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APOSTILA - DIREITO CONSTITUCIONAL

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Direito Constitucional: 
 ● Direito público fundamental que trata diretamente da organização e do 
 funcionamento do Estado, bem como das normas estruturais e fundamentais. 
 ● Constitucionalismo: técnica específica de limitação do poder com fins 
 garantísticos (limitação do poder autoritário + prevalência dos direitos 
 fundamentais). 
 ○ Pilares do constitucionalismo (base das Constituições): 
 ■ Limitação de poder. 
 ■ Divisão de poder. 
 ■ Organização do Estado. 
 ■ Direitos e garantias fundamentais. 
 ● Neoconstitucionalismo: busca assegurar a eficácia da Constituição, diante da 
 expectativa de concretização dos direitos fundamentais. 
 ○ Pontos marcantes: 
 ■ Estado constitucional de direito: a Constituição passa a ser o 
 centro do sistema. 
 ■ Conteúdo axiológico da Constituição: a Constituição passa a 
 consagrar valores e opções políticas. 
 ■ Concretização dos valores constitucionais e garantia de 
 condições mínimas de dignidade. 
 ● Constitucionalização do Direito Civil (CF/88): subordinação hierárquica do 
 direito civil aos princípios constitucionais que fundamentam os princípios 
 norteadores do direito privado (eficácia horizontal dos direitos fundamentais). 
 Poder Constituinte: 
 1) CONCEITO: 
 ● Poder Constituinte Originário: instaura um novo Estado, rompendo por 
 completo com a ordem jurídica anterior. 
 2) CARACTERÍSTICAS: 
 ● Inicial. 
 ● Autônomo. 
 ● Ilimitado juridicamente. 
 ● Incondicionado. 
 ● Soberano na tomada de decisões. 
 ● Poder de fato e poder jurídico (natureza pré-jurídica). 
 ● Permanente. 
 3) PODER CONSTITUINTE DERIVADO: 
 ● Criado e instituído pelo originário (limitado e condicionado). 
 ○ Poder constituinte derivado reformador: modifica a Constituição através 
 de um procedimento específico (emendas constitucionais). 
 ○ Poder constituinte derivado decorrente: estrutura e modifica as 
 Constituições dos Estados-Membros. 
 ○ Poder constituinte derivado revisor: promove a revisão da Constituição 
 (o art. 3º do ADCT determinou que a revisão constitucional seria 
 realizada 5 anos após a promulgação da Constituição de 1988). 
 4) PODER CONSTITUINTE DIFUSO: 
 ● Se manifesta por meio das mutações constitucionais (alteração no sentido 
 interpretativo da norma, sem que haja qualquer modificação no texto 
 constitucional). 
 5) DIREITO CONSTITUCIONAL INTERTEMPORAL: 
 ● Recepção: as normas infraconstitucionais que forem materialmente 
 compatíveis com a nova Constituição serão recepcionadas, podendo adquirir 
 uma nova “roupagem”, enquanto as que não forem, serão revogadas, em 
 razão da ausência de recepção. 
 ● Repristinação: ocorre quando uma lei revogada volta a produzir efeitos se a lei 
 que a revogou vier a ser revogada (necessidade de previsão expressa). 
 ● Desconstitucionalização: fenômeno pelo qual as normas da Constituição 
 anterior, desde que compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, 
 mas com o status de lei infraconstitucional (necessidade de previsão 
 expressa da nova Constituição). 
 Teoria da Constituição: 
 1) CONCEITO: 
 A) SENTIDO MATERIAL E FORMAL: 
 ● Constituição Material: matéria essencialmente constitucional. 
 ● Constituição Formal: texto escrito -> somente pode ser modificado nos limites 
 estabelecidos pelo Poder Constituinte Originário. 
 B) SENTIDO SOCIOLÓGICO (Ferdinand Lassale): 
 ● Somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade. 
 C) SENTIDO POLÍTICO (Carl Schmitt): 
 CONSTITUIÇÃO ≠ LEIS CONSTITUCIONAIS 
 ● Constituição: decisão política fundamental. 
 ● Leis constitucionais: demais dispositivos inseridos na Constituição, mas que 
 não tratam da matéria de decisão política fundamental. 
 D) SENTIDO JURÍDICO (Hans Kelsen): 
 ● A constituição é fruto da vontade racional do homem. 
 CONSTITUIÇÃO POSTA ≠ CONSTITUIÇÃO PRESSUPOSTA 
 ● Constituição pressuposta: norma hipotética fundamental (fundamento 
 transcendental de validade da Constituição escrita). 
 ● Constituição posta: norma constitucional propriamente dita (fundamenta 
 todas as outras normas do sistema). 
 ● As normas infraconstitucionais se fundamentam na Constituição Federal 
 (norma posta/positivada), que, por sua vez, se fundamenta na norma 
 hipotética-fundamental (transcende a CF). 
 E) SENTIDO CULTURAL: 
 ● Constituição: produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que 
 nela pode influir. 
 F) CONSTITUIÇÃO TOTAL (Meirelles Teixeira): 
 ● Junção dos aspectos econômicos, sociológicos, políticos, jurídicos e 
 filosóficos, a fim de construir uma unidade constitucional. 
 3) CLASSIFICAÇÕES: 
 A) QUANTO À ORIGEM: 
 ● Outorgada: imposta de maneira unilateral. 
 ● Promulgada: fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte eleita 
 diretamente pelo povo (CF/88). 
 ● Cesarista: formada por plebiscito popular sobre um projeto elaborado por um 
 Imperador ou um Ditador (visa ratificar a vontade do detentor do poder). 
 ● Pactuada: compromisso instável de duas forças políticas rivais (realeza e 
 burguesia). 
 B) QUANTO À FORMA: 
 ● Escrita: conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um único 
 documento. 
 ● Costumeira (consuetudinária): formada por textos esparsos, reconhecidos 
 pela sociedade como fundamentais. 
 C) QUANTO À EXTENSÃO: 
 ● Sintéticas: veiculadoras dos princípios fundamentais e estruturais do Estado. 
 ● Analíticas: abordam todos os assuntos que os representantes do povo 
 entenderem como fundamentais. 
 D) QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO: 
 ● Dogmáticas: materializam os dogmas estruturais e fundamentais do estado. 
 ● Históricas: constituem-se através de um lento e contínuo processo de 
 formação, ao longo do tempo, reunindo a história e as tradições de um povo. 
 E) QUANTO À ALTERABILIDADE: 
 ● Rígidas: exigem, para a sua alteração, um processo legislativo mais dificultoso 
 do que o processo de alteração das normas não constitucionais. 
 ● Flexíveis: não possuem um processo legislativo de alteração mais dificultoso 
 do que o processo legislativo de alteração das normas infraconstitucionais. 
 ● Semiflexíveis ou semirrígidas: algumas matérias exigem um processo de 
 alteração mais dificultoso do que o exigido para alteração das leis 
 infraconstitucionais, enquanto outras não requerem tal formalidade. 
 ● Fixas: só podem ser alteradas por um poder de hierarquia igual ao daquele 
 que as criou. 
 ● Imutáveis: inalteráveis. 
 F) QUANTO À SISTEMÁTICA: 
 ● Reduzidas: se materializam em um só código básico e sistemático. 
 ● Variadas: se distribuem em vários textos e documentos esparsos, sendo 
 formadas por leis constitucionais distintas. 
 G) QUANTO À DOGMÁTICA: 
 ● Ortodoxa: formada por uma só ideologia. 
 ● Eclética: formada por ideologias conciliatórias. 
 H) QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE (CRITÉRIO ONTOLÓGICO): 
 ● Normativas: as relações políticas e os agentes do poder subordinam-se às 
 determinações do seu conteúdo e do seu controle procedimental. 
 ● Nominalistas: contêm disposições de limitação e controle de dominação 
 política, sem ressonância na sistemática de processo real de poder, e com 
 insuficiente concretização constitucional. 
 ● Semânticas: reflexos da realidade política, servindo como mero instrumento 
 dos donos do poder e das elites políticas. 
 I) QUANTO AO SISTEMA: 
 ● Principiológicas: predominam os princípios. 
 ● Preceituais: prevalecem as regras. 
 J) QUANTO À FUNÇÃO: 
 ● Provisórias: conjunto de normas com a finalidade de definição do regime de 
 elaboração e aprovação da Constituição formal e de estruturação do poder 
 político no interregno constitucional, a que se acrescenta a função de 
 eliminação ou erradicação de resquícios do antigo regime. 
 ● Definitivas: duração indefinida para o futuro. 
 K) QUANTO À ORIGEM DE SUA DECRETAÇÃO: 
 ● Heteroconstituições: decretadas de fora do Estado por outro (ou outros) 
 Estado(s) ou por organizações internacionais. 
 ● Homoconstituições:elaboradas e decretadas dentro do próprio Estado que 
 irão reger. 
 L) CONSTITUIÇÕES GARANTIA, BALANÇO E DIRIGENTE: 
 ● Garantia: busca garantir a liberdade, limitando o poder. 
 ● Balanço: reflete um degrau de evolução socialista. 
 ● Dirigente: estabelece um projeto de Estado. 
 M) CONSTITUIÇÕES LIBERAIS E SOCIAIS: 
 ● Liberais: surgem com o triunfo da ideologia burguesa, com os ideais do 
 liberalismo. 
 ● Sociais: refletem um momento posterior, de necessidade da atuação estatal, 
 consagrando a igualdade substancial, bem como os direitos e garantias 
 fundamentais. 
 N) CONSTITUIÇÕES EXPANSIVAS: 
 ● Tanto a sua estrutura como a comparação interna e a externa demonstram 
 uma ampliação dos direitos fundamentais. 
 A Constituição brasileira de 1988 pode ser definida como promulgada, escrita, 
 analítica, formal, dogmática, rígida, reduzida, eclética, normativa, principiológica, 
 definitiva, homoconstituição, garantia, dirigente, social e expansiva. 
 5) HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES: 
 ANO: CARACTERÍSTICAS MARCANTES: 
 ● Outorgada em 25 de março de 
 1824. 
 1824 
 ● Marcada por forte centralismo 
 administrativo e político, tendo 
 em vista a figura do Poder 
 Moderador. 
 ● Não adotou a separação 
 tripartida de Montesquieu, mas 
 quadripartida. 
 ● Adotou a Igreja Católica 
 Apostólica Romana como religião 
 oficial. 
 1891 
 ● Consagrou o sistema de governo 
 presidencialista, a forma de 
 Estado federal (abandonando o 
 unitarismo) e a forma de governo 
 republicana (em substituição à 
 monarquia). 
 ● Deixou de ter religião oficial, 
 havendo separação entre Estado 
 e Igreja. 
 ● O Poder Moderador foi extinto, 
 adotando-se a teoria clássica de 
 Montesquieu. 
 ● Previsão expressa do remédio 
 constitucional do habeas corpus. 
 1934 
 ● Sofreu forte influência da 
 Constituição de Weimar da 
 Alemanha de 1919, evidenciando 
 os direitos humanos de 2ª 
 geração e a perspectiva de um 
 Estado social de direito 
 (democracia social). 
 ● Influência do fascismo, 
 estabelecendo, além do voto 
 direto para a escolha dos 
 Deputados, a modalidade 
 indireta, por intermédio da 
 chamada “representação 
 classista” do Parlamento; 
 ● Manteve alguns princípios 
 fundamentais, como a República, 
 a Federação, a tripartição de 
 Poderes, o presidencialismo e o 
 regime representativo. 
 1937 
 ● Deveria ter sido submetida a 
 plebiscito nacional, nos termos de 
 seu art. 187, o que nunca 
 aconteceu. 
 ● Além de fechar o Parlamento, o 
 Governo manteve amplo domínio 
 do Judiciário. 
 ● A Federação foi abalada pela 
 nomeação dos interventores. 
 ● Os direitos fundamentais foram 
 enfraquecidos, sobretudo em 
 razão da atividade desenvolvida 
 pela “Polícia Especial” e pelo “DIP – 
 Departamento de Imprensa e 
 Propaganda”. 
 ● Buscando atrair o apoio popular, 
 a política desenvolvida foi 
 denominada “populista”, 
 consolidando-se as Leis do 
 Trabalho (CLT) e importantes 
 direitos sociais, como o salário 
 mínimo. 
 1946 
 ● Marcou a redemocratização, 
 repudiando o Estado totalitário 
 em vigor desde 1930. 
 ● Inspirou-se nas ideias liberais da 
 Constituição de 1891 e nas ideias 
 sociais da de 1934. 
 ● Na ordem econômica, procurou 
 harmonizar o princípio da 
 livre-iniciativa com o da justiça 
 social. 
 ● Suplantada pelo Golpe Militar de 
 1964. 
 ● Concentrou o poder no âmbito 
 federal, esvaziando os Estados e 
 1967 
 Municípios e conferindo amplos 
 poderes ao Presidente da 
 República. 
 ● Houve forte preocupação com a 
 segurança nacional. 
 EC n. 1/1969 
 ● Dado o seu caráter revolucionário, 
 podemos considerar a EC n. 1/69 
 como a manifestação de um 
 novo poder constituinte originário, 
 outorgando uma nova Carta, que 
 “constitucionalizou” a utilização 
 dos Atos Institucionais. 
 ● Nos termos de seu art. 182, 
 manteve em vigor o AI-5 e todos 
 os demais atos baixados. 
 ● O mandato do Presidente foi 
 aumentado para 5 anos, 
 continuando a eleição a ser 
 indireta. 
 1988 
 ● Democrática e liberal, foi a que 
 apresentou maior legitimidade 
 popular. 
 ● Adotou a tripartição de funções 
 estatais, a forma federativa de 
 estado e o presidencialismo. 
 ● Rígida, possuindo um amplo 
 catálogo de direitos 
 fundamentais. 
 ● Primeira Constituição brasileira a 
 separar a ordem econômica da 
 ordem social. 
 6) ESTRUTURA DAS CONSTITUIÇÕES: 
 ● Preâmbulo: norte interpretativo das normas constitucionais (não têm força 
 normativa). 
 ● Parte dogmática: 250 artigos distribuídos em 9 títulos. 
 ● Ato das Disposições Transitórias (ADCT): natureza de norma constitucional. 
 7) DIFICULDADE CONTRAMAJORITÁRIA: 
 ● Dificuldade contramajoritária: os onze ministros do STF (seis, pois basta a 
 maioria absoluta), que nunca receberam um voto popular, são responsáveis 
 por interpretar a Constituição, exercendo o controle de constitucionalidade 
 dos atos normativos. 
 Normas Constitucionais: 
 1) ESPÉCIES: 
 A) REGRAS E PRINCÍPIOS: 
 ● Regras: normas que impõem, permitem ou proíbem determinadas condutas 
 (mais objetivas). 
 ● Princípios: valores basilares da ordem jurídica, permitindo maior participação 
 do intérprete na aplicação do direito (multiplicidade interpretativa). 
 ● Uma ordem jurídica democrática e eficiente deve trazer em si o equilíbrio 
 necessário entre princípios e regras. 
 B) CONFLITO ENTRE REGRAS: 
 ● Duas regras não podem ser aplicadas ao mesmo caso concreto, devendo 
 valer uma ou outra (“tudo ou nada”). 
 ○ Formas de solução: 
 ■ Critério hierárquico: a norma hierarquicamente superior prevalece 
 sobre a norma inferior. 
 ■ Critério cronológico: a norma posterior prevalece sobre a norma 
 anterior. 
 ■ Critério da especialidade: a norma especial prevalece sobre a 
 norma geral. 
 C) CONFLITO ENTRE PRINCÍPIOS: 
 ● Em caso de conflito entre princípios, não haverá declaração de invalidade de 
 qualquer um deles, devendo um prevalecer sobre o outro conforme o peso 
 que assumirem no caso concreto, não podendo, portanto, ser resolvido em 
 abstrato. 
 D) DERROTABILIDADE DA REGRA: 
 ● Derrotabilidade da regra: superação da regra, no caso concreto, em função 
 da apresentação de uma exceção relevante. 
 ○ Ex: EC n. 107/2020 que, em razão da pandemia da Covid-19, adiou as 
 eleições municipais de outubro de 2020 e os prazos eleitorais 
 respectivos, afastando a aplicação da regra do art. 16, CF/88. 
 REGRAS: PRINCÍPIOS: 
 Normas que impõem, permitem ou 
 proíbem determinadas condutas (mais 
 objetivas). 
 Valores basilares da ordem jurídica, 
 permitindo maior participação do 
 intérprete na aplicação do direito 
 (multiplicidade interpretativa). 
 Duas regras não podem ser aplicadas 
 ao mesmo caso concreto, devendo 
 valer uma ou outra. 
 Em caso de conflito entre princípios, não 
 haverá declaração de invalidade de 
 qualquer um deles, devendo um 
 prevalecer sobre o outro conforme o 
 peso que assumirem no caso concreto, 
 não podendo, portanto, ser resolvido em 
 abstrato. 
 “Tudo ou nada”. Ponderação. 
 2) EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS (José Afonso da Silva): 
 ● Todas as normas constitucionais apresentam algum tipo de eficácia. 
 ● Normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e 
 integral: estão aptas a produzir todos os seus efeitos desde o momento em 
 que a Constituição entra em vigor, independentemente de norma integrativa 
 infraconstitucional. 
 ○ Ex: art. 230, §2°, CF/88 -> gratuidade de transporte coletivo urbano para 
 maiores de 65 anos. 
 ● Normas constitucionais de eficácia contida e aplicabilidade direta e imediata, 
 mas possivelmente não integral: podem sofrer redução de sua abrangência 
 por uma norma infraconstitucional (enquanto não materializado o fator de 
 restrição, a norma tem eficácia plena). 
 ○ Ex: art. 5°, XIII, CF/88 -> assegura o livre exercício de qualquer trabalho, 
 ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a leiestabelecer. 
 ● Normas constitucionais de eficácia limitada e aplicabilidade indireta, mediata 
 e reduzida: não tem condição de produzir todos os seus efeitos no momento 
 em que a Constituição é promulgada, precisando de uma lei integrativa 
 infraconstitucional. 
 ○ Normas constitucionais de eficácia limitada declaratórias de princípios 
 institutivos ou organizativos: contêm esquemas gerais (iniciais) de 
 estruturação de instituições, órgãos ou entidades. 
 ○ Normas constitucionais de eficácia limitada declaratórias de princípios 
 pragmáticos: veiculam programas a serem implementados pelo Estado, 
 visando a realização de fins sociais. 
 ● Normas constitucionais de eficácia exaurida: próprias do ADCT (já cumpriram 
 o papel, encargo ou tarefa para o qual foram propostas). 
 Organização do Estado: 
 1) CARACTERÍSTICAS DO ESTADO BRASILEIRO: 
 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados 
 e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e 
 tem como fundamentos: 
 I - a soberania; 
 II - a cidadania; 
 III - a dignidade da pessoa humana; 
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 V - o pluralismo político. 
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
 representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 ● Forma de governo: republicana. 
 ● Forma de Estado: federação. 
 ○ Entes federativos: 
 ○ União. 
 ○ Estados-membros. 
 ○ Distrito Federal. 
 ○ Municípios. 
 ● Sistema de governo: presidencialista. 
 ● Estado Democrático de Direito: submissão de todos, inclusive do Estado, ao 
 império da lei, à separação de poderes e à declaração dos direitos individuais. 
 2) FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: 
 ● Soberania: fundamento da República Federativa do Brasil, e não da União 
 enquanto ente federativo. 
 ○ A soberania pertence ao Estado, ou seja, ao conjunto formado pelos 
 entes federativos. 
 ● Cidadania: reconhecimento do indivíduo como parte da sociedade estatal e 
 possuidor de direitos políticos (capacidade de influenciar e ser influenciado 
 nas decisões políticas). 
 ● Dignidade da pessoa humana: base dos direitos fundamentais. 
 ● Valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa: princípios fundamentais da 
 ordem econômica (art. 170 CF). 
 ○ Valores sociais do trabalho: 
 ■ Livre escolha do trabalho. 
 ■ Igualdade de tratamento. 
 ■ Remuneração digna (mínimo existencial). 
 ○ Valores sociais da livre iniciativa: 
 ■ Não intervenção do estado (poderes limitados). 
 ■ Individualismo. 
 ■ Liberdade. 
 ● Pluralismo político: o Estado não pode impor uma única visão política da 
 sociedade, ainda que o governo eleito tenha um posicionamento ideológico 
 próprio. 
 3) HARMONIA E INDEPENDÊNCIA ENTRE OS PODERES: 
 Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
 Executivo e o Judiciário. 
 ● Sistema de freios e contrapesos: prevê a interferência legítima de um Poder 
 sobre o outro, nos limites estabelecidos constitucionalmente -> busca evitar a 
 concentração e o abuso de poder. 
 4) OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: 
 Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
 I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
 II - garantir o desenvolvimento nacional; 
 III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
 regionais; 
 IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
 quaisquer outras formas de discriminação. 
 ● Estabelece metas a serem buscadas pelo Estado brasileiro. 
 5) PRINCÍPIOS QUE REGEM A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL EM SUAS RELAÇÕES 
 INTERNACIONAIS: 
 Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais 
 pelos seguintes princípios: 
 I - independência nacional; 
 II - prevalência dos direitos humanos; 
 III - autodeterminação dos povos; 
 IV - não-intervenção; 
 V - igualdade entre os Estados; 
 VI - defesa da paz; 
 VII - solução pacífica dos conflitos; 
 VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
 IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
 X - concessão de asilo político. 
 Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, 
 política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma 
 comunidade latino-americana de nações. 
 ● Os princípios constantes no art. 4º norteiam a política externa brasileira, bem 
 como os atos do Itamaraty, destinados a balizar as ações exteriores do Estado 
 em todas as suas relações extraterritoriais. 
 Organização 
 Político-Administrativa: 
 1) COMPONENTES DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA: 
 A) UNIÃO: 
 Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil 
 compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos 
 autônomos, nos termos desta Constituição. 
 § 1º Brasília é a Capital Federal. 
 § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em 
 Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. 
 § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para 
 se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante 
 aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do 
 Congresso Nacional, por lei complementar. 
 § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, 
 far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar 
 Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos 
 Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, 
 apresentados e publicados na forma da lei. 
 ● Dupla personalidade: 
 ○ Interna: pessoa jurídica de direito público interno (componente da 
 Federação brasileira). 
 ■ Autonomia financeira, administrativa e política. 
 ○ Externa: representa a República Federativa do Brasil. 
 ● Capital Federal: Brasília -> posição jurídica específica (polo de onde partem 
 as decisões mais graves e onde acontecem os fatos mais relevantes para o 
 destino do país). 
 ● Bens da união (art. 20): 
 ○ Os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos. 
 ○ As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das 
 fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação 
 e à preservação ambiental, definidas em lei. 
 ○ Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu 
 domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com 
 outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele 
 provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais. 
 ○ As ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as 
 praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as 
 que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao 
 serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II. 
 ○ Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica 
 exclusiva. 
 ○ O mar territorial. 
 ○ Os terrenos de marinha e seus acrescidos. 
 ○ Os potenciais de energia hidráulica. 
 ○ Os recursos minerais, inclusive os do subsolo. 
 ○ As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e 
 pré-históricos. 
 ○ As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
 ● Competências: 
 ○ Competência não legislativa (administrativa ou material): 
 ■ Exclusiva: art. 21 -> não pode ser atribuída a qualquer outro ente 
 federativo. 
 ■ Comum (cumulativa, concorrente, administrativa ou paralela): art. 
 23 -> comum a todos entes federativos. 
 ➤ O art. 23, parágrafo único, estabelece que leis 
 complementares fixarão normas para a cooperação entre a 
 União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendoem vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar 
 em âmbito nacional 
 ○ Competência legislativa: 
 ■ Privativa: art. 22. 
 ➤ Apesar de ser competência privativa, a União, por meio de 
 lei complementar, poderá autorizar os Estados (e o DF) a 
 legislarem sobre questões específicas das matérias 
 previstas no referido art. 22. 
 ■ Concorrente: art. 24. 
 ➤ Nesses casos, a competência da União limitar-se-á a 
 estabelecer normas gerais, cabendo aos Estados editar 
 normas específicas. 
 B) ESTADOS: 
 ● Auto-organização: de acordo com o art. 25, caput, os Estados se organizarão e 
 serão regidos pelas leis e Constituições que adotarem, observando-se, 
 sempre, as regras e preceitos estabelecidos na CF. 
 ● Autogoverno: os arts. 27, 28 e 125 estabelecem regras para a estruturação dos 
 “poderes”. 
 ○ Legislativo: Assembleia Legislativa. 
 ○ Executivo: Governador do Estado. 
 ○ Judiciário: Tribunais e Juízes. 
 ● Autoadministração e autolegislação: arts. 18 e 25 a 28 (regras de 
 competências legislativas e não legislativas). 
 ● Processo de formação (art. 18, §3°): 
 ○ Os estados podem formar-se por: 
 ■ Fusão. 
 ■ Cisão. 
 ■ Desmembramento. 
 ○ Requisitos: 
 ■ Aprovação da população diretamente interessada, por meio de 
 plebiscito. 
 ■ Aprovação do Congresso Nacional, por lei complementar. 
 ● Competência não legislativa (administrativa ou material): 
 ○ Comum (cumulativa, concorrente, administrativa ou paralela): descrita 
 no art. 23. 
 ○ Residual (remanescente ou reservada): são reservadas aos Estados as 
 competências administrativas que não lhe sejam vedadas, ou a 
 competência que sobrar, após a enumeração dos outros entes 
 federativos (art. 25, § 1º). 
 ● Competência legislativa: 
 ○ Expressa: art. 25, caput. 
 ○ Residual (remanescente ou reservada): art. 25, § 1º. 
 ○ Delegada pela União: art. 22, parágrafo único. 
 ○ Concorrente: art. 24. 
 ○ Suplementar: art. 24, §§ 1º ao 4º. 
 ● Bens dos Estados (art. 26): 
 ○ As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em 
 depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de 
 obras da União. 
 ○ As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, 
 excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros. 
 ○ As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União. 
 ○ As terras devolutas não compreendidas entre as da União. 
 C) MUNICÍPIOS: 
 ● Auto-organização: art. 29, caput. 
 ○ Os Municípios se organizarão por meio de Lei Orgânica, votada em dois 
 turnos, com o interstício mínimo de 10 dias, e aprovada por 2/3 dos 
 membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os 
 princípios estabelecidos na Constituição Federal, na Constituição do 
 respectivo Estado e o preceituado nos incisos I a XIV do art. 29 da CF/88. 
 ● Autogoverno: elegem, diretamente, o prefeito, vice-prefeito e vereadores. 
 ● Autoadministração e autolegislação: art. 30. 
 ● Processo de formação (art. 18, §4°): 
 ○ Os municípios podem formar-se por: 
 ■ Criação. 
 ■ Incorporação. 
 ■ Fusão. 
 ■ Desmembramento. 
 ○ Requisitos: 
 ■ Lei complementar federal. 
 ■ Estudo de viabilidade municipal. 
 ■ Plebiscito. 
 ■ Lei estadual. 
 ● Competências não legislativas (administrativas ou materiais): 
 ○ Comum (cumulativa, concorrente, administrativa ou paralela): previstas 
 no art. 23. 
 ○ Privativa (enumerada): art. 30, III a IX. 
 ● Competências legislativas: 
 ○ Expressa: art. 29, caput. 
 ○ Interesse local: art. 30, I. 
 ○ Suplementar: art. 30, II l. 
 ○ Plano diretor: art. 182, § 1º. 
 ■ O plano diretor deverá ser aprovado pela Câmara Municipal, 
 sendo obrigatório para cidades com mais de 20.000 habitantes. 
 ➤ Serve como instrumento básico da política de 
 desenvolvimento e de expansão urbana. 
 D) DISTRITO FEDERAL: 
 ● Auto-organização: art. 32, caput. 
 ○ Estabelece que o Distrito Federal se regerá por lei orgânica, votada em 
 dois turnos com interstício mínimo de dez dias e aprovada por 2/3 da 
 Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios 
 estabelecidos na Constituição Federal. 
 ● Autogoverno: eleição de Governador e Vice-Governador e dos Deputados 
 Distritais (art. 32, §§ 2º e 3º). 
 ● Autoadministração e autolegislação: regras de competências legislativas e 
 não legislativas. 
 ● Impossibilidade de divisão do Distrito Federal em Municípios. 
 ● Autonomia parcialmente tutelada pela União (art. 21, XIII e XIV, e art. 22, XVII, 
 CF). 
 ● Competência não legislativa (administrativa ou material): 
 ○ Comum (cumulativa ou paralela): prevista no art. 23 da CF/88. 
 ● Competência legislativa: 
 ○ Expressa: elaboram a própria lei orgânica (art. 32, caput, CF). 
 ○ Residual; conforme a competência dos Estados (art. 23, §1°, CF). 
 ○ Concorrente/suplementar: art. 24 CF. 
 ○ Interesse local: art. 30, I + art. 32, §1°. 
 ● EC n. 69/2012: transferiu da União para o DF as atribuições de organizar e 
 manter a Defensoria Pública do Distrito Federal, determinando a aplicação 
 dos mesmos princípios e regras que regem as defensorias públicas estaduais. 
 2) TERRITÓRIOS FEDERAIS: 
 ● Autarquias territoriais (não possuem autonomia política). 
 ● Atualmente, não existem mais territórios federais no Brasil. 
 ○ Roraima: transformado em Estado (art. 14, caput, ADCT). 
 ○ Amapá: transformado em Estado (art. 14, caput, ADCT). 
 ○ Fernando de Noronha: foi extinto, sendo sua área reincorporada ao 
 Estado de Pernambuco (art. 15, ADCT). 
 ■ De acordo com o art. 96 da CE/PE, o Arquipélago de Fernando de 
 Noronha constitui região geoeconômica, social e cultural do 
 Estado de Pernambuco, sob a forma de Distrito Estadual, dotado 
 de estatuto próprio, com autonomia administrativa e financeira. 
 ● Apesar de não existirem mais, é perfeitamente possível a criação de novos 
 territórios federais, os quais continuarão a ser considerados meras autarquias, 
 sem qualquer autonomia capaz de lhes atribuir a característica de entes 
 federados. 
 3) INTERVENÇÃO: 
 A) INTRODUÇÃO: 
 ● Ato que suspende, temporariamente, a autonomia dos Estados-membros, do 
 Distrito Federal ou dos municípios. 
 ● Intervenção federal: União -> nos Estados, Distrito Federal (art. 34) e nos 
 Municípios localizados em território federal (art. 35). 
 ○ Desse modo, não há a possibilidade de que a União intervenha nos 
 municípios dos Estados Federados. 
 ● Intervenção estadual: Estados -> em seus Municípios (art. 35). 
 B) ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO FEDERAL: 
 ● Espontânea (art. 34, I, II, III e V)): neste caso, o Presidente da República age de 
 ofício. 
 ● Provocada por solicitação (art. 34, IV, combinado com o art. 36, I, primeira 
 parte): quando coação ou impedimento recaírem sobre o Poder Legislativo ou 
 o Poder Executivo, obstruindo o livre exercício dos aludidos Poderes nas 
 unidades da Federação, a decretação da intervenção federal, pelo Presidente 
 da República, dependerá de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder 
 Executivo coacto ou impedido. 
 ● Provocada por requisição: 
 ○ Art. 34, IV, combinado com o art. 36, I, segunda parte: se a coação for 
 exercida contra o Poder Judiciário, a decretação da intervenção federal 
 dependerá de requisição do Supremo Tribunal Federal. 
 ○ Art. 34, VI, segunda parte, combinado com o art. 36, II: no caso de 
 desobediência a ordem ou decisão judicial, a decretação dependerá de 
 requisição do STF, do STJ ou do TSE, de acordo com a matéria. 
 ● Provocada, dependendo de provimento de representação: 
 ○ Art. 34, VII, combinado com o art. 36, III, primeira parte: no caso de ofensa 
 aos princípios constitucionais sensíveis, previstos no art. 34, VII, da CF/88, 
 a intervenção federal dependerá de provimento, pelo STF, de 
 representação do Procurador-Geral da República (representação 
 interventiva). 
 ○ Art. 34, VI, primeira parte, combinado com o art. 36, III, segunda parte: 
 para prover a execução de lei federal(pressupondo ter havido recusa à 
 execução de lei federal), a intervenção dependerá de provimento de 
 representação do Procurador-Geral da República pelo STF (EC n. 
 45/2004) (trata-se, também, de representação interventiva, 
 regulamentada pela Lei n. 12.562/2011). 
 C) INTERVENÇÃO FEDERAL NA VIGÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: 
 ● Durante a vigência da Constituição Federal de 1988, houve apenas uma 
 situação de efetiva decretação de intervenção federal, implementada pelo 
 Decreto n. 9.288/2018 no Estado do Rio de Janeiro. 
 ● O Presidente da República decretou a intervenção federal no Estado do Rio de 
 Janeiro com o objetivo de pôr termo ao grave comprometimento da ordem 
 pública (art. 34, III, CF/88 e Decreto n. 9.288/2018), tratando-se, portanto, de 
 um exemplo de intervenção federal espontânea. 
 ● Nos termos do art. 60, § 1º, da CF/88, a Constituição não pode ser emendada 
 na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio 
 (limites circunstanciais ao poder de reforma), o que impediu a apreciação da 
 Reforma da Previdência, no período da decretação da intervenção federal no 
 Estado do Rio de Janeiro. 
 Separação de Poderes: 
 1) PODER LEGISLATIVO: 
 A) ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO: 
 Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da 
 Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
 Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos. 
 ● Congresso Nacional: 
 ○ Câmara dos Deputados (art. 45): 
 ■ Os Deputados Federais são considerados representantes do povo 
 eleitos pelo sistema proporcional. 
 ➤ O número de Deputados é proporcional à população de 
 cada Estado e do DF, não podendo ser inferior à 8 nem 
 superior à 70. 
 ● Cada mandato tem duração de 4 anos, ou seja, uma 
 legislatura. 
 ○ A eleição para Deputado Federal 
 implementa-se a cada 4 anos. 
 ■ A idade mínima para se eleger deputado 
 é 21 anos. 
 ○ Senado Federal (art. 46): 
 ■ Os Senadores da República são considerados representantes dos 
 Estados e do Distrito Federal eleitos pelo sistema majoritário. 
 ➤ São eleitos 3 senadores por Estado e pelo DF, cada qual com 
 2 suplentes (substitutos). 
 ● Cada mandato tem duração de 8 anos, ou seja, duas 
 legislaturas. 
 ○ Os Senadores também são eleitos a cada 4 
 anos, mas alternadamente, 1/3 e 2/3, cada qual 
 cumprindo o mandato de 8 anos. 
 ■ A idade mínima para se eleger senador é 
 35 anos. 
 ● O bicameralismo federativo visa assegurar um equilíbrio entre as forças 
 políticas das unidades da federação. 
 B) FUNÇÕES DO PODER LEGISLATIVO: 
 ● Funções típicas: legislar e fiscalizar. 
 ● Funções atípicas: administrar e julgar. 
 C) COMPETÊNCIAS DO PODER LEGISLATIVO: 
 ● Congresso Nacional: art. 48 ao 50. 
 ● Câmara dos Deputados: art. 51. 
 ● Senado Federal: art. 52. 
 D) IMUNIDADE PARLAMENTAR: 
 ● Prerrogativas inerentes à função parlamentar, garantidoras do exercício do 
 mandato parlamentar, com plena liberdade. 
 ● Imunidade material: implica a exclusão da prática de crimes, bem como a 
 inviolabilidade civil, pelas opiniões, palavras e votos dos parlamentares (art. 
 53, caput). 
 ○ OBS: Deve haver uma relação lógica entre o discurso parlamentar e o 
 regular exercício da função parlamentar. 
 ● Imunidade formal: regras sobre prisão e processo criminal dos parlamentares 
 (art. 53, § 1º ao 5º). 
 E) PERDA DE MANDATO: 
 ● Decidida (art. 55, §2º): decisão constitutiva, tomada por maioria absoluta e 
 em votação ostensiva pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal. 
 ● Declarada (art. 55, §3º): ato meramente declaratório pela Mesa da Casa 
 respectiva. 
 F) REUNIÕES: 
 ● Sessão ordinária (art. 57, caput): de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de 
 agosto a 22 de dezembro. 
 ● Sessão extraordinária (art. 57, §6°): de 18 a 31 de julho e de 23 de dezembro a 1º 
 de fevereiro (recesso parlamentar). 
 ● Sessão conjunta (art. 57, §3°): entre a Câmara dos Deputados e o Senado 
 Federal. 
 ○ Isso se dará, entre outros casos previstos na Constituição, para: 
 ■ Inaugurar a sessão legislativa. 
 ■ Elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços 
 comuns às duas Casas. 
 ■ Receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da 
 República. 
 ■ Conhecer do veto e sobre ele deliberar. 
 ● Sessão preparatória (art. 57, §4°): cada uma das Casas reunir-se-á em 
 sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da 
 legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, 
 para mandato de 2 anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na 
 eleição imediatamente subsequente. 
 G) COMISSÕES PARLAMENTARES: 
 Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e 
 temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo 
 regimento ou no ato de que resultar sua criação. 
 § 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto 
 possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares 
 que participam da respectiva Casa. 
 § 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: 
 I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a 
 competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da 
 Casa; 
 II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; 
 III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes 
 a suas atribuições; 
 IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa 
 contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; 
 V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; 
 VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de 
 desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. 
 § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação 
 próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das 
 respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado 
 Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de 
 seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas 
 conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a 
 responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
 § 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso 
 Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, 
 com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, 
 quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária. 
 ● Comissão temática (art. 58, §2°): estabelece-se em razão da matéria (por 
 exemplo, comissão de saúde, orçamento, transporte, constituição e justiça 
 etc) e é permanente. 
 ● Comissão temporária: criada para apreciar uma matéria específica, 
 extinguindo-se com o término da legislatura ou cumprida a finalidade para a 
 qual foi criada. 
 ● Comissão parlamentar de inquérito (58, § 3º): 
 ○ Criação: as CPIs serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo 
 Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante 
 requerimento de 1/3 de seus membros. 
 ○ Objeto: apuração de fato determinado. 
 ○ Prazo: certo. 
 ○ Conclusões: encaminhadas ao Ministério Público e outros órgãos 
 responsáveis, como a AGU, a Mesa da Casa Legislativa, Tribunal de 
 Contas, responsáveis por promover a responsabilização dos infratores. 
 ● Comissão mista: formada por Deputados e Senadores para apreciar, dentre 
 outros e em especial, os assuntos que devam ser examinados em sessão 
 conjunta pelo Congresso Nacional. 
 ● Comissão representativa: constituída somente durante o recesso parlamentar 
 (período fora da sessão legislativa ordinária) e para representar o Congresso 
 Nacional. 
 H) PROCESSO LEGISLATIVO: 
 ● Lei ordinária (art. 61, 64, 65, 66, 67): 
 ○ Pode ser proposta por qualquerdeputado ou senador, qualquer 
 comissão da Câmara, do Senado ou do Congresso Nacional, o 
 presidente da República, o Supremo Tribunal Federal, os tribunais 
 superiores, o procurador-geral da República e os cidadãos (iniciativa 
 popular). 
 ■ O projeto de lei de iniciativa popular deve ser proposto por pelo 
 menos 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos cinco 
 estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores 
 de cada um deles. 
 ➤ Todos os projetos de lei começam a tramitar na Câmara 
 dos Deputados, exceto quando são apresentados por 
 senador ou comissão do Senado. 
 ○ Depois de apresentado, o projeto é distribuído pelo presidente da 
 Câmara dos Deputados para as comissões temáticas que tratam dos 
 assuntos correlatos a ele. 
 ■ Em cada comissão, o projeto é analisado por um relator, que 
 recebe e analisa as sugestões (emendas) dos deputados. 
 ➤ Depois de votado o parecer do relator, o projeto segue para 
 a comissão seguinte. 
 ● Se as comissões que analisarão o mérito de 
 determinado projeto forem mais de três, a Câmara 
 dos Deputados cria uma comissão especial para 
 analisar a proposta, para evitar que a tramitação seja 
 muito longa. 
 ○ As propostas que criam gastos ou tratam de finanças públicas passam 
 pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT), que avalia se estão 
 adequadas ao orçamento federal. 
 ○ Todas as propostas passam por último pela Comissão de Constituição e 
 Justiça (CCJ), que avalia a constitucionalidade do projeto. 
 ■ Se a CFT ou a CCJC considerarem que a proposta não pode ser 
 admitida, por não estar adequada ao Orçamento ou por ser 
 inconstitucional, ela será arquivada. Essas duas comissões 
 também podem analisar o mérito dos projetos, caso tenham sido 
 designadas para isso. 
 ○ Se forem aprovados por todas elas, vão direto para o Senado – ou para 
 sanção presidencial, se já tiverem passado pelo Senado. Se forem 
 aprovados por algumas e rejeitados por outras, vão para o Plenário. 
 ■ O quórum (presença mínima) para votar um projeto de lei 
 ordinária é de maioria absoluta, ou seja, 257 deputados. 
 ➤ Para aprovar o projeto, é necessária a maioria simples dos 
 votos, em turno único. 
 ■ Depois da aprovação no Plenário da Câmara, há diversos 
 caminhos possíveis: 
 ➤ Se tiver iniciado a tramitação na Câmara, o projeto segue 
 para o Senado, onde será analisado e votado. 
 ● Se for alterado, volta para a Câmara, que analisa 
 apenas as alterações, podendo mantê-las ou 
 recuperar o texto original. 
 ○ Em seguida, vai para sanção ou veto do 
 presidente da República, que tem prazo de 15 
 dias úteis para sancionar ou vetar o projeto, no 
 todo ou em partes. 
 ➤ Se tiver vindo do Senado e for aprovado sem alterações, 
 segue para sanção ou veto do presidente da República. 
 ● Se for alterado, volta para o Senado, que analisa as 
 mudanças da Câmara, podendo mantê-las ou 
 recuperar o texto original. 
 ○ Em seguida, vai para sanção ou veto do 
 presidente da República, que tem prazo de 15 
 dias úteis para sancionar ou vetar o projeto, no 
 todo ou em partes. 
 ○ Se o presidente sancionar (ratificar) o projeto, ele se torna lei e é 
 publicado no Diário Oficial da União. 
 ■ Se vetar alguns trechos, a parte sancionada vira lei, e os vetos 
 voltam para análise do Congresso Nacional (sessão conjunta da 
 Câmara e do Senado). 
 ➤ Se esses vetos forem mantidos, a lei fica como está. 
 ➤ Se forem derrubados, os trechos antes vetados passam a 
 integrar a lei. 
 ● Lei complementar (art. 69): 
 ○ Iniciativa: ver LO. 
 ○ Deliberação parlamentar: maioria absoluta. 
 ○ Deliberação executiva: ver LO. 
 ○ Não há hierarquia entre lei ordinária e lei complementar; há uma 
 repartição de matérias estabelecida pela Constituição. 
 ● Emenda constitucional (art. 60): 
 ○ A proposta de emenda à Constituição (PEC) pode ser apresentada por 
 no mínimo 171 deputados ou 27 senadores (1/3 do total), pelo presidente 
 da República e por mais da metade das assembleias legislativas. 
 ○ A PEC começa a tramitar na Comissão de Constituição e Justiça e de 
 Cidadania (CCJC), que analisa a admissibilidade da proposta. 
 ○ Se for admitida pela CCJC, o mérito da PEC é analisado por uma 
 comissão especial, que pode alterar a proposta original. 
 ○ Depois, a proposta é discutida e votada em cada Casa do Congresso 
 Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em 
 ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
 ○ Se o texto for aprovado nas duas Casas sem alterações, é promulgado 
 em forma de emenda constitucional em sessão do Congresso Nacional. 
 ○ Se houver modificação substancial (não apenas de redação), ela volta 
 obrigatoriamente para a Casa onde começou a tramitar. 
 ■ A alteração em uma Casa exige nova apreciação da outra Casa, 
 sucessivamente. 
 ➤ É possível haver a promulgação “fatiada” (apenas da parte 
 aprovada pelas duas Casas). 
 ○ No caso das Emendas Constitucionais, não há deliberação executiva. 
 ○ Limites circunstanciais: 
 ■ Intervenção federal. 
 ■ Estado de defesa. 
 ■ Estado de sítio. 
 ○ Limites materiais: 
 ■ Forma federativa de Estado. 
 ■ Voto direto, secreto, universal e periódico. 
 ■ Separação dos poderes. 
 ■ Direitos e garantias individuais. 
 ○ A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por 
 prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão 
 legislativa. 
 ● Medida provisória (art. 62): 
 ○ Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá 
 adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de 
 imediato ao Congresso Nacional. 
 ○ Vedações: 
 ■ Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e 
 direito eleitoral. 
 ■ Direito penal, processual penal e processual civil. 
 ■ Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público. 
 ■ Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos 
 adicionais e suplementares. 
 ■ Detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou 
 qualquer outro ativo financeiro. 
 ■ Matéria reservada à lei complementar. 
 ■ Matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso 
 Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da 
 República. 
 ○ Inicialmente, a medida provisória é analisada por uma comissão mista 
 (de deputados e senadores), onde são apresentadas as sugestões de 
 mudança (emendas). 
 ■ A comissão mista aprova um parecer, que será submetido aos 
 plenários da Câmara e depois do Senado. 
 ➤ Se o Senado alterar o texto da Câmara, a MP volta para a 
 Câmara, que analisa as mudanças e pode ou não recuperar 
 seu texto, antes de enviar para a sanção presidencial. 
 ● Depois do 45º dia, a MP tranca a pauta do Plenário da 
 Câmara, se já tiver sido aprovada na comissão mista. 
 Caso todo o prazo de 45 dias transcorra antes de 
 chegar ao Senado, ela já chega àquela Casa 
 trancando a pauta. 
 ■ A votação no Plenário é semelhante à do projeto de lei ordinária. 
 ➤ O quórum para votação é de maioria absoluta, ou seja, 257 
 deputados presentes. 
 ● Para aprová-la, é necessária a maioria dos votos, em 
 turno único. 
 ○ Quando o texto da MP é alterado, ela passa a se chamar projeto de lei 
 de conversão (PLV) e precisa ser enviado ao presidente da República 
 para sanção ou veto. 
 ■ As regras do veto são as mesmas dos projetos de lei, ou seja, o 
 presidente da República tem o prazo de 15 dias úteis para 
 sancionar ou vetar o projeto, no todo ou em partes. 
 ➤ Se a MP for aprovada sem alterações, é promulgada pelo 
 Congresso. 
 ● Lei delegada (art. 68): 
 ○ As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que 
 deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 
 ○ Vedações: 
 ■ Atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de 
 competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado 
 Federal. 
 ■ Matéria reservada à lei complementar. 
 ■ Legislação sobre: 
 ➤ Organizaçãodo Poder Judiciário e do Ministério Público, a 
 carreira e a garantia de seus membros. 
 ➤ Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e 
 eleitorais. 
 ➤ Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
 ○ A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do 
 Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu 
 exercício. 
 ■ Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo 
 Congresso Nacional, este a fará em votação única. 
 ● Resolução: 
 ○ Regula matérias de competência privativa da Câmara dos Deputados, 
 do Senado Federal e de competência do Congresso Nacional, fixadas, 
 além das poucas hipóteses constitucionais, regimentalmente. 
 ○ Uma vez aprovada, por maioria simples (art. 47), passa-se à 
 promulgação, que será realizada pelo Presidente da Casa (Câmara ou 
 Senado) e, no caso de resolução do Congresso, pelo Presidente do 
 Senado Federal, que determinarão a publicação. 
 2) PODER EXECUTIVO: 
 A) SISTEMA DE GOVERNO: 
 Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos 
 Ministros de Estado. 
 ● O Brasil adota o sistema de governo presidencialista, no qual o chefe de 
 governo e o chefe de Estado se confundem na mesma pessoa. 
 B) FUNÇÕES: 
 ● Função típica: administrar o Estado. 
 ● Funções atípicas: julgar e legislar. 
 C) ELEIÇÕES: 
 Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, 
 simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último 
 domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término 
 do mandato presidencial vigente. 
 § 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele 
 registrado. 
 § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido 
 político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os 
 nulos. 
 § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á 
 nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os 
 dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a 
 maioria dos votos válidos. 
 § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou 
 impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de 
 maior votação. 
 § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais 
 de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. 
 ● Sistema eleitoral (art. 77, §2º): maioria absoluta (+50%) -> o candidato eleito 
 nem sempre (nunca foi) é escolhido pela maioria da população. 
 ○ Os votos em branco e nulos não são computados. 
 ● Condições de elegibilidade para o cargo de Presidente e Vice-Presidente da 
 República: 
 ○ Ser brasileiro nato. 
 ○ Estar no pleno exercício dos direitos políticos. 
 ○ Alistamento eleitoral. 
 ○ Domicílio eleitoral na circunscrição. 
 ○ Filiação partidária. 
 ○ Idade mínima de 35 anos. 
 ○ Não ser inalistável nem analfabeto. 
 ○ Não ser inelegível, nos termos do art. 14, § 7º. 
 ● ADI 4650: proibição da contribuição de pessoas jurídicas às campanhas 
 eleitorais. 
 ○ São inconstitucionais as contribuições de pessoas jurídicas às 
 campanhas eleitorais. No que se refere às contribuições de pessoas 
 físicas, regulam-se de acordo com a lei em vigor. 
 ■ O Colegiado reputou que o modelo de autorização de doações 
 em campanhas eleitorais por pessoa jurídica não se mostraria 
 adequado ao regime democrático em geral e à cidadania, em 
 particular. Ressaltou que o exercício de cidadania, em sentido 
 estrito, pressuporia três modalidades de atuação física: o “ jus 
 sufragius ”, que seria o direito de votar; o “ jus honorum ”, que seria o 
 direito de ser votado; e o direito de influir na formação da vontade 
 política por meio de instrumentos de democracia direta como o 
 plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de leis. Destacou que 
 essas modalidades seriam inerentes às pessoas naturais e, por 
 isso, o desarrazoado de sua extensão às pessoas jurídicas. A 
 participação de pessoas jurídicas apenas encareceria o processo 
 eleitoral sem oferecer, como contrapartida, a melhora e o 
 aperfeiçoamento do debate. O aumento dos custos de 
 campanhas não corresponderia ao aprimoramento do processo 
 político, com a pretendida veiculação de ideias e de projetos 
 pelos candidatos. 
 ➤ A excessiva participação do poder econômico no processo 
 político desequilibraria a competição eleitoral, a igualdade 
 política entre candidatos, de modo a repercutir na formação 
 do quadro representativo. Assim, em um ambiente cujo êxito 
 dependesse mais dos recursos despendidos em 
 campanhas do que das plataformas políticas, seria de se 
 presumir que considerável parcela da população ficasse 
 desestimulada a disputar os pleitos eleitorais. 
 ● Campanhas eleitorais digitais e milícias digitais: com a proibição da 
 contribuição de pessoas jurídicas às campanhas eleitorais, as campanhas 
 migraram intensamente para as redes sociais, como, por exemplo, nas 
 eleições presidenciais de 2018. 
 ○ Principais preocupações da Justiça Eleitoral: fake news ou campanhas 
 de desinformação, difamação e ódio, disseminadas por milícias virtuais, 
 também chamadas de terroristas virtuais (Edson Fachin). 
 ■ A Justiça Eleitoral deve enfrentar esses desvios, mas é preciso 
 reconhecer que sua atuação é limitada. As plataformas digitais, 
 todos parceiros do TSE, sob a liderança da Ministra Rosa Weber, 
 podem e devem se valer da própria tecnologia e de duas políticas 
 de uso para neutralizar a atuação de robôs e comportamentos 
 inusuais da rede. 
 ➤ O TSE julgou improcedente as ações que pediam a 
 cassação dos diplomas e a consequente inelegibilidade por 
 oito anos do presidente da República, Jair Bolsonaro, e do 
 vice, Hamilton Mourão, por suposto abuso de poder 
 econômico e uso indevido de meios de comunicação na 
 campanha eleitoral de 2018. Na mesma sessão, o Tribunal 
 fixou nova tese, segundo a qual disparos em massa 
 contendo desinformação e inverdades em prejuízo de 
 adversários e em benefício de candidato pode configurar 
 abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de 
 comunicação social, nos termos do artigo 22 da LC 641/1990 
 (Lei de Inelegibilidade), a depender da efetiva gravidade da 
 conduta, que será examinada conforme o caso concreto. 
 ● A diplomação acontece depois da eleição e antes da posse (reconhecimento 
 da vitória). 
 D) POSSE E MANDATO (art. 78 e 82): 
 ● O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do 
 Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir 
 a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, 
 sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. 
 ● O mandato do Presidente da República é de 4 anos, tendo início em 5 de 
 janeiro do ano seguinte ao da sua eleição, sendo atualmente, em decorrência 
 da EC n. 16/97, permitida a reeleição, para um único período subsequente, do 
 Presidente da República, dos Governadores de Estado e do Distrito Federal, 
 dos Prefeitos e de quem os houver sucedido ou substituído no curso dos 
 mandatos. 
 E) IMPEDIMENTO E VACÂNCIA (art. 79 ao 81): 
 ● O Presidente da República será sucedido pelo Vice-Presidente no caso de 
 vacância (definitivo), ou substituído, no caso de impedimento (temporário). 
 ○ Causas de afastamento definitivo: 
 ■ Cassação. 
 ■ Renúncia. 
 ■ Morte. 
 ○ Causas de afastamento temporário: 
 ■ Doença. 
 ■ Viagem. 
 ■ Férias. 
 ● Em caso de impedimento ou vacância de ambos os cargos, serão 
 temporariamente chamados ao exercício da presidência, na seguinte ordem: 
 ○ O Presidente da Câmara dos Deputados. 
 ○ O Presidente do Senado Federal. 
 ○ O Presidente do STF. 
 VACÂNCIA DE AMBOS OS CARGOS NOS 2 
 Far-se-á eleição 90 dias depois de 
 aberta a última vaga (eleiçãodireta, 
 PRIMEIROS ANOS DE MANDATO: pelo sufrágio universal e pelo voto direto 
 e secreto, com valor igual para todos). 
 VACÂNCIA DE AMBOS OS CARGOS NOS 2 
 ÚLTIMOS ANOS DE MANDATO: 
 A eleição será feita 30 dias depois da 
 última vaga, pelo Congresso Nacional, 
 na forma da lei (eleição indireta). 
 ● Nas duas situações os eleitos (novo Presidente e novo Vice-Presidente da 
 República) deverão apenas completar o período de seus antecessores. 
 F) MINISTROS DE ESTADO: 
 ● Os Ministros de Estado são escolhidos pelo Presidente da República, podendo 
 ser exonerados a qualquer tempo, não tendo qualquer estabilidade (art. 84, I). 
 ● Os requisitos para assumir o cargo de Ministro de Estado, são, de acordo com 
 o art. 87, caput: 
 ○ Ser brasileiro, nato ou naturalizado (exceto para o cargo de Ministro de 
 Estado da Defesa, que deverá ser preenchido por brasileiro nato, nos 
 termos do art. 12, § 3º, VII). 
 ○ Ter mais de 21 anos de idade. 
 ○ Estar no exercício dos seus direitos políticos. 
 G) CONSELHO DA REPÚBLICA E CONSELHO DE DEFESA NACIONAL (arts. 90 e 91, § 1º): 
 ● O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional são órgãos 
 superiores de consulta do Presidente da República e as suas manifestações 
 não possuem caráter vinculativo aos atos a serem tomados pelo Presidente 
 da República. 
 H) CRIMES COMUNS E CRIMES DE RESPONSABILIDADE: 
 Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da 
 Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo 
 Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos 
 crimes de responsabilidade. 
 § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: 
 I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo 
 Supremo Tribunal Federal; 
 II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado 
 Federal. 
 § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver 
 concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular 
 prosseguimento do processo. 
 § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o 
 Presidente da República não estará sujeito a prisão. 
 § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser 
 responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. 
 ● Crimes comuns: infrações penais comuns praticad as in officio ou propter 
 officium . 
 ○ Admitida a acusação por dois terços da Câmara dos Deputados, o 
 Presidente é submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal 
 Federal, ficando afastado do cargo pelo prazo de 180 dias. 
 ■ Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações 
 comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. 
 ➤ Imunidade penal temporária (art. 86, §4°): o Presidente da 
 República, durante a vigência de seu mandato, não pode 
 ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas 
 funções (o processo fica suspenso até o fim do mandato). 
 ● Crimes de responsabilidade (infrações político-administrativas): atos do 
 Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal, estando 
 definidos no art. 85 da Constituição Federal e em lei especial, os quais podem 
 ter como consequência o processo de impeachment (Lei n. 1.079/50). 
 ○ Admitida a acusação por dois terços da Câmara dos Deputados, o 
 Presidente é submetido a julgamento perante o Senado Federal, ficando 
 afastado do cargo pelo prazo de 180 dias. 
 ■ O procedimento no Senado Federal é trifásico (ADPF 378): 
 ➤ Juízo de acusação (maioria simples e voto aberto). 
 ➤ Juízo de pronúncia (maioria simples e voto aberto. 
 ➤ Julgamento (⅔ e voto aberto). 
 ○ No caso dos crimes de responsabilidade, a Constituição prevê duas 
 penas autônomas: 
 ■ Perda do cargo. 
 ■ Inabilitação para o exercício de função pública por oito anos. 
 STF - SÚMULA VINCULANTE 46 
 A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas 
 normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da 
 União. 
 3) PODER JUDICIÁRIO: 
 A) FUNÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO: 
 ● Função típica: jurisdicional (aplicação do direito ao caso concreto). 
 ● Funções atípicas: legislar e administrar. 
 B) ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO (art. 92): 
 ● Supremo Tribunal Federal. 
 ● Conselho Nacional de Justiça (tem a finalidade de controlar a atuação 
 administrativa e financeira do Poder Judiciário e o cumprimento dos deveres 
 funcionais dos juízes). 
 ● Superior Tribunal de Justiça. 
 ● Tribunal Superior do Trabalho. 
 ● Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais. 
 ● Tribunais e Juízes do Trabalho. 
 ● Tribunais e Juízes Eleitorais. 
 ● Tribunais e Juízes Militares. 
 ● Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
 C) JUSTIÇA COMUM E JUSTIÇA ESPECIAL: 
 ● Justiça comum: federal (União, autarquias e empresas federais) e estadual 
 (competência residual). 
 ● Justiça especial: trabalhista, eleitoral ou militar. 
 Controle de Constitucionalidade: 
 1) CONCEITO: 
 ● Mecanismos para assegurar a supremacia da Constituição. 
 2) HISTÓRICO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL: 
 A) 1824: 
 ● Não se estabeleceu nenhum sistema de controle de constitucionalidade, 
 consagrando o dogma da soberania do Parlamento. 
 B) 1891: 
 ● Surgimento do controle difuso no direito brasileiro, sob a influência do direito 
 norte-americano. 
 C) 1934: 
 ● Manteve o controle difuso. 
 ● Estabeleceu a representação interventiva (equivalente ao art. 36, III, CF/88) e a 
 cláusula de reserva de plenário (prevista no art. 97, CF/88). 
 ● Definiu a atuação do Senado Federal no controle difuso (estabelecida no art. 
 52, X, CF/88). 
 D) 1937: 
 ● Manteve o controle difuso. 
 ● Hipertrofia do Poder Executivo, enfraquecendo o controle judicial. 
 ● Permitiu ao Parlamento tornar sem efeito decisões proferidas pelo STF. 
 E) 1946: 
 ● Fim da hipertrofia do Executivo. 
 ● Manutenção do controle difuso. 
 ● EC n. 16/1965: prescreveu, pela primeira vez, o controle concentrado de 
 constitucionalidade, estabelecendo a legitimação ativa exclusiva do PGR para 
 a propositura da então denominada representação interventiva. 
 ● Fixou-se a possibilidade de controle concentrado estadual. 
 F) 1967: 
 ● Controle difuso mantido. 
 ● Controle concentrado com a legitimação exclusiva do PGR mantido. 
 ● Controle concentrado estadual: retirado. 
 G) EC n. 1/1969: 
 ● Controle difuso mantido. 
 ● Controle concentrado com a legitimação exclusiva do PGR mantido. 
 ● Controle concentrado estadual: restabelecido para fins de intervenção. 
 H) 1988: 
 ● Controle difuso mantido. 
 ● Ampliação dos legitimados para a propositura da ADI genérica no STF: rol do 
 art. 103. 
 ● Introdução da ADPF. 
 ● Fixação de controle das omissões normativas (ADO e MI). 
 ● Ampla previsão de controle em âmbito estadual. 
 I) EC n. 3/93: 
 ● Introdução da ADC – ação declaratória de constitucionalidade, fixando, 
 inicialmente, apenas 4 legitimados (Presidente da República, Mesa do SF, 
 Mesa da CD e PGR). 
 ● Deixou claro na Constituição a produção de efeitos vinculantes em razão do 
 julgamento da ADC. 
 J) EC n. 45/2004: 
 ● Igualou os legitimados da ADC aos da ADI, quais sejam, aqueles fixados no art. 
 103, CF/88. 
 ● Deixou claro a produção de efeitos vinculantes em razão do julgamento não 
 apenas da ADC, como, também, da ADI (art. 102, § 2º, CF/88). 
 3) CONTROLE PREVENTIVO: 
 ● Realizado antes de o projeto de lei virar lei, impedindo a inserção no sistema 
 normativo de normas que padeçam de vícios. 
 ● Pode ser exercido pelo: 
 ○ Legislativo: quando o projeto é apreciado pela CCJ. 
 ○ Executivo: quando o Presidente da República veta o projeto de lei. 
 ○ Judiciário: quando um parlamentar impetra um mandando de 
 segurança preventivo alegando violação ao devido processo legislativo.■ O controle preventivo, pela impetração de MS, só poderá ser 
 exercido por Parlamentar, que seria o único a demonstrar o direito 
 líquido e certo ao processo legislativo hígido. 
 4) CONTROLE REPRESSIVO: 
 ● O controle posterior é exercido pelo Poder Judiciário já sobre a lei geradora de 
 efeitos potenciais ou efetivos. 
 ○ Excepcionalmente, pode ser exercido pelo Legislativo, quando, por 
 exemplo, não aprova uma medida provisória por entendê-la 
 inconstitucional. 
 ■ Ainda, apesar de polêmico, o STF vem admitindo, em situações 
 muito particulares, que o Executivo, determine aos seus órgãos 
 subordinados que deixem de aplicar administrativamente leis ou 
 atos com força de lei que considerem inconstitucionais. 
 ➤ O risco de abuso poderá ser combatido pela decretação de 
 intervenção ou caracterização do crime de 
 responsabilidade. 
 5) CONTROLE DIFUSO: 
 ● O controle difuso de constitucionalidade pode ser realizado por qualquer juiz 
 ou tribunal do Poder Judiciário, de acordo com as regras de competência. 
 ● Ele ocorre diante de um caso concreto, em que há a declaração de 
 inconstitucionalidade de forma incidental de qualquer lei ou ato normativo do 
 poder público. 
 ● Sua eficácia, em regra, é inter partes , ou seja, aplicada apenas às partes do 
 processo em questão, não vinculando os demais órgãos do Judiciário e a 
 Administração. 
 ● Sua principal finalidade não é a defesa da ordem constitucional, mas a 
 proteção de direitos que estão tendo o seu exercício limitado pela norma em 
 questão. 
 6) CONTROLE CONCENTRADO: 
 ● O controle concentrado de constitucionalidade somente pode ser exercido 
 pelo Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição Federal. 
 ● Aqui não há um caso concreto sendo julgado, mas a lei em si, a qual tem a 
 sua constitucionalidade julgada pelo STF. 
 ○ Dessa forma, o objeto principal do julgamento é a própria 
 constitucionalidade. 
 ● Sua eficácia é erga omnes , ou seja, vinculada a todos, uma vez que, caso um 
 ato normativo seja considerado inconstitucional, ele deixará de ser aplicado 
 em todo o ordenamento jurídico. 
 ● O controle concentrado pode ser exercido por meio de cinco mecanismos: 
 ○ Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI): 
 ■ Instrumento utilizado para solicitar ao STF que alguma lei ou ato 
 normativo federal ou estadual seja declarado inconstitucional. 
 ➤ Legitimados para ajuizar uma ADI perante ao STF (art. 103): 
 ● Presidente da República. 
 ● Mesa do Senado Federal. 
 ● Mesa da Câmara dos Deputados. 
 ● Procurador-Geral da República. 
 ● Governador de Estado ou do DF. 
 ● Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara 
 Legislativa do DF. 
 ● Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. 
 ● Partido político com representação no Congresso 
 Nacional. 
 ● Confederação sindical ou entidade de classe de 
 âmbito nacional. 
 ○ Pertinência temática (art. 103, IV, V e IX): é 
 necessário que eles demonstrem o seu legítimo 
 interesse na declaração da 
 inconstitucionalidade da lei em questão. 
 ➤ Efeitos: 
 ● Efeitos ex tunc : em regra, a ADI terá efeitos retroativos, 
 ou seja a lei declarada inconstitucional será 
 declarada inválida desde o seu início, podendo haver 
 a modulação temporária dos seus efeitos (art. 27). 
 ● Efeito erga omnes : tem eficácia perante todos, e não 
 somente em relação às pessoas que são parte no 
 processo. 
 ● Efeito vinculante: a decisão vincula todos os demais 
 órgãos do Poder Judiciário, além de toda a 
 Administração Pública, exceto ao Poder Legislativo e 
 ao próprio STF. 
 ○ O efeito vinculante não se estende ao Poder 
 Legislativo para evitar a fossilização da 
 Constituição. 
 ○ Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC): 
 ■ Utilizada quando há uma controvérsia judicial entre juízes e 
 demais tribunais em relação à constitucionalidade da norma. 
 ➤ Desse modo, é solicitado ao STF, por meio de uma ADC, que 
 seja declarada, de maneira definitiva, a constitucionalidade 
 da norma, de modo que não haja mais nenhuma dúvida em 
 relação à sua adequação à Constituição. 
 ➤ Legitimados: os mesmos da ADI. 
 ➤ Apenas leis federais podem ser objetos de ADC perante o 
 STF, não cabendo, em nenhuma hipótese, o ajuizamento de 
 leis estaduais ou municipais via ADC. 
 ➤ As ações julgadas em face de ADI e ADC são irrecorríveis, 
 salvo a interposição de embargos declaratórios, não 
 cabendo, também, ação rescisória contra as decisões 
 proferidas. 
 ○ Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF): 
 ■ Preceitos fundamentais são os princípios e normas consideradas 
 essenciais ao ordenamento jurídico, sejam elas implícitas ou 
 explícitas na Constituição (ex: direito à vida, à saúde, ao meio 
 ambiente, os direitos e garantias individuais, entre outros). 
 ■ A ADPF é um mecanismo utilizado para suprir lacunas não 
 contempladas pelas ADI e ADC. 
 ➤ Ela é considerada como uma ação subsidiária, de caráter 
 residual, ou seja, utilizada apenas quando não for possível a 
 utilização de qualquer outro mecanismo de controle 
 concentrado. 
 ■ Legitimados: os mesmos da ADI. 
 ■ Pode ser utilizada para: 
 ➤ Analisar interpretações judiciais que violam os preceitos 
 fundamentais. 
 ➤ Questionar leis e atos normativos municipais em face da 
 Constituição. 
 ➤ Verificar a compatibilidade de normas pré-constitucionais, 
 ou seja, para analisar se as leis editadas antes da CF/88 são 
 compatíveis com a Constituição atual. 
 ➤ Analisar normas pós-constitucionais revogadas ou cujos 
 efeitos já estão exauridos. 
 ■ As decisões de ADPF são irrecorríveis, não cabendo, também, 
 ação rescisória. 
 ○ Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO): 
 ■ Utilizada quando há inércia do Poder Legislativo ou da 
 Administração em elaborar determinada norma para 
 regulamentar algum dispositivo constitucional. 
 ➤ Ela é muito similar ao mandado de injunção, porém, 
 enquanto este é utilizado apenas em determinado caso 
 concreto, a ADO é utilizada para o controle abstrato de 
 constitucionalidade. 
 ■ Legitimados: os mesmos da ADI. 
 ■ Só são permitidas impugnações de omissões de órgãos federais e 
 estaduais 
 ■ Caso seja julgada procedente, o STF não irá editar o ato 
 normativo, mas dará ciência ao poder competente para que o 
 faça, sendo que, caso a omissão esteja relacionada a órgão 
 administrativo, este deverá adotar as providências dentro de 30 
 dias a partir da ciência da decisão, caso outro prazo não seja 
 estipulado pelo STF. 
 ○ Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADI-I): 
 ■ Utilizada quando há violação dos direitos constitucionais sensíveis 
 (art. 34, VII) para propor a ação de intervenção federal ou 
 estadual. 
 ■ O Procurador-Geral da República, único legitimado para propor 
 essa ação, deverá ajuizar uma ADI-I, perante o STF, de modo que 
 este solicitará que o Presidente da República decrete a 
 Intervenção Federal no ente federativo violador. 
 ■ No âmbito estadual, o Procurador-Geral de Justiça pode entrar 
 com a ADI-I, perante o Tribunal de Justiça, o qual solicitará que o 
 Governador decrete Intervenção Estadual. 
 AÇÃO: FUNDAMENTO 
 CONSTITUCIONAL: 
 REGULAMENTAÇÃO: 
 ADI - Ação Direta de 
 Inconstitucionalidade 
 art. 102, I, a Lei nº 9.868/99 
 ADC - Ação Declaratória 
 de Constitucionalidade 
 art. 102, I, a Lei nº 9.868/99 
 ADPF - Arguição de 
 Descumprimento de 
 Preceito Federal 
 art. 102, §1º Lei nº 9.868/99 
 ADO - Ação Direta de 
 Inconstitucionalidade por 
 Omissão 
 art. 103, §2º Lei nº 12.063/2009 
 ADI-I - Ação Direta de 
 Inconstitucionalidade 
 Interventiva 
 art. 36, III, c/c art. 34, VII Lei nº12.562/2011

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