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Impactos do suicídio para a família enlutada.

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FACULDADE SERRA GERAL 
 JOSÉ AILTON DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 IMPACTOS DO SUICÍDIO PARA A FAMÍLIA ENLUTADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA - CEARÁ 
2022 
 
 
FACULDADE SERRA GERAL 
JOSÉ AILTON DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 IMPACTOS DO SUICÍDIO PARA A FAMÍLIA ENLUTADA 
 
 
Artigo Científico apresentado à Faculdade 
serra Geral, como parte das exigências para a 
obtenção do título de Pós-graduação 
Psicoterapia em intervenção em crise e 
prevenção do suicídio. 
 
 
 
 
 
 
 FORTALEZA - CEARÀ 
 2022 
1.Bacharel em Serviço Social pela Universidade Anhanguera, Licenciatura plena em língua 
portuguesa e literatura brasileira pela Universidade Federal do Ceará, Membro voluntário do Centro 
de Valorização da Vida(CVV)-Organização que trabalha dando apoio emocional e prevenção e 
combate ao suicídio. 
 IMPACTOS DO SUICÍDIO PARA A FAMÍLIA ENLUTADA 
 
José Ailton dos Santos1 
RESUMO 
 
O suicídio está relacionado a sentimentos como ansiedade, depressão, abuso de 
substâncias químicas legais e/ou ilegais, entre outros fatores; o que é uma 
preocupação de saúde pública. Esse tema ainda é tabu na sociedade e silenciado 
por muitos, deixando o sofredor incapaz de expressar seus sentimentos e emoções. 
Sua família também é vítima dessa violência e deve ser cuidada, pois as 
consequências desse comportamento para esses sobreviventes são as mais 
diversas. O luto é uma experiência esperada quando um ente querido é perdido, e 
se torna ainda mais doloroso quando a morte é devido ao suicídio. Para tanto, foram 
realizadas pesquisas bibliográficas de cunho qualitativo e caráter descritivo. 
 
Palavras-chave: Luto. Morte. Suicídio. Família. 
 
ABSTRACT 
Suicide is related to feelings such as anxiety, depression, abuse of legal and/or 
illegal chemical substances, among other factors; which is a public health concern. 
This topic is still taboo in society and silenced by many, leaving the sufferer unable to 
express their feelings and emotions. His family is also a victim of this violence and 
must be cared for, as the consequences of this behavior for these survivors are the 
most diverse. Grief is an expected experience when a loved one is lost, and it 
becomes even more painful when the death is due to suicide. Therefore, 
bibliographic research of a qualitative and descriptive nature was carried out. 
 
Keywords: Mourning. Death. Suicide. Famil 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
O indivíduo nasce e morre. Esse é o processamento natural da nossa 
existência. Inevitavelmente, independente de quaisquer outros fatores que a 
prolonguem, a morte um dia chegará. Embora este fato seja óbvio e incontestável, 
na cultura ocidental atual: a morte é um medo, um assunto velado que causa 
estranhamento no homem. Este medo não é intrínseco ao assunto da morte, porém 
efetivamente uma construção comunitária feita ao longo do tempo. Trata-se de um 
erudito preso a vários significados e valores que variam de acordo com o entrecho 
sociocultural e histórico. 
O suicídio é uma temática muito debatida na contemporaneidade, devido aos 
novos estilos de vida. De acordo com a OMS (2020), 1,53 milhão de pessoas 
cometeram atos suicidas e, maior parte destes acontecimentos foi marcada por 
indivíduos na fase da adolescência; a justificativa é por ser um período de transição, 
onde são refletidas alterações psíquicas, físicas e sociais, onde as relações podem 
ser acompanhadas por dúvidas, conflitos e angústias. 
 A educação para a morte é um termo usado por Kovács (2012), que propõe um 
desenvolvimento contínuo ao sujeito, a partir da educação. Não se trata de uma 
receita padronizada, e sim uma maneira de suscitar reflexões que provoquem o 
homem a refletir sobre a morte e suas consequências. Ainda para o autor, a 
proposta de educação para a morte se fundamenta pela importância da discussão 
do tema numa sociedade na qual vivem a morte interdita, a busca da reumanização 
da morte no cotidiano. 
Por isso, achamos bastante relevante falarmos sobre o tema, já que 
acreditamos ser necessário compreendermos melhor o assunto para podermos ter 
subsídios que facilitem um plano de ação aos enlutados por suicídio. Identificando o 
impacto que o luto provoca nas famílias enlutadas e podermos proporcionar a estes 
enlutados um espaço de escuta, informação, acolhimento e aceitação. 
 O nosso trabalho tem como objetivo primordial, favorecer o enfrentamento e a 
ressignificação da perda por suicídio, estendendo a compreensão sobre seus 
aspectos, seu histórico, é como ele foi compreendido no tempo por diversos autores. 
 
 
 
 
2. A MORTE 
 
A morte, nos dias atuais, se estabelece como um assunto que não é falado 
abertamente. De acordo com Ariès (1975/2013), no decorrer da história da 
sociedade, a maneira de como a morte era vista foi sendo mudada. Na antiguidade, 
por exemplo, este assunto era domado. Cavaleiros medievais recebiam o aviso de 
que iam partir para sua jornada e que provavelmente poderiam morrer. Morte de 
forma natural, na maioria dos casos, era exceção; em outros casos, as pessoas 
eram avisadas sobre o acontecimento. Nesta época o homem aceitava este fato 
como destino. Na Idade Média, houve algumas mudanças graduais; as pessoas 
começaram a aparecer em detrimento do coletivo. Entre o século XIX e XX, a morte 
era vista como ruptura com os membros familiares. Foi onde começaram a aparecer 
os sentimentos de tristeza pelo fato. A expressão dos que ficaram era reflexo da não 
aceitação da morte; as pessoas do círculo do que morreu, choravam no leito, na 
sepultura, com lembranças, etc. Após o desenvolvimento industrial, a morte passou 
a ser um incômodo para as pessoas, deste modo, a morte não se adaptava a este 
novo padrão. Os sentimentos de tristeza era o processo de luto. 
Ao estudarmos a morte, passamos compreender a historicidade que percorre 
este tema, e nesta abordagem é que aparece o desenvolvimento psicológico do 
homem. Para Combinato e Queiroz (2006), o uso da teoria sócio histórica tem a 
finalidade de ressaltar a dimensão psicossocial da morte. Para os autores, é 
essencial estudar a morte, compreender a historicidade que perpassa esta temática, 
e para isso, se destacam a forma com que se entende o desenvolvimento 
psicológico do homem. Para que aconteça a apropriação da cultura e o 
desenvolvimento da linguagem e pensamento é preciso um aparato biológico, mas 
este só não é suficiente. São as ações e interações da pessoa em seu meio que 
possibilitam o desenvolvimento. Por isso, um conceito que antes era externo ao 
indivíduo passa a ser internalizado por este, em um processo constante de 
apropriação da cultura, adquirindo um sentido pessoal e singular. Deste modo, a 
maneira com a qual as pessoas concebem e lidam com a morte é diferente 
conforme suas culturas. A concepção sobre o que é morte adquire sentido de algo 
natural, já dado pela natureza durante o processo de internalizarão, sendo que na 
verdade é algo construído historicamente. Um outro modo de identificar como a 
cultura influencia nas concepções que o indivíduo tem sobre a morte é comparar a 
 
 
cultura Oriental com a Ocidental. Para Kovács (1992), este paralelo é diferente na 
compreensão do entendimento sobre a morte nas duas culturas. Para a autora, se 
no Ocidente a morte deve ser escondida, significando fracasso, final, no oriente a 
visão de morte surge naturalmente como um estado de transição e de evolução, 
para o qual deve haver um preparo. 
 
 
2.1 COMPREENSÕES DA MORTE 
 
Quando é feita uma reconstrução da história em relação a forma como o 
homem lidou com a morte na cultura ocidental, percebemos que as pessoas nunca 
aceitaram a morte, recusando-a de seu consciente(KÜBLER-ROSS, 1992). O 
homem defende-se psicologicamente contra o medo da morte, e esse medo provem 
de sua incapacidade de prevê-la e dela se proteger, pois, embora ela seja algo que 
é certo na vida, não tem como se evitar a morte, porém, o inconsciente não 
compreende, nem sabe lidar com sua própria morte. 
Não devemos associar a morte, vendo-a apenas como término da vida, afinal 
desde que se nasce, morre-se aos poucos. As células morrem, sofremos pela perda 
de entes queridos, uma etapa de transição para outra também é uma morte 
(KOVÁCS, 1992). 
A vivência do luto é esclarecida por Freud (1917/2006), ele afirma, que o 
homem precisa retirar do objeto perdido a energia libidinal que o ligava ao mesmo, 
afinal o objeto não existe mais. Mas, a pessoa que está em luto, se apega ao objeto 
por meio de recordações, em uma oposição à realidade. Demora, porém aos 
poucos, o indivíduo consegue se desligar do objeto perdido. Deste modo, o luto no 
mundo é visto como vazio, sem sentido. Em caso de melancolia, o próprio eu 
adquire essa conotação e o indivíduo perde a autoestima, referindo-se a si próprio 
como desprezível e incapaz, dirigindo a si próprio, autocríticas. 
É certo que as notícias retratadas na TV e estampada nos jornais, trazem 
diariamente a morte de alguém, e quer sejam conhecidos ou não, geram 
desconforto, estranhamento, mas não impactam da mesma maneira como se fosse 
algum ente querido nosso. A teoria do apego descrita por Bowlby, traz importantes 
contribuições para a compreensão da morte. Bowlby (1997) postula em sua teoria do 
apego, existe uma necessidade inata de contato com outro ser humano. O apego se 
 
 
refere a um vínculo no qual o indivíduo associa-se a uma pessoa, geralmente as que 
trazem segurança e proteção. Trata-se de um mecanismo básico e biológico, tal 
como necessidade de se alimentar e de fazer sexo. Estes modelos de apego são 
adquiridos ao longo dos 3 primeiros anos de idade, mas especialmente no primeiro 
ano de vida, e indicam a maneira com que ela acredita que o mundo e as pessoas 
significativas para ela se comportarão, em relação à confiança e segurança que irão 
lhe oferecer. Estas representações estão ligadas ao apego e acabam se constituindo 
de um modelo interno de funcionamento, que é a base a partir do qual a pessoa 
estabelecerá suas relações com novas figuras de apego, tais como parceiros, 
família, circulo de amigos, e até mesmo a própria imagem. Diante destas 
considerações a respeito da teoria de Bowlby, vale ressaltar que sua relevância para 
a compreensão do processo da morte reside na ideia de que as reações dos 
indivíduos antes de uma perda, ou seja, quando acontece uma ruptura de uma figura 
de afeto, a maneira que esta situação e vivenciada e enfrentada tem relação direta 
com os vínculos de apego que existiam entre as mesmas. Desta maneira, a 
compreensão dos recursos que um individuo tem para lidar com o tema da morte 
está relacionado diretamente aos postulados da teoria do apego: o vínculo criado 
com as figuras que oferecem pistas para a forma que o indivíduo lidará com 
experiências futuras de separação. 
 
 
 
 
3. SUICÍDIO 
 
O suicídio, de acordo com o dicionário Aurélio, configura-se como uma ação 
de acabar com a própria vida, de se matar quer utilizando agentes químicos ou por 
meios físicos. 
O termo suicídio surgiu do latino “suicidium”, no século XVII. Quando 
pensamos na palavra “suicídio”, nós, embora não o saibamos, já incluímos um tipo 
maior de suicídio, ou seja, o homicídio. Essa tolerância teórica, mais do que lexical, 
se originou de um dos maiores pensadores do Ocidente: Agostinho de Hipona. Isso 
não quer dizer que não existam oponentes teimosos dessa abordagem no mundo 
grego, como veremos mais tarde, mas que a estreita conexão entre ela e o 
 
 
assassinato era desconhecida antes de Agostinho. No texto básico "A Cidade de 
Deus" pelos descendentes da Igreja e da filosofia ocidental, Agostinho habilmente 
escreveu o sexto mandamento sobre o suicídio, ou seja, a proibição de “não matar” 
também deve ser aplicada. Segundo ele, é para alguém A situação de tirar a vida 
nas próprias mãos, embora isso não esteja claramente expresso no texto bíblico. 
Por muito tempo, o suicídio teve peso homicida e é considerado "autolesão", 
pertence à mesma categoria do crime e da blasfêmia, e a pena de morte é imposta a 
quem tenta o suicídio. As leis que entraram em vigor por volta do século 17 
(especialmente o decreto de 1670) afirmavam claramente que o suicídio era um 
crime "da majestade do homem ou de Deus". Porém, desde o século XVIII, a 
tentativa de suicídio era considerada uma "desordem da alma", portanto, para evitar 
outra tentativa, uma nova forma de punição foi obtida (FOUCAULT 1984, p. 95). 
Portanto, o suicídio não é mais visto como blasfêmia, mas como parte do reino 
neutro da insanidade. 
 
 
3.1 CAUSAS MOTIVADORAS AO ATO SUICIDA 
 
Afetos são mais bem definidos como uma combinação de dois elementos: 
uma sensação ou experiência de prazer ou desprazer e uma ideia ou ideias. O que 
constitui um afeto como fenômeno psicológico é a combinação dos dois, de 
prazer/desprazer e ideias (BUSH, 2001). Deve-se notar que as ideias ou a sensação 
de prazer e desprazer podem ser inconscientes e conscientes. Se as ideias são 
inconscientes e a sensação de prazer ou desprazer é consciente, o que resulta é o 
que costuma ser chamado de efeito sem conteúdo, por exemplo, ansiedade sem 
conteúdo. Se as ideias são conscientes e a sensação de prazer ou desprazer é 
inconsciente, o que resulta é o que é chamado isolamento de afeto. 
Os efeitos que desencadeiam conflitos psíquicos são desagradáveis. Destes, 
o mais conhecido e melhor estudado pelos psicanalistas é a ansiedade. Quando o 
prazer é combinado com uma antecipação consciente ou inconsciente de perigo ou 
calamidade, rotulamos que afetam a ansiedade. Se o desprazer é intenso, fala-se de 
terror ou pânico. Se é mínimo, chamamos de preocupação ou desconforto. Se o 
conteúdo ideacional tem a ver com perda ou solidão, o efeito é chamado de 
ansiedade de separação; se tem a ver com castração, chama-se ansiedade de 
 
 
castração. Em resumo, desprazer mais perigo, desprazer mais calamidade 
antecipada é uma ou outra variedade de ansiedade (BUSH, 2001). Dependendo da 
intensidade do desprazer e da natureza do conteúdo ideacional, ele pode ser 
classificado como pânico, terror, pavor, preocupação, medo, apreensão etc. etc., 
mas se uma calamidade for no futuro, se ela imitir, o afeto desagradável é, por 
definição, uma variedade de ansiedade. Também por definição, a ansiedade sem 
conteúdo ideacional é uma impossibilidade. É possível que exista uma experiência 
ou sensação de desprazer sem conteúdo ideacional, e é plausível supor que isso de 
fato acontece durante os primeiros dias e semanas de vida extrauterina. Para que o 
termo ansiedade seja significativo, porém, ele deve ser desagradável, combinado 
com uma expectativa de calamidade. A ansiedade é o efeito desagradável que 
sinaliza o advento de algo ruim, de calamidade. 
O papel que a ansiedade desempenha no desencadeamento de conflitos 
psíquicos é muito conhecido para exigir repetição. Freud (1926) primeiro delineou 
seu papel e listou quatro calamidades ou perigos como seu conteúdo ideacional na 
primeira infância: perda de objetos, perda de amor, castração e, após o 
desenvolvimento do superego, punição, que passa a incluir as outras três. 
A ansiedade não é a única forma de desprazer que desempenha um papel 
importante no conflito psíquico (BRENNER; GAZZINELLI, 2009). O desprazer 
também pode ser combinado com ideias de que uma calamidade já ocorreu. Nesse 
caso, o afeto não é ansiedade, mas miséria - o que chamei de afeto depressivo por 
causa de sua relação com o que é chamado de doença depressiva mais tarde na 
vida. Uma criança que se sente abandonada, não amada, castrada e/ou punida dequalquer uma ou todas essas maneiras não sofre de ansiedade, ou seja, de uma 
antecipação de calamidade. A calamidade não é um perigo, nem uma questão do 
futuro, uma questão de expectativa. Para essa criança, a calamidade é um fato da 
vida, é a realidade atual da criança. Quando uma calamidade é um fato da vida, 
quando está no presente e não no futuro, o efeito desagradável é, por definição, não 
ansiedade, mas afeto depressivo. Assim, por exemplo, a ansiedade de separação é 
desagradável, mais a (s) ideia (s) de que alguém será abandonado no futuro. O 
efeito depressivo da separação, por outro lado, é desagradável mais a (s) ideia (s) 
de que um já está abandonado, que já está sozinho. Com alterações adequadas, o 
mesmo se aplica a cada uma das outras calamidades da infância que Freud (1926) 
delineou. 
 
 
Em resumo, a partir da infância, existem dois tipos de desprazer associados 
às calamidades da perda de objetos, perda de amor, castração e punição. Um tipo é 
a ansiedade; o outro é efeito depressivo (BRENNER; GAZZINELLI, 2009). A 
diferença entre os dois é que, em um deles, a ansiedade e a calamidade são 
antecipadas, é um perigo, enquanto no outro, o efeito depressivo, a calamidade está 
presente como um fato da vida. 
Sempre que a ansiedade ou o efeito depressivo de intensidade suficiente 
aparecem em conexão com o desejo de gratificação de um derivado da pulsão, o 
que se segue é um conflito psíquico. O descontentamento associado à gratificação 
de um derivado da pulsão é o que desencadeia um conflito psíquico, seja ele um 
sentimento de ansiedade ou um efeito depressivo. 
O conflito na vida psíquica tem quatro componentes: conduzir derivados, 
desprazer na forma de ansiedade e/ou afeto depressivo, defesa e manifestações de 
superego. Esses componentes interagem de acordo com o princípio do 
prazer/desprazer, isto é, de maneira a alcançar o máximo prazer ou gratificação e o 
mínimo desprazer na forma de ansiedade e/ou efeito depressivo (BRENNER; 
GAZZINELLI, 2009). O resultado da interação, consequência do conflito, é uma 
formação de compromisso, que pode ser patológica ou normal. 
. 
Muitos conflitos que são intensos o suficiente para serem clinicamente 
significativos se originam, na maioria das vezes na infância. Os conflitos posteriores 
da vida são uma continuação dos da infância: neles o passado vive no presente. Os 
desejos da infância nunca deixam de ser ativos na mente até que o cérebro, o órgão 
da mente, decaia ou pare de funcionar completamente. O que caracteriza os desejos 
da infância que figuram no conflito psíquico é um desejo de gratificação libidinal e 
agressiva, gratificação que, na ausência de ansiedade e afeto depressivo, seria 
intensamente prazerosa. Como Freud (1905) apontou, a gratificação libidinal está 
intimamente ligada às zonas erógenas. É por esse motivo que se fala de desejos 
orais, anal e fálico ou genital. Os desejos agressivos também estão conectados às 
zonas erógenas, mas menos intimamente do que as libidinais. Para os propósitos 
atuais, basta dizer que, sob certas circunstâncias, os desejos de satisfação libidinal 
e agressiva (prazer) podem despertar intenso prazer na mente de uma criança. 
Quando isso acontece, o conflito segue. A criança ou teme a perda de objetos, a 
perda de amor, a castração ou a punição em conexão com um ou mais desejos 
 
 
instintivos, ou a criança experimenta uma ou todas essas calamidades como tendo 
ocorrido, como um fato da vida, em consequência de sua desejos. Seja qual for o 
caso, seja a ansiedade associada à mente de uma criança com seus desejos 
instintivos ou afetivos depressivos, a criança reage para eliminar ou atenuar o 
desagrado que sente, ou seja, para atenuar ou evite completamente a ansiedade, o 
efeito depressivo ou ambos. 
Todo esforço feito para atingir esse objetivo de reduzir o desprazer faz parte 
do que chamamos de defesa. A função da defesa é reduzir o desprazer. Tudo o que 
realiza ou auxilia esse objetivo é, por definição, defensivo. Em geral, a defesa opera 
opondo-se à gratificação dos desejos instintivos que causaram prazer. A defesa, em 
geral, é anti-instintiva. Por esse motivo, Freud usou a palavra conflito para designar 
os eventos psíquicos em discussão. Há um conflito na mente entre um desejo de 
gratificação instintiva prazerosa e um desejo de suprimir o desejo instintivo, a fim de 
eliminar o desprazer na forma de ansiedade e afeto depressivo. Esta formulação é 
apenas aproximadamente correta, no entanto. Oposição ou conflito entre desejo e 
defesa é apenas parte do que acontece. A história completa é um pouco diferente. 
Nomeadamente, é alcançado um compromisso entre as várias tendências da mente, 
um compromisso que segue o princípio do prazer, evitando o desprazer e ao mesmo 
tempo alcançando o prazer na medida em que cada um é possível (BUSH, 2001). 
Em outras palavras, o resultado do conflito é que os derivados da pulsão envolvidos 
são gratificados na medida em que podem ser, sem despertar muito desprazer, o 
desprazer na forma de ansiedade e afeto depressivo é eliminado, tanto quanto 
possível, ao mesmo tempo. permitindo alguma gratificação dos desejos envolvidos 
e, simultaneamente, as demandas do superego são atendidas o máximo possível. 
Em resumo, a consequência do conflito é uma formação de compromisso, um 
compromisso entre todos os componentes do conflito, uma formação de 
compromisso, deve-se acrescentar, que pode ser normal ou patológica. 
Assim, o desprazer na forma de ansiedade e afeto depressivo sempre faz 
parte do conflito psíquico. É uma condição sine qua non no que diz respeito ao 
conflito: sem desprazer, sem defesa, sem conflito. As questões são um pouco 
diferentes, no entanto, quando se trata de comprometer a formação. Isso pode ser 
melhor ilustrado considerando-se a ansiedade no conflito e na formação de 
compromissos, uma vez que essa forma de desprazer é a mais familiar. 
 
 
Quando um esforço defensivo é bem-sucedido na eliminação da ansiedade, a 
qualquer custo para a saúde mental de um indivíduo, a ansiedade não aparece 
como parte da experiência consciente dessa pessoa. Para dar um exemplo familiar, 
se a ansiedade de um adulto em relação aos derivados da pulsão infantil pode ser 
eliminada como uma experiência consciente, afastando-se dos aviões ou evitando 
alguma outra situação cotidiana, a pessoa em questão fica livre de ansiedade, 
mesmo que esteja claramente sofrendo de um sintoma neurótico, uma fobia. A 
ansiedade é um componente do conflito subjacente, mas não da formação de 
comprometimento resultante. O mesmo pode ser verdade para um paciente que 
deve verificar todos os jatos de gás na cozinha duas ou três vezes antes de sair de 
casa. A ansiedade pode ser evitada como uma experiência consciente, desde que o 
ritual obsessivo do paciente possa ser realizado. Novamente, a ansiedade faz parte 
do conflito, mas não necessariamente da formação de compromisso resultante 
(FÉDIDA, 2017). Existem, no entanto, pacientes que experimentam algum grau de 
ansiedade, apesar da evitação fóbica ou do ritual obsessivo. Apesar das defesas 
mobilizadas por esses pacientes, alguma ansiedade aparece na formação de 
comprometimento resultante. De fato, a experiência mostra que um paciente pode 
sentir alguma ansiedade junto com um sintoma neurótico em algumas ocasiões, mas 
não em outras. Sempre que a ansiedade aparece como parte da formação de 
compromisso resultante de um conflito patogênico, concluímos que 'para aquele 
paciente naquele momento, os esforços defensivos mitigaram a ansiedade do 
paciente sem eliminá-la completamente como um fenômeno consciente. Permanece 
como parte da formação de comprometimento patológico do paciente, apesar dos 
esforços defensivos do paciente. 
Repetindo, mesmo que o desprazer na forma de ansiedade tenha um papel 
importante em um conflito patogênico, ele não necessariamente o faz na formação 
patológicaresultante. Um paciente pode ser aguda e esmagadoramente ansioso, 
pode não ter ansiedade consciente, seja o que for, ou qualquer outra coisa. Como 
sintoma, a ansiedade pode ser proeminente ou ausente, apesar de desempenhar 
um papel importante no conflito (FÉDIDA, 2017). Uma formação de 
comprometimento patológico pode ou não incluir a ansiedade como uma de suas 
características. 
O mesmo se aplica ao afeto depressivo. Em todo conflito, o efeito depressivo 
desempenha seu papel no início da defesa, assim como a ansiedade. Às vezes a 
 
 
ansiedade predomina e, às vezes, o efeito depressivo. Ambos desempenham seu 
papel em todos. Não é a presença ou ausência de afeto depressivo como elemento 
de conflito que varia de paciente para paciente. O efeito depressivo desempenha um 
papel nos conflitos de todos os pacientes (FÉDIDA, 2017). O que varia é o papel do 
efeito depressivo na formação de comprometimento patológico resultante. Como a 
ansiedade, o efeito depressivo como um elemento da sintomatologia pode ser 
proeminente, pode estar ausente ou pode estar em algum lugar no meio. 
Em resumo, então, o prazer, seja a ansiedade ou o efeito depressivo, 
desempenha um papel crucial e necessário nos conflitos psíquicos de cada 
paciente. Pode ou não desempenhar um papel de destaque na sintomatologia de um 
paciente. No entanto, em todos os casos, quaisquer que sejam as manifestações 
externas, a ansiedade e o efeito depressivo estão presentes e ativos 
inconscientemente (JACKSON, 1986). Quais são as implicações disso tudo para a 
compreensão da psicopatologia e dinâmica dos casos de doença mental em cuja 
Ansiedade sintomatológica é proeminente? Que luz essas descobertas lançam 
sobre a chamada doença depressiva? É melhor responder a essas perguntas 
revisando brevemente o desenvolvimento da teoria psicanalítica da Ansiedade antes 
da descoberta do papel do afeto depressivo no conflito psíquico. 
As teorias psicanalíticas da origem e do mecanismo da Ansiedade 
começaram com o luto de Freud (1917) e a melancolia. Nele, Freud avançou várias 
ideias sobre Ansiedade que ainda são amplamente aceitas. A primeira é que a 
depressão patológica tem um análogo normal: pesar e luto por uma pessoa amada 
ou algo que se perdeu por morte ou separação. Um paciente deprimido, disse Freud, 
está de luto por alguém que se acredita consciente ou inconscientemente estar 
morto e desaparecido. Em alguns casos, a perda é real, como quando um paciente 
se torna patologicamente deprimido após a perda de um cônjuge ou ente querido. 
Mais frequentemente, um paciente, zangado com um ente querido, por qualquer 
motivo, deseja que ele seja morto, mata essa pessoa em alguma fantasia 
inconsciente e lamenta a perda, por mais imaginária que seja. Pode-se notar de 
passagem que, ao analisar a depressão e o luto, Freud conseguiu oferecer uma 
explicação de porquê um episódio de Ansiedade costuma ter duração limitada. 
Quando alguém chora, geralmente o faz por um período limitado - por vários meses 
ou um ano, talvez. Então, a pessoa termina o luto e retorna, pelo menos em muitos 
 
 
casos, ao estado de pré-perda e pré-luto, assim como um paciente deprimido 
retorna ao seu estado pré-mórbido após um período de depressão. 
O ponto principal da analogia entre luto e depressão, no entanto, foi a 
afirmação de que a depressão é uma consequência da perda de uma pessoa 
amada, de que a doença resulta da perda de objetos. A perda pode não ser real; 
pode ser apenas uma perda de fantasia, disse Freud. O paciente pode nem estar 
ciente de qualquer sensação de perda, ou seja, a percepção de uma perda pode ser 
bastante inconsciente (JACKSON, 1986). No entanto, com base em suas próprias 
observações e nas de seu colega Abraham, Freud afirmou que a depressão é uma 
consequência da perda de uma pessoa amada, que resulta da perda de objetos, 
reais ou fantasiada, consciente ou inconsciente. 
Com base em observações clínicas, Freud também ligou a depressão à 
ansiedade e à agressividade. Seu raciocínio foi por esse caminho. Quando alguém 
perde uma pessoa amada, tende a se tornar como a pessoa que perdeu. Ao fazer 
isso, tenta-se mitigar ou desfazer a perda. Tal reação aparece pela primeira vez 
muito cedo na vida. Uma criança pequena, deixada pela mãe, se identificará com a 
mãe ao cuidar de uma boneca ou de um animal de estimação, como se para garantir 
a si mesma que a mãe não se foi, que ela ainda está lá como a criança deseja. Essa 
reação, essa identificação com um objeto ausente e almejado, disse Freud, é uma 
característica geral da vida mental humana. A identificação é uma defesa contra a 
perda de objetos, é a maneira como é usada hoje e tem, como Freud apontou, uma 
consequência importante (JACKSON, 1986). A consequência resulta do fato de que 
as pessoas amadas, especialmente as pessoas amadas que abandonam e 
abandonam uma, são odiadas e amadas. É precisamente quando a ambivalência é 
intensa, quando um grande amor coexiste com intensa raiva ou ódio, que a 
identificação com um objeto perdido produz depressão. Freud continuou dizendo 
que transformar a agressão contra si mesmo dessa maneira explica alguns dos 
sintomas frequentemente encontrados em pacientes deprimidos: autoestima 
diminuída, autoacusações, autoagressão, auto tormento e suicídio - ou seja, fazer a 
si mesmo como alguém gostaria de fazer com o objeto perdido amado e odiado. 
Em sua maior contribuição para a psicologia da depressão, Abraham (1924) 
fez uma adição significativa às ideias de Freud. Ele ligou a depressão à oralidade. 
Como ele e os pesquisadores posteriores colocaram a predisposição para a 
depressão mais tarde na vida consiste em um trauma psicológico e consequente 
 
 
fixação na fase oral do desenvolvimento, ou seja, nos primeiros 18 meses de vida. 
Na linguagem cotidiana, se um paciente fica deprimido mais tarde na vida, pode-se 
supor, de acordo com Abraham e autores posteriores, que na infância o paciente foi 
abandonado ou negligenciado pela mãe. 
Uma vez que o papel do afeto depressivo no conflito psíquico é levado em 
consideração, torna-se aparente que os fatos são de outra maneira. Em alguns 
casos, o sintoma de depressão de um paciente está relacionado à perda de objetos 
e à maternidade inadequada, mas não em todos. Da mesma forma, os desejos orais 
podem predominar, mas nem sempre o fazem. De fato, os casos em que os desejos 
orais e a maternidade inadequada são as principais razões para a depressão 
posterior podem estar em minoria. Conflitos fálicos e anais são comuns e 
geralmente são mais importantes que os orais (JACKSON, 1986). Também é 
verdade que a identificação pode desempenhar um papel crucial na dinâmica de um 
paciente deprimido, mas há muitos pacientes nos quais isso não é verdade. 
Finalmente, a agressão contra si mesmo não é a causa da Ansiedade. É, de fato, 
uma consequência disso. 
Repetindo, o efeito depressivo, como a ansiedade, pode estar associado a 
qualquer uma das calamidades da infância. Não está exclusiva ou principalmente 
associada à perda de objetos. É verdade que o luto por um objeto perdido, um ente 
querido perdido, é um análogo normal de uma depressão patológica, como sugeriu 
Freud em 1917, mas a analogia é enganosa se for levada na medida em que foi 
levada por Freud e foi realizada por outros analistas desde então (JACKSON, 1986). 
O afeto universal e, nesse sentido, normal, relacionado à depressão patológica, é 
uma variedade de desagrado que pode estar relacionado a qualquer uma das 
calamidades da infância. 
Doenças mentais nas quais a ansiedade é uma característica proeminente 
são um dos principais problemas da psiquiatria atualmente. Os esforços atuais para 
entender e lidar melhor com o problema abordaram-no do lado da neuroquímica, 
farmacologia, terapia eletroconvulsiva e biogenética. A abordagem no presente 
trabalho é baseada em dados recentemente disponíveis sobre um aspecto diferentedo funcionamento do cérebro, a saber, o aspecto psicológico estudado pelo método 
psicanalítico. Duas conclusões, baseadas nesses dados, são os principais pontos do 
trabalho. O primeiro tem a ver com a psicodinâmica e a psicogênese da Ansiedade e 
da Depressão como uma característica da doença mental. O segundo, baseado no 
 
 
primeiro, é que é um erro basear uma nosologia na premissa de que a presença de 
depressão distingue uma classe de doença mental de alguma maneira 
fundamentalmente importante. Depressão é um afeto, não uma doença. O conceito 
atual de doença depressiva, quaisquer que sejam as palavras usadas para designá-
lo, é mais enganoso do que útil. 
Qual o significado da vida? A questão abrangente e talvez melodramática tem 
sido objeto de debate universal desde o início da humanidade. Freud, em Civilização 
e os seus descontentamentos (1929), argumenta que a questão em si é dependente 
do contexto. Para ele, a religião é a única instituição que tenta explicar um 
significado por trás da vida cotidiana. Freud pergunta, em vez disso, o que a 
humanidade realmente quer, e a resposta parece ser simples - a felicidade. Parece, 
portanto, mais apropriado perguntar de onde vem a felicidade. No trabalho 
psicanalítico, o mecanismo que domina o aparato mental e é a fonte de toda 
felicidade é o princípio do prazer. Segundo Freud, “o que chamamos de felicidade no 
sentido mais estrito provém da satisfação (de preferência súbita) de necessidades 
que foram represadas em alto grau” (1929, p. 264). No entanto, em nossa sociedade 
moderna, as taxas de indivíduos com ansiedade depressão estão aumentando. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a ansiedade acompanhada pela 
depressão afeta cerca de 121 milhões de pessoas em todo o mundo e está entre as 
principais causas de incapacidade no mundo (OMS, 2012). A busca pela felicidade, 
claramente, não está provando ser proveitosa. 
FIGURA 1: DEPRESSÃO E ANSIEDADE NO BRASIL 
 
Fonte: https://www.papodehomem.com.br/os-numeros-da-depressao-e-da-ansiedade-no-brasil-e-no-
mundo 
 
https://www.papodehomem.com.br/os-numeros-da-depressao-e-da-ansiedade-no-brasil-e-no-mundo
https://www.papodehomem.com.br/os-numeros-da-depressao-e-da-ansiedade-no-brasil-e-no-mundo
 
 
A teoria psicanalítica da melancolia, hoje referida como depressão, começou 
principalmente com o trabalho de Karl Abraham e Sigmund Freud no início dos anos 
1900. O trabalho seminal nessa área foi Luto e Melancolia, publicado em 1917, no 
qual ele se baseia na experiência clínica para explicar o estado da melancolia. Ele 
traça paralelos entre esse e o estado natural do luto e usa essa comparação para 
explorar os mecanismos psíquicos da depressão. Abraham (1970) também analisa a 
condição melancólica e detalha alguns fatores necessários para sua psicogênese. 
Desde o seu início no trabalho desses primeiros teóricos, os modelos psicanalíticos 
de depressão foram expandidos e refinados para oferecer insights sobre a causa, 
sintomas e tratamento da ansiedade. 
A teoria freudiana oferece duas explicações possíveis para a aparente 
infelicidade geral da população global: o excedente de prazer em nossa sociedade e 
o próprio estado da civilização. A primeira delas - o excedente de prazer - está 
novamente ligada ao princípio do prazer e à possibilidade de superexposição, o que 
significa que “quando qualquer situação desejada pelo princípio do prazer é 
prolongada, apenas produz uma sensação de satisfação leve” (FREUD, 1929, p. 
264). Em uma sociedade ocidental desenvolvida como a nossa, para a maioria das 
pessoas, todas as necessidades ou desejos podem ser satisfeitos com um esforço 
mínimo. Como Goethe nos diz - e Freud cita - “nada é mais difícil de suportar do que 
uma sucessão de dias justos”. A vida moderna tornou-se uma sucessão de “dias 
justos”, com o aumento dos padrões de vida nos países ocidentais e as taxas de 
ansiedade e depressão. De acordo com o relatório de 2004 da OMS sobre o ônus 
global da doença, “a depressão dá uma grande contribuição ao ônus da doença, 
estando em oitavo lugar em países de baixa renda, mas em primeiro lugar em 
países de média e alta renda” (OMS, 2012, p. 05). O conceito de superexposição de 
Freud, baseado no princípio do prazer, pode oferecer uma explicação para a 
prevalência de depressão nos países desenvolvidos. De acordo com essa teoria, o 
prazer é, por um lado, onipresente e, por outro, inatingível, pois nos tornamos quase 
amortecidos pela experiência. 
A segunda explicação de Freud para o sentimento universal de mal-estar 
envolve olhar para a própria sociedade e seu efeito sobre o indivíduo. Em Civilização 
e seus descontentamentos (1929), ele afirma que existem três fontes de sofrimento 
para um ser humano. O primeiro é o sofrimento infligido pelo próprio corpo, que está 
inevitavelmente sujeito a doenças e envelhecimento e é propenso a sentimentos de 
 
 
dor e ansiedade. O segundo é o sofrimento provido pelo mundo natural e influências 
externas. E a terceira, e mais dolorosa, é a mágoa que advém do relacionamento 
com outros seres humanos. As duas primeiras dessas fontes, na opinião de Freud, 
são imutáveis e devem ser aceitas. No entanto, o dano causado pelas relações 
sociais, ele argumenta, ocorre como resultado do estado da civilização. Ele acredita 
que a civilização impõe restrições aos nossos instintos básicos. Isso está 
relacionado à construção em três partes do inconsciente de Freud: o id, que é 
composto de nossos desejos básicos e mais primitivos; o ego, que controla os 
desejos do id e os traduz em comportamentos que são expressáveis no mundo real; 
e, finalmente, o superego, que internaliza as regras morais e culturais da sociedade 
em que vivemos. Com o desenvolvimento do superego e as normas culturais que 
somos forçados a seguir, não somos livres para satisfazer os impulsos primordiais 
do id, como aceitamos as regras da sociedade como vinculativas, e ir contra elas é 
arriscar a expulsão dessa sociedade. O prazer primordial foi trocado pela segurança 
e estabilidade que a vida em uma sociedade civilizada nos oferece. De certa forma, 
é como se satisfazer o id fosse lutar por uma fatia grande de um bolo pequeno, 
enquanto obedecer ao superego nos oferece uma fatia menor de um bolo maior. 
Fazer parte de uma sociedade garante que nossas necessidades sejam satisfeitas 
regularmente. 
Em resposta a essa aceitação das regras da civilização, alguns psicanalistas 
veem a ansiedade acompanhada pela depressão como uma forma de protesto 
contra a sociedade, uma maneira de dizer "não" ao que devemos ser (KLEIN, 1934). 
Tomando a civilização como a causa de um sentimento universal de 
descontentamento, não é de surpreender que, em nossa sociedade moderna, na 
qual os indivíduos dependem amplamente de relações sociais e de um senso de 
comunidade, a depressão tenha se tornado cada vez mais prevalente. 
Embora essas teorias ofereçam uma explicação para a depressão na 
população em geral, Freud e Abraham também sugerem algumas teorias para a 
psicogênese da ansiedade em um indivíduo específico. Freud (1917) observa as 
semelhanças entre os estados de luto e melancolia. Ele descreve o luto como uma 
resposta a uma perda real de um objeto de amor, como uma pessoa ou mesmo um 
ideal. Por outro lado, na melancolia, o paciente não pode captar conscientemente o 
que perdeu ou sabe o que é, mas não o que se trata do objeto que perdeu. Abraham 
(1924) também oferece algumas causas possíveis para a ansiedade, com base em 
 
 
seu trabalho clínico. Ele expõe quatro fatores que são necessários para a 
psicogênese da ansiedade e depressão. O primeiro está ligado aos cinco estágios 
do desenvolvimento psicossexual: oral, anal, fálico, latência e, finalmente, genital. 
Uma criança deve passar com sucesso por cada um desses estágios para se tornar 
um adulto psicologicamente saudável, enquanto a fixação em qualquer estágio pode 
persistirna vida adulta e resultar em neurose no adulto. Abraham acreditava que o 
paciente melancólico é fixado no estágio oral e, portanto, enfatiza demais o erotismo 
oral mais tarde na vida. Em segundo lugar, o paciente também terá experimentado 
decepções precoces e repetidas na infância no amor. Em terceiro lugar, é provável 
que a primeira dessas decepções tenha ocorrido antes dos desejos edipianos - em 
que o id da criança deseja acabar com o pai e se reunir com a mãe, mas é impedido 
de fazê-lo pelo realismo do ego. foi resolvido. Finalmente, também é provável que 
uma repetição dessa decepção primária no amor tenha ocorrido mais tarde na vida 
de um paciente melancólico. 
Esses primeiros conceitos psicanalíticos se valem do trabalho clínico de 
Freud e Abraham para tentar encontrar exatamente o que causa a melancolia. 
Essas teorias funcionam no nível social e individual e oferecem algumas explicações 
para a prevalência e a causa da ansiedade e da depressão. 
 
 
3.2 ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO AO SUICÍDIO 
 
Para a consolidação de um projeto profissional na sociedade, perante outras 
profissões, além de instituições privadas e públicas, perante os usuários dos 
serviços oferecidos pelo profissional, é necessário ter um corpo profissional 
altamente organizado em sua base. 
O projeto profissional do Serviço Social brasileiro é historicamente datado, 
fruto da expressão de um amplo movimento de lutas pela democratização da 
sociedade e do Estado no país, com forte presença das lutas trabalhistas. Esse 
projeto profissional constitui um universo heterogêneo, pois os integrantes da 
categoria profissional são necessariamente indivíduos diferentes, cujo corpo 
profissional é uma unidade não homogênea, mas uma unidade de vários; contém 
diversos projetos individuais e sociais e, portanto, constitui um espaço numeroso de 
onde podem surgir diversos projetos profissionais. (IAMAMOTO, 2009, p. 223). 
 
 
O projeto profissional é especificado em diferentes dimensões da profissão, 
por exemplo, em instrumentos legais, que garantem os direitos e deveres do 
assistente social e representam uma defesa da autonomia profissional no exercício 
do seu trabalho na luta pelos direitos, autonomia presença política do movimento 
estudantil no serviço social, um dos espaços em que este projeto se dinamiza. 
Este projeto profissional é fruto da organização social da categoria e sua 
qualificação teórica e política, construída a partir do choque entre diferentes projetos 
sociais que nela se refratam, segmentos importantes da categoria passam a nortear 
sua atuação, contra uma corrente. da trajetória conservadora que hegemonizou as 
origens e o desenvolvimento do serviço social brasileiro até a década de 1980 
(IAMAMOTO, 2009). 
O profissional que se encontra no sistema atual encontra grandes dificuldades 
em se organizar em relação ao seu trabalho, o capitalismo que visa obter lucros 
abusivos com a exploração do trabalho todos os dias interfere no trabalho do 
profissional do serviço social ao se voltar para o mesmo. ou ser, como diria Netto, 
um executor de políticas públicas, totalmente burocratizado pela 'obediência' a 
regras institucionais. 
Segundo Bogo (2010), “a organização é „a base da transformação” (. ) E é 
também considerada um dos principais desafios exigidos no serviço social para uma 
inserção profissional crítica e direcionada na contemporaneidade. Por meio dessa 
organização o profissional armazena as informações a serem interpretadas e 
transmitidas; tornando necessário conhecer os desejos e vontades das massas para 
que possam interpretar seus motivos. Outro desafio que os assistentes sociais têm 
de enfrentar é sair da bagagem teórica acumulada para enraizar a profissão na 
realidade, ao mesmo tempo que dá maior atenção às estratégias, táticas e técnicas 
de trabalho profissional, de acordo com as particularidades dos sujeitos objeto de 
estudo e intervenção da assistente social. 
Sobre a importância da organização dentro da categoria, Netto (2009, p.). Já 
"organizou" atividades filantrópicas, parâmetros teórico-científicos e com o objetivo 
de instrumentação técnica. 
Segundo Iamamoto (2009), o assistente social, ao atuar na mediação das 
reivindicações da população regular e no acesso aos serviços sociais, nas esferas 
pública e privada, é um dos agentes em que o Estado deve entrar em conflito, 
presente no cotidiano vida das relações sociais. 
 
 
Existe uma dupla possibilidade. Por outro lado, o trabalho do assistente social 
pode representar uma "invasão de privacidade" por meio de comportamento 
burocrático autoritário como extensão do braço coercitivo do Estado (ou da 
empresa). Desde então, ao desviar a vida dos indivíduos, pode, por outro lado, abrir 
as possibilidades de acesso da família a recursos e serviços, bem como acumular 
um conjunto de informações sobre as expressões contemporâneas da questão 
social ao longo do tempo. estudos. 
Segundo a mesma autora, atualmente esta assistente social atua no campo 
das relações sociais, com indivíduos, grupos, famílias, comunidades e movimentos 
sociais, desenvolvendo ações que fortaleçam sua autonomia, participação e 
exercício de tomada de decisão, com vistas a mudar suas condições de vida. Os 
princípios dos direitos humanos defendidos e da justiça social são elementos 
fundamentais para o trabalho social, com vistas à superação das desigualdades 
sociais e das situações de violência, opressão, pobreza, fome e desemprego. 
 O assistente social desempenha um papel eminentemente "educativo", 
"organizativo" nas classes trabalhadoras. Seu objetivo é transformar a maneira de 
ver, agir, se comportar e sentir dos indivíduos em sua inserção na sociedade. 
 A categoria profissional desenvolve uma ação socioeducativa na prestação 
de serviços sociais, viabilizando o acesso aos direitos e os meios para exercê-los, 
auxiliando as necessidades e interesses dos sujeitos de direitos a ganhar visibilidade 
no cenário público e pode, de fato, Ser reconhecido. Esses profissionais afirmaram 
seu compromisso com os direitos e interesses dos usuários na defesa da qualidade 
dos serviços prestados, em contraposição ao patrimônio conservador do passado. 
Importantes investimentos acadêmico-profissionais foram realizados na 
construção de uma nova forma de pensar e fazer o Serviço Social, norteada por uma 
perspectiva teórico-metodológica baseada na teoria social crítica e em princípios 
éticos de um humanismo radicalmente histórico, norteadores do projeto da profissão 
no Brasil Iamamoto ( 2009). 
Por fim, deve-se entender que o assistente social, como trabalhador 
qualificado, deve apresentar propostas profissionais que ofereçam soluções que vão 
além das necessidades da instituição e cujas solicitações sejam apresentadas na 
versão burocrática e no senso comum sem tradição ética política interpretação 
teórico-metodológica. Cabe ao assistente social, portanto, imprimir os 
 
 
conhecimentos adquiridos pela profissão em suas ações e reelaborar as solicitações 
que lhe são encaminhadas (PAIVA, 2000). 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A partir dos dados obtidos por meio deste estudo, pode-se verificar a complexidade 
do tema e a relevância da discussão, pois os resultados mostram que devido a 
fatores sociais, psicológicos, familiares e outros, as tentativas de suicídio e as taxas 
de suicídio entre adolescentes são alarmantes. 
O principal objetivo deste trabalho de pesquisa foi explorar o possível impacto 
da psicoterapia breve em pacientes enlutados por suicídio familiar. Para este 
trabalho, optou-se por definir o suicídio e os fatores psicossociais envolvidos no 
fenômeno, além de descrever o luto em relação aos seus aspectos psicossociais e 
sofrimento psíquico, e propor uma justificativa para a psicoterapia breve. Quando 
este aspecto do suicídio é profundamente compreendido, percebe-se claramente 
que se trata de um fenômeno multicausal– social, cultural, patológico, subjetivo. 
Também é possível compreender a importância da estrutura e função dos 
órgãos psíquicos do sujeito, pois no suicídio fica evidente que o ego do suicida está 
fraco ou rompido, incapaz de lidar com a frustração e a ansiedade, vendo no suicídio 
a única saída de dor. Certos aspectos do suicídio tornam mais difícil para a família 
do falecido falar sobre o assunto, o que certamente sugere no atendimento clínico: 
violência da morte, eventos súbitos, vergonha pelo que aconteceu, culpa por entes 
queridos inconscientes. Logo após o suicídio, a pessoa enlutada inicia o processo de 
luto, a dor de sentir a perda de um ente querido. Para compreender como os 
enlutados respondem e quais aspectos interferem no enfrentamento da morte 
suicida, buscou-se caracterizar os aspectos psicossociais e o sofrimento psíquico 
dos enlutados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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