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1 GEOLOGIA SEDIMENTAR E ESTRATIGRAFIA I – INTRODUÇÃO 1. RELAÇÃO ENTRE A SEDIMENTOLOGIA E A ESTRATIGRAFIA DEFINIÇÕES: SEDIMENTOLOGIA – É o estudo dos processos de formação, transporte e deposição do material que se acumula como sedimento em ambientes continentais e marinhos e eventualmente formam as rochas sedimentares. ESTRATIGRAFIA – É o estudo das rochas e determinação da sua ordenação no tempo dos eventos da História de Terra. As duas disciplinas podem ser consideradas como formando uma contínua escala de observações e interpretações. O estudo dos processos sedimentares e seus produtos, permite-nos interpretar a dinâmica dos ambientes deposicionais. O registo destes processos em rochas sedimentares permite-nos interpretar as rochas em termos de ambientes. Para estabelecer mudanças laterais e temporais nestes ambientes passados (paleoambientes) é necessário um quadro cronológico. Esta cronologia fornece- nos diferentes aspectos de estratigrafia e permite-nos interpretar as rochas sedimentares em termos da dinâmica incluindo ambientes. Os registos tectónicos e de processos climáticos através do tempo geológico são impressos nestas rochas nas quais também se evidencia a evolução da vida na terra. A Sedimentologia e a Estratigrafia são duas principais subdisciplinas da Geologia que antes eram tratadas separadamente, mas agora são cada vez mais tratadas duma forma combinada no ensino, investigação académica e aplicação económica. Elas podem ser consideradas conjuntamente como uma sequência de processos e produtos tanto no espaço como no tempo. A sedimentologia pode ser relacionada a prior com a formação das rochas sedimentares, mas logo que estas camadas de rochas forem vistas em termos de suas relações espaciais e temporais, o estudo transforma-se em estratigráfico. Se um estratígrafo pretende interpretar camadas de rochas em termos de ambientes do passado, a investigação torna-se sedimentológica. Daí, é lógico considerar Sedimentologia e Estratigrafia conjuntamente. 2 – IMPORTÂNCIA E APLICAÇÃO A estratigrafia é conhecida nas ciências da terra como resultado de novos ideais que vêm sendo desenvolvidos nos últimos anos particularmente no conceito de Estratigrafia de Sequências (Sequence Stratigraphy). A nomenclatura das unidades 2 estratigráficas em diferentes áreas e as unidades biostratigráficas é ultimamente considerada em termos de mudanças de ambiente durante o desenvolvimento da bacia sedimentar. A Sedimentologia e a Estratigrafia são reconhecidas como a chave da compreensão de quase todos os processos terrestres uma vez que a análise estratigráfica fornece informação sobre os eventos da história da Terra (vide Diagrama 1) Diagrama 1 – Relação Sedimentologia / Estratigrafia, como chave da compreenção dos processos terrestres na História da Terra A geofísica pode fornecer a base física para o comportamento da litosfera, mas o registo estratigráfico fornece evidências da maneira como a litosfera se comportou ao longo do tempo. O conceito da interpretação das rochas em termos de processos modernos que envolve a sedimentologia moderna, começou no século XVII, XIX (O presente é a chave do passado- Princípio do Actualismo). A disciplina de Sedimentologia agora cobre tudo, desde a análise sub-microscópica dos grãos, até a evolução de toda a bacia sedimentar. Mineralogia Sedimentologia Estratigrafia + Paleontologia Composição mineralogica das rochas sedimentares Análise Paleoclimática Rocha mãe Conteúdo Fóssil Paleontologia Evolutiva (Tempo) 3 A dimensão tanto espacial como temporal dos processos em Sedimentologia e Estratigrafia, envolve muitas ordens de magnitude. A tabela 1 mostra as ordens de magnitude espacial de vários processos geológicos. Tabela 1 – Magnitude espacial dos processos geológicos MAGNITUDE ESPACIAL PROCESSO GEOLÓGICO 108 Km Sistema Solar 107 Km 106 Km 105 Km Sistema de marés 104 Km P Processos tectónicos globais 1000 Km 100 Km Largura das bacias sedimentares 10 Km 1 Km Profundidade das bacias sedimentares 100 m Sequências de estratos 10 m Camadas 1 m Estruturas sedimentares 100 mm Cascalho 10 mm 1 mm Areia 100 µm 10 µm Argila 1 µm • Através da comparação dos processos de hoje em dia e os seus produtos com as características das rochas sedimentares podem ser determinadas as condições físicas, químicas e biológicas da sua formação. • As facies deposicionais das rochas sedimentares podem ser usadas para determinar as condições sob as quais os sedimentos se acumularam. • Estudando a distribuição lateral da facies sedimentar nas rochas da mesma idade podemos reconstruir os paleoambientes e a sua paleogeografia. • O registo estratigráfico fornecido pelas rochas sedimentares pode ser interpretado em termos de mudanças de ambientes deposicionais ao longo do tempo e que estas mudanças podem reflectir processos tectónicos e climáticos. 4 • A escala do tempo geológico construida a partir da informação estratigráfica presente nas rochas fornecem-nos dados dos eventos na história da terra. A tabela 2 mostra a magnitude temporal dos processos geológica Tabela 2 – Magnitude temporal dos processos geológicos MAGNITUDE TEMPORAL PROCESSOS GEOLÓGICOS Ga 1017 S Idade da Terra 1016 S Eons Períodos 1015 S Tempo p/ preencher Ma 1014 S Intervalo Idades geológicas Bacias sedimentares 1013 S Entre Inversão de 1012 S Especiais Polaridade Ciclos Climáticos Ka 1011 S Orogenias Magnética 1010 S 109 S Anos 108 S Tempo de vida Intervalo entre eventos Meses 107 S dos organismos deposicionais maiores Dias 106 S 105 S Ciclos de marés 104 S Fluxo de massas e eventos tempestuosos Horas 1000 S Min. 100 S Formação de estruturas sedimentares 10 S 1 S Queda de rochas, avalanches II – BACIAS SEDIMENTARES DEFINIÇÃO: Bacias sedimentares são, duma maneira geral, todas as áreas nas quais os sedimentos podem ser acumulados até espessuras consideráveis e preservados por longos períodos de tempo geológico (Einsele 1992). Contudo, existem áreas com uma denudação persistente, bem como regiões onde os processos de deposição e erosão neutralizam-se entre si, criando o que é conhecido como não-deposição ou omissão também denominado hiatus. O tamanho da bacias sedimentares é muito variável podendo atingir pelo menos 100 Km de comprimento e dezenas de Km de largura. Podemos destiguir as bacias entre: 5 • Bacias activas – as que continuam acumular sedimentos; • Bacias inactivas e legeiramente deformada – mostrando mais ou menos a sua forma original e preenchimento sedimentar; • Bacias fortemente deformadas – nas quais o preenchimento original perdeu- se devido a erosão, por exemplo em cadeias montanhosas. Os ambientes sedimentares ocorrem tanto no mar aberto como no continente. Para os sedimentos acumularem nas bacias oceânicas, deve haver um intervalo vertical denominado espaço de acomodação, entre o nível do mar e o fundo. Em ambientes marinhos, as marés, vento e as ondas geradas por correntes podem ser tão fortes de modo a que os sedimentos não possam seracumulados até ao nível do mar, mas sejam constantemente redistribuidos através da plataforma continental até ao mar profundo. Em bacias continentais fechadas o conceito de espaço de acomodação, torna-se ainda mais complicado. Nos lagos, poderá ser definido como o intervalo entre o fundo do lago e a superfície. Nos ambientes eólicos toma-se em consideração o nível freático, pois a areia pode acumular-se e preservar-se baixo do nível freático. A areia seca à superfície será sempre retrabalhada e transportada. A taxa de preenchimento do espaço de acomodação está em função de várias variáveis na bacia e na área da fonte e de drenagem dos sedimentos. As variáveis dentro da bacia incluem: • O ambiente e nível energético (ventos, ondas correntes de marés, transporte, deposição dos sedimentos) Outras variáveis intra-bacias incluem mudanças do nível do mar, que afectam a topo do espaço de acomodação, e a tectónica, principalmente a taxa de subsidência que afecta o fundo do espaço de acomodação. A taxa de abastacimento de sedimentos na bacia depende de muitas variáveis. Estes incluem o tipo e a intensidade de meteorização, erosão, transporte e área de drenagem. Muitas desta variáveis estão estritamente relacionados com o clima. Climas glacial, temperado, árido e tropical geram características de perfil de meteorização específicas e têm suas próprias características erosionais e de transporte. A vegetação é outro factor importante no controle dos parâmetros relacionados com o clima. A composição química e os parâmetros físicos das rochas na área fonte, são importantes no controle do volume e mineralogia do sedimento fornecido à bacia. 6 O diagrama 2 mostra a relação das variáveis que influenciam a taxa de sedimentação e o preenchimento da bacia sedimentar. Diagrama 2 – Varíaveis relacionadas com o clima, que influenciam a taxa de sedimentação da bacia sedimentar. Taxa de abastecimento de sedimentos é controlado por: Tipo e taxa de meteorização, erosão e transporte que por sua vez depende de: - Biota (flora e fauna) - Clima - Tipo de rocha (mineralogia) Ondas Ventos Taxa de abastecimento de Sedimentos Bacia sedimentar, Espaço de acomodação Correntes de marés Tectónica (Subsidêncis e levantamento) Meteorização, Erosão e Transporte Mudanças do nível do mar CLIMA 7 BACIAS PRÉ, SIN E PÓS-DEPOSICIONAIS Os movimentos tectónicos e os processos sedimentares podem interagirem de três diferentes maneiras. Estes critérios são usados para distinguir diferentes tipos de bacias sedimentares (Fig 1 – Fig 1.4 – Einsele 1992) : • Bacias Pré-deposicionais – movimentos tectónicos rápidos antecedem a acumulação significativa de sedimentos e criam a morfolofia da bacia que é posteriormente preenchida por sedimentos pós-tectónicos (Fig. 1.4 c). • Bacia Sin-deposicionais – A acumulação de sedimentos é afectada pelos movimentos tectónicos sin-deposicionais. Se a taxa de sedimentação for sempre suficientemente alta para compensar a taxa de subsidência, a direcção de transporte e as facies sedimentares mantêm-se constantes, mas as espessuras dos sedimentos varias com o tempo. Na Fig. 1.4b, a expessura dos sedimentos aumenta em direcção ao centro da bacia. Neste caso a estrutura da bacia é sin-deposicional. Se a taxa de sedimentação for baixa para preencher as áreas de subsidência, a distribuição de fácies sedimentares será afectada pela morfologia da bacia • Bacias Pós-deposicionais – A deposição dos sedimentos antecede os movimentos tectónicos que formam a estrutura da bacia. Desta forma não há ou há pouca relação entre o transporte dos sedimentos, a distribuição de facies e a morfologia e estrutura da bacia (Fig. 1.4a) MECANISMOS DE FORMAÇÃO DAS BACIAS SEDIMENTARES O espaço de acomodação pode ser criado por três processos tectónicos: • A subsidência pode ocorrer com um deslocamento sub-crustal do manto, provocando um afundimento da crusta com a compressão da crusta. Isto ocorre principalmente nas chamadas zonas de subducção onde são lugares preferenciais de uma extensiva sedimentação. • A sedimentação tambem pode ocorrer em grande escala onde o manto causa subsidência da crusta. Este processo é responsável pelas bacias intracratónicas. O produto vulcânico e sedimentos podem formar sequências de cristas das bacias de rift. • Sequências sedimentares tambem podem formar-se onde o peso dos sedimentos por si só causa depressões isostáticas da crusta. Este processo necessita de mecanismos exteriores para criar um vão crustal. O sítio mais apropriado para tal é a margem continental donde toda a bacia oceânica começou a ser preenchida. A sedimentação no pé da margem continental pode causar depressões isostáticas da crusta. 8 9 CLASSIFICAÇÃO DAS BACIAS SEDIMENTARES Processo Responsável Tipo de Bacia Situação das placa tectónicas Depressão crustal (Sag Crustal) Bacia intracratónica Colapso intraplaca Tensão Afundimento epicratónico Rift Margem passiva das placas Expansão do fundo oceânico Compressão Trincheiras Bacias forearc Bacias back-arc Margem activa (subducção) Falha transcorrentes Srike slip Falhas direccionais Movimento lateral das placas tectónicas 1 – DEPRESSÃO CRUSTAL (SAG BASINS) Bacias geradas pela monsão divergente das placas, resultante da estrutura extencional e efeito termal. Em larga escala podem não ocorrer falhas marginais. A subsidência ocorre predominantemente como resultado do adelgaçamento da crusta ou como resultado do aumento da densidade da crusta subjacente por decaimento da temperatura duma região em relação a sua circunvizinhança. Descida lenta de temperatura seguida de aquecimento, provoca o afundimento da crusta. Sugere-se tambem que as subsidências cratónicas da bacia podem estar relacionadas com o decréscimo da temperatura do manto (Cold Spots) 2 – GRABENS CONTINENTAIS E ESTRUTURAS DA ZONA DE RIFT São bacias alongadas estreitas, bordejadas por extensas falhas normais, As suas secções transversais podem ser simétricas ou assimétricas (meio graben). Se a crusta subjacente for ligeiramente aquecida, a litosfera pode expandir e exibir m entumescimento (domo). O adelgaçamento da crusta é frequentemente acompanhado de emanação de magmas basálticas que provocam uma rápida subsidêncis da zona do rift. A contração termal subsequente devido ao arefecimento e a grande taxa de sedimentação possibilita uma contínua subsidência e deposição de grandes quantidades de sedimentos. 10 3 – BACIAS RELACIONADAS COM A COLISÃO (COMPRESSÃO) (Bacias relacionadas com a subducção ou convergênca das placas) Nas margens das placas convergentes que incluem a litosfera oceânica, ocorre a subducção. Na margem das placas onde ocorre a subducção, forma se uma trincheira oceânica. O vulcanismo que acompanha este processo forma um arco de vulcões que acompanha a tendência de trincheira. Estes vulcões são chamados arcos vulcânicos. O magma começa a formar-se quando a placa descendente atinge 90 a 150 Km de profundidade. A taxa relativa da convergência das placas da subducção, são os factores determinantes: • Se a convergência é mais rápida que a suducção, há um encurtamento crustal e a sobreposição forma a chamada Retro-arc Foreland Basin – Bacia Retro- arc Foreland. • Se a convergência for mais lenta que a subducção na trincheira, a placa superior sofre uma extensão e forma-se assim uma bacia extencional (Bacia extensiva – Back-arc Basin). O processo de formação deste tipo de bacias é semelhante ao do rifteamento e expansão tanto em direcção ao continente com em direcção ao arco de ilhas ou entre dois (2) arcos vulcânicos. A evolução destas bacias é semelhante à evolução normal das bacias oceânicas entre placas divergentes. • As Trincheirassão concavidades alongadas que se formam onde a placa oceânica se dobra, estando na zona de subducção. A pilha de sedimentos acumulados na crusta oceânica e na trincheira não é necessariamente subduzida. A pilha de sedimentos pode ser parcialmente empacotada e sobreposta na placa, formando um complexo de acrescimento (Accretion complex). • Bacia forearc – A largura das bacias forearc dependerá do tamanho da trincheira que determina o ângulo da subducção. A bacia pode ter um fundo de crusta oceânica ou crusta continental. A espessura dos sedimentos acumulados é controlada pela altura dos complexos de acrescimento. Se estes complexos tiverem alturas próximas do nível médio das águas do mar, a bacia forearc pode acumular sedimentos até esses níveis. A fonte de sedimentos para esta bacia é o arco vulcânico ou sedimentos continentais. 4 – BACIAS RELACIONADAS COM AS FALHAS TRANSCORRENTES Movimentos transformes podem-se associar tanto às componentes de extensão como de compressão. Os sistemas de falhas transformes causam adelgaçamento da crusta e criam bacias alongadas chamadas (Pull-apart Basins). Se as falhas ocorrerem em crusta continental, podem provocar uma separação perpendicular às falhas transformes e iniciar a formação de nova crusta oceânica no limite das placas (Fig. 1.1, 1.2 e 1.3 – Einsele 1992). 11 12 13 14 III - AMBIENTES E FACIES DEPOSICIONAIS A superfície da terra pode ser classificada pelos geomorfólogos em distintas unidades fisiográficas, tais como cadeias montanhosas, desertos de areias, deltas, etc. Similarmente, os oceanógrafos definem tipos de morfologia do fundo do mar, tais como plataforma continental, leques submarinos e planície abissal. Tais estudos mostram que o número de unidades fisiográficas é finito. Por exemplo, lagos e deltas ocorrem na maioria dos continentes; leques submarinos estão espalhados pelos oceanos. Destas observações constata-se que a superfície da terra pode ser classificada em diferentes ambientes sedimentares. AMBIENTE SEDIMENTAR – tem sido definido como parte da superfície da terra que é fisicamente, quimicamente e biologicamente distinta das áreas adjacentes. Exemplos: desertos de areias, rios, deltas, leques submarinos etc.. Estes ambientes são caracterizados por parâmteros específicos (Tabela 3). Tabela 3 - Parâmetros dos ambientes sedimentares Parâmetros Físicos Parâmetros Químicos Parâmetros Biológicos . Velocidade direcção e variação do vento, ondas e fluxo de água . Clima . regime de precipitação . humidade etc . Composição química da água . Geoquímica das rochas da área fonte . Flora .Fauna Os ambientes deposicionais recentes podem ser sudivididos em sub-ambientes. Por exemplo; a linha de costa linear é composta geralmente por um complexo ilhas barreiras, lagunas, planícies de marés que estão entre a planície aluvionar e os ambientes da plataforma continental. Facies sedimentares antigas tambem podem ser divididas de maneira similar em sub-ambientes. A Tabela 4 mostra a classificação dos maiores ambientes deposicionais sedimentares, as quais geram significantes depósitos e podem ser indentificados com certeza em sedimentos antigos (afloramentos). Este esquema reconhece três principais tipos de ambientes, nomeadamente continental, de transição e marinho. Dentro dos ambientes continentais, os depósitos glaciais e os das cavernas são restritos. Os depósitos de pântanos são omitidos e podem ser considerados subambientes do fluvial e lacustrino. Os depósitos eólicos por exemplo podem formar-se nas cristas das ilhas barreiras; os deltas podem formar-se tanto nos lagos como no mar. 15 Tabela 4 – Classificação dos ambientes deposicionais sedimentares Glacial Fanglomerado Braided Continental Fluvial Anastomosado Lacustrino Meandrante Eólico Lobate (Deltaico) . Terrígeno Transição . Terrígeno + (Shorelines) cabonático Linear (Barreira) . Carbonático . Recifes .Terrígeno . Plataforma continental Marinho . Leque e canais . Carbonático submarinos . Pelágico SEDIMENTOS CONTINENTAIS DEPÓSITOS GLACIAIS CONTINENTAIS Os glaciares produzem e afectam numerosos tipos de ambientes tanto continentais como marinhos, a partir das zonas glaciais e peri-glaciais de hoje em dia. São conhecidas varidades de características dos ambientes glaciares incluindo muitas estruturas e padrões que podem ser observadas perto da superfície. Depósitos continentais de massas de gelo – Os glaciares em áreas de baixo relevo carregam consigo detritos sedimentares das áreas mais elevadas e transportam o material por erosão basal. Se a base de um glacial for congelada, maior será a quantidade de “debris” produzida e acumulada, comparativamente aos glaciares cuja a base é relativamente líquida (húmida) pois estes facilmente deslizam sobre o subestrato. Os depósitos gerados pelo gelo no seu descongelamento são normalmente mal sorteados e estratificados (Fig. 2.1 – Einsele) e são denominados diamictes e quando consolidados, diamictites. Tais sedimentos contêm tipicamente blocos e enormes clastos misturados com matriz de granulometria mais fina de silt e areias. As argilas que podia resultar da meteorização são geralmente ausentes ou 16 não jogam um papel importante nestes sedimentos pois o clima frio não favorece a sua formação. 17 Se os “debris” são de origem glacial, são denminados till quando não-consolidados e tillitos quando consolidados. Os debris acumulados na base do glacial são denominados till basal. Devido a existência de obstáculos na base do glacial, os glaciares de base congelada podem provocar deformação no substrato estruturas glaciotectónicas devido ao arraste e a fricção. Assim podem-se observar estruturas com pequenas falhas de cavalgamento e pequenas dobras. Os clastos orientam-se geralmente paralelamente a direcção do movimento do glacial. O descongelamento do glacial tanto à superfície como na sua base, forma a acumulação de entulho de sedimentos denominados melt-out till. Este processo ocorre onde o glacial fica estagnado. Os clastos podem também ser estriedos 18 devido a abrasão. Devido às águas correntes resultantes do degelo, o melt-out till pode apresentar algumas camadas estratificadas e sorteadas. Nestes ambientes, são desenvolvidas características morfológicas especiais em ambientes subglaciais, denomunadas drumlins, eskers, e vales de túneis. Drumlins e eskers são muros alongados e estreitos que se formam entre os glaciares em movimento e os túneis resultam da fusão e erosão pelas águas do degelo. Sedimentos fluvio-glaciais As Regiões pro-glaciais normalmente mostram as mesmas características de leques aluviais e rios de tipo braided. Enormes vales glaciais e massas de gelo continentais libertam enormes quantidades de debris grosseiro e fino, que é tranportadopelas águas do degelo para as zonas baixas pro-glaciais. Depósitos lacustrinos pro-glaciais Nos ambientes pro-glaciais, lagos são comuns. Estes são gerados pela erosão do substracto pelos glaciares e pela formação de moreias que servem de barreira, pelo 19 degelo de massa de gelo soterrados ou pela depressão do continente devido a isotasia. Estes lagos recebem água do degelo em abundância e são preenchidos em pouco tempo por depósito glacio-lacustrinos. Sedimentos glacio-marinhos O crescimento do gelo no continente e o seu consequente avanço em direcção ao mar durante o período glacial é acompanhado da descida do nível do mar e vice- versa (interglacial – aumento do nível do mar). A carga da crusta pelas massas de gelo causa a subsidência isostática e o degelo causa levantamento. Contudo, tanto as flutuações do nível do mar como a ajustamento isostático, não agem em síncronia. 20 Os sedimentos glaciomarinhos são afectados pela migração da linha de costa por longa distância. As facies glacio-lacustrinas continentais podem assim migrar em direcção ao continente ou ao mar alternando com sedimentos glacio-marinhos em função das fluctuações do nível do mar. • Durante a descida do nível do mar, os glaciares podem avançar sobre o fundo da plataforma e depositarem a facies de “Till-outwash-periglacial lacustrino” no topo de facies marinhas (Fig. 2.6 a). • A subsequente transgressão do mar em conjunção com o aquecimento do clima, causa recuo drástico das margens dos glaciares, depositando os till e os seus sedimentos continentais-lacustrinos e os sedimentos glacio-marinhos. À medida que a margem do glacial está em contacto com o mar, as águas do degelo podem depositar leques submarinos na zona de contacto (Fig. 2.5 a) e desprenderem sedimentos em suspensão para o mar. Os fragmentos de gelo fluctuantes podem depositar o seu material em largas áreas. As suas partículas finas e grossas podem formar camadas estratificadas ou não estratificadas de diamictitos. Uma das características peculiares dos sedimentos glaciares são os chamados dropstones, que clastos qeu caiem e são incorporados nos sedimentos por gravidade, em consequência do degelo. Durante períodos nos quais o gelo atinge a costa marinha, podem-se formar depósitos de leques pro-glaciares ao longo da costa. Daí, a repetição de avamço e recuo das massa de gelo ao longo da plataforma continental pode resultar em alternância cíclica de sequencias continentais, glaciais, glaciomarinhas e sedimentos marinhos nomais. Contudo, devido à erosão glacial e marinha, as sequências são apenas parcialmente preservadas. Sumário Os sedimentos glaciares são variáveis tanto na textura e composição, porque são depositados em vários sub-ambientes. O seu material pode derivar de muitas fontes tanto intra-bacias como extra-bacias. A característica peculiar é a presença de estruturas de deformação, os dropstones e os depósitos lacustrinos e marinhos. Till e tillitos podem ser confundidos com fluxos de lama e debris flow de origem não glacial, se a associação com outros tipos de sedimentos não for suficientemente evoluida. 21 22 23 24 SEDIMENTOS FLUVIAIS LEQUES ALUVIAIS E LEQUES DELTAICOS Leques aluviais – São pilhas de sedimentos em forma de cones, que se forma nos sopés das áreas elevadas onde os rios confinados em vales estreitos emergem para as áreas adjacentes de baixo relevo. A junção dum complexo de leques aluviais pode formar a chamada zona de piedmont. Leques Deltaicos – São aqueles que se formam nos lagos a mares. As áreas proximais dos leques aluviais e as partes subaérias dos leques deltáicos são praticamente os mesmos, mas os sedimentos subaquáticos dos leques deltáicos diferem fortemente dos leques aluviais. Leques aluviais Existem diferenças entre os leques aluviais nos climas áridos e nos climas húmidos. Leques aluviais das regiões áridas e semi-áridas têm sido frequentemente descritos enquanto os das regiões húmidas são raramente estudados. A sedimentação nos leques aluviais começa quando as correntes perdem a sua capacidade de transporte de sedimentos. Basicamente os leques aluviais são compostos por dois tipos de sedimentos: • Sedimentos de canal • Sedimentos de fluxo gravitacional Estes sedimentos são depositados tanto pelo fluxo de água em regime efemeral ou perenial em sistemas de canais, como pelas enxurradas. Algumas vezes, calhaus são concentrados localmente formando (sieve deposits) – depósitos de empeneiramento – com calhaus grosseiros, matações, desprovidos de matriz fino. Por vezes extensos fluxos de entulhos (debris flow) com matriz de areia argilosa atingem a parte proximal e média do leque aluvial e cobre os sedimentos pré- existentes. Tais “debris flow” terminam em forma de lobo e concentram normalmente grandes blocos e matacões na margem exterior formando levees. Novo fluxo de massa pode cortar o levee, retrabalhar e redistribuir os sedimentos em grandes proporções. As direcções de corrente mostram um padrão readial da cabeça do leque (área proximal) para baixo (área distal). A sequência vertical pode ser irregular sem mostrar tendência particular porque é controlado por vários factores: • Controle tectónico: Processos extra-bacia controlam tendências de longo termo. Tais processos incluem reactivação ou aumento do relevo no interland. • Controle climático: afecta a meteorização e erosão na área da drenagem. 25 As sequências “coarsening upward” – aumento da granulometria para cima – podem reflectir crescimento do depósito durante o falhamento, i.e. levantamento da 26 área fonte ou subsidência da área do leque aluvial. Assim o leque aluvial progride em direcção as zonas baixas. Sequências de “fining upward” – diminuição da granulometria para cima –são geradas se uma curta fase de falhamento é seguida de recuo da escarpa e abaixamento do relevo das áreas elevadas. 27 Em ambientes pro-glaciais o mesmo fenómeno pode ser gerado de diferentes maneiras: Períodos de avanço do glaciar conduzem a sucessões de coarsening upward enquanto fining upward resultam do recuo do glaciar. A dinâmica da sedimentação nos leques aluvias tem características específicas (Tabela 5) em função do clima. Tabela 5 – Características dos leques aluviais em função do clima CLIMA CARACTERÍSTICAS DOS LEQUES ALUVIAIS Clima árido e semi-árido - Tamanho varia de poucos Km a 50 km - Gradiente dos canais – 1 – 3º nas áreas proximais e 0.1 – 0.5º na base - Tamanho dos grãos diminue para baixo Clima húmido - Gradiente mais baixo - Fluxo associado à variações sasonais - As zonas intermédias e baixas são geralmente vegetadas e poucos susceptíveis à erosão - São cortados por poucos canais - processos sedimentares são pouco conhecidos nas regiões húmidas e tropicais. Leques Deltaicos A progressão dos leques aluviais para um corpo de água – lago ou mar – forma leques deltaicos. Logo que os rios, carregados de grandes quantidades de sedimentos atingem um corpo de água, despejam o seu material. A intensidade de retrabalhamento, selecção e redeposição dos sedimentos ao longo da costa dependem da energia das ondas e em ambientes marinhos, também da amplitude das marés. Processos que afectam os leques deltaicos A associação de fácies no caso dum leque deltaico que entra num graben tectónico activo (lago) compreende sucessão de topset, foreset e bottom set (Fig. 2.13). Ocorre tambem processo de mudança de desembocadura do rio, que muitas vezes complica o padrão de facies devido ao deslocamento do local onde o material grosseiro é depositado. Assim, em conjução com a contínua subsidência, formam- se várias sequências de coarsening upward uma em cima da outra. 28 Depósitos de fluxo de massas e a presença de turbiditos siltosose argilosos reflecte a progressão da frente deltaica para regiões mais distais. Quando o processo da deposição do material grosseiro ocorre durante um período relativamente longo de calmaria, os corpos deltaicos podem formar foresets longos acompanhando o declive. O resutado deste processo á a formação de e lobos deltaicos bem desenvolvidos conhecidos como deltas do tipo Gilbert. Fluctuações do nível da água nos lagos ou mares afecta tanto faceis sub-aérias como as facies sub-aquáticas dos leques deltaicos. Eles são reflectidos por terraços fluviais e depósitos grosseiros da desembocadura do rio em diversas cotas. A descida do nível da água no lago ou no mar, causam exposição dos depósitos 29 deltaicos e subsenquente incisão de canais fluviais no topo dos corpos deltaicos. Estes canais são normalmente preenchidos por sedimentos fluviais (Fig. 2.14). As fluctuações do nível da água causam mudanças nas características verticais e laterais de facies nos depósitos lacustrinos e de mar pouco profundo. 30 RIOS E AMBIENTE FLUVIAL Introdução O termo “fluvial” “ é usado para processos relacionados com rios. Os rios são as principais artérias que transportam detritos clásticos. Com excepção do material transportado pelos glaciares, vento ou erosão costeira, todos os depósitos clásticos terrígenos dos oceanos são fornecidos pelos rios. Para além de conduzirem sedimentos para os oceanos e lagos, os rios em si constituem um sistema deposicional. Os sedimentos podem acumular-se no leito do rio (depósitos de canal – channel depósits ) e nas áreas adjacentes, quando o rio fica inundado (depósitos da planície de inundação – overbank or floodplain deposits)). A granulometria dos sedimentos fluviais e as estruturas sedimentares no rio estão em função de: • Taxa de abastecimento de sedimentos • Gradiente do rio • Caudal total e as variações sasonais do fluxo. Os depósitos do overbank – flood plain (planície de inundação) são constituidos principalmente por sedimentos finos, transportados pelas águas das inundações para fora do canal principal. A vegetação e a actividade dos dos animais na planície aluvial contribuem para a formação de solos que podem ser reconhecidos no registo estratigréfico como paleosolos. Os rios são possivelmente os ambientes deposicionais melhor conhecidos porque é relativamente fácil estudar processos dos rios modernos quantitativamente e relacionar as suas características com os seus correspondentes antigos em afloramentos. Tipos de rios – segundo Cant 1982 • Rectilínios (raros na natureza) • Braided • Anastomosados • Meandrantes Se definirmos sinuosidade como a razão entre o comprimento do canal e o comporimento do vale, então os rios do tipo braided são de baixa sinusidade (1.1 – 1.2), enquanto os canais meadrantes atingem valores acima de 1.5. 31 De acordo com a carga sedimentar que os rios transportam, podemos dividir os sistemas fluviais da seguinte maneira: Sistema Fluvial Tipo de carga sedimentar Leques aluviais e leque deltaicos Sedimentos de fundo do canal Braided (rios interlaçados) Sedimentos de fundo do canal Meanrantes Mistura de sedimentos de fundo e em suspensão Anastomosados Principalmente sedimentos em suspensão Rio interlaçados Tipo Braided Os rios do tio Braided são normalmente constituidos por vários canais individuais, separados por barras arenosas ou ilhas formando um leito pouco profundo de rio. Os rios Braided desenvolvem-se próximo das áreas de alto relevo que fornecem uma relativamente grande quantidade de debris de cascalho e areia no sistema fluvial. 32 Um exemplo moderno deste tipo de rio é o rio Brahamaputra em Bangladesh que drena áreas elevadas do Himalaias. A sedimentação recente deste rio produz um corpo arenoso tabular com largura aproximada de 20 Km e 40 m de espessura. A razão largura/profundidade varia de 50:1 a 500:1. Os canais de tamanho médio podem deslocar-se a uma taxa de 1Km/ano. O maior processo deposicional e a acreção lateral que acreção à jusante e a montante. Os rios glacio-fluviais do outwash tambem pertencem a este tipo de categoria multi-canais. Tanto o gradiente do rio como o caudal são relativamente altos e em consequência os depósitos de canal e os da berma são os predominante enquanto os da planície de enundação são subordinantes. À jusante a granulometria tende a diminuir. A parte proximal dos rios braided é caracterizada pela preasença de barras longitudinais de cascalho (Fig. 2.15 a – f). As barras desenvolvem-se devido à passagem em seu redor do fluxo de canais. Assim as barras movem-se não só no sentido da jusante mas tambem lateralmente. Os interstícios dos cascalhos são preenchidos por areia durante períodos de baixo fluxo de água. A sequência vertical típica nas áreas proximais é dominada por unidades múltiplas de cascalho originado pelas barras dos canais e muitas barras são gradadas. Lentes finas de areia intercalam-se aos corpos de cascalho representando deposição em canais abandonados. Nas áreas distais, as camadas de cascalho gradam para camadas parcialmente com cascalho fino e areias. As partes mais à jusante são dominadas por areia enquanto as àreas mais elevadas são dominadas por areia grosseira conglomerática. Nas áreas raramente inundadas, o silto e a argila podem acumular-se e preservar-se. Devido à acreção lateral e a migração à jusante das barras arenosas, as estruturas cruzadas planares são as mais comuns. Tanto a acreção lateral como o abandono repentino do canal são responsáveis pelo “fining-upward – diminuição da granulometria em direcção ao topo”. 33 34 Rios Meandrantes Os rios meadrantes desenvolvem apenas um canal pouco largo com grande sinuosidade (>1.5) e são dominados por mistura de carga de canal e de suspensão. O conteúdo de areia média é de 20 a 40%. Subambientes dos rios meandrantes: • Canal e preenchimento do canal • Point bar e complexos de acreção lateral • Chute bar • Oxbow Lake • Levee e crevasse splay • Depósitos aluviais da planície de inunndação Subambiente de canal e prenchimento do canal O fundo do canal é normalmente preenchido por sedimentos de fundo lag deposits constituido por material mais grosseiro transportado pelo rio durante picos de cheias. O lag deposit do canal pode conter clastos de argila ou blocos erodidos nas margens. Os lag arenosos e de cascalho geralmente acumulam-se no fundo em fundo em forma de barras alongadas, exibindo tanto imbricações de cascalho comoestruturas cruzadas planares e laminadas de areia e cascalho. Point bar Os point bar acumulam-se no lado interior da curva do rio enquanto na parte exterior o material da margem é erodido. Desta maneira a curvatura do meandro tende a tornar-se cada vez mais exagerado até o rio produzir um caminho mais curto, deixando o canal abandonado chamado “oxbow lake”. Maior parte do material do point bar é erodido dos flancos do canal à montante. Devido ao facto doa sedimentos se moverem para a parte exterior do canal, os point bar exibem sempre uma sequência fining-upward (Fig 2.16), com a areia por cima do lag deposit do canal. Assim as estruturas sedimentares variem de estruturas de acamamento horizontal do alto regime de enrgia para estruturas cruzadas planadas e acanaladas de grande escala, seguida de estruturas cruzadas planares a acanaladas de baixo regime de energia. A característica mais distintiva do point bar é a acração lateral de baixo ângulo que se pode identificar pelas diferenças de topografia (elevações – ridges e depressões – swels). As depressões podem ser preenchidos por argila enquanto as elevações são cobertas por depósitos arenosos e siltoso do levee. 35 Chute Channels e chute bars O complexo de point bar é normalmente modificado pela naturezapor chute channels que cortam o point bar, produzindo o chute bar, durante períodos de picos de cheias. Oxbow lakes – Channel plug O oxbow lake or channel plug resulta do corte do meandro e abandonamento do canal. Uma vez a carga sedimentar de canal termine, o segmento do canal abandonado é lentamente preenchido por material fino. Em climas húmidos pode ocorrer acumulação de matéria orgânica incluindo turfa, neste lagos ou pântanos. Levee e crevasse splay Muitos meandros são acompanhados de diques marginais (levee) que inclinam para a planície de inundação. Estes depósitos formam-se durante períodos de cheias moderadas nos quais a areia é depositada e, devido ao decréscimo da velocidade do fluxo, o silto e a argila são depositados mais tarde na planície de inundação. Localmente, o levee poderá ser cortado pelo fluxo do rio para a planície de inundação, formando o crevasse splay. 36 37 Rios Anastomosados Rios anastomosados desenvolvem uma rede de canais inter-conectados estreitos e sinuosos relativamente profundos (Fig. 2.18). Pelo facto das margens serem normalmente cobertas de material fino e vegetação, os seus canais e ilhas são normalmente estáveis. Os canais são normalmente preenchidos de areia. Entre os canais acumula-se normalmente argilas siltosas e silto argiloso. Exemplos recentes deste tipo de rios são descritos no Canadá e Austrália. Em ambientes antigos, este tipo de rios está sempre associado aos depósitos de carvão gerado pelo baixo gradiente da planície aluvionar. A vagetação densa favorece a formação de solos e inibe a erosão e o fornecimento de areia e material mais grosseiro para o sistema fluvial. Fig. 8.4. Rio anastomosado Fig. 8.23. Rio Zaire, com drenagem anastomosada 38 Fig. 2.18 Sistema fluvial Anastomosado com baixa a alta sinuosidade e canais ramificados. Os sedimentos de canal formam corpos arenosos, sempre acompanhados de depositos siltosos e arenosos de levee. Os depósitos de acreção lateral são de menor importância. Depósitos mais comum são de canal e crevasse splay. As áreas intercanais acumulam sedimentos finos da planícvie de inundação ou depósidos argilosos e turfeiras lacustrinas. Note as grandes diferenças entre os perfis verticais.
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