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MARCOS- PAPER- FILOSOFIA DA CIÊNCIA- LAAKATOS-2 ano

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IMRE LAKATOS: O FALSEAMENTO E A METODOLOGIA DOS PROGRAMAS DE PESQUISA [footnoteRef:1] [1: Trabalho apresentado para a disciplina Filosofia da Ciência do professor Gilmar Szczepanik ] 
 MARCOS M. PACHECO [footnoteRef:2] [2: Acadêmico do 2º ano do curso de Filosofia] 
INTRODUÇÃO
A filosofia da ciência é o campo de estudo filosófico que se concentra em compreender, questionar e aprimorar processos e métodos científicos, sempre buscando assegurar que os fundamentos do trabalho científico sejam realizados de forma razoável. Conhecimento inegavelmente confiável. A filosofia da ciência pode discutir a importância de um método científico rigoroso, bem como os conceitos complexos que orientam sua criação. Além disso, a filosofia da ciência lida com conceitos importantes para a ciência, como verdade, racionalidade dos argumentos, padrões e a importância da definição do problema, ou seja, questionar, interrogar e duvidar. Diante deste cenário um grande filósofo da ciência vai se destacar apesar de receber duras críticas por recorrer e evidenciar e recorrer à história da filosofia da ciência, ondes muitos críticos o denominavam, injustamente, como historiador da filosofia da ciência e não como filósofo, Imre Lakatos, ao qual decorremos neste presente estudo. 
Imre Lakatos (1922-1974)
Nasceu na Hungria em 1922. Estudou em Budapest, Moscou e Cambridge, onde fez o doutorado em 1958. Foi um influente filósofo da Ciência e da Matemática. Assim como Popper, foi também professor de Lógica na escola de Economia de Londres durante vários anos. Morreu em 1974
Lakatos reconheceu que, ao longo dos séculos, o conhecimento, é conhecimento comprovado, seja por força racional (intelecto, racionalistas), ou por meios dos sentidos (empirismo) cientificamente falando, em geral, Lakatos afirmava que desde o advento da teoria da relatividade de Einstein, poucos filósofos ou cientistas acreditavam que o conhecimento é, ou pode ser, conhecimento comprovado (provado). Com a improbabilidade de comprovação do conhecimento científico (justificacionismo), é de suma importância que a estrutura clássica de valores seja quebrada e posteriormente substituída. Partindo desde pressuposto Lakatos introduziu pela primeira vez o conceito de programa de pesquisa, onde propôs que a competição entre esses, mesmo quando conflitantes, é que move o fortalecimento do conhecimento. Na proposição lakatiana, as teorias científicas devem conter instruções sobre o que fazer e o que não fazer. 
Lakatos defende a necessidade do pluralismo teórico, ou de teorias, ou seja, sugere a competição de programas de pesquisa, que mesmo quando contraditórios, que segundo ele, é o motor do avanço do conhecimento. Lakatos argumenta que uma consequência falsa em uma previsão de uma teoria não implica em sua repulsa, como pensava Popper, a qual é uma de suas críticas, apresar de ter uma admiração e uma ‘’ inspiração’’ explicita no mesmo, mas indica talvez um erro, de uma condição particular ou de teorias assistentes em relação aos métodos de observação. Portanto, porém propõe tratar o fato como "refutado" como uma anomalia que será melhor apreciada mais tarde.
Lakatos aponta que muitos dos pressupostos que conhecemos foram aceitos e utilizados, apesar de contraditórios como a lei da gravidade de Newton, a hipótese de um planeta além de Urano para corrigir sua órbita (a ser descoberto mais tarde, Netuno), é um exemplo, pois não refuta a teoria mais extrai algo positivo dela. Uma hipótese individual pode não se encaixar nos dados, mas, a menos que haja outra hipótese mais relevante, não descartaremos a primeira, pois é necessária uma investigação mais aprofundada.
Assim a partir da técnica usada por Popper, Lakatos propõe que existem três tipos de falseacionismo:
a) o falseacionismo dogmático ou naturalista; Nesse tipo de falseamento apesar de sua base empírica infalível, todas as teorias são instáveis e puramente hipotéticos, isto é, essa base empírica não pode ser disseminado à teorias, assim a ciência não pode justificar teoria alguma, apenas refutá-la.
b) o falseacionismo metodológico conservador ou ingênuo; Qualquer teoria que possa ser interpretada como falsificável empiricamente poderá ser plausíveis ou científicas.
c) o falseacionismo sofisticado ou metodológico. Adotado por Lakatos, Uma teoria só será aceita ou cientificamente válida se tiver muito conteúdo empírico comprovado em relação à teoria anterior, ou seja, se levar à descoberta de novas verdades.
Para realizar um programa de pesquisa, Lakatos propôs métodos heurísticos que trouxe da matemática, a qual ciência ele também dominava, os ‘’ negativos’’ e ‘’ positivos’’:
a) Na heurística Negativa (núcleo duro ou núcleo firme), vai estabelecer quais ideias devem ser consideradas irrefutáveis ​​em um determinado programa de pesquisa. 
b) Na heurística Positiva (cinturão protetor) guiará como lidar com as distinções de uma teoria. Resumindo, a heurística positiva mostra o que permanece e a negativa mostra o que não se deve contestar.
 Nessa Metodologia do Programa de Pesquisa proposta por Lakatos, as teorias não são consideradas isoladamente, caracterizando um sistema que seria mais resistente à adulteração de amostras se fossem segregadas umas das outras, para demonstrar como funciona vejamos a seguir o modelo de Lakatos para a produção de conhecimento ilustra as respectivas heurísticas positivas e negativas a fim de entende-las melhor:
Com isto Lakatos vai classifica seu programa de pesquisa científico (PPC) como:
Teoricamente Progressivo: Quando mudanças no cinturão de proteção levam a novas previsões exemplo: O Programa Copernicano previa fatos novos como as fases de Vênus, grandes variações nos tamanhos aparentes dos planetas e o paralaxe estelar, portanto era um programa teoricamente progressivo.
Empiricamente Progressivo: Quando uma das novas previsões é corroborada, exemplo: O programa Copernicano previu novos fatos, como as fases de Vênus, grandes variações nos tamanhos aparentes dos planetas e a paralaxe estelar. Portanto, é um programa teoricamente progressivo. Com Galileu, o programa Copernicano avançou empiricamente à medida que se observavam as fases de Vênus e a aparente variabilidade dos planetas.
Regressivo ou Degenerado: Quando a correção do cinturão de guarda é ad-hoc, significa adicionar suposições estranhas a uma teoria para evitar que ela seja adulterada, ou seja, não leva a novas previsões de eventos ou previsões infundadas, exemplo: A teoria da Descendência com Modificação de Darwin, onde salientava que na natureza, os indivíduos impróprios são rapidamente eliminados. Além disso, a proporção de pessoas com características benéficas é muito maior do que aquelas sem não explicando como se herdavam certas características, contudo devido aos avanços das pesquisas e teorias foi degenerando dando lugar a Teoria sintética da evolução(neodarwinismo)ou a genética, Os experimentos realizados por Gregor Mendel são extremamente importantes para preencher as lacunas observadas nos conceitos de seleção natural, com essas descobertas, pode-se concluir que traços que são "favoráveis" para determinados indivíduos foram transmitidos aos seus descendentes por herança no DNA.
Em suma, para Lakatos, abandonar um programa de pesquisa só é possível quando uma alternativa melhor está disponível. A noção ingênua de que o evento contradiz uma teoria o suficiente para refutá-la é substituída por outra: o confronto ocorreu entre pelo menos dois programas e eventos; A superação de um pelo outro é um processo longo e gradual. O avanço do conhecimento depende da existência de programas concorrentes, o que depende do pluralismo teórico.
 
 Conclusão
Assim conclui-se que, diante do artifício popperiano amplamente aceito (de que uma teoria deve ser rejeitada assim que a evidência a conteste) que contradiz as descrições de Kuhn (de que as atividades que a ciência implica que a ciência é mais construtiva quando suporta umsistema "normal" de teorias ou teorias, apesar das anomalias), o paradigma epistemológico na agenda de pesquisa de Lakatos procurou combinar os fatores empiricamente válidos de Popper com a apreciação da consistência convencional de Kuhn. Com isso Lakatos buscou sumarizar uma nova leitura filosófica epistemológica.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUPANI, Alberto. Filosofia da ciência. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2009. 
DUTRA, Luiz H. de A. A Diferença entre as Filosofias de Carnap e Popper. Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, 1 (1): 7-31, jan.-jun. 1991.
Lakatos, Musgrave - A crítica e o desenvolvimento do conhecimento. Único-Cultrix (1979)

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