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Apostila Psicologia Aplicada a Estética-ALUNO

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PSICOLOGIA APLICADA A 
ESTÉTICA 
 
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Psicologia 
 
1.1 Conceito 
 
A psicologia é a ciência que estuda os processos mentais (sentimentos, 
pensamentos, razão) e o comportamento humano. Em nosso cotidiano 
ouvimos muito o termo psicologia, cada indivíduo se diz um pouco entendedor 
dela. Cada um diz ter sua ―própria psicologia‖ e a usa em situações mais 
diversas de suas vidas. É comum ouvirmos que um vendedor através do seu 
poder de convencimento usa de ―psicologia‖ para conquistar clientes e assim 
vender seu produto. 
Quando falamos de senso comum estamos nos referindo à vida do cotidiano, 
isto é, a forma como as coisas acontecem, como nos sentimos vivos, como 
sentimos a realidade. A ciência é uma atividade reflexiva, que procura 
compreender, elucidar e alterar esse cotidiano, a partir de um estudo 
sistemático. Afastamo-nos da ciência para refletir e conhecer além de suas 
aparências. 
 
História da Psicologia 
 
A primeira ciência que se conhece desde as épocas mais remotas é a filosofia. 
Esta ciência tem por objetivo a reflexão, o questionamento, a crítica, a fim de 
obter da inteligência a sabedoria. 
A psicologia é uma ciência comprovada que tem suas origens na filosofia. 
Tem-se afirmado que a psicologia é uma ciência com um longo passado, mas 
com uma curta história, pois os povos desde a antiguidade sempre 
manifestaram a preocupação com os problemas da alma e da vida humana. 
Vários pesquisadores afirmam que o primeiro manual de psicologia vem da 
Grécia (390 A.C.). 
Desde a idade antiga que os objetos de estudo da Psicologia são pensados 
e explicados por muitos cientistas. 
 
Em 300 aC, o filósofo Aristóteles escrevia sobre memória, aprendizagem, 
emoção, motivação, emoção. Uma herança do pensamento de Aristóteles foi a 
idéia de que o coração era a fonte da personalidade. 
 Foco: Como o cérebro e o corpo criam memórias, emoções e experiências 
sensoriais. Como as mensagens são transmitidas dentro do organismo. 
 
No século XIX, com o desenvolvimento do capitalismo, destaca-se o papel da 
ciência, e seu avanço torna-se necessário para dar respostas e soluções 
praticas no campo da técnica industrial. O conhecimento torna-se independente 
da fé, a racionalidade do homem aparece. A noção da verdade passa a contar 
com o aval da ciência. Os problemas e temas da psicologia passam a serem 
investigados pela fisiologia e neurofisiologia, pois era necessário compreender 
o funcionamento da maquina de pensar humana: o cérebro. 
 
O berço da psicologia moderna foi na Alemanha no final do século 19. Seu 
status de ciência é obtido à medida que se ―liberta‖ da Filosofia, que marcou 
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sua história até aqui, e atrai novos estudiosos e pesquisadores, que sob novos 
padrões de produção passam a: 
 
Definir seu objeto de estudo (o comportamento, a vida psíquica, a 
consciência); 
Delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas de 
conhecimento, como Filosofia e Fisiologia; 
Formular métodos de estudo desse objeto; 
Formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimentos na 
área. 
 
Surgem as primeiras escolas de psicologia: 
 
Funcionalismo: procura compreender como funciona a consciência 
através do seu modo de adaptar-se ao meio; 
Estruturalismo: procura entender a consciência através do sistema 
nervoso central; 
Associacionismo: todo o comportamento tende a se repetir, se nós o 
recompensamos assim que nós o emitimos. 
 
A partir daí, a psicologia passa a definir seus objetos de estudo, delimitar seu 
campo, formular métodos e teorias. 
 
Algumas das Perspectivas da Psicologia: 
 
 Perspectiva Evolucionista 
Foco:Como a seleção natural favorece características que promovem a 
perpetuação dos genes de um indivíduo. Como a evolução influencia 
tendências de comportamento. 
 
 Perspectiva Genética do Comportamento 
Foco: Até que ponto os genes e o ambiente influenciam as diferenças 
individuais. 
 
 Perspectiva Comportamental 
Foco: Como os organismo aprendem reações observáveis. 
 
 Perspectiva Cognitiva 
Foco: Como os organismos processam, arquivam e recuperam informações. 
 
 Perspectiva socio cultural 
Foco: Como o comportamento e pensamento variam através de culturas. 
 
1.2 Principais teorias da psicologia 
 
Behaviorismo: Comportamento - afirma que a única fonte de dados sobre o 
ser humano era o seu comportamento, o que as pessoas faziam e o que 
diziam. Esta concepção valorizou os experimentos com animais, cujo 
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comportamento mais simples facilita a investigação e possibilita conclusões 
transponíveis para seres humanos. 
O condicionamento era a base para explicar toda a aprendizagem. O ambiente 
tinha papel primordial na formação da personalidade. 
Gestalt: Esta linha afirmava que as outras linhas tinham o individuo como um 
ser passivo. Para esta linha o todo e mais do que a soma das partes. 
Psicanálise: É a linha mais conhecida pelo publico, apesar de não ser 
compreendida. Quem fundou esta linha foi um medico alemão chamado 
Sigmund Freud. Insatisfeito com os tratamentos para tratar desordens mentais, 
passou a investigar as origens mentais dos comportamentos. Divulgou a 
motivação para o comportamento, a importância da primeira infância na 
formação da personalidade, deu grande ênfase à sexualidade do individuo o 
que gerou grande polemica na época. 
Esta abordagem explicou o comportamento humano de forma radicalmente 
diversa das demais. Pela ausência de experimentação, costumam ser 
rejeitadas pelos cientistas de laboratório, mas o clinico tende a apoiá-la. 
Sigmund Freud (1856-1939) 
 
1.3 Inconsciente 
 
―Qual poderia ser a causa de os pacientes esquecerem tantos fatos de sua vida 
interior e exterior...?‖ perguntava-se Freud. 
O esquecido era sempre algo penoso para o indivíduo, e era exatamente por 
isso que havia sido esquecido e o penoso não significava, necessariamente, 
sempre algo ruim, mas podia se referir a algo bom que se perdera ou que fora 
intensamente desejado. 
A esta força psíquica que se opunha a tornar consciente, a revelar um 
pensamento, Freud denominou resistência. 
 
1.3.1 1ª Teoria do Aparelho Psíquico 
 
O inconsciente exprime o ―conjunto dos conteúdos não presentes no campo 
atual da consciência‖. É constituído por conteúdos reprimidos, que não têm 
acesso aos sistemas pré-consciente/consciente, pela ação de censuras 
internas. Estes conteúdos podem ter sido conscientes, em algum momento, e 
ter sido reprimido, isto é, ―foram" para o inconsciente, ou podem ser 
genuinamente inconscientes. 
O pré-consciente refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos 
acessíveis à consciência. É aquilo que não está na consciência, neste 
momento, e no momento seguinte pode estar. 
O consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as 
informações do mundo exterior e as do mundo interior. 
Na consciência, destaca-se o fenômeno da percepção, principalmente a 
percepção do mundo exterior, a atenção, o raciocínio. 
 
 
 
 
 
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1.3.2 2ª Teoria do Aparelho Psíquico 
 
Entre 1920 e 1923, Freud remodela a teoria do aparelho psíquico e introduz os 
conceitos de id, ego e superego para referir-se aos três sistemas da 
personalidade. 
O Id diz respeito à parte desorganizada da estrutura da personalidade que 
contem os instintos básicos. O id age de acordo com o ―princípio do prazer‖, 
buscando evitar a dor e o desprazer originados pela crescente tensão instintiva 
da personalidade. O id é inconsciente por definição. 
O Ego compreende a parte da estrutura organizada da personalidade que inclui 
as funções defensivas, perceptivas, intelectual-cognitivas e executivas. É o ego 
que separa o que é real do que não é real, e a organizar os pensamentos do 
indivíduo para que ele possa compreendê-los e o mundo ao seu redor. 
O Superego tem o objetivo da perfeição. Ele define a parte organizada da 
estrutura da personalidade, principalmente, mas não totalmente inconsciente, 
que inclui osideais de ego do indivíduo, os objetivos espirituais, e a 
consciência que critica e proíbe as pulsões do indivíduo, suas fantasias, 
sentimentos e ações. O superego pode ser entendido como um tipo de 
consciência que pune o mau comportamento com sentimentos de culpa. 
O "ID", a grosso modo, correspondente à sua noção inicial de inconsciente, 
seria a parte mais primitiva e menos acessível da personalidade. O id 
desconhece o julgamento de valores, o bem e o mal, a moralidade. 
O ego serve como mediador, um facilitador da interação entre o id e as 
circunstâncias do mundo externo. O ego representa a razão ou a racionalidade 
O superego desenvolve-se desde o inicio da vida, quando a criança assimila as 
regras de comportamento ensinadas pelos pais ou responsáveis mediante o 
sistema de recompensas e punições. O comportamento inadequado sujeito à 
punição torna-se parte da consciência da criança, uma porção do superego. 
 
Mecanismos de Defesa do Ego 
 
A percepção de um acontecimento, do mundo externo ou do mundo interno, 
pode ser algo muito constrangedor, doloroso, desorganizador. Para evitar este 
desprazer, a pessoa ―deforma‖ ou suprime a realidade. Os mecanismos de 
defesa são processos realizados pelo ego e são inconscientes, isto é, ocorrem 
independentemente da vontade do indivíduo. 
 
1.4 Projeção 
 
O ato de atribuir a uma pessoa, animal ou objeto as qualidades, sentimentos, 
ou intenções que se originam em si próprio. Ex. A pessoa afirma todos nós 
somos desonestos ou todos os homens são infiéis com isso esta tentando 
projetar nos demais sua própria característica. 
 
1.5 Repressão 
 
Afasta da nossa consciência uma ideia ou evento que poderia causar 
ansiedade. Algumas doenças psicossomáticas podem ser associadas a esse 
mecanismo: asma, artrite, algumas fobias, úlcera. A repressão pode apagar 
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não só a lembrança do acontecimento, mas também tudo que diz respeito ao 
mesmo, inclusive seu próprio nome e sua identidade, criando uma profunda 
rejeição. Ex. Uma vítima de acidente. 
 
1.6 Racionalização 
 
É um processo pelo qual o sujeito procura apresentar uma explicação coerente 
do ponto de vista lógico, ou aceitável do ponto de vista moral, para uma atitude, 
uma ação, uma ideia, um sentimento, etc., cujos motivos verdadeiros não 
percebem. A pessoa encontra respostas lógicas para afastar o sofrimento. Ex. 
Funcionário que rouba o caixa da empresa justificando que precisou pagar a 
conta de luz, mas que devolverá no mês seguinte. 
 
1.7 Negação 
 
Quando o ocorre algo que nos incomoda profundamente, há a tendência de 
não aceitar o ocorrido ou lembrá-lo de modo incorreto. 
Ex. Pessoa alcoolista que não admite que tenha o problema afirmando que 
consegue parar de beber no momento que quiser. 
Ex. Pessoa que faz dieta, fala o tempo todo que está fazendo dieta e comendo 
pouco, mas quando está sozinha de madrugada come compulsivamente. 
 
1.8 Formação Reativa 
 
Ego procura afastar o desejo que vai a determinada direção, e, para isto, o 
indivíduo adota uma atitude oposta este desejo. Um bom exemplo são as 
atitudes exageradas — ternura excessiva, superproteção — que escondem o 
seu oposto, no caso, um desejo agressivo intenso. 
 
1.9 Sublimação 
 
A energia associada a impulsos e instintos socialmente e pessoalmente 
constrangedores é, na impossibilidade de realização destes, canalizada para 
atividades socialmente meritosas e reconhecidas. A frustração de um 
relacionamento afetivo e sexual mal resolvido, por exemplo, é sublimado na 
paixão pela leitura ou pela arte. 
 
1.10 Deslocamento 
 
É o mecanismo psicológico de defesa onde a pessoa substitui a finalidade 
inicial de uma pulsão por outra diferente e socialmente mais aceita. Durante 
uma discussão, por exemplo, a pessoa tem um forte impulso em socar o outro, 
entretanto, acaba deslocando tal impulso para um copo, o qual atira ao chão. 
 
 
 
 
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1.11 Regressão 
 
É o retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou um modo de expressão 
mais simples e mais infantil. Ex. Uma criança ao nascer seu irmãozinho 
começa a fazer xixi nas calças e pedir chupeta novamente. 
 
1.12 Catitimia 
 
Indica a ação que as tendências afetivas exercem sobre a percepção da 
realidade. 
Ex - Uma pessoa quando esta apaixonada por outra tende a ver somente suas 
qualidades. 
Ex – Precisava ver era uma serpente enorme de mais de 3 metros ―Às vezes 
exageramos as dimensões das coisas que nos causam medo‖. 
 
2. A importância da Vida Afetiva 
 
2.1 Vida Afetiva 
 
Em muitas situações da vida, não há mediação do pensamento – são os afetos 
que determinam nosso comportamento. A vida afetiva ou os afetos abarca 
muito os estados pertencentes a gama prazer-desprazer, como por exemplo, a 
angústia em seus diferentes aspectos – a dor, o luto, a gratidão, a 
despersonalização. 
 
2.2 Os Afetos 
 
Os afetos podem ser produzidos fora do indivíduo, isto é, a partir de um 
estímulo externo — do meio físico ou social — ao qual se atribui um significado 
com tonalidade afetiva: agradável ou desagradável, por exemplo. A origem dos 
afetos pode também nascer surgir do interior do indivíduo. 
O prazer e a dor são as matrizes psíquicas dos afetos, Existem dois afetos que 
constituem a vida afetiva: o amor e o ódio. 
Os afetos também têm outra característica — eles estão ligados à consciência, 
o que nos permite dizer ao outro o que sentimos, expressando, através da 
linguagem, nossas emoções. 
 
2.3 As Emoções 
 
Durante o dia presenciamos conjunto de sensações e sentimentos: alegria, 
tristeza, raiva, decepção. 
A emoção é desencadeada por um objeto ou situação excitante, sendo 
provocada por reações motoras e glandulares. 
As emoções principais e universais: alegria, tristeza, medo e raiva. 
Nas emoções é possível observar uma relação entre os afetos e a organização 
corporal, ou seja, as reações orgânicas, as modificações que ocorrem no 
organismo, como distúrbios gastrointestinais, cardiorrespiratórios, sudorese, 
tremor. Um exemplo comum é a alteração do batimento cardíaco. 
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Outras reações orgânicas que acompanham as emoções e revelam vivências 
os estados emocionais do indivíduo: tremor, riso, choro, lágrimas, expressões 
faciais etc. As reações orgânicas fogem ao nosso controle. Podemos ―segurar 
o choro‖, mas não conseguimos deixar de ―chorar por dentro‖, sentindo aquele 
nó na garganta e, às vezes, tentamos, mas não conseguimos segurar duas ou 
três lágrimas que escorrem, traindo-nos, demonstrando nossa emoção. 
Assim, passamos a associar reações do organismo às emoções, as quais se 
podem distinguir. Por exemplo, distinguimos o choro de tristeza do choro de 
alegria; o riso de alegria do riso de nervoso. As emoções são muitas: surpresa, 
raiva, nojo, medo, vergonha, tristeza, desprezo, alegria, paixão, atração física 
— ora são mais difusas, ora mais conscientes; às vezes encobertas, às vezes 
não. 
 
2.4 Os Sentimentos 
 
Os afetos básicos (amor e ódio), além de manifestarem-se como emoções, 
podem expressar-se como sentimentos. Os sentimentos diferem das emoções 
por serem mais duradouros, menos ―explosivos‖ e por não virem 
acompanhados de reações orgânicas intensas. 
O importante é compreender que a vida afetiva — emoções e sentimentos — 
compõe o homem e constitui um aspecto de fundamental importância na vida 
psíquica. 
 
2.5 Identidade 
 
Identidade é a denominação dada às representações e sentimentos que o 
indivíduo desenvolve a respeito de si próprio, a partir do conjunto de suas 
vivências. 
A identidade é a síntese pessoal sobre o si - mesmo, incluindo dados pessoais 
(cor, sexo, idade), biografia (trajetória pessoal), atributos que os outros lhe 
conferem, permitindo uma representação a respeito de si. 
A mudança nas situações sociais à mudança na história de vida e nas relações 
sociais determina um processar contínuo na definição de si mesmo. Neste 
sentido, a identidade do indivíduo deixa de ser algo estático e acabado,para 
ser um processo contínuo de representações de seu ―estar sendo‖ no mundo. 
 
3. O Homem com um ser Social e os Papéis Sociais 
 
O homem como um ser social, como um ser de relações sociais, está em 
permanente movimento. 
Estamos sempre nos transformando, apesar de aparentemente nos mantermos 
iguais. 
 
3.1 Autoestima 
 
É o conjunto de atividades que cada pessoa tem sobre si mesma, uma 
percepção avaliativa sobre si própria, que podem ser positivas ou negativas. 
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Autoestima positiva: ter segurança e confiança em si mesmo; procurar a 
felicidade; reconhecer nossas qualidades sem maiores vaidades; não 
considerar-se superior e nem inferior aos outros; saber admitir limitações e 
aspectos menos favoráveis da personalidade; ser aberto e compreensivo; ser 
capaz de superar os fracassos com categoria; saber estabelecer relações 
sociais saudáveis; ser crítico construtivo; e, principalmente, ser coerente e 
consequente consigo mesmo e com os outros. 
Baixa autoestima e autoimagem se constituem em uma doença grave, que 
favorece o egoísmo e tende a criar dependência, minando as relações 
interpessoais. Não é uma regra, mas possuir autoimagem e autoestima mais 
positiva, nos deixa bastante mais livre de tensões, frustrações e 
intranquilidades. 
 
3.1.1 Desenvolvimento da Autoestima 
 
Não se culpar quando ouvir coisas ruins a seu respeito; 
Saber gostar de si e apreciar a vida; 
Saber administrar os altos (elogios) e os baixos (críticas); 
Evitar crenças ―por mais que eu me esforce nunca serei tão bom‖, ―toda 
felicidade dura pouco‖, não vale a pena se esforçar, sempre terá alguém 
melhor do que eu‖. 
Ser mais tolerante com os erros ou defeitos dos outros e com os seus, 
aceitar melhor as diferenças. 
Valorizar suas virtudes e aspectos positivos; 
Ter uma alimentação saudável, melhorando sua saúde e disposição para 
enfrentar os problemas do dia-a-dia; 
Praticar atividade física e mental, estimulando suas capacidades físicas e 
cognitivas que lhe proporcionem prazer; 
Valorizar as relações interpessoais, aumentando o sentimento de 
pertencimento, pois é na relação com o outro que aprendemos e nos 
desenvolvemos. 
 
3.2 Motivação 
 
A motivação é o processo que mobiliza o organismo para a ação, a partir de 
uma relação estabelecida entre o ambiente, a necessidade e o objeto de 
satisfação. 
Isso significa que, na base da motivação, está sempre um organismo que 
apresenta uma necessidade, um desejo, uma intenção, um interesse, uma 
vontade ou uma predisposição para agir. 
 
O estudo da motivação considera três tipos de variáveis: 
1. O ambiente; 
2. As forças internas ao indivíduo, como necessidade, desejo, vontade, 
interesse, impulso, instinto; 
3. O objeto que atrai o indivíduo por ser fonte de satisfação da força interna que 
o mobiliza 
 
 
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3.3 Humanismo 
 
É um movimento mais recente em psicologia. Enfatiza a necessidade de 
estudar o homem e não os animais, os indivíduos normais psicologicamente e 
não os perturbados. 
Enquanto área de conhecimento, a psicologia está relacionada com os 
diferentes fatores de natureza política, social, cultural e científica, pois para 
compreender o ser humano é necessário conhecer o meio em que ele está 
inserido, sua problemática, valores, tradições e história. Não devemos 
esquecer o fato de que o ser humano está em permanente movimento e 
transformação. 
 
3.3.1 Teoria do humanismo 
 
A psicologia está inserida nas mais diferentes áreas do saber como a médica, a 
educacional, a social, lazer, segurança, trabalho, justiça, comunidade, 
comunicação, ambiente, etc. têm por objetivo conhecer o ser humano 
individualmente e em grupo visando encontrar meios para ele viver de forma 
equilibrada nas mais diversas situações, desenvolver seus potenciais, prevenir 
possíveis problemas e auxiliando o relacionamento humano. A psicologia 
estuda nossa mente, nossas emoções, ações, sentimentos, relacionamentos, 
etc. 
Como e por que agimos de determinada forma nas diferentes situações. 
O que nos influencia; nada se perde e nada é por acaso. Tudo se transforma 
em dados para entendermos o indivíduo. 
 
3.4 Habilidade Pessoal 
 
É a habilidade de se relacionar consigo mesmo. Reconhecer um sentimento 
enquanto ele ocorre é a chave da inteligência emocional. A falta de habilidade 
de reconhecer nossos verdadeiros sentimentos deixa-nos a mercê de nossas 
próprias emoções (resultado de como vemos e julgamos determinados fatos). 
Cada emoção prepara o corpo para um determinado tipo de resposta. 
O autoconhecimento emocional é saber reconhecer um sentimento enquanto 
ele ocorre, conseguindo assim maior controle de nossas emoções (seremos 
melhores pilotos de nossas vidas). 
Dirigir emoções a serviço de um objetivo é essencial para manter-se 
caminhando sempre em busca, para manter-se sempre no controle e para 
manter a mente criativa na busca de soluções. As pessoas bem sucedidas 
pessoal e profissionalmente agem usando as emoções de forma inteligente, 
elas conseguem aliar inteligência emocional a inteligência racional. Sabem 
colocar em pratica os conhecimentos que adquirem e se relacionam bem com 
todos. 
 
 
 
 
 
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3.5 Habilidade Interpessoal 
 
Reconhecimento de emoções em outras pessoas. A empatia permite que 
reconheçamos as necessidades e desejos dos outros, permitindo-lhe 
relacionamentos mais eficazes. 
A arte de relacionamento é a arte de gerenciar sentimentos em outros. Esta 
habilidade é base de sustentação de popularidade, liderança e eficiência 
pessoal. 
―O homem vale-se de comunicação em todas as experiências de vida, de modo 
interpessoal ou dual, em pequenos ou grandes grupos, ate quando não esta 
em uma dessas situações, se refletir um pouco percebera que se encontra sob 
o impacto ou influencia da comunicação‖; Assim, acreditamos que em todos os 
momentos de encontro entre dois ou mais seres há um momento de interação 
e percepção. Nesse aspecto, o enfermeiro não pode fugir da comunicação, 
pois ele já comunica algo com sua presença. 
O enfermeiro precisa saber que é um elemento nuclear da equipe de saúde, na 
qual o paciente se apoia na busca de informação, suporte emocional, 
satisfação de suas necessidades básicas, tais como: segurança, higiene, 
conforto, etc. 
Diante disso, o profissional auxiliar técnico de enfermagem deve trabalhar 
melhor as questões do conhecimento interpessoal e intrapessoal a fim de 
desenvolver habilidades de comunicação que possa contribuir para o bem estar 
dele e do paciente. 
―A imagem é o sinal característico de nossa individualidade, e a impressão 
extrema do nosso eu. É através dela que provocamos sentimentos diversos 
nas pessoas, é ela que determina a causa principal de nosso sucesso ou e 
nosso insucesso‖. 
 
3.6 Comunicação 
 
A organização de todo o grupo de trabalho envolve também o estabelecimento 
de canais de comunicação entre seus membros. Esses canais dizem respeito a 
maneira como as pessoas se comunicam dentro da equipe, ou seja, o modo 
como manifestam suas opiniões e são ouvidas pela equipe. 
Devemos lembrar-nos que a comunicação não se limita a palavras faladas ou 
escritas, mas sim através da comunicação não-verbal. Além destas existe 
também a comunicação formal e não-formal. Muitas vezes colhemos 
informações fundamentais informalmente, através de uma conversa durante o 
banho, o curativo, com o familiar na sala de espera, etc.. 
Todos os membros da equipe devem ter assegurado o direito de participar do 
processo de divulgação da informação. Em um hospital, por exemplo, cada 
profissional deve ser incentivado a escrever no prontuário do paciente e a ler o 
que os outros companheiros escrevem, compartilhando com a equipe a sua 
experiência e tomando conhecimento das impressões dos colegas. 
Um grupo de profissionais integrado, no qual todos se sintam igualmente 
importantes, produzindo e recebendo informação, fazendo parte da rede de 
comunicação, traz maior satisfaçãoe em consequência, melhor participação no 
cotidiano de trabalho. 
 
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3.6.1 Linguagem Verbal 
 
As dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras têm graus 
distintos de abstração e variedade de sentido. O significado das palavras não 
esta nelas mesmas, mas nas pessoas que as ouvem. 
 
3.6.2 Linguagem Não Verbal 
 
As pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os movimentos faciais e 
corporais, os gestos, os olhares, a entoação da voz também são importantes 
elementos de comunicação. Os significados de gestos e comportamentos 
variam muito de uma cultura para outro e de época para época. 
A comunicação verbal e plenamente voluntária; o comportamento não verbal 
pode ser uma reação involuntária ou um ato comunicativo propositado. 
Podemos observar o que uma pessoa esta sentindo ou pensando através de 
diversas expressões, como: expressão facial; movimento dos olhos; movimento 
da cabeça; postura e movimentos do corpo; entoação da voz; aparência, etc. 
 
4. Saúde Mental 
 
4.1 Saúde Mental 
 
―A Organização Mundial de Saúde (OMS), organismo sanitário integrante da 
Organização das Nações Unidas, fundado em 1948, define saúde como 
ausência de enfermidade ou invalidez‖. A referência de ausência de 
enfermidade ou invalidez é componente essencial desse conceito de saúde e 
dele não deve ser separado sob pena de reduzi-lo a total utopia, principalmente 
do ponto de vista médico. 
O conceito de saúde nos permite resignar seu conceito como a promoção de 
saúde mental, pensar o homem na sua totalidade, como um ser biológico, 
psicológico e social. 
O conceito de bem-estar pode nos remeter a noção subjetiva de sentir-se bem, 
não ter queixas, não apresentar sofrimento psíquico ou somático, nem ter 
consciência de qualquer lesão estrutural ou de desempenho pessoal ou social. 
Nesse sentido bem-estar significa sentir-se bem e não apenas não se sentir 
mal. 
A insatisfação de um estado de mal-estar pode ser um fator positivo à medida 
que pode ser condição de desenvolvimento e aperfeiçoamento. Pode-se 
pretender que o mal-estar constitua componente essencial da condição 
humana. Quando o ser - humano visto satisfeito suas necessidades, num 
momento seguinte ele cria outras. 
 
4.2 Sofrimento Psíquico e Doença Mental 
 
4.2.1 Neurose e a psicose 
 
Neurose doença emocional, afetiva e da personalidade (toda neurose tem 
ansiedade, fobia (medo patológico) 
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As neuroses podem ser subdivididas em: 
Neurose obsessiva – ex: toc, perseguição 
Neurose fóbica ou histeria de angustia - ex medos de altura, medo de 
animais , medo de ficar sozinho 
Neurose histérica ou histeria de conversão-Por exemplo, crise de choro 
com teatralidade, ou sintomas que se apresentam de modo duradouro, como a 
paralisia de um membro, a úlcera etc. 
Neurose traumática - pensam obsessivamente no acontecimento 
traumatizante, ter perturbações do sono etc. — aparece após um choque 
emotivo do indivíduo, ligado a uma experiência em que ele correu risco de vida. 
 
4.2.2 Psicose 
 
Para a Psicanálise, refere-se a uma perturbação intensa do indivíduo na 
relação com a realidade. 
As psicoses subdividem-se em: 
Paranoia - Não existe deterioração da capacidade intelectual. Aqui se 
incluem os delírios de perseguição, de grandeza. 
Esquizofrenia - caracteriza-se por: afastamento da realidade — o indivíduo 
entra num processo de centramento em si mesmo, no seu mundo interior, 
ficando, progressivamente, entregue às próprias fantasias. 
Mania e melancolia ou psicose maníaco depressivo - caracteriza-se pela 
oscilação entre o estado de extrema euforia (mania) e estados depressivos 
(melancolia). 
 
4.2.3 Psicopatologias 
 
Estado de Angustia - são momentos de inquietação, ansiedade na qual a 
pessoa fica em alerta psíquico diante de uma ameaça indeterminada (algumas 
vezes não sabe explicar porquê está sentindo tal sensação). 
Hipocondria - é uma doença imaginária, em que a pessoa numa solução de 
fuga, acha-se doente e torna-se doente; 
Histeria - envolve conflitos, onde a pessoa sem saída produz 
comportamentos descontrolados ou com sintomas de doença (cegueira, 
paralisia, etc.). 
 
4.2.4 Transtorno - fóbico - ansioso 
 
É uma neurose que se caracteriza por um medo anormal, desproporcional e 
persistente diante de um objeto ou situação específica. Dentre os quadros 
fóbicos ansiosos destacam-se três tipos: 
Ansiedade; 
Transtorno do Pânico; 
Fobia – é um medo irracional, que substitui o medo real; 
Agorafobia-Sintomas: Palpitações ou taquicardias, sudorese, tremores, 
dispneia, sensação de sufocação, dor ou desconforto torácico, náuseas ou 
desconforto abdominal, sensação de tonturas, instabilidades, desmaio, medo 
de perder o controle ou enlouquecer, medo de morrer, formigamento, calafrios 
e onda de calor; 
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Fobia Social - (Ex. falar em público); 
Transtorno – obsessivo - compulsivo (TOC); 
Transtorno de estresse pós – traumático; 
 
4.2.5 Depressão 
 
Critérios diagnósticos: 
Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo; 
Interesse diminuído ou perda de prazer para realizar atividades rotineiras; 
Sensação de inutilidade ou culpa excessiva; 
Dificuldade de concentração: habilidade diminuída para pensar e 
concentrar-se; 
Fadiga ou perda de energia; 
Distúrbios do sono: Insônia ou hipersônia praticamente diárias; 
Agitação ou retardo psicomotor; 
Perda ou ganho significativo de peso; 
Ideias recorrentes de morte e suicídio. 
 
O estado depressivo pode ser classificado em 3 grupos: 
Depressão menor: dois ou quatro sintomas por duas ou mais semanas, 
incluindo o estado deprimido ou anedônia. 
Distimia: três ou quatro sintomas, incluindo estado deprimido, durante dois 
anos no mínimo. 
Depressão maior: cinco ou mais sintomas por duas semanas ou mais 
incluindo estado deprimido ou anedônia. 
 
Fatores de risco para depressão: 
Histórico familiar de depressão; 
Sexo feminino; 
Idade mais avançada; 
Episódios anteriores de depressão; 
Parto recente; 
Acontecimentos estressantes. 
Dependência de droga 
 
4.2.6 Esquizofrenia 
 
É uma doença mental caracterizada pela perda do contato com a realidade. A 
pessoa fica fechada em si mesma, com o olhar distante, indiferente com tudo 
ao seu redor. 
Sintomas positivos: 
Delírios; 
Crenças infundadas - o indivíduo crê em ideias falsas, irracionais ou sem 
lógica; 
Alucinações - alterações sinestésicas. O indivíduo percebe estímulos que 
não existem. Ouvir vozes, enxergar pessoas, sentir cheiros, sensações, etc. 
 
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Sintomas negativos - Já os sintomas negativos ocorrem no íntimo da pessoa, 
causando menos impacto nos outros. Afeto embotado – dificuldade de 
demonstrar a emoção que está sentindo. 
Tipos de Esquizofrenia: 
Paranóide – predomínio de delírios e alucinações (persecutórias); 
Hebefrênica – alterações da afetividade e desorganização do pensamento; 
Catatônico – entorpecimento, alteração de motricidade. 
 
Tratamento - devem levar em conta três objetivos básicos: 
Reduzir ou eliminar os sintomas, maximizar a qualidade de vida, promover 
reconhecimentos de sintomas mórbidos. Antipsicótico ou neurolépticos. 
Causas – Hipóteses: 
Componente genético – O risco sobe para 13% se um parente de 1º grau é 
Portador da doença. Quanto mais próximo o parentesco maior o risco. 
Contribuição ambiental – Histórico de vida relacional com familiares. 
Perdas Cerebrais-Esquizofrenia 
 
4.2.7 Psicose Puerperal (Depressão pós - parto) 
 
Psicose pós-parto ocorre na mulher que recentemente teve um bebê. Essa 
síndrome se caracteriza por depressão materna, delírios e pensamentos de 
machucar a si mesmo e ao bebê. A incidência é de 1 a 2 por 1000 
nascimentos. 50% das mulheres afetadas têm histórico familiar de transtorno 
de humor. Os sintomas podem se iniciar em dias após o parto até dentro de 8 
semanas após o parto. 
 
4.2.8 TranstornoAfetivo Bipolar 
 
Caracteriza-se por variações cíclicas do humor. A pessoa está sujeita a 
episódios de extrema alegria, euforia e humor excessivamente elevados e 
também a episódios de humor muito baixo e desespero (depressão). Dentre 
esses episódios é normal a pessoa passar por períodos de normalidade. 
 
4.2.9 Stress 
 
Chama-se de stress a um estado de tensão que causa uma ruptura no 
equilíbrio interno do organismo. 
Existem vários tipos de estressores e muitas vezes o que estressa uma pessoa 
não estressa outra. Para facilitar a identificação do que está criando stress, 
dividimos os estressores em duas categorias: fontes externas e internas. 
As fontes externas- a profissão, a falta de dinheiro, brigas, Assalto, perdas, 
falecimentos. Tudo o que exija do organismo uma maior adaptação cria stress. 
As fontes internas- se referem ao nosso modo de serem, nossas crenças e 
valores, nosso modo de agir. 
Fases de Stress: 
A fase de alerta- é considerada a fase ―positiva‖ do stress. O organismo 
produz adrenalina, que deixa o indivíduo cheio de energia e vigor. 
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Fase de resistência- em que a pessoa automaticamente tenta lidar com os 
seus estressores de modo a manter sua homeostase(equilíbrio) interna. 
Fase de quase-exaustão- é caracterizada pelo enfraquecimento da pessoa, 
que não mais está conseguindo se adaptar ou resistir ao fator estressor 
A quarta-fase: exaustão- Nesta fase as doenças já estão se instalando. 
Para se proteger do stress excessivo, as recomendações principais 
concentram-se na alimentação, relaxamento, atividade física, estabilidade 
emocional e qualidade de vida. 
 
4.2.9.1 Levantamento de sintomas de stress 
 
Marque na tabela de respostas quantas vezes na última semana você sentiu o 
descrito abaixo: 
01. Tensão muscular, tais como aperto de mandíbula, dor na nuca etc.; 
02. Hiperacidez estomacal (azia) sem causa aparente; 
03. Esquecimento de coisas corriqueiras, como o número de um telefone que 
usa com frequência, onde pôs a chave etc.; 
04. Irritabilidade excessiva; 
05. Vontade de sumir de tudo; 
06. Sensação de incompetência, de que não vai conseguir lidar com o que está 
ocorrendo; 
07. Pensar em um só assunto ou repetir o mesmo assunto; 
08. Ansiedade; 
09. Distúrbio do sono, ou dormir demais ou de menos; 
10. Cansaço ao levantar; 
11. Trabalhar com um nível de competência abaixo do seu normal; 
12. Sentir que nada mais vale à pena. 
 
Se não assinalou nenhum: 
Parabéns, seu corpo está em pleno funcionamento no que se refere ao stress. 
 
Se assinalou de 1 a 3: 
A vida pode estar um pouco estressante para você. Avalie o que está 
ocorrendo. Veja o que está exigindo tanto de sua resistência. Pode ser o 
mundo lá fora ou pode ser você mesmo. Fortaleça o seu organismo. 
 
Se assinalou de 4 a 8: 
Há sinais de que seu nível de stress está alto e algo está exigindo demais seu 
organismo. Pode estar chegando no seu limite. Considere uma mudança de 
estilo de vida e de hábitos. Analise em que seu próprio modo de ser pode estar 
contribuindo para a tensão que está sentindo. 
 
Se assinalou mais do que 8: 
Seu nível de stress parece estar altíssimo. Seria bom consultar um psicólogo 
especialista em stress para fazer um diagnóstico. Sem dúvida, você tem fontes 
de stress representadas pelo mundo ao seu redor (pode ser família, ocupação, 
sociedade, etc) e fontes internas ( seu modo de pensar, de sentir e de ser) com 
as quais precisa aprender a lidar. 
 
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4.2.9.2 Controle do Stress 
 
Mudança de vida e de atitude - A prática de atividade física é muito 
importante para o metabolismo, pois elimina a adrenalina e produz beta-
endorfina. 
Atitude positiva perante a vida – É sempre importante saber as várias 
alternativas que a vida nos coloca. Sempre considerar o lado que pode ser 
melhor na tomada de decisões, reestruturar o pensamento e não fazer o relógio 
como seu maior adversário sem ter tempo para mais nada a não ser o trabalho. 
Investir em relacionamentos – Valorizar o relacionamento interpessoal 
(família, amigos). É através dos relacionamentos que é possível o 
desenvolvimento pessoal. 
Alimentação saudável – Repor os nutrientes perdidos durante os períodos 
de stress. 
Identificar atividades que gosta de fazer 
 
5. O Processo do Adoecer 
 
O adoecer é mais que um sintoma somático, é deixar de viver, é sofrer, é um 
conflito existencial, é um isolamento, é sentir dor, é ter medo, é até morrer. 
 
5.1 O Processo do Adoecer 
 
O adoecer é um processo singular, é uma experiência única que apresenta 
tantos aspectos objetivos como subjetivos ambos importantes. Alguns aspectos 
são relevantes para o paciente, na forma como ele irá lidar com o seu 
adoecimento: história pessoal, momento de vida, nível de maturidade, forma de 
reação frente às situações novas, característica da dinâmica e estrutura 
familiar, intensidade e gravidade da doença, possibilidade de sequelas e tipos 
de personalidade. Paralelo a essa biografia particular do paciente, é comum ele 
centrar sua atenção no corpo, fazer um embotamento afetivo, se desinteressar 
pelo mundo que o rodeia, ter ansiedade e medo diante do diagnóstico, sentir-se 
vulnerável e desprotegido. O indivíduo não consegue se satisfazer com a 
resposta que ele pode dar diante desta situação conflituosa/estressante, a qual 
inevitavelmente, ele tem que enfrentar nas suas relações psicossociais. 
Essa inadequação ao evento estressante, leva o indivíduo a uma falha 
adaptativa que vai gerar uma desestabilização dos mecanismos 
psiconeuroimunológicos. 
A transição entre saúde e doença é uma experiência complexa e muito 
individual. As duas principais tarefas de quem apresentam uma condição em 
desenvolvimento são: 
Modificar sua imagem corporal, o autoconceito e suas relações com as 
pessoas e com o trabalho; 
Reajustar-se as limitações e adaptações realísticas da situação. Essas 
tarefas começam dentro do ambiente em que a pessoa está sendo tratada do 
seu distúrbio físico. 
 
 
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No ciclo saúde-doença, a maioria das pessoas atravessa três estágios: 
1) Transição da saúde-doença; 
2) O período da doença ―reconhecida‖; 
3) A convalescência. 
 
O tempo e a qualidade de experiências do indivíduo estágios variam com a sua 
personalidade, a doença específica e as mudanças em sua vida. O profissional 
de saúde precisa estar alerta às mudanças nos sentimentos da pessoa durante 
a adaptação, reconhecer os desvios e fazê-lo avançar no processo. 
 
5.2 Manejo de Familiares Difíceis 
 
Outra questão que necessita de um olhar cuidadoso é a relação do profissional 
com os familiares do paciente. A dinâmica dessa relação requer cuidado, pois 
assim como o paciente, a família se apresenta com as sentimentos abalados, 
levando em conta a situação-limite que todos envolvidos no processo se 
encontram. Quando nos referimos ao manejo falamos de controle, de como 
conduzir a relação em um momento de dor e sofrimento. É importante para o 
profissional reconhecer o lugar do outro e entender que todos atravessam um 
momento de intensa fragilidade. Saber assumir responsabilidade com o 
paciente e com seus familiares é papel fundamental na relação. 
Quanto ao familiar deve-se entender que existem alguns tipos de famílias 
incluídas na relação: 
1) As famílias bem adaptadas - são aquelas que entendem e aderem bem ao 
tratamento do familiar. Conseguem contribuir de forma efetiva para o 
tratamento agindo como facilitadores do processo; 
2) As famílias difíceis – são aquelas que devido à situação de crise se tornam 
difíceis, a situação de adoecimento do familiar afeta a relação, os tornado 
difíceis de relacionar, principalmente com o profissional de saúde, responsável 
pelo cuidado. 
3) As famílias sempre difíceis – são aquelas famílias que se apresentam 
difíceis em qualquer relação social, independente da doença. Esses familiares 
muitas vezes se sentem prejudicados e atribuem ao profissional o não cuidadoao familiar, e toda relação sempre se apresenta conflituosa. 
 
5.2.1 Como o Profissional deve Agir 

Compreenda as inseguranças do familiar; 
Compreenda a necessidade da família de estar perto da equipe de estar 
próxima a equipe de saúde; 
Identifique as incertezas, culpas e ressentimentos da família, que surgem 
durante a internação; 
Argumente compreensiva e calmamente sobre as consequências da 
atitude da família para o paciente; 
Reconheça junto a família a dificuldade de ter uma pessoa próxima 
gravemente doente, mas evite ―sentimentalismos‖. 
Compartilhe sua preocupação com outros profissionais e procurem junto 
estabelecer uma estratégia para resolver e lidar com a situação; 
Converse com os familiares sobre as dificuldades encontradas; 
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Mantenha contato frequente, mas nunca firme compromisso que não 
poderá cumprir; 
O reconhecimento dos sentimentos presentes nesta relação é que permite 
o agir de forma consciente e planejada, manejando assim, as situações difíceis; 
 
5.3 A Morte e suas Representações 
 
Quando pensamos em morte, logo nos sugere algo relacionado ao fim, ao 
incerto. Por medo dessa realidade evitamos pensar na morte no dia-a-dia ou 
mesmo sobre sua representação. Nega-se em todo momento a morte, seja 
como forma de aceitação ou pela forma de constituição de fim de um processo. 
Ela é tratada de forma indiferente, ou mesmo distante e muitas vezes também 
como medo do desconhecido. Compreende-se que é inevitável atravessar esse 
processo, uma vez que a morte se apresenta até nos momentos em que não 
pensamos sobre ela e assim formamos sua representação. Não resta dúvida 
que a questão da morte é altamente cultural possuindo variações de época, 
crenças, valores que permitem uma aproximação ou distanciamento de outras 
culturas. 
 
5.3.1 Os Estágios da Morte 
 
O Modelo de Kübler-Ross propõe uma descrição de cinco estágios discretos 
pelos quais as pessoas passam ao lidar com a perda, o luto e a tragédia. 
Segundo este modelo, pacientes com doenças terminais tendem a entrar em 
estado de autodepreciarão e, como tal, necessitam de se apoiar em alguns 
conceitos de consciencialização do seu estado. 
O modelo foi proposto por Elisabeth Kübler-Ross no seu livro On Death and 
Dying, publicado em 1969. Os estágios popularizaram-se e são conhecidos 
como Os Cinco Estágios do Luto (ou da Dor da Morte, ou da Perspectiva da 
Morte). 
1.Negação: ajuda a aliviar o impacto da notícia, servindo como uma defesa 
necessária a seu equilíbrio. Geralmente em pacientes informados 
abruptamente e prematuramente. O profissional deve respeitar, porém ter o 
cuidado de não estimular, compactuar ou reforçar a negação. 
2.Raiva: o paciente já assimilou seu diagnóstico e prognóstico, mas se revolta 
por ter sido escolhido. Tenta arranjar um culpado por sua condenação. 
Geralmente se mostra muito queixoso e exigente, procurando ter certeza de 
não estar sendo esquecido, reclamando atenção, talvez como último brado: 
Não esqueçam que ainda estou vivo! Nesta fase deve-se tentar compreender o 
momento emocional do paciente, dando espaço para que ele expresse seus 
sentimentos, não tomando as explosões de humor como agressões pessoais. 
3.Barganha: tentativa de negociar a morte, através de promessas e orações. A 
pessoa já aceita o fato, mas tenta adiá-lo. Deve-se respeitar e ajudar o 
paciente. 
4.Depressão: aceita o fim próximo, fazendo uma revisão da vida, mostrando-se 
quieto e pensativo. É um instrumento na preparação da perda iminente, 
facilitando o estado de aceitação. Neste momento, as pessoas que o 
acompanham devem procurar ficar próximas e em silêncio. Cabe ressaltar que 
o termo "depressão" não está sendo utilizado aqui para designar a doença 
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depressiva, conforme descrita na Classificação Internacional de Doenças 
(CID). 
5.Aceitação: a pessoa espera a evolução natural de sua doença. Poderá ter 
alguma esperança de sobreviver, mas não há angústia e sim paz e 
tranquilidade. Procura terminar o que deixou pela metade, fazer suas 
despedidas e se preparar para morrer. 
 
São fatores que dificultam a aceitação da morte: 
Desequilíbrio financeiro que o tratamento da doença ou a falta daquela 
pessoa podem acarretar à família; 
Dificuldade da pessoa em aceitar cuidados, quando esta estiver 
acostumada com o cuidar; 
História e elaboração de perdas anteriores e crenças com relação à morte; 
Momento em que a morte ocorre no ciclo da vida, quanto mais jovem for o 
paciente, mais difícil será a aceitação de sua morte; 
A morte súbita impede os familiares de elaborarem gradativamente o luto, 
ao contrário da morte prolongada. 
 
A fim de ajudar o paciente e seus familiares o profissional pode: 
Ajudar a pessoa a enfrentar a crise, auxiliando-a a expressar seus 
sentimentos; 
Ajudar a pessoa a descobrir os fatos, desmistificando fantasias e 
esclarecendo suas dúvidas, evitando especulações sobre a doença; 
Não dar a pessoa uma falsa confiança, oferecendo ajuda e reconhecendo a 
validade de seus temores; 
Não encorajar a pessoa a culpar as outras; 
Ajudá-la a aceitar ajuda; 
Incentivar e sugerir uma reorganização das tarefas cotidianas, para que a 
pessoa receba assistência. 
Cuidados Paliativos e Religiosidade 
 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em conceito definido em 
1990 e atualizado em 2002, "cuidados paliativos consistem na assistência 
promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da 
qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que 
ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação 
precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, 
sociais, psicológicos e espirituais". 
Os cuidados paliativos devem incluir as investigações necessárias para o 
melhor entendimento e manejo de complicações e sintomas estressantes tanto 
relacionados ao tratamento quanto à evolução da doença. Apesar da 
conotação negativa ou passiva do termo paliativo, a abordagem e o tratamento 
paliativo devem ser eminentemente ativos, principalmente em pacientes 
portadores de câncer em fase avançada, onde algumas modalidades de 
tratamento cirúrgico e radioterápico são essenciais para alcance do controle de 
sintomas. Considerando a carga devastadora de sintomas físicos, emocionais e 
psicológicos que se avolumam no paciente com doença terminal, faz-se 
necessário um diagnóstico precoce e condutas terapêuticas antecipadas, 
dinâmicas e ativas, respeitando-se os limites do próprio paciente. 
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Os princípios dos cuidados paliativos são: 
Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia, 
anorexia, dispnéia e outras emergências oncológicas. 
Reafirmar vida e a morte como processos naturais. 
Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico 
de cuidado do paciente. 
Não apressar ou adiar a morte. 
Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença 
do paciente, em seu próprio ambiente. 
Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais 
ativamente possível até sua morte. 
Usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e 
psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e 
suporte ao luto. 
 
A atenção ao aspecto da espiritualidade se torna cada vez mais necessária na 
prática de assistência à saúde. Cada vez mais a ciência se curva diante da 
grandeza e da importância da espiritualidade na dimensão do ser humano. Ser 
humano é buscar significado em tudo que está em nós e em nossa volta, pois 
somos seres inacabados por natureza e estamos sempre em busca de nos 
completar. 
Espiritualidade pode ser definida como aquilo que traz significado e propósito à 
vida das pessoas. Essa definição é utilizada como base em cursos médicos 
sobre espiritualidade e saúde. A espiritualidade é reconhecida como um fator 
que contribuipara a saúde e a qualidade de vida de muitas pessoas. Esse 
conceito é encontrado em todas as culturas e sociedades. É expressa como 
uma busca individual mediante a participação de grupos religiosos que 
possuem algo em comum, como fé em Deus, naturalismo, humanismo, família 
e arte. 
 
6. Imagem Corporal e Narcisismo 
 
6.1 Imagem Corporal 
 
Imagem corporal/Esquema corporal é representação que cada indivíduo faz de 
seu próprio corpo, de acordo com uma percepção subjetiva, construída e 
organizada através da cultura e história individual de cada um. 
É a imagem corporal (forma de se perceber) que vai determinar a forma do 
organismo se relacionar com este corpo,cuidando ou destratando-o, amando 
ou odiando . 
6.2 Narcisismo 
 
De acordo com a lenda grega do Narcisismo, para o jovem Narciso, nada era 
mais agradável do que ver sua própria imagem refletida sobre o lago. 
Narciso admirava e amava ao extremo sua própria imagem, direcionando todo 
o amor para si mesmo. 
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Atualmente, entendemos o termo narcisismo como o investimento libidinal do 
indivíduo em si mesmo.E tal investimento é fundamental para o organismo, não 
sendo necessariamente patológico,uma vez que investir em seu próprio eu é 
uma forma de cuidar de si mesmo. 
Porém, muitas vezes, este direcionamento/investimento narcísico torna-se 
excessivo, podendo tornar-se patológico. 
O narcisismo patológico é denominado Transtorno de personalidade narcísica 
(TPN).Tem início na vida adulta e sua prevalência é na população masculina. 
Características do TPN: 
 Ilusão de auto-suficiência, 
 Sentimento de poder , 
 Sentimento de grandiosidade, 
 Desprezo pelo mundo externo 
 EU→ grande paixão, principal amor, 
 Sensação grandiosa de importância pessoal, 
 Fantasias de sucesso ilimitado(poder, beleza, amor ideal), 
 Acredita ser especial e único/ só deve se relacionar com pessoas e 
instituições que estejam no seu nível , 
 Requer excessiva admiração, 
 Sensação de importância, 
 Explorador em relacionamentos interpessoais e tira proveito dos outros 
para atingir seus objetivos , 
 Falta de empatia, 
 Sem motivação para reconhecer ou identificar as necessidades e 
sentimentos dos outros, 
 Invejoso/ vítima de inveja, 
 Comportamentos e atitudes arrogantes. 
Existem dois tipos de narcisismo: 
 Narcisismo Primário= ausência total de relação com o ambiente. 
 Narcisismo Secundário= Em algum momento,há um investimento em 
objeto externo/retorno do amor, libido. 
7. Comportamento Alimentar e Transtornos Alimentares 
 
7.1 O comportamento alimentar 
 
Possui três dimensões para o organismo: 
 Dimensão.Fisiológica→ satisfação das necessidades nutricionais, 
 Dimensão Afetiva→ satisfação e prazer oral, 
 Dimensão.relacional→ boca - primeiro mediador de relação interpessoal. 
 
 
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7.2 Transtornos Alimentares 
 
Há aproximadamente dez anos, o número de indivíduos que desenvolvem 
transtornos alimentares cresceu assustadoramente. 
Podemos definir transtorno alimentar (TA) como uma grave perturbação do 
comportamento alimentar, com uma prevalência de 90% no sexo feminino, de 
classe média-alta, raça branca e que vivem em sociedades industrializadas . 
Os principais TA’s são: 
 Anorexia Nervosa(AN) 
 Bulimia Nervosa(BN) 
Existem alguns fatores que contribuem para o desenvolvimento e manutenção 
dos transtornos alimentares. São eles: 
1) Fatores Biológicos 
 Predisposição genética, 
 Diminuição de serotonina e noradrenalina 
2) Fatores Socioculturais 
 Contexto cultural:modelos e ideais, 
 Mídia: beleza+felicidade+valorização=corpo magro, 
 80% das mulheres(≥18)=insatisfeitas com o corpo. 
3) Fatores familiares 
 Família - extrema importância a aparência, 
 Cobrança+Rigidez - moda+boas notas+aparência, 
 Comparação e competitividade entre os filhos, 
 Dificuldade na comunicação e expressão de sentimentos(- resolução de 
conflitos) 
 Falta de privacidade( ―CONTROLE‖) 
4) Fatores Individuais 
 Autocriticos 
 Perfeccionistas 
 Sensíveis à critica 
 Baixa auto-estima 
 Ansiedade 
 Falta de independência 
 
 
 
 
 
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7.2.1 Anorexia Nervosa (AN) 
 
Distorção da imagem corporal. É um distúrbio alimentar caracterizado pela 
restrição persistente na ingestão de alimentos, pelo medo intenso de ganhar 
peso e por distúrbios no peso ou forma como indivíduo enxerga o próprio 
corpo. 
 Características: 
o Restrição da ingestão alimentar(pode acompanhar métodos adicionais), 
o Busca implacável pela magreza, 
o Medo extremo de ficar/parecer gorda, 
o Perda de peso auto-induzida, 
o IMC (Índice de Massa Corporal) abaixo de 15%, 
o Alterações endócrinas, metabólicas(amenorréia, pele seca e amarelada, 
letargia, cefaléia, sede excessiva,unhas e cabelos quebradiços, pouca 
tolerância ao frio, anemia, tontura, distúrbios de coagulação). 
o Prevalência: 90% em mulheres com idade entre 13 e 18 anos 
o Curso e prognóstico: episódio único X padrão flutuante x cronicamente 
deteriorante . 
o Mortalidade: + ou - 5% 
7.2.2 Bulimia Nervosa(BN) 
 
Preocupação persistente com o comer e controle do peso corporal. É um 
transtorno alimentar caracterizado por períodos de compulsão alimentar 
seguidos por comportamentos não saudáveis para perda de peso rápido como 
induzir vômito (90% dos casos), uso de laxantes, abuso de cafeína, uso de 
cocaína e/ou dietas inadequadas. 
 Caracteristicas: 
 Episódios de hiperfagia (ingestão de grandes quantidades de alimentos)+ 
descontrole 
 Comportamentos compensatórios: vômitos, diuréticos, laxantes, 
anorexígenos, dieta restritiva, exercícios físicos, jejum. 
 Dieta-alimentos de baixa caloriaX ―ataques‖(al.caloricos-2000 a 6000Kcal). 
 O ―ataque‖ aos alimentos vem acompanhado de um humor disfórico, 
ansiedade e fome intensa, produzindo distração de pensamentos 
desagradáveis, reduzir tédio e solidão, alivio do rigor e monotonia da dieta 
rígida. 
 Hiperfagia+cptos compensatorios= 2xs/semana(3 meses) 
 Peso:normalidade(+ou -) 
 Podem perder peso significativamente(mas nao o mantem por muito tempo) 
 Incidência:mulheres(jovens/inicio da vida adulta)30 anos 
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Bulimia - dificuldade no controle de impulsos - cleptomania, abuso/depêndencia 
de medicamentos/cleptomania/roubo de alimentos/ tricotilomania/automutilação 
(pior prognóstico). 
8. Auto Conceito/Ideais de beleza 
 
O auto – conceito pode ser definido como crenças e interpretação de um 
indivíduo em relação aos seus próprios atributos e defeitos. 
O auto conceito é construído a partir do processo de comparação do Eu real e 
o eu ideal: 
 Eu real: avaliação realista sobre suas qualidades e defeitos 
 Eu ideal: concepção de como a pessoa gostaria de ser 
Processo de comparação: Eu real X Eu ideal ( Imagens idealizadas) 
 O que sou X Ideais de beleza; Definição de: Modelo especifico ou exemplar 
de beleza. 
 Os ideais de beleza incluem: 
o características físicas, 
o vestimenta, 
o cabelos, 
o tom de pele, 
o tipo físico. 
A beleza não é universal, e os ideais de beleza se modificam de acordo com o 
tempo e cultura, porém, existem algumas caracteristicas fisicas apreciadas 
universalmente, como caracteristicas associadas a boa saude e juventude; 
atributos ligados a habilidade reprodutiva e força. 
9. Desenvolvimento Psicossocial 
Na Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, este desenvolvimento evolui em 
oito estágios. Os primeiros quatro estágios decorrem no período de bebê e da 
infância, e os últimos durante a idade adulta e a velhice. 
Cada estágio contribui para a formação da personalidade total (princípio 
epigenético), sendo por isso todos importantes mesmo depois de se os 
atravessar. 
O núcleo de cada estágio é uma crise básica, que existe não só durante aquele 
estágio específico, nesse será mais proeminente, mas também nos posteriores 
a nível de consequências, tendo raízes prévias nos anteriores. 
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A formação da identidade inicia-senos primeiros quatro estágios, e o senso 
desta negociado na adolescência evolui e influencia os últimos estágios. 
Erikson perspectivava o desenvolvimento tendo em conta aspectos de cunho 
biológico, individual e social. 
A teoria psicossocial em análise enfatizava o conceito de identidade, a qual se 
forma no 5º estágio, e o de crise que sem possuir um sentido dramático está 
presente em todas as idades, sendo a forma como é resolvida determinante 
para resolver na vida futura os conflitos. 
9.1 Esquema de Desenvolvimento de Erik Erickson - Estágios 
1. Confiança X Desconfiança (até um ano de idade) 
Durante o primeiro ano de vida a criança é substancialmente dependente das 
pessoas que cuidam dela, requerendo cuidado quanto à alimentação, higiene, 
locomoção, aprendizado de palavras e seus significados, bem como 
estimulação para perceber que existe um mundo em movimento ao seu redor. 
O amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir que tem 
segurança e afeto, adquirindo confiança nas pessoas e no mundo. 
2. Autonomia X Vergonha e Dúvida (segundo e terceiro ano) 
Neste período a criança passa a ter controle de suas necessidades fisiológicas 
e responder por sua higiene pessoal, o que dá a ela grande autonomia, 
confiança e liberdade para tentar novas coisas sem medo de errar. Se, no 
entanto, for criticada ou ridicularizada desenvolverá vergonha e dúvida quanto 
a sua capacidade de ser autônoma, provocando uma volta ao estágio anterior, 
ou seja, a dependência. 
3. Iniciativa X Culpa (quarto e quinto ano) 
Durante este período a criança passa a perceber as diferenças sexuais, os 
papéis desempenhados por mulheres e homens na sua cultura (conflito 
edipiano para Freud) entendendo de forma diferente o mundo que a cerca. Se 
a sua curiosidade ―sexual‖ e intelectual, natural, for reprimida e castigada 
poderá desenvolver sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de explorar 
novas situações ou de buscar novos conhecimentos. 
4. Construtividade X Inferioridade (dos 6 aos 11 anos) 
Neste período a criança está sendo alfabetizada e freqüentando a escola, o 
que propicia o convívio com pessoas que não são seus familiares, o que exigirá 
 maior sociabilização, trabalho em conjunto, cooperatividade, e outras 
habilidades necessárias. Caso tenha dificuldades o próprio grupo irá criticá-la, 
passando a viver a inferioridade em vez da construtividade. 
5. Identidade X Confusão de Papéis (dos 12 aos 18 anos) 
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O quinto estágio ganha contornos diferentes devido à crise psicossocial que 
nele acontece, ou seja, Identidade Versus Confusão. Neste contexto o termo 
crise não possui uma acepção dramática, por tratar-se de a algo pontual e 
localizado com pólos positivos e negativos. 
6. Intimidade X Isolamento (jovem adulto) 
Nesse momento o interesse, além de profissional, gravita em torno da 
construção de relações profundas e duradouras, podendo vivenciar momentos 
de grande intimidade e entrega afetiva. Caso ocorra uma decepção a tendência 
será o isolamento temporário ou duradouro. 
7. Produtividade X Estagnação (meia idade) 
Pode aparecer uma dedicação à sociedade à sua volta e realização de valiosas 
contribuições, ou grande preocupação com o conforto físico e material. 
8. Integridade X Desesperança (velhice) 
Se o envelhecimento ocorre com sentimento de produtividade e valorização do 
que foi vivido, sem arrependimentos e lamentações sobre oportunidades 
perdidas ou erros cometidos haverá integridade e ganhos, do contrário, um 
sentimento de tempo perdido e a impossibilidade de começar de novo trará 
tristeza e desesperança. 
10. Postura Profissional/Etiqueta 
A primeira impressão (Efeito de primazia) possui uma grande importância em 
todas os relacionamentos , inclusive o ocupacional. 
Adotar uma postura adequada e comportamentos mais adaptativos implicam 
em uma perspectiva profissional e melhores aceitação no mercado de 
trabalho. 
Psicólogos colocam os principais aspectos que devem ser cultivados e 
mantidos no ambiente de trabalho: Aparência engloba tudo o que pode ser 
visto à sua volta (Objetos, mesa, seu escritório etc. Considere também a 
escolha dos lugares em que você marca um encontro ou reunião), Inicie bem 
um encontro com um aperto de mão seguro e confiante (Cuidado para não 
apertar muito forte ou muito fraco), Mostre-se aberto à conversar(Sorria, 
descruze os braços e tenha uma postura alinhada), Pronuncie bem as 
palavras (Fale em tom adequado ao ambiente; não queira ser o centro das 
atenções), Cuidado para não ser afobado, ouça antes de falar (No discurso 
do outro estão as dicas dos caminhos a ser seguidos para conduzir uma boa 
conversa), Demonstre interesse ao guardar o cartão de visitas alheio (Não 
o jogue de qualquer forma dentro da bolsa ou do bolso), No dia a dia da 
empresa, seja gentil e educado(A dica vale tanto para os colaboradores de 
posição mais simples como para os mais importantes da hierarquia 
empresarial. ―Bom dia‖, ―por favor‖, ―com licença‖ e ―obrigado‖ são palavras 
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bem-vindas), Procure estabelecer relações cordiais e de confiança com 
seus colegas (É importante que eles saibam que podem contar com a equipe 
para solucionar problemas mais difíceis), No escritório ou baia, seja 
comedido (Limite-se a uma foto pequena de entes queridos e a itens de 
escritório com um toque pessoal. Deixe bichinhos, objetos espalhafatosos e 
ícones de hobbies em casa), Não force intimidade com seus colegas 
(Lembre-se: a relação é de trabalho, não pessoal), Evite atender a diversas 
ligações pessoais no trabalho(Isso faz com que todos acompanhem os 
pormenores de sua vida naquela semana, mês, ano). Dê continuidade aos 
bons hábitos de postura profissional (Essa conduta é importante para 
consolidar a impressão positiva ao longo do tempo). 
11. A importância do desenvolvimento Psico Motor 
O desenvolvimento psicomotor é um processo contínuo durante o qual se dá a 
evolução da inteligência, da comunicação, da afetividade, da sociabilidade e da 
aprendizagem de forma global e simultânea. Decorre por etapas e depende da 
maturação do sistema nervoso central. Todas as crianças passam por todas as 
etapas, embora o ritmo na aquisição possa variar de uma para a outra. 
Quando a criança nasce, mostra aquilo que conhecemos como reflexos 
primitivos, que, mais tarde, possibilitarão os movimentos voluntários. Estes 
reflexos, inatos em todas as crianças, permitem ao bebé realizar as funções 
básicas de respirar, comer ou virar a cabeça à procura do peito ou da tetina do 
biberão (mamadeira). Podem ter sido conscientes, em algum momento, e ter 
sido reprimido, isto é, ―foram" para o inconsciente, ou podem ser genuinamente 
inconscientes. 
O pré-consciente refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos 
acessíveis à consciência. É aquilo que não está na consciência, neste 
momento, e no momento seguinte pode estar. 
O consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as 
informações do mundo exterior e as do mundo interior. 
Na consciência, destaca-se o fenômeno da percepção, principalmente a 
percepção do mundo exterior, a atenção, o raciocínio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
 
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Lemos Editorial, 1999. 
FOSSI, Luciana Barcellos; GUARESCHI, Neuza Maria de Fátima. A psicologia 
hospitalar e as equipes multidisciplinares. Rev. SBPH, Rio de Janeiro, v. 7, n. 
1, jun. 2004 . 
KÜBLER-ROSS, Elisabeth. Sobre a Morte e o Morrer. 8 ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 1998. 
CASSORLA, Roosevelt Moisés Smeke . Como Lidamos com o Morrer - 
Reflexões Suscitadas no Apresentar este Livro. In: Cassorla, R.M.S. (org). Da 
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LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. O Stress está dentro de você. 2 ed. São 
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LUIZ M.V. A enfermagem e o conhecimento dos conceitos de liderança, 
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FURTADO, O.; BOCK, A.M. e TEIXEIRA, M.L. Psicologias : uma introdução ao 
estudo da psicologia. São Paulo, Saraiva, 2002.

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