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Sermonario da Semana Jovem 2022 UNeB

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A melhor Queda_________________4 
Sobreviventes__________________7 
Incomunicáveis_________________10 
Livres para adorar______________13 
Escravos Modernos______________ 16 
Cristianismo Self-Service________ 19 
Demorou________________________22 
2500 vidas______________________25
4
	 “Continuou:	Certo	homem	tinha	dois	filhos;	o	mais	moço	deles	disse	ao	pai:	Pai,	dá-me	a	parte	
dos	bens	que	me	cabe.	E	ele	lhes	repartiu	os	haveres”.	Lucas	15:11-12
A melhor queda
Introdução
15 de dezembro de 2021. Uma matéria da BBC News saltou aos meus olhos e me chamou a 
atenção: “Por que cada vez mais filhos cortam laços com pais por saúde mental?”.
“A decisão de se distanciar definitivamente de um membro da família é um fenômeno único 
e poderoso”, explica Karl Andrew Pillemer, professor de desenvolvimento humano da Universidade 
Cornell, nos Estados Unidos. “É diferente de disputas familiares, de situações de alto conflito e de 
relações emocionalmente distantes, mas que ainda incluem contato.”
Uma pesquisa da organização britânica dedicada a distanciamento familiar Stand Alone sugere 
que o fenômeno atinge uma a cada cinco famílias no Reino Unido; nos EUA, o número é ainda maior: 
uma em cada quatro famílias passam por esta experiência. Pesquisadores acadêmicos e terapeutas 
na Austrália e no Canadá também afirmam que vêm observando uma “epidemia silenciosa” de rompi-
mentos familiares.
A matéria lista a (1) diferença de valores políticos ou religiosos, (2) experiências de abuso emo-
cional do passado, (3) conflito de gerações e (4) o aumento do individualismo, entre outros, como 
fatores causadores e catalisadores deste fenômeno.
Entretanto, dificilmente, alguma das razões acima foi a que levou o filho pródigo a concluir: “Vou 
me livrar do meu pai!” 
Geração pródiga
Uma história que começa assim atrai a atenção do público em segundos, por um motivo óbvio: 
ela desperta em nós sentimentos diversos; da indignação à empatia. Esta parábola mexe com a gente, 
especialmente em uma era dominada por filhos pródigos.
A história do filho pródigo é a maior das parábolas contadas por Jesus e, provavelmente, é a 
mais famosa delas. O teólogo e pastor Hernandes Dias Lopes identifica quatro estágios na vida do 
pródigo.
Estágio 1: Ele era feliz e não sabia
Na casa do seu pai ele vivia insatisfeito, ele era feliz e não sabia, esse é o primeiro estágio. Ele 
queria ir em busca da felicidade, que certamente estava longe de sua casa, de sua família, onde ele se 
sentia um estranho. Sua postura é chocante, do tipo: “Pai, eu não quero seu amor, quero seu dinheiro”. 
Aquele filho já tinha matado o pai dentro de si. Ele não queria esperar para enterrá-lo. Por isso ele 
pede a herança. Pedir a herança é o mesmo que dizer que a vida seria mais proveitosa se o seu pai 
estivesse morto.
Ele queria independência, queria liberdade, queria intensidade, mas ele não calculou o que isso 
custaria. Ele foi inconsequente, assim como somos muitas vezes. Abandonamos o que temos, para 
somente muito depois descobrirmos que o que deixamos para trás era tudo o que precisávamos para 
sermos felizes. 
Estágio 2: Ele era infeliz e não sabia
Então ele parte para um país distante, para viver a ilusão de seu sonho de felicidade. Longe de 
5
casa, ele era infeliz e não sabia. De balada em balada, no país distante, o mais novo playboy da região 
tinha dinheiro no bolso e se entorpecia com o prazer. Falsos amigos interesseiros – como ele – o cer-
cavam e o copo sempre estava cheio. Ele confundiu prazer com felicidade e pagaria muito caro por 
isso.
Viver pelo prazer é uma rota de fuga adotada pelos covardes - aqueles que não têm a coragem 
de encarar a vida como ela é. Na tentativa de escapar das regras, das frustrações e evitar a dor e o 
sofrimento a qualquer custo, muitas vezes, para saber o valor do verdadeiro sorriso, precisaremos 
conhecer o preço das lágrimas.
Ele era infeliz e sabia
Fatalmente, chega aquele dia em que o dinheiro acaba, o copo seca e o prazer se torna a prisão. 
Como as coisas sempre podem piorar, “depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma 
grande fome, e ele começou a passar necessidade” (v. 14). Em sua miséria, ele era infeliz e sabia, mas 
também era orgulhoso demais para pensar em voltar. Ele precisou ir ao fundo do poço, conviver com 
os porcos e desejar a sua comida para poder pensar na burrada que havia feito. 
A matéria da BBC, citada no início da mensagem, retrata uma triste realidade sobre os filhos que 
se distanciaram dos seus pais:
“Sentimentos de solidão e vergonha parecem ter se exacerbado durante a pandemia para mui-
tas pessoas que se distanciaram da família. O “boom do Zoom” permitiu que algumas famílias se 
sentissem mais próximas e mantivessem contato com mais regularidade, mas pesquisas recentes no 
Reino Unido sugerem que os adultos com laços cortados sentiram ainda mais falta da vida em família 
durante o lockdown”.
Aquele distanciamento social levou o garoto a cair em si (v. 17). Se o caminho da perdição é 
ladeira abaixo, o retorno sempre será uma subida. Subidas são sempre mais desafiadoras. O caminho 
de volta é muito difícil de ser trilhado. Ele está repleto de incertezas e insegurança. “Ninguém vai acre-
ditar em você”; “Todos vão te olhar torto”; “Você já tentou outra vez e fracassou, isso não é pra você”; 
“É muito tarde, você já foi longe demais”; são pensamentos que frequentemente ocorrem a quem está 
longe de Deus. 
Ele era feliz e sabia
Quando decidiu voltar para casa, o pródigo nem queria ser aceito como filho, bastava ter o que 
comer. Ele voltou para casa e, para sua surpresa, o pai correu, o abraçou e beijou. Ao invés de um 
sermão, ele recebeu uma festa. Agora, ele era feliz e sabia!
Karl Andrew Pillemer, professor de desenvolvimento humano da Universidade Cornell, nos Es-
tados Unidos, realizou uma pesquisa nacional para o seu livro Fault Lines: Fractured Families and How 
to Mend Them(“Falhas tectônicas: famílias fragmentadas e como reuni-las”, em tradução livre), publi-
cado em 2020. Para seu livro, Pillemer entrevistou mais de 100 pessoas que se distanciaram de seus 
familiares e conseguiram se reconciliar. Ele concluiu que o processo realmente era definido por muitos 
como “motor para crescimento pessoal”. “É claro que isso não é para todos, mas, para algumas pesso-
as, superar os conflitos, mesmo se o relacionamento resultante fosse imperfeito, era fonte de auto-
estima e orgulho pessoal.” Em suma, a reconciliação, via de regra, vai gerar crescimento e bem-estar.
Novamente com o Pai
“Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão correu para seu filho, e o abraçou e 
o beijou” Lucas 15:20
Aquele pai havia sido profundamente desrespeitado. Agora, seu filho está voltando. É hora do 
acerto de contas. Mas, espere! O que ele está fazendo? Ele levantou a barra de suas vestes e está 
6
correndo?! No Oriente Médio, homens de respeito não correm. Ao encontrar o rapaz, o pai o abraça e 
beija repetidamente. Ao invés de uma lição de moral, o pai tem uma declaração de amor. Quebrando 
os tabus de sua época, a parábola ultrapassa a lição da misericórdia para ensinar à humanidade algo 
ainda maior: a graça. “A misericórdia deu ao filho pródigo uma nova chance. A graça deu a ele uma 
festa” (Max Lucado).
 Para aquela comunidade, o pródigo era extremamente indesejado em função de sua conduta 
e corria o risco até de ser apedrejado pelos moradores. Por isso, o pai tinha que correr. Ele cobriu-se 
de vergonha e foi motivo de zombaria por amor a seu filho. Quando o pai o abraça, ele está disposto a 
protegê-lo tanto do discurso de ódio da comunidade, quanto de possíveis pedras atiradas contra ele.
 
Além disso, o pai restaurou a vida de seu filho e o reintegrou à família. Na Palestina do século 
I, as sandálias eram um artigo de uso quase exclusivo da nobreza. Escravos, porém, geralmente anda-
vam descalços. No momento em que o pródigo diz que não é digno de ser chamado filho, o pai ordena 
ao servo: “tragam já, sandálias parao meu filho! Deem também a ele a melhor roupa, quero que todos 
vejam sua distinção”. Você consegue captar isso? 
Ao retornar para casa, Deus não faz de nós seus servos, ele nos reintegra imediatamente à famí-
lia, faz de nós seus filhos! Como disse John MacArthur, “ignorando a própria reputação, o pai estava 
cobrindo o filho pródigo com honra sobre honra”.
Por fim, o pai aproveitou a festa para responsabilizar o ex-pródigo, presenteando o filho com o 
anel da família. Se o calçado representava que o garoto era filho, a melhor roupa significava que ele 
era um filho de prestígio e o anel representava que o filho era o representante legal do próprio pai, 
pois ele era o mordomo da casa. No reino de Deus, salvação está associada ao serviço. Se uma pessoa 
não assume responsabilidades no reino de Deus, é provável que ela não tenha experimentado plena-
mente a experiência da salvação.
Conclusão
A maneira mais fácil de ser infeliz é buscar a felicidade a qualquer custo. Em sua busca incessan-
te por uma vida regada de prazeres, os pródigos, um dia, podem chegar ao abismo de sua existência e 
encarar o vazio de suas vidas com extremo pessimismo. Talvez, para alguns, esta seja a única maneira 
deles perceberem que as coisas não estão como deveriam estar.
Certa vez, alguém disse que a melhor queda é cair em si. O filho pródigo é alguém que pode 
confirmar isso. Por quais estágios da história do filho pródigo você já passou em sua vida espiritual? 
Em qual você está hoje? Eu tenho uma notícia para você: não importa o estágio no qual você se en-
contra, o Pai está sempre de braços abertos para nos receber.
Apelo
O filho pródigo perdeu tudo, mas não perdeu o Pai. Pode parecer difícil para você retornar para 
os braços do Senhor, mas foi exatamente quando o pródigo caiu em si que ele se levantou, sacudiu a 
poeira e deu a volta por cima. Não seria a hora de você fazer o mesmo? Lembre-se: por alguma razão 
desconhecida, Deus decidiu fazer do arrependimento a virtude dos imortais. Talvez o medo, a vergo-
nha, a dor ou o orgulho estejam impedindo você de cair em si, mas Deus aposta em você NOVAMEN-
TE. Resta a você confiar nEle NOVAMENTE. 
7
Sobreviventes
	 “Ouçam!	O	semeador	saiu	a	semear.	Enquanto	lançava	a	semente,	parte	dela	caiu	à	beira	do	
caminho,	e	as	aves	vieram	e	a	comeram.	Parte	dela	caiu	em	terreno	pedregoso,	onde	não	havia	muita	
terra;	e	logo	brotou,	porque	a	terra	não	era	profunda.	Mas	quando	saiu	o	sol,	as	plantas	se	queimaram	
e	secaram,	porque	não	tinham	raiz.	Outra	parte	caiu	entre	espinhos,	que	cresceram	e	sufocaram	as	
plantas,	de	forma	que	ela	não	deu	fruto.	Outra	ainda	caiu	em	boa	terra,	germinou,	cresceu	e	deu	boa	
colheita,	a	trinta,	sessenta	e	até	cem	por	um”.	Marcos	4:	3-8
Introdução 
 As estatísticas não estão ao nosso favor: 68% dos jovens abandonam a fé no período da univer-
sidade. Além disso, a juventude representa 48,4% do total das pessoas que saíram da igreja na União 
Nordeste Brasileira nos últimos cinco anos. Isso nos faz pensar: será que o evangelho está saindo de 
moda ou se tornando antiquado? Este cenário surpreenderia Jesus? A resposta a estas perguntas é um 
sonoro não.
A primeira parábola
 À beira do mar da Galileia há um homem. Alguns dizem que ele é um profeta, outros afirmam 
ser ele um curandeiro. Uma multidão se reúne ali para ouvir aquele célebre desconhecido. As sinago-
gas locais estavam ficando pequenas demais para suas pregações. Ao ar livre, concorrendo apenas com 
o barulho das ondas que arrebentavam na praia, ele contou uma história encantadora sobre fracassos 
e sucesso. 
Não por acaso, a primeira parábola que Jesus contou fala sobre os obstáculos da fé e as frustrações 
daqueles que abandonaram a igreja. Até aqui, a Bíblia mostra multidões seguindo Jesus, mas esta his-
tória contada pelo mestre mostra que Ele não estava impressionado com aquilo: a evasão dos seus 
seguidores seria muito grande. Em outras palavras, Jesus sabia que o evangelho seria cancelado na 
vida de muitos que estavam ali.
 Nesta parábola, a palavra de Deus é a semente (Mc 4:14). À medida que ela é lançada, toca 
diferentes tipos de solos que são a representação dos diferentes corações (Mt 13:19) de pessoas que 
são evangelizadas e recebem a Palavra de Deus. Cada um com suas características e dilemas que ex-
pressam a realidade que experimentamos na igreja.
Corações Desprotegidos
“Algumas pessoas são como a semente à beira do caminho, onde a palavra é semeada. Logo que a ou-
vem, Satanás vem e retira a palavra nelas semeada” Marcos 4:15.
 O primeiro grupo torna-se vítima dos enganos de Satanás e sucumbe. À medida que Jesus 
lança a semente sobre o solo, o diabo, comparado com uma ave à espreita, arranca de alguns a palavra 
de Deus. Algumas pessoas estão expostas demais aos ataques do inimigo. Elas estão tão abertas às 
filosofias, doutrinas e práticas pagãs que se tornam vulneráveis aos ataques do diabo e por isso não 
compreendem a Palavra, que por sua vez não frutifica em sua vida. Talvez você já tenha feito, ou ainda 
faça parte deste grupo.
Corações Petrificados
“Outras, como a semente lançada em terreno pedregoso, ouvem a palavra e logo a recebem com ale-
gria. Todavia, visto que não têm raiz em si mesmas, permanecem por pouco tempo. Quando surge algu-
8
ma tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo a abandonam” Marcos 4:16-17.
 O segundo grupo recebe o evangelho com euforia, mas não resiste à tribulação. Sua atenção 
está voltada unicamente para os benefícios do evangelho. Eles vão para a igreja para OBTER uma bên-
ção e não para SER uma bênção. Então, quando as dificuldades da vida cristã se levantam, aqueles que 
querem viver de vitória em vitória logo se evadem da comunidade da fé. Pode ser que você tenha ex-
perimentado algo parecido.
Corações Ocupados
“Outras ainda, como a semente lançada entre espinhos, ouvem a palavra; mas quando chegam as pre-
ocupações desta vida, o engano das riquezas e os anseios por outras coisas, sufocam a palavra, tornan-
do-a infrutífera” Marcos 4: 18-19.
O terceiro grupo de pessoas é asfixiado por cuidados mundanos, pela sedução da riqueza e pela cobiça. 
Estes vivem para o trabalho ou para aproveitar o que ele proporciona. A maior busca de sua vida é o 
luxo, ou, minimamente o conforto. Eles não vão poupar esforços para obter o melhor desta terra, ainda 
que isto lhe custe o céu. Suas metas? Concursos, carreira, mercado de trabalho e tudo que o dinheiro 
lhes puder proporcionar. Isso lhe soa familiar?
Corações férteis
“Outras pessoas são como a semente lançada em boa terra: ouvem a palavra, aceitam-na e dão uma 
colheita de trinta, sessenta e até cem por um” Marcos 4:19.
 
 O último grupo é formado por aqueles que permaneceram na fé, livres de impeditivos externos 
e frutificaram. 
 Na versão da parábola contada por Lucas, há um indício da razão do êxito da semente que ger-
minou: “[eles] a retém e dão fruto com perseverança” (Lc 8:15). Embora a parábola descreva três situ-
ações que impossibilitam a semente (que é palavra de Deus) germinar, o seu foco não está no fracasso 
dos que abandonaram o Evangelho, mas na vitória daqueles que perseveram. 
O primeiro quadro do evangelho em parábolas apresenta o drama de perder irmãos que desistirão da 
fé, mas também a gigantesca grandeza daqueles que haverão de permanecer imparáveis. Algumas se-
mentes irão se perder, mas o que importa é que cada semente que germinar e crescer se multiplicará. 
Não há prejuízo para o Reino de Deus. 
Não é apropriado ler a parábola pensando: “Que pena! A maior parte das sementes são desperdiça-
das.” Ao contrário disto, a ideia central é: se três sementes se perdem, a que perseverou e sobreviveu 
produzirá exponencialmente trinta, sessenta ou cem frutos.
 Vou te dar um tempo para você pensar: que tipo de solo melhor descreve a sua vida?
 Pode ser que você tenha se identificado com um dos primeiros três tipos de solos, e esteja pen-
sando: então, eu sou uma vítima das circunstâncias e estou irremediavelmente perdido?
Auto-determinantesViktor Frankl, psiquiatra judeu, ex-professor da Universidade de Viena e adepto do determi-
nismo proposto pela psicanálise de Freud, acreditava que as circunstâncias provocavam respostas pre-
visíveis nos indivíduos. Para ele, os seres humanos tinham a tendência de responder instintivamente 
de maneira similar às dificuldades que aparecessem em seus caminhos. 
 Contudo, quando o estudioso foi levado prisioneiro para um campo de concentração em Aus-
chwitz, na II Guerra Mundial, Frankl teve uma mudança radical em sua teoria sobre a psicologia huma-
9
na. O trecho abaixo é composto por recortes extraídos de seu livro Em busca de significado:
 
 Sigmund Freud afirmou em certa ocasião: “Imaginemos que alguém coloca determinado gru-
po de pessoas, bastante diversificado, numa mesma e uniforme situação de fome. Com o aumento da 
necessidade imperativa da fome, todas as diferenças individuais ficarão apagadas, e em seu lugar apa-
recerá a expressão uniforme da mesma necessidade não satisfeita.” Graças a Deus, Sigmund Freud não 
precisou conhecer os campos de concentração do lado de dentro. Seus objetos de estudo deitavam 
sobre divãs de veludo desenhados no estilo da cultura vitoriana, e não na imundície de Auschwitz. Lá, 
as “diferenças individuais” não se “apagaram”, mas, ao contrário, as pessoas ficaram mais diferentes; os 
indivíduos retiraram suas máscaras, tanto os porcos como os santos.
 O homem não é uma coisa entre outras; coisas se determinam mutuamente, mas o homem, em 
última análise, é autodeterminante. Aquilo que ele se torna - dentro dos limites dos seus dons e do am-
biente - é ele que faz de si mesmo. No campo de concentração, [...] testemunhamos alguns dos nossos 
companheiros se portarem como porcos, ao passo que outros agiram como santos. O homem tem den-
tro de si ambas as potencialidades; qual será concretizada, depende de decisões e não de condições. 
Nossa geração é realista porque passamos a conhecer o ser humano como ele de fato é. Afinal, ele é 
aquele ser que inventou as câmaras de gás de Auschwitz; mas ele é também aquele ser que entrou na-
quelas mesmas câmaras de cabeça erguida, tendo nos lábios o Pai Nosso ou o Shema Yisrael [principal 
oração do judaísmo].
 Em poucas palavras, o que Frankl estava nos ensinando é que você será, em grande medida, o 
que você escolher ser.
Conclusão
Esta é a primeira parábola contada por Jesus, e isso não é acidental. A parábola do semeador é uma 
reflexão de como será o ministério do próprio Jesus e a vida dos seus seguidores. O reino de Deus é 
formado por sobreviventes. Campeões que perseveraram. Esta é a lição da primeira história contada 
por Jesus.
A parábola do semeador revela por que Jesus não se impressiona com as multidões que o seguiam. A 
maioria dos ouvintes de Jesus não produziria frutos dignos de arrependimento. Mas aqueles que esco-
lherem perseverar até o fim, estes serão salvos (Mt 24:13; Ap 2:10)
Apelo
Lembre-se de Abraão no Moriá e de José – seu bisneto – no poço e na prisão. Lembre-se de Rute, em 
sua viuvez e de Raabe, nos muros de Jericó. A lista se estende: os três hebreus na fornalha, Daniel na 
cova dos leões, Ester diante do Rei e os apóstolos diante das autoridades romanas. Todos imperfeitos, 
porém, imparáveis. Fracassados em muitos pontos, entretanto, donos de uma vontade insaciável de 
fazer a vontade de Deus. 
A crise não afetou o caráter deles, apenas serviu de pano de fundo para que a sua luz brilhasse mais 
intensamente. Como bem definiu Viktor Frankl “Quem tem um ‘porquê’ enfrenta qualquer ‘como’”.
10
“Orem	sempre”	I	Tessalonicenses	5:17	NTLH.
Incomunicáveis
Introdução
 O exército iraquiano era o quarto maior do mundo na ocasião da Guerra do Golfo (1990-1991). 
Seus soldados eram bem-treinados e equipados, a força aérea era precisa, os tanques de última gera-
ção, as armas de todos os tipos e eles levavam certa vantagem por conhecerem melhor o território. 
Não seria fácil enfrentá-los, nem mesmo para a superpotência militar americana. Assim, para vencer 
aquela guerra, os EUA tiveram que utilizar uma estratégia inovadora: eles bombardearam as bases de 
comando e controle.
 Os aviões norte-americanos não fizeram dos depósitos de armas o seu alvo, nem tampouco do 
palácio do governo. Eles atacaram os centros de comunicação e o exército, incomunicável, não pôde 
organizar suas estratégias de combate. Assim, quando as tropas norte-americanas atacaram por terra, 
o exército iraquiano foi incapaz de mostrar resistência.
O maior problema dos nossos dias
 Não se pode vencer uma guerra sem comunicação efetiva. Quando ficamos incomunicáveis, o 
inimigo invade nosso território. Leonard Ravenhill pintou um retrato ultrarrealista de nossos dias: 
 “Contamos com muitas pessoas que sabem organizar, mas poucas dispostas a agonizar; muitas 
que contribuem, mas poucas que oram; [...] muitos que interferem, mas poucos que intercedem”. Entre-
tanto, não deveria ser assim. Se fracassarmos na oração, fracassaremos em todas as frentes de batalha.
 Nós, jovens, costumamos ter uma vida muito agitada. Trabalho, estudos, saídas com a galera... 
além disso, passamos horas assistindo nossas séries favoritas ou batendo papo nos grupos do whatsa-
pp e stalkeando o crush em alguma rede social... Quase não sobra tempo para orar! Nossa comunicação 
com o céu está sendo drasticamente afetada pelos ruídos de nosso excesso de comunicação com a 
terra. Não tem o que questionar! Estamos precisando dedicar mais tempo para ficar a sós com Deus!
Entendam que o Criador do universo está ao alcance de uma prece. Lembrem-se do que disse Ellen 
White, “Mais oração e menos conversa é o que Deus deseja, isso transformaria seu povo em uma torre 
forte” (Testemonies to Southern Africa, p. 53). 
Batendo na porta do céu
 Talvez a oração incessante seja uma das mais difíceis tarefas da vida cristã. Contudo, afastar-se 
deste estilo de vida é a forma mais fácil de afastar-se do céu. É impressionante que na era da comuni-
cação, o maior perigo para o povo de Deus é fracassar em se comunicar com o céu. Nós aceleramos a 
comunicação, ampliamos os meios para isso, inventamos novas formas, investimos bilhões neste setor, 
mas raramente temos tempo para uma oração de qualidade. Todavia, não podemos nos esquecer que 
Deus não responde a uma oração que não tenha sido feita.
Jesus contou uma parábola radical sobre o dever de “orar sempre e nunca desanimar” (Lucas 18:1).
 Ele disse: “Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus nem se importava com os ho-
mens. E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamente a ele, suplicando-lhe: ‘Faze-me 
justiça contra o meu adversário’. Por algum tempo ele se recusou. Mas finalmente disse a si mesmo: 
‘Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens, esta viúva está me aborrecendo; vou 
fazer-lhe justiça para que ela não venha me importunar’ “. E o Senhor continuou: “Ouçam o que diz o 
11
juiz injusto. Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará 
fazendo-os esperar?
Lucas 18:2-7
 Uma pobre viúva grita tentando chamar a atenção de um corrupto juiz: “Julga a minha causa 
contra o meu adversário” (Lc 18:3). O juiz não lhe dá atenção. Mas ela é imparável. Ela insiste, persiste 
e não desiste.
 Todos já enfrentamos o dilema da oração não respondida. E como isso dói! Às vezes nossos 
motivos são pecaminosos; às vezes nos falta sinceridade, mas, outras vezes, nos falta perseverança. 
Contudo, antes de entrar neste tema, é importante ressaltar que Deus não quer que vivamos em um 
estado de paranoia espiritual, procurando os motivos pelos quais nossas orações não são respondidas. 
É melhor acreditar que Ele sabe o motivo de estar negando ou adiando a resposta dos nossos pedidos.
 Além do mais, a oração não deixa de ser um exercício. Orar é malhar os músculos da fé. Qual-
quer pessoa que já foi a uma academia sabe que o princípio da hipertrofia é a repetição. Da mesma 
forma, se você quiser fortalecer a sua fé, você vai ter que repetireste ato, até que um dia sua fé será 
capaz de mover as montanhas em seu caminho.
 É importante perceber, também, o motivo da oração da viúva. “Ela gritava a fim de remover o 
seu “adversário”, não o seu problema. Nós nos confundimos, às vezes, achando que só por que nós te-
mos uma necessidade, Deus deve nos responder ao nosso modo e no nosso tempo. Isso significa deixar 
a necessidade nos governar e não o Senhor. Independentemente do que você está passando agora, a 
sua necessidade pode até ser a sua resposta!” (Sandra Querin).
 Por quanto tempo os discípulos se demoraram em Jerusalém? Até serem revestidos de poder 
do alto” (Lc 24:49). Por quanto tempo Moisés permaneceu com as mãos erguidas a Deus em oração? 
Até Amaleque ser completamente derrotado (Êx 17:13). Por quanto tempo Josué segurou sua lança 
na direção de Ai, enquanto o exército a atacava? Até ela ser destruída (Js 8:26). Por quanto tempo Elias 
ficou de joelhos em oração perseverante após três anos de seca? Até aparecerem nuvens no céu (I Rs 
18:44). Por quanto tempo Jesus orou no Getsêmani? Até Satanás ser derrotado. Por quanto tempo os 
discípulos permaneceram em oração no cenáculo? Até o Espírito Santo ser derramado sobre eles. Não 
importa qual é o nosso pedido de oração, se Deus nos guiou a orar por uma necessidade que cremos ser 
da vontade dEle, por quanto tempo devemos orar? Até chegar a resposta.
Afinal de contas, é sempre bom lembrar do que disse Ellen White, “A oração comove o céu”. (Nos Luga-
res Celestiais, p. 74)
E os desafios da distração?
 A maioria das pessoas que eu conheço, já pagaram mico na oração silenciosa. “Deus, eu tava 
falando o que, mesmo?” e “Senhor, abençoe meus pecados”. Foram coisas que eu mesmo já disse en-
quanto orava. Para evitar que você se perca na oração, vou te dar aqui 3 dicas que podem te ajudar:
- Seja autêntico! Não seja um personagem fazendo uso de um vocabulário que não faz parte do seu dia 
a dia, falando palavras difíceis ou até mesmo modificando a entonação – tem muito nordestino com so-
taque paulista na oração. Deixa só eu te relembrar que Deus sabe quem você é. “Orar é abrir o coração 
a Deus como a um amigo” (Caminho a Cristo, p. 59). 
- Fale em voz alta! Muitas vezes o silêncio nos coloca em um labirinto mental. Tem muita coisa aconte-
cendo dentro da sua mente agitada. Verbalizar (ou até mesmo escrever) vai te ajudar a não se perder 
no emaranhado de pensamentos que está na sua mente.
- Abra o jogo! Torne a própria distração em um motivo de oração: “Deus, eu me desconcentrei de novo, 
me ajude a permanecer conectado com o Senhor”. Lembre-se, o Pai dos céus deseja abraçar as nossas 
fragilidades e limitações. 
12
Conclusão
 Ser membro de uma igreja e não ter uma vida de oração é o mesmo que ter uma conta no Insta-
gram e perder completamente o acesso à internet: ou seja, não serve de nada! A oração é a rede wire-
less que nos conecta ao céu. Perder essa conexão é ignorar um universo de possibilidades que está ao 
alcance do seu clamor. 
 Orar é ter acesso ao perfil de Deus e conversar com Ele pelo direct sobre os últimos stories que 
você nem sequer postou, mas Ele já visualizou. Quem vive em oração pode ter certeza de que está na 
lista de melhores amigos de Deus e que logo, logo, receberá notificações da ação dEle em seu favor. 
Por isso, se você não quiser virar um meme de uma religião fracassada, aprenda a orar. É impossível 
tropeçar quando se está de joelhos, por isso, não fique off-line para Deus, “ore sempre” (1 Ts 5:17) e 
lembre-se: 
Apelo
 Você se lembra como foi que você começou a se afastar de Jesus? Tudo começou quando você 
parou de orar, não foi? O relacionamento foi quebrado e, depois, uma sucessão de coisas acabaram se 
tornando a desculpa perfeita para que você não mais viesse à igreja e o afastamento foi definitivo. 
 Orar não é apenas “pedir para Deus”, orar é “estar com Deus”. Você não é um mendigo à porta; 
você é um filho no colo. Se você quiser ter uma nova mente, precisa estar disposto a orar novamente, 
quantas vezes for preciso. Sem uma vida de oração, você não vai conseguir voltar para os braços de 
Jesus. Faça disso uma prioridade! Antes de voltar para a igreja, você precisa voltar a orar.
 
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LIVRES PARA ADORAR
	 	 “Para	a	liberdade	foi	que	Cristo	nos	libertou.	Permanecei,	pois,	firmes	e	não	vos	subme-
tais,	de	novo,	a	jugo	de	escravidão”.	Gálatas	5:1
Introdução
 Se voltarmos os olhos para o Egito da época do Êxodo, veremos uma representação do Grande 
Conflito, tendo Faraó como representante do diabo e Moisés como representante de Cristo. Nos dias 
da libertação, o povo sofria com os abusos da autoridade egípcia. Um rigoroso controle de natalidade 
exigia que os meninos fossem mortos no parto, e os que sobrevivessem a essa barbárie seriam empre-
gados em serviços forçados no processo de construção do império, alimentando o luxo de Faraó e de 
sua nobreza.
 As coisas começam a mudar quando Moisés, ao retornar de seu exílio em Midiã, retorna à sua 
terra natal e confronta Faraó com a seguinte declaração: 
“[...] Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no 
deserto”. Êxodo 5:1 
 Obviamente, o líder da maior superpotência mundial de sua época não atendeu o pedido dos 
escravos. E, em virtude disto, seu território começou a ser flagelado por pragas. O Nilo tornou-se em 
sangue e o povo estava aterrorizado. Moisés, então, retorna ao palácio de faraó e insiste:
“[...] Assim diz o SENHOR: Deixa ir o meu povo, para que me sirva”. Êxodo 8:1
PROPOSTA 1 - NÃO SAIA DO EGITO
 É somente depois da quarta praga, quando o Egito ficou tomado por moscas, que Faraó se dis-
põe a negociar a liberdade dos hebreus, fazendo, a princípio, uma pequena concessão:
“Então Faraó chamou Moisés e Arão e disse: Ide e oferecei sacrifícios ao vosso Deus nesta terra” Êxodo 
8:25
 
 A primeira proposta de Faraó é uma permissão para que os hebreus prestem culto a Deus na 
terra do Egito. Em outras palavras, ele estava dizendo: 
“Vocês podem cultuar ao Deus de vocês, desde que seja aqui. Sirvam ao seu Deus, mas não saiam do 
Egito”.
 É impressionante ver quantos cristãos se contentam com esta proposta! Eles frequentam a 
igreja, mas não fazem parte dela – e se já fizeram, afastaram-se por considerá-la antiquada e fora de 
moda. Eles assistem aos cultos e às vezes até se emocionam, mas definitivamente não estão dispostos 
a sair do Egito e fazer parte do povo do Senhor. 
 Eles adoram o Deus de Israel, mas não acham necessário sair do Egito para isso. Vêm para o 
templo de Deus, prestam seu culto e, logo em seguida, retornam para as festas egípcias, para o dia a dia 
egípcio, para as canções egípcias, para o estilo de vida egípcio.
 Não se iluda, Deus quer livrar você do Egito! Ele não quer simplesmente ser adorado, Ele quer 
libertar você para a adoração. Não é à toa que Moisés não aceita esta proposta – e você também não 
deveria. 
PROPOSTA 2 - NÃO SE AFASTE DO EGITO
“Eu vos deixarei ir, para que ofereçais sacrifícios ao Senhor, o vosso Deus, no deserto, apenas se saindo 
não fordes muito longe” Êxodo 8:28
A segunda proposta de Faraó é tentadora, contudo, ainda mais perigosa: “Tudo bem, podem adorar a 
este Deus, podem até sair daqui, mas não afastem-se do Egito. Fiquem a uma distância que, a qualquer 
momento, vocês possam voltar”.
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 Nos dias de hoje, muitos cristãos mantêm-se a uma distância segura do Egito. Eles vivem uma 
religião que eles chamam de “equilibrada”, mas, na verdade, não passa de covardia espiritual. Em sua 
obra Cartas de um diabo ao seu aprendiz, C. S. Lewis afirma que uma religião moderada é tão proveito-
sa quanto nenhuma religião. 
 O que chamamos aqui de religião moderada é aquela na qual o indivíduo evita qualquer decisão 
radical baseada nos sacrifícios demandados pela fé. Este tipo de pensamento é compatível com o da 
mulher de Jó, que aconselha o seu marido a não seguir a Deus a partir do momento em que os benefí-
cios cessam. Tais indivíduos evitam a qualquer custo ser classificadoscomo extremistas e suas opiniões 
sempre estão de acordo com a mídia e as massas, vivenciando uma espécie de cristianismo diplomático 
com o Egito. 
 Acontece que se você não se afastar do Egito, quando a coisa apertar, esta pode ser exatamen-
te a sua rota de fuga. Você pode ter saudade da escravidão e pode colocar tudo a perder. É por isso que 
Deus orienta Moisés a não aceitar esta condição.
PROPOSTA 3 – NÃO LEVE SUA FAMÍLIA
 É no contexto da oitava praga, após o Egito estar quase arruinado, que Faraó se dispõe a reto-
mar a negociação:
“[...]Vão e prestem culto ao Senhor, o seu Deus, mas, digam-me, quem irá”? Êxodo 10: 8
 Ao que Moisés respondeu:
“Disse-lhe Moisés: Temos de ir com nossos jovens e com os nossos velhos, com os nossos filhos e com 
as nossas filhas, com os nossos rebanhos e com o nosso gado, por que temos que celebrar ao Senhor”. 
Êxodo:10 :9
 
 Este era um jeito simples de dizer, vamos com todos! Contudo, Faraó indignou-se com a ousa-
dia do profeta: 
“Não será assim. Agora, ide vós, os homens, e servi ao Senhor, pois isso é o que pedistes”. Êxodo 10:11
 Na estrutura social daquele tempo, onde os músculos eram essenciais às principais formas de 
trabalho, a figura masculina tinha um papel de destaque na sociedade. Quando Faraó libera os homens 
para ir, ele está propondo uma ruptura na unidade familiar do tipo: “Vocês podem ir, mas as suas famí-
lias ficam comigo”.
 Incrivelmente as coisas não mudaram hoje. O inimigo de nossas almas deseja ansiosamente 
que abandonemos e deixemos a nossa família para trás em questões de adoração. Assim, muitos estão 
abandonando a sua família. Não priorizam o culto familiar, economizam na lição da escola sabatina, não 
investem na espiritualidade da sua casa. A estes, é bom lembrar o que Paulo falou em I Timóteo 5:8:
“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior 
do que o descrente”.
 Sobre isso também, é oportuno lembrar o que escreveu Ellen White:
“Onde há falta de religião no lar, de nada vale profissão de fé”. 
Signs of the Times, 14 de novembro de 1892
E, novamente:
“Se houvesse mais genuína religião doméstica, mais poder haveria na igreja”. Mensagens aos Jovens, 
pág. 327.
 
 Adoração é algo que deve ser feito em família. Se o diabo não está disposto a abrir mão da sua 
família, por que você estaria?
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PROPOSTA 4 – DEIXE AQUI OS SEUS BENS
 Perceba que, até agora, faraó vinha fazendo pequenas concessões. Aos poucos ele foi demons-
trando o que ele gostaria que permanecesse no Egito: na primeira proposta, o povo deveria ficar em 
solo egípcio; na segunda, o povo não deveria se afastar demais de lá; na terceira proposta, a família dos 
hebreus deveria permanecer no Egito; na proposta final, pouco antes da praga dos primogênitos, ele 
deixou claro qual era a última coisa que ele não estava disposto a abrir mão: os bens dos israelitas.
 
 “Então faraó mandou chamar Moisés e disse: Ide, servi ao Senhor. Somente fiquem os vossos rebanhos 
e o vosso gado; vão também convosco as vossas crianças.” Êxodo 10:24
 Por incrível que pareça, a última coisa que Faraó não estava disposto a abrir mão era do gado 
de Israel. Lembre-se que os hebreus formavam uma nação de pastores (Gn 46:32-34). O gado era a 
fonte de seus recursos. A última proposta de faraó foi: “Vocês podem ir, podem levar a família de vocês, 
mas os seus recursos ficarão no Egito. Suas posses são minhas!”.
 É, no mínimo, curioso que a última coisa que o inimigo esteja disposto a abrir mão é de nossa 
renda. O filósofo russo Leon Tólstoi classificou o dinheiro como uma “nova forma de escravidão im-
pessoal”. E, por mais que alguns não aceitem, é importante ressaltar que o dinheiro e a forma como o 
usamos é, sim, um assunto espiritual. 
 É interessante perceber que os hábitos de consumo no século XXI acabaram tomando sobre 
si contornos de religião. Marcas são símbolos sagrados que representam filosofia e estilo de vida. Bal-
cões de lojas são altares, onde se sacrificam salários para aplacar a ira de uma divindade que exige tudo 
que você tem: o d(EU)s ego. O fast-food se tornou a santa ceia de um povo que celebra, nas praças de 
alimentação, o prazer de saciar o próprio apetite.
 Não é por acaso que a Bíblia nos aconselha em Provérbios 3:9:
“Honre o Senhor com todos os seus recursos e com os primeiros frutos de todas as suas plantações.”
 Deus coloca a mão em nossos bolsos para tocar o nosso coração. Quem controla o nosso di-
nheiro também controla nosso estilo de vida. Ninguém saiu do Egito completamente enquanto não 
honrar o nosso Senhor com os seus recursos financeiros.
CONCLUSÃO
 “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5:1). Esta liberdade não é parcial. O povo 
atravessou o mar e afastou-se por completo do Egito. Levaram consigo suas famílias e seus bens. Eles 
se tornaram completamente livres para experimentar a vontade de Deus. 
 A liberdade nos concede uma nova mente. Precisamos ser libertos do domínio do inimigo em 
todas as esferas. Precisamos que nossa família seja livre. Precisamos que nossos recursos gritem sobre 
a nossa liberdade. E como disse Leon Tolstoi:
“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas 
uma consequência”.
APELO
 Se por alguma razão você se encontra hoje em qualquer dos estados descritos nesta mensa-
gem; se você ainda permanece no Egito ou não se afastou dele, se você tem negligenciado a sua família 
ou não tem honrado a Deus com seus recursos, é hora de reavaliar e aceitar a liberdade que Cristo 
oferece. Se você quer se libertar do poder do príncipe deste mundo que já foi julgado, decida hoje atra-
vessar o oceano de dificuldades ao lado do Salvador.
16
Introdução
Workaholic. Termo estrangeiro importado da língua inglesa para descrever o indivíduo que é viciado 
em trabalho. Penso que o mundo contemporâneo está contaminado por esta epidemia. Jornadas di-
árias de 12 horas, fim de semana com trabalho e falta de tempo para o lazer. O século XXI já chegou 
pisando no acelerador e impondo um ritmo de vida frenético para a humanidade. Alguns séculos atrás, 
contudo, um estilo de vida assim seria impensável. 
 A visão medieval sobre o dinheiro era negativa. Os votos de pobreza eram uma virtude das 
mais elevadas e a sociedade estava estagnada no sentido de acúmulo de riquezas. A igreja romana 
dizia que a finalidade do trabalho era manter o indivíduo na condição na qual nasceu, ou seja, sem ne-
nhuma mobilidade social. Assim, as pessoas de nobre nascimento permaneceriam assim por toda vida, 
uma vez que detinham a terra, e os camponeses trabalhavam arduamente para manter o luxo daqueles 
que estavam no topo da pirâmide social e para se manter. O trabalho, por conseguinte, era tido como 
degradante para o ser humano, e, por isso, os de linhagem nobre recusavam-se ao labor. Foi assim, até 
a chegada da Reforma Protestante. 
 Os reformadores reconceituaram o trabalho como um dever que dignifica o homem, que, ago-
ra, com a bênção de Deus, poderia prosperar sem culpa. Para Lutero, por exemplo, o trabalho benefi-
ciava não apenas o indivíduo, mas também a sociedade como um todo e deveria ser considerado como 
sendo sagrado: 
 “Ainda que o seu trabalho seja o de um lavador de pratos ou de um menino que cuida do estábu-
lo, a sua vocação é divinamente indicada, tão sagrada quanto a de qualquer pastor ou oficial da igreja”.
Martinho Lutero
 Não seria exagero dizer que a reforma ajudou a esboçar o rascunho do comércio e da economia 
ocidental.
 As nações que aderiram a estes ideais se tornaram mais prósperas e, consequentemente, seu 
povo viu a chance de ter os tormentos desta vida amenizados. A possibilidade de o indivíduo aumentar 
o seu nível social favoreceu o desenvolvimento da tecnologia a serviço da humanidade. 
Efeito Colateral
 Infelizmente, não podemos ignorar o efeito colateral deste processo de enriquecimento. John 
Wesley, temerosamente, alertou: “Temo que nos lugares onde a riqueza aumentou, a essência da reli-gião diminuiu em igual proporção”. O acúmulo de bens sem a noção do temor de Deus pode se tornar 
uma arma fatal para a injustiça na sociedade. Assim, em muitos destes lugares, como disse Cotton Ma-
ther, “a religião gerou a prosperidade, e a filha consumiu a mãe”. 
 Se voltarmos ainda mais na linha do tempo da religião, veremos que Jesus já havia vacinado a 
sua igreja contra este tipo de comportamento:
 Então lhes disse: “Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um 
homem não consiste na quantidade dos seus bens”.
Lucas 12:15
	 “Pois,	que	adiantará	ao	homem	ganhar	o	mundo	inteiro	e	perder	a	sua	alma?	Ou,	o	que	o	ho-
mem	poderá	dar	em	troca	de	sua	alma?”	Mateus	16:26
ESCRAVOS MODERNOS
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 Essa máxima já seria por si só suficiente para levar qualquer seguidor de Jesus a ter uma postura 
cautelosa com relação à vida pautada no desequilíbrio do trabalho. Contudo, Jesus prosseguiu o seu en-
sinamento com uma parábola chocante:
 Então lhes contou esta parábola: “A terra de certo homem rico produziu muito bem. Ele pensou 
consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde armazenar minha colheita’. “Então disse: ‘Já sei o que 
vou fazer. Vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores, e ali guardarei toda a minha safra e 
todos os meus bens. E direi a mim mesmo: Você tem grande quantidade de bens, armazenados para mui-
tos anos. Descanse, coma, beba e alegre-se’. “Contudo, Deus lhe disse: ‘Insensato! Esta mesma noite a sua 
vida lhe será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou?’ “Assim acontece com quem guarda 
para si riquezas, mas não é rico para com Deus”.
Lucas 12: 16-21
 Uau! Que golpe em nossa sociedade workaholic! Uma simples lembrança de que o que acumula-
mos nesta vida não é capaz de aumentar os nossos dias já seria suficiente para cutucar aqueles que vivem 
para trabalhar, e esquecem-se de trabalhar para viver. Todavia, se formos mais a fundo, perceberemos 
que o trabalho desenfreado sempre foi uma preocupação na Escritura Sagrada.
O primeiro feriado da história
 Feriados são datas de comemoração e, por isso, eles mostram muita coisa sobre a identidade e a 
cultura do povo que os celebram. Por exemplo, em Ivrea, na Itália, as pessoas celebram o carnaval, com 
uma batalha de laranjas, para relembrar a revolta do povo contra um governo tirânico. Já em Buñol, Es-
panha, a população faz algo parecido em agosto, só que com tomates podres, impróprios para o consumo.
O primeiro feriado da história da humanidade foi estabelecido por Deus no jardim do Éden, mas foi na 
tábua dos dez mandamentos que ele ganhou popularidade.
 “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o 
sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua 
filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; 
porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descan-
sou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.” (Êxodo 20:8) 
 Curiosamente, o mandamento do sábado talvez tenha sido o preceito mais transformador para 
a humanidade. Pela primeira vez na história, a sociedade saberia que todos têm direitos humanos fun-
damentais. Não há distinção entre homens e mulheres, pais e filhos, patrões e empregados, nativos e es-
trangeiros. A guarda do sábado é a prova de que não são as relações de poder que os definem. No sábado 
todos são iguais, todos são, apenas, filhos de Deus. Além do mais, este mandamento não apenas igualou 
a humanidade, mas também foi a primeira Lei na história ditada em benefício dos animais, garantindo 
dignidade também a estes.
 Guardar o sábado também é uma vacina contra um mundo workaholic, um alerta contra o risco 
de colocarmos o nosso valor nos cifrões que produzimos. No Egito, o valor do escravo hebreu era medido 
pela quantidade de tijolos que ele era capaz de fabricar para as construções faraônicas daquele império. 
O escravo era um cifrão, tratado como uma propriedade, não como um ser humano. O sábado é um lem-
brete semanal para que o povo recorde que não está mais no Egito. Seu valor não está em sua produção, 
mas no amor de seu Libertador. Pessoas que insistem em trabalhar sete dias por semana continuam sen-
do escravos de um sistema que valoriza o dinheiro em detrimento da vida.
Direitos humanos
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”
Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos
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 É lugar comum na história associar os ideais de direitos humanos fundamentais aos ideais de 
igualdade, liberdade e fraternidade da Revolução Francesa. No entanto, de acordo com o ex-ministro 
nacional de educação da França, Luc Ferry, ‘É perfeitamente claro que, sem esta valorização tipicamen-
te cristã da pessoa humana [...] a filosofia dos direitos humanos [...] jamais teria visto o dia”.
 Os reformadores advogaram a dignidade da vida dos camponeses e lutaram para que eles fos-
sem libertos das taxas e leis predatórias às quais estavam submetidos. Além disso, ele exigiu julga-
mentos justos, que não favorecessem os nobres, e ensinou que os servos não eram propriedade dos 
senhores feudais.
 No fundo, no fundo, esses ideais já estavam contidos no 4º mandamento da lei de Deus. De 
certa forma, a guarda do sábado é um ato de protesto contra os exageros do trabalho e contra as injus-
tiças cometidas contra os mais vulneráveis da sociedade. O mandamento nos lembra que a autoridade 
dos pais, dos patrões, das nações e até dos criadores de animais tem um limite. Lembrar da santidade 
do sábado é lembrar de quem realmente governa a vida. Por isso, somos convidados a parar. Parar é 
um ato de fé que indica confiança nAquele que pode governar a minha vida melhor do que eu posso, 
mesmo com todo meu esforço.
 Meu conselho, una-se ao povo de Deus, use sua marca registrada e descubra como é top celebrar 
o sábado.
Conclusão
 Aquele que nos criou sabe que nossa natureza desgovernada facilmente nos leva a cometer 
excessos, por isso, estabeleceu o descanso sabático. Este mandamento, não por acaso, é o mais longo e 
detalhado entre os dez, ocupando cerca de trinta por cento do texto da Lei. Mesmo assim, de todos os 
mandamentos da Lei de Deus, o quarto é, sem dúvidas, o mais cercado por controvérsias e polêmica. 
 Eu penso que isso se dá pela incapacidade humana de assumir que não está no controle, e do 
desejo de subjugar os seus semelhantes.
Contudo, obedecer ao mandamento do sábado é o ponto de ignição para uma nova mentalidade. Nesta 
quebra de uma rotina baseada no fazer, encontramos um novo sentido para o nosso ser. Por isso, eu 
fico com o que disse Abraham Heschell:
“Seis dias por semana procuramos dominar o mundo; no sétimo dia, tentamos dominar o eu”.
Apelo:
 Talvez você tenha se afastado de Jesus por não conseguir obedecer plenamente a este man-
damento. Hoje, você é convidado a viver pela fé. Em tempos de crise, Deus sempre age mais podero-
samente para demonstrar quem de fato está no controle das nossas vidas. Ao guardar o sábado, você 
demonstrará que é a eternidade que governa o tempo e que a dignidade da sua vida repousa no seu 
Criador. É preciso fé e coragem, mas este é um convite de Deus. Então, acredite! Quando você decidir 
ser fiel, Ele irá honrar você.
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Cristianismo Self-Service
	 “Admiro-me	de	que	vocês	estejam	abandonando	tão	rapidamente	aquele	que	os	chamou	pela	
graça	de	Cristo,	para	seguirem	outro	evangelho”.	Gálatas	1:6
Introdução
Em maio de 2017, o Instituto Barna revelou os dados de uma pesquisa sobre a influência que cosmo-
visões não-cristãs têm exercido sobre o cristianismo de alguns no século XXI. Todos os entrevistados 
eram cristãos praticantes e os resultados do estudo foram impressionantes.
 De acordo com a pesquisa, incríveis 61% concordam com ideias da Nova Era, 54% aceitam pon-
tos de vista pós-modernos, 36% estão alinhados com o marxismo e29% acreditam em teorias basea-
das no secularismo. Absurdamente, somente 17% dos entrevistados demonstraram estar harmoniza-
dos com a cosmovisão bíblica sobre esses assuntos. Tais dados constatam uma estranha tendência de 
pessoas que baseiam mais sua fé na autoridade do “eu acho” do que na Palavra do “Eu Sou”. Infelizmen-
te, estamos assistindo o desenvolvimento de religião personalizada, onde os cristãos atuais escolhem 
no menu das práticas deste século o que mais se encaixa com seu paladar pessoal. Sem dúvidas, este 
grupo precisa de uma nova mente.
Outro Evangelho
 O texto de Gálatas 1:6 aponta para algo que muitos ainda não compreenderam: existem evan-
gelhos pirateados. Nos tempos de Paulo, o legalismo ocupava a principal posição na prateleira de evan-
gelhos falsificados. Hoje, entretanto, me parece que as opções são ainda mais variadas. O famoso teó-
logo A. W. Pink fez uma exposição deste tema digna de consideração:
 “O evangelho de Satanás se parece tanto com aquele que procura imitar, que multidões de pes-
soas não-salvas são enganadas por este evangelho.
 O apóstolo Paulo se referiu a este evangelho quando disse: “Admira-me que estejais passando 
tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, se-
não que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7). Este falso 
evangelho estava sendo proclamado mesmo nos dias do apóstolo, e uma terrível maldição foi lançada 
sobre aqueles que o pregavam. O apóstolo continuou: ‘Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do 
céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema’ (v. 8). Com a ajuda de 
Deus, nos esforçaremos para explicar, ou melhor, para desmascarar este falso evangelho.
 O evangelho de Satanás não é um sistema de princípios revolucionários, nem mesmo um pro-
grama de anarquia. Este evangelho não promove conflitos ou guerras, mas tem como alvo a paz e a 
unidade. Não procura colocar a mãe contra a filha, nem o pai contra o filho; ao invés disso, ele fomenta 
o espírito de fraternidade pelo qual a raça humana é considerada uma grande ‘irmandade’.
 Este evangelho não procura mortificar o homem natural, e sim aprimorá-lo e enaltecê-lo. O 
evangelho de Satanás defende a educação e a instrução, apelando ao “melhor que há no íntimo do ser 
humano”; tem como alvo fazer deste mundo um habitat tão confortável e agradável, que a ausência de 
Cristo não será sentida e Deus não será necessário. O evangelho de Satanás se esforça para manter o 
homem tão ocupado com as coisas deste mundo, que não tem ocasião nem inclinação para pensar no 
mundo por vir. Este evangelho propaga os princípios do auto-sacrifício, da caridade e da benevolên-
cia, ensinando-nos a viver para o bem dos outros e sermos bondosos para todos. Apela fortemente à 
mentalidade carnal, tornando-se popular entre as massas, porque ignora os solenes fatos de que, por 
natureza, o homem é uma criatura caída, está alienado da vida de Deus, morto em delitos e pecados, e 
de que a única esperança se encontra em ser nascido de novo”.
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Contradições ambulantes
 Você já deve ter visto alguém que coloca na descrição do seu perfil de algum cristão no Insta-
gram sua religião em uma linha e seu signo logo abaixo. E talvez você esteja se perguntando agora: qual 
o problema com isso? A questão é que, para a Bíblia, quando coisas acontecem na sua vida, a culpa não 
é das estrelas – geralmente é sua mesmo. 
 Para os astrólogos, o movimento dos astros interfere no seu futuro, mas, para a Bíblia, é o nas-
cimento do Sol da Justiça (ver Ml 4:2) que define a sua eternidade. E, quando essas duas visões colidem, 
elas não se misturam. Qualquer pessoa que diga acreditar em ambas as coisas, não leu a Escritura o su-
ficiente e está buscando apenas uma fé gourmetizada num Jesus pop que a leve a viver um cristianismo 
self-service. 
 Na ânsia por aceitar tudo como sendo da mesma fonte espiritual, a única coisa que esses indiví-
duos vão conseguir é possuir uma fé contraditória, baseada na subjetividade de um coração enganoso 
(ver Jr 17: 9). 
Um fenômeno perturbador
 Desde o censo de 2010, o IBGE incluiu uma nova categoria religiosa em sua pesquisa: os evan-
gélicos não praticantes – gente que concorda intelectualmente com a Bíblia e até a defende nos cír-
culos sociais, mas não age conforme o que acredita. Quando descobri isso, eu tomei um choque. Aí eu 
pensei nos inúmeros adventistas não praticantes que conheço, e vi que a coisa é séria.
Gente que vive pedindo oração, mas quase não ora. Que defende a Bíblia e o Espírito de Profecia, mas 
quase nunca os leem. Pessoas que acreditam que o sábado é o dia do Senhor, mas passam esse dia em 
atividades voltadas para o eu. Irmãos que soltam améns altos ao ver um batismo na igreja, mas não 
mexem um dedo para compartilhar a sua fé. 
 Adventista não praticante, para mim, é uma contradição ambulante, do mesmo tipo que água 
seca e bola quadrada. Contudo, a mesma Bíblia que profetizou o surgimento dos falsos Cristos (Mc 
13:22) também nos alertou sobre a aparição de falsos cristãos, que têm “aparência de piedade, mas 
negam o seu poder” (2 Tm 3:5). Adventistas não praticantes entram em uma classificação ainda mais 
ousada: a dos cristãos ateus. 
Cristãos Ateus
 O cristão ateu é um livro de Craig Groeschell, que trata desse dilema atual da nossa fé. Segun-
do Groeschell, cristãos ateus afirmam crer em Deus, mas não o conhecem de verdade, são mais fãs de 
Jesus que seus discípulos. São pessoas que se dizem perdoadas, mas não toleram o mínimo erro das 
pessoas. Eles não acreditam na mudança de outros, vivem voltados para o próprio sucesso e felicidade, 
e desesperam-se ao menor sinal de instabilidade. Eles se afastam da igreja, tentando se lançar em uma 
espécie de carreira solo da fé. São os que honram com os lábios, mas o coração está longe de Deus (Mt 
15:8).
 O Senhor não espera de nós mera confissão de fé – até os demônios creem e tremem, e o pró-
prio diabo cita as Escrituras ao conversar com Jesus! A diferença entre os verdadeiros cristãos e os 
falsos não está em suas convicções, mas em suas ações.
 Cristianismo não é um rótulo que você recebe ao frequentar cultos. Temos que tomar cuidado 
para não nos tornarmos o tipo de pessoa que define a sua religião, apenas porque tem um certificado 
de batismo pendurado na parede. Ir à igreja não faz de você um cristão, assim como ir à Disneylândia 
não faz de você o Mickey Mouse.
 Os que passaram pela metamorfose do Experimento da Graça compreenderam que crer é agir, 
fé é ação. Se você encontra hoje alguma dificuldade em lidar com aspectos práticos da sua fé, ore a 
Deus e se aprofunde mais em seu relacionamento com Ele. Em breve, você verá os resultados.
21
Conclusão - Em outra frequência
Lembro certa vez de ter assistido uma entrevista de um músico famoso nacionalmente que se con-
verteu ao cristianismo e, por isso, abandonou a sua banda de Rock. Na ocasião, perguntaram para ele 
acerca de sua decisão: “Por que Deus seria contra a música que você fazia antes? Ele não é um cara tão 
legal e tolerante?”. A resposta deste artista me deixou impactado: “É bem mais profundo do que isso [...] 
Eu tinha um estilo de vida, e aquela música era a trilha sonora do estilo de vida que eu vivia, mas depois 
que eu conheci Jesus, a trilha sonora da minha vida mudou”. 
A metáfora da trilha sonora é só o início para a implantação em nós da mente de Cristo. Quando pen-
samos como Jesus, nosso gosto musical, nossos apetites e paixões são radicalmente sintonizados com 
o céu e nós passamos a “vibrar em outra frequência”, por assim dizer. Assim, abandonamos ao máximo 
os hábitos e crenças mundanos e nos tornamos novamente à semelhança do Salvador.
Apelo
 Onde quer que o Espírito do Senhor esteja, as contradições serão anuladas, pouco a pouco. 
Mantenha em seu viver unicamente aquilo que provém de Cristo e torne-se um praticante da Palavra. 
Assim, o Espírito Santo encherá você e te guiará pelos caminhos quelevam ao céu. Estes caminhos, 
embora sejam estreitos, são seguros e você verá, a cada momento, como vale a pena trilhá-los.
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Introdução
 A grande maioria dos adventistas já ouviu pelo menos um sermão na vida ligando a parábola 
das dez virgens à volta de Jesus. É na volta de Jesus que repousa a esperança do povo de Deus e é dessa 
promessa que deriva o nome da nossa igreja (adventista é aquele que aguarda a segunda vinda). Nós 
cremos nisso, nós esperamos por isso, nós cantamos sobre isso. Eu arriscaria dizer que “Breve virá” 
deve ser a estrofe mais cantada pelos adventistas há gerações, e, em nossa experiência religiosa, nós 
sempre associamos o virá com o breve. É exatamente por isso que o versículo que nós lemos me deixou 
perplexo.
 Um dia, ao ler esse versículo, minha mente bugou e eu pensei: “tem alguém me trolando!” Como 
assim “tardando o noivo”? Não pode ser! Como é que eu vou cantar “Não tardará” ou “Breve virá” quan-
do eu leio na Bíblia: “tardando o noivo”?
 
Desvendando o paradoxo
 A solução para esse paradoxo tem a ver com a ênfase da nossa pregação. Em nossa obsessão 
com o tempo, o breve acaba se tornando mais importante que o virá. Nós ficamos mais preocupados 
com os ponteiros do relógio do que em viver o evangelho. 
 Vou tentar explicar melhor. Um dia sem ver seu crush parece uma eternidade, porém, um dia 
ao lado dele ou dela passa voando. Uma coisa é passar o sábado confinado, esperando para fazer uma 
prova; outra coisa é passar o sábado em um campori top das galáxias. O tempo é o mesmo, mas nós o 
sentimos passar de forma diferente nas distintas situações. 
 
Apressados
 Quem tem pressa, geralmente está orientado para o futuro. Contudo, a neurose do futuro não 
combina com a dádiva do presente, pois, como disse C. S. Lewis, “o presente é o ponto no qual o tempo 
toca a eternidade.” Quem fixa os olhos no relógio perde de viver a vida assistindo o movimento dos 
ponteiros. William Barclay escreveu: “Devemos viver de tal forma que não importe o dia da volta de 
Cristo.” Só assim, o evento vai se tornar mais importante que o tempo no qual ele vai ocorrer. 
 O problema é que na geração do miojo todo mundo tem muita pressa. Imprimimos um ritmo 
em nossa vida fatalmente imediatista e não estamos dispostos a desacelerar. Nós nos tornamos reféns 
da pressa e, por isso, tratamos até mesmo o Senhor Jesus como um atrasado. Na nossa ânsia por velo-
cidade, nos esquecemos que o Pão da Vida não é encontrado em fast food e que o nosso tempo não é o 
tempo de Deus. 
 A verdade sobre a espera é que o Pai dos céus, todavia, deseja produzir em nós paciência, e Ele 
sabe que a única maneira de desenvolvê-la em seus filhos é fazendo-os esperar. 
 O Pr. Gerald Klimgbeil descreveu bem a nossa experiência neste sentido:
Sempre temos dificuldade quando precisamos esperar. “Quando é que vou ganhar meu primeiro salá-
rio de verdade?”, perguntam os alunos quando entram no último ano da faculdade. “Quando vai chegar 
o Natal?”, as crianças querem saber, impacientes. “Quando vou melhorar?”, perguntam aqueles que so-
frem de alguma doença crônica. Um ditado popular diz que “paciência é uma virtude”, e virtudes, ao que 
parece, estão fora de moda. Vivemos em um mundo de recompensa instantânea. 
“E,	tardando	o	noivo,	foram	todas	tomadas	de	sono	e	adormeceram”.	Mateus	25:	5
Impacientes!
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 Temos pregado sobre a vinda de Jesus por mais de 170 anos, e podemos aprender com os per-
sonagens bíblicos que também precisaram esperar. Abraão e Sara tiveram que esperar 25 anos (Gn 
12:4; 21:5). A espera nem sempre foi fácil. Na verdade, o nascimento de Ismael, 11 anos após a promes-
sa inicial de Deus, parecia um atalho interessante, mas causou muita dor a todas as partes envolvidas. 
Contudo, Abraão e Sara esperaram. Eles viveram pela fé (Hb 11:8-12), assim como muitos outros de-
pois deles. Creram que Deus cumpriria a promessa. E Ele cumpriu.
Crianças, doces e paciência
 Na década de 1960, na Universidade de Stanford, um estudo conduzido por Walter Mischell 
submeteu crianças em idade pré-escolar a um dilema curioso. Os pequeninos escolhiam em uma mesa 
um doce de sua preferência – marshmallow, cookie, pretzel, etc. Em seguida, cada um era conduzido 
a uma sala onde ficaria isolado e teria que optar entre comer um doce imediatamente ou aguardar o 
retorno do pesquisador (que demoraria cerca de 15 minutos) e receber, então, dois doces. O experi-
mento ficou mundialmente conhecido como o Teste do Marshmallow, visto que este foi o doce mais 
escolhido pela galerinha – suspeito que se o teste fosse aplicado aqui no Nordeste, ficaria conhecido 
como o Teste da Rapadura.
 A grande maioria das crianças que passou pelo Teste do Marshmallow se propôs inicialmente a 
esperar pelo retorno do pesquisador, mas, muitas delas não obtiveram sucesso. Algumas conseguiram 
aguardar por 5 minutos, outras por 10, mas apenas um terço dos pequenos conseguiu resistir pelos 
longos e árduos 15 minutos e receber o segundo doce. 
 Você deve estar pensando: Qual o sentido de prender criancinhas em uma sala e ficar “tortu-
rando-as” com a espera? E, além disso, o que crianças e seus doces favoritos teriam a ver com a minha 
vida?
 A parte mais interessante do estudo não é o teste em si, mas o que se seguiu a ele. As crianças 
que passaram pelo teste foram acompanhadas até a idade adulta e os índices de sucesso daqueles que 
conseguiram retardar a recompensa foram muito maiores em diversas áreas da vida: maior desempe-
nho escolar, melhores empregos, salários mais altos, controle de peso, relacionamentos mais duradou-
ros, etc.
 Não é de admirar que, na Oração do Senhor, um dos sete pedidos essenciais da vida cristã é: 
“não nos deixe cair em tentação”. Isto nos garante duas coisas. A primeira é que a tentação vai vir, não 
sabemos como nem quando, mas ela vai chegar. A segunda é que, quando ela chegar, Deus pode me 
ajudar a vencê-la. Esta não é uma oração para escapar da tentação, é para resistir a ela. Esteja certo: 
nós não precisamos fugir, nós precisamos resistir.
Como minimizar a angústia da espera?
 Tempos depois do experimento do marshmallow, Walter Mischell voltou aos vídeos dos testes 
e percebeu que todas aquelas crianças passaram pela agonia da tentação. Os que conseguiram esperar 
também tiveram que lutar para resistir. O que fez a diferença foi que eles acharam formas de se distrair 
da tentação: eles cantarolavam, brincavam, fantasiavam e até falavam sozinhos. Eles não se concentra-
ram no doce, antes, ocuparam o seu tempo com outras atividades. 
 Para mim, a principal lição do teste do Marshmallow é a espera ativa, afinal o envolvimento na 
obra do Senhor pode minimizar a angústia da espera pelo retorno do Salvador. Aquelas criancinhas 
nos ensinam que se você se mantém ocupado enquanto espera, no final receberá a sua recompensa, 
afinal, é como dizem: “O que vale a pena possuir, vale a pena esperar”. Já os que caíram na tentação e 
perderam a doçura do prêmio não se ocuparam e, assim, não conseguiram aguardar. 
Pode ser que agora você esteja meio tenso porque já sentiu que Jesus está demorando. Mas relaxe! 
Lembre-se que todas as dez virgens – as prudentes e as néscias – sentiram o efeito “demorou”. Todas 
elas dormiram! É normal sentir a demora, mas você precisa estar consciente disso para reordenar seus 
pensamentos nessas situações. 
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Conclusão
 Hoje eu consigo cantar de boa “Não tardará” e “Breve virá”, porque eu sei que quando eu sinto 
que o noivo está demorando o problema está em mim e não nEle. Jesus não está atrasado. Somos nós 
que estamos vivendo errado. O Apóstolo Pedro certa vez escreveu: 
 “O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, ele é 
paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.”
2 Pedro 3:9
 Em algum momento no relógio de Deus, o Senhor rasgará os céus e descerá com poder, glória e 
majestade para nos salvar. Os mortos em Cristo ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos arrebata-
dospara o encontro definitivo com o Senhor nos ares. Enfim, toda espera terá valido a pena. A maneira 
como você viverá enquanto espera será o principal fator na definição de quanto tempo você vai aguen-
tar aguardar.
Apelo
 Se você deseja uma nova mente, saiba que ela estará configurada para saber esperar. Talvez o 
ócio espiritual tenha tomado conta da sua alma e tenha feito você desanimar ou até mesmo desistir da 
sua fé. Hoje, eu venho convidar você para um movimento de retorno. Te convido a esperar ativamente 
o retorno do Salvador, e caso você tenha se perdido enquanto aguardava, eu recomendo que você vol-
te para Jesus antes que Ele volte.
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DUAS MIL E QUINHENTAS VIDAS
+
	 “Por	isso,	o	reino	dos	céus	é	semelhante	a	um	rei	que	resolveu	ajustar	contas	com	os	seus	
servos.	E,	passando	a	fazê-lo,	trouxeram-lhe	um	que	lhe	devia	dez	mil	talentos.	Como	não	tinha	con-
dições	de	pagar,	o	senhor	ordenou	que	ele,	sua	mulher,	seus	filhos	e	tudo	o	que	ele	possuía	fossem	
vendidos	para	pagar	a	dívida.	O	servo	prostrou-se	diante	dele	e	lhe	implorou:	‘Tem	paciência	comigo,	
e	eu	te	pagarei	tudo’.	O	senhor	daquele	servo	teve	compaixão	dele,	cancelou	a	dívida	e	o	deixou	ir.	
Mateus	18:23-27
Introdução
 A revista Galileu publicou uma matéria intitulada: “8 razões pelas quais o perdão faz bem para 
a sua saúde.” Segundo a matéria, “perdoar alivia o stress, reduz a pressão arterial e fortalece o sistema 
imunológico: todo mundo ganha ao fazer as pazes.” Como disse Fábio de Melo, “Perdoar é jogar fora o 
lixo que outros jogaram em você.”
 “Somente os fortes têm a capacidade de perdoar.” Quem disse isso? Gandhi. Ele não era cristão. 
Impressiona-me que, às vezes, as pessoas que não aceitaram Jesus como Senhor de sua vida tenham 
mais fé no perdão que nós, que provamos o perdão divino. No fundo, no fundo, não queremos perdoar. 
Perdoar é perder. É levar desaforo para casa. Segundo C. S. Lewis, todo mundo diz que o perdão é algo 
maravilhoso, até que tenha algo para perdoar.
Quantas vezes devo perdoar
 Nos dias de Jesus, o perdão era incentivado, porém, dentro de um limite aceitável: até três ve-
zes. Foi quando lhe perguntaram sobre quantas vezes se deveria perdoar alguém que ele inflacionou o 
perdão em uma parábola que causa incômodo até os dias atuais, fazendo do cristianismo a religião do 
perdão.
 Um homem devia dez mil talentos a um soberano. Dez mil talentos é uma fortuna considerável. 
Klyne Snodgrass explica isso: “um talento é uma medida de peso em ouro, prata ou cobre. Ele variava 
entre 27 e 41 kg. Dez mil talentos não seriam menos do que 270 toneladas de metal. Dependendo do 
tipo de metal utilizado, um talento era equivalente a cerca de 6.000 denários e, à base de um denário 
por dia (cf. Mt. 20:2), um trabalhador precisaria de 164.000 anos para quitar a dívida”.
 Aquele homem devia quase duas mil e quinhentas vidas ao seu patrão! E, de uma hora para ou-
tra, plim! A dívida some, ela é perdoada! Poucas horas depois, lá está nosso recém perdoado agredindo 
um pobre coitado que lhe devia uma mixaria de 100 denários. Agora, na sua vez de perdoar, o que ele 
faz? Ele cobra cada mísero centavo! E, por causa disso, pagou um preço alto pela sua insensibilidade e 
falta de compaixão.
A vitória do futuro sobre o passado
Outro dia, ouvi um amigo recitando versos de um poema regional:
Na vida, tem algo que muito me entristece,
é que quando eu acerto ninguém lembra,
mas quando eu erro,
ninguém esquece.
 E assim nós vivemos. Perseguidos pelos erros do passado. Encurralados por nossas faltas, pare-
cendo que sempre estamos em débito. Nossos pecados se convertem em dívidas morais que, de certa 
forma, são impagáveis. Se não fosse o perdão, estaríamos socialmente e espiritualmente condenados.
 O perdão é a constatação que o futuro venceu o passado. É a esperança sendo colocada acima 
do fracasso. Perdoar também é um ato de empatia. No reino anunciado por Jesus, a nossa própria mi-
sericórdia estabelece o padrão pelo qual seremos julgados. 
 Ao ligar a cena desta parábola com as imagens do juízo final, Cristo nos mostra que só vai obter 
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perdão aquele que perdoar. A resposta ideal ao evangelho é perdoar como Deus nos perdoa. É tratar 
os outros como Jesus nos tratou e lembrar que “Errar é humano. Acusar é desumano. Condenar é sa-
tânico. Perdoar é divino”! 
Perdoados e não castigados
 Eu sei que enquanto eu falo de perdão, você pode estar se sentindo amaldiçoado por Deus, 
como se estivesse pagando por algo errado ou sendo castigado por um erro que cometeu. Talvez você 
já tenha ouvido, assim como eu, ameaças acerca do castigo divino, do tipo: “cuidado, a mão de Deus vai 
pesar sobre você”?
 É impressionante como parece que a gente ainda não compreendeu as verdadeiras intenções 
de Deus para conosco. A Bíblia diz em 2 Coríntios 1:3-4: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor 
Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas 
tribulações”. 
 Percebeu? Segundo a Bíblia, o desejo de Deus é consolar a humanidade na tribulação, e não 
castigá-la com tribulação. 
 Jesus carregou sobre si a maldição da Lei. Em Gálatas 3:13, Paulo diz que “Cristo nos redimiu da 
maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar”. Assim, os castigos que deveriam ser apli-
cados à humanidade recaíram sobre Jesus, para que através de Suas feridas nós fôssemos sarados. 
Em suma, podemos dizer que o Filho de Deus veio para esta Terra e foi amaldiçoado para nos abençoar.
 Deixe-me esclarecer uma coisa: Não é Deus quem castiga, é o pecado. É ele quem nos separa 
de Deus e intoxica a nossa alma. Foi exatamente por isso que o Pai enviou Jesus. João 3:17 diz que 
Jesus não veio condenar o mundo, mas, sim, salvar o mundo. Ele não é o Deus do castigo. Ele é o Deus 
do consolo. Não é à toa que, no Novo Testamento, o Espírito Santo é chamado de Consolador e não de 
Castigador. Leve isso a sério! Pare de suspeitar de Deus. Nos momentos de dor, se agarre com o Con-
solador. 
Ele pagou o preço
 Erwin Lutzer, em seu livro Os brados da cruz, conta a história de um incêndio que devastou um 
casebre, na África, queimando-o intensamente e matando todas as pessoas que ali residiam, exceto 
uma criança de colo. Testemunhas contaram que “um homem misterioso entrou na casa em chamas, 
pegou o garotinho, o colocou em um lugar seguro e depois desapareceu na escuridão”.
 No dia seguinte, a tribo reuniu-se para decidir o futuro da criança. Todos entenderam que o 
garoto foi salvo por um anjo, o que o tornaria uma criança especial. Na disputa pela guarda do garoto 
estavam o homem mais rico e o mais sábio daquela localidade. Eles argumentavam porque cada um 
deveria ficar com a criança, até que um terceiro homem, simples e humilde apareceu e disse que tinha o 
direito de ser o guardião daquela criança. Ao perguntarem a razão de seu argumento, ele nada respon-
deu: apenas mostrou as mãos, queimadas durante o incêndio. Diante daquela cena, ninguém duvidou 
que o salvador do garoto era a pessoa mais adequada para cuidar dele. 
 Como aquele homem, Jesus arriscou sua vida por você; o que você deve fazer? Entregue a sua 
vida para Ele e lembre-se, de uma vez por todas, que Ele salvou sua vida para cuidar de você, e não para 
lhe punir. Jesus ficou no prejuízo para nos salvar. Lembre-se do que está escrito em Isaías 53:5:
 “Mas Ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nos-
sas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre Ele, e pelas suas feridas fomos curados.”
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Conclusão
O perdão é o grande pilar do cristianismo. Sem ele, jamais a humanidade se reconciliaria com Deus. 
Nos dias de hoje, quando a teologia se confunde com autoajuda, é fácil perder esta verdade de vista. 
Pregadores de um “evangelho” voltado para as realizações pessoais se multiplicam em nossas telas e 
deturpam o que há de mais belo no ministério de Cristo. Mais cedo ou mais tarde, todos vão ter que 
encarar que Jesus não morreu para realizar os seus sonhos, mas paraperdoar os seus pecados. Isso 
pode parecer frustrante em um primeiro momento, porque, na maior parte do tempo, nós ignoramos 
que a nossa maior necessidade é de perdão.
Por outro lado, teorias psicológicas se esforçam para minimizar o pecado e seus males sobre o ser hu-
mano. Este mal de nosso século pode até parecer atrativo à primeira vista, mas, no fim das contas, ape-
nas aprisiona ainda mais a humanidade em um ciclo de consequências pesadas sobre a alma humana. 
Quer saber a verdade? Vou te contar: você errou? Freud explica; mas é Jesus quem perdoa.
Apelo
 Liberte-se das amarras do julgamento e aceite o perdão de Jesus. Você não foi feito para viver 
algemado ao seu passado. E daí se você fracassou? Jesus Cristo te oferece uma nova chance. Ele é o 
Deus não apenas da segunda chance, mas o Deus de todas as chances. 
Na parábola que estudamos hoje, vimos que um homem devia o equivalente a 2500 vidas de trabalho. 
Assim é o nosso débito: impagável! Contudo, o preço de uma única vida pagou a dívida de bilhões. O 
perdão de Deus te dá uma oportunidade de ter uma nova mente novamente. Aceite e seja feliz! 
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