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O QUE SÃO ROCHAS SEDIMENTARES E COMO SE FORMAM As rochas sedimentares são encontradas em centenas de lugares. Sua formação é constituída por partículas de outras rochas e matéria orgânica, isso ocorre através da consolidação de fragmentos (sedimentos) que são compactados ao longo do tempo. Vale ressaltar que essas rochas são bem menos duras que as demais e de formação geológica mais recente, porém quando se tem uma rocha sedimentar em determinado local sabemos que seu relevo é antigo. Rochas sedimentares são rochas feitas de sedimentos litificados, ou seja, são grãos de rochas, minerais ou mineraloides depositados na superfície da terra. Para que o sedimento se torne rocha sedimentar, ele geralmente é enterrado, compactado e cimentado. As rochas sedimentares clásticas são o resultado do intemperismo e da erosão das rochas geradoras, que as transformam em pedaços – clastos – de rochas e minerais, esses clastos são livres para se afastar de sua rocha de origem. Eles são mais frequentemente transportados por água e depositados como camadas de sedimentos. Como se trata de uma ocorrência ininterrupta, vão se formando sobre os solos novas e novas camadas de rochas sedimentares sobrepostas entre si. Por esse motivo, nas áreas onde se concentram essas formações rochosas (chamadas por bacias sedimentares), é notável a organização de suas camadas, também chamadas de extratos. Quase sempre essas rochas formam-se no fundo dos oceanos, onde a pressão é maior. Elas apenas são encontradas em áreas continentais em função do movimento das placas tectônicas. Outra origem notável é a de ordem química, quando minerais salinos originados pelo intemperismo químico misturam-se nas águas e, posteriormente, precipitam-se, formando rochas como a calcita, a dolomita e outras. Não podemos deixar de ressaltar também os processos orgânicos na formação das rochas, quando restos de animais acumulam-se em ambientes de grande pressão, fazendo com que esses restos solidifiquem-se tal qual acontece com os sedimentos. Assim, surgem rochas como o calcário. Tipos de Rochas Sedimentares • Rochas Sedimentares Clásticas – formadas por detritos de rochas e minerais transportados; • Rochas Sedimentares Químicas – formadas por íons em solução precipitados; • Rochas Sedimentares Orgânicas: formadas por acúmulo de matéria orgânica e restos vegetais formando argilas orgânicas e carvão; • Rochas Sedimentares biogênicas, biológicas ou bioquímicas – formadas por ação de organismos aquáticos ou acúmulo de seus esqueleto; Exemplos de rochas sedimentares: Areia, Arenito, Argila, Sal – gema, calcário, gesso, carvão mineral. AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO É um lugar geográfico caracterizado por uma combinação particular de processos geológicos e condições ambientais. Os ambientes de sedimentação são frequentemente agrupados por sua localização, seja nos continentes, em regiões costeiras, ou ainda nos oceanos. As condições ambientais incluem: O tipo e a quantidade de água dos oceanos, rios, lagos e terra árida; O relevo (montanhas, planícies costeiras, oceano raso e profundo; A atividade biológica. Ambientes continentais: Ambientes que são estruturados no entorno dos rios, desertos, lagos e geleiras e são formados conforme o clima da região e a precipitação de chuva na superfície. Ambiente aluvial: ambiente que inclui canal fluvial, as margens do canal e o fundo plano do vale que é inundado quando o rio transborda. Ambiente desértico e árido: os sedimentos em regiões desérticas se formam pela combinação da ação do vento com o trabalho dos rios que não são perenes (intermitentes). Ambiente lacustre: a sedimentação química de matéria orgânica ou de carbonatos nesse ambiente pode ocorrer em lagos de água doce. Os lagos salinos evaporam e forma um precipitado de minerais evaporíticos, como a halita. Ambiente glacial é dominado pela dinâmica das geleiras em movimento. Nas bordas de derretimento de uma geleira, as correntes da água do degelo formam um ambiente aluvial transacional. Ambientes costeiros: A dinâmica das ondas, das marés e correntes marítimas dominam a dinâmica dos ambientes costeiros. Os organismos presentes neste ambiente não influenciam na sedimentação clástica. Ambiente deltaico: onde os rios desembocam em lagos ou mar. Ambiente de planície de maré: extensas áreas expostas na maré baixa são dominadas por correntes de maré. Ambientes praiais: onde as ondas fortes distribuem os sedimentos na praia, depositando faixas de areia ou cascalho. Ambientes marinhos: são subdivididos de acordo com a profundidade de água, que determina os tipos de correntes encontrados nos locais oceânicos e podem ser classificados com base na distância até margem continental. Ambientes de plataforma continental estão localizados em águas rasas distantes das praias continentais. Recifes orgânicos são compostos por estruturas carbonáticas formadas de material secretado por organismos, construídas sobre plataformas de ilhas vulcânicas oceânicas Ambientes de margem continental: são encontrados em águas profundas das margens continentais, onde o sedimento é depositado por correntes de turbidez. Ambientes marinhos profundos são caracterizados por assoalhos do oceano profundo, distante dos continentes. ESTRUTURAS SEDIMENTARES É determinada como acamamento/estratificação (superfícies formadas durante deposição de algum material), pode conter espessuras variáveis, em sua grande parte é horizontal. Estratificação cruzada Quando o sedimento é depositado pelo vento ou água, se formam quando os grãos são depositados sobre planos já inclinados no sentido da corrente das dunas de areia sobre o solo ou das barras arenosas em rios e sob o mar. Estratificação gradacional É comum em sedimentos do talude continental e marinho profundo depositado por correntes de turbidez, cada camada progride desde grãos grossos na base até finos no topo, sua espessura varia de centímetros a metros. A gradação indica uma diminuição da corrente que depositou os grãos. As acumulações de muitas camadas podem alcançar espessura de centenas de metros, e quando um pacote de camadas é formado, como resultado da deposição de uma corrente, é chamada de turbidito. Marcas onduladas/ondulações São dunas de areia ou silte muito pequenas com dimensão mais longa em ângulo reto quando estão entre a corrente. Formam cristais ou corrugações, pequenas e estreitas, separadas por calhas mais largas. São comuns em areias modernas como em arenitos antigos. As ondulações podem ser vistas nas superfícies expostas ao vento em barras arenosas subaquáticas de correntes rasas. Estruturas de bioturbação São tubos aproximadamente cilíndricos encontrados em rochas sedimentares, que se estendem por muitas camadas. Possui estruturas remanescentes de furos e túneis escavados por organismos marinhos da antiguidade que viviam no fundo do mar, tais organismos trabalham os sedimentos existentes escavando através das lamas e areias (processo chamado de bioturbação). Os organismos ingerem os sedimentos em busca de pequenas quantidades de material orgânico e deixam para trás sedimentos que preenchem os furos. Ciclos sedimentares ou sequência de camadas As estruturas são por camadas intercaladas e verticalmente empilhadas de vários tipos de rochas sedimentares. Os ciclos das camadas fornecem aos geólogos ideias sobre histórias de eventos ocorridos antigamente na superfície terrestre e ajudam a reconstruir como ocorreu toda a sequência de deposição dos sedimentos, ex: ciclo de camadas formadas por rios que depositam sedimentos quando o canal migra lateralmente no fundo do vale. Outras características podem ser utilizadas para reconhecer a deposição em litorais e mares profundos. SOTERRAMENTO E DIAGÊNESE: DO SEDIMENTO À ROCHA As partículaselásticas produzidas pelo intemperismo e pela erosão do solo geralmente terminam como sedimentos marinhos depositados em várias partes dos oceanos, levados até eles por rios, ventos e geleiras. (GROTZINGER, et al, 2006, p.206) As rochas sedimentares são formadas a partir de fragmentos de outras rochas depositados no chão - dos oceanos, lagos e pântanos - que ficam aprisionados até que uma corrente oceânica os carregue para um local diferente do assoalho marinho. Nas regiões profundas dos oceanos - por conta da corrente não ser muito forte - acaba que estes sedimentos se acumulam e são preservados por um longo período de tempo. A formação das rochas sedimentares, como já foi dito, ocorre pela junção de inúmeros fragmentos, mas essa união se manifesta em duas etapas, sendo elas: - Sedimentogênese: ocorre pela sucessão dos processos de meteorização, erosão, transporte e sedimentação. Sequência da sedimentogênese - Diagênese: é uma série de processos físico-químicos responsáveis por dar coesão aos sedimentos, ou seja, é um conjunto de ações sofridas pelos sedimentos desde a sua deposição até sua formação em uma rocha. Ela se manifesta a partir dos processos de compactação (processo físico) e cimentação (processo químico). a) Compactação: ocorre quando as camadas de sedimentos vão sendo depositadas/soterradas umas sobre as outras ao longo dos anos, criando assim um decréscimo no volume, na porosidade dos sedimentos e na perda de água. Com a influência do peso, da pressão (que aumenta 1 atm a cada 4,4 m; sendo o fator mais importante) e da temperatura (aumenta 30°C a cada quilômetro de profundidade), que são exercidos durante o processo, ocorre a compactação das partículas de rochas dispersas. b) Cimentação: os minerais são precipitados nos poros dos sedimentos, formando assim o cimento que liga os mesmos para formar as rochas. A cimentação diminui a porosidade e resulta na litificação (endurecimento dos sedimentos moles em rocha) tendo como resultado final a formação das rochas sedimentares. Além disso, o processo reduz a porosidade e pode formar carbonatos, arenitos, lamitos e conglomerados. CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES E DOS SEDIMENTOS QUÍMICOS E BIOQUÍMICOS Os sedimentos químicos e bioquímicos informam-nos sobre as condições químicas do oceano, o ambiente onde esse tipo de sedimentação é predominante. Os ambientes de sedimentação carbonáticos, de longe os mais abundantes entre os ambientes químicos e bioquímicos, ocorrem em regiões marinhas onde o carbonato de cálcio é o principal sedimento. Os sedimentos carbonáticos são divididos em químicos e bioquímicos para enfatizar a importância dos organismos como os principais mediadores desse tipo de sedimentação. As conchas dos organismos, precipitadas bioquimicamente, representam uma grande parte do sedimento carbonático do mundo e o carbonato é de longe o mais abundante sedimento não-clástico. Os sedimentos químicos são precipitados apenas por processos inorgânicos e são menos abundantes. Os estágios e fenômenos geológicos que levam a formar as rochas sedimentares são: 1) Intemperismo: o intemperismo físico desagrega as rochas, e o intemperismo químico transforma minerais em soluções e precipitados; 2) Erosão: a erosão mobiliza as partículas produzidas pelo intemperismo; 3) Transporte: a ação do vento e da água (o deslocamento das geleiras também) facilitam o transporte das partículas; 4) Deposição: à medida que a velocidade do vento diminui ou as correntes de água desaceleram-se, as partículas depositam-se, formando camadas sedimentares; 5) Diagênese: processo físico-químico no qual pressão, calor e reações químicas diversas unem-se solidificando (litificação) os sedimentos e formando as rochas sedimentares. SEDIMENTOS BIOQUÍMICOS Os sedimentos bioquímicos constituem-se de minerais não-dissolvidos de restos de organismos, e minerais precipitados pelos processos biológicos. Em ambientes marinhos, consistem em conchas inteiras ou quebradas, depositadas como sedimentos bioclásticos. As rochas sedimentares são formadas através da deposição e acumulação desses sedimentos, e sua subsequente consolidação (diagênese). A diagênese é o conjunto de transformações e processos químicos, físicos e biológicos que o depósito sedimentar sofre após sua deposição, e podem conduzir o depósito sedimentar inconsolidado à rocha. Litificação é o processo de tornar-se rocha. SEDIMENTOS QUÍMICOS Ocorrem quando os produtos dissolvidos pelo intemperismo são íons em solução (nas águas dos rios, lagos, solos e oceanos). Estas substâncias são precipitadas em reações químicas. Geralmente encontram-se próximos de rios e oceanos. São cerca de 10 vezes menos abundantes que os primeiros. São ricos em carbonatos, fosfatos e sulfatos. As rochas sedimentares químicas são originadas a partir da precipitação de solutos, devido à diminuição da solubilidade da água ou mesmo por evaporação. Os sedimentos químicos formados pela diminuição da solubilidade são mais comumente os carbonatos, que se precipitam devido ao aumento da temperatura da água do mar com a profundidade permitindo que a água dissolva materiais. BACIAS SEDIMENTARES E TECTÔNICAS DE PLACAS As Bacias Sedimentares são formações rochosas oriundas de deposição de sedimentos em ambientes de depressão relativa ou absoluta. Com o passar do tempo, as rochas vão sofrendo ações do intemperismo e com isso são fragmentadas. A partir daí, esses fragmentos são transportados para as áreas mais baixas e vão sendo depositados de maneira sobreposta. Tudo começa com o desgaste do material (pedaços de solo, rochas) que se transformam em sedimentos, estes materiais são transportados para as regiões mais baixas (depressões) por ação dos ventos, das águas dos rios, mar ou das chuvas e até mesmo do gelo nos locais mais frios, em um processo progressivo, longo e contínuo. O encadeamento desses sedimentos, embora longo, não tem um tempo delimitado ou específico, pois depende da capacidade de resistência das rochas e da força dos agentes erosivos. Tectônicas de Placas A teoria da tectônica de placas surgiu da ideia de que a camada mais superficial da Terra está fragmentada numa dúzia ou mais de grandes e pequenas placas que se movem relativamente umas às outras, sobre um material viscoso e extremamente quente. Segundo a teoria, o mundo seria dividido em 12 grandes placas que se movem em cima do manto terrestre. Hoje, por meio de observação e pesquisa, entendemos que a grande atividade geológica está nos limites de placas, nelas podemos encontrar vulcões, cadeia de montanhas, terremotos, riftes entre outros e isso ocorre por causa do tipo de movimento que acontece nas fronteiras das placas. A movimentação das placas tectônicas, além das alterações nas formas de relevo continentais e oceânicas, também produz outros fenômenos geológicos, como a ocorrência de terremotos e a manifestação dos vulcões. Não por acaso, os principais registros dessas ocorrências são vistos em áreas limítrofes entre uma placa e outra, cujo exemplo mais notório é o Círculo de Fogo do Pacífico, uma área que se estende do oeste da América do Sul ao leste da Ásia e algumas partes da Oceania. Nessa área, os terremotos – e, consequentemente, os tsunamis – são frequentes e intensos. Os Riftes O termo rift (ou rifte numa adaptação da palavra para português) corresponde as regiões de grandes fraturas tectônicas existentes na crosta terrestre, onde ocorre um afastamento das placas em torno de uma referida fratura. Esse afastamento de placas leva ao abatimento da crosta e à formação de vales escarpados conhecidos como zonas de graben, fossa tectônica ou vale tectônico. Entre as zonas de graben ficam elevações com toposnormalmente planos, designados por ‘zonas de horst’. Estas formações que constituem os rifte podem apresentar maior ou menor grau de complexidade e atingir comprimentos de vários milhares de quilômetros. Através dasfraturas, e devido ao afastamento das placas ascende geralmente material magmático que gera nova camada para compensar o afastamento. Por esse motivo, as regiões em torno do riftes são muito propensas a intensa atividade tectônica com ocorrência de terremotos e fenômenos vulcânicos. REFERÊNCIAS Link: PENA, Rodolfo F. Alves. "Rochas sedimentares"; Mundo Educação. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/rochas-sedimentares.htm. Acesso em 23 de julho de 2022. Link: https://www.mapgeoufpe.com.br/post/bacias-sedimentares Link: https://cristaljr.com/cratons-e-bacias-sedimentares-o-que-sao/ Link: https://www.stoodi.com.br/blog/geografia/bacias-sedimentares/ Link: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/placas-tectonicas.htm Link: https://knoow.net/ciencterravida/geografia/rift/ Link: https://didatico.igc.usp.br/rochas/sedimentares/ Link: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/rochas-sedimentares.htm Link: https://aulazen.com/geologia/rochas-sedimentares-o-que-sao-sedimentacao-fo rmacao-tipos/ Link: Sedimentares - Materiais Didáticos (usp.br) Link: file://C:\Documents and Settings\Filipe Falcetta\Meus documento (unicamp.br) Livro: Para entender a Terra, cap 8 Autores: Thomas H. Jordan, John P. Grotzinger Ano de publicação: 4° edição, 2006. Alunos: ARIADNE SANTOS CARLOS EDUARDO MOREIRA CATHERINE KIBUKA JENNIFFER SILVA PABLO OLIVEIRA https://www.mapgeoufpe.com.br/post/bacias-sedimentares https://brasilescola.uol.com.br/geografia/rochas-sedimentares.htm https://didatico.igc.usp.br/rochas/sedimentares/ https://knoow.net/ciencterravida/geografia/rift/ https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/placas-tectonicas.htm https://www.stoodi.com.br/blog/geografia/bacias-sedimentares/ https://cristaljr.com/cratons-e-bacias-sedimentares-o-que-sao/
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