, e ser assim constituída: igual número de representantes do empregador (indicados pela empresa) e de representantes dos empregados (eleitos). Os membros possuem estabilidade durante a composição do CIPA e um ano após ter feito parte OBJETIVOS: Observar e relatar condições de risco nos ambientes de trabalho; Solicitar medidas para reduzir até eliminar ou neutralizar os riscos existentes; Discutir os acidentes ocorridos, encaminhando relatório ao SESMT e ao empregador; Solicitar medidas que previnam acidentes semelhantes; Orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes. SIPAT: Semana interna de prevenção de acidentes do trabalho Realizada pela CIPA anualmente com o apoio do SESMT, objetivando a participação e conscientização dos trabalhadores quanto a Segurança, Saúde e Meio Ambiente. NR15 - RISCOS AMBIENTAIS: GRUPO I - RISCO FÍSICO: Todo risco que não tem interação entre moléculas. Ruídos, Vibrações, Radiações não ionizantes, Frio, Calor, Pressões anormais e Umidade Anexo 9 - Frio: Ambiente frio – balanço negativo entre produção e troca de calor com alteração no equilíbrio da homeostase; Agravamento de doenças cardiovasculares e vasculares periféricas pré-existentes; Ocorre em temperaturas ambientes < 18,3 °c ou em água com temperatura < 22,2 °c; Condutividade térmica da água é 25 vezes > que do ar; Redução de atividade mental, da capacidade de decisão racional e morte. Frostbite: geladura ou queimadura pelo frio. Todo o trabalhador que se necessite trabalhar em ambiente artificialmente frio tem direito ao intervalo previsto no artigo 253 da CLT - 20 min a cada 1h40 trabalhada. Esse intervalo é necessário para a recuperação térmica do trabalhador; Página 12 Amanda Longo Louzada NR 36: Considera-se artificialmente frio, o que for inferior, na primeira, segunda e terceira zonas climáticas a 15º C, na quarta zona a 12º C, e nas zonas quinta, sexta e sétima, a 10º C, conforme mapa oficial do IBGE; Para os trabalhadores que desenvolvem atividades exercidas diretamente no processoprodutivo, ou seja, desde a recepção até a expedição, onde são exigidas repetitividade e/ou sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, devem ser asseguradas pausas psicofisiológicas distribuídas (NR 36). Anexo 3 - Calor: Exaustão do Calor: É decorrente de uma insuficiência do suprimento de sangue ao córtex cerebral, resultante da dilatação dos vasos sanguíneos em resposta ao calor; Desidratação: Em seu estágio inicial, a desidratação atua, principalmente, reduzindo o volume de sangue e promovendo a exaustão do calor. Mas, em casos extremos, produz distúrbios na função celular, provocando até a deterioração do organismo; Ineficiência muscular, redução da secreção (especialmente das glândulas salivares), perda de apetite, dificuldade de engolir, acumulo de ácido nos tecidos irão ocorrer com elevada intensidade. Uremia temporária, febre e morte ainda podem ocorrer. Câimbras de Calor: Ocorrem espasmos musculares, seguindo-se a uma redução do cloreto de sódio no sangue, de modo a atingir concentrações inferiores a um certo nível critico. A alta perda de cloreto de sódio é facilitada pela intensa sudorese e falta de aclimatação; Choque Térmico: Ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo é tal, que põe em risco algum tecido vital que permanece em continuo funcionamento. É devido a um distúrbio no mecanismo termo-regulador, que fica impossibilitado de manter um adequado equilíbrio térmico entre o individuo e o meio Anexo 8 - Vibrações: A vibração é um movimento oscilatório de um corpo, devido a forças desequilibradas de componentes rotativos e movimentos alternados de uma máquina ou equipamento; Como todo corpo com movimento oscilatório, um corpo que vibra, descreve um movimento periódico, que envolve um deslocamento num certo tempo. Daí resulta a velocidade, bem como a aceleração do movimento em questão. Outro fator importante é a frequência desse movimento, isto é, o número de ciclos (movimentos completos) realizado num período de tempo; No caso de ciclos por segundo, utiliza-se a unidade Hertz (Hz); Ao contrário de muitos agentes ambientais, a vibração somente será problema quando houver efetivo contato físico entre um indivíduo e a fonte, o que auxilia no reconhecimento da exposição. Sintomas: Influência nos Movimentos Respiratórios: 4-8 Hz Sensação Geral de Desconforto e Contrações Musculares: 4-9 Hz Dor Abdominal: 4-10 Hz Dor no Peito: 5-7 Hz Maxilar: 6-8 Hz Desejo de Urinar: 10-18 Hz Garganta: 12-19 Hz Aumento do Tonus Muscular, Influência na Linguagem e Sintomas na Cabeça: 13-20 Hz Os primeiros sintomas da síndrome são: formigamentos ou adormecimentos leves, sendo, intermitente ou ambos, que são usualmente ignorados por não interferirem no trabalho e outras atividades; Posteriormente, o paciente pode experimentar branqueamento de dedos, primeiramente limitados às extremidades. Entretanto, com a continuidade da exposição, pode se estender à base do dedo. Nos casos avançados, devido aos repetidos surtos isquêmicos, o tato e a sensibilidade à temperatura ficam comprometidos; Há a perda de destreza e incapacidade para a realização de trabalhos finos; Prosseguindo a exposição, o número de ataques de branqueamento reduz, sendo substituído por uma aparência cianótica dos dedos (acrocianose). Gera doenças osteomuscular (sobretudo coluna lombar) e alteração de humor Anexos 1 e 2 - Ruído: Ruído: É uma sensação sonora desagradável, pode ser mensurado, não desejado ou inútil; Som: É uma variação de pressão sonora capaz de sensibilizar os ouvidos. Classificação: Ruídos Suportáveis: Rádios e televisores em alto volume; Várias pessoas falando ao mesmo tempo; Ruídos provenientes das ruas Ruídos que Causam Perturbações Nervosas: Buzinas estridentes; Alto-falantes; Descargas livres de automóveis; Máquinas e motores de indústrias em funcionamento permanente. PAINSPE: perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados É a perda provocada pela exposição por tempo prolongado a elevados níveis de pressão sonora (ruído) É uma perda neurossensorial, bilateral e simétrico É sempre até 40 db PAIR: perda auditiva induzida por ruídos, caiu em desuso pois não é todo ruído que causa isso Efeitos Indesejáveis Causados Pelo Ruído: Página 13 Amanda Longo Louzada Psicológicos: nervosismo, neuroses, prejudica a concentração, causa irritabilidade e prejudica o sono; Deficiência de Comunicação: altera o estado emocional dos interlocutores, prejudica a qualidade de trabalho; Fisiológicos: perda de audição, dor de cabeça, vômitos, diminuição do controle muscular. PCA - Programa de Conservação Auditiva: prevenção de perdas auditivas ocupacionais Anexo 6 - Pressões Anormais\ Condições Hiperbáricas: Hipobárica: quando o homem está sujeito a pressões menores que a pressão atmosférica. Estas situações ocorrem a elevadas altitudes. (sintomas: prurido, dores musculares, vômitos, hemorragias pelo ouvido e ruptura do tímpano) ; Hiperbárica: quando o homem fica sujeito a pressões maiores que a atmosférica. (mergulho e uso de ar comprimido). Pacientes expostos a câmara hiperbárica podem ter uma necrose asséptica da cabeça do fêmur, lesão da articulação coxofemoral Anexo 10 - Umidade: As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. Não confundir umidade nos ambientes de trabalho com umidade relativa do ar GRUPO II - RISCO QUÍMICO: Poeiras, fumos, neblinas, gases, vapores e substâncias compostas ou produtos químicos em geral GRUPO II I - RISCO BIOLÓGICO: Vírus, bactérias, fungos, parasitas e bacilos NR 9: agentes biológicos nos ambientes de trabalho que são capazes de causar danos à saúde do trabalhador, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição; NR 32: risco biológico é a probabilidade de exposição ocupacional a agentes biológicos. São seres vivos ou suas partes com potencial de causar danos à saúde humana; Tipos de Danos: Infecções: micobactérias; Parasitoses: esquistossomo, tripanossomo; Intoxicação: toxina botulínica, venenos de cobras; Alergias: pólen, fungos, fezes de ácaros; Doenças autoimunes: estreptococo do grupo A; Carcinogênicos: HPV, vírus das hepatites B e C; Teratogênicos: rubéola. GRUPO IV - RISCO ERGONÔMICO: Adaptação do trabalhador ao meio. esforço físico intenso, levantamento e transporte manual e peso, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade e outras situações causadoras de stress físico e\ou químico. GRUPO V - RISCO DE ACIDENTE: Arranjo físico inadequado, máquina e equipamento, iluminação inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes. RADIAÇÕES: Forma de energia que se transmite por onda Propriedades: podem ser refletidas, refratadas, difratadas, absorvidas. Interação com a Matéria: Ionizantes: a energia é suficiente para ionizar os átomos dos meios no qual ela incide; capazes de ionizar: Alfa, beta, gama, raio x e nêutron Beta, gama e raio x são as mais encontradas Beta: elétron Gama e x são ondas eletromagnéticas Não-ionizantes: energia insuficiente para ionização do átomo. Capazes de excitar e aumentar a energia interna de um átomo. Efeitos: são dose-dependentes Somáticos: Doenças e danos agudos e crônicos,tais como catarata, infertilidade, anemia, leucemia, câncer de tireóide e de pele; Genéticos: Mutações que podem levar a alterações como aniridia e cataratas, entre outras. LER\DORT: São as doenças do trabalho provocadas pelo uso inadequado e excessivo do sistema que agrupa ossos, nervos, músculos e tendões; Os distúrbios osteomusculares ocupacionais mais frequentes são as tendinites (particularmente do ombro, cotovelo e punho), as lombalgias (dores na região lombar) e as mialgias (dores musculares) em diversos locais do corpo LER é a sigla para “Lesões por Esforços Repetitivos” e representa um grupo de afecções do sistema musculoesquelético DORT: significa distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho e foi introduzida para substituir a sigla LER, particularmente por duas razões: (1) primeiro porque a maioria dos trabalhadores com sintomas no sistema musculoesquelético não apresenta evidência de lesão em qualquer estrutura; (2) a outra razão é que além do esforço repetitivo (sobrecarga dinâmica), outros tipos de sobrecargas no trabalho podem ser nocivas para o trabalhador como sobrecarga estática (uso de contração muscular por períodos Página 14 Amanda Longo Louzada prolongados para manutenção de postura); excesso de força empregada para execução de tarefas; uso de instrumentos que transmitam vibração excessiva; trabalhos executados com posturas inadequadas. CONTAMINANTES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO: Poeira: As poeiras são formadas quando um material sólido é quebrado, moído ou triturado. Quanto menor a partícula, mais tempo ela ficará suspensa no ar, sendo maior a chance de ser inalada. Ex: minério, madeira, poeiras de grãos, amianto, sílica, etc. Névoas: As névoas são encontradas quando líquidos são pulverizados, como operação em pinturas. São formadas normalmente quando há geração de spray Fumos: Os fumos ocorrem quando um metal ou plástico é fundido (aquecido), vaporizado e resfriado rapidamente, formando partículas muito finas que ficam suspensas no ar. Ex: soldagem, fundição, extrusão de plásticos, etc. Gases: Os gases são substâncias não líquidas ou sólidas nas condições normais de temperatura e pressão, tais como oxigênio, nitrogênio, gás carbônico, etc. Vapores: Os vapores ocorrem através da evaporação de líquidos ou sólidos, geralmente são caracterizados pelos odores (cheiro), tais como gasolina, querosene, solvente de tintas, etc. Página 15 Amanda Longo Louzada NR9 - PROGRAMA DE RISCOS AMBIENTAIS: Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA. PPRA: Objetivos do PPRA: preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Abrangência e profundidade: depende das características de riscos e das necessidade de controle. O PPRA deve estar alinhado com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO. NR 9 estabelece parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem observados na execução do PPRA. Quem elabora é um técnico de segurança, e só pode ser assinado por um médico ou engenheiro do trabalho RISCOS AMBIENTAIS: Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. PCMSO - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL (NR 07): A implementação do PCMSO é obrigatória para todas as pessoas, físicas ou jurídicas, que admitirem trabalhadores como empregados, regidos pela CLT, ainda que o empregador possua um único empregado. Somente médico do trabalho pode assinar esse programa OBJETIVOS: Promover e preservar a saúde dos trabalhadores através de medidas preventivas, diagnosticando precocemente os agravos à saúde relacionados ou não ao trabalho. COORDENADOR DO PCMSO: Médico do Trabalho – contratado obrigatoriamente pela empresa; Responderá pelas ações necessárias ao Programa e pelos resultados esperados; Elaborado a partir de visitas técnicas a empresa que o contratou: Procede um reconhecimento prévio dos riscos ocupacionais existentes, do processo produtivo, dos postos de trabalho, das possíveis fontes de doenças ocupacionais, etc. Sem essa análise do local de trabalho, será impossível traçar as diretrizes para a elaboração do PCMSO. Orienta-se que as empresas devem remeter a exame médico todo funcionário que tiver mudança de função desenvolvida — mesmo que não haja mudança de risco; No caso de fériaas não tem necessidade Não é permitido repassar os custos do PCMSO ao trabalhador; O empregador deverá guardar os recibos de pagamento dos serviços médicos ou laboratoriais (prova que custeou os exames); Ao final de cada ano de vigência do PCMSO, o médico do trabalho deverá fazer um relatório anual de trabalho. EXAMES OCUPACIONAIS: Admissional; Periódico; Retorno ao trabalho: em caso de afastamento superior a 30 dias; Mudança efetiva de função: deve ser feito antes de ocorrer a transferência; Demissional PCMSO não precisa ser registrado ou homologado em lugar nenhum: basta ficar na empresa à disposição do agente de inspeção do trabalho (fiscal do trabalho), podendo, inclusive, existir como arquivo informatizado. Por meio de Exames Ocupacionais são observadas ocorrências (agravos à saúde) relacionados ou não ao trabalho; Pode haver a necessidade de solicitar exames complementares, a depender dos riscos específicos de cada atividade. ASO- ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL: Define a aptidão do funcionário para a realização de suas funções dentro da empresa; deve ser dado pelo médico do trabalho DADOS RELEVANTES: Identificação completa do trabalhador; Número de identidade; Função exercida; Riscos existentes na execução de suas tarefas; Procedimentos médicos a que foi submetido (incluindo exames complementares e a data em que foram realizados); Nome do médico e CRM e carimbo. Página 16 Amanda Longo Louzada APTO: Não quer dizer que a pessoa não tenha doenças — quer dizer que, para aquela função que vai citada no ASO, a pessoa está pronta a executá- la; INAPTO: Não quer dizer que a pessoa tenha doenças graves ou sérias — quer dizer que, para aquela função que vai citada no ASO, a pessoa está contraindicada; VIAS: Para cada exame realizado, o médico emitirá em 2 vias o ASO. 1ª via: ficará arquivada no local de trabalho inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras a disposição da fiscalização do trabalho. 2ª via: será obrigatoriamente entregue ao trabalhador mediante recibo na 1ª via. OUTROS ATESTADOS: Em relação ao direito trabalhista o mais correto é que o atestado médico seja fornecido sempre dentro do contexto já determinado do PCMSO; É possível que um atestado de saúde seja aceito pela empresa não existindo o PCMSO. Ocorrerão nestes casos duas situações: A empresa não será notificada ou multada pela falta do atestado médico mas poderá ser notificada ou multada pela falta do PCMSO; É preciso que o atestado fornecido fora de um PCMSO previamente estabelecido tenha, obrigatoriamente, a forma legal prevista pela própria NR-7 AUSÊNCIA DO PCMSO: Acarreta multa que pode ser estabelecida pelo fiscal do trabalho (Agente de Inspeção do Trabalho) da DRT (DelegaciaRegional do Trabalho). Acarreta futuras Ações na Justiça movidas por funcionários que podem alegar que os danos à saúde apresentados foram adquiridos no período em que trabalharam nesta empresa. Ausência do PCMSO Valor das multas: NR-28 traz uma tabela indicando os valores das multas que podem ser aplicadas as faltas em medicina e segurança do trabalho. Como os valores comportam variação, caberá a DRT determinar o valor que desejará aplicar à multa para um caso específico. UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES: Realizam montagem do PCMSO, convocação para exames periódicos, requisição de exame individual, emissão do ASO, relatório anual, controle de exames vencidos, entre outros NR 7 X DEMAIS NRS: Ex: Se ao implementar a NR-9 (PPRA — Programa de Prevenção de Risco Ambiental) encontra-se ruído insalubre no ambiente, o PCMSO determinará a realização de audiometrias; Se a NR-6 recomenda o protetor auricular como EPI, o médico deverá indicá-lo para aquele trabalho (se medidas preventivas e/ ou coletivas ainda não forem eficientes ou possíveis). MUDANÇAS ATUAIS: NR7 (PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional): Serão exigidos apenas exames médicos que avaliem questões de saúde realmente pertinentes ao trabalho exercido pelo empregado na empresa, o que trará redução de custos; Novos protocolos com padrões de procedimentos para garantir a segurança dos trabalhadores, concedendo mais clareza aos empregadores para que saibam exatamente como agir em situações de risco ocupacional (principalmente naquelas de alto risco, como exposição à poeira, a substâncias químicas cancerígenas, radiações ionizantes e trabalho em condições hiperbáricas). CHOOSING WISELY: Em 2012 a American Board of Internal Medicine Foundation – ABIM lançou a campanha Choosing Wisely (escolher Sabiamente, em tradução livre) voltada para a redução dos procedimentos de baixo valor, ou seja, aqueles que agregam pouca ou nenhuma melhoria nos desfechos, mas que aumentam os custos para o sistema de saúde; EXAMES COMPLEMENTARES: Em Saúde Ocupacional toda tomada de decisão, prática ocupacional e rol de exames complementares necessários para o monitoramento da saúde laboral é descrita no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO: RISCO OCUPACIONAL ESPECÍFICO: Biológico: agentes biológico, infectocontagiosos (bactérias, protozoários, vírus, fungos, príons, parasitas e outros (03.01.001) Ergonômico: frequente deslocamento a pé durante a jornada de trabalho (04.01.004), postura de pé por longos períodos (04.01.003) Acidente: objetos cortantes e\ou perfurocortantes (05.01.029) EXAMES: Anti-HbS: deve ser feito após 1 ano da admissão, periodicamente a cada 5 anos e quando houver mudança de função. Exame clínico: deve ser feito na admissão, uma vez por ano, mudança de função e demissão Hepatite B- HbSAg: deve ser feito na admissão Página 17 Amanda Longo Louzada Hemograma Completo com Contagem de Plaquetas: deve ser feito na admissão, uma vez por ano, em caso de mudança de função e demissão NR 15 E 16: INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE A caracterização que justifica o pagamento de adicional de insalubridade ou periculosidade deve ser feita por meio de laudo elaborado nos termos das NR’s 15 ou 16 (15 para insalubridade e 16 para periculosidade); O laudo deve ser elaborado por profissional designado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que seja médico com especialização em Medicina do Trabalho ou Engenheiro com especialização em Segurança do trabalho INSALUBRIDADE: O funcionário deverá estar exposto, em caráter habitual e permanente, a locais insalubres ou em contato permanente com substâncias, que podem vir a causar adoecimento nos termos já previstos na NR 15. Neste caso, a exposição e permanência, são os principais causadores de um possível adoecimento; O adicional de insalubridade deve ser pago ao trabalhador que está exposto a um agente nocivo durante a jornada de trabalho. Até os dias atuais é pago sobre o salário mínimo (apesar das discussões) e pode se de 20 , 30 ou 40 % do salário mínimo; Define “Limites de Tolerância” e as atividades e operações consideradas insalubres e sua graduação (“graus de insalubridade”), que são relacionadas em 14 (quatorze) anexos à referida norma que são os seguintes: Anexo 1 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente; Anexo 2 - Limites de tolerância para ruídos de impacto; Anexo 3 - Limites de tolerância para exposição ao calor; Anexo 5 - Limite de tolerância para radiações ionizantes; Anexo 6 - Trabalhos sob condições hiperbáricas; Anexo 7 - Radiações não ionizantes; Anexo 8 - Vibrações; Anexo 9 - Frio ; Anexo 10 - Umidade; Anexo 11 - Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho; Anexo 12 - Limites de tolerância para poeiras minerais (asbestos, manganês e seus compostos e sílica livre cristalizada); Anexo 13 - Agentes químicos; Anexo 14 - Agentes biológicos. No caso de caracterização da insalubridade é assegurado ao trabalhador pagamento de adicional, que deve ser calculado sobre o salário mínimo da região (discussão em vários segmentos se não deveria ser sobre salário mínimo profissional, pois vincular salário mínimo é contra a Constituição Federal)mas até hoje continua o salário mínimo até que os diversos processos sejam julgados: 40 %(quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo. Alguns profissionais podem aposentar com aposentadoria especial. PERICULOSIDADE: O que motiva o pagamento é o risco de ocorrer uma fatalidade. Nela o risco é mais iminente, existe risco de morte imediata. Um exemplo é o trabalhador que trabalha na fábrica de fogos de artifícios. Na ocorrência de um acidente envolvendo os fogos as chances de fatalidade são grandes; O trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador um adicional de 30%, incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. Estabelece as atividades e operações perigosas assim como as áreas de risco para fins de pagamento do adicional de periculosidade aos trabalhadores, as quais estão relacionadas nos anexos à referida norma que são: Anexo 1 - Atividades e operações perigosas com explosivos; Anexo 2 - Atividades e operações perigosas com inflamáveis; Anexo 3 - Atividades e operações perigosas com risco de roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial (2013); Anexo 4- Atividades perigosas com energia elétrica (2014); Anexo 5 – Atividades perigosas em motocicletas (2014); Anexo * - Atividades e operações ionizantes ou substâncias radioativas (1987) APOSENTADORIA ESPECIAL: É o benefício concedido pelo Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS àqueles trabalhadores que laboraram em atividades insalubres ou perigosas, ou seja, em ambientes nocivos à saúde humana por um período de 15, 20 ou 25 anos; “Documentos Necessários": PPP e LTCAT – Laudo Técnico das condições Ambientais do Trabalho, além da contribuição INSS. PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO: É um formulário próprio do INSS informativo e comprobatório de que o trabalhador atuou exposto a agentes nocivos à saúde. Deve ser Página 18 Amanda Longo Louzada assinado pelo responsável pela empresa. Neste documento há campos a serem preenchidos com todas as informações relativas ao empregado, como por exemplo, à atividade que exerce, o agente nocivo ao qual é exposto, a intensidade e a concentração do agente, exames médicos clínicos, além de dados referentes à empresa.MUDANÇAS ATUAIS: NR 9 (PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais): O PPRA passa a se chamar Programa-Geral de Riscos (PGR). O texto em vigor é basicamente voltado para indústrias, tratando especificamente da metodologia para a avaliação da exposição aos agentes ambientais químicos, físicos e biológicos, como poeira, ruído, calor e radiação. O novo PGR passa a incluir outros riscos, tais como os ergonômicos. Atualmente, temos 36 NRs em vigor no Brasil (eram 37; uma delas foi revogada), sendo que as NRs de 1 a 28 foram publicadas em 1978 e as seguintes foram elaboradas ao longo dos últimos 25 anos. Cerca de 20% dos textos normativos não foram alterados desde sua criação, nas décadas de 1970/1980, ou seja, estão bastante defasados, já que o mundo mudou bastante de lá para cá; Em virtude disso, em 30 de julho de 2019, a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (antigo Ministério do Trabalho), realizou a modernização das NRs em Segurança e Saúde ocupacional, justificando que as mudanças se faziam necessárias devido ao seguinte cenário: Incapacidade de identificação do universo de regulamentações do trabalho; Normas obsoletas em vigor; Legislação esparsa; Superposição de normas. OBJETIVOS: Reduzir os custos previdenciários (pensão por morte, auxíliodoença, auxílio-acidente); Reduzir os custos tanto imediatos quanto de longo prazo com os gastos com saúde pública (SUS); Reduzir custos também para os empresários, inclusive aqueles decorrentes de faltas no trabalho (afastamento por acidente ou doença); Reduzir os custos sociais, os quais acabam também impactando diretamente nos trabalhadores, já que estes são contribuintes com impostos e a própria força de trabalho. A elaboração/revisão das NR originalmente foi realizada pelo (agora extinto) Ministério do Trabalho, com base em um sistema tripartite paritário, ou seja, por meio de grupos e comissões compostos por representantes do governo, de empregadores e de empregados. Página 19 Amanda Longo Louzada CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA: Designação de várias doenças que causam alterações na saúde do trabalhador, provocadas por fatores relacionados com o ambiente de trabalho. Elas se dividem em doenças profissionais típicas ou clássicas ou tecnopatias, que são causadas por fatores inerentes à atividade laboral, e doenças do trabalho ou doença adquirida pelas condições especiais em que o trabalho é realizado ou mesopatias, que são causadas pelas circunstâncias do trabalho. As primeiras possuem nexo causal presumido, mas nas segundas a relação com o trabalho deve ser comprovada. Não serão consideradas como doenças do trabalho: Doença degenerativa a que não produz incapacidade laborativa; a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região em que ela desenvolva, salvo comparação de que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho; Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II resultou de condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. CONCAUSALIDADE: Embora não seja a causa única, haja contribuído diretamente para a morte, redução ou perda da capacidade para o trabalho CAUSALIDADE INDIRETA: Ocorrido no local e horário de trabalho: ato de agressão, ofensa física, ato culposo de colega, desabamento. Ocorrido fora do local e horário do trabalho – mas com realização de serviço sob autoridade da empresa: viagem a serviço, acidente de trajeto. PNEUMOCONIOSES: Alguns exemplos são as causadas pela poeira da sílica (silicose) e do asbesto (asbestose), além da asma ocupacional; Substâncias agressivas inaladas no ambiente de trabalho se depositam nos pulmões, provocando falta de ar, tosse, chiadeira no peito, espirros e lacrimejamento; Ex: sílica, asbesto, carvão mineral. Conseqüências: silicose (quartzo), asbestose (amianto), pneumoconiose dos minérios de carvão (mineral); Depois de inaladas. as fibras de amianto fixam-se profundamente nos pulmões, causando cicatrizes. A inalação de amianto pode também produzir o espessamento dos dois folhetos da membrana que reveste os pulmões (a pleura). SILICOSE: A silicose é uma forma de pneumoconiose causada pela inalação de finas partículas de sílica cristalina é caracterizada por inflamação e cicatrização em forma de lesões nodulares nos lóbulos superiores do pulmão; Mais antiga e mais grave das doenças pulmonares relacionadas é também a mais prevalente à inalação de poeiras minerais; A sílica se deposita nos alvéolos pulmonares furando células e rompendo os lisossomos que derramam suas enzimas que destroem as células, ação conhecida como autólise e como consequência os alvéolos; •Não tem cura - tratamento tem como foco em administrar e aliviar os sintomas, complicações e evitar infecções respiratórias. ABESTOSE: Amplamente utilizado na fabricação de materiais para a construção civil ao longo de décadas, o amianto foi incluído no grupo de substâncias cancerígenas pela OMS; 125 milhões de pessoas estão expostas à substância em todo o mundo, e pelo menos 107 mil morrem anualmente de doenças associadas a ela; O amianto já foi banido em mais de 60 países; Até a proibição do uso de amianto no país em 2017, Brasil era o terceiro maior produtor e o segundo maior exportador mundial de amianto, notadamente da a variedade CRISOTILA; Fabricação de telhas, revestimento, tubos e caixas d'água. Na indústria automobilística produtos de fricção (freios, embreagens); PAINSPE: Diminuição gradual da audição decorrente da exposição continua a níveis elevados de ruídos. Além da perda auditiva, outra alterações importantes podem prejudicar a qualidade de vida do trabalhador; A perda auditiva típica observada com as pessoas que possuem uma longa história de exposição a ruído no trabalho é caracterizada por perda de audição na faixa entre 3000 e 6000 Hz; Na fase precoce à exposição uma perda de audição temporária é observada ao fim de um período de trabalho, mas desaparece após várias horas; A exposição contínua ao ruído resultará em perda auditiva permanente que será de natureza progressiva e se tornará notável subjetivamente ao trabalhador no decorrer do tempo. MÉTODO DE PREVENÇÃO: Incentivo e conscientização sobre a utilização dos protetores auriculares e EPI’s em geral; Página 20 Amanda Longo Louzada Programa de manutenção periódica do maquinário, pois peças gastas, soltas, falta de lubrificação, falta de ajustes e disfunções mecânicas implicam na geração desnecessária de ruído; Instalação de barreiras, que deverão ser colocadas entre as fontes de ruído e os trabalhadores, podendo ser formadas por painéis fixos ou móveis, constituídos com materiais isolantes, minimizando o ruído; Monitoramento auditivo. b. Tratamento: não existe nenhum tipo de tratamento clínico ou cirúrgico TRAUMA ACÚSTICO: O trauma acústico é uma lesão do ouvido interno que normalmente é provocada pela exposição a ruídos muito elevados; O dano auditivo pode ser relacionada a um único ruído alto - como uma explosão - ou pela exposição a ruídos mais baixos só que por um tempo prolongado; Profissionais que trabalham em ambientes barulhentos, como indústrias ou reparo de rodovias, pessoas que praticam tiro ou outros esportes com ruídos elevados como a Fórmula 1, pessoas que frequentam ou trabalham em shows com sons elevados, entre outros Pode ocasionar lesão timpânica. INTOXICAÇÕES EXÓGENAS: MERCÚRIO\ HIDRARGIRISMO: O contato com a substância se dá por meio da inalação, absorção cutânea ou via oral da substância; ocorrecom trabalhadores que lidam com extração do mineral ou fabricação de tintas; O mercúrio é obtido pela combustão do seu sulfeto ao ar livre; Seu uso industrial é bastante amplo podendo ser usado em: Termômetros; Barômetros; Lâmpadas; Medicamentos; Corantes, entre outros. É uma intoxicação mais severa e aguda pelo mercúrio; Após exposição intensa ou prolongada dos vapores de mercúrio no processo de trabalho; Apesar de menos pronunciada do que as alterações causadas pelo chumbo, alterações significativas têm sido observadas em casos de exposição ocupacional ao mercúrio, por causar uma desordem neurológica; O trabalhador que lida com o mercúrio metálico é o mais exposto aos vapores invisíveis desprendidos pelo produto Intoxicação Aguda: Dor intensa; Vômitos (podem ser até sanguinolentos); Sangramento nas gengivas; Sabor metálico na boca; Ardência no aparelho digestivo; Diarréia grave ou sanguinolenta; Estomatite; Glossite; Tumefação da mucosa da gengiva; Nefrose nos rins; Problemas hepáticos graves; Pode causar até morte rápida (1 ou 2 dias). Intoxicação Crônica: Transtornos digestivos; Transtornos nervosos(irritação, cefaléia); Caquexia; Salivação; Mau hálito; Inapetência; Anemia; Hipertensão; Afrouxamento dos dentes e queda; Problemas no sistema nervoso central; Transtornos renais leves; Possibilidade de alteração cromossômica. Prevenção e Tratamento: Afastar o paciente do local ou fonte de intoxicação; Manter nutrição por via endovenosa ou oral Tratar a oligúria; Fazer terapia de sustentação e substâncias queladoras; A incidência de trabalhadores apresentando os sintomas, requer uma reavaliação do ambiente de trabalho e reavaliação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) MANGANÊS\ MANGANISMO: As exposições ocupacionais mais significativas ocorrem pelos fumos e poeiras do manganês, sendo o sistema respiratório a principal via de introdução e absorção. O manganês também pode ser absorvido ao longo de todo o intestino delgado quando veiculado na alimentação; O Manganês em pequenas quantidades, é essencial para o ser humano: Sistema digestivo (metabolização da vitamina B1); Sistema esquelético (atua no processo de ossificação juntamente com o cálcio); SNC: atuam nas sinapses entre SNC e músculos; Sistema reprodutivo (gametogênese). No entanto, quando presente no organismo em elevadas quantidades pode causar efeitos tóxicos a diferentes níveis sendo os mais preocupantes a nível do Sistema Nervoso Central (SNC); 95% do manganês - na indústria metalúrgica; Produção e uso de fertilizantes, fungicidas, como secantes em tintas e vernizes; Na produção de vidros, cerâmica e produtos farmacêuticos. Fisiopatologia no Sistema Nervoso Central: Após instalada a partícula de manganês ocorre uma oxidação do manganês na substância negra, implicando na distribuição da dopamina; Página 21 Amanda Longo Louzada Com a diminuição da dopamina, pode causar toxidade como sintomas que se comparam com mal de Parkinson; Sintomas Parkinsonianos ou Parkinsonismo Prevenção: Reduzir a exposição ao mineral; Uso de EPIs Após detectado os primeiros sinais, prevenção é feita por exames neurológicos específicos e por meio de dosagem de manganês na urina; A incidência de trabalhadores apresentando os sintomas, requer uma reavaliação do ambiente de trabalho e reavaliação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). SOLVENTES ORGÂNICOS\ BENZENISMO: Por serem tóxicos e agressivos, podem contaminar trabalhadores de refinarias de petróleo e indústrias de transformação. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (PPR): Conjunto de medidas práticas e administrativas; Devem ser adotadas por toda empresa onde for necessário o uso de respiradores; É obrigatório desde 15 de agosto de 1994; Instrução Normativa N-1 de 11 de Abril de 1994; Visa o controle de doenças ocupacionais provocadas pela inalação de poeiras, fumos, névoas, fumaças, gases e vapores; Apresenta recomendações para elaboração, implantação e administração de um programa de como selecionar e usar corretamente os equipamentos de proteção respiratória. DORT: DOENÇAS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO DORT significa “Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho” e foi introduzida para substituir a sigla LER, particularmente por duas razões: (1) primeiro porque a maioria dos trabalhadores com sintomas no sistema musculoesquelético não apresenta evidência de lesão em qualquer estrutura; (2) a outra razão é que além do esforço repetitivo (sobrecarga dinâmica), outros tipos de sobrecargas no trabalho podem ser nocivas para o trabalhador como sobrecarga estática (uso de contração muscular por períodos prolongados para manutenção de postura); excesso de força empregada para execução de tarefas; uso de instrumentos que transmitam vibração excessiva; trabalhos executados com posturas inadequadas. Os distúrbios osteomusculares ocupacionais mais frequentes são as tendinites (particularmente do ombro, cotovelo e punho), as lombalgias (dores na região lombar) e as mialgias (dores musculares) em diversos locais do corpo; PREVENÇÃO: O melhor jeito de evitar as doenças que fazem parte do quadro das LER/DORT é dar atenção às questões da ergonomia e das condições de trabalho Usar mobiliário adequado; Adotar uma postura correta Verificar o ritmo de trabalho e o excesso de carga horária; Realizar pausas durante as atividades manuais ou que provocam repetição de movimentos; Fazer exercícios de relaxamento e alongamento para irrigar os tecidos. DERMATOSES OCUPACIONAIS: São alterações da pele e das mucosas causadas, mantidas ou agravadas, direta ou indiretamente, por determinadas atividades profissionais; São provocadas por agentes químicos e podem ocasionar irritação ou até mesmo alergia; Ex: Indústria de corantes, cimenteiras, indústrias que processam aços inoxidáveis e outras ligas metálicas. FATORES PREDISPONENTES: Idade: trabalhadores jovens e menos experientes costumam ser mais afetados; Sexo: homens e mulheres são igualmente afetados mas nas mulheres os quadros são menos graves e melhoram mais rapidamente; Etnia: pessoas da raça amarela ou da negra são melhores protegidos contra a ação da luz solar que pessoas da raça branca; Clima: temperatura ambiental e umidade influenciam o aparecimento de dermatoses como infecções por bactérias (piodermites) e fungos (micoses). CAUSAS: Agentes Químicos: responsáveis por cerca de 80% das dermatoses ocupacionais, destacando- se o cimento, borracha, derivados de petróleo, óleos de corte, cromo e seus derivados, níquel, cobalto, madeira e resina epóxi; Agentes Biológicos: bactérias, fungos, leveduras e insetos, especialmente nos trabalhos de manipulação de couro ou carne animal, tratadores de aves ou animais, peixeiros, açougueiros, jardineiros, balconistas de bar, barbeiros, atendentes de sauna, entre outros; Agentes Físicos: calor, frio, vibrações, eletricidade, radiações ionizantes e não ionizantes, microondas, laser e agentes mecânicos As dermatoses ocupacionais são classificadas, segundo o tipo de ação dos agentes produtores, em dois grande grupos: Irritativas: Atingem principalmente as mãos, antebraços, pescoço, face e pernas do paciente quando entra em contato direto com alguma substância que causa irritação nas camadas mais superficiais da pele. Página 22 Amanda Longo Louzada Alérgicas: É quando o indivíduo responde ao contato com reagente danosos através de uma reação alérgica. Nesta etapa da doença, primeiro o paciente entra em contato com o produto apenas uma vez. Se a mesma substância atacar a pele em uma segunda ocasião, aí se desencadeiam os sintomasalérgicos. c. Prevenção e Tratamento: Pomadas e cremes contendo corticóide e antimicóticos Varia de acordo com a gravidade das lesões e com as causas que as determinam e deve ser orientado por especialista Evitar contato da pele com agentes químicos irritantes ou alérgico através da eliminação dos agentes nocivos ou substituição da sua forma de apresentação; Medidas de higiene pessoal e coletiva (lavatórios – chuveiros – vestiários - sanitários); Uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) tais como luvas, pomadas protetoras, mangas, aventais, roupas especiais, máscaras, botas, entre outros
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