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Práticas Educativas para o Século XXI

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5
Práticas Educativas 
para o Século XXI 
Teorias que Funda-
mentam a Educação 
Presencial e a 
Distância no Brasil:
Processos de 
Ensinar e Aprender
123
 O título desta unidade 5 é bastante curio-
so	porque	 instiga-nos	 a	 refletir	 sobre	duas	 situa-
ções diferentes em Educação, porém perfeitamen-
te complementares: 
 a) De um lado o ato de ensinar (proces-
sos de ensinar), que pressupõe a transmissão de 
conhecimentos de uma pessoa para outra que 
ainda não o detenha ou, pelo menos, a prescrição 
e a diretividade de procedimentos que levem tal 
pessoa a adquirir aquele conhecimento; 
 b) Do outro lado, os processos de apren-
der, que implicam uma participação expressiva 
do estudante no seu procedimento de aquisição 
de conhecimentos, hábitos e valores, aumentan-
do a sua responsabilidade no processo educa-
cional até alcançar um estágio de autodidatismo, 
caracterizado por uma profunda consciência da 
importância da autonomia cognitiva.
 A maior ou menor ênfase em alguma 
dessas duas vertentes, ou o equilíbrio entre elas, 
imprimirá	 o	 perfil	 da	 concepção	 de	 Educação	
 Quem ensina quem, na Educação 
a Distância?
 Qual o papel do professor e qual 
o papel do aluno, nesse processo? É o 
mesmo exercido na Educação Presencial? 
Há alguma “diferença” que o caracterize? 
Qual será?
124
que orientará o processo didático-metodológico 
do ato de educar. A unidade 5, portanto, será 
inteiramente dedicada à discussão sobre pressu-
postos educacionais e conceitos de metodologia, 
para o que propõe a seguinte indagação: 
 Os problemas educacionais que vivemos 
contemporaneamente, são problemas de ordem 
metodológica – que poderiam ser sanados pura 
e simplesmente com a adoção de “novas meto-
dologias de ensino”? Ou as “crises educacionais” 
encontrariam a sua solução na consolidação de 
pressupostos epistemológicos explicitamente 
claros, provocando uma transformação de base 
filosófica	para	a	aquisição	de	conhecimento?
 Dedicaremos nossa atenção, nesta uni-
dade, à discussão dessa problemática, que está 
presente no cotidiano dos educadores, porém, ao 
que parece, ainda não obteve respostas satisfató-
rias do contexto em que estamos inseridos, uma 
vez que os problemas de aprendizado, evasão e 
repetência ainda persistem apesar de tanta expe-
riência desenvolvida – no país e fora dele – na 
história da nossa Educação.
 Para realizar esse propósito, a unidade 
5 terá dois eixos didático-metodológicos na sua 
organização:
 a)	No	primeiro	eixo,	buscaremos	identifi-
car as teorias que orientam a Educação a Distân-
125
cia	no	Brasil,	refletindo	sobre	a	forma	polissêmica	
de expressão do termo “Metodologia”, tentando 
compreender o que, de fato, se quer dizer ao usar-
-se o termo “metodologias de ensino” (veremos 
que as concepções de metodologia não são unâni-
mes, na oferta de produtos educacionais aos con-
sumidores).
 b) No segundo eixo, faremos um estudo 
panorâmico das epistemologias desenvolvidas ao 
longo da trajetória humana, principalmente aque-
las conhecidas como “Paradigmas do conheci-
mento”, que estão subjacentes às nossas formas de 
representação do mundo, porém, paradoxalmente, 
continuam praticamente desconhecidas nos am-
bientes educacionais, principalmente nas institui-
ções da Educação Básica.
 
 Nossa unidade 5 provocará essa re-
flexão. Portanto se, ao final desta aula você, 
ainda tiver dúvidas, é importante que se co-
munique com o seu professor por meio das 
ferramentas disponíveis no curso.
126
1 - Metodolgia: 
O que Significa 
Realmente?
Introdução 
“Esses espaços virtuais de aprendizagem ofere-
cem condições para a interação (síncrona e assín-
crona) permanente entre os seus usuários. A hi-
pertextualidade facilita a propagação de atitudes 
de cooperação entre os seus participantes, para 
fins	de	aprendizagem.	A	conectividade	garante	
o acesso rápido à informação e à comunicação 
interpessoal, em qualquer tempo e lugar, susten-
tando o desenvolvimento de projetos em cola-
boração e a coordenação das atividades. Essas 
três características - interatividade, hipertextuali-
dade e conectividade - já garantem o diferencial 
dos ambientes virtuais para a aprendizagem indi-
vidual e grupal.” (KENSKI, 2005, pág. 6)
 A frase introdutória de KENSKI (aci-
ma) aponta para três importantes características 
dos ambientes virtuais de aprendizagem que os 
tornam “diferentes” dos tradicionais processos 
127
de ensino e aprendizagem, tanto para a aprendi-
zagem individual, como, principalmente, para a 
aprendizagem grupal, e devem compor as me-
todologias que orientam as TICs no âmbito dos 
processos educacionais gerais. São elas: 
 a) Interatividade; 
 b) Hipertextualidade e 
 c) Conectividade. 
 Antes de discorrermos sobre as diversas 
concepções de “métodos” de ensino e de apren-
dizagem, faremos uma breve análise de cada uma 
daquelas características, com o objetivo de sub-
sidiar,	 a	 seguir,	 a	 importância	 de	 definir-se	 um	
“método” que fundamente nosso processo de 
educar e de aprender.
Interatividade 
 Tanto nos contextos tradicionais de Edu-
cação, principalmente, na Educação Presencial, 
como no âmbito da Educação a Distância, existe 
sempre um processo de interação entre professor 
e aluno(s), entre professor e professor(es), e entre 
aluno e aluno(s). É nesta interatividade que ocor-
rem os processos de avaliação e retroalimentação 
(feedback) do processo educacional, ou seja, é 
quando existe o contato direto entre os partici-
pantes que a Educação efetiva-se e consolida-se a 
128
aquisição de conhecimentos planejados para de-
terminada fase.
	 Essa	 afirmativa	 é	 tanto	 mais	 essencial	
quando se trata de Educação Presencial, uma vez 
que, nessa forma de Educação, o único momento 
de possibilidades de interação dá-se, exatamente, 
quando	 os	 seus	 participantes	 estão	 fisicamente	
próximos, o que vai permitir o debate em torno 
das atividades propostas, a aplicação de avalia-
ções, a correção das produções e, como decor-
rência, a continuidade dos estudos em um nível 
mais elevado (conceitualmente) de aprofunda-
mento.	 Podemos	 afirmar	 tratar-se	 de	 uma	 inte-
ração síncrona, que é aquela que acontece “em 
tempo real” entre os dois elementos básicos do 
processo educacional: professor e aluno.
 Em síntese: existe uma “lacuna” de inte-
ratividade que é o tempo decorrente entre o úl-
timo encontro professor/aluno(s) e o próximo, 
para a continuidade dos trabalhos. O problema 
daí decorrente é que o acompanhamento dos tra-
balhos e a sua consequente avaliação dão-se “de-
pois” que a atividade foi realizada: o professor 
avalia	os	resultados	da	produção	finalizada.	
 Nesse caso, “perde-se” um precioso 
tempo que consiste no próprio processo de pro-
dução da atividade selecionada e, consequente-
mente, um importante momento de elaboração 
129
cognitiva do aluno, que se realiza em “fazer” a 
tarefa solicitada. Este é um momento rico de 
aprendizagem, que ocorre no desenvolvimento 
dos processos cognitivos do aprendiz, nas for-
mas de estudo que ele realiza para resolver o pro-
blema, nas fontes de informação utilizadas e no 
“método”	filosófico	que	ele	usa	para	“pensar”	a	
problemática levantada.
 Como subproduto dessa situação, a ava-
liação deixa de ser processual e passa a ser uma 
“avaliação de resultados”.
 Imagine, caro leitor, quantos mo-
mentos importantes para o processo educa-
cional são “perdidos”, como forma de sub-
sidiar a apreciação de professores e alunos 
sobre o andamento da sua aprendizagem!
 
 Na Educação a Distância, em especial 
aquela que utiliza as Tecnologias da Informação e 
da Comunicação e Ambientes Virtuais de Aprendi-
zagem, a interatividade prescinde da exclusiva pre-
sença física dos participantes, posto que a relação 
entre os participantes do processo “continua”, por 
intermédio de uma plataforma tecnológica (AVA) 
que permite interações síncronas e assíncronas entre 
professor e aluno(s).
 Nesse caso, não existe uma “ruptura 
temporal” (lacuna) no processo de aprendiza-
130
gem, uma vez queo diálogo pode continuar, en-
tre	a	definição	da	problemática	a	ser	solucionada	
e	a	apresentação	do	resultado	final,	 incorporan-
do-se à relação à processualidade do ato de rea-
lizar a tarefa, permitindo, portanto, ao professor, 
interferir no ato mesmo de construção do co-
nhecimento por parte do aluno.
 Essa possibilidade, inegavelmente, torna-
rá os processos de ensinar e de aprender, muito 
mais ricos, pois incorporarão ao processo momen-
tos cognitivos essenciais, perdidos em uma condi-
ção de ensino presencial.
 Esta é uma diferença crucial, entre o en-
sino presencial e a modalidade EAD, que precisa 
ser assimilada pelos educadores. Evidentemente, 
exigirá de todos nós maior capacidade de interven-
ção, sagacidade e senso de oportunidade, para a 
intervenção essencial, no momento indispensável.
Hipertextualidades
 Esta tem sido uma das características 
marcantes das produções midiáticas modernas: 
jornais eletrônicos, revistas de circulação nacional, 
bem como enciclopédias atualizadas, páginas de 
empresas e Blogs pessoais, utilizam fartamente a 
hipertextualidade para a leitura dos seus usuários. 
Pode-se	afirmar	tratar-se	de	um	elemento	de	leitu-
131
ra	e	pesquisa	que	redefine	as	formas	clássicas	de	
apropriação do conhecimento aquelas que apren-
demos nos bancos escolares: a leitura linear de 
textos, livros e revistas, ou seja, aprendemos a ler, 
primeiro, a página 1, depois a 2, a 3, até acabarmos 
o livro, sem sair do roteiro previamente traçado 
pelo autor do assunto. 
 Sobre o assunto, recomendamos o aces-
so ao Blog: http://eadhipertextualidade.blogspot.
com/, do qual extraímos a seguinte conceituação:
 
O	 termo	 hipertexto	 foi	 definido	 em	 primeira	
mão por Ted Nelson, no início dos anos 60, sig-
nificando	uma	leitura	não	sequencial,	não	linear.	
Um texto com vários caminhos que permite aos 
leitores fazer escolhas, e que são melhor lidos 
numa tela interativa. Popularmente, são con-
cebidos como uma série de pedaços de textos 
conectados por link que quer dizer “atalho”, 
“caminho” ou “ligação”. Através dos links, é 
possível produzir documentos não lineares in-
terconectados com outros documentos ou ar-
quivos a partir de palavras, imagens ou outros 
objetos. Também conhecidos em português 
por hiperligações, oferecem ao leitor diferentes 
trilhas. O ato de navegar ou surfar na Internet 
possibilita o acesso a uma sequência de links. 
Estes, agregam interatividade no documento. 
132
Ao leitor torna-se possível localizar rapidamente 
conteúdo	sobre	assuntos	específicos.	O	sistema	
de hipertexto mais conhecido, atualmente, é a 
World Wide Web, no entanto a Internet não é o 
único suporte onde este modelo de organização 
da informação e produção textual se manifesta. 
(Extraído de: 
http://eadhipertextualidade.blogspot.com/).
 O texto acima, incluindo o parágrafo que 
o antecede, foi transcrito na modalidade de hiper-
textualidade. Se estiver lendo-o no computador, 
com a internet disponibilizada, você poderá aces-
sar os links representados pelas palavras sublinha-
das. Faça essa experiência, para reforçar a ideia!
133
 Na página ao lado, de um jornal de grande 
circulação nacional e forte formador de opinião 
(www.folha.com.br), os títulos das matérias são 
“links” (conexões) que remetem ao texto respecti-
vo. No texto, propriamente dito, você encontrará 
outros links que encaminham o leitor a assuntos 
elucidativos sobre o tema central do texto, seja um 
depoimento de um especialista, por voz ou ima-
gem,	seja	um	gráfico	ilustrativo,	ou	um	vídeo	so-
bre o assunto abordado. As imagens também são 
links que remetem à temática do título.
 Vejamos outro grande exemplo de hiper-
textualidade no campo do jornalismo:
134
 O Blog acima é de Luiz Carlos Azenha, 
que tem realizado um belo trabalho na área jorna-
lística. Observe que a utilização de hipertextualida-
de	é	a	mesma	do	exemplo	anterior.	O	que	modifica	
é apenas a apresentação visual da página (o layout). 
Neste caso, há uma característica interessante: do 
lado direito da tela, existe um link (seta para a di-
reita)	para	um	filme	relacionado	a	um	tema	apre-
sentado pelo jornalista. Ao clicar sobre a imagem, 
um	filme	será	apresentado	e	você	poderá	assisti-lo	
em	tela	cheia,	como	um	filme	tradicional	que	assis-
timos nas telas de cinema.
	 Para	 finalizar	 o	 tópico,	 a	 hipertextuali-
dade pode ser considerada a grande estratégia 
contemporânea de leitura, à medida que promo-
ve uma ampliação de conhecimentos, a partir do 
tema central da notícia ou do assunto abordado, 
permitindo o estabelecimento de “mapas concei-
tuais” relativos ao tema abordado, sem os quais o 
assunto proposto continuará a ser estudado sob a 
perspectiva tradicional da leitura linear, limitada e 
pouco estimulante, em um mundo de conexões e 
representações	gráficas	do	conhecimento. 
Conectividade
 Sob o ângulo estritamente tecnológico, a 
conectividade	significa:
135
 Sf. (conectivo+i+dade) Inform: Ca-
pacidade de um dispositivo de conectar-se 
com outros dispositivos e transferir informa-
ção. (Extraído de: http://www.dicio.com.
br/conectividade/)
 Do ponto de vista pedagógico, a conecti-
vidade	significa	a	possibilidade	de	alunos	e	profes-
sores manterem permanente interação, por meios 
eletrônicos, com professores, alunos e fontes pri-
márias e secundárias de conhecimento, de forma 
que o processo educacional extrapola o âmbito 
restrito das salas de aula e penetra no “ciberespa-
ço” (assunto da próxima aula), tornando o apren-
dizado uma atividade continuada, prazerosa e rica 
em experiências cognitivas.
 Em síntese, as três características, vis-
tas acima de forma breve, constituem o pano de 
fundo das novas metodologias adotadas para a 
Educação, que utiliza o potencial das Tecnolo-
gias da Informação e da Comunicação no pro-
cesso educacional.
 Resta-nos, porém, uma indagação pertinente:
O que é metodologia?
 Em primeiro lugar, é importante reco-
nhecer que o termo “Metodologia” possui uma 
variabilidade semântica que implica concepções 
diversas da palavra.
136
 Veja o que diz o dicionário: http://
www.dicio.com.br, sobre “Semântica”: s.f.: 
faculdade que tem uma palavra de apresen-
tar diferentes sentidos.
 O professor Gilberto Teixeira (FEA/
USP) faz interessante abordagem sobre o tema, 
a qual transcrevemos parcialmente, para melhor 
apreciação do assunto:
Metodologia	significa,	etimologicamente,	o	estu-
do dos caminhos,dos instrumentos usados para 
se	fazer	pesquisa	científica,	os	quais	respondem	
o	como	fazê-la	de	forma	eficiente.
A metodologia, é uma disciplina normativa de-
finida	como	o	estudo	sistemático	e	 lógico	dos	
princípios	que	dirigem	a	pesquisa	científica,	des-
de suposições básicas até técnicas de indagação. 
Não deve ser confundida com a teoria, pois só 
se interessa pela validade e não pelo conteúdo, 
nem pelos procedimentos (métodos e técnicas), 
à medida que o interesse e o valor destes estão na 
capacidade de fornecer certos conhecimentos.
Nesse contexto teórico, há, de um lado, quadros 
teóricos de referência (o conhecimento acadê-
mico) por sua validade e, de outro, embasamen-
tos empíricos.
Assim, a metodologia, mais do que uma des-
crição formal de técnicas e métodos a serem 
137
utilizados	na	pesquisa	científicas,	 indica	a	op-
ção que o pesquisador fez do quadro teórico 
para determinada situação prática do problema 
objeto de pesquisa. 
(Extraído de: http://www.serprofessoruniversitario.pro.
br/)
 Em síntese, a Metodologia implica a op-
ção de um “quadro teórico” que auxilie a análise 
do “objeto de pesquisa”, ou seja, qual é o referen-
cial teórico que subsidiará a apreensão do tema es-
tudado? Para complementar o raciocínio, o citado 
educador entende que o Método:
“Traço característico da ciência, representa um 
procedimento racional e ordenado (forma de 
pensar), constituído por instrumentos básicos, 
que	implica	utilizar,	de	forma	adequada,	a	refle-
xão e a experimentação, para proceder ao longo 
de	um	caminho,	(significado	etimológico	de	mé-
todo) e alcançaros objetivos preestabelecidos 
no planejamento da pesquisa (projeto).
	 Se	 fizermos	 uma	 rápida	 incursão	 pelas	
propostas educacionais expostas pela mídia, perce-
138
beremos que o termo “Metodologia”, bem como 
seu	 correlato	 “Método”,	 adquirem	 significados	
diferentes para o mesmo fenômeno. Ilustraremos 
esse fato com a exposição de algumas “metodo-
logias” adotadas por instituições educacionais que 
oferecem formação continuada baseada na EAD. 
Estudos de caso sobre 
o tema “metodolgia”
 Veremos, a seguir, à guiza de estudos de 
caso, como algumas Instituições de Ensino Su-
perior – IES – apresentam, para futuros usuários, 
suas propostas “metodológicas” de ensino. É im-
portante observar que a leitura dos textos a seguir, 
não tem o propósito de criticá-los, do ponto de 
vista de suas concepções de metodologia. O inte-
resse,	aqui	reside	apenas	em	identificar	as	diversas	
– e homogêneas – concepções de “Metodologia” 
que informam os programas educacionais na mo-
dernidade. A análise será feita a posteriori, após 
estudarmos o conceito de “Método” numa pers-
pectiva	filosófica.
	 Na	sequência,	verificaremos	alguns	exem-
plos – reais e atuais – de propostas educacionais 
baseadas em determinada concepção de metodo-
logia. Leia com atenção os textos a seguir. Servirão 
de subsídio para as futuras discussões sobre “mé-
todo” que empreenderemos na terceira seção.
139
Portal (AVA) da Universidade 
de Blumenau – SC
o tema “metodolgia”
(http://ensino.furb.br/ava/portal/index.php)
 O desenvolvimento tecnológico tem per-
mitido criar estratégias diferenciadas de ensino e 
aprendizagem. Diante desse contexto, a FURB vem 
desenvolvendo atividades nos cursos presenciais e 
oferecendo cursos a distância. Desse modo, promo-
ve-se uma inovação como modalidade de ensino e 
aprendizagem em que aluno e professor desenvol-
vem atividades em lugares ou tempos diferentes. 
 É por isso, que a FURB concebe a Edu-
cação a Distância (EAD) como uma modalidade 
de ensino na qual a mediação didático-pedagógica 
pauta-se pelo uso das tecnologias da informação 
e comunicação, o que amplia os tempos e espa-
ços de ensinar e aprender. Na FURB, a EAD tem 
como princípios a autonomia do sujeito, a cons-
trução do conhecimento e a interação. 
 A partir dessa concepção, a FURB pro-
move o ensino superior direcionado à competên-
cia de gerar conhecimento e preocupada com a 
contínua modernização do ensino. (Grifos nossos)
140
Portal da Universidade 
Cidade de São Paulo – UNICID
http://www.eadunicid.com.br/metodologia_ead 
 A metodologia de ensino a distância foi 
desenvolvida pela Universidade Cidade de São 
Paulo para que diversas pessoas tenham acesso aos 
Cursos	de	Pós-Graduação,	Extensão	e	Qualifica-
ção na modalidade EAD. Nesse sistema, o aluno 
tem acesso ao material 100% pela internet, que é 
disponibilizado no portal AVA, através de video-
aulas e livros em PDF. 
 O sistema possibilita que o aluno compa-
reça ao pólo somente nas avaliações, uma vez que 
todo o conteúdo está disponível em videoaulas e 
são complementadas pelos Livros em PDF dispo-
níveis para download. Além disso, o Portal AVA 
possui fórum, chat, suporte acadêmico, mural de 
recados e orientadores para auxiliar na elaboração 
do trabalho de conclusão de curso. Os alunos ain-
da podem complementar seus estudos com a aqui-
sição das videoaulas em DVD e livros impressos. 
 Para que o aprendizado seja realmente 
completo, também ocorre um encontro presen-
cial para a troca de experiências e discussão dos 
conteúdos, possibilitando que os alunos tirem 
as suas dúvidas. 
141
Portal Educaonline
http://www.latec.ufrj.br
 
 É notável que o avanço tecnológico pos-
sibilitou uma nova realidade educacional: o en-
sino mediado por computador. A inserção do 
computador na Educação provoca uma mudança 
de comportamento dos participantes do proces-
so ensino - aprendizagem. Um de seus efeitos é o 
aumento crescente da quantidade de informação 
disponível e acessível aos alunos e professores. 
Paralelamente, surge a possibilidade de contato 
remoto entre os participantes do processo atra-
vés da comunicação pela Internet. Desta forma, a 
sala de aula perde gradativamente suas fronteiras 
de tempo e espaço. 
 Esse novo ambiente de aprendizagem 
favorece	também	a	reflexão	e	a	reformulação	das	
metodologias de ensino praticadas nas escolas e 
nas universidades. 
 O ambiente virtual propicia o resgate 
de uma postura mais ativa e menos passiva dos 
alunos. O professor também é afetado por estas 
mudanças, deixando de ser o centro do proces-
so - detentor de todo o conhecimento – para 
transformar-se em um mediador das ativida-
des de aprendizagem. Nessa nova realidade, o 
ensino tende a tornar-se mais individualizado, 
142
adaptando-se	aos	diferentes	perfis	psicológicos,	
formas de aprender e comportamentos dos di-
ferentes	 alunos.	O	 estudo	 adquire	maior	 flexi-
bilidade, podendo ser realizado de acordo com 
a disponibilidade de tempo do aluno e no local 
mais adequado. 
 O professor também precisa adaptar-se 
à nova tecnologia e ao seu novo papel na sala de 
aula virtual. Como essa é uma mudança brusca 
nos paradigmas do ensino tradicional, a opção 
pela	modalidade	semipresencial	atende	às	dificul-
dades de difusão e absorção de novas tecnologias, 
além de permitir um custo mais acessível do que 
nos programas de ensino totalmente a distância. 
Esse formato de transição (semipresencial) não 
entra em choque com o modelo tradicional, ape-
nas incorpora elementos novos ao modelo com 
que professores e alunos estão acostumados, faci-
litando a introdução das novas tecnologias. 
 O desenvolvimento de materiais didáti-
cos para uso em Ambientes Virtuais de Aprendi-
zagem exige conhecimentos de diversos campos, 
como informática, programação visual, psico-
logia	 da	 aprendizagem	 e	 o	 conteúdo	 específico	
a ser ensinado, o que pressupõe a existência de 
uma equipe transdisciplinar. Esse novo formato 
de trabalho leva o professor a uma reformulação 
de suas práticas e métodos de ensino, de forma a 
143
obter	uma	mudança	de	qualidade	significativa	no	
processo ensino-aprendizagem. 
 É fundamental fornecer suporte na pre-
paração do professor para exercer suas funções 
neste novo ambiente, aproveitando ao máximo 
os recursos oferecidos pela plataforma. É de vi-
tal importância que o professor esteja prepara-
do para relacionar-se com seus alunos através da 
interface computacional e para isso precisa do-
minar as ferramentas disponíveis. Uma barreira 
a ser ultrapassada é a visão tradicional do profes-
sor sobre o ensino. A aplicação da tecnologia na 
Educação, o que para muitos professores é vista 
como um risco, não substitui nenhum dos ele-
mentos envolvidos com o ensino presencial tra-
dicional. O ensino semipresencial mantém ainda 
as principais referências do ensino presencial. 
Desta forma, tanto alunos quanto professores, 
podem realizar uma transição suave para o novo 
contexto e os professores podem concentrar-se 
na adaptação e utilização das estratégias mais 
adequadas ao novo ambiente de ensino. 
 Acreditamos que o uso de Ambientes 
Virtuais de Aprendizagem é mais uma alternati-
va para dinamizar o ensino e tornar as aulas pre-
senciais mais agradáveis e interessantes. Porém, 
sua adoção como suporte ao ensino presencial, 
depende fortemente da existência de uma infra-
144
estrutura adequada e de uma proposta pedagógi-
ca	eficiente,	fatores	primordiais	na	promoção	de	
uma	 melhoria	 significativa	 do	 processo	 ensino-
-aprendizagem. 
 Professores e alunos precisam ser alfa-
betizados em relação às possibilidades das novas 
tecnologias, de modo que os desníveis de conhe-
cimento tornem-se cada vez menores. A curiosi-
dade e o interesse, tanto dos alunos quanto dos 
professores, por novidades tecnológicas pode 
contribuir muito para o avanço da Educação 
apoiada pelas Novas Tecnologias da Informação 
e da Comunicação (NTICs).
 Antes de passarmos à próxima seção, faça-
mos uma observação necessária para nosso estudo:Podemos	 verificar	 que,	 apesar	 de	 algu-
mas nuances de ordem estrutural diferenciadas, as 
propostas das instituições acima possuem pontos 
em comum que caracterizam uma determinada 
concepção de Metodologia, inclusive para efeito 
de “vender” o seu produto educacional.
 Uma composição das propostas (transcri-
ção	literal)	pode	configurar	os	elementos	a	seguir:
	 •	 Estratégias	 diferenciadas	 de	 ensino	 e	
aprendizagem.
	 •	Inovação	como	modalidade	de	ensino	e	
aprendizagem em que aluno e professor desenvol-
145
vem atividades em lugares ou tempos diferentes.
	 •	A	mediação	didático-pedagógica	pauta-
-se pelo uso das tecnologias da informação e co-
municação, o que amplia os tempos e espaços de 
ensinar e aprender.
	 •	 Princípios:	 a	 autonomia	 do	 sujeito,	 a	
construção do conhecimento e a interação.
	 •	Ensino	superior	direcionado	à	compe-
tência de gerar conhecimento e preocupada com 
a contínua modernização do ensino.
	 •	O	 aluno	 tem	acesso	 ao	material	 100%	
pela internet, que é disponibilizado no portal AVA, 
através de videoaulas e livros em PDF. 
	 •	O	sistema	possibilita	que	o	aluno	com-
pareça ao polo somente nas avaliações, uma vez 
que todo o conteúdo está disponível em videoau-
las e são complementadas pelos Livros em PDF 
disponíveis para download.
	 •	O	Portal	AVA	possui	fórum,	chat,	su-
porte acadêmico, mural de recados e orientadores 
para auxiliar na elaboração do trabalho de con-
clusão de curso.
	 •	Encontro	presencial	para	a	troca	de	ex-
periências e discussão dos conteúdos, possibilitan-
do que os alunos tirem as suas dúvidas. 
	 •	 Flexibilidade	 de	 horário	 para	 pessoas	
que não possuem disponibilidade para realizar 
cursos presenciais.
146
	 •	 Transmissões	 de	 teleaulas	 via	 satélite	
para Polos de Apoio Presencial, ao vivo, uma vez 
por semana, e pelo Ambiente Virtual de Apren-
dizagem (AVA), que funciona via Internet.
 Observe, caro aluno, que o conceito de 
Metodologia subjacente a essas propostas asso-
cia-se, fundamentalmente, à organização estru-
tural dos cursos oferecidos, características de 
funcionalidade ou da forma como o curso será 
“operado”	 a	 distância.	 Questões	 como:	 flexibi-
lidade de horário, disponibilidade de material, 
quantidade de aulas presenciais e a distância, fer-
ramentas oferecidas para a interação professor/
aluno, autonomia do sujeito etc., compõem um 
conjunto de itens a que se denomina de “Me-
todologia”. No entanto, na perspectiva teórica 
dessa	 disciplina,	 falta-nos	 identificar	 e	 explorar	
outra vertente de metodologia que nos parece 
relegada a plano secundário pela academia e que 
pode	representar,	significativamente,	a	consisten-
te “Metodologia” que procuramos, para além dos 
aspectos meramente funcionalistas das propostas 
contemporâneas.
 Retomaremos essa questão essencial na Se-
ção 3 – Metodologia: em busca do “Método” ideal.
 Passemos, então à Seção 2 e façamos uma 
incursão sobre processos de ensinar e aprender.

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