Buscar

Exercícios - Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho - A história da Segurança do Trabalho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho / Introdução à Engenharia de Segurança 
1 2 3 4 5
A história da Segurança do Trabalho
 
A história da Segurança do Trabalho, assim como tantas outras áreas, começou bem
antes do reconhecimento dos conceitos relativos à Segurança e Saúde do Trabalho e
sua importância. O homem de neandertal, espécie prima humana extinta, que habitou a
Europa e partes do oeste da Ásia há mais de 300 mil anos, já utilizava vestimentas de
couro para proteção do seu corpo contra eventuais ameaças a sua integridade física ad-
vindas da floresta (BARSANO; BARBOSA, 2014).
Os tópicos seguintes se debruçam sobre a origem da segurança e saúde do trabalho,
traçando um panorama geral desde os primeiros indícios de uso de medidas de prote-
ção e prevenção de danos físicos e psíquicos; percorrendo as contribuições dos pensa-
dores e filósofos; chegando à intensificação da discussão dos agravos da precarização
dos ambientes e condições de trabalhos industriais, que culminaram na evolução dos
princípios de segurança do trabalho no mundo e no Brasil.
 
Primórdios da Segurança do Trabalho
 
Embora sem ainda possuir essa denominação, equipamentos e procedimentos de se-
gurança eram adotados desde os primórdios da evolução do homem, visando a prote-
ção contra possíveis ataques de animais peçonhentos durante a caça e os efeitos da
exposição a intempéries (BARSANO; BARBOSA, 2014).
De acordo com Mattos e Másculo (2019, p. 6), na antiguidade, nos papiros egípcios, no
Império Babilônico e em escritos da civilização greco-romana, encontram-se conexõesPróxima
https://dex.descomplica.com.br/engenharia-de-seguranca-do-trabalho-versao-2/introducao-a-engenharia-de-seguranca-do-trabalho-540d3e/introducao-a-engenharia-de-seguranca-do-trabalho-a-historia-da-seguranca-do-trabalho
entre o processo saúde-doença e as atividades laborais. Sobre essa temática, os auto-
res afirmam que:
Neste estágio predominava inicialmente o paradigma mágico religioso
e posteriormente o naturalista. No Egito há registros que datam de
2360 a.C., o Papiro Seler II, relacionando o ambiente de trabalho e os
riscos inerentes a eles, e o Papiro Anastasi V, mais conhecido como
“Sátira dos Ofícios”, de 1800 a.C., descrevendo os problemas de insa-
lubridade, periculosidade e penosidade das profissões. O império ba-
bilônico, no seu auge, criou o Código de Hamurabi por volta de 1750
a.C. Dele foram traduzidos 281 artigos a respeito de relações de tra-
balho, família, propriedade e escravidão. No artigo que fala sobre a
responsabilidade profissional, o imperador Hamurabi [governou entre
os anos de 1792 e 1750 a.C.] sentencia com pena de morte um arqui-
teto que construir uma casa que se desmorone, causando a morte de
seus ocupantes (MATTOS; MÁSCULO, 2019, p. 6).
 
As sociedades gregas e romanas eram fortemente dependentes dos escravos, os quais
eram os responsáveis por desempenhar as atividades que geravam riscos de acidentes
e doenças ocupacionais. Por essa razão, estudos voltados para esse tema não eram
valorizados. Hipócrates foi um dos primeiros a receber destaque na Grécia, no século IV
a. C., por volta de 460-375 a.C., e seus estudos ocasionaram a transição do paradigma
espiritualista para o paradigma naturalista. Hipócrates publicou um tratado que infor-
mava ao médico sobre a relação entre ambiente e saúde (clima, topografia, qualidade
da água, organização política). Adicionalmente, descreveu a “intoxicação saturnina” de
um funcionário de mineração, embora tenha omitido o ambiente de trabalho e a ocupa-
ção deste (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
Lucrécio foi outro estudioso da Grécia antiga que, no século I a. C. (em torno de 100 a.
C.), também fazia menção aos riscos laborais aos quais os trabalhadores das minas es-
tavam expostos. Um tempo depois, entre 23 e 79 a.C., Plínio, o Velho, elaborou o “Tra-
tado de História Naturalis”, o qual apontava para a exposição dos trabalhadores a
chumbo, mercúrio e poeiras. Além disso, também listou os equipamentos de proteção
individual que esses trabalhadores utilizavam, tais como máscaras, feitas de panos e
bexigas de carneiros, para evitar a inalação de poeiras e fumos (BARSANO; BAR-
BOSA, 2014). Próxima
Na realidade, as civilizações greco-romanas foram pioneiras na criação de comunidades
solidárias, na Grécia chamadas “erans” e em Roma de “collegia”, as quais absorviam os
cidadãos gregos, seus filhos, enquanto membros e seus escravos, cadastrados como
capital de trabalho. Essas cooperativas eram abertas a qualquer cidadão, incluindo os
escravos libertos e tinham o propósito de proteger os participantes de determinados ris-
cos. Portanto, elas constituíram as primeiras caixas de auxílio às doenças e acidentes
(MATTOS; MÁSCULO, 2019).
 
Segurança e saúde do trabalho no mundo
 
Por volta de 1700 foi publicada na Itália a obra “As Doenças do Trabalho” (originalmente
denominada “De Morbis Arficum Diatriba”), de autoria do médico italiano Bernardino Ra-
mazzini e consiste no primeiro livro escrito especificamente sobre doenças ocupacionais
e prevenção de riscos relacionados ao trabalho. Na prática, descrevia 50 ocupações
profissionais e as medidas de proteção e neutralização dos efeitos à saúde do trabalha-
dor. De acordo com Chirmici e Oliveira (2016, p. 2), esse livro acabou se tornando “a
base para o desenvolvimento da medicina ocupacional, por isso Bernardino Ramazzini
é visto até os dias atuais como o ‘pai da medicina ocupacional’.
É importante perceber que desde essa época as pessoas já haviam atentado para o
fato de que havia uma relação entre o desempenho das atividades laborais e o desen-
volvimento de enfermidades, resultando na perda de produtividade e, em última instân-
cia, na redução dos rendimentos financeiros recebidos (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016).
Anos depois, em 1776, foi publicada em Londres a primeira parte da obra “Riqueza das
Nações”, escrita pelo economista britânico Adam Smith. A segunda edição foi lançada
em 1778 e três novas edições se sucederam nos anos de 1780, 1784 e 1786.
Esse livro trouxe reflexões acerca da necessidade de priorização da saúde e integridade
do trabalhador, como meio de garantir o alcance do seu potencial máximo de produtivi-
dade e o alcance de melhores resultados econômicos para os empregadores. Além
disso, Adam discute a relação do trabalho com o ganho financeiro, preceituando a ne-
cessidade de estabelecimento de um equilíbrio entre carga de trabalho e retorno finan-Próxima
ceiro, ao afirmar que “os empregados, quando bem pagos por peça, facilmente fazem
horas extraordinárias e arruínam sua saúde e sua constituição em poucos anos”
(SMITH, 1776).
 
Revolução Industrial
 
Uma nova concepção de trabalho que provocou mudanças rápidas e profundas na or-
dem política, econômica e social na Europa, transformando para sempre a estrutural so-
cial e comercial, surgiu a partir da invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-
1819). Foi o pontapé inicial da Revolução Industrial na Inglaterra, que pode ser dividida
em duas etapas: 1ª revolução industrial (1780- 1860), também chamada de revolução
do carvão e do ferro; 2ª revolução industrial (1860- 1914) ou revolução do aço e da ele-
tricidade (CHIAVENATO, 2003).
A Revolução Industrial inseriu uma série de avanços tecnológicos e que incrementaram
a produtividade nas organizações, tais como: mecanização, aplicação da força motriz e
desenvolvimento do sistema fabril; aceleramento dos transportes e das comunicações.
Com isso, elevou-se a quantidade de bens manufaturados produzidos, com melhor qua-
lidade de acabamento e menor tempo de produção. (CHIAVENATO, 2003; CHIRMICI;
OLIVEIRA, 2016).
Porém, Chimirci e Oliveira (2016, p. 3) destacam que:
Concomitantemente ao bônus, surge o ônus, ou seja, as consequên-
cias negativas dessa evolução na indústria. Em resposta ao processo
acelerado de produção em condições cada vez mais desumanas, co-
meçaram a surgir doenças ocupacionais, e as taxas de acidentes rela-
cionados ao trabalho aumentaram a níveis alarmantes – não só ho-
mens,mas também idosos, mulheres e crianças eram designados
para as mais diversas tarefas, em condições laborais e de vida muitas
vezes deploráveis. Não havia qualquer controle sobre a segurança no
desempenho das atividades ou a carga horária de trabalho e des-
canso, que, extenuando o trabalhador, levavam ao alcoolismo, à pros-Próxima
tituição e à criminalidade. A mortalidade em alguns segmentos indus-
triais atinge, nesse período, níveis assombrosos.
 
Para além da precarização das condições de trabalho, difundiu-se uma insegurança ge-
ral mediante a possibilidade de substituição total da mão de obra humana por máquinas.
Assim, emergiu o primeiro movimento de luta operária, movido pelos trabalhadores.
Com finalidade de reivindicar os seus direitos, esses trabalhadores associaram-se a sin-
dicatos e pressionaram os empresários capitalistas a reorganizarem o trabalho, medi-
ante a recusa e realizar as atividades laborais e a resistência ao controle dos gerentes
(CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016).
Em consequência dessa atmosfera de resistência, movimentos sociais e trabalhistas ga-
nharam destaque e, de forma lenta e gradual, impulsionaram o surgimento das legisla-
ções e normativas visando a proteção dos trabalhadores, regulamentando as atividades.
Assim, surgiu o Direito do Trabalho, regulação jurídica dos direitos trabalhistas que obje-
tiva proteger a integridade dos trabalhadores, o estabelecimento de limites para jornada
de trabalho nas horas laborais e a criação de garantias mínimas contra demissões arbi-
trárias (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016).
 
Segurança e saúde do trabalho no Brasil
 
Não há basicamente registro algum de doenças associadas ao trabalho antes do fim do
regime de escravidão no Brasil. De forma semelhante às sociedades gregas e romanas,
as atividades laborais manuais que exigiam maior esforço, promovendo maior desgaste
físico e psíquico eram destinadas aos escravos e, por esse motivo, recebiam pouca im-
portância entre os seus senhores e demais cidadãos.
Os primeiros registros de doenças relacionadas ao trabalho ocorreram a partir de 1920,
mediante estudos desenvolvidos por Oswaldo Cruz, durante a construção da ferrovia
Madeira-Mamoré, que se estendeu de 1907 e 1912, tendo se verificado a contaminação
de empregados por doenças infecciosas. Desde então, diferentes pesquisas relativas aPróxima
indústrias europeias que foram transferidas para o Brasil e “demonstraram a relação di-
reta entre as más condições laborais e a ocorrência de doenças e acidentes no trabalho
[...] desencadeando aqui um reflexo do que houvera na Europa um século antes”
(CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016, p. 4).
Logo, por intermédio dos movimentos sociais e trabalhistas, ganharam força as denún-
cias de trabalhadores sobre más condições de trabalho, abrindo portas para a criação
de legislações voltadas à proteção do trabalhador (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016).
 
Atividade Extra
 
Assista ao filme “Germinal” (1993), de Émile Zola, cujo título faz menção ao amadureci-
mento de movimentos grevistas de trabalhadores de minas de carvão no século XIX. O
filme aborda a complexidade das relações de trabalho e a luta de classes durante o pro-
cesso de desenvolvimento do capitalismo e mudanças na organização do trabalho. O
filme retrata as severas transformações sociais que foram impostas pelo modo de pro-
dução capitalista.
 
Referências Bibliográficas
 
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 1. ed. São
Paulo: Érica, 2014.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente
da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
CHIRMICI, A.; OLIVEIRA, E. A. R. Introdução à segurança e saúde no trabalho. 1.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
Próxima
MATTOS, U. A.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Ja-
neiro: Elsevier, 2019.
SMITH, A. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas.
1776. Versão comentada por Winston Fritsch. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda,
1996.
 Estranhou essa explicação?
Próxima

Continue navegando