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ESTADO DA PARAÍBA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA DISCIPLINA DE DIREITO DIGITAL MARCO CIVIL DA INTERNET ALEX RODRIGUES DE LIMA Turma “I”, 3º período, matrícula 1420005386. João Pessoa 2015 SUMÁRIO TÍTULO I ......................................................................................................................... 3 Da implantação da internet no Brasil ............................................................................... 3 Capítulo I ...................................................................................................................... 3 Da necessidade de regulamentação da Internet ............................................................ 3 Capítulo II ..................................................................................................................... 5 Do Marco Civil Da Internet .......................................................................................... 5 TÍTULO II ........................................................................................................................ 6 DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 6 TÍTULO III ....................................................................................................................... 6 Das referências bibliográficas .......................................................................................... 6 3 Título I Da implantação da internet no Brasil 1. Desde a chegada ao Brasil em 1991 1, a Internet vem deixando de ser um instrumento de comunicação de poucos. Inicialmente, eram poucos os indivíduos que podiam desfrutar da Rede Mundial De Computadores. Primeiramente, era um instrumento de comunicação entre professores de universidades e instituições pesquisa e para troca de e-mails. De lá para cá, o acesso à Internet vem crescendo em números monstruosos. Em 2013, metade dos brasileiros teve acesso à Rede. 2 Cresceu, tomou novas proporções e criou novas possibilidades. A Internet passou a ser mais que um meio de comunicação. Hoje, ela é um ambiente de interação social, acadêmica, política e econômica. Se há interação de indivíduos, há relações; e o Direito não pode abster-se dessa jornada. Vê-se, desde sempre, a necessidade de o Direito adentra o mundo digital e garantir a pacificação das relações dos usuários da Rede. Capítulo I Da necessidade de regulamentação da Internet 2. O Direito tem fortes laços com a sociedade. No dizer de Nader, o Direito é a grande coluna que sustenta a sociedade. Mas fica a questão: e se a interação não é física? Se ela é digital? Como o Direito deve se comportar? Os desafios são muitos e o trabalho é hercúleo. Como fora dito, a Internet é um ambiente virtual que tomou inúmeras proporções. É ambiente de transação econômica, pois há vários sítios de vendas de produtos eletrônicos, eletrodoméstico, livros... em suma, existe uma enorme interação econômica na internet. É ambiente de interação social, pois há inúmeras redes sociais e sites de relacionamento e de difusão de comportamento. É ambiente de interação acadêmica, pois, desde sua criação, a Internet é um ótimo meio para os fins acadêmicos. Por fim, é ambiente de interação política, pois ideologias partidárias estão espalhadas aos montes na Rede. Isso nos mostra que a Internet é um meio de interação, pois relações se desenvolvem em seu âmbito. O Direito tem que adequar a essa nova realidade e buscar mecanismos para disciplinar esse novo ambiente de convívio. Nas palavras da exposição de motivos do Projeto de Lei 2126 de 2011(projeto que criou o MCI), “ No âmbito legislativo, diversos projetos de lei tramitam desde 1995, ano do início da oferta comercial de conexões no país. No entanto, passados quinze anos, ainda não existe um texto de lei específico para o ambiente cibernético que garanta direitos 1 “A ANSP ( Academic Network at São Paulo) interligou-se com as demais regiões do país através da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), do CNPq. Em 1990, a ANSP tornou-se o principal canal de saída da RNP para o exterior, respondendo por mais da metade das 10 mil máquinas interligadas na rede brasileira conectada à Internet. A Rede ANSP conectou-se à Internet em 1991.” FAPESP, A REDE ANSP E A INTERNET. Disponível em: <http://www.bv.fapesp.br/linha-do-tempo/1098/rede-ansp-internet/>. Acesso em: 24 de agosto de 2015. 2 Portal Brasil, INFRAESTRUTURA. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2014/09/ibge-metade-dos-brasileiros-teve-acesso-a-internet-em- 2013 Acesso em 24 de agosto de 2015. 4 fundamentais e promova o desenvolvimento econômico e cultural.”3 Muito se discutia acerca do assunto, mas nada de concreto para regular a Internet no Brasil. A interação social se apresenta sob as formas de cooperação, competição e conflito e encontra no Direito a sua garantia, o instrumento de apoio que protege a dinâmica das ações. 4 Por tanto, o Estado precisa munir-se de instrumento legal para garantir a boa relação entre indivíduos e que os direitos destes não sejam violados nesse meio de interação, a Internet. “Para o Poder Judiciário, a ausência de definição legal específica, em face da realidade diversificada das relações virtuais, tem gerado decisões judiciais conflitantes, e mesmo contraditórias. Não raro, controvérsias simples sobre responsabilidade civil obtêm respostas que, embora direcionadas a assegurar a devida reparação de direitos individuais, podem, em razão das peculiaridades da Internet, colocar em risco as garantias constitucionais de privacidade e liberdade de expressão de toda a sociedade.”5 Desde de 1995 era necessária a regulamentação da Internet, pois era um ambiente escuro aos olhos do Estado. Em 2012, um fato teve repercussão nacional. A atriz Carolina Dieckmann teve o computador invadido e fotos pessoais foram divulgadas na Rede. Mais uma vez o Estado sentia a necessidade de ter um diploma legal acerca do assunto. “O Brasil não tem lei específica para crimes de informática. Mas isso não significa que quem comete crime virtual fique sem punição. A Justiça se baseia no Código Penal, e no caso da atriz os envolvidos serão indiciados por furto, extorsão qualificada e difamação.”6, diz reportagem do fantástico sobre o caso Dieckmann. Antes do caso Dieckmann, já tramitara na Câmara dos Deputados o projeto de lei 2126 de 24 de agosto 2011. De autoria do Executivo, o texto estabelecia princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Foi um dos primeiros passos para a regulamentação da Internet no país. O texto foi elaborado pela Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça - SAL/MJ, em parceria com o Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. Houve uma ampla discussão com a sociedade. Um blog fora criado (entre 2009 e 2010) para viabilizar a participação da sociedade na feitura do projeto. 3 Câmara dos Deputados, PROJETO DE LEI 2621/2011. Disponível em:< http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=517255> Acesso em: 29 de agosto de 2015. 4 Nader, Paulo. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO/ Paulo Nader – 35ª ed. – Rio de Janeiro: Forense: 2013 P. 25-26 5 Câmara dos Deputados, PROJETO DE LEI 2621/2011. Disponívelem:< http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=517255> Acesso em: 29 de agosto de 2015. 6 Fantástico, POLÍCIA ENCONTRA HACKERS QUE ROUBARAM FOTOS DE CAROLINA DIECKMANN. Disponível em:< http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2012/05/policia-encontra-hackers-que- roubaram-fotos-de-carolina-dieckmann.html > Acesso em: 29 de agosto de 2015. 5 Capítulo II Do Marco Civil Da Internet Em 22 de abril em 2014, fora aprovado, no Plenário do Senado Federal, o projeto de lei intitulado Marco Civil da Internet. Em 23 de abril de 2014, o projeto foi sancionado e ingressou no ordenamento sob o número “12.965 de 23 de abril de 2014”. O texto determina diretrizes para atuação dos entes federativos no tocante ao uso a Internet. Em consonância com a CRFB, a Lei estabelece que o uso da internet deve ser fundamentado na liberdade de expressão. Prevê o respeito à defesa do consumidor, à finalidade social da rede e aos direitos humanos, conforme art. 2º. O texto definiu a Internet como o sistema constituído de protocolos, estruturados em escala mundial para uso público e restrito, com a finalidade de possibilitar a comunicação de dados entre terminais por meio de diferentes redes. Além disso, houve uma série de definições com o intuito de melhor aplicar o diploma e salvá- lo de possíveis lacunas. Há a previsão de direitos para os usuários. Um ponto importante é o fato de a Lei estabelecer que o acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania. A lei assegura garantias constitucionais no âmbito da Internet, como: inviolabilidade da intimidade e da vida privada, garantindo indenização por sua violação, não fornecimento a terceiros dos dados pessoais, informação clara sobre o tratamento de dado aos dados pessoais, acessibilidade e defesa do consumidor. A Lei diz ser nula as cláusulas contratuais que violem o direito à privacidade e à liberdade de expressão nas comunicações. Outro ponto que gerou polêmica, ainda na discussão do projeto, foi o caso da neutralidade da Rede. Trata-se da isonomia dos pacotes de dados, ou seja, os provedores não podem ofertar conexões diferenciadas, por exemplo, para acesso somente a vídeos, redes sociais ou e-mails. O texto prevê punições, caso a neutralidade não seja assegurada. O Marco resguardou regras acerca da proteção aos registros, aos dados pessoais e às comunicações privadas, dispõe sobre a guarda de registros de conexão, responsabilidade por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros (o provedor de conexão à internet não será responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros) e da requisição judicial de registros. No tocante ao poder público, estabeleceu regras e mecanismos de governança multiparticipativa entres os entes federativos, facilidade de uso dos serviços de governo eletrônico, acessibilidade a todos os interessados e iniciativas públicas de fomento à cultura digital. 6 Por fim, dispôs sobre uso do controle dos pais. Título II Das considerações finais O MCI demorou anos para se concretizar. Ele ó o nosso primeiro diploma para disciplinar o uso da Internet no Brasil. Ainda há muito a melhorar, pois é preciso se fazer uma crítica acerca da requisição de registros e dados. De acordo com o texto, o acesso aos registros e dados de um usuário só poderá ser concedido por decisão judicial. Porém, sabemos da morosidade do Judiciário e sabemos que os crimes cibernéticos ganham proporções absurdas; dada a rapidez com a qual a informação circula na rede. O Marco Civil da Internet é umas primeiras formas de o estado brasileiro garantir um ambiente seguro para os usuários da Rede. Título III Das referências bibliográficas Fantástico, POLÍCIA ENCONTRA HACKERS QUE ROUBARAM FOTOS DE CAROLINA DIECKMANN. Disponível em:< http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2012/05/policia-encontra-hackers-que-roubaram- fotos-de-carolina-dieckmann.html > Acesso em: 29 de agosto de 2015. Câmara dos Deputados, PROJETO DE LEI 2621/2011. Disponível em:< http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=517255> Acesso em: 29 de agosto de 2015. FAPESP, A REDE ANSP E A INTERNET. Disponível em: <http://www.bv.fapesp.br/linha-do-tempo/1098/rede-ansp-internet/>. Acesso em: 24 de agosto de 2015.
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