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Discipulado _____________________________________________- 1 - DISCIPULADO Batismo nas Águas Josiel Saraiva Pastor Presidente da Assembleia de Deus do Saraiva - SP Mestre em teologia, fundado e diretor geral do Itadesp. Cursos teológicos por frequência ou correspondência. Fone (11) 3715-3742 / whatsapp 98022-3730 Discipulado _____________________________________________- 2 - 1. IGREJA E O DISCIPULADO “Portanto ide , ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19) O discipulado é a comunidade da integração. É o processo em que o novo convertido recebe todas as instruções indispensáveis ao crescimento de sua fé. Não basta apenas evangelizar. O texto de Mt 28.19 é claro: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações”. Depois de integrado à Igreja, o novo convertido precisa continuar desfrutando de cuidados especiais até que alcance a maturidade espiritual e se torne, ele mesmo, um discipulador. Bases para o Discipulado 1. A necessidade do discipulado Assim como a criança recebe, nos primeiros dias de vida, um tipo de alimentação adequada ao seu tenro organismo, da mesma forma o novo convertido nesta fase. Ou seja, a vida espiritual segue o mesmo princípio da biologia. É uma necessidade. Compare com Hb 5.12 e veja que Paulo, aqui, está questionando os crentes que, pelo tempo, deviam ser mestres, mas dependiam ainda de “leite”, ao invés do “sólido alimento”. O apóstolo não nega, neste texto, a necessidade de “leite” aos que ainda são novos na fé. O que ele repele é o fato de crentes amadurecidos, cujas raízes deveriam ser fortes, estarem repisando a todo o momento, por falta de convicção, os rudimentos da fé. Isto nos leva a outro raciocínio: queimar etapas e deixar de ensinar os primeiros passos da vida cristã ao novo convertido é propiciar-lhe crescimento anômalo (1 Pd 2.2,3). 2. O embasamento bíblico do discipulado Além do fato de Cristo ter ordenado à Igreja que faça discípulos, Paulo, por sua vez, recomenda: “e o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fieis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros”, 1 Tm 2.2. O princípio prevalecente, no texto, é o da continuidade, ou seja, o que eu aprendi, devo ensinar a outros para que estes passem adiante o que aprenderam. Isto pressupõe que o trabalho do ganhador de almas só se completa quando Cristo é gerado em cada novo crente, através do discipulado, e este possa levar outros aos pés de Cristo pelo mesmo processo. O discipulado pode ser embasado, ainda, em três exemplos do Novo Testamento. a) O discipulado de Paulo. O principal discipulador do apóstolo dos gentios foi Barnabé (At 9.27,28; At 11.25). Depois, em Gl 1.15,18, o próprio Paulo deixa implícito o tempo de duração de seu discipulado, antes de iniciar o ministério apostólico. b) O discipulado de João Marcos. Aqui, mais uma vez, o responsável pelo discipulado foi Barnabé (At 15.36-39) e veja que Paulo tinha razões para não levar novamente João Marcos em sua segunda viagem missionária. No entanto, Barnabé tinha também as suas razões. Faltava ao rapaz um discipulado mais profundo. Foi o que fez o “filho da consolação”. Mais tarde, o apóstolo reconheceu os frutos do trabalho de Barnabé junto a João Marcos 2 Tm 4.11). c) O discipulado de Timóteo. Aqui, os principais discipuladores foram sua avó, Lóide, e sua mãe, Eunice 2. Tm 1.5. O texto revela também uma outra verdade: o quanto os pais são importantes no discipulado dos filhos. É um erro pensar que esta tarefa cabe somente à Igreja Ensinar os filhos nos caminhos do Senhor é dever dos pais. 3. A importância do discipulado. Do exposto, chega-se à conclusão que o discipulado é sumamente importante e indispensável na vida de qualquer crente, sem exceção, nos primeiros anos da vida cristã. Todavia, é o que está faltando, hoje, na maioria de nossas Igrejas. Infelizmente, não tem havido, algures, cuidados especiais com os novos convertidos. Discipulado _____________________________________________- 3 - Os pecadores aceitam a Cristo e são abandonados à sua própria sorte, sem qualquer acompanhamento. O Maximo que acontece é receberem uma visita, isto se os cartões de decisão forem corretamente preenchidos. Quanto ao mais, que se arranjem sozinhos! Como fazer o Discipulado 1. O discipulado individual. Aqui o crente “adota” um novo convertido e o acompanha até que ele ande com os seus próprios pés. É o método de maior resultado, se os crentes o levam a sério. Se cada um assumisse o compromisso de ganhar uma alma e discípulá-la, o crescimento da Igreja seria vertiginoso. E com qualidade. Poderia, inclusive, ser criado em cada Igreja local um programa com o slogan “Adote um novo convertido”, com propósito de estimular os crentes a assumirem o seu papel como células que se multiplicam no Corpo de Cristo. 2. O discipulado coletivo. Neste caso o discipulador se responsabiliza por um grupo, que pode ser a classe de novos convertidos, na Escola Dominical, ou mesmo durante a semana, ou ainda um núcleo de estudo bíblico no lar. Cabe à Igreja local escolher a melhor forma. O importante é que haja o discipulado. 3. O uso de literatura própria. Para o discipulado, faz-se necessário o uso de literatura apropriada. 4. Qualidades do discipulador. O discipulador é alguém preparado e vocacionado para esta tarefa. Bebês espirituais têm que ser tratados da mesma maneira que os pais físicos tratam seus bebês. Com disciplina, mas sem amor, graça e cercados de todas as atenções necessárias. Já nos primeiros meses ele precisa aprender pequenas regras que o disciplinarão pelo resto da vida. Mas nada que sua tenra idade não possa suportar. Eis algumas qualidades do discipulador: a) Profunda convicção. A falta de convicção produz inconstância, dúvidas e falta de firmeza nos discípulos. b) Paixão pelos perdidos. Se não há paixão pelas almas, como fazer um discipulado produtivo? c) Preparo espiritual. Lembremo-nos que é nosso dever ensinar, também, pelo exemplo. Crentes espirituais formarão, outrossim, discípulos espirituais. d) Preparo bíblico. O obreiro aprovado é aquele que maneja bem a palavra da verdade 2 Tm 2.15. Se faltar esta qualidade, como ensinar o discípulo? e) Facilidade de relacionamento. Relacionar-se é qualidade preponderante no discipulador. Ele terá de visitar os discípulos, acompanhar-lhes os passos, responder-lhes as dúvidas, interessar-se pelos seus problemas, demonstrando profundo amor cristão. Isto exige desprendimento e paciência. As Bênçãos do Discipulado 1. Colheita mais produtiva. Além da semeadura, o lavrador toma todas as medidas para que a colheita seja mais produtiva. Todavia, muito do que se colhe, no Brasil, é depois jogado fora por falta de cuidado no transporte entre o produtor e o consumidor. O mesmo principio é válido no sentido espiritual. Almas se convertem, mas depois são lançadas fora. Um bom discipulado mudará as estatísticas, aumentando o percentual dos que darão frutos para o reino de Deus. Se os números da parábola do bom semeador forem alcançados, os resultados serão promissores. 2. Crentes enraizados. Outra benção do discipulado é que ele produzirá crentes com raízes profundas, que substituirão com firmeza aos ventos da tempestade. Foi o que Paulo questionou quanto aqueles que deveriam já ser considerados mestres e viviam ainda como meninos. Discipulado _____________________________________________- 4 - 3. Redução do número de desviados. Outra constatação das pesquisas é que a “porta dos fundos” é maior do que a “porta da frente”. Ou seja, há mais pessoas que sedesviam do que as que se convertem. Por quê? Falta de discipulado. Com a mudança de mentalidade, este quadro também mudará. 4. Avivamento. Avivamento é a vida dinâmica da Igreja em crescimento, no poder do Espírito. Não se trata meramente de barulho, fruto da emoção. É algo mais além. É óbvio que o discipulado prestará também sua contribuição ao avivamento, pois almas que permanecem firmes na fé, depois de discipuladas, são potenciais ganhadores de outra almas, que viverão o dia-a-dia das realidades de fé cristã: batismo no Espírito Santo, fruto do Espírito, dons espirituais e outras experiências que edificam e tornam a Igreja viva. 5. Obreiros bem preparados. Sabe-se, através da experiência, que os melhores obreiros são os que receberam boa formação quando novos crentes que freqüentaram a Escola Dominical. Se quisermos obreiros dedicados amanhã, discipulemos, hoje, os novos convertidos. 6. Antídoto contra as heresias. Muitos crentes acabam presos das heresias porque não conhecem os fundamentos da fé. Não estão preparados para “responder com mansidão” acerca de sua esperança 1 Pd 3.15. O que não ocorre com os aptos das seitas, que recebem treinamento intensivo e só saem às ruas para a catequese quando se revelam devidamente preparados. O discipulado é o meio para mudar esta situação. Ele tornará os novos crente colunas da verdade. O que produz a falta de Discipulado 1. Aumento do número de desviados Este é o quadro que hoje se verifica, conseqüência natural da falta de discipulado. É óbvio que um bebê, se não for alimentado,, morre. Ninguém jamais conseguiu alterar esta lei biológica. No entanto, é assim que muitos tratam os novos crentes: não lhes dão alimento. Por isso, morrem. 2. Crentes enfraquecidos Há muitos, em nosso meio, que não sabem a razão de sua fé. Quando confrontados com seu comportamento austero, o máximo que afirmam é que “a Igreja proíbe”, ou o “pastor não deixa”. A culpa não é deles. É da Igreja que não os ensinou de maneira correta. Faltou, com certeza, discipulado bíblico. 3. Presas fáceis das heresias Se não têm como explicar as razões de sua fé, como poderão fazer frente às heresias que batem todo o dia à sua porta? Infelizmente, muitos crentes têm sido tragados pelas seitas falsas por não terem sido bem ensinados na fé. 4. Obreiros inconseqüentes A desnutrição na infância se reflete por toda a vida, mesmo que na juventude sejam tomadas medidas para suprir as deficiências. Crentes antigos e mal formados tiveram origem na falta de discipulado. Por isso, continuarão agindo como crianças na fé, sempre dependendo de “leite”. Daí a obreiros neófitos, inconseqüentes e desleixados é apenas um passo. 5. Igrejas sem paixão pelas almas O maior mal da falta de discipulado é que, em razão da ausência de novos crentes, a vida dinâmica da Igreja no poder do Espírito Santo vai perdendo sentido, esgota-se o interesse pela salvação das almas e o avivamento morre. Não havendo novos crentes, não haverá, conseqüentemente, batismos no Espírito Santo, manifestação dos dons espirituais, novas experiências e crescimento na fé. Discipulado _____________________________________________- 5 - 2. A IGREJA DE CRISTO Igreja de Deus vivo, coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15). A Igreja de Deus: projetada por Deus, fundada por Cristo, guiada pelo Espírito Santo Jesus projetou, claramente, a existência duma sociedade de seus seguidores que daria aos homens seu Evangelho e ministraria à humanidade no seu Espírito, e que trabalharia pelo aumento do reino de Deus como ele o fez. Ele não modelou nenhuma organização e nenhum plano de governo para essa sociedade... Ele faz algo mais grandioso que lhe dar organização – ele lhe concedeu vida. Jesus formou essa sociedade de seus seguidores chamando-os a unirem-se a ele, comunicando-lhes, durante o tempo em que esteve no mundo, tanto quanto fosse possível, de sua própria vida, de seu Espírito e de seu propósito. Ele prometeu continuar até ao fim do mundo concedendo sua vida à sua sociedade, à sua Igreja. Podemos dizer que seu dom à Igreja foi ele mesmo. “...a Igreja de Deus, que ele resgatou com o seu próprio sangue” (At 20.28). “Cristo amou a sua Igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25). “Grande é este mistério: digo-o porem, a respeito de Cristo e a Igreja” (Ef 5.32). “...Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga... mas santa e irrepreensível ” (Ef 5.17). Discipulado _____________________________________________- 6 - 3. A NATUREZA DA IGREJA A Natureza da Igreja Que é Igreja? A questão pode ser solucionada considerando: 1) As palavras que descrevem essa instituição. 2) As palavras que descrevem os cristãos. 3) As ilustrações que descrevem a Igreja. 1. Palavras que descrevem a Igreja. A palavra grega no Novo Testamento para Igreja é “Ekklesia”, que significa “Uma assembléia de chamados para fora”. O termo aplica-se a: 1) Todo o corpo de cristãos em uma cidade (At 11.22; 13.1). 2) Uma Congregação. (1 Co. 14.19,35; Rm 16.5). 3) Todo o corpo de crentes na terra. (Ef 5.32). 2. Palavras que descrevem os Cristãos. (a) Irmãos. A Igreja é uma fraternidade ou comunhão espiritual, no qual foram abolidas todas as divisões que separam a humanidade. “Não há grego nem judeu” – a mais profunda de todas as divisões baseadas na história religiosa é vencida; “não há grego nem bárbaro” – a mais profunda de todas as divisões culturais é vencida; “não há servo ou livre” – a mais profunda de todas as divisões sociais e econômicas é vencida; “não há macho nem fêmea” – a mais profunda de todas as divisões humanas é vencida. (Cl 3.11; Gl 3.28). (b) Crentes. Os cristãos são chamados “crentes” porque sua doutrina característica é fé no Senhor Jesus. (c) Santos. São chamados “santos” (literalmente “consagrados ou piedosos”) porque estão separados do mundo e dedicados a Deus. (d) Os eleitos. Refere-se a eles como “eleitos”, ou os “escolhidos”, porque Deus os escolheu para um ministério importante e um destino glorioso. (e) Discípulos. São “discípulos” (literalmente “aprendizes”), porque estão sob preparação espiritual com instrutores inspirados por Cristo. (f) Cristãos. São “cristãos” porque sua religião gira em torno da Pessoa de Cristo. (g) Os do caminho. Nos dias primitivos muitas vezes eram conhecidos como “os do Caminho” (At 9.2) porque viviam de acordo com uma maneira especial de viver. (h) O templo de Deus. (1 Pd 2.5,6). Um templo é um lugar em que Deus, que habita em toda parte, se localiza a si mesmo em determinado lugar, onde seu povo o possa achar “em casa” (Ex 25.8; 1 Rs 8.27). Assim como Deus morou no tabernáculo e no templo, assim também vive, por seu Espírito, na Igreja (Ef 2.21,22; 1 Cor 3.1617). Neste templo espiritual os cristãos, como sacerdotes, oferecem sacrifícios espirituais, sacrifícios de oração, louvor e boas obras. (i) A noiva de Cristo. Essa é uma ilustração usada tanto no Antigo como no Novo Testamento para descrever a união e comunhão de Deus com seu povo (2 Cor 11.2; Ef 5.25- 27; Ap 19.7; 21.2; 22.17). Mas devemos lembrar que é somente uma ilustração, e não se deve forçar sua interpretação. O propósito dum símbolo é apenas iluminar um determinado lado da verdade e não o de promover o fundamento para uma doutrina. Discipulado _____________________________________________- 7 - 4. AS DOUTRINAS BÍBLICAS DA IGREJA A Doutrina da Igreja no Novo Testamento 1. Seu caráter universal. De inicio, em que pese a quantidade de denominações existentes, o Novo Testamento não se manifesta em momentoalgum e esse respeito. O seu ensino acerca da estrutura da Igreja encerra basicamente duas verdades. Em primeiro lugar, aponta para o seu caráter universal (At 20.28; Ef 2.21,22; Hb 12.23). É o povo de Deus espalhado pelo mundo, que professa a fé em Cristo, proclama as boas novas aos perdidos da Terra e cultiva no seu viver diário a comunhão em seu duplo aspecto: vertical (com Deus) e horizontal (uns com os outros). As expressos paulinas – “há um só corpo”, “um só Espírito”, “uma só esperança”, “um só Senhor, uma só fé, um só batismo” e “um só Deus”- transmitem essa idéia, deixando claro que a Igreja está acima das estruturas humanas. Ainda que estas sejam necessárias para a sua instrumentalização na face da Terra, ela se constitui de um único corpo formado por aqueles que foram comprados pelo sangue de Cristo e vivenciam a vida cristã na “unidade do Espírito pelo vinculo da paz”. Fundamentos da Unidade do Corpo A “unidade do Espírito” é firmada na unidade da Trindade divina. Em Ef 4.1-6 encontramos algumas expressões que confirmam a unidade da Trindade, tais como “um Espírito; “um Senhor”; “um só Deus e Pai”. Para que haja “um só corpo” (a Igreja), o exemplo maior é o da Trindade. Porém Paulo queria ensinar Ef 4.4-6 é sobre o tipo de unidade que mantém a Igreja, que é a unidade de fé e doutrina. 1. Há um só corpo. O texto de Ef 2.15,16 apresenta o retrato da criação da Igreja, sob a linguagem figurada do novo homem que forma um corpo, o corpo místico de Jesus. A Igreja é a constituição de milhões de membros no mundo inteiro de formar um só corpo (Rm 12.5; 1 Co 10.7; 12.12-30). Somos um só corpo, independente das diferentes denominações evangélicas, com exceção das falsas Igrejas cristãs. Temos uma só cabeça espiritual: Cristo. 2. Há um só Espírito. A Igreja tem a vida do Espírito Santo. Assim como o corpo humano é dinamizado pelo espírito humano, o corpo de Cristo é dinamizado pelo Espírito Santo. É Ele, a terceira pessoa da Trindade, que dá vida ao corpo de Cristo. Só faz parte desse corpo os regenerados pelo Espírito (2 Co 5.17; Rm 8.9.11; 1 Co 12.12). 3. Há uma só esperança. A “esperança da vossa vocação”. Quando Deus nos chamou para a salvação tornou possível o nosso futuro em Cristo. De que valeria o cristianismo se existisse apenas o hoje, e nunca o amanhã. A obra que Cristo realizou no Calvário nos propiciou a esperança da glória. Esta esperança vem da Bíblia, a qual nos assegura que um dia teremos a libertação do corpo de pecado e a obtenção de um corpo espiritual e glorioso, o qual jamais terá dores e morte (1 Ts 4.16,17; 1 Co 15.44,52-54; Cl 3.4). 4. Há um só Senhor. Quem é o senhor do corpo, senão a cabeça que o comanda? Assim, Cristo é o Senhor da Igreja (Ef 1.22,23). 5. Há uma só fé. Trata-se aqui do nosso credo, aquela fé racional e espiritual que produz a vida cristã. Diz respeito ao corpo de doutrina da Bíblia que rege a vida cristã (Gl 1.23; 1 Tm 3.9; 4.1; 2 Tm 6.7; Jd v.3). A Igreja segue e obedece a uma só fé, isto é, tem uma só doutrina. 6. Há um só batismo. Trata-se, é evidente, do batismo como sinal físico e simbólico da nossa entrada no corpo de Cristo, e esse batismo é o realizado por imersão em água. É o símbolo da regeneração operada pelo Espírito Santo na vida do novo crente. Nós, pentecostais, cremos também no batismo no Espírito Santo como uma experiência altamente importante na vida do crente (At 2.38; 22.16; Rm 6.3,4). O batismo a que se refere a Bíblia aqui, é o batismo que dá entrada de qualquer pessoa à vida da Igreja como o corpo do Senhor. 7. Há um só Deus e Pai de todos. Há uma só família cristã abrangendo a todos os redimidos por Cristo. Deus é o Pai dessa família. Deus é Pai, tanto por geração (como Criador), quanto por regeneração (nova criação) Ef 2.10; Tg 1.17,18; 1 Jo 5.7. Discipulado _____________________________________________- 8 - As 14 Doutrinas Bíblicas Principais da Igreja 1. Um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). 2. A inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de sé normativa para a vida e o caráter cristão (2 Tm 3.14-17). 3. A concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9). 4. A pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurar a Deus (Rm 3.23 e At 3.19). 5. A necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3- 8). 6. O perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebida gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9). 7. O batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2.12). 8. A necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e 1 Pd 1.15). 9. O batismo no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44- 46; 19.1-7). 10. A atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo á Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade (1 Co 12.1-12). 11. A Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira – invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda – visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16,17; 1. Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14). 12. Que todos os Cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (1 Co 5.10). 13. O juízo vindouro que recompensará os fieis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15). 14. A vida eterna de gozo e felicidade para os fieis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46). Discipulado _____________________________________________- 9 - 5. A DISCIPLINA BÍBLICA NA IGREJA “Aplica à disciplina o teu coração, e os teus ouvidos às palavras do conhecimento” (Pv 23.12). A Bíblia e a disciplina na Igreja No âmbito da revelação divina e da vida cristã, a disciplina é um assunto altamente positivo. Deus disciplina os seus para fazer destes, discípulos ainda melhores. E, para tanto, a partir da sua Palavra, utiliza-se de vários meios. É de disciplina que vem a palavra discípulos. 1. Os primórdios da disciplina bíblica. “A primeira idéia clara de disciplina está em Êxodo 12.15, 19.20”. Nessa passagem, Deus ordenou que os israelitas retirassem todo e qualquer fermento de suas casas,. O fermento, na Bíblia, simboliza o pecado: age secreta e invisivelmente na vida do povo de Deus. Uma outra noção clara de disciplina acha-se em Números 5.1-4. Aqui está prescrito que todos os leprosos e imundos fossem mantidos fora do arraial. Isso nada tem a ver com discriminação. Em Deuteronômio, aparece nove vezes a prescrição disciplinar: “Tirarás o mal do meio de ti”. 2. A necessidade da disciplina bíblica. O pecado é agente causal espiritual que, além do seu contágio, conduz à morte espiritual. Pode ser individual ou coletivo (Lv 4.13;Rm 6.23; Tg 1.15; Ef 2.1). 3. A finalidade da disciplina bíblica a) Dar testemunho da santidade da Igreja (1 Co 3.16,17). b) Levar o transgressor a corrigir-se. Israel, na sua obstinação, ignorou a disciplina do Senhor, e deu-se mal (Jr 7.28). Hoje, há Igrejas que já aboliram a disciplina bíblica e amorosa, argumentando que ela não é bíblica. E, assim, prejudicam a feição característica da Igreja-a de ser separada para Deus e para o seu uso c) Dar testemunho da santidade de Deus e servir de exemplo perante o mundo. 4. A atitude de Jesus referente à disciplina. Em João 8, o Senhor Jesus usou de misericórdia para com a mulher flagrada em adultério, mas recomendou-lhe: “Vai, e não peques mais”. Em Mateus 18.15-22, Ele nos deixa um profundo ensino sobre a disciplina cristã. 5. Formas de disciplina na Igreja. Quando um crente peca, e continua em seu pecado, quer ele saiba ou não, está afetando toda a congregação à qual pertence. Afinal, a Igreja de Cristo é comparada na Bíblia a um corpo, e quando um de seus membros é afetado todo o corpo sente (1 Co 12.12-27). a) A disciplina preventiva. Destina-se a evitar que os males surjam no meio do povo (1 Jo 2.1; 1 Co 6.12; 10.23; 1 Co 10.32). b) A disciplina corretiva. Enquanto a disciplina preventiva é branda e suave, a disciplina corretiva costuma ser dolorosa. São muitos os recursos da disciplina corretiva. O caso de Corinto é um exemplo. Infelizmente, em certas Igrejas, a disciplina corretiva é aplicada sem amor e temor de Deus. Discipulado _____________________________________________- 10 - 6. COMO A BÍBLIA DESCREVE O PECADO A Bíblia emprega vários vocábulos no Antigo e no Novo Testamento para definir o pecado Palavras que descrevem o pecado, no hebraico (hb) e no grego (gr). a) Chata’th (hb) e hamartia (gr). Estes termos dão o sentido de “desvio do rumo”, como o arqueiro que atira suas flechas e erra o alvo. b) Avon (hb) e adikia (gr). Aqui o sentido indica “falta de integridade”; alguém que se desvia do seu caminho original. c) Pesha (hb) e parabasis (gr). O pecado é visto como uma revolta; uma insubordinação à autoridade legítima de Deus, ou rompimento de um pacto ou aliança. d) Resha (hb) e paraptoma (gr). Significam fuga culposa da lei. Todas essas palavras falam do pecado com sentido ético, pois, envolvem relações sociais e espirituais. Expressões bíblicas que descrevem o pecado a) “Toda iniqüidade é pecado” (1 Jo 5.17) Deus não classifica tipos ou tamanho de pecados como fazem os sistemas sociais. Para o Altíssimo todo pecado constitui-se numa afronta à sua santidade. b) “Todo pecado é transgressão da lei” (1 Jo 3.4) Transgredir significa infringir, violar, quebrar a lei, passar dos limites. Todo e qualquer mandamento divino deve ser obedecido, pois, desobedece-lo significa transgredi-lo. c) “Tudo o que não é de fé é pecado” (Rm 14.23) Duvidar da Palavra de Deus constitui-se pecado, assim como, rejeitar o Salvador e negar suas promessas, Jesus disse: “Do pecado, porque não crêem em mim” (Jo 16.9). O ensino do Novo Testamento. O pecado é descrito como - O Novo Testamento descreve o pecado como: Errar o alvo Dívida Desordem Desobediência Transgressão Queda derrota Impiedade Erro Discipulado _____________________________________________- 11 - Errar o alvo, que expressa a mesma idéia que a conhecida palavra do Antigo Testamento. Pois o nosso alvo é Cristo (Hb. 12.2). Dívida. (Mt 6.12) O homem deve (a palavra “deve” vem de dívida) a Deus a guarda dos seus mandamentos; todo pecado cometido é contração de uma dívida. Incapaz de pagá- la, a única esperança do homem é ser perdoado, ou obter remissão da dívida. Desordem. “O pecado é iniqüidade” (literalmente “desordem”, 1 Jo 3.4). O pecador é um rebelde e um idólatra porque deliberadamente quebra um mandamento, ao escolher sua própria vontade em vez de escolher a vontade de Deus; pior ainda, está-se convertido em lei para si mesmo e, dessa maneira, fazendo do eu uma divindade. O pecado começou no coração daquele exaltado anjo que disse: “Eu farei”, em oposição à vontade de Deus. (Is 14.13,14). O anticristo é proeminentemente “sem-lei” (tradução literal de “iníquo”), porque se exalta a si mesmo sobre tudo que é adorado ou que é chamado Deus. (2 Ts 2.4-9). O pecado é essencialmente obstinação é essencialmente pecado. O pecado destronaria a Deus; o pecado assassinaria Deus. Na Cruz do Filho de Deus, poderiam ter sido escritas estas palavras: “O pecado fez isto!” Desobediência. Literalmente, “ouvir mal”; ouvir com falta de atenção (Hb 2.2) “Vede pois como ouvis” (Lc 8.18). Transgressão. Literalmente, “ir além do limite” (Rm 4.15). Os mandamentos de Deus são cercas, por assim dizer, que impedem ao homem entrar em território perigoso e dessa maneira sofrer prejuízo para sua alma. Queda. Ou falta, ou cair (Ef 1.7) no grego, donde a conhecida expressão, cair no pecado. Pecar é cair de um padrão de conduta. Derrota. È o significado literal de palavra “queda” em Rm 11.12. Ao rejeitar a Cristo, a nação judaica sofreu uma derrota e perdeu o propósito de Deus. Impiedade. De uma palavra que significa “sem adoração, ou reverência” (Rm 1.18; 2 Tm 2.16). O homem ímpio é o que dá pouca ou nenhuma importância a Deus e as coisas sagradas. Estas não produzem nele nenhum sentimento de temor e reverência. Ele está sem Deus porque não quer saber de Deus. O erro. (Hb 9.7) Descreve aqueles pecados cometidos como fruto da ignorância, e dessa maneira se diferenciam daqueles pecados cometidos presunçosamente, apesar da luz esclarecedora. O homem que desaforadamente decide fazer o mal incorre em maior grau de culpa do que aquele que é apanhado em falta, a que foi levado por sua debilidade. Discipulado _____________________________________________- 12 - 7. AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO Sete Pragas Ocasionadas Pelo Pecado Podemos observar em Gênesis Cap. 3, “sete pragas ocasionadas pelo pecado”, que vieram cair sobre o homem e que foram sofridas por Cristo: Tipos Distintos de Morte “Pelo que, por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm. 5.12). “Porque o salário do pecado é a morte...” (Rm. 6.23). Morte Física Morte Física. O texto que melhor elucida é 2 Sm 14.14, que diz: “Porque morreremos e seremos como águas derramadas na terra, que não se ajuntam mais”. O que acontece com o corpo morto quando é sepultado? Depois de alguns dias, terá se desfeito e esvaído como águas derramadas na terra. È isso que a morte física acarreta literalmente. Morte Espiritual. Este tipo tem dois sentidos na perspectiva bíblica: negativo e positivo. No sentido negativo, a morte pode ser identificada pela expressão bíblica “morte no pecado”. É um estado de separação da comunhão com Deus. Significa estar debaixo do pecado, sob o seu domínio (Ef 2.1,5). O seu efeito é presente e futuro. No presente, refere-se a uma condição temporal de quem está separado da vida de Deus (Ef 4.18). No futuro, refere-se ao estado de eterna separação de Deus, o que acontecerá no Juízo Final (Mt 25.46). No sentido positivo é a morte espiritual experimentada pelo crente em relação ao mundo. Isto é: a sua pena do pecado foi cancelada e, agora vive livre do domínio do pecado (Rm 6.14). Quanto ao futuro, o cristão autêntico terá a vida eterna. Ou seja: a redenção do corpo do pecado (Ap 21.27; 22.15). Morte Eterna. É chamada asegunda morte, porque a primeira é física (Ap 2.11). Identificada como punição do pecado (Rm 6.23). Também denominado castigo eterno. É a eterna separação da presença de Deus – a impossibilidade de arrependimento e perdão (Mt 25.46). Os ímpios, depois de julgados, receberão a punição da rejeição que fizeram à graça de Deus e, serão lançados no Geena (Lago de Fogo) (Ap 20.14,15; Mt 5.22,29,30; 23.14,15,33). Morte Espiritual Morte Eterna Na Queda................................................................Em Cristo A Dor (Gn. 3.6)......................................................(Is. 53.11); A Sujeição (Gn. 3.16)............................................(Gl. 4.4); A Maldição (Gn. 3.17)...........................................(Gl. 3.13); A Tristeza (Gn. 3.17).............................................(Is. 53.13); Os Espinhos (Gn. 3.18)...........................................(Mt. 27.29); O Suor (Gn. 3.19)...................................................(Lc. 22.44); A Morte (Gn. 3.19).................................................(Fl. 2.8). Discipulado _____________________________________________- 13 - Restringe-se apenas aos ímpios (At 24.15). Esse tipo de morte tem sido alvo de falsas teorias que rejeitam o ensino real da Bíblia. O Que o Pecado Afetou? Afetou as regiões celestes As conseqüências trazidas pelo pecado, produziram prejuízos incalculáveis em todas as dimensões da existência. A grande catástrofe da queda de Satanás, trouxe grande ruína tanto no universo físico como no espiritual. O grande inimigo de Deus e dos homens, abriu uma grande “cisão” na região setentrional [região norte] do céu, onde existe um “vazio” (Jó 26.7; Is 14.13-15). O pecado e queda de Satanás afetaram os céus, infestando as regiões celestes com seres caídos. Eles ali existem, como inimigos de todo o bem, eles são vistos nestas regiões fazendo guerra aos santos. Suas disposições hostis, opõem-se a Deus e aos homens (Ap 12.7). Com a queda deste terrível ser, ele passa a conquistar “um terço” dos anjos de Deus, os quais depois se dividiram em dois grupos distintos em relação a sua posição e serviço. Em relação a terra “E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos a voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela: maldita é a terra por causa de ti...” (Gn 3.17). No principio Deus criou tudo muito bom. Mas após o pecado de Adão, a terra perdeu seu estado original de configuração. E vem sobre ela a segunda maldição pronunciada por Deus em relação ao pecado. Ela trata da mudança operada na própria terra. Em relação ao reino animal Como conseqüência do pecado do homem, o reino animal sofreu alterações nítidas, em sua estrutura e comportamento. Ele trouxe sobre eles um sentimento de ferocidade e de destruição. As feras passaram a perseguirem os homens e de igual modo, os homens as feras (Gn 9.1-3; Jz 14.5; 2 Rs 2.24; Ez 14.21). O reino animal sofreu as conseqüências do pecado do homem; e assim tanto a natureza humana como a dos animais foi afetada; durante a glória do Milênio a exemplo do reino vegetal, a ferocidade das feras será também removida (Is 11.6). Em relação à raça humana “Pelo que, por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). O pecado praticado pelo primeiro homem, Adão, furtou da humanidade a verdadeira vida e liberdade, impondo sobre ele o silêncio da morte, pois por causa de Adão, a “...morte passou a todos os homens...”. No contexto geral das Escrituras, por meio do pecado, o homem se tornou o recipiente de uma natureza depravada; e a expressão inevitável da mesma, é a depravação de caráter e conduta. “Parece que o pecado permeou todo o universo, incluindo cada reino na criação e afetando cada raça e espécie entre as criaturas, com resultados funestos”. Discipulado _____________________________________________- 14 - 8. A ORIGEM DA TENTAÇÃO O que é Tentação? 1. Conceito. Tentação é “ato ou efeito de tentar; disposição de animo para a prática de coisas diferentes ou censuráveis”. Biblicamente, podemos dizer que é o conveniente ao pecado. 2. O significado na epístola. Em Tiago, tentações têm o significado de perseguições, lutas e provações pelas quais o crente pode passar. A tentação tem três origens ou fontes: 1. Da parte da carne. a) Tentação humana. A Bíblia nos diz que “não veio sobre vós tentação, senão humana” (1 Co 10.13. Neste texto, podemos entender que “tentação humana” quer dizer a que é própria da natureza carnal do homem (ver Rm 7.5-8; Gl 5.13,19). Ela tem seu aspecto mal, pernicioso, incitador ao pecado. b) O significado da carne. A carne é o “centro dos desejos pecaminosos” (Rm 13.14; Gl 5.16,24). Dela vem o pecado e suas paixões (Rm 7.5; Gl 5.17-21). Na carne não habita coisa boa (Rm 7.18). Devemos salientar que o termo carne, aqui, não se refere ao corpo, que não tem nada de mal em si mesmo, mas à natureza carnal, herdada de nossos pais. O corpo do crente é templo do Espírito santo (1 Co 6.19,20). 2. Da parte do mundo. O mundo, como fonte de tentação, não é o mundo físico, criado por Deus. O Dicionário da Bíblia, de Davis, diz que “a palavra mundo emprega-se freqüentemente para designar os seus habitantes”, como em Sl 9.8; Is 13.11 e Jô 3.16. O Dicionário teológico, referindo-se ao mundo, diz que “No campo da teologia, porém, é o sistema que se opões de forma persistente e sistemática ao Reino de Deus”. João exorta a que não amemos “o mundo, nem o que no mundo há”. “Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (1 Jo 2.15,16). Tudo isso é fonte de tentação. 3. Da parte do Diabo. É a fonte mais cruel da tentação. Seu caráter é sempre destrutivo. a) Jesus foi tentado. É a fonte mais terrível e avassaladora da tentação. Dela, não escapou nem mesmo nosso Senhor Jesus Cristo. Após o batismo em água, Ele foi conduzido “pelo Espírito para ser tentado pelo diabo” (Mt 4.1; Mc 1.13; Lc 4.2). Foi o único que não caiu em pecado (Hb 4.15). b) Homens de Deus foram tentados. Homens de Deus, do porte de Abraão, Sansão, Davi, e tantos outros, foram tentados pelo Adversário (Satanás) a fazerem o que não era da vontade de Deus, com sérios prejuízos para suas vidas. c) Os homens comuns são tentados. Os homens são tentados a praticar toda espécie de males, crimes, violência, estupros, brigas, ciúmes, guerras, mentiras, calúnias, roubos, etc. d) Os crentes são tentados. Até os crentes em Jesus são vítimas da ação do maligno, quando causam prejuízos à Igreja do Senhor, com escândalos, calúnias, invejas, divisões, rebeliões, busca pelo poder, politicagem religiosa, e tantas outras coisas ruins. Discipulado _____________________________________________- 15 - 9. COMO VENCER A TENTAÇÃO Sete Passos Para A Vitória na Tentação 1. Saber utilizar a Palavra de Deus Nosso Senhor Jesus Cristo, quando foi tentado, não deu chance ao Diabo para conversar muito com Ele. A cada insinuação do maligno, ele usava a “espada do Espírito, que é a Palavra de Deus” (Ef 6.17b), dizendo: “Está escrito...” (Mt 4.4,7, 10). Por isso, é preciso ler a Bíblia, para usar a Palavra na hora certa. 2. Através da oração Jesus nos mandou orar sem cessar para não cairmos em tentação (Lc 22.40; 1 Ts 5.17). A maioria dos crentes, hoje, não ora. Certo pregador disse: “O Diabo ri da nossa sabedoria, zomba das nossas pregações, mas treme diante de nossas orações”. 3. Através da vigilância Jesus enfatizou a importância da vigilânciapara não cairmos em tentação (Mt 26.41). 4. Através da disciplina pessoal Falando sobre o “atleta cristão”, Paulo diz que “aquele que luta, de tudo se abstém” (1 Co 9.25). Em seguida, afirma: “Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (1Co 9.27). Muitos caem, por exemplo, na tentação do sexo, porque não sabem controlar seus instintos. 5. Resistindo ao Diabo O inimigo sabe qual é o ponto fraco de cada crente. Mas, com determinação e resistência, no Espírito, é possível ser vitorioso (1 Pd 5.8,9; Tg 5.17). José hebreu, mesmo pagando terrível preço, não se deixou vencer pelo pecado do adultério. Foi vencedor e exaltado por Deus. 6. Buscando a santificação É preciso que o crente viva a separação integral para Deus (Hb 12.14; 1 Pd 1.15). 7. Ocupando a mente com as coisas espirituais Isso se consegue através da oração, jejum, estudo da Bíblia e leitura de bons livros; servindo, evangelizando, louvando participando da obra do Senhor, santificando a mente, a vida e o corpo (1 Ts 4.3-7). A tentação, no seu sentido mais comum, é um processo terrível, da parte do homem, do mundo e do Diabo, cuja finalidade é destruir a fé, a santidade, a comunhão com Deus, levando o crente a pecar. Para vencer, é preciso fazer como Jesus, que usou a “Espada do Espírito” – a Palavra. É preciso usar as armas que Deus colocou à disposição de Seus servos. Em Cristo, “somos mais que vencedores” (Rm 8.37). Discipulado _____________________________________________- 16 - 10. O BATISMO NAS ÁGUAS “Portanto, ide ensinai toda as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19). “O Batismo nas águas é tão importante para o crente, que Jesus, para nos dar o exemplo, pediu para ser Batizado” (Mt 3.13-17). O batismo 1. O modo A palavra “Batizar”, usada na fórmula de Mt 28.19,20, significa literalmente Mergulhar ou Imergir. Essa interpretação é confirmada por eruditos da língua grega e pelos historiadores da Igreja. Mesmo eruditos pertencentes a Igrejas que batizam por aspersão admitem que a imersão era o modo primitivo de batizar. Além disso, há razões para crer que para os judeus dos tempos apostólicos, o mandamento de ser “batizado” sugeriria “batismo de prosélito”, que significava a conversão dum pagão ao Judaísmo. O convertido estava de pé na água, até ao pescoço, enquanto era lida a lei, depois do que ele mesmo se submergia na água, como sinal de que fora purificado das contaminações do paganismo e que começara uma nova vida como membro do povo da aliança. De onde veio, então, a prática da aspersão e de derramar a água? Quando a Igreja abandonou a simplicidade do Novo Testamento, e foi influenciada pelas idéias pagãs, atribuiu importância antibíblica ao batismo nas águas, o qual veio a ser considerado inteiramente essencial para se alcançar a regeneração. Era, portanto, administrado aos enfermos e moribundos. Posto que a imersão não era possível em tais casos, o batismo era administrado por aspersão. Mais tarde, por causa da conveniência do método, este se generalizou. Também, por causa da importância da ordenança, era permitido derramar a água quando não havia suficiente para praticar a imersão. Notem a seguinte citação dum antigo escritor do segundo século: Agora, concernente ao batismo, batiza assim: havendo ensinado todas essas coisas, batiza em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, em água viva (corrente). E se não tiveres água viva, batiza em outra água; e se não podes em água fria, então em água morna. Mas se não tiveres nem uma nem outra, derrama água três vezes sobre a cabeça, em o nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Não obstante, o modo bíblico e original é imersão, o qual corresponde ao significado simbólico do batismo, a saber, morte, sepultura, e ressurreição (Rm 6.1-4). 2. A fórmula “Batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Como vamos reconciliar isso com o mandamento de Pedro: “...cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo”? (At 2.38). Estas últimas palavras não representam uma fórmula bastimal, porém uma simples declaração afirmando que recebiam batismo as pessoas que reconheciam Jesus como Senhor e Cristo. Por exemplo, o “Didaquê”, um documento cristão escrito cerca do ano 100 A.C., fala do batismo cristão celebrado em nome do Senhor Jesus, mas o mesmo documento, quando descreve o rito detalhadamente, usa a fórmula trinitária. Quando Paulo O Batismo nas Águas Simboliza três coisas: Morte Sepultamento Ressurreição Discipulado _____________________________________________- 17 - fala que Israel foi batizado no Mar Vermelho “em Moisés”, ele não se refere a uma fórmula que se pronunciasse na ocasião; ele simplesmente quer dizer que, por causa da passagem milagrosa através do Mar Vermelho, os israelitas aceitaram Moisés como seu guia e mestre como enviado do céu. Da mesma maneira, ser batizado em nome de Jesus significa encomendar-se inteira e eternamente a ele como Salvador enviado do céu, e a aceitação de sua direção impõe a aceitação da fórmula dada por Jesus no capítulo 28 de Mt. A tradução literal de At 2.38 é: “seja batizado sobre o nome de Jesus Cristo”. Isso significa, segundo dicionário de Thaver, que os judeus haviam de “repousar sua esperança e confiança em sua autoridade messiânica”. Note-se que fórmula trinitária é descrita duma experiência. Aquelas que são batizados em nome do trino Deus, por esse meio estão testificando que foram submergidos em comunhão espiritual com a Trindade. Desse modo pode-se dizer acerca deles: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos” (2 Cor 13.13). 3. O recipiente Todos os que sinceramente se arrependem de seus pecados e exercitam uma fé viva no Senhor Jesus, são elegíveis para o batismo. Na Igreja apostólica o rito era acompanhado das seguintes expressões exteriores: 1) Profissão de fé (At 8.37). 2) Oração (At 22.16). 3)Voto de consagração (1 Pd 3.21). Visto que os infantes não têm pecados de que se arrepender e não podem exercer a fé, logicamente são excluídos do batismo nas águas. Com isso não os estamos impedindo que venham a Cristo (Mt 19.13,14), pois eles podem ser consagrados a Jesus em culto público. 4. A eficácia O batismo nas águas, em si não tem poder para salvar; as pessoas são batizadas, não para serem salvas, mas porque já são salvas. Portanto, não podemos dizer que o rito seja absolutamente essencial para a salvação. Mas podemos insistir em que seja essencial para a integral obediência a Cristo. Como a eleição do presidente da nação se completa pela sua posse do governo, assim a eleição do convertido pela graça e pela glória de Deus se completa por sua pública admissão como membro da Igreja de Cristo. 5. O significado O batismo sugere as seguintes idéias: 1) Salvação. O batismo nas águas é um drama sacro (se nos permitem falar assim), representando os fundamentos do Evangelho. A descida do convertido às águas retrata a morte de Cristo efetuada; a submersão do convertido fala da morte ratificada ou seja o seu sepultamento; o levantamento do converso significa a conquista sobre a morte, isto é a ressurreição de Cristo. 2) Experiência. O fato de que esses atos são efetuados com o próprio convertido demonstra que ele se identificou espiritualmente com Cristo. A imersão proclama a seguinte mensagem: “Cristo morreu pelo pecado para que este homem morresse para o pecado”. O levantamento do convertido expressa a seguinte mensagem: “Cristo ressuscitou dentre os mortos a fim de que este homem pudesse viver uma nova vida de justiça”. 3) Regeneração. A experiênciado novo nascimento tem sido descrita como uma “lavagem” (Literalmente “banho”, Tt 3.5), porque por meio dela, os pecados e as contaminações da vida de outrora foram lavados. Assim como o lavar com água limpa o corpo, assim também Deus, em união com a morte de Cristo e pelo Espírito Santo, purifica a alma. O batismo nas águas simboliza essa purificação. “Levanta-te e lava os teus pecados (isto é, como sinal do que já se efetuou)” (At 22.16). 4) Testemunho. “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo” (Gl 3.27). O batismo nas águas significa que o convertido, pela fé, “vestiu-se” de Cristo – o caráter de Cristo – de modo que os homens podem ver a Cristo nele, como se vê o uniforme no soldado. Pelo rito de batismo, o convertido, figurativamente falando, publicamente veste o uniforme do reino de Cristo. Discipulado _____________________________________________- 18 - 11. A ORIGEM DA SANTA CEIA “E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim”. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha” (1 Co 11.24,26). A Ceia do Senhor Pontos principais: Define-se a Ceia do Senhor ou Comunhão como o rito distintivo da adoração cristã, instituído pelo Senhor Jesus na véspera de sua morte expiatória. Consistente na participação solene do pão e vinho, os quais, sendo apresentados ao Pai em memória do sacrifício inexaurível de Cristo, torna-se um meio de graça pelo qual somos incentivados a uma fé mais viva e fidelidade maior a ele. Os 5 pontos-chave da ordenança da Santa Ceia: 1. Comemoração “Fazei isto em memória de mim”. Cada ano, no dia 4 de Julho, o povo norte-americano recorda de maneira especial o evento que o fez um povo livre. Cada vez que um grupo de cristãos se congrega para celebrar a Ceia do Senhor, estão comemorando, dum modo especial, a morte expiatória de Cristo que os libertou dos pecados. Por que recordar a sua morte mais do que qualquer outro evento de sua vida? Porque a sua morte foi o evento culminante de seu ministério e porque somos salvos, não meramente por sua vida e seus ensinos, embora sejam divinos, mas por seu sacrifício expiatório. 2. Instrução A Ceia do Senhor é uma lição objetiva que expõe os dois fundamentos do Evangelho: 1) A encarnação. Ao participar do pão, ouvimos o apóstolo João Dizer: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14); ouvimos o próprio Senhor declarar: “Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo” (Jo 6.33). 2) A expiação. Mas as bênçãos incluídas na encarnação nos são concedidas mediante a morte de Cristo. O pão e o vinho simbolizam dois resultados da morte: a separação do corpo e da vida, e a separação da carne e do sangue. O simbolismo do pão partido é que o pão deve ser quebrantado na morte (Calvário) a fim de ser distribuído entre os espiritualmente famintos; o vinho derramado nos diz que o sangue de Cristo, o qual é sua vida, deve ser derramado na morte a fim de que seu poder purificador e vivificante possa ser outorgado às almas necessitadas. Discipulado _____________________________________________- 19 - 1. Inspiração Os elementos, especialmente o vinho, nos lembram que pela fé podemos ser participantes da natureza de Cristo, isto é ter “comunhão com Ele”. Ao participar do pão e do vinho da Ceia, o ato nos recorda e nos assegura que, pela fé podemos verdadeiramente receber o Espírito de Cristo e ser o reflexo do seu caráter. 2. Segurança “Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue” (1 Cor 11.25). Nos tempos antigos a forma mais solene de aliança era o pacto de sangue, que era selado ou firmado com sangue sacrificial. A aliança feita com Israel no Monte Sinais foi um pacto de sangue. Depois que Deus expôs as suas condições e o povo as aceitou, Moisés tomou uma bacia cheia de sangue sacrificial e aspergiu a metade sobre o altar do sacrifício, significando esse ato que Deus se havia comprometido a cumprir a sua parte do convênio; em seguida, ele aspergiu o resto do sangue sobre o povo, comprometendo-o, desse modo, a guardar também a sua parte do contrato (Ex 24.3-8). A nova aliança instituída por Jesus é um pacto de sangue. Deus aceitou o sangue de cristo (Hb 9.14-24); portanto, comprometeu-se, por causa de Cristo, a perdoar e salvar a todos os que vieram a ele. O sangue de Cristo é a divina garantia de que ele será benévolo e misericordioso para aquele que se arrepende. A nossa parte nesse contrato é crer na morte expiatória de Cristo (Rm 3.25,26). Depois, então, poderemos testificar que foram aspergidos com o sangue da nova aliança (Pd 1.2). 5. Responsabilidade Quem deve ser admitido ou excluído da Mesa do Senhor? Paulo trata da questão dos que são dignos do sacramento em 1 Cor 11.20-34. “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber este cálice do Senhor indignamente, será culpado (uma ofensa ou pecado contra) do corpo e do sangue do Senhor”. Quer isso dizer que somente aqueles que são dignos podem chegar-se à Mesa do Senhor? Então, todos nós estamos excluídos! Pois quem dentre os filhos dos homens é digno da mínima das misericórdias de Deus? Não, o apóstolo não está falando acerca da indignidade das pessoas, mas da indignidade das ações. Sendo assim, por estranho que pareça, é possível a uma pessoa indigna participar dignamente. E em certo sentido, somente aqueles que sinceramente sentem a sua indignidade estão aptos para se aproximar da Mesa; os que se justificam a si mesmos nunca serão dignos. Outrossim, nota-se que as pessoas mais profundamente espirituais são as que mais sentem a sua indignidade. Paulo descreve-se a si mesmo como o “principal dos pecadores” (1 Tm 1.15). O apóstolo nos avisa contra os atos indignos e a atitude indigna ao participar desse sacramento. Como pode alguém participar indignamente? Praticando alguma coisa que nos impeça de claramente apreciar e significado dos elementos, e de nos aproximarmos em atitude solene, meditativa e reverente. No caso dos Coríntios o impedimento era sério, a saber, a embriaguez. Discipulado _____________________________________________- 20 - 12. A IGREJA NA ESPERANÇA DA VINDA DO NOIVO “...Ora vem, Senhor Jesus.. (Ap 22.20). “Aguardando a bem-aventurada esperança e do aparecimento da gloria do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”( Tt 2.13). Como Esperar a Vinda do Senhor 1. Com vigilância (Mt 24.42). “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”. As jovens, Consideradas loucas, em Mt 25, ficaram de fora da festa nupcial, porque não vigiaram, deixando faltar o azeite em suas vasilhas. Nos dias atuais, há muitos negligentes. Mas Jesus mandou vigiar constantemente, pois não sabemos a hora em que Ele há de vir. 2. Com oração (Mt 26.41). Somente com oração, muitas vezes reforçada pela prática do jejum, é que podemos venceras concupiscências da carne. É evidente que a maioria dos crentes, hoje, não gosta de orar e, muito menos de jejuar. Não precisa consultar o ibope para averiguar isto. Basta verificar os bancos vazios nos cultos de oração. 3. Com santidade (1 Pd 1.13-15). Santidade é uma palavra esquecida por muitos. Para agradar a todos, numa atitude demagógica, muitos obreiros deixam de ministrar a doutrina da santificação, principalmente para a juventude. O evangelho do entretenimento tem suplantado o evangelho do sofrimento por Cristo. Mas, sem santificação “ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Ser santo é ser separado, consagrado para Deus. Pedro nos exorta asermos obedientes e santos em toda a nossa maneira de viver (1 Pd 1.13-15). Santidade pressupõe vida irrepreensível. “e o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23), é o que declara o apóstolo Paulo. 4. Na unção do Espírito Santo. Na parábola das Dez Virgens, vemos a necessidade do azeite que simboliza a presença do Espírito Santo. O apóstolo declara que temos a “unção do Santo” (1 Jo 2.20). É preciso estar cheio do Espírito (Ef 5.18; At 13.52); andar em Espírito (Rm 8.1); adorar em espírito (jo 4.24); ser ensinados pelo Espírito (Jo 14.26); ser testemunhas no Espírito (At 1.8); ser guiados pelo Espírito (Rm 8.14); ajudados pelo Espírito (Rm 8.26); ser fervorosos no Espírito (Rm 12.11); demonstrar o poder de Deus no Espírito (1 Co 2.4); ser templo do Espírito (1 Co 6.19); buscar os dons do Espírito (1 Co 14.1); cultivar o fruto do Espírito (Gl 5.22). Quem não tem o Espírito Santo não é de Deus (Rm 8.9).Sem a unção do Espírito Santo, é impossível viver a Palavra de Deus, obedecer ao Senhor e estar pronto para o arrebatamento. 5. Com amor. Os crentes que subirão ao encontro do Senhor serão seus discípulos fieis e verdadeiros. Já vimos que a “marca registrada” do Cristão é o nome da denominação, nem o nome de família, nem o cargo que ocupa na Igreja local, mas o amor de Deus no coração e na prática diária. Jesus disse: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.34,35). 6. Permanecendo fiel. Há muitos que começam a carreira cristã, mas não a terminam. Em Mt 24.45, o Senhor destaca a qualidade de fidelidade e prudência do servo que estará esperando Sua vinda. Estas características devem fazer parte da vida dos que entendem que estamos vivendo a geração da última hora, da geração que verá e fará parte do arrebatamento da Igreja. “Quem é, pois, o servo fiel e prudente que o Senhor constitui sobre a sua casa para dar o sustento a seu tempo?”. Se cada cristão vivesse em oração e vigilância, esperando a vinda de Jesus, certamente o cristianismo já teria alcançado muito mais espaço entre as nações apressando, assim, a volta do Senhor. “Que Deus nos guarde em seu amor, em santidade e integridade para que não sejamos apanhados de surpresa, despreparados para o grande Dia do Arrebatamento”. Discipulado _____________________________________________- 21 - 13. RESUMO DA HISTÓRIA DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS “A Origem das Igrejas Assembléias de Deus no Brasil” "Pouco tempo depois, Gunnar Vingren participou de uma convenção de igrejas batistas, em Chicago. Essas igrejas aceitaram o Movimento Pentecostal. Ali ele conheceu outro jovem sueco que se chamava Daniel Berg. Esse jovem também fora batizado com o Espírito Santo”. Após uma ampla troca de informações, experiências e idéias, Daniel Berg e Gunnar Vingren descobriram que Deus os estava guiando numa mesma direção, isto é: o Senhor desejava enviá-los com a mensagem do Evangelho a terras distantes, mas nenhum dos dois sabia exatamente para onde seriam enviados. Algum tempo depois, Daniel Berg foi visitar o pastor Vingren em South Bend. Durante aquela visita, quando participavam de uma reunião de oração, o Senhor lhes falou, através de uma mensagem profética, que eles deveriam partir para pregar o Evangelho e as bênçãos do Avivamento Pentecostal. O lugar tinha sido mencionado na profecia: Pará. Nenhum dos presentes conhecia aquela localidade. Após a oração, os dois jovens foram a uma biblioteca à procura de um mapa que lhes indicasse onde o Pará estava localizado. Foi quando descobriram que se tratava de um estado do Norte do Brasil”. Extraído do livro História das Assembléias de Deus, Emílio Conde - CPAD Primeiro Templo da Assembléia de Deus, inaugurado em 08/11/1914. . No início do século XX, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços de origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas tradicionais, nosso país era ainda quase que totalmente católico. A origem das Assembléias de Deus no Brasil está no fogo do reavivamento que varreu o mundo por volta de 1900, início do século 20, especialmente na América do Norte. Os participantes desse reavivamento foram cheios do Espírito Santo da mesma forma que os discípulos e os seguidores de Jesus durante a Festa Judaica do Pentecostes, no início da Igreja Primitiva (Atos cap. 2). Assim, eles foram chamados de “pentecostais”. Exatamente como os crentes que estavam no Cenáculo, os precursores do reavivamento do século 20 falaram em outras línguas que não as suas originais quando receberam o batismo no Espírito Santo. Outras manifestações sobrenaturais tais como profecia, interpretação de línguas, conversões e curas também aconteceram (Atos cap. 2). Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren, chegaram a Belém do Pará, em 19 de novembro de 1910, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um Daniel Berg e Gunnar Vingren http://www.cpad.com.br/?acao=DT&dep=291&secao=2263&prod_id=32991 http://www.cpad.com.br/?acao=DT&dep=291&secao=2263&prod_id=32991 Discipulado _____________________________________________- 22 - movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de Jesus Cristo como o único e suficiente Salvador da Humanidade e a atualidade do Batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. As igrejas existentes na época – Batista de Belém do Pará, Presbiteriana, Anglicana e Metodista, ficaram bastante incomodadas com a nova doutrina dos missionários, principalmente por causa de alguns irmãos que se mostravam abertos ao ensino pentecostal. A irmã Celina de Albuquerque, na madrugada do dia 18 de junho de 1911 foi a primeira crente a receber o batismo no Espírito Santo, o que não demorou a ocorrer também com outros irmãos. O clima ficou tenso naquela comunidade, pois um número cada vez maior de membros curiosos visitava a residência de Berg e Vingren, onde realizavam reuniões de oração. Resultado: eles e mais dezenove irmãos acabaram sendo desligados da Igreja Batista. Convictos e resolvidos a se organizar, fundaram a Missão de Fé Apostólica em 18 de junho de 1911, que mais tarde, em 1918, ficou conhecida como Assembléia de Deus. Segundo Templo da Assembléia de Deus, em Belém do Pará. Em poucas décadas, a Assembléia de Deus, a partir de Belém do Pará, onde nasceu, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em virtude de seu fenomenal crescimento, os pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro. De repente, o clero católico despertou para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma nação protestante. O que é a Assembléia de Deus? A Assembléia de Deus é uma comunidade protestante, segundo os princípios da Reformada Protestante pregada por Martinho Lutero, no século 16, contra a Igreja Católica. Cremos que qualquer pessoa pode se dirigir diretamente a Deus baseada na morte de Jesus na cruz. Este é um relacionamento pessoal e significativo com Jesus. Embora sejamos menos formais em nossa adoração a Deus do que muitas denominações protestantes, a Assembléia de Deus se identifica com eles na fundamentação bíblica-doutrinária, com exceção da doutrina pentecostal (Hebreus 4.14-16; 6.20; Efésios 2.18). AAssembléia de Deus é uma igreja evangélica pentecostal que prima pela ortodoxia doutrinária. Tendo a Bíblia como a sua única regra de fé e prática, acha-se comprometida com a evangelização do Brasil e do mundo, conformando-se plenamente com as reivindicações da Grande Comissão. A doutrina que distingue as Assembléias de Deus de outras igrejas diz respeito ao batismo no Espírito Santo. As Assembléias de Deus crêem que o batismo no Espírito Santo concede aos crentes vários benefícios como estão registrados no Novo Testamento. Estes incluem poder para testemunhar e servir aos outros; uma dedicação à obra de Deus; um amor mais intenso por Cristo, sua Palavra, e pelos perdidos; e o recebimento de dons espirituais (Atos 1.4,8; 8.15-17). As Assembléias de Deus crêem que quando o Espírito Santo é derramado, ele enche o crente e fala em línguas estranhas como aconteceu com os 120 crentes no Cenáculo, no Dia de Pentecoste. Embora esta convicção pentecostal seja distintiva, a Assembléia de Deus não a tem como mais importante do que as outras doutrinas (Atos 2.4). Discipulado _____________________________________________- 23 - O seu Credo de Fé realça a salvação pela fé no sacrifício vicário de Cristo, a atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais e a bendita esperança na segunda vinda do Senhor Jesus. Consciente de sua missão, a Assembléia de Deus não prevalece do fato de ter, segundo dados do IBGE (Censo 2000), mais de oito milhões de membros. Apesar de sua força e penetração social, optou por agir profética e sacerdotalmente. Se por um lado, protesta contra as iniqüidades sociais, por outro, não pode descuidar de suas responsabilidades intercessórias. O que é a CGADB? Sua estrutura Administrativa / Mesa Diretoria da CGADB As igrejas Assembléias de Deus atuam em cada lugar sem estarem ligadas administrativamente à uma instituição nacional. A ligação nacional entre as igrejas é feita através dos seus pastores que são filiados à Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB), com sede no Rio de Janeiro. Em cada Estado os pastores estão ligados à convenções regionais ou a ministérios. Essas convenções, em geral, credenciam evangelistas e pastores, cuidam de assuntos da liderança e de direção das igrejas. Essas convenções operam um tipo de liderança regional entre a igreja local e a Convenção Geral. A CGADB é dirigida por uma Mesa Diretora, eleita a cada dois anos numa Assembléia Geral. Para várias áreas de atividades da Assembléia de Deus a CGADB tem um conselho ou uma comissão. Desta forma, existem o Conselho Administrativo da Casa Publicadora (CPAD), o Conselho de Educação e Cultura Religiosa, o Conselho de Doutrinas, o Conselho Fiscal, o Conselho de Missões, a Secretaria Nacional de Missões (SENAMI), e a Escola de Missões das Assembléias de Deus (EMAD)”. Para finalizamos: “O livro de Atos dos Apóstolos, é um livro do Novo Testamento que não termina com a última palavra ‘Amém’, como são os demais livros do N.T.. Sendo Assim a História da Igreja ainda não terminou, pois fazemos parte desta linda História, que só terminará no Arrebatamento da Igreja (1 Ts. 4.16,17) ORA VEM, SENHOR JESUS!!! Discipulado _____________________________________________- 24 - Prova do Discipulado Aluno (a): ..............................................................................................data........../.........../............. (Marque um X na alternativa correta) 1. Por que é necessário aceitar a Jesus Cristo como Seu Salvador? Não é obrigatório aceitar a Jesus para ser salvo É Necessário aceitar a Jesus para ser salvo A pessoa não é salva por meio de Cristo e sim pelas obras 2. Quem discípulou o apostolo Paulo? Barnabé Marcos Lucas 3. O que significa a palavra Batismo? É um símbolo Significa aceitar a Cristo Significa Mergulhar na água 4. Quais são as três armas do crente? Jejum, Oração, a Bíblia Jejum, Poder e Firmeza Força, Fé e Coragem 5. Quais são os três inimigos do crente? O Mundo a Carne e o Diabo O Mundo o Pecado e os Demônios O Mundo o Diabo e os Demônios 6. Por que Jesus se Batizou? Por que quis Para se purificar Para se cumprir a justiça de Deus e nos dar o exemplo de batizar 7. O que significa a palavra “Culto”? Vem do hebraico e significa “Adoração ou prostrar-se” Vem do grego e significa “Adoração ao Deus Supremo” Vem do latim e significa “Adoração ou homenagem que se presta ao supremo Ser” 8. Qual a formula batismal do Batismo nas Águas ? A formula é em nome de Jesus Cristo A formula é em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo Não existe nenhuma formula 9. Para se batizar a pessoa pode está com algum vício? Sim Não 10. Pode batizar uma pessoa que está amigada (Não Casada)? Sim Não Escreva com as suas Palavras: “Por que é importante se batizar”? _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________
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