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5período RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO PROJETO PRÁTICO PERÍLDO PANDEMIA -ENSIONO FUNDAMENTAL II

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FACULDADE FUTURA
LUANA BRAGA DE OLIVEIRA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO PROJETO PRÁTICO PERÍLDO PANDEMIA
COVID- Ensino fundamental II
ÁGUAS VERMELHAS – MG
2022 
FACULDADE FUTURA
LUANA BRAGA DE OLIVEIRA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO APRESENTADO
Á DICIPLINA ESTÁGIO SUPERVISIONANDO DA
FACULDADE FULTURA, DO CURSO DE PEDAGÓGIA.
COMO PRÉ-REQUISITO PARA APROVAÇÃO.
ÁGUAS VERMELHAS MG - 2021
PROJETO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO Períldo pandemia –Ensino Fundamental -ll
RESUMO – Luana Braga de Oliveira O referido trabalho ira aordar otema “INTERDISCIPLINARIDADE”. Este trabalho apresenta uma pesquisa de levantamento bibliográfico para 
embasar as reflexões, e uma pesquisa de campo numa Escola Estadual do 
município de Santa Rosa, com o objetivo de investigar a compreensão dos 
educadores em relação à interdisciplinaridade, bem como resultados de uma prática 
pedagógica interdisciplinar nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Entretanto é 
preciso compreender que a interdisciplinaridade é a integração entre os diferentes 
componentes curriculares e a sua prática no dia-a-dia da escola contribui para que 
os educandos aprendam de forma significativa. Propõem-se desta maneira uma 
análise crítica em relação à prática interdisciplinar, suas implicações e mudanças na 
área da educação. Finaliza-se ressaltando os resultados obtidos com a pesquisa 
realizada, através da qual se verificou a necessidade de se ter uma prática 
interdisciplinar para que de fato ocorra o processo de ensino e aprendizagem.
Palavras-chave: Interdisciplinaridade – anos iniciais do ensino fundamental – prática 
pedagógica – integração – componentes curriculares.
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO.............................................................................................................05
1 COMO ENTENDER A INTERDISCIPLINARIDADE...............................................06
2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR COMO APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA.........................................................................................................09
3 AS DIFERENTES ÁREAS DO SABER (COMPONENTES CURRICULARES): A 
INTEGRAÇÃO QUE MOVE A INTERDISCIPLINARIDADE.....................................13
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................16
REFERÊNCIAS........................................................................................................170
ILUSTRAÇÕES.........................................................................................................18,19 ,20
 INTRODUÇÃO- A interdisciplinaridade comprometida com uma aprendizagem significativa não 
tende eliminar os componentes curriculares, mas sim uni-los para que juntos 
integrem um significado para a vida dos educandos e educadores. É neste sentido 
que a necessidade da interdisciplinaridade na construção e socialização do 
conhecimento vem sendo discutida por vários autores, como Ivani Fazenda, Hilton 
Japiassu e Vítor Trindade. Estes autores buscam responder a necessidade de 
superação da visão fragmentada nos processos de construção do conhecimento, 
além de recuperar a integração dos saberes. 
Ao considerar a interdisciplinaridade como prática fundamental para um 
ensino integrador e de qualidade, é necessário que o educador se mostre 
comprometido com a sua prática pedagógica, tendo como base a pesquisa, pois é 
através da mesma que o educador inova e cria condições para que seus educandos 
se tornem críticos e criativos. 
A partir disso, realizou-se este estudo que tem como objetivo entender a 
interdisciplinaridade, suas implicações e mudanças no contexto educacional. Para 
tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e de campo em uma Escola Estadual 
do município de Santa Rosa, abrangendo um total de 4 educadoras e 13 educandos. 
Os instrumentos utilizados para a pesquisa foram observações e intervenções no 3º 
ano do Ensino Fundamental e entrevista com educadoras do 1º ao 5º ano do Ensino 
Fundamental. 
Este trabalho apresenta-se em três capítulos. No primeiro capítulo, faz-se 
uma abordagem sobre o conceito da interdisciplinaridade, compreendendo que a 
mesma acontece na prática somente se houver atitude e ousadia por parte do 
educador para mudar, inovar. Além disso, são realizadas análises de falas de 
educadoras em relação ao seu entendimento sobre a interdisciplinaridade, bem 
como sua prática pedagógica. 
O segundo capítulo tem por objetivo analisar a prática pedagógica 
interdisciplinar como significativa no processo de ensino e aprendizagem. 
Desta forma, destaca pontos fundamentais em relação ao entendimento e significância de 
prática pedagógica, bem como se dá a construção do conhecimento por parte do 
educando numa perspectiva interdisciplinar. Além disso, compreende-se que antes 
de se realizar uma prática pedagógica interdisciplinar, é fundamental que haja um 
planejamento coletivo na escola, pois entende-se que um educador amplia e inova 
seus pensamentos, escolhas e consequentemente seus planos de trabalho, quando 
interage com outros educandos. 
Para finalizar, o terceiro capítulo aposta na integração dos componentes 
curriculares, como forma de mover a interdisciplinaridade. Através de estudos nos 
PCNs dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, compreende-se como a História, a 
Geografia, a Matemática, as Ciências, a Língua Portuguesa, a Arte e a Educação 
Física enxergam a interdisciplinaridade e como juntos tornam seus saberes 
significativos para a aprendizagem do educando. É deste modo, que a integração 
dos componentes curriculares visa à mudança educacional, tão necessária para que 
de fato ocorra uma relação de ensino e aprendizagem entre educadores e 
educandos.
 
1 COMO ENTENDER A INTERDISCIPLINARIDADE 
A interdisciplinaridade é um tema que está em constante discussão nas 
escolas. Muitas dúvidas e inseguranças em relação ao tema se fazem presentes na 
prática pedagógica dos educadores. Como proceder um ensino interdisciplinar? E os 
componentes curriculares, como ficam? Serão extintos? Será que os educandos irão 
aprender? Questionamentos como estes são feitos todos os dias pelos educadores 
em sala de aula. Mas afinal, como podemos compreender a interdisciplinaridade e 
tê-la como base na prática pedagógica? 
A interdisciplinaridade precisa ser vista como atitude de ousadia e busca 
frente ao conhecimento. A mesma não trabalha de forma fragmentada, mas sim de 
forma integrada e comunicativa com todas as áreas do conhecimento. Para que 
ocorra a interdisciplinaridade, não necessitamos eliminar os componentes 
curriculares, mas torná-los comunicativos entre si, concebê-los como processos 
históricos e culturais, visando o processo de ensino e aprendizagem. Segundo os 
PCNs do Ensino Fundamental (1997, p.31) 
A interdisciplinaridade questiona a segmentação entre os diferentes campos 
de conhecimento produzida por uma abordagem que não leva em conta a 
inter-relação e a influência entre eles questiona a visão compartimentada 
(disciplinar) da realidade sobre a qual a escola, tal como é conhecida, 
historicamente se constituiu. Refere-se, portanto, a uma relação entre 
disciplinas. 
Quando falamos na integração dos componentes curriculares, precisamos 
pensar como e onde essa integração será feita. O trabalho interdisciplinar será 
organizado no currículo. O currículo escolar precisa contemplar conteúdos e 
estratégias de aprendizagem que capacitem o educando para a vida em sociedade, 
ou seja, que suas experiências sejam significativas e produtivas, visando à 
integração. A temática da interdisciplinaridade é compreendida como uma forma de 
trabalhar em sala de aula, no qual se propõe um tema com abordagens em 
diferentes componentes curriculares. É construir algo inovador, que vise a ampliação
de sabedorias bem como a incorporação de novas sabedorias, ultrapassando o 
pensar fragmentado. Trindade (2008, p. 73) ao escrever sobre interdisciplinaridadeafirma que: Mais importante do que defini-la, porque o próprio ato de definir estabelece 
barreiras, é refletir sobre as atitudes que se constituem como 
interdisciplinares: atitude de humildade diante dos limites do saber próprio 
saber, sem deixar que ela se torne um limite; a atitude de espera diante do já 
estabelecido para que a dúvida apareça e o novo germine; a atitude de 
deslumbramento ante a possibilidade de superar outros desafios; a atitude de 
respeito ao olhar o velho como novo, ao olhar o outro e reconhecê-lo, 
reconhecendo-se; a atitude de cooperação que conduz às parcerias, às 
trocas, aos encontros, mais das pessoas que das disciplinas, que propiciam 
as transformações, razão de ser da interdisciplinaridade. Mais que um fazer, 
é paixão por aprender, compartilhar e ir além.
A prática pedagógica da interdisciplinaridade não visa a eliminação dos 
componentes curriculares, pois o conhecimento é um fenômeno com várias 
dimensões inacabadas, necessitando ser compreendido de forma ampla. O 
imprescindível é que se criem práticas de ensino, visando o estabelecimento de 
relações entre os componentes curriculares e que se aliem aos problemas da 
sociedade. Isso ocorrerá na escola por intermédio de uma construção lenta e 
gradual. Além disso, estabelece o papel de processo contínuo e interminável na 
formação do conhecimento, permitindo o diálogo entre conhecimentos dispersos, 
entendendo-os de uma forma mais abrangente. O enfoque interdisciplinar constitui a 
necessidade de superar a visão mecânica e, 
[...] reconstituir a unidade do objeto, que a fragmentação dos métodos 
separou. Entretanto, essa unidade não é dada a "priori". Não é suficiente 
justapor-se os dados parciais fornecidos pela experiência comum para 
recuperar-se a unidade primeira. Essa unidade é conquistada pela "práxis", 
através de uma reflexão crítica sobre a experiência inicial. É uma retomada 
em termos de síntese. (FAZENDA, 1992, p. 45). 
Quando se fala e se faz interdisciplinaridade, é necessário ter consciência de 
que o sujeito é plenamente ativo, é protagonista. A interdisciplinaridade é o 
movimento (inter) entre os componentes curriculares, sem a qual a disciplinaridade 
se torna vazia, é um ato de reciprocidade, troca e integração. A mesma leva o 
educando a ser protagonista da própria história, personalizando-o e humanizando-o, 
numa relação de interdependência com a sociedade, dando-lhe, a capacidade de 
ser crítico e responsável para a sua libertação e transformação da realidade.
 
Analisaremos a seguir algumas falas de educadoras que trabalham com os anos 
iniciais do ensino fundamental. O objetivo desta análise é compreender qual o 
entendimento das mesmas em relação ao conceito do tema interdisciplinaridade. 
A educadora do 1º ano do ensino fundamental ao ser questionada sobre o 
que é interdisciplinaridade, responde da seguinte forma: 
Interdisciplinaridade é desenvolver o conhecimento pedagógico (os 
conteúdos) envolvendo, englobando quase todas as áreas do conhecimento, 
somente as áreas possíveis, pois a matemática é muito complicada para 
integrar com as demais áreas e as outras já são um pouco mais fáceis. 
Na fala da educadora, podemos perceber que a mesma não compreende de 
forma clara o que significa de fato a interdisciplinaridade, pois afirma que somente 
alguns componentes são integrados e outros como a matemática não fazem parte 
de um planejamento interdisciplinar. Na verdade, a interdisciplinaridade integra todas 
as áreas do conhecimento, inclusive a matemática. É através desta fala que 
compreendemos como a educadora possui dificuldades em entender o tema e 
consequentemente em realizar uma prática interdisciplinar. Já a educadora do 2º 
ano do ensino fundamental afirma que: “A interdisciplinaridade é relacionar os 
conteúdos e os envolver para englobar e aprender com maior abrangência, pois num 
planejamento precisamos integrar as disciplinas para que os alunos aprendam mais 
e melhor.” Compreende-se na fala da educadora um entendimento maior sobre a 
interdisciplinaridade, pois a mesma diz que é preciso integrar as disciplinas, ou seja, 
uni-las para que os educandos aprendam de forma significativa. Desta forma, 
entende-se que o diálogo pedagógico entre as duas educadoras não é frequente e 
que a escola não realiza de forma significativa um planejamento entre os docentes, 
pois para a primeira educadora, a interdisciplinaridade se torna de certa forma 
complicada de ser colocada em prática, mas para a segunda educadora, a 
interdisciplinaridade é possível e contribui para um melhor aprendizado. 
A análise em relação à interdisciplinaridade toma sequência com a fala da 
educadora do 4º ano do ensino fundamental que afirma: 
A interdisciplinaridade é uma prática integradora que envolve todas as áreas 
do conhecimento, onde os educandos estabelecem relações entre os 
conteúdos e os conhecimentos que já possuem, conseguindo aprendizagens 
mais significativas. Penso que somente através da interdisciplinaridade é que 
meus educandos conseguem aprender mais, pois não fragmento o 
conhecimento, mas procuro integrá-lo para que os conteúdos que são 
trabalhados tenham algum sentido e que eles possam usá-los no seu dia-a-
dia. Não adianta ensinar coisas absurdas que não interessam os educandos, 
pois não vão utilizar para nada, tento ensiná-los a pensar, a construir o 
conhecimento que poderão utilizar em suas vidas. 
Nesta fala, a educadora reflete sobre a necessidade do educador entender e 
respeitar seus educandos, principalmente em relação aos conhecimentos com os 
quais o educando chega na escola. Além disso, compreende-se que a mesma 
realiza uma prática interdisciplinar, que acredita na educação, na mudança que a 
interdisciplinaridade comporta e que valoriza seu trabalho como educadora, 
tornando sua prática pedagógica inovadora e significativa para seus educandos. 
Para finalizar a análise das falas das educadoras, refletir-se-á a afirmação da 
educadora do 5º ano do ensino fundamental: 
Eu penso que a interdisciplinaridade é unir as disciplinas, porém é 
algo muito difícil de fazer, já que no 5º ano os conteúdos das disciplinas se 
tornam mais difíceis do que nos anos anteriores. Às vezes realizo atividades 
interdisciplinares, mas só quando o conteúdo não é muito complicado, porque 
senão irei confundir a cabeça dos meus alunos, e, além disso, nosso tempo 
para planejar é muito pouco e sei que se fizermos um planejamento 
interdisciplinar, precisamos de tempo. 
Na fala da educadora do 5º ano, pode-se compreender que a mesma 
encontra dificuldades em realizar uma prática interdisciplinar, além de não ter o 
tempo suficiente para o planejamento. A questão sobre o tempo disponível para o 
planejamento é uma situação complexa, pois não envolve somente a Instituição de 
ensino isoladamente, mas a rede toda. Sabe-se que a classe dos educadores 
precisa de mais atenção e melhores condições de trabalho e tempo para planejar, 
mas não podemos de forma alguma prejudicar o aprendizado dos educandos, 
tornando-os sujeitos sem interesse, sem motivação e principalmente sem 
conhecimento, devido às condições de trabalho dos educadores, pois se 
escolhemos tal profissão, precisamos lutar por melhorias e mudanças começando 
pelo tempo disponível para o planejamento coletivo que acabará refletindo de modo 
positivo na prática pedagógica da escola. A partir disso, percebe-se que é tarefa do 
educador acompanhar as mudanças educacionais, deixando de lado o ensino 
mecânico e transmissor de meras informações. A interdisciplinaridade aproxima o 
sujeito da realidade em que vive, auxilia na construção do conhecimento, 
possibilitando uma formação mais crítica, criativa e responsável.
2- A PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR COMO APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA
O Ensino Fundamental faz parte da Educação Básica, juntamente com a 
Educação Infantil e o Ensino Médio, prevista na Lei de Diretrizes e Bases 9394/96. 
Ao frequentar os anos iniciais do ensino fundamental, é necessário que o educando 
alcancealguns objetivos essenciais para a formação de seu entendimento como ser 
integrante na sociedade em que vive. Alguns objetivos como posicionar-se de 
maneira crítica, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e tomar 
decisões, perceber-se integrante e agente transformador do ambiente, conhecer e 
cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis, utilizar diferentes 
linguagens (verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal), questionar a realidade e 
resolver os possíveis problemas do cotidiano, só acontecem de forma significativa ao 
educando se adotada uma prática interdisciplinar por parte do educador. 
Soma-se a isto, a necessidade que vemos a cada dia de aprimorar nosso 
modelo educativo, para que os objetivos da escola sejam de fato exercidos. Uma 
medida que comprova tal afirmação foi a aprovação do ensino fundamental de nove 
anos. O ingresso neste contexto escolar requer diálogo entre a educação infantil 
(primeira etapa de educação básica) e o ensino fundamental, requer também diálogo 
institucional e pedagógico dentro da escola, com objetivos e alternativas claras. 
Havendo engajamento por parte dos profissionais da educação para planejar este 
atendimento no ensino fundamental, no qual se valoriza as singularidades, o direito 
à brincadeira, à produção cultural. Poderemos obter sucesso neste novo modelo 
educativo, mas é primordial que entendamos e que venhamos trabalhar com estes 
educandos tratando-os como crianças capazes de construir e ampliar seus 
conhecimentos. 
Certamente a ampliação do ensino fundamental para nove anos significa uma 
possibilidade de qualificação da alfabetização e do letramento, pois entende-se que 
a criança terá mais tempo para se apropriar desses aspectos, mas de forma alguma 
o ensino nesses primeiros anos deverá se resumir a essas aprendizagens, ou seja, 
além da alfabetização e do letramento, há que se pensar numa metodologia que 
envolva o brincar, o lúdico, que consequentemente auxiliarão na aprendizagem. 
Deste modo, ainda há muito o que fazer para aprimorar esta área. É necessário que 
haja conscientização por parte dos educadores e da escola, pois o sucesso ocorre 
nas escolas em que a leitura e a escrita são instrumentos reais. Para que isso 
aconteça, algumas mudanças na prática pedagógica se fazem necessárias, ou seja, 
é fundamental que o educador deixe de lado as práticas tradicionais, nas quais os 
alunos são meros espectadores de informações e não constroem aprendizagens, 
visando e incorporando uma prática interdisciplinar. 
Partindo da ideia de que os anos iniciais do ensino fundamental são 
essenciais na formação integral dos educandos, precisamos nos focar e 
compreender melhor o que é e como se dá uma prática pedagógica interdisciplinar. 
Mas antes de falarmos sobre uma prática pedagógica interdisciplinar, é fundamental 
compreender o que é uma prática pedagógica. A prática pedagógica nada mais é do 
que a prática profissional do educador antes (envolvendo a pesquisa, a seleção de 
atividades e textos, resultando no planejamento), durante (ação, ou seja, a prática 
em sala de aula) e depois da sua ação em sala de aula com os educandos (reflexão 
sobre a prática). Do mesmo modo, ela revela as competências, as adaptações e os 
desafios enfrentados pelo educador no contexto do ensino e da aprendizagem. 
Oliveira (2008, p. 55) afirma que a prática pedagógica é: 
 É uma atividade profissional situada, orientada por fins e pelas normas de 
um grupo profissional; 
 engloba ao mesmo tempo as atividades com os alunos, mas também o 
trabalho coletivo e individual fora da classe; 
 é multidimensional; 
 não se limita às ações perceptíveis, mas comporta também as escolhas, 
as tomadas de decisões e os significados dados pelo professor a suas 
próprias ações; 
 é a atividade profissional do professor antes, durante e depois da sua 
ação em classe. 
Quando o educador consegue compreender o que é uma prática pedagógica 
interdisciplinar, consegue trabalhar de forma dinâmica e competente, livrando-se do 
caráter disciplinar que tanto fragmenta o ensino. A propósito, o caráter disciplinar do 
ensino formal, dificulta a aprendizagem do educando e acaba por não estimular o 
desenvolvimento da inteligência, de resolver problemas e estabelecer conexões 
entre os fatos, isto é, de pensar sobre o que está sendo estudado.
Ao falarmos no caráter disciplinar, nas dificuldades encontradas pelos 
educandos na aprendizagem, remetemo-nos na busca de um método que vise o 
aprendizado de forma significativa. O método interdisciplinar surge do diálogo, do 
questionamento, da pesquisa. Não existe receita pronta para a aplicação da 
interdisciplinaridade, é incorporado pelos docentes através de atitudes, busca 
permanente por novos caminhos. O educador também precisa estar consciente de 
que não é dono do saber, mas que também está em constante ato de aprendizagem 
diante disso, Freire (2011, p.25) nos diz: “quem ensina aprende ao ensinar quem 
aprende ensina ao aprender”. 
Nesta relação de ensinar e aprender compreende-se que o conhecimento é 
construído individual e coletivamente a partir de um processo em que o sujeito 
interage com a realidade (outras pessoas, ambiente sociocultural, ambiente físico, 
etc.). A partir da construção dos conceitos, essência da tarefa educativa, o sujeito 
passa a ser capaz de expressar sua realidade e materializar seu pensamento 
através das diversas linguagens (verbal corporal e estética). 
Além disso, o conhecimento gera conhecimento. O conhecimento com o qual 
o educando chega à sala de aula é uma base sólida para a produção e o 
desenvolvimento do saber. É preciso levá-lo em conta e saber utilizá-lo dentro do 
processo pedagógico. No mundo em que vivemos, o volume de conhecimentos 
multiplica-se a cada segundo, a escola deixou de ser a detentora e transmissora do 
conhecimento produzido e passou a ensinar a aprender a aprender, conferindo 
também ao educando um papel dinâmico na busca do conhecimento. 
Na pesquisa realizada, observou-se o quão necessário é respeitar e 
compreender o conhecimento no qual já faz parte da vida do educando. Suas ideias 
são compartilhadas com os demais sujeitos, favorecendo a interação entre os 
mesmos e consequentemente a construção de novos conhecimentos. Assim, 
percebe-se que na realização de uma prática pedagógica interdisciplinar, os 
educandos libertam-se, expõem seus conhecimentos, dúvidas, medos e emoções e 
tudo isto de forma individual e coletiva. 
Quando o educando dialoga com os demais sujeitos, expondo ideias e 
dúvidas, só as consegue realizar através da palavra. A palavra só é possível pela 
uso da linguagem. A linguagem não é apenas um instrumento, mas um laço que nos 
une ao mundo. “A palavra capta, conhece, interfere e transcende a consciência do 
homem em sua busca de mundo.” (FAZENDA, 1994, p.54). A palavra e o diálogo 
possuem uma força criadora quando procuram interpretar, explicar, compreender e 
transformar o mundo em sua volta. É nesse sentido que a interdisciplinaridade 
trabalha e só é verdadeira quando praticada no dia-a-dia escolar visando a união 
dos conhecimentos para a construção de outros novos conhecimentos. 
Dentro do processo de busca do conhecimento, o processo de aprendizagem 
interdisciplinar se torna socializador, e precisa ser visto como fruto de um trabalho 
coletivo no qual o educando irá interagir com o meio ambiente, as pessoas e suas 
ferramentas de trabalho. A partir disso, pesquisas, exposições, coletas, 
classificações e debates substituem as aulas expositivas. Quando o educando 
interage de forma significativa no mundo em que vive, desperta em si a curiosidade, 
o prazer na busca de novos saberes, fazendo com que o aprendizado se torne mais 
fácil e natural. 
Para que consigamos despertar o interesse de nossos educandos em relação 
ao aprendizado, temos o compromisso de repensar todos os dias a nossa prática 
educativa. É preciso compreender que a educação se dá ao longo de toda a vida, 
baseando-se em quatro pilares:aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a 
viver juntos, aprender a ser. Segundo Delors (2000, p. 101): 
 Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente 
vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número 
de matérias. O que também significa: aprender a aprender, para beneficiar-se 
das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida. 
 Aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma qualificação 
profissional mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a 
pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas 
também aprender a fazer, no âmbito das diversas experiências sociais ou de 
trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, 
fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao 
desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho. 
 Aprender a viver juntos desenvolvendo a compreensão do outro e a 
percepção das interdependências – realizar projetos comuns e preparar-se 
para gerir conflitos – no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão 
mútua e da paz. 
 Aprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à 
altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de 
discernimento e de responsabilidade pessoal. Para isso, não negligenciar na 
educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, 
raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se. 
Quando há compreensão sobre a educação, o ensino, a aprendizagem, a 
construção do conhecimento, compreendemos também a necessidade de 
trabalharmos com a formação ética dos nossos alunos. Além disso, é preciso que se 
criem condições para que todos os educandos desenvolvam suas capacidades e 
aprendam e construam os conhecimentos necessários para a compreensão da 
realidade e de participação em relações sociais e culturais, condições estas 
fundamentais para o exercício da cidadania na construção de uma sociedade 
democrática e não excludente. A prática interdisciplinar que não tem por objetivo 
eliminar as disciplinas, mas sim integrá-las, trabalha nessa perspectiva de oferecer 
ao educando condições de vivenciar a prática escolar de forma significativa e 
consequentemente construindo conhecimentos. 
Quando falamos em prática escolar, falamos no lugar onde a mesma acontece: 
a escola. A função da escola distingue-se de outras práticas educativas, como as 
que acontecem na família, no trabalho e nas demais formas de convívio social, por 
constituir em uma ajuda sistemática, planejada e continuada para crianças e jovens 
durante um período contínuo e extensivo de tempo.
 A função da escola em 
proporcionar um conjunto de práticas pré-estabelecidas tem o propósito de contribuir 
para que os alunos se apropriem de conteúdos sociais e culturais de maneira crítica 
e construtiva. Além disso, é fundamental que a escola tenha uma atitude 
interdisciplinar, pois como afirma Fazenda (2001, p. 49) “Por atitude interdisciplinar 
entendo algo que não pode ser apenas explicado, porém vivido, que não pode ser 
apenas analisado, porém sentido, que não pode ser apenas refletido, porém intuído.” 
A partir disso, compreende-se que a realização de uma prática interdisciplinar 
só é possível quando há um planejamento coletivo na escola. 
A propósito, aprender 
a trabalhar em conjunto com outras pessoas não é nada fácil. É preciso paciência, 
bom senso e cooperação entre os sujeitos. O trabalho coletivo é uma condição 
necessária para a formação do cidadão em uma sociedade democrática. Na escola, 
o trabalho coletivo constitui preocupação mais recente e, nem sempre, encontra 
aceitação por parte dos diretores ou mesmo dos educadores que, por força do 
hábito de trabalhar isoladamente, veem nisso uma perda de tempo. Tal afirmação 
comprova-se na fala da educadora do 1º ano do ensino fundamental: “O 
planejamento coletivo acontece quando precisamos trabalhar as datas 
comemorativas. Nos demais momentos essa atividade de planejar não acontece 
devido a falta de tempo dos professores, séries diferentes, turnos opostos.” 
Neste sentido, percebe-se que o educador que planeja de forma isolada, 
limita as possibilidades de ter uma avaliação mais ampla em relação ao seu 
trabalho. O planejamento docente individual e a fragmentação do ensino em 
disciplinas só tendem a distanciar a integração entre ambos, ou seja, perde-se 
motivação, incentivo e caráter inovador por parte do educador. 
 
A interdisciplinaridade rompe com essa concepção fragmentada do saber, pois além 
de integrar as diferentes áreas do saber, integra os educadores para a o 
fortalecimento da relação entre os sujeitos. Busca por novas metodologias de 
trabalho que valorizem o educando e o estimulem no processo de ensino e 
aprendizagem. Além disso, instiga o educador a ser um pesquisador, pois é através 
da pesquisa que o educador irá produzir instrumentos de comunicação, de diálogo 
com todos os sujeitos a sua volta. Demo (2006, p. 37) define o diálogo da seguinte 
forma: 
Diálogo é fala contrária, entre atores que se encontram e se defrontam. 
Somente pessoas emancipadas podem de verdade dialogar, porque têm com 
que contribuir. Somente quem é criativo tem o que propor e contrapor. Um ser 
social emancipado nunca entra no diálogo para somente escutar e seguir, 
mas para demarcar espaço próprio, a partir do qual compreende o outro e 
com ele se compõe ou se defronta. 
Desta forma, compreende-se que uma prática pedagógica interdisciplinar só 
se torna significativa quando se constrói o senso crítico em sala de aula através da 
socialização e interação, fazendo o educando se perceber como ser atuante e capaz 
de interagir no seu próprio contexto. Para que isto aconteça, é fundamental que haja 
um planejamento coletivo na escola, pois é através do diálogo e interação entre os 
educadores que a prática interdisciplinar se torna um meio de aprendizagem. É 
neste sentido que pode se dizer que o educador há de ser um instigador de sua 
própria prática e isto só é possível quando o mesmo compreende cada área do 
saber, numa perspectiva de ampliar seus conhecimentos e se tornar um educador 
interdisciplinar, entendendo que a integração entre os componentes curriculares move a interdisciplinaridade.
3- AS DIFERENTES ÁREAS DO SABER (COMPONENTES CURRICULARES): A 
INTEGRAÇÃO QUE MOVE A INTERDISCIPLINARIDADE
Apostar na interdisciplinaridade significa defender um novo tipo de 
aprendizagem, mais aberta, mais flexível e democrática. O mundo necessita de 
pessoas assim, que enfrentem a sociedade lutando por melhorias e mudanças.
A prática interdisciplinar pressupõe uma desconstrução, uma ruptura com o tradicional. 
Quando falamos em ruptura com o tradicional, não falamos em eliminar as diferentes 
áreas do saber, mas sim uni-las, transformá-las em um saber significativo ao 
educando. O educador interdisciplinar vive com o outro, possibilitando a 
interdependência, o encontro, o diálogo e as transformações. 
Eliminar as barreiras entre os componentes curriculares é um gesto de 
ousadia, uma tentativa de romper com um ensino mecânico que apenas transfere 
informações, caracterizando o educando como sujeito passivo e mero espectador. 
Nesta perspectiva, sabe-se que nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º 
ano) os educandos possuem geralmente um educador que trabalha com a maioria 
das áreas do conhecimento. Para que os educandos aprendam de forma 
significativa e não fragmentada, cabe ao educador buscar uma metodologia de 
trabalho inovadora numa visão interdisciplinar. Nesse sentido, analisaremos cada 
um dos componentes curriculares, na tentativa de proporcionar um diálogo entre os 
mesmos.
 O ensino de História precisa cultivar valores, atitudes e hábitos que libertem o 
sujeito do isolamento cultural. É fundamental conhecer e respeitar o modo de vida 
de diferentes grupos sociais. Questionar a realidade em que vivemos, identificando 
problemas e refletindo sobre possíveis soluções. Além disso, oensino da história 
utiliza métodos de pesquisa para que o educando possa compreender o passado, 
identificando as mudanças ocorridas no presente. Ao interagir no cotidiano da sala 
de aula, o educando vai aprendendo a participar de forma consciente, tornando-se 
cidadão e valorizando seus direitos e deveres. De acordo com os PCNs de História e 
Geografia (1997, p. 27): Considera-se, então, que o ensino de História envolve relações e 
compromissos com o conhecimento histórico, de caráter científico, com 
reflexões que se processam no nível pedagógico e com a construção de uma 
identidade social pelo estudante, relacionada às complexidades inerentes à 
realidade com que convive. 
A interdisciplinaridade também vê a Geografia como essencial na sala de 
aula. O ensino da Geografia possibilita ao educando as habilidades de descrever, 
observar e localizar, bem como interagir de forma significativa com o mundo ao seu 
redor. A Geografia tem como eixo estabelecer relações de amizade, solidariedade, 
respeito e diálogo, buscando sua autonomia e integração com o grupo, localizar-se 
no tempo e espaço em que vive. Os PCNs de História e Geografia (1997, p. 76) 
afirmam que: 
O estudo de Geografia possibilita, aos alunos, a compreensão de sua posição 
no conjunto das relações da sociedade com a natureza; como e por que suas 
ações, individuais ou coletivas, em relação aos valores humanos ou à 
natureza, têm consequências — tanto para si como para a sociedade. 
Permite também que adquiram conhecimentos para compreender as 
diferentes relações que são estabelecidas na construção do espaço 
geográfico no qual se encontram inseridos, tanto em nível local como 
mundial, e perceber a importância de uma atitude de solidariedade e de 
comprometimento com o destino das futuras gerações. Além disso, seus 
objetos de estudo e métodos possibilitam que compreendam os avanços na 
tecnologia, nas ciências e nas artes como resultantes de trabalho e 
experiência coletivos da humanidade, de erros e acertos nos âmbitos da 
política e da ciência, por vezes permeados de uma visão utilitarista e 
imediatista do uso da natureza e dos bens econômicos. 
Na pesquisa realizada, observou-se que trabalhar com temáticas atuais em 
História e Geografia permite o desenvolvimento de comparações entre realidades 
diferentes. Possibilita ao educando questionar e elaborar explicações. É nesse 
exercício de pergunta e pesquisa que o educando constrói a capacidade de 
argumentar e refletir sobre a realidade. Os sujeitos pesquisados mostraram-se 
interessados em realizar pesquisas, levantando hipóteses e compreendendo melhor 
a sua história de vida e de seus colegas, bem como da cidade em que vivem. 
Outro componente curricular (considerado clássico por décadas) e que visava 
somente a memorização, é a Matemática. Para a interdisciplinaridade, ensinar 
Matemática é, antes de mais nada, ensinar a “pensar matematicamente.” Antes de 
ser aplicada, a Matemática precisa ser compreendida. A forma como ela é 
experenciada nos anos iniciais do ensino fundamental, reflete em desânimo e falta 
de entendimento por parte de alguns educandos, sujeitos desta pesquisa. Percebe-
se o ensino da matemática de uma forma muito mecânica, baseada na memorização 
e com pouco significado. Mas como podemos dar significado ao ensino da 
matemática? Precisamos relacionar a matemática com experiências anteriores, 
vivências pessoais, permitir a formulação de problemas de algum modo desafiadores 
e que incentivem o aprender mais. 
É necessário eliminar o método tradicional do ensino da matemática e integrá-
la com as outras áreas do saber, envolvendo projetos, jogos e construções coletivas, 
ou seja, materializá-la de forma concreta de aprender, mais dotada de sentido, 
considerando os educandos como produtores de conhecimento e não apenas 
executores de instruções. Os PCNs de Matemática (1997, p.25) nos mostram que: 
Para tanto, é importante que a Matemática desempenhe, equilibrada e 
indissociavelmente, seu papel na formação de capacidades intelectuais, na 
estruturação do pensamento, na agilização do raciocínio dedutivo do aluno, 
na sua aplicação a problemas, situações da vida cotidiana e atividades do 
mundo do trabalho e no apoio à construção de conhecimentos em outras 
áreas curriculares. 
Observou-se que os sujeitos pesquisados questionavam porque não recebiam 
mais contas “soltas” para resolver em seus cadernos. Aos poucos, foram 
compreendendo que as contas “soltas” não visavam uma aprendizagem significativa, 
pois não tinham um objetivo específico. Esta compreensão só se deu devido à 
integração que a matemática estabeleceu com as outras áreas do saber. Esta 
integração possibilitou um melhor entendimento em relação ao fazer matemática 
englobando a exposição de ideias próprias, escutando as dos outros, formulando e 
comunicando procedimentos de resolução de problemas, pois envolveu-se num 
contexto de significados. 
Outra linguagem essencial na construção do conhecimento do educando é a 
científica. O desejo de descoberta, de curiosidade por parte dos educandos é quase 
insaciável. Para que os educandos se apropriem do conhecimento científico e 
desenvolvam uma autonomia no pensar e agir, é fundamental conceber a relação de 
ensino e aprendizagem como uma relação entre sujeitos que estão envolvidos na 
construção de uma compreensão dos fenômenos naturais e na formação de atitudes 
e valores humanos. Segundo José (2008, p.90): 
Permitir que cada aluno se transforme em um “cientista” significa considera-lo 
também como protagonista do processo de ensino e aprendizagem. O 
professor já não possui mais o papel de detentor de todas as possibilidades e 
nuances do saber. O conhecimento não é julgado estático, mas em constante 
Transformação. As aulas consideram o avanço científico provocado pela 
diversidade de pesquisas que diariamente alcançam novos resultados, 
sobretudo pelo vasto aparato tecnológico destinado para este fim, disponíveis 
em grande parte do planeta. 
Essa maneira de enxergar o trabalho com a área de ciências permite a 
compreensão e o estabelecimento de uma nova forma de olhar o 
conhecimento, o ensino e a aprendizagem. 
É neste sentido que o ensino das Ciências promove alguns procedimentos 
que permitem a aprendizagem: a investigação, a comunicação e o debate de fatos e 
ideias, a observação, a experimentação e o registro das aprendizagens por meio de 
desenhos, tabelas, gráficos e histórias. Além disso, considera-se relevante muitos 
aspectos da vida social, como a cultura e as relações entre homem e natureza. Por 
intermédio de discussões e investigações, o educando sente-se incentivado na 
busca por novos conhecimentos. Desenvolve atitudes de curiosidade, de 
preservação do ambiente e respeito à individualidade e à coletividade
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo como base o levantamento bibliográfico e a pesquisa de campo que 
norteou este estudo sobre a interdisciplinaridade, considero como essencial a 
realização de uma prática pedagógica interdisciplinar, pois a interdisciplinaridade 
não visa à eliminação dos componentes curriculares, mas propõem uma integração 
entre os mesmos. Além disso, tenta romper as barreiras entre os componentes, 
eliminando desta forma com o conhecimento fragmentado. 
Verifica-se o quão necessário se faz a interdisciplinaridade nos anos iniciais 
do Ensino Fundamental, como meio de uma melhor aprendizagem e construção do 
conhecimento, além de, mostrar como as diferentes áreas do saber se unem para 
mover a interdisciplinaridade. Nesta união das diferentes áreas do saber, a 
interdisciplinaridade é entendida como atitude e tem a potencialidade de auxiliar os 
educadores e as escolas na ressignificação do trabalho pedagógico em termos de 
currículo, de métodos, de conteúdos, de avaliação e inclusive nas formas de 
organização dos ambientes para a aprendizagem.
Percebe-se através da entrevista como o entendimento das educadoras em 
relação à interdisciplinaridade é diminuído, pois de certa forma não acreditam queuma prática interdisciplinar tenha sucesso e melhore a aprendizagem, bem como, à 
falta de entendimento sobre o planejamento coletivo, tão essencial para a realização 
de uma prática interdisciplinar no espaço escolar. Em relação ao planejamento 
coletivo, acreditamos, através de nosso estudo, que o mesmo nem sempre encontra 
aceitação por parte dos educadores que, por força do hábito de trabalhar 
isoladamente, veem nisso uma perda de tempo ou uma tarefa suplementar. Sendo 
assim, O trabalho docente como atividade isolada e a fragmentação do ensino em 
componentes curriculares, permitem o enfraquecimento das relações de integração 
que consequentemente movem ações que permitam o desenvolvimento de uma 
proposta educacional com objetivos comuns.
É desta forma que pode-se dizer que a interdisciplinaridade é movida pela 
integração, pela atitude de ousadia e mudança. A mesma contribui para que 
educandos e educadores criem uma relação de confiança e laços de afetividade 
entre si, além de ampliar e construir novos conhecimentos através da pesquisa e do 
respeito dos educadores em relação ao conhecimento que o educando chega à sala 
de aula. Assim, é preciso tirar a interdisciplinaridade do papel e praticá-la, ou seja, 
vivenciá-la, pois o que não pode acontecer é perder a esperança e se deixar levar 
pelo cansaço e pensar que tudo já foi feito. Precisa-se sempre estar retomando e 
propondo novas formas de se estar discutindo e colocando em prática a atividade 
docente interdisciplinar.
REFERÊNCIAS 
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______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares 
Nacionais: Língua Portuguesa, Brasília: MEC/SEF, 1997. 
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DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 2000. 
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez, 2006. 
FAZENDA, I. C. A Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: 
efetividade ou ideologia? São Paulo: Loyola, 1992. 
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pesquisa educacional. Campo Grande: UFMS, 2001. 
TRINDADE, Diamantino Fernandes. Interdisciplinaridade: um novo olhar sobre as 
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ILUSTRAÇÃO – Atividade interdisciplinar
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ILUSTRAÇÃO- ATIVIDADES INTERDICIPLINAR 
ILUSTRAÇÃO-ATIVIDADE INTERDICIPLINAR
	
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