Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tarefa 03 – Limites para o desenvolvimento da Ciência? Para responder adequadamente a esta questão, gostaria de esclarecer o que compreendi exatamente pelas posições materialista e idealista da composição da matéria. Pois bem, pude identificar como elemento fundamental para compreensão da primeira, a teoria atômica de Demócrito. Nesta teoria, a menor parte da matéria, ou seja, aquela que se obtém até não ser mais possível dividir a própria matéria é composta por átomos, que representam por si só o que eles são, não possuindo desta forma qualquer tipo de propriedade ou característica. Já em relação à teoria idealista evidenciada no material da quinta semana pela autobiografia de Heisenberg, quando este relata sua experiência ao ler o Timeu de Platão, a menor parte da matéria seria assim representada por triângulos retângulos, que juntos formariam os corpos sólidos que conhecemos, representando então os quatro elementos principais: Terra, água, fogo e ar. Dito isso, posso assim responder a questão com mais firmeza, pretendendo também aproveitar o gancho para comentar sobre a questão referente aos limites. As diferenças que ficaram claras pra mim são em relação à teoria materialista ser muito mais “limitada” do que a teoria idealista, pois a partir do momento em que se admitiu que os átomos não necessitam de explicações ulteriores, admitiu-se então que não se pode compreender o comportamento da matéria de forma atômica, ou seja, não se pode explicar o comportamento da matéria a partir dos átomos pelo simples fato de que não se poder explicar aos próprios átomos, uma vez que estes não possuem qualquer tipo de propriedade, já que são apenas a menor parte que se pode obter da matéria e também, por não se saber se os átomos são de fato coisas, ou melhor, como admitido pelo próprio Heisenberg: “Os átomos provavelmente não são coisas”. Situação tal que não consegui evidenciar na teoria idealista, pois ao dizer que ela representa apenas uma forma matemática, ou melhor, uma simetria geométrica perfeita – uma vez que a partir dos triângulos tudo se pode obter e eles não são inalteráveis e indestrutíveis como os átomos de Demócrito -, tais formas apenas se “juntam” modelando-se de acordo com a simetria necessária. Portanto, aproveitando para embarcar na segunda questão, os limites que ficam para mim evidentes estão exatamente nessas diferenças entre as duas teorias, ou seja, sabendo-se que a teoria idealista é mais suscetível a explicações e experimentações do que a teoria atômica – pelo fato da segunda ser mais “absoluta” -, conclui-se então que ela é mais aplicável ao que se desejava na época que era explicar o comportamento da matéria. Acredito também que por a teoria idealista parecer mais aderente às hipóteses matemáticas e filosóficas descritas no texto complementar, ou pelo menos para mim ela seja mais aderente, ela se torna mais aplicável. É importante ressaltar que não estou querendo dizer que a teoria idealista seja melhor ou mais exata que a materialista, apenas estou dizendo que o que pude perceber é que ela serve melhor para tais fins determinados na época. Veja pelo lado de que por não possuir um princípio tão absoluto como a teoria atômica, a idealista talvez não seja ideal para um fim que exija exatamente isso, um caminho “pré- traçado”, impedindo então o desenvolvimento da ciência por este lado. Partindo agora para o contexto da semana 06, percebemos o período de declínio pelo qual passou a ciência bem como seu desenvolvimento por causa das invasões dos povos bárbaros no Império Romano na Europa Ocidental. Como os bárbaros eram analfabetos e vinham em sua maior parte de culturas nômades, não possuíam desenvolvimentos na área da ciência e da arte. Consequentemente, e muito bem relatado num trecho das telas desta semana, a Europa do início da Idade Média conhecia menos ciência e possuía menos técnica do que a Roma do período greco- romana – Tal fato pode ser comparado à falta de autoridade da ciência antiga na descoberta da América -. Neste cenário, perceberemos que os árabes serão eternos contribuintes para a cultura ocidental. Estes (os árabes), mesmo não possuindo grandes manifestações artísticas, contribuíram de diversas maneiras para a cultura ocidental e a primeira delas foi com a construção da Casa da Sabedoria, em Bagdá, onde obras da cultura grega eram traduzidas para o árabe. É importante dizer que a cultura árabe era bastante influenciada pela grega antiga, uma vez que estes ocuparam territórios de influência grega como a Síria e o Egito. Talvez muitas dessas contribuições árabes tenham se derivado do fato desta cultura ser uma multicultura, devido ao grande número de povos e consequentemente culturas conquistadas por estes. Foi então que eles desenvolveram bastante a matemática, a álgebra e a geometria, que podem ter sido das maiores contribuições árabes para aquele povo, pois assim foi possível desenvolver também a química, a astronomia e a medicina. Mas os aportes árabes não pararam por aí. Foram eles os introdutores de Platão e Aristóteles na Europa Ocidental, uma vez que suas obras eram consideradas incompatíveis com o cristianismo. Mas a grande contribuição, talvez a maior, se deu por parte da arquitetura que pode ser claramente percebida como desenvolvida nas mesquitas árabes daquele tempo, palácios, e afins, caracterizados por espaços amplos, pois fica evidente que após a invasão dos povos bárbaros e a redução da demanda pela ciência, a arquitetura da Idade Média era chula em relação aos palácios do período greco- romano. Gostaria então de finalizar esta terceira questão com uma passagem que acredito ser perfeita para este fim e que se encontra na tela de nº 13 da semana seis: “Certamente muito podemos aprender com o Islã, seus ensinamentos, sua cultura e sua história mostram que somos muito mais próximos do que habitualmente reconhecemos e que o islamismo teve uma importância fundamental na formação da cultura ocidental... assim como veículo de transferência de uma parte significativa do saber grego antigo para o Ocidente latino”. Um dos limites que eu pude identificar e que é inclusive o único é em relação a esta “multiculturalidade” – se é que posso assim chamar - presente na cultura árabe, tornando assim possível que o conhecimento se espalhe de tal forma que se divida tanto ou até se perca entre estas culturas, dificultando então o desenvolvimento da ciência neste cenário, pois teriam essas culturas que se ‘entender’ muito bem para que fosse possível uma relação de mutualidade entre elas. Lembro, portanto: isto é apenas uma suposição. Não fui capaz, infelizmente, de identificar um ponto em comum entre os limites por mim citados para as semanas 05 e 06. Perceba que enquanto o primeiro está relacionado a uma comparação entre duas coisas, bastando-se assim definir aquele que é mais aplicável, o outro está relacionado a uma diversidade de culturas que pode vir a impedir determinado desenvolvimento. Por este motivo fica impossível para mim, perceber um ponto em comum entre eles. Para finalizar, gostaria apenas de fazer uma observação: Apesar de ter lido e compreendido bem o texto complementar da semana seis (A descoberta do novo Mundo, por Danilo Marcondes), não consegui responder as questões solicitadas de forma a introduzir o conteúdo deste texto sem perder a minha linha de raciocínio. Peço perdão por isso e sugiro que este texto seja aproveitado para as questões da nossa tarefa 04 que está por vir. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Introdução à Filosofia – FIL1000 Henrique Azevedo Gélio - 10215886 Professora Maria Inês S. Anachoreta 10/06/2012
Compartilhar