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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO 1 O ESTUDO DA FILOSOFIA Fonte: pt.slideshare.net "A Filosofia contribui para o estudo da Ética e Moral, demanda social negligenciada na formação do cidadão brasileiro" - Arthur Meucci. Desde 2006, Filosofia é disciplina obrigatória no Ensino Médio brasileiro. Para muitos, perda de tempo, pois exige maturidade intelectual que a maioria dos alunos não tem. Mas há defensores fervorosos de sua inclusão no currículo, caso do filósofo e psicanalista Arthur Meucci. "É a única disciplina da grade escolar que faz a ponte entre o português, a sociologia, a história e a matemática, além de contribuir para o estudo da Ética e Moral, demanda social negligenciada na formação do cidadão brasileiro", destaca. 2 O QUE É FILOSOFIA? A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. A filosofia é uma maneira de pensar e é também uma postura diante do mundo. Antes de mais nada, ela é uma forma de observar a realidade que procura pensar os acontecimentos além da sua aparência imediata. Ela pode se voltar para qualquer objeto: pode pensar sobre a ciência, seus valores e seus métodos; pode pensar sobre a religião, a arte; o seu cotidiano, o próprio homem em sua cultura e imagem. A filosofia em síntese não é tão somente uma interpretação do já vivido, daquilo que esta você possa estar objetivando, mais também a interpretação das aspirações e desejos do que ainda está por vir e do que está para chegar. Para iniciar o exercício de filosofa, a primeira coisa a fazer é admitir o que vivemos e vivenciamos valores e que é preciso saber quais são eles. Filosofia é inventariar os valores que explicam e orientam nossa vida e a vida da sociedade, e que dimensionam as finalidades da prática humana. O segundo momento é o momento da crítica que é um modo de penetrar dentro desses valores, descobrindo -lhe a sua existência. A filosofia e educação estão vinculadas no tempo e no espaço. A pedagogia inclui mais elementos do que o pressuposto filosófico da educação, tais como os processos socioculturais, a concepção psicológica do educando e a forma do processo educacional. Para que possamos compreender ainda mais essa filosofia e como ela é parte de uma educação inteiramente possuía pela realidade e construção cultural, segundo o filósofo e educador Demerval Saviani, a reflexão filosófica deve possuir as seguintes características: RADICALIDADE CONTEXTUALIDADE RIGOR Chegar até a raiz dos acontecimentos, isto é, aos seus fundamentos; à sua origem, não só cronológica, mas no sentido de chegar aos valores originais que possibilitaram o fato. A reflexão filosófica, portanto, é uma reflexão em profundidade. Seguir um método adequado ao objeto em estudo, com todo o rigor, colocando em questão as respostas mais superficiais, comuns à sabedoria popular e a algumas generalizações científicas apressadas. A filosofia não considera os problemas isoladamente, mas dentro de um conjunto de fatos, fatores e valores que estão relacionados entre si. A reflexão filosófica contextualiza os problemas tanto verticalmente, dentro do desenvolvimento histórico, quanto horizontalmente. 3 ANTIGAS CONCEPÇÕES DA HISTÓRIA A história resulta da necessidade de reconstituirmos o passado, relatando os acontecimentos que decorreram da ação transformadora dos indivíduos no tempo, por meio da seleção e da construção dos fatos considerados relevantes e que serão interpretados a partir de métodos diversos. Os povos tribais, por exemplo, não privilegiam os acontecimentos da vida da comunidade, porque, para eles, o passado os remete aos “primórdios”, às origens dos tempos sagrados em que os deuses realizaram seus feitos extraordinários. Fazer história, nesse caso, é recontar os mitos, os acontecimentos sagrados que são “reatualizados” nos rituais, pela imitação dos gestos dos deuses. A civilização micênica a.C., quando ainda predominava o pensamento mítico: constatamos nesse período a ações humanas. Fonte: www.hotfrog.com.br A partir do século VI a.C., a filosofia surgiu na colônia grega da Jônia (atual Turquia) como uma maneira reflexiva de pensar o mundo, que rejeita a prevalência religiosa do mito e admite a pluralidade de interpretações racionais sobre a realidade. Para os gregos, o Universo era dividido em mundo sublunar e supralunar: o primeiro é o mundo terreno, temporal, sujeito à mudança, à corrupção e à morte, enquanto o supralunar é o mundo perfeito das esferas fixas, constituído pela “quinta essência” e, portanto, imóvel e eterno. Apesar da novidade dessa investigação histórica, aberta à mudança, o que permaneceu na antiguidade e na Idade Média foi a visão platônica- aristotélica de um mundo estático em que se busca o universal, o que não garantia à história o status de ciência, sendo vista, portanto, como uma forma menor de retórica destituída de rigor e na qual, segundo alguns historiadores, eram feitas concessões demais à imaginação no relato dos fatos. Cabe a cada homem exercitar o seu “ser filósofo”, pôr-se em busca de uma apreensão significativa da cultura, de uma crítica leitura da realidade e de uma ação engajada no mundo. A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de perguntas ou questões: Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos? Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA As imagens, assim como quadros, retratam a bem a fundamentação e característica história dentro de uma perspectiva transcendente da época, seja antiga ou moderna. Somente a partir da modernidade, com as mudanças que começaram a ocorrer no século XVII, o estudo da história tomou nova configuração, consolidada no Iluminismo do século XVIII. A história cíclica foi então substituída pela descrição linear dos fatos no tempo, segundo as relações de causa e efeito, então os historiadores não mais se orientavam pelo passado como modelo a seguir, mas desenvolveram a noção de processo, de progresso, investigando o que entendiam por “Aperfeiçoamento da humanidade”. www.slideplayer.com.br 3.1.1 A pintura barroca na Itália Características: Disposição de elementos dos quadros, que sempre forma uma composição em diagonal; Contraste de claro-escuro nas cenas, o que intensifica a expressão dos sentimentos; Realismo, retratando não só a vida na burguesia, mas a vida do povo simples. A história da educação é um dos meios mais eficazes para cultivar um saudável ceticismo que evita a “agitação” e promove a “consciência” crítica. História que nasce nos problemas do presente e que surge pontos de vista ancorados num estudo rigoroso do passado. Uma das funções principais do historiador da educação é http://www.slideplayer.com.br/ http://www.slideplayer.com.br/ http://www.slideplayer.com.br/ compreender esta lógica de “múltiplas identidades”, por meio da qual se definem memórias e tradições, pertenças e filiações, crenças e solidariedades. As palavras do cineasta Manuel de Oliveira na apresentação do seu último filme merecem ser recordadas: “O presente não existe sem o passado, e estamos a fabricar o passado todos os dias. Ele é um elemento de nossa memória, é graças a ele que sabemos quem fomos e como somos”. Com base nessas duas funções da história da educação devem exercer fecunda influência na política educacional, sobretudo nas situações críticas em que são gestadas as reformas educativas, depois transformadas em leis, a fim de que se possa defender a implantação de uma educação pública democrática e de qualidade. 4 OMATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO Com o pensamento de Marx (1818-1883) estamos diante do processo de desmascaramento da política liberal. O liberalismo, com a sua ênfase no homem como indivíduo que busca a satisfação de suas necessidades, subjugando a natureza, obtendo riquezas e bem-estar crescentes. Fonte:www.aulasdeyoruba.blogspot.com.br Nessa concepção o pressuposto subjacente é a de que a propriedade privada é um direito natural, socialmente útil e moralmente legítimo, uma vez que estimula o trabalho concorrencial e competitivo, combatendo o vício da preguiça e estimulando o crescimento social. Contudo, Marx parte de outro pressuposto. O homem é essencialmente ser histórico e social, marcado pela produção de sua existência em sociedade. Marx e Engels escrevem: "nós conhecemos somente uma única ciência: a ciência da história". Para Marx, o nosso jeito de ser e pensar é determinado pelas relações sociais de produção. Isso significa o termo materialismo. Nele, a consciência humana é determinada a pensar as ideias oriundas das condições materiais. Materialismo se opõe a idealismo. No caso, Marx se opõe ao idealismo de Hegel, que considera que são as ideias que movem o mundo. Para Marx. Hegel é pensador utópico, que interpreta o mundo de cabeça para baixo: é ideológico. Para Hegel, as instituições existentes derivam de necessidades racionais, legitimando uma certa ordem como imutável. Assim, Hegel, na concepção de Marx, transforma em verdades filosóficas dados que são puros fatos históricos e empíricos. Exemplificando, seria o mesmo que dizer que a constituição cria o povo, ou a religião cria o homem. É um pensamento essencialista, a-histórico, que fica nas frases e não mergulha no mundo real do qual as frases são um reflexo. Marx une a teoria à prática. Busca perceber as relações existentes entre ideias e fatos. Percebe que a prática, os conflitos, a luta entre os homens / classes é que gera as ideias e não o contrário. Estamos diante de fatos produzidos e não diante de leis a priori, eternas. Fazer essa inversão é ideologia, criticada por Marx. Para Marx, somos decorrência das práxis, da ação, dos conflitos históricos. O materialismo é histórico, pois a sociedade e política não são de instituição divina nem naturalmente dadas. Ao contrário, nascem e dependem da ação concreta dos seres humanos situados no tempo, fazendo história. O materialismo histórico pretende-se explicativo da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos. "No caso do estado moderno, as ideias de estado de natureza, direito natural, contrato social e direito civil fundam o poder político na vontade dos proprietários dos meios de produção, que se apresentam como indivíduos livres e iguais que transferem seus direitos naturais ao poder político, instituindo a autoridade do estado e das leis" (CHAUÍ, M. Convite à filosofia, 2003, p.386). A sociedade é comparada a um edifício no qual as fundações, a infraestrutura, seriam representadas pelas forças econômicas, enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria as ideias, costumes, instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc.). A base da sociedade é a produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma superestrutura, um estado e as ideias econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas. Para Marx, as relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas, econômicas, sendo estas as determinantes. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, bem como modificam a maneira de ganhar a vida, modificando todas as relações sociais. Na medida em que mudam os modos de produção, a consciência dos seres humanos também se transforma. Por isso, ao contrário do que muitos afirmam, não são as ideias humanas que movem a história, mas as condições históricas que produzem as ideias em cada época. O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual. Mas uma vez, dizemos, portanto: "não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência". Assim, diz Meier (2009) em seu artigo “Karl Marx e a crítica à consciência moderna”, que Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, onde a riqueza é resultante de um processo de exploração sobre o trabalhador. O capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, considerando que o operário produz para o seu patrão, produz riqueza e colhe pobreza. O capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração e degradação da vida, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema. Considerando que o fruto do trabalho não pertence ao trabalhador, e este permanece preso ao patrão, ocorre então o fenômeno da alienação, do trabalho alienado, na medida em que se manifesta como produção de um objeto que é alheio ao sujeito criador. Dessa forma, o operário se nega (é negado) no objeto criado. É o processo de objetificação, coisificação ou reificação. Por isso, o trabalho que é alienado permanece alienado até que o valor nele incorporado pela força de trabalho seja apropriado integralmente pelo trabalhador. Havendo essa apropriação do valor incorporado ao objeto graças à força de trabalho do sujeito produtor, promove-se a negação da negação. Ora, se a negação é alienação, a negação da negação é a desalienação, a libertação. 5 A EDUCAÇÃO E A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE Durante muito tempo se pensou que a educação formal, ou escolarização, seria um instrumento fundamental para o desenvolvimento social, cultural e econômico de um país. As grandes polêmicas do passado sobre escola pública ou privada, ensino leigo ou religioso, educação técnica ou humanística, partiam do suposto de que o que se estava decidindo era o próprio futuro do país. Educação e sociedade: redenção, reprodução e transformação Não há pedagogia que esteja isenta de pressupostos filosóficos Que sentido pode ser dado à educação, como um todo, dentro da sociedade? Fonte: www.pt.slideshare.net Esta visão otimista do papel da educação coincidiu com os anos de grande expansão e modernização da sociedade brasileira, pela formação de grandes centros urbanos, o desenvolvimento da indústria e dos serviços e a expansão do setor público. Neste quadro de expansão e crescimento, ir à escola e obter as qualificações formais equivalia a adquirir o direito de acesso às novas oportunidades. Esta visão otimista da educação formal é hoje muito discutida, e existem muitos que acham que, na realidade, as escolas trazem muito mais malefícios do que benefícios à sociedade. Os críticos da educação formal se utilizam, principalmente, dos seguintes argumentos: O ensino formal discrimina contra as pessoas de origem social mais humilde, e não permite, de fato, nenhuma mobilidade social. As pessoas mais pobres têm mais dificuldade de ir à escola e aprender os conteúdos dos cursos, que são vasados em linguagem e cultura das classes mais favorecidas. Ao final dos estudos, os filhos de classes sociais mais favorecidas continuam nas melhores posições, e os das classes menos favorecidas, nas piores. Muito pouco do que é ensinado nas escolas realmente serve para alguma coisa. A maioria dos conteúdos transmitidos, em todos os níveis, são conhecimentos fragmentados e estéreis, sem ligação com a vida real das crianças e dos adultos. O processo educacional, ao invés de ser formativo, se transforma na maioria das vezes em um ritual burocrático de memorização e repetição de informações inúteis, que penaliza as pessoas mais criativas e não conformistas. http://www.pt.slideshare.net/ http://www.pt.slideshare.net/ A imposição de conteúdos homogêneos a todo osistema de ensino, principalmente no ensino da língua, leva à destruição da variedade linguística e cultural do país, intensificando a hierarquia e a discriminação entre campo e cidade, ricos e pobres, centro e periferia. Dada a pouca relevância e pertinência dos conteúdos transmitidos nas escolas, as exigências de diplomas para o trabalho profissional só servem para garantir os privilégios dos diplomados contra os demais, sob o manto da busca da competência e da qualificação. O surgimento da visão pessimista da educação formal coincide com o esgotamento do processo de expansão e modernização acelerados da sociedade brasileira. Ao final da década de 80, o Brasil é um país predominantemente urbano, a industrialização pela substituição fácil de importações já chegou a seus limites, as burocracias governamentais incharam tanto quanto podiam, e os empregos de classe média já não se expandem de forma a absorver o número crescente de pessoas que saem das escolas. O LUGAR EFETIVO DA EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES MODERNAS Os adeptos mais fervorosos da visão pessimista da educação chegam ao extremo de propor o fim da escola formal, e sua substituição por uma grande variedade de mecanismos informais, espontâneos e não hierárquicos de transmissão de conhecimentos e desenvolvimento da criatividade e competência. Apesar de nunca termos atingido o nível de investimentos em educação de outros países mais adiantados, e de nunca termos dado à educação a prioridade que ela recebe em outros tempos e lugares, o fato é que já acumulamos um volume suficientemente de problemas, equívocos e dificuldades que não recomenda a prumais dinheiro em nosso sistema educacional, sem, ao m esmo tempo, examinarmos em profundidade seus problemas, e tratarmos de procurar suas soluções. (SIMON, 1987) No entanto, da mesma forma que a Escola formal não pode, sozinha, promover o progresso social e eliminar as desigualdades, sua eliminação tampouco poderia produzir estes efeitos, e o mais provável é que aumentasse, ainda mais, os problemas com que hoje nos defrontamos. A realidade é que o Brasil de hoje precisa, mais do que nunca, de um sistema educacional moderno, adequado, que possa preparar nossa população para um mundo onde o manejo adequado da língua falada e escrita, do raciocínio formal e abstrato e da informação são cada vez mais importantes. Mas esta necessidade, para se transformar em realidade, não pode ser atingida com a ingenuidade dos que achavam, trinta ou quarenta anos atrás, que educar era, simplesmente, construir escolas. ESTRUTURA E DINÂMICA DO ENSINO NO BRASIL O ensino primário está praticamente estacionado em seu crescimento. Ele atende pouco mais de 80% da população, principalmente nos centros urbanos de centro-sul; a qualidade tende a ser baixa. O ensino secundário tem crescido mais, mas atende a uma parcela pequena da população, não proporciona formação profissional, dado o fracasso da lei 7044 de 1970; as melhores escolas são os particulares, e são as que selecionam para o vestibular. Existe ainda um pequeno ensino técnico de qualidade, englobando os sistemas SESI-SENAI e algumas escolas técnicas e agrícolas. Todo o ensino brasileiro está marcado por grandes discriminações sociais. A pré-escola, e principalmente o ensino superior, são quase privativos dos grupos de renda mais alta; os que ganham até um salário mínimo dificilmente terminam o primeiro grau; os de 2 a 5, dificilmente chegam ao segundo. O ensino superior é altamente estratificado, com divisões entre: Pós-graduação e graduação Centro sul e Nordeste Profissões tradicionais e novas profissões setor público e setor privado. OS DONOS DO SABER E O SABER DOS DONOS Fonte: www.overmundo.com.br Nenhum profissional pode considerar-se capacitado no momento em que recebe o diploma de graduação, pois ele nada mais é do que uma “chave” com a qual abrirá novas portas em busca de novos desafios, assim refletir acerca do conhecimento e da utilização do mesmo torna-se essencial no processo de formação do profissional das diferentes áreas. Todo aquele que quer ensinar-aprender, deve estar de posse da arte de manter-se firme em suas convicções sem ser dogmático, e respeitoso das convicções alheias sem ser subserviente. O conhecimento traz à luz da realidade e a partir dele é que a mesma pode ser transformada. Do ponto de vista da Filosofia o conhecimento que se pode ter do mundo humano pode oferecer bases mais sólidas nas interações sociais que produzem, mantêm ou transformam a sociedade. O estudante só apreende na medida em que aquilo que é ensinado é significativo para esse estudante, é compreendido como capaz de satisfazer suas necessidades. Dessa forma, passa-se a entender que todos os programas de ensino devem ter as necessidades dos alunos, no contexto do mundo em que vivem como ponto de partida para que sejam alcançados os objetivos educacionais mais amplos. Por um lado, na concepção da educação, o estudante passa a ser visto como o centro e o sujeito do processo educativo; por outro lado, os métodos ativos de aprendizagem passam a ser cada vez mais considerados como os mais adequados para a eficiência do processo educativo. A filosofia, em contrapartida às demais áreas científicas, preocupadas com o entendimento adequado de algo a elas externo, debruça-se sobre si mesma, a fim de expor o procedimento do pensar enquanto tal. Ela legitima sua importância para a educação pela prática de um procedimento autocrítico. A educação está fundada em vertentes pedagógicas que divergem quanto a sua concepção de ser humano, que refletem claramente na prática educativa, já que convergem para um ideal de educação em função de metas e fins. Por isso, é que nos deparamos com o momento atual da educação em que sentimos a necessidade de unir as formas de pensamento que já vigoraram, buscando horizontes e novas perspectivas. A ênfase da pós-modernidade deve estar na sensibilidade, na flexibilidade e na cultura da imagem. A educação deve cumprir os compromissos que lhe são dados pelo seu tempo, fazendo o conhecimento ser vivenciado. A escola e os próprios alunos também exigem que ele atenda a outras necessidades que não a de educar. Há um certo esquecimento da formação do sujeito e o que é ensinado na escola afastou-se da vida dos alunos. Sem esta proximidade extremamente necessária, os alunos estão se afastando das escolas, o que implica numa série de problemas de ordem social, como a marginalização e a proliferação da violência. Por tudo isso, é que se faz necessária a reformulação da prática educativa. Faz-se necessário retomar velhos preceitos, aprender com antigas teorias, remodelar as novas e assim enfrentar os desafios da pós-modernidade, onde não podemos nos prender a nada, mas sim utilizar de nossa liberdade para formarmos nossa própria ação. 6 SOCIALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO O que é socialização afinal? A socialização pressupõe a interação social, a capacidade de integrar-se a um grupo, assimilando padrões sociais. O que interfere na maneira como o sujeito percebe o mundo, o outro e a si mesmo. O processo de interação, a socialização, inicia-se no nascimento do sujeito e só se encerra com a morte, fazendo uso da linguagem para interagir e integrar os indivíduos. O ato de educar acontece no processo histórico/filosófico de cada grupo social no qual são repassadas as tradições, mas também, os valores e normas no sentido de contribuir com a personalidade do jovem estudante. Notadamente, educar vai além de transmissão de conhecimentos. É a forma de fornecer a alguém os cuidados necessários ao pleno desenvolvimento físico, intelectual e moral. É promover o processo de formação do outro como ser humano integral. Destacamos quea educação escolarizada não é o único espaço na sociedade que promove processos educativos e que orienta a vivência dos estudantes. Ao contrário, o estudante quando chega à universidade traz experiências e concepções construídas na família e na comunidade e em outros espaços. Tais experiências e concepções construídas, muitas vezes, entram em choque com os valores e normas estabelecidas pela educação escolarizada. O debate sobre papel de ser educador e como este necessita pensar sobre a realidade em que estamos inseridos é fundante para que nossos estudantes compreendam que vamos precisar de pessoas éticas e responsáveis para construir outra nação. Daí a necessidade de professores/as e estudantes discutirem no mundo contemporâneo as suas práticas e lutarem decididamente por relações em que todos e todas se sintam sujeitos históricos. 7 PRINCIPAIS REPRESENTANTES JEAN JACQUES ROUSSEAU Fonte:www.oespiritualismoocidental.blogspot.com.br Na história das ideias, o nome do suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) se liga inevitavelmente à Revolução Francesa. Dos três lemas dos revolucionários - liberdade, igualdade e fraternidade -, apenas o último não foi objeto de exame profundo na obra do filósofo, e os mais apaixonados líderes da revolta contra o regime monárquico francês, o admiravam com devoção. O princípio fundamental de toda a obra de Rousseau, pelo qual ela é definida até os dias atuais, é que o homem é bom por natureza, mas está submetido à influência corruptora da sociedade. Um dos sintomas das falhas da civilização em atingir o bem comum, segundo o pensador, é a desigualdade, que pode ser de dois tipos: a que se deve às características individuais de cada ser humano e aquela causada por circunstâncias sociais. Entre essas causas, Rousseau inclui desde o surgimento do ciúme nas relações amorosas até a institucionalização da propriedade privada como pilar do funcionamento econômico. O primeiro tipo de desigualdade, para o filósofo, é natural; o segundo deve ser combatido. A desigualdade nociva teria suprimido gradativamente a liberdade dos indivíduos e em seu lugar restaram artifícios como o culto das aparências e as regras de polidez. Ao renunciar à liberdade, o homem, nas palavras de Rousseau, abre mão da própria qualidade que o define como humano. Ele não está apenas impedido de agir, mas privado do instrumento essencial para a realização do espírito. Para recobrar a liberdade perdida nos descaminhos tomados pela sociedade, o filósofo preconiza um mergulho interior por parte do indivíduo rumo ao autoconhecimento. Mas isso não se dá por meio da razão, e sim da emoção, e traduz-se numa entrega sensorial à natureza. Até aqui o pensamento de Rousseau pode ser tomado como uma doutrina individualista ou uma denúncia da falência da civilização, mas não é bem isso. O mito criado pelo filósofo em torno da figura do bom selvagem - o ser humano em seu estado natural, não contaminado por constrangimentos sociais - deve ser entendido como uma idealização teórica. Além disso, a obra de Rousseau não pretende negar os ganhos da civilização, mas sugerir caminhos para reconduzir a espécie humana à felicidade. Não basta a via individual. Como a vida em sociedade é inevitável, a melhor maneira de garantir o máximo possível de liberdade para cada um é a democracia, concebida como um regime em que todos se submetem à lei, porque ela foi elaborada de acordo com a vontade geral. Não foi por acaso que Rousseau escolheu publicar simultaneamente, em 1762, suas duas obras principais, Do Contrato Social - em que expõe sua concepção de ordem política - e Emílio - minucioso tratado sobre educação, no qual prescreve o passo-a-passo da formação de um jovem fictício, do nascimento aos 25 anos. PENSADORES INFLUENCIADOS PELO PENSAMENTO DE ROUSSEAU Fonte:www.pensador.com Johann Friedrich Herbart: Nasceu em Oldenburgo, Alemanha, em maio de 1776, vindo a falecer em agosto de 1841. Filho de um brilhante advogado e mãe inteligente com forte gosto literário a qual sempre o acompanhou em seus estudos. Seu pai enviou-o Iena com o objetivo de prepará-lo para a profissão de advogado, no entanto Herbart não apresentava nenhuma inclinação para o Direito. Tornou-se filósofo, psicólogo e teórico da educação a partir de sua experiência como preceptor particular dos três filhos do governador de Interlaken, na Suíça e também sob a influência de “Schiller, que nesta época, estava escrevendo suas Cartas sobre a Educação Estética do Homem”. (EBY, 1978, p.409) Foi educando seus três alunos que Herbart confrontou-se com situações práticas de ensino, daí surgindo toda a sua contribuição para a pedagogia como ciência, dando rigor e cientificidade ao seu método; sendo o primeiro também a elaborar uma pedagogia que pretendia ser uma ciência da educação, foi o precursor de uma psicologia experimental aplicada pedagogia. Por isso acabou sendo considerado o “Pai da Psicologia Moderna” e “Pai da moderna ciência da educação”. Friedrich Froebel: Natural de Oberweibach na Alemanha, filho de um pastor protestante, ficou órfão de mãe em tenra idade e foi criado com certa aspereza pela sua madrasta, dos 10 aos 14 anos foi morar com seu tio materno, também pastor, anos que considerou feliz. Resultado de seu temperamento introspectivo passou a observar e interpretar as atividades das crianças, despertando nele um grande interesse pelas experiências de natureza infantil. Após várias tentativas em encontrar uma profissão de acordo com sua vocação, acabou por descobrir na atividade educativa uma sua aptidão que correspondia aos seus anseios. Sua vida acadêmica iniciou-se com a escola primária, depois entrou para a Universidade de Iena, onde revelou grande aptidão para a matemática, ciências naturais, agricultura e arquitetura. Tornou-se em seguida, professor da escola de Grüner, discípulo de Pestalozzi a quem visitou em Yverdun. Para Froebel, a unidade social era sempre um princípio de unidade universal, inclusive cósmica. Esse propósito de naturalização de um sentimento de amor pelo universo criado por Deus e transferido para a sociedade deveria ser compreendido e defendido pela educação. A identificação da educação com o desenvolvimento, a subordinação da ação educativa atividade interessada da criança, a utilização do jogo e do trabalho manual como instrumentos da aprendizagem, são caracteres do sistema froebeliano que o tornam precursor das teorias educacionais contemporâneas. Todavia, a pedagogia científica rejeita o método das formas geométricas de Froebel, por abstrato e artificial. 8 A EDUCAÇÂO COMO CENTRO FILOSÓFICO Fonte: www.slideplayer.com.br A Educação na Idade Média é marcada predominantemente pela filosofia religiosa e heranças culturais Greco-romanas, Germânicas, Bizantinas e Islâmicas adaptadas ao Cristianismo. Restringia-se à preservação dos princípios religiosos em que a razão se encontrava a serviço da fé. Sua finalidade era a salvação da alma e a vida eterna. A Idade Média compreendeu um período de mil anos, desde a queda do Império Romano (476) até a tomada de Constantinopla (atual Istambul) pelos turcos (1453). Esse período sofreu diversas transformações econômicas, sociais e culturais; porém a educação permaneceu praticamente estática, sem grandes alterações e progressos. Com a decadência do antigo Império Romano do Ocidente provocada pela http://www.slideplayer.com.br/ http://www.slideplayer.com.br/ fragmentação em inúmeros reinos bárbaros de diversas origens no início do século V, o Império Bizantino ou Romano do Oriente em contrapartida, manteve-se econômico e culturalmente adiantado. 9 A EDUCAÇÃO BIZANTINA O Império Bizantino foi herdeiro do Império Romano do Oriente tendo sua capital em Constantinopla ou Nova Roma. Durante o seu período de existência,o grande governante que teve em sua região foi Justiniano, um legislador que mandou compilar as leis romanas desde a República até o Império; combateu as heresias, procurando dar unidade ao cristianismo, o que facilitaria na monarquia. Internamente enfrentou a Revolta de Nika (fruto da insatisfação popular contra a opressão geral dos governantes e aos elevados tributos), já no aspecto externo realizou diversas conquistas, pois tinha o objetivo de reconstruir o antigo Império Romano. Contudo, esse império conseguiu atravessar toda a Idade Média como um dos Estados mais fortes e poderosos do mundo mediterrâneo. É importante ressaltar que o Império Bizantino ficou conhecido por muito tempo por Império Romano do Oriente. No entanto, este não foi capaz de resistir à migração ocorrida por germanos e por hunos, o que acabou por fragmentar em reinos independentes. Como população teve a concentração dos Sírios, Judeus, Gregos e Egípcios. Destacando-se três governadores durante todo império: Constantino (fundador de Constantinopla); Teodósio (dividiu efetivamente o império); e, Justiniano. Este durante o seu governo atingiu o apogeu da civilização bizantina. Pois, teve uma política externa; retomou vários territórios; modificou aspectos do antigo Direito Romano (o Corpus juris Civilis – Corpo do Direito Civil); e ainda, realizou a construção da Igreja de Santa Sofia, altamente importante por seu legado cultural arquitetônico. Com a utilização de uma política déspota e teocêntrica, utilizou uma economia com intervenção estatal, com comércio e desenvolvimento agrícola. Além do mais, durante o período denominado por Império Bizantino, a economia era bastante movimentada, principalmente no comércio marítimo e sob o controle o estado. Sendo que, o seu controle deu-se por Constantinopla até o século XI. 9.1.1 MURALHAS DE CONSTANTINOPLA Fonte: www.papodehomem.com.br A sociedade urbana demonstrou enorme interesse pelos assuntos religiosos, facilitando o surgimento de heresias, como por exemplo, a dos monofisistas e dos iconoclastas, e de disputas políticas. No âmbito religioso, as heresias deram-se através do arianismo que negaram a Santíssima Trindade; além do caso do arianismo, teve ainda, a questão monofisista, esta nega a natureza humana de Cristo, afirmando que Cristo tinha apenas natureza divina (o monofisismo foi difundido nas províncias do Império Bizantino e acabou identificada com aspirações de 48 independência por parte da população do Egito e da Síria); por fim, no tocante à iconoclastia, ocorre a grande destruição de imagens e a proibição das mesmas nos templos. Durante o período que ficou conhecido por Cisma do Oriente, ocorre a divisão da Igreja do Oriente, a igreja divide-se em Católica Romana e Ortodoxa Grega. 9.1.2 A EDUCAÇÃO ISLÂMICA Fonte: www.academiaislamica.org.br Por volta do século VII, a Arábia era ocupada por tribos de origem semita, hostis entre si, politeístas, místicas e supersticiosas. Eram cerca de trezentas tribos, distribuídas no litoral da península Arábica (tribos urbanas) e no deserto (beduínos). As tribos urbanas tinham boas condições de sobrevivência, vivendo da agricultura e http://www.papodehomem.com.br/ http://www.papodehomem.com.br/ http://www.academiaislamica.org.br/ http://www.academiaislamica.org.br/ do comércio; já a vida no deserto era muito difícil e os beduínos não conseguiam sobreviver só como pastores e, por isso, praticavam o butim (saques a caravanas). A cidade de Meca era o centro comercial e religioso mais importante da Arábia pré-islâmica; ali eram realizadas as feiras, e ali ficava o santuário da Caaba, com a Pedra Negra e as diversas imagens cultuadas pelas tribos de então. Foi nesse cenário que nasceu Maomé, na tribo dos coraixitas, guardiã da Caaba. Ele era de uma família pobre e ficou órfão aos seis anos de idade; aos quinze, passou a trabalhar como guia de caravanas, que percorriam os desertos do Oriente Médio. Nessas viagens, fez contato com povos e religiões diferentes, que muito iriam influenciar o seu futuro. Conheceu o judaísmo e o cristianismo, assimilou os ensinamentos dessas religiões e integrou-as num sincretismo, isto é, somou elementos das duas religiões e alguns costumes e tradições árabes, surgindo assim, o Islamismo. Isso só foi possível graças ao seu casamento com Cadidja, uma viúva rica, que possibilitou a Maomé a tranquilidade econômica para que ele pudesse dedicar-se à meditação. Maomé, então, iniciou a propagação do Islamismo (abandono à vontade de Alá). Se sentido seguro começou a pregação pública aos coraixitas, de quem viria a maior oposição, visto que estavam ligados ao politeísmo que dominava a Arábia. A perseguição e uma tentativa de assassinato fizeram com que Maomé fugisse de Meca para Medina em 622. É a Hégira, ou a fuga, que marca o início do calendário muçulmano. Em Medina, Maomé conseguiu adeptos e começou a atacar caravanas, cujos hábitos ele conhecia muito bem. Seus êxitos militares eram transformados em prova da existência de Alá. Seu prestígio cresceu na mesma proporção que aumentaram os problemas de Meca. Em 630, com o apoio dos árabes do deserto, Maomé destruiu os ídolos da Caaba, menos a Pedra Negra. Estava implantado o monoteísmo e com ele surgia o Islão, o mundo dos submissos de coração a Alá e obedientes ao seu representante, o Profeta Maomé. Dessa forma, a Arábia foi unificada como um Estado teocrático. 9.1.3 ESCOLAS MONACAIS Fonte: www.pt.slideshare.net Com a queda do Império, escolas leigas e pagãs continuaram funcionando precariamente em algumas cidades e com a decadência da sociedade merovíngia as escolas entraram também em desagregação, então surgiram as escolas cristas, ao lado dos mosteiros e catedrais, e com isso os funcionários leigos do Estado passaram a ser substituídos por religiosos, que eram os únicos que sabiam escrever e ler. O monarquismo é um movimento religioso que começou lentamente com a vida solitária dos monges e com o tempo exerceu influência na cultura da Alta Idade Média. Criar escolas não era a finalidade principal dos mosteiros, porém as atividades pedagógicas tornaram-se inevitável à medida que era preciso instruir os novos irmãos, então começaram a surgir novas escolas monacais em que se aprendiam o latim e as humanidades, os melhores alunos coroavam a aprendizagem com o estudo da filosofia e a teologia. Os Mosteiros foram assumindo o monopólio da ciência, tornando-se principal reduto da cultura medieval, guardavam nas bibliotecas grandes tesouros da cultura greco-latina e traduziam obras para o latim adaptando algumas e reinterpretavam outras à luz do cristianismo. http://www.pt.slideshare.net/ http://www.pt.slideshare.net/ RENASCIMENTO CAROLÍNGIO Fonte: www.pt.slideshare.net Logo após a coroação de Carlos Magno como imperador dos Francos, o mesmo introduziu uma moeda, uma escrita e um sistema de pesos e medidas comuns no império. Carlos Magno, consagrado como eficiente comandante que, junto aos seus dozes pares, cristianizou e modernizou a Europa, também impulsionou as artes e as ciências. Em torno de si ele reuniu os mais importantes pensadores da época e os incumbiu de compilar todo o saber conhecido até o período, o que estabeleceu um florescimento cultural, conhecido como renascimento carolíngio. Carlos Magno criou escolas nos mosteiros, nas catedrais e nos palácios, conhecidas como Escolas Palacianas. A principal escola palaciana foi criada em Aachen, capital do Império Franco. Esse "Renascimento carolíngio" é de fenomenal importância, pois foi através dele que os francos se tornaram um elo entre a Antiguidade e a Europa da Idade Média. Com isso o medievo ficou definitivamente influenciado pelas ideias dos mestres da Antiguidade. As primeiras universidades Europeia, como foramos casos de Bolonha e Oxford, surgiram dessa tradição criada por Carlos Magno, principalmente dos conhecimentos produzidos nos mosteiros. http://www.pt.slideshare.net/ http://www.pt.slideshare.net/ 9.2.1 PERFIL DE CARLOS MAGNO Fonte: www.pt.slideshare.net Carlos Magno foi um grande líder militar da Idade Média. Expandiu os seus domínios, sobretudo em duas frentes: a leste conquista a Saxónia e a Caríntia e impõe derrotas aos povos pagãos - ávaros e eslavos; a sul, adquire domínios na região itálica, apropriando-se mesmo da Lombardia em 774. Todas estas campanhas granjearam-lhe, mais tarde, os estatutos de Imperador, Patrício dos Romanos e Protector da Santa Sé, visto que foi responsável pela difusão do Cristianismo. Recuperou a glória imperial que já havia sido testemunhada no Império Romano. Para além disso, enriqueceu, em parte, a economia estatal porque, ao alargar o seu território, conseguiu impor novos impostos sobre as populações agora submetidas ao seu poder. Com amargura, não conseguiu concretizar o sonho de tomar a Península Ibérica, na altura dominada maioritariamente pelos muçulmanos, isto sem falar dos imprevisíveis montanheses bascos (vascões) que, com as suas emboscadas, causaram sérias baixas nas suas tropas (em Roncesvales - 778, a retaguarda do exército carolíngio foi mesmo varrida, tendo mesmo tombado em combate o conde Rolando, importante vassalo de Carlos Magno). Mesmo assim, as forças cristãs conseguiriam, mais tarde, chegar até Barcelona que cairá entre 800 e 801 d. C. (feito que se deve a Luís, o Pio - filho de Carlos Magno que o tinha enviado), gerando assim a Marca Hispânica. Mas Carlos Magno não foi apenas mais um grande soberano medieval que somou variados e elogiosos triunfos no campo belicista, até porque a sua genialidade propagou um notável eco na vertente cultural. A necessidade de criar um povo mais astuto fazia parte dos objetivos prioritários do seu reinado. 0 http://www.pt.slideshare.net/ http://www.pt.slideshare.net/ http://www.pt.slideshare.net/ Inicialmente as escolas não tinham acomodações adequadas e os mestres recebiam os alunos em diferentes locais. No século XIII a burguesia dividiu-se entre o rico praticamente urbano, dedicado as atividades bancarias, e os seguimentos de pequenos comerciantes e artesões. Os primeiros começaram a se aproximar a classe nobre então dirigente desprezando o trabalho manual dos artesões, com consequência disso eles preferiram uma educação voltada para a cultura desinteressada deixando para a burguesia plebeia as escolas profissionais em que leitura e escrita se achavam reduzida mínimo. Por volta do século XI, o comércio ressurge, as moedas voltas a circular, as cidades crescem e aos poucos as vilas se libertam e transforma-se em comunas ou cidades livres. As modificações no sistema de educação fazem surgir às escolas seculares. Secular significa do século, do mundo, qualquer atividade não religiosa. O desenvolvimento do comércio faz reaparecer a necessidade de se aprender a ler, escrever e calcular. Os burgueses de início frequentaram as escolas monacais e catedrais, mas logo procuraram uma educação que atendia aos objetivos da vida prática. Por volta do século XII surgem pequenas escolas nas cidades mais importantes, com professores leigos nomeados pela autoridade municipal. O latim foi substituído pela língua nacional. As escolas seculares prefiguram uma revolução, contestando o ensino religioso contrapondo umas propostas ativas, voltadas para os interesses da classe burguesa em ascensão. No início as escolas não dispõem de acomodações adequadas. Procuraram restabelecer a educação voltada para a cultura “desinteressada”, deixando para a burguesia plebeia as escolas profissionais em que a leitura e escrita se acham reduzidas ao mínimo. Outro elemento na educação secular da Idade Média foi constituído pelo desenvolvimento da cavalaria. A educação do cavaleiro realizava-se no seio da família. Dos sete aos quinze anos, eram mandados para outro castelo a ser pajem. Aos vinte e um anos, após rigorosas provas de valentia, o escudeiro é sagrado cavaleiro. A educação deles não destacava as atividades intelectuais, muitos não sabiam ler e escrever, mas valorizava as habilidades da caça e da guerra e cuidavam mais com a formação espiritual. 21 COMO ERA A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA? A educação era para poucos, pois só os filhos (nem todos) dos nobres estudavam a maioria era analfabeta. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros. A Igreja era a dona da cultura e conhecimento, pois controlava grande parte do saber herdado da Antiguidade Clássica. Os mosteiros medievais ficaram célebres por sua política de hospitalidade, dando abrigo temporário a peregrinos e andarilhos e pelas minuciosas e caprichosas cópias manuais de textos e livros da Antiguidade Clássica. Como os livros, pergaminhos, manuscritos e documentos ficavam nos mosteiros e nas universidades da igreja, os padres detinham praticamente o monopólio da cultura erudita que, segundo a visão predominante na época, representava um perigo para as mentes e as crenças cristãs (isso foi bem retratado no filme O Nome da Rosa). Educação bizantina: Inicialmente, não era para pobres, era só para filhos de ricos, as escolas bizantinas baseavam a instrução na literatura grega clássica. Os escritores imitavam a prosa de Tucídides, porque foi o mais profundo historiador da antiguidade, e tinha uma visão realista e racional, pois se preocupava em narrar os acontecimentos com imparcialidade e precisão, explicando suas causas. A educação feminina: As moças de famílias nobres não iam às escolas, mas tutores particulares as orientavam com boa educação em sua própria casa, mesmo assim havia mulheres que eram médicas. AS UNIVERSIDADES Fonte: www.pt.slideshare.net As universidades surgidas na Idade Média representaram um modelo novo e original de educação superior que exerce até hoje um importante papel de desenvolvimento da cultura. No século XII, procurava-se ampliar os estudos de http://www.pt.slideshare.net/ http://www.pt.slideshare.net/ http://www.pt.slideshare.net/ filosofia, teologia, leis e medicina, a fim de atender as solicitações de uma sociedade mais complexa, surgindo a necessidade de certos mestres. A atividade docente na universidade era desenvolvida conforme o método da Escolástica, baseado na literatura e nas discussões, pelas quais os estudantes exercitavam as artes da dialética. A universidade tornou-se centro de fermentação intelectual, a Igreja que mantivera a hegemonia da cultura e espiritualidade no Ocidente passou a ser afrontada, o temor provocado pelas heresias teve a difusão do ressurgimento da cidade. A Igreja conservadora resolveu instalar a Inquisição ou Santo Ofício, para apontar o “desvio da fé”. As universidades entraram em decadência no século XIV, pelo dogmatismo decorrente da ausência de debate, resistindo às mudanças, tentavam manter a influência escolástica de recusa à observação e experimentação, das tendências que prenunciavam o nascimento da ciência moderna. A EDUCAÇÃO DAS MULHERES Fonte: www.slideplayer.com.br Na Idade Média as mulheres não tinham acesso à educação formal, a mulher pobre trabalhava muito ao lado do marido e permaneciam analfabeta, as meninas nobres só aprendiam algumas coisas quando recebiam aulas em seu próprio castelo, estudavam músicas, religião, artes liberais. As meninas da burguesia começaram a ter acesso à educação apenas quando surgiram as escolas seculares. No século VI os mosteiros recebiam meninas de 6 ou 7 anos a fim de serem educadas a consagradas servas de Deus, aprendiam a ler, escrever, ocupavam-secom as artes da miniatura e com cópia de manuscritos. http://www.slideplayer.com.br/ http://www.slideplayer.com.br/ http://www.slideplayer.com.br/ 10 ANTIGUIDADE ROMANA: EDUCAÇÃO HEROICO-PATRÍCIA Os aristocratas patrícios (proprietários e guerreiros) recebem uma educação que visa perpetuar os valores da nobreza de sangue e cultuar os ancestrais. Na Antiguidade, a família não era nuclear como a nossa, mas extensa (composta por pais, filhos solteiros e casados, escravos e clientes dos quais o paterfamilias é proprietário, juiz e chefe religioso). Até os sete anos as crianças permanecem sob os cuidados da mãe ou de outra matrona, “mulher especial”. Depois dos sete anos, as meninas continuam no lar aprendendo os serviços domésticos, enquanto o pai se encarrega pessoalmente do filho. O menino acompanha o pai às festas e aos acontecimentos mais importantes, ouve o relato as histórias dos heróis e dos antepassados, decora a Lei das Doze Tábuas, desenvolvendo a sua consciência histórica e o patriotismo. O menino aprende a cuidar da terra, trabalho que coloca lado a lado o senhor e o escravo. Aprende a ler, escrever e contar. Torna-se hábil no manejo das armas, na natação, na luta e na equitação. Aos 15 anos, o menino acompanha o pai ao foro, praça central onde se faz o comércio e são tratados os assuntos públicos e privados, e em torno do qual se erguem os principais monumentos da cidade, inclusive o tribunal, onde aprende o civismo. Aos 16 anos, o jovem é encaminhado para a função militar ou política. (Educação voltado mais para a formação moral, que intelectual) à Aprendizagem baseada na vivência cotidiana, entremeada de exemplos que reforçam a importância da imitação de modelos representados pelo pai e pelos antepassados. EDUCAÇÃO COSMOPOLITA Fonte: www.pt.slideshare.net Roma republicana: desenvolvimento do comércio, enriquecimento de uma camada de plebeus e início da expansão romana tornam mais complexa a sociedade romana, exigindo outro modo de educar. Século IV a.C: criação de escolas elementares particulares – escolas do ludi (jogo, divertimento) magister (mestre), nas quais aprende-se demoradamente a ler, escrever e contar, dos sete aos doze anos. Os mestres eram pessoas simples e mal remuneradas. Para desempenhar seu ofício, ajeitavam-se em qualquer espaço. As crianças escreviam com estiletes em tabuinhas enceradas, aprendendo tudo de cor, ameaçados por castigos. Com o contato com os povos helênicos, inúmeros professores gregos ensinam a sua língua, dando início à formação bilíngue dos romanos. Surgiram as escolas dos gramáticos, em que os jovens de 12 a 16 anos conheciam os clássicos gregos, ampliando seus conhecimentos literários. Ao mesmo tempo estudavam geografia, aritmética, geometria e astronomia (disciplinas reais). Iniciavam-se na arte de bem escrever e bem falar. Surge um terceiro grau de educação (escola do retor = professor de retórica), pois a retórica exigia o aprofundamento do conteúdo e da forma do discurso. Diferentemente dos ludi magister e dos gramáticos, os retores eram professores mais respeitados e bem remunerados. As escolas superiores: Desenvolveram-se no decorrer do século I a.C e cresceram durante o Império. Eram frequentadas pelos jovens da elite, que se destacavam na vida pública e que, por isso, deveriam se preparar para as assembleias e tribunas. Estudavam política, direito e filosofia, sem esquecer as disciplinas reais, próprios de um saber enciclopédico. A educação física mereceu a atenção dos romanos, mas com características mais voltadas para as artes marciais. EDUCAÇÃO NO IMPÉRIO Fonte: www.slideplayer.com.br Aumenta a intervenção do Estado nos assuntos educacionais: um bem montado máquina burocrática para a administração do império requeria funcionários com instrução elementar, pelo menos. Notável procura por cursos de estenografia (taquigrafia) – sistema de notação rápida. Recurso exigido cada vez mais na atividade dos notários (hoje conhecidos como tabeliões, mas inicialmente eram apenas secretários incumbidos de fazer anotações, ao acompanhar os magistrados e altos funcionários). Século I a.C: o Estado estimulou a criação de escolas municipais em todo o Império. O próprio César concedeu o direito de cidadania aos mestres de arte liberais. Século I d.C: Vespasiano libera de impostos os professores de ensino médio e superior e institui o pagamento a alguns cursos de retórica, de que beneficia o mestre Quintiliano. Trajano manda alimentar os estudantes pobres. Outros importantes imperadores legislam sobre a exigência de as escolas particulares pagarem com pontualidade os professores, definindo o montante a lhes ser pago. Juliano, no ano 362, oficializou toda a nomeação de professor pelo Estado. Opunha-se à expansão do cristianismo e pretendia, impedir a contratação de professores cristãos, com essa medida. Outro destaque da época do Império é o desenvolvimento do ensino terciário, com os cursos de filosofia e retórica e a criação de cátedras de medicina, matemática, mecânica e escolas de direito. http://www.slideplayer.com.br/ http://www.slideplayer.com.br/ 11 FILOSOFIA TOMISTA: TOMÁS DE AQUINO Teve uma vida inteiramente dedicada a Igreja Católica, com muita meditação e estudo. Mas a sua filosofia parte da pergunta: Deus existe? Contribuiu muito com a Filosofia e a Teologia, mas ao contrário de Agostinho ele via a filosofia e a teologia como ciências distintas. Escreveu valiosos tratados, como a “Suma Teológica, ” onde relata as cinco vias para a prova da existência de Deus. Tomás de Aquino foi totalmente Aristotélico, e como atribuem a Agostinho a cristianização do pensamento de Platão, a ele é atribuída a cristianização da Filosofia de Aristóteles. 5 VIAS PARA APROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS 1ª Via: Movimento – Utiliza-se do pensamento de Ato e Potência de Aristóteles, definindo o Movimento não como mero movimentar, mas as mudanças do ser. Se tudo é movimento é preciso que reconheça um primeiro motor a movimentar todas as coisas. 2º Via: Causalidade Eficiente – Fundamentada no pensamento Socrático, e tem muito a ver com a primeira via. O Movimento é limitado? Quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha? Sim o movimento e finito, por todo causa chega-se a um causante, se investigar a fundo chega a um causante incausado. A quem ele atribui a Deus. 3º Via: Contingente – Também partindo de uma investigação de ato e potência. Nem tudo tem sua razão por existi em si mesmo, por se chega a compreensão de um ser incontingente. 4º Via: Graus de Perfeição – Da filosofia platônica, Tomás de Aquino diz que na observância do mundo se percebe em todas as coisas a hierarquia, uma escada de submissão. Do m menos não é possível se extrair o que for mais. “Os estercos servem as ervas, as ervas a vaca, que dela se alimenta. A vaca serve ao homem com o leite. E o homem a quem serve se não a Deus? 5º Via: Ordem do Universo – Há uma ordem perfeita em todas as coisas, não existe ordem sem haver uma inteligência ordenadora. Seria impossível acreditar que foi uma mera explosão que deu origem ao Universo, explosão é caos e não ordem. Como as águas estão perfeitamente reunidas no oceano? As estações do ano, Distância exata do Sol a Terra, nem próximo demais que mate todos queimados, e nem distante de mais que congelasse toda a superfície da Terra. 33 ANTIGUIDADE ROMANA: A HUMANISTAS Podemos distinguir três fases na educação romana: a latina original, de natureza patriarcal; depois, a influência do heletismo é criticada pelos defensores da tradição; por fim, dá-se a fusão entre a cultura romana e a helenística, que já supõe elementos orientas, mas nítida supremacia dos valores gregos. A educação na Roma arcaica teve, sobretudo, caráterprático, familiar e civil, destinada e formar em particular os civis romanos, superior aos outros povos pela consciência do direito como fundamento da própria “romanidade”. Fonte:www.slideplayer.com.br Os civis romanos era, porém, formado antes de tudo em família pelo papel central do pai, mas também da mãe, por sua vez menos submissa e menos marginal na vida da família em comparação com a Grécia. A mulher em Roma era valorizada como manter famílias, portanto reconhecida como sujeito educativo, que controlava a educação dos filhos, confiando-os a pedagogos e mestres. Diferente, entretanto, é o papel do pai, cuja autorias, destinada a formar o futuro cidadão, é colocada no centro da vida familiar e por ele exercida com dureza, abarcando cada aspecto da vida do filho (desde a moral até os estudos, as letras, a vida social). Para as mulheres, porém, a educação era voltada a preparar seu papel de esposas e mães, mesmo se depois, gradativamente, a mulher tenha conquistado maior autonomia na sociedade romana. O ideal romano da mulher, fiel e operosa, atribui a ela, porém, um papel familiar e educativo. Os romanos tinham uma mentalidade prática; procuravam alcançar resultados concretos adaptando os meios aos fins. Enquanto os gregos julgavam e mediam todas as coisas pelo padrão da racionalidade, da harmonia ou da proporção, os romanos julgavam tudo pelo critério da utilidade ou da eficácia. Por isso os romanos sempre consideraram os gregos como um povo visionário e ineficiente, enquanto os gregos consideravam os romanos como bárbaros sórdidos, com força de caráter e valor militar, mas incapazes de apreciar os aspectos superiores da vida. 12 EXISTENCIALISMO Fonte: www.pt.slideshare.net Para o existencialismo a essência humana se constrói na existência concreta. O homem nasce sem essência, e somente depois, a partir de sua existência, irá construir sua essência como homem. Esta essência dependerá da decisão que o homem tomará. Poderá ele acomodar-se com os fatos, não correr o risco da liberdade, e assim deixar-se tragar pela massa insossa constituída por todos os outros, e assim perder sua identidade, assumindo a moral do rebanho. Será então o inautêntico, o nojento, repleto de vícios, o homem de "má-fé" que existe como coisa, pois não teve coragem para assumir o risco da liberdade. Ou então, o homem poderá assumir o verdadeiro risco da liberdade. Assim enfrentará o nada, e a possibilidade da morte, que o fará inicialmente sentir-se angustiado perante o fato de que a morte seja o fim de todos os projetos e possibilidades, mas depois de encarado tal desafio, ele finalmente se tornará autêntico, construindo sua essência como ser humano. Assim, para o existencialista, a educação verdadeira é aquela que possibilita o homem a construção de sua essência a partir da liberdade. A educação deve transformar o homem em ser autêntico, e não em apenas mais um no rebanho. Portanto a educação como impositora de normas para a reprodução do sistema não serve para o existencialismo, pois transforma o homem em inautêntico, já que o ensina a respeitar a moral da aceitação e da submissão. http://www.pt.slideshare.net/ http://www.pt.slideshare.net/ A educação, então, deverá libertar o homem das amarras, permitir a ele que se construa como homem dentro do processo histórico, sem que seja condicionado por forças que lhe vendam os olhos e que lhe impeça de construir sua existência/essência. O homem existencialista é o homem da luta, da coragem, que não tem medo do terrível desafio que a liberdade lhe impõe com todo o risco de solidão e angústia. A educação deve levar o homem a enfrentar este risco. Aliás, a educação não deve levar o homem, pois ele deverá conduzir-se a isso. A educação então deverá lhe abrir a possibilidade, talvez lhe mostrar o caminho. E isto só é possível através de uma educação libertadora em todos os sentidos. Esta educação deverá também mostrar ao homem que a sua liberdade está estritamente vinculada à responsabilidade pois o ato responsável do homem também é o ato responsável por toda a humanidade. 13 ESSENCIALISMO O essencialismo desconsidera os seres reais considerando-os em seus aspectos ideais. O ideal de bondade, justiça, felicidade etc. São ideais que transcendem o aspecto natural, isto é, que não é acessível a um conhecimento por meio da experiência. A leitura essencialista de mundo se estabelece no período da Antiguidade grega, século V a.C. e Idade Média. Para o essencialismo há uma substância, uma essência humana que identifica cada espécie e tem por característica ser universal, vale dizer, que se dada. Em outras palavras, já nascemos com certa potencialidade que deve passar por um trabalho em direção a um fim que seria a perfeição. O homem, nessa perspectiva é um ser educável. Sua essência é a racionalidade. Trata-se, portanto, de uma educação dirigida ao espírito. Podemos destacar como principais representantes desta filosofia educacional os filósofos Platão (428-347 a.C.), Aristóteles (384324 a.C.), Santo Agostinho, (354-430 d.C.) e Santo Tomás de Aquino (1227-1274 d.C.). Na perspectiva essencialista O real constitui uma ordem ontológica: tanto o mundo como o homem são vistos como entes/substâncias que realizam uma essência. A essência de cada ente contém e define as características específicas de cada um, que são universais e comuns a todos os indivíduos da mesma espécie. A perfeição de cada ente se avalia pela plenitude de realização dessas potencialidades intrínsecas. Assim sendo, a educação tem características ESSENCIALISTAS quando é concebida como processo de atualização da potência da essência humana, mediante o desenvolvimento das características específicas contidas em sua substância, visando sempre um estágio de plena perfeição e atualização total. Nas sociedades tribais, a educação das crianças se dava de forma difusa. Elas aprendiam imitando os ofícios dos adultos, tendo assim já a certeza do papel que deviam desempenhar quando fossem adultos. Ainda hoje, na sociedade contemporânea a educação difusa permanece, embora sob um diferente aspecto. O conhecimento técnico, científico, não é passível de ser transmitido por imitação, requer metodologia e um processo sistematizado de transmissão e avaliação. Este conhecimento tecnicista visa formar profissionais para o mercado de trabalho e as exigências do mundo capitalista. Porém, não é só nos bancos escolares que se dá a educação. Visto que educação não é só um saber técnico, é uma maneira de ver o mundo, de entender a sociedade, de exercer o papel de cidadão dentro dela, com direitos e deveres conscientes. Não basta se inserir no mercado de trabalho é preciso aprender para a vida também. A criança se auto educa em todos os ambientes que ela frequenta. Os comportamentos de todos os adultos com que ela convive, formam a base da sua educação. Constituem os seus valores e complementam a formação da pessoa como um todo. O educando imita o adulto, principalmente quando tem com ele laços afetivos bem estabelecidos e seguros. Por isso a melhor maneira de se ter uma criança bem- educada e compreendê-la enquanto criança. Se ela se sentir amada, valorizada e respeitada, a educação difusa que se dá em casa, soma-se, para complementar seu desempenho escolar. 14 QUATRO IMPORTANTES FILÓSOFOS DA EDUCAÇÃO Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) No texto do livro Emile, de Rousseau, é bastante clara a passagem da Filosofia da Educação para uma Teoria Educacional, e um Método pedagógico. O pressuposto básico de Rousseau, quando sua filosofia aborda o tema da educação, era a crença na bondade natural do homem, e a atribuição à civilização da culpa de corrompê-lo. O modo adequado de educar seria proteger o indivíduo da influência corruptora da sociedade, estimulandoadequadamente o desenvolvimento de sua bondade natural no processo educativo. Para isto o aluno deveria ser educado com base na sua curiosidade e nas suas motivações naturais. Enquanto ao mesmo tempo mantendo-se em mente o contexto social no qual o aluno futuramente se integrará. Isto somente pode ser conseguido através de um método muito bem controlado. Método Pedagógico Seu método de educação era o de retardar o crescimento intelectual, permitindo à criança demonstrar seus próprios interesses em um assunto e fazer suas próprias perguntas. No estágio da puberdade a sensibilidade do jovem deveria ser educada sem que houvesse qualquer restrição moral em seu ambiente, até os 15 anos. O objetivo é que o aluno desenvolva plenamente seu Eu natural. Obviamente, uma tal educação só seria possível se o aluno fosse totalmente isolado da sociedade e não tivesse contato social, senão com seu mestre. O aluno somente entraria na sociedade quando a tendência para a socialização surgisse como uma de suas necessidades naturais. Herbart: (1776-1841) O Ocidente havia quase um século seguia as diretrizes fundamentalista Educação propostas pelo filósofo alemão Johann Friedrich Herbart, que teve várias gerações de seguidores, a partir da Alemanha. Segundo ele, a ação pedagógica se orienta por três procedimentos: o governo, a instrução e a disciplina. F www.ebah. http://www.ebah.com.br/ http://www.ebah.com.br/ http://www.ebah.com.br/ http://www.ebah.com.br/ a) O governo: é a forma de controle da agitação da criança, inicialmente exercido pelos pais e depois pelos mestres, com a finalidade de submeter a criança às regras do mundo adulto e viabilizar o início da instrução. b) A instrução é o principal procedimento da educação e pressupõe o desenvolvimento dos interesses. O interesse determina quais as ideias e experiências que receberão atenção por parte do indivíduo. Herbart não separa a instrução intelectual da instrução moral, pois para ele, uma é condição da outra. c) Para que a educação seja bem-sucedida é conveniente que sejam estimulados o surgimento de múltiplos interesses. d) A disciplina é a responsável por manter firme a vontade educada, no caminho e propósito da virtude, supondo autodeterminação, que é uma característica do amadurecimento moral levando para a formação do caráter que está sendo proposta, ao contrário do governo, que é heterônomo e exterior, mais adequado ao trato com as crianças pequenas. O Método de Instrução Herbartiano Herbart propõe 5 passos formais que favorecem o desenvolvimento da aprendizagem do aluno: • Preparação: o mestre recorda o que a criança já sabe para que o aluno traga ao nível da consciência a massa de ideias necessárias para criar interesse pelos novos conteúdos; • Apresentação: a partir do concreto, o conhecimento novo é apresentado; • Assimilação: o aluno é capaz de comparar o novo com o velho, distinguindo semelhanças e diferenças; • Generalização: além das experiências concretas, o aluno é capaz de abstrair, chegando a conceitos gerais, sendo que esse passo deve predominar na adolescência; • Aplicação: através de exercícios, o aluno evidencia que sabe usar e aplicar aquilo que aprendeu em novos exemplos e exercícios. É deste modo, e somente deste modo, que a massa de ideias passa a ter um sentido vital, perdendo o aspecto de acumulação de informações inúteis para o indivíduo. Os fatores determinantes de sua influência no pensamento pedagógico foram: a) O caráter de objetividade de análise, b) A tentativa de psicometria, c) O rigor dos passos a serem seguidos para a instrução e a sistematização que imprimiu ao seu método. d) Para ele, o conhecimento é dado pelo mestre ao aluno, de modo que só mais tarde este o aplica a experiências vividas. Sua educação é pela instrução, e neste caso, possui um caráter mais intelectualista. e) Uma das contribuições mais duradouras de Herbart para a educação é o princípio de que a doutrina pedagógica, para ser realmente científica, precisa comprovar-se experimentalmente – uma ideia do filósofo Immanuel Kant que Herbart desenvolveu. f) Surgiram daí as escolas de aplicação, que conhecemos até hoje. Elas respondem à necessidade de alimentar a teoria com a prática e vice- versa, num processo de atualização e aperfeiçoamento constantes. Muitas das contribuições de Herbart para a psicologia e a pedagogia continuam valiosas, mas seu pensamento e a prática que dele se originou no século 19 se tornaram ultrapassados, sobretudo com o aparecimento do movimento da escola ativa. O norte-americano John Dewey, por exemplo, fez duras críticas à doutrina Herbartiana. John Dewey (1859-1952) Fonte: www.educarparacrescer.abril.com.br 14.4.1 A CONDUTA HUMANA E A EDUCAÇÃO Fonte: www.slideplayer.com.br A análise da relação da conduta humana e a da educação tem três premissas basilares e apresenta algumas consequências. I. A natureza humana é corrompida ou bárbara. Concepção religiosa da natureza humana. Concepção da filosofia do século XVIII. Determinismo spenceriano do século XIX. A função do conhecimento, segundo Dewey. Concepção atual da natureza humana. Indeterminismo do progresso social ou moral. II. A atividade humana é um simples meio para se atingir o bem, que é um fim estranho ou superior a atividade. Vida é preparação. Diferentes aspectos dessa concepção. Erro de fato e erro de compreensão. Erro de fato: o homem é, por sua natureza, passivo; a atividade é um dever. Origem geral desse erro: a imperfeita organização social. III. Erro de compreensão: concepção inadequada do funcionamento de meios e fins na vida humana. Desenvolvimento da teoria de John Dewey a respeito do seu verdadeiro funcionamento. Ilustração demonstrativa da inversão que se opera, com a explicação da moral tradicional, na ordem real dos fatos. Espiritualismo e materialismo, vítimas do mesmo equívoco. I. A organização atual da vida justifica esse erro. Exceções: vida infantil, vida de alguns homens. Identidade da atividade com o próprio fim da vida. II. As regras da conduta humana fluem de princípios eternos e estranhos à experiência positiva dos homens. Princípios extra-humanos ou, puramente, ideais. Necessidade de fundamentos experimentais para os "princípios" ou "hipóteses" diretores da moral. Assim, o bem ou a felicidade está na atividade presente, dirigida inteligentemente. 15 MORAL CIENTÍFICA E MORAL TRADICIONAL Fonte: www.mundodasmensagens.com Há uma ciência da moral e da conduta humana. E também ela está a passar por uma transformação sensível, baseada no estudo objetivo da natureza humana. Essa transformação deve impregnar toda a vida da escola, se é que lhe cabe, conforme vimos, o papel predominante na formação do homem. Até os dias de hoje a conduta humana não se pôde guiar por conceitos positivos e experimentais similares aos que caracterizam as demais ciências. E isso por quê? Porque, como em relação às ciências naturais quando eram tratadas pelo método da magia, o problema tem sido fundado em pressupostos falsos. Que era a magia? A sua concepção básica era a mesma da ciência - causalidade dos fenômenos. Reputavam-se, porém, misteriosas as causas que governavam esses fenômenos e misteriosos os meios de controlá-las. Ainda encontramos, nas religiões, vestígios dessa concepção. Para o indiano, a malária que lhe mina o organismo, não é causada pelos germes com que o infetam os mosquitos, mas pela necessidade, em que se acha, de purgar nesta vida os pecados de vidas pregressas. Não há, pois, outro meio de tratar-se, senão pela oração e penitência. A essência da magia está aí: o tratamento dos fenômenos naturais como efeitos originários de causas misteriosas. Está claro que, enquanto assim pensar,não poderão progredir, com aquele indiano, a biologia ou a patologia. Para todo o sempre, ele continuará a rezar, a fazer penitência e a ter malária. Tem sucedido com a Moral uma coisa semelhante. http://www.mundodasmensagens.com/ http://www.mundodasmensagens.com/ Os moralistas - ao traçarem a ciência do Bem - têm partido do pressuposto de que a natureza humana é essencialmente má e que o ideal seria se a pudéssemos substituir por qualquer outra coisa. Daí decorre que o reinado da moral ou do bem, como os moralistas o concebem, é estranho à natureza humana. Qualquer coisa acima ou fora dela, a que temos de conformá-la ou que temos de conquistar com o sacrifício dessa pobre natureza. E como uma e outra coisa são mais ou menos impossíveis, estamos como estávamos em relação à ciência, no tempo da magia - absolutamente incapazes de progresso. Hoje, como ontem, como há vinte e há trinta séculos, nós continuamos a pregar, em moral, uma coisa e a fazer outra. E a moral que nos devia fazer felizes, apenas nos faz mais infelizes. O estudo recente da natureza biológica e social do homem, em bases positivas e científicas, que nos deverá dar, afinal, uma ciência da saúde, da eficiência e da felicidade do homem. Longe de nós a suposição ingênua de que se irão suprimir da vida as suas perplexidades, as suas incertezas e os seus fracassos. Não se irão suprimir, mas chegaremos a explicá-los. E tornando-os, desse modo, compreensíveis, torná-los- emos aproveitáveis para uma crescente reorganização do futuro. A grande transformação estará em fazer da conduta moral do homem uma consequência dos conhecimentos positivos a que o homem vai chegando em fisiologia e em psicologia. Quando chegarmos a conceber o mal como um simples funcionamento anormal dos órgãos biossociais do homem - digamos assim -, e tivermos para com ele a mesma atitude experimental que temos para com os males físicos, teremos dado o primeiro passo para uma ciência moral. Em vez da moral "espiritual", isto é, presa a preconceitos imutáveis e eternos, uma moral experimental baseada nas conclusões de uma ciência do homem. Na sua glorificação da "natureza", o que realmente glorificam são os impulsos, os apetites e os desejos - tudo que é mais vulgar e menos pessoal na natureza humana. Submeter- se às paixões, tornando-se delas miseráveis ou elegantes escravos, a fórmula suprema da liberdade. Escandalizar os burgueses é o dístico romântico que insculpem em seus escudos de Dom Quixotes do prazer. Nunca uma concepção de individualidade foi tão limitada e, sobretudo, tão ininteligente. Os grandes burgueses são, pelos menos, inteligentes. Na vida eles querem alguma coisa e o querem com força e lucidez, e manipulam devidamente os meios, inclusive a moral, para consegui-la. MORALIDADE ÉTICA Fonte: www.blog.maxieduca.com.br Aqueles românticos, vencidos no que desejam, o que, bem possivelmente, seria o mesmo que os burgueses, refugiam-se num amor tolo e indiscriminado à natureza e aos seus impulsos. Há, porém, um terceiro grupo. É o dos que tomam a sério a moral como qualquer coisa estranha às atualidades da vida e à natureza do organismo humano. Esses se preocupam com o progresso espiritual de suas almas. Com a perfeição interior. Com a análise inquieta dos seus motivos de ação. Vivem a perscrutar a natureza íntima de suas ações. ‘A "vida quotidiana" é para esses homens uma coisa atroz. A vida de ação, de negócios, de política - a inconsciência organizada. A vida daqueles apaixonados da "natureza", uma degradação sem limites. Vivem fora do mundo. Mas, pelo menos, dir- se-ia, esses são perfeitos e felizes, esses vingam a maldade e a corrupção dos outros. Não é verdade. Primeiro, esse grupo confirma os outros dois. É uma razão, às avessas, em favor dos outros. Se a vida moral exige que desprezemos a própria vida, exige que a renunciemos - de que mais se precisa para provar que ela está errada, está afastada de seu objetivo? Segundo, estão longe da pureza imaginada os componentes desse terceiro grupo. O isolamento mental em que se comprazem, o desprezo que alimentam pela vida material, a convicção em que se mantêm de que são os últimos homens de espírito em um mundo sórdido de materialistas, fazem brotar em seus corações uma qualidade de orgulho de que não têm sequer conhecimento os homens comuns, os que viajam na planície. Esse orgulho gera uma inumanidade característica. As fórmulas doces do amor dos homens não são percebidas por esses cavalheiros do http://www.blog.maxieduca.com.br/ http://www.blog.maxieduca.com.br/ espírito. Foi tal inumanidade que, em outros tempos, permitiu todos os suplícios e que hoje continua a permiti-los sob formas mais sutis e mais encobertas. Analisemos as premissas em que se funda essa moral que faz da vida de cada um a tragédia ou a comédia que todos conhecemos e, do mesmo passo, indiquemos o que nos pareceria a correção dos seus erros. São três as premissas fundamentais da moral tradicional, como foi entendida até os começos deste século. I. Considerar a natureza humana como qualquer coisa impura e corrompida ou bárbara, incapaz de chegar naturalmente a um desenvolvimento feliz. II. Considerar a atividade humana em si, não como o bem, mas como simples meio de atingir o bem, que era estranho ou superior a essa atividade. Considerar que as regras da conduta humana fluem de princípios morais preconcebidos e estranhos à experiência racional ou positiva. Esses princípios I. Se prendem a uma ordem espiritual sagrada, que se não pode modificar sem graves prejuízos para os homens. Essas três premissas fizeram da vida humana a trama obscura e contraditória onde não há lugar para a felicidade, entendida como resultado de um desenvolvimento normal e progressivo da individualidade. A confusão que acontece entre as palavras Moral e Ética existem há muitos séculos. A própria etimologia destes termos gera confusão, sendo que Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes. Esta confusão pode ser resolvida com o esclarecimento dos dois temas, sendo que moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Durkheim explicava moral como a “ciência dos costumes”, sendo algo anterior a própria sociedade. A Moral tem caráter obrigatório. Já a palavra Ética, Motta (1984) defini como um “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social. A Moral sempre existiu, pois, todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo realmente quando o homem passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. A Ética teria surgido com Sócrates, pois se exigi maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. Vásquez (1998) aponta que a Ética é teórica e reflexiva, enquanto a Moral é eminentemente prática. Uma completa a outra, havendo um interrelacionamento entre ambas, pois na ação humana, o conhecer e o agir são indissociáveis. Em nome da amizade, deve-se guardar silêncio diante do ato de um traidor? Em situações como esta, os indivíduos se deparam com a necessidade de organizar o seu comportamento por normas que se julgam mais apropriadas ou mais dignas de ser cumpridas. Tais normas são aceitas como obrigatórias, e desta forma, as pessoas compreendem que têm o dever de agir desta ou
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