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Sistema consonontal do inglÊs

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Prévia do material em texto

FONÉTICA E
FONOLOGIA
DO INGLÊS
Ubiratã Kickhöfel Alves
Andressa Brawerman-Albini
Mariza Lacerda
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
Revisão técnica:
Monica Stefani
Bacharela em Letras – habilitação português/inglês
Mestra em Letras – Literaturas de língua inglesa/literatura australiana
Doutora em Letras – Literaturas de língua inglesa/estudos de tradução 
A474f Alves, Ubiratã Kickhöfel.
 Fonética e fonologia do inglês / Ubiratã Kickhöfel 
 Alves, Andressa Brawerman-Albini, Mariza Lacerda ; 
 [revisão técnica: Monica Stefani]. – Porto Alegre : SAGAH, 
 2017.
 164 p. : il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-162-4
 1. Fonética. 2. Fonologia. I. Língua inglesa. II. 
 Brawerman-Albini, Andressa. III. Lacerda, Mariza. IV. 
 Título. 
CDU 37
Iniciais_Fonética e fonologia do inglês.indd 2 10/09/2017 12:31:37
O sistema consonantal 
do inglês
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever as propriedades articulatórias das consoantes do inglês.
  Reconhecer formas variantes dos fonemas consonantais do inglês.
  Explicar as di� culdades enfrentadas pelos alunos brasileiros na aqui-
sição do sistema consonantal do inglês.
Introdução
Você sabia que, apesar de serem uns dos sons mais ressaltados na língua 
inglesa, as consoantes [] e [] não correspondem a prioridades no ensino 
de inglês? De fato, nem todos os dialetos do inglês a produzem. E quais 
outras possibilidades de diferenças dialetais você conhece no que diz 
respeito à produção das consoantes?
Neste capítulo, você iniciará estudando as consoantes do inglês e suas 
possibilidades de variação contextual (ou seja, em função da posição 
que ocupam na sílaba, na palavra e na frase). Em seguida, estudará as 
possibilidades de variação dialetal referentes às consoantes. Após essa 
descrição, você aprenderá mais sobre as dificuldades dos aprendizes 
brasileiros na aquisição do sistema consonantal, de modo a refletir sobre 
as prioridades de ensino a aprendizes brasileiros de inglês. 
Descrevendo as consoantes
Ao descrever as consoantes por meio de seu ponto de articulação, modo de 
articulação e vozeamento, você já aprendeu muitíssimo sobre a produção de 
cada um desses segmentos. Dada a importância dessa caracterização, a Figura 
1 apresenta o quadro consonantal do inglês. No caso de duas consoantes com 
dois segmentos na mesma célula, a primeira consoante é sempre surda, e a 
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 68 12/09/2017 08:54:49
segunda, sonora. No caso de células com apenas um segmento, com exceção 
de //, todos esses segmentos são sonoros. A organização dos segmentos em 
termos de modo de articulação também permitirá estudar as peculiaridades 
de cada modo, bem como as suas possibilidades de variação.
Figura 1. Quadro de consoantes do inglês.
Fonte: Eulenberg (2011). 
Stop
Fricative
A�ricate
Nasal
Lateral
Rhotic
Glide
Li
qu
id
So
no
ra
nt
O
bs
tr
ue
nt
Voiceless
Voiced
Voiceless
Voiced
Voiceless
Voiced
Voiced
Voiced
Voiced
Voiced


















()




()


MANNER VOICING
Bilabial Labiodental Interdental Alveolar Palatal Velar Glottal
PLACE
Caso necessite revisar os conceitos sobre ponto de 
articulação, modo de articulação e vozeamento, veja 
o vídeo produzido na University of British Columbia 
sobre a produção de consoantes do inglês: 
https://goo.gl/MBVvSL 
A descrição desses três parâmetros é necessária sobretudo para caracterizar 
a produção individual de cada som. Dentro de uma sílaba, de uma palavra ou 
de uma frase, as consoantes mostram grande variabilidade. Essa variabilidade 
também depende das características articulatórias dos elementos sonoros 
contíguos entre si. Muitas dessas características podem ser previstas com a 
ajuda do quadro acima.
69O sistema consonantal do inglês
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 69 12/09/2017 08:54:52
Plosivas
Ao longo deste curso, você já ouviu falar muito sobre as plosivas. Você sabe 
que elas são caracterizadas por diferentes etapas de articulação: é preciso 
movimentar os articuladores para que eles se aproximem e ocasionem a se-
gunda etapa, caracterizada pelo bloqueio total de ar. Após este bloqueio de 
ar, há a soltura, que se dá de modo forte, como uma explosão. As plosivas 
são caracterizadas, por muitos autores, como os elementos segmentais mais 
versáteis (YAVAS, 2011). Como você já sabe, faz-se necessária a aspiração 
das plosivas surdas em posição inicial de palavra e de sílaba tônica. Além 
Para saber um pouco mais sobre a não soltura (unrele-
ase), veja o vídeo do canal Fluent IQ, do YouTube, em: 
https://goo.gl/7WRsuD
disso, você também precisa saber que, na posição de fi nal de sílaba, há a pos-
sibilidade de as consoantes plosivas serem produzidas sem soltura audível de 
ar (“unreleased”), o que é representado com o símbolo [  ] após o segmento 
plosivo (p. ex.: [], []).
A não soltura é um fenômeno variável no inglês, podendo acontecer nos 
casos em que a consoante em final de sílaba é seguida por silêncio, ou, então, 
por outra consoante plosiva ou nasal. Tal consoante seguinte pode estar dentro 
de uma mesma sílaba (act [], apt []), em uma sílaba seguinte (captain 
[.]) ou, inclusive, em uma palavra seguinte (that day []). 
É justamente no caso das consoantes sem soltura audível que se faz neces-
sário prestar atenção na duração da vogal precedente para diferenciar pares 
mínimos como cap e cab. De fato, não é necessário (e tampouco natural) 
produzir essas consoantes finais com uma explosão exagerada, no intento 
de demonstrar a presença ou ausência de vozeamento; é preciso enfatizar 
O sistema consonantal do inglês70
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 70 12/09/2017 08:54:52
a duração da vogal, de modo que a duração vocálica da consoante antes do 
segmento sonoro seja maior. 
A duração da vogal também se mostra importante em casos em que tanto a plosiva 
/t/ da palavra writer quanto a consoante /d/ de rider são produzidas com tepe. Nesse 
caso, a duração do ditongo em rider também será maior.
Os contextos em que a plosiva pode ser produzida sem soltura audível 
possibilitam, também, a realização de uma outra variante: a plosiva glotal 
[]. Trata-se de uma plosiva surda, caracterizada como “o som (ou falta de 
som) que ocorre quando as pregas vocais estão juntas uma à outra, de modo 
a fechar a glote” (LADEFOGED; JOHNSON, 2011, p. 61).
Para ouvir exemplos de palavras encerradas por 
plosivas sem soltura audível, com plosivas glotais 
e até com ambas, visite a página do Professor Peter 
Ladefoged:
https://goo.gl/bNpvN9
A oclusiva glotal geralmente pode ser ocorrer como um alofone de /t/ e 
pode ser encontrada tanto em final de palavra (rat []) quanto em palavras 
como button ([.], em que o /t/ vem seguido de /n/, que acaba ocupando 
o núcleo silábico. 
71O sistema consonantal do inglês
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 71 12/09/2017 08:54:53
Se, por um lado, a produção de um /t/ seguido de /n/ pode resultar na realização da 
plosiva como uma oclusiva glotal [], um /n/ seguido de /t/ átono (sem aspiração), por 
sua vez, pode resultar em formas variáveis com o apagamento da plosiva. Dessa forma, 
em international, você pode ter a equivocada impressão de ter ouvido inner national. 
Fricativas e africadas
As fricativas interdentais [] (think) e [] (those) tendem a roubar a cena no 
contexto de ensino, ainda que a sua substituição não tenda a afetar a inteligi-
bilidade em língua estrangeira. No que diz respeito a essas duas consoantes, 
é importante que você saiba que, ao preceder as fricativas alveolares /s, z/, 
elas tendem a ser apagadas.
A palavra clothes pode ser produzida como []. A duração da vogal é, entretanto, 
um pouco mais curta do que a de close.
Com relação à posição inicial da sílaba, ainda mais importante é a pro-
dução de [] como fricativa surdae glotal. Não produza essa consoante com 
vozeamento. Além disso, a língua deve estar em posição de repouso.
O sistema consonantal do inglês72
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 72 12/09/2017 08:54:53
No que diz respeito a fricativas em coda, tais segmentos tendem a ser 
parcialmente dessonorizados em contextos antes de pausa (final de frase) ou 
antes de uma plosiva ou fricativa sonora (como em prove to). O vozeamento 
pleno da fricativa em final de palavra somente será verificado quando tal 
consoante for seguida de uma vogal (p. ex.: save a girl) ou outra consoante 
sonora (como em sounds nice). Novamente, em pares mínimos como safe 
([] final) e save ([] final) ou lace ([] final) e laze ([] final), assim como 
nas plosivas, a duração da vogal precedente é a pista acústica que contribui 
para a distinção. Não há a necessidade, portanto, de forçar um vozeamento 
exagerado para o segmento fricativo sonoro, uma vez que a vogal já serve 
como indicador do status de sonoridade. A questão da duração das vogais 
também é válida para as africadas: a vogal tende a ser mais longa antes de 
badge [] do que de batch []. 
Veja este vídeo sobre a pronúncia da fricativa [] no 
canal English Pronunciation Roadmap, do 
https://goo.gl/5aNHAz
Veja este vídeo do canal Rachael´s English, do You-
Tube, em que é explicado o desvozeamento das 
fricativas finais e a duração da vogal precedente:
https://goo.gl/tS8ugz
73O sistema consonantal do inglês
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 73 12/09/2017 08:54:54
Nasais
É na posição fi nal de sílaba, sobretudo, que as consoantes nasais do inglês se 
diferenciam das do português. Muitos aprendizes pronunciam a palavra him 
do inglês como se estivessem realizando a nasal da palavra “rim” do português 
brasileiro. Você consegue notas as diferenças das duas línguas, no que diz 
respeito à vogal e à nasal? Primeiramente, em português brasileiro, a vogal 
é muito mais nasalizada, pois ela sofre o efeito da nasalização da consoante 
seguinte. Em função disso, tampouco a consoante é plenamente articulada, 
uma vez que a vogal já carregou grande parte da nasalidade. Em inglês, ainda 
que haja uma certa nasalização da vogal, ela é muito menor do que em nossa 
língua, dado que a consoante é plenamente articulada. Em outras palavras, a 
consoante [], em fi nal de sílaba, é realmente realizada com uma articulação 
bilabial, de modo que você tenha que realmente realizar a obstrução total dos 
articuladores, ao contrário do que existe em inglês. 
Veja o vídeo da Professora Karina Fragozo no canal En-
glish in Brazil, do Youtube, para aprender a diferença 
entre o /m/ final no português brasileiro e no inglês:
https://goo.gl/zvAfv1
Além disso, brasileiros tendem a ditongar a vogal nasalizada. Uma pala-
vra como “tem”, em português, é produzida com um ditongo nasalizado. A 
nasalidade cai tanto sobre a vogal, que o ponto de articulação da consoante 
nasal é pouco identificável. Em inglês, ao pronunciar uma palavra como ten, 
é preciso, por sua vez, realizar a consoante final com a produção alveolar 
completa. Em outras palavras, em inglês, tanto o [m] quanto o [n] devem ser 
produzidos de forma igual em início e final de sílaba. 
O sistema consonantal do inglês74
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 74 12/09/2017 08:54:54
Em pares mínimos como them e then, saber articular plenamente a consoante final 
faz toda a diferença!
Ainda no que diz respeito às nasais, é preciso prestar atenção na distribuição 
da nasal velar. Lembre-se de que a articulação dessa consoante é semelhante 
à de uma plosiva velar ([] ou []), porém o ar deve ser liberado pelo nariz. 
Essa nasal, na língua inglesa, pode ocorrer seguida ou não de uma plosiva 
velar (p. ex.: sing [], sink []). Ainda que possamos encontrar tal con-
soante como um alofone em português, em palavras como “cinco” (em que a 
nasal é também seguida por uma plosiva velar na sílaba seguinte), aprender 
a pronunciá-la com articulação plena (sem demasiada nasalização da vogal) 
em palavras como sink é um desafio. Além disso, saber produzi-la com plena 
articulação em posição final de sílaba, sem uma consoante plosiva de apoio, 
é uma das grandes dificuldades do aprendiz brasileiro. 
Na sequência ortográfica <ng> em final de palavras, podemos encontrar 
uma produção variável, com ou sem a plosiva []. Nos dialetos em que tal 
sequência ortográfica é produzida como [] em vez de [], é preciso prestar 
atenção, também, nas palavras derivadas dessa palavra. Em tais dialetos, em 
singer, por exemplo, tampouco será produzida a plosiva [] (p. ex.: [.]), o 
que pode tornar a compreensão auditiva dessa palavra um pouco mais difícil. 
Agora preste atenção às palavras finger e longer. Você vai ver que, nessas 
duas palavras, a plosiva [] é pronunciada inclusive nos dialetos que não rea-
lizam tal consoante final em sing ou rang. Por que isso acontece? Em finger, a 
plosiva é produzida porque a sequência <ng> faz parte da raiz da palavra. Por 
sua vez, em longer temos um caso excepcional – ainda que, na variedade padrão 
do inglês, não se produza a vogal em sing, singer e no próprio adjetivo long, a 
plosiva deve ser sempre produzida em formas com o sufixo comparativo –er e 
o superlativo –est. Dessa forma, em stronger, strongest, longer e longest, por 
exemplo, a plosiva [] será sempre explodida. Esse é um excelente exemplo 
da interação da morfologia com a fonologia na língua inglesa.
75O sistema consonantal do inglês
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 75 12/09/2017 08:54:55
No caso em que –er não é um sufixo comparativo, a plosiva [] não é realizada nos 
dialetos que não a realizam em posição final na sequência <ng>. Por exemplo: hang 
– hanger ([] – [.]; sing – singer ([] – [.]). Dessa forma, o sufixo –er exige 
a produção da oclusiva quando corresponde à forma comparativa.
Aproximantes
Com relação às aproximantes, além da produção da líquida retrofl exa em rat e 
car (lembre-se de que, na variedade britânica, tal consoante não é produzida 
em fi nal de sílaba), é preciso chamar a atenção para a articulação do /l/ escuro 
(dark /l/), que ocorre em fi nal de sílaba. Sua tendência, como falante de por-
tuguês brasileiro, é de produzir tal consoante como um glide (como se você 
estivesse produzindo a palavra “fi o” em português). Com essa realização, não 
é produzida uma distinção entre few e feel. Atente para o fato de que, quando 
o fonema /l/ se encontra em posição de início de sílaba, a tendência é produzi-
-lo como um /l/ claro (alveolar), assim como o da palavra “lá” em português. 
A produção do /l/ claro também tende a acontecer quando tal consoante em 
fi nal de palavras for seguida, sem pausas, por uma vogal, como em doń t kill 
it. Por sua vez, o segmento /l/ mantém-se como velarizado (escuro) antes de 
consoantes, como em doń t kill dogs (LADEFOGED; JOHNSON, 2011, p. 69).
Ouça os exemplos do parágrafo anterior na página do 
professor Peter Ladefoged e pratique sua produção 
de /l/.
https://goo.gl/FXdfV8 
O sistema consonantal do inglês76
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 76 12/09/2017 08:54:55
Por sua vez, os glides não tendem a causar dificuldades ao aprendiz bra-
sileiro. Note que, na Figura 1, o glide /w/ se encontra em duas células (pontos 
de articulação bilabial e velar) por apresentar dois pontos de articulação: ele 
é labial e velar ao mesmo tempo.
Caso ainda haja dificuldades com a produção do sistema consonantal do inglês, 
treine com exercícios de três manuais de pronúncia de inglês específicos para o 
público brasileiro: Godoy, Gontow e Marcelino (2006), Silveira, Zimmer e Alves (2009) 
e Cristófaro-Silva (2012).
Variação das consoantes em função do dialeto
As consoantes apresentam muitíssima diversidade dialetal. Nesta seção, você 
se concentrará naqueles aspectos que já se mostram mais bem documentados 
na literatura ou que apresentam maior difi culdade, em termos de percepção, 
ao aprendizbrasileiro de inglês. 
Ao começar pelos segmentos plosivos, você já sabe sobre a possibilidade de 
realização da plosiva glotal em final de palavra ou em palavras como bitten, 
em que o /t/ é seguido pela nasal de mesmo ponto. Entretanto, no dialeto do 
Cockney English (região do East End de Londres), há, também, a realização 
da plosiva glotal entre vogais, como em butter [], kitty [], fatter [] 
ou até mesmo antes de uma vogal substituindo /h/, como em how [].
Para ouvir a produção da plosiva glotal nesses con-
textos, veja o vídeo do canal British English Pro, do 
YouTube:
https://goo.gl/Whkx8A
77O sistema consonantal do inglês
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 77 12/09/2017 08:54:56
Palavras como kitty e fatter tenderiam a ser produzidas por um falante 
norte-americano como um tepe. Você já sabe que o tepe corresponde a um 
alofone de /t/ ou /d/ quando essa consoante se encontra entre sílabas e não se 
encontra no início de uma sílaba tônica. É importante que você ainda saiba 
que o tepe pode ocorrer, também, em palavras como bottle [] e little [], 
em que a consoante lateral /l/ é produzida como núcleo de sílaba. Em dialetos 
que não produzem o tepe, este [t] pode, ainda, ser aspirado (YAVAS, 2011).
Os segmentos fricativos, por sua vez, já não apresentam tantas variações 
quanto as plosivas, com exceção das interdentais [] e [] e das palatoalveo-
lares. No que diz respeito às interdentais, é preciso deixar claro que alguns 
dialetos do inglês, tais como o da cidade de Nova York e do Sul da Irlanda, não 
produzem esses sons, sendo possível realizá-los como [] e [] dentalizados. 
Uma vez que [] e [] não são produzidos em alguns dialetos (e que, além disso, 
não implicam problemas para a inteligibilidade – cf. JENKINS, 2000), tais segmentos 
não correspondem a prioridades de ensino de pronúncia, apesar de serem bastante 
ressaltados em qualquer aula de inglês.
No que diz respeito às fricativas palatoalveolares, podemos encontrar 
diferenças no vozeamento em função do dialeto. Enquanto palavras como 
Asia, Persia e version são produzidas com a consoante sonora [] no inglês 
norte-americano, tais palavras podem ser produzidas com [] ou [] no inglês 
britânico. Por sua vez, as fricativas de issue e sensual são categoricamente 
produzidas como [] na variedade norte-americana, mas tanto como [] ou [] 
no inglês britânico (YAVAS, 2011). Por fim, ainda a respeito das fricativas, cabe 
mencionar a variação encontrada na palavra schedule: enquanto na variedade 
britânica ela é produzida como [], na variedade norte-americana, é 
produzida como []. Diferenças em certas palavras também são en-
contradas em relação às africadas: enquanto statue e virtue são produzidas 
invariavelmente como [] na variedade norte-americana, na britânica tais 
palavras podem ser pronunciadas com [] ou []. 
O sistema consonantal do inglês78
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 78 12/09/2017 08:54:56
O mesmo acontece com a contraparte sonora da africada, em palavras como individual 
e education, produzidas como [] no inglês norte-americano e como [] e [] no 
inglês britânico.
No que diz respeito às nasais, o segmento velar é sujeito a bastante variação. 
Lembre-se de que a sequência ortográfica <ng> final de sing e rung pode ser 
produzida como [] em alguns dialetos – tais como o da cidade de Nova 
York (PENNINGTON 1996 e o do Norte da Inglaterra (YAVAS, 2011). Além 
disso, na variedade norte-americana, // pode vir a ser produzida como [n] 
em posições átonas, sobretudo no presente contínuo, como em He is talking. 
No que diz respeito às líquidas, lembre-se da produção variável da consoante 
// em coda. Ainda que se tenda a generalizar a presença/ausência de /r/ em 
função das variedades norte-americana e britânica, há de se considerar que, 
no Leste dos Estados Unidos, há variedades que tampouco produzem essa 
consoante. Quanto à produção do fonema /l/, algumas variedades, tais como 
a de Wales, produzem o /l/ final como alveolar (clear /l/); outras variedades, 
por sua vez, podem produzir o /l/ final como uma semivogal. 
Por fim, no que diz respeito ao glide, ao passo que tune, nude e news são 
produzidas como [], [] e [] na variedade norte-americana, há a 
produção de um ditongo ([]) na variedade britânica. Isso acontece porque, 
na variedade norte-americana, [] não pode seguir uma obstruinte alveolar. 
Entretanto, após segmentos bilabiais (music, pure), velares (cure, cute) ou 
soantes (tenure, failure), há a produção de um ditongo em ambos os dialetos.
Dificuldades do aprendiz brasileiro
Muitas das difi culdades com consoantes resultam em problemas de inteligi-
bilidade. Com relação ao aprendizado das consoantes do inglês, exemplos de 
prioridades de ensino são listados a seguir:
  Aspiração das plosivas: /p/, /t/, /k/ em posição inicial de palavra e sí-
laba tônica precisam ser aspiradas. Do contrário, podem-se confundir 
produções como pit e bit; 
79O sistema consonantal do inglês
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 79 12/09/2017 08:54:56
  Diferenciação da duração vocálica de diferenças funcionais entre pares 
mínimos terminados por consoantes surdas e sonoras (lit – lid e hiss – 
his): é importante que o aluno tenha clara essa distinção – não somente 
para tornar sua fala mais inteligível, mas também para melhorar sua 
compreensão oral.
  Articulação plena das nasais finais: além de denotar grande sotaque 
estrangeiro, a não articulação plena da consoante pode ter consequências 
para a inteligibilidade. 
Além dessas dificuldades, ressaltam-se aqui substituições consonantais 
realizadas pelo aprendiz de inglês. Muitas dessas substituições são simples-
mente resultado da transferência dos padrões grafo–fônico–fonológicos do 
português ao inglês (ZIMMER; SILVEIRA; ALVES, 2009).
A pronúncia da consoante retroflexa [] é um bom exemplo disso. Os 
aprendizes tendem a produzir rat e real, por exemplo, com a mesma pronúncia 
com que produzem a letra <r> das palavras “rato” e “real” do português. Por 
sua vez, a fricativa [] de hat também é produzida com essa mesma consoante. 
Dessa forma, o aprendiz brasileiro tende a produzir, de maneira homófona, 
pares mínimos como rat – hat e hose – rose. 
Atente para o fato de que nem rat, tampouco hat, são produzidas com a consoante 
inicial da palavra “rato”. Na palavra rat do inglês, é preciso realizar um segmento líquido 
retroflexo. Em hat, a consoante é uma fricativa glotal surda que você produz como se 
estivesse sem fôlego. Trata-se de sons diferentes entre si, sendo ambos diferentes do 
que você encontra no início de sílaba do português.
Uma grande confusão diz respeito aos fonemas /t/, //, /t/, ou suas con-
trapartes sonoras //, //, //. Uma das primeiras dificuldades é quanto à 
distinção entre [] e [], ou [] e [], nos dialetos de português brasileiro que 
palatalizam a oclusiva alveolar inicial. Entretanto, mesmo nos dialetos em 
que não haja tal efeito da L1, ainda há dificuldade em função dos padrões 
grafo–fônico–fonológicos da língua materna. Em função da grafia de <ch> 
em português e em inglês, no que diz respeito à consoante surda, a africada 
O sistema consonantal do inglês80
U2_C05_Fonética e fonologia do inglês.indd 80 12/09/2017 08:54:57
// tende a ser produzida como [], de modo que muitos aprendizes podem 
vir a não fazer a distinção entre chair [] e share []. 
Os correlatos ortográficos de [] são <sh> (share), <c>, (ocean), <s> (sure), <t> (station) 
e <ss> (mission). Dessa forma, <ch>, em inglês, não é um correlato ortográfico de [].
Os correlatos ortográficos de [] são <ch> (chair), <t> (nature), <c> (cello) e <tch> 
(watch). 
Já no que diz respeito às consoantes sonoras, a situação se mostra ainda 
mais complexa, uma vez que o grafema <g>, quando seguido do grafema <e>, 
serve como como correlato ortográfico tanto de [] (massage) quanto de [] 
(message). Dessa forma, produçõesequivocadas de massage com [] final 
não são incomuns entre os aprendizes brasileiros.
  Os grafemas <z> (azure) e <s> (pleasure) podem ser correlatos de [], mas não de [].
  Os grafemas <j> (Jack), <dj> (adjective), <gg> (suggest), <dge> (edge) podem ser 
correlatos de [], mas não de []. 
  Por sua vez, o grafema <g> pode representar tanto [] (garage) quanto [] (massage). 
Ainda com relação aos efeitos da transferência grafo–fônico–fonológica 
do português ao inglês, podemos mencionar a produção de palavras como 
think e that como [t]ink e [t]at, demonstrando, dessa forma, influência da 
ortografia. Essas produções ocorrem nas primeiras etapas de aquisição do 
aluno brasileiro. Após algum tempo, palavras como think e thought, que 
apresentam a consoante surda inicial, passam a ser produzidas como [f] ou [s], 
e palavras como them e that, que apresentam a fricativa sonora, passam a ser 
produzidas com [d]. Note que, ainda que não produza os sons da língua-alvo, o 
aprendiz acaba preservando o vozeamento da consoante estrangeira, uma vez 
que substitui [] por consoantes surdas e [] por sonoras. Essas substituições, 
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dessa forma, servem como um bom preditor para que professores saibam se 
o <th> está representando a consoante surda ou a sonora. Pense em como os 
alunos de inglês produzem: a produção do aprendiz, ainda que não venha a ser 
a fricativa interdental, terá a sonoridade da consoante-alvo. É preciso deixar 
claro, além disso, que substituições desse tipo são realizadas pelos próprios 
falantes nativos de inglês, conforme já afirmado.
Cabe, ainda, mencionar novamente a dificuldade de realização de /l/ final. 
Ao produzir o /l/ final como [], o aprendiz poderá levar à confusão de pares 
mínimos. Entretanto, ainda são necessários estudos que demonstrem se tal 
alteração exerce efeitos sobre inteligibilidade. É importante levar em conta 
que tais substituições são realizadas, inclusive, por algumas variedades da 
língua inglesa.
Em suma, ao trabalhar a produção de consoantes, o professor deve ter em 
mente a necessidade de explorar, prioritariamente, aqueles aspectos que podem 
ter efeitos na compreensão da fala do aluno por parte de ouvintes que não 
compartilham a sua língua materna. Trabalhar a percepção dos sons, explorar 
a variação linguística e as possibilidades de previsibilidade fornecidas pelas 
correspondências entre letra e som podem representar estratégias importantes 
para desenvolver o sistema fonológico do inglês entre brasileiros.
Para exemplos de atividades de sala de aula com consoantes, veja Kelly (2000).
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1. Em qual destas palavras deve ser 
produzida uma nasal velar? 
a) bench
b) drunk
c) pants
d) camp
e) lend 
2. Em qual das alternativas o segundo 
membro dos pares mínimos 
apresentados tem uma vogal mais 
longa do que a do primeiro? 
a) phase – face
b) lag – lack
c) leaf – leave
d) his – hiss
e) badge – batch 
3. Assinale a alternativa em que 
pode ser produzido um /l/ claro:
a) I cań t fall behind.
b) All I want is you.
c) Why doń t you answer my call?
d) Yoú re a fool to everyone.
e) Is that all?
4. Assinale a alternativa cujas palavras 
sejam produzidas com o ditongo 
[] tanto na variedade norte-
americana quanto na britânica:
a) pure, nude
b) cute, lute
c) news, music
d) pure, cute
e) lute, news
5. Assinale a alternativa que apresenta 
correlatos ortográficos de []:
a) <sh>, <tch>, <ch>
b) <sh>, <t>, <ch>
c) <ss>, <tch>, <c>
d) <c>, <tch>, <sh>
e) <t>, <tch>, <ch>
BRITISH ENGLISH PRO. What is a glottal stop? Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=_4MJUi03GHM>. Acesso em: 22 ago. 2017.
CRISTÓFARO-SILVA, T. Pronúncia do inglês: para falantes do português brasileiro. São 
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ENGLISH IN BRAZIL – by Karina Fragozo. Pronúncia do inglês: /m/ final. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=YDiChZWYqfc>. Acesso em: 22 ago. 2017. 
ENGLISH PRONUNCIATION ROADMAP. How to Pronounce H. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=kv6EAPVGCNU>. Acesso em: 22 ago. 2017.
EULENBERG, J. Descriptive Phonetics. 2011. Disponível em: <https://msu.edu/course/
asc/232/index.html#Special>. Acesso em: 26 ago. 2017.
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FLUENT IQ. Real English # 24: Voiceless stops – end of words. Disponível em: <https://
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GODOY, S. M. B.; GONTOW, C.; MARCELINO, M. English Pronunciation for Brazilians: the 
Sounds of American English. São Paulo: Disal, 2006.
JENKINGS, J. The Phonology of English as an International Language. Oxford: Oxford 
University Press, 2000. 
KELLY, G. How to Teach Pronunciation. Essex: Pearson Longman, 2000. 
LADEFOGED, P.; JOHNSON, K. A Course in Phonetics. 6. ed. Boston: Wadsworth – Cen-
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phonetics.ucla.edu/course/contents.html>. Acesso em: 15 ago. 2017.
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YAVAS, M. Applied English Phonology. 2. ed. West Sussex: Wiley-Blackwell, 2011.
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ging Theory and Practice Together. Newcastle upon Tyne: Cambridge Scholars 
Publishing, 2009.
Leituras recomendadas
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a Course Book and Reference Guide. Cambridge: Cambridge University Press, 2010. 
KREIDLER, C. The Pronunciation of English: a Course Book. 2. ed. Oxford: Blackwell 
Publishing, 2004.
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