Receptores Musculares Tendinosos e Articulares

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Receptores Musculares, 
Tendinosos e Articulares
Property JOÃO SANTOS
Aspectos Introdutórios 
O que é Propriocepção?
a percepção do próprio corpo inclui a consciência da postura do movimento das partes 
do corpo e das mudanças no equilíbrio além de englobar as sensações de movimento 
e de posição articular.
Proprioceptores
músculo (fusos musculares)
tendões (órgãos tendinosos de golgi)
cápsulas articulares (corpúsculos de ruffini e pansini)
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💡 Esses receptores detectam mudanças na tensão e na posição das estruturas 
em que estão situados. Um padrão de impulsos nervosos é gerado no 
receptor e transmitido para outras partes do sistema nervoso.
💡 No sistema nervoso central, essas informações são integradas com as 
derivadas de outros órgãos sensoriais, que incluem a retina do olho e o 
aparelho vestibular do ouvido, ambos os quais geram informações sobre 
posição, equilíbrio e movimento.
Fuso Muscular
Situados nos músculos, paralelamente às fibras extrafusais, estão os exclusivos 
proprioceptores chamados fusos musculares sendo órgãos pequenos e alongados, em 
forma de fuso, disposto entre as fibras musculares e possuindo  diversas funções 
sensoriais e motoras por natureza. Fibras musculares muito especializadas, chamadas 
de fibras musculares intrafusais (FMIF) situam-se nos fusos musculares.
Função Sensorial do Fuso Muscular
Essa função de receptor do fuso muscular amplia-se em razão de seu alinhamento 
paralelo com as fibras musculares extrafusais. Assim, uma mudança no comprimento 
da fibra intrafusal é associada a uma mudança no comprimento da fibra extrafusal.
Quando um músculo se alonga ou se encurta, o grau de estiramento ou relaxamento 
de suas fibras intrafusais altera a atividade nas fibras sensórias Ia e II que as inervam. 
A fibra aferente Ia detecta a quantidade e a velocidade do estiramento, demonstrando 
qualidades de atividade fásica e tônica. Por outro lado, o receptor secundário (II) é 
apenas tônico, respondendo principalmente á quantidade de estiramento. Dessa forma, 
os receptores primários e secundários se comportam de forma diferente.
Quando o músculo se contrai ou se estira para modificar o comprimento de suas fibras 
musculares extrafusais, seus fusos musculares detectam essa mudança de 
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comprimento e despolarizam o nervo sensorial aferente IA envolvido ao redor de cada 
fuso muscular.
Mediante um reflexo monossináptico, ele realiza uma conexão direta com um nervo 
aferente, um neurônio motor a (na célula do corno anterior), que, então, transmite um 
sinal de volta as fibras musculares extrafusais no mesmo musculo que o fuso muscular.
Portanto, um estiramento brusco de um musculo inicia uma explosão de impulsos do 
receptor de estiramento primário no fuso muscular, que cursa um trajeto para a medula 
espinal e excita atividade nas unidades motoras do mesmo músculo. Quando um 
músculo se encurta, seu estiramento e seus fusos musculares são aliviados, 
removendo, assim, o estímulo receptor de estiramento.
Função Motora do Fuso Muscular
Essas células gama recebem conexões sinápticas e influências de regiões ao longo do 
SN, incluindo o córtex, cerebelo e tronco cerebral. A quantidade de encurtamento das 
porções contrateis do fuso muscular regula a parte receptora de estiramento do fuso 
muscular. Com o encurtamento extrafusal, o comprimento do fuso é ajustado de 
maneira correspondente para manter suas sensibilidades a outras mudanças no 
comprimento ou no estiramento. Essa relação é uma propriedade muito importante dos 
fusos musculares.
Os neurônios motores gama também são chamados de neurônios fusimotores porque 
suprem impulsos motores ás fibras intrafusais do fuso muscular. Dessa forma, a parte 
média e não contrátil do fuso muscular pode ser estirada por dois mecanismos 
diferentes. Primeiro, quando todo o músculo esquelético é estirado, o fuso muscular 
também é. Segundo, quando as partes contráteis em cada extremidade do fuso 
muscular são ativadas por impulsos que chegam dos nervos motores gama, as partes 
contrateis se encurtam, estirando o saco central do fuso muscular.
Órgão Tendinoso de Golgi - OTG
Aspectos Morfológicos
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Os órgãos tendinosos de Golgi (OTG) são receptores sensoriais encapsulados 
delgados, com 1 milímetro de comprimento e 0,1 milímetro de diâmetro. Estão 
localizados na junção miotendínea (entre o músculo e seu tendão), onde fibras 
colágenas (originadas no tendão) se prendem às extremidades de grupos de fibras 
extrafusais.
O OTG é inervado por axônio aferente (af) Ib, que perde sua mielinização após entrar 
na cápsula, ramificando-se em muitas terminações delgadas, que se enroscam, por 
sua vez, por entre os fascículos trançados do colágeno. O estiramento do OTG causa o 
estiramento dos feixes de colágeno. Isso resulta na compressão das terminações 
sensoriais, fazendo com que fiquem ativadas.
O OTG possui uma resposta dinâmica e uma resposta estática. A resposta dinâmica 
surge quando a tensão muscular aumenta subitamente e o OTG, por consequência, 
responde de forma intensa.
O arranjo reflexo (inibição do músculo homônimo e seus sinergistas) sugere um tipo de 
função protetora do OTG, pois ele pode manter a frequência de disparo do neurônio 
motor em um nível seguro evitando as micro rupturas espontâneas dos tecidos 
músculo-tendíneos.
Aspectos Cinesiológicos
O OTG  está  conectado  em série com as fibras musculares paralelas ao tendão;
Função protetora do OTG, pois ele pode manter a frequência de disparo do 
neurônio motor em um nível seguro evitando as microrrupturas espontâneas dos 
tecidos músculo-tendinosos;
O OTG atua juntamente com o fuso muscular a fim de regular o tônus e a 
complacência musculares ;
Outra provável função do Golgi é a equalização das forças contráteis de fibras 
musculares distintas, ou seja, as fibras que exercem tensão excessiva são inibidas 
pelo reflexo;
Quando os músculos extensores estão se contraindo, os OTG desses músculos 
disparam e inibem a geração da flexão Este fenômeno pode ser importante durante 
o ato normal de caminhar, porque os músculos extensores na fase de apoio 
precisam suportar o peso do corpo e, ao inibirem (via OTG) a geração da flexão, 
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estariam evitando uma “desincronia” durante a locomoção que seria totalmente 
prejudicial no referido ato;
OTG dos músculos extensores são importantes mediadores da passagem da fase 
de apoio para a fase de balanço durante a locomoção.
Receptores Articulares
Os receptores articulares estarão ligados diretamente a propriocepção pois serão eles 
que irão enviar informações de localização do corpo no espaço para o SNC.  Essa 
informação pode ser do tipo:
Artrestesia
Capacidade do indivíduo de perceber a  posição articular durante determinado 
movimento, ex: O indivíduo fecha os olhos e mesmo assim consegue identificar se 
seu joelho está fletido ou estendido, se seu braço está supinado ou pronado, saber 
se o seus membros estão em movimento ou não.
Cinestesia
Capacidade do indivíduo de identificar o movimento que está sendo realizado pelo 
seu corpo no espaço. Durante a realização dos movimentos, os corpúsculos de 
Ruffini irão detectar e enviar informações sobre a direção e a velocidade do 
movimento articular, já os corpúsculos de Pacini vão detectar e enviar informações 
acerca da posição articular durante os movimentos articulares mais rápidos. 
Portanto é fundamental que esses dois receptores estejam em boas condições 
para que as informações proprioceptivas sejam conduzidas e interpretadas.
Quais são os principais receptores articulares? 
Corpúsculos de Pacini
Corpúsculos de Ruffini
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Respostas neurofisiológicas do musculo 
em alongamento
As unidades Neurofisiológicas da unidade motoras também influenciamna resposta do 
músculo ao alongamento e a efetividade das intervenções de alongamento para tornar 
o músculo mais comprido. Dentre eles se destacam dois órgãos que colaboram para 
que isso ocorra: O fuso muscular através da Inibição recíproca e o órgão tendinoso de 
Golgi (OTG) que realizará a inibição autógena.
Inibição recíproca
Os receptores do fuso muscular são capazes de identificar o comprimento do 
músculo e a velocidade em que está sendo realizado o movimento. Dessa forma, 
durante a realização de um movimento a via aferente primária detecta as 
mudanças de comprimento e, através do motoneurônio alfa leva a informação até o 
corno posterior da medula e realizará sinapse com o neurônio motor próprio do 
músculo ativando o reflexo de estiramento e aumentando a tensão do músculo que 
está sendo alongado.
Com o aumento da tensão dificulta o alongamento, assim quanto o reflexo de 
estiramento é ativado irá ocorrer também a inibição dos músculos antagonistas ao 
movimento, facilitando o alongamento. Essa inibição também ocorre pela via 
aferente, o motoneurônio alfa leva a informação para o corno posterior da medula, 
lá ele também irá fazer sinapse com um interneurônio (facilita a transmissão da 
informação) que faz sinapse com o motoneurônio do músculo antagonista 
incentivando a inibição do mesmo.
Inibição Autógena
Quando um músculo recebe excesso de carga, como já foi dito anteriormente, irá 
ativar o órgão tendinoso de Golgi que consegue identificar o aumento da tensão 
muscular e como uma forma de proteção irá causar a inibição do músculo que está 
efetuando a contração. Assim, a inibição dos componentes contráteis do músculo 
pelo OTG contribui para seu relaxamento reflexo do músculo durante as manobras 
de alongamento, contribuindo para que o músculo seja alongado contra menos 
tensão muscular
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As técnicas de Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) usadas para o 
alongamento que também pode ser chamada de alongamento FNP, alongamento ativo 
ou alongamento facilitativo. Essas técnicas integram propositalmente contrações 
musculares ativas nas manobras de alongamento para facilitar ou inibir a ativação 
muscular e aumentar a possibilidade de que o músculo a ser alongado permaneça o 
mais relaxado possível durante o procedimento.
Dessa forma, acredita-se que, quando as fibras musculares são inibidas de modo 
reflexo por meio de inibição autogênica ou recíproca, há menos resistência ao 
alongamento pelos elementos contráteis do músculo.
Existem vários tipos de procedimentos de alongamento em FNP:
Manter relaxar (MR)/contrair relaxar (CR):
Temos o princípio neurológico  dessa técnica baseado no uso das ações/princípios do 
OTG (inibição autogênica: inibe o agonista e excita o antagonista).
Posicionar o músculo a ser alongado (MA) em uma posição de máxima amplitude 
de movimento;
O paciente contrai isometricamente o MA contra uma resistência por 
aproximadamente 6 segundos;
Após, o paciente relaxa e o terapeuta alonga o MA até o limite de dor do paciente;
Repete-se então o processo por 3 vezes, com pequenos intervalos entre uma 
repetição e outra (± 30 a seg a 1 min).
Contração do Agonista
Neste procedimento utiliza-se o princípio da inibição recíproca (a medida que um 
músculo se contrai seu antagonista deve estar reciprocamente inibido), pois quando o 
agonista é ativado e se contrai concentricamente, o antagonista (músculo que está 
limitando o movimento) é reciprocamente inibido, o que permite seu relaxamento e 
facilita o alongamento.
Posicionar o MA numa posição de máxima ADM;
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O paciente contrai isometricamente o músculo “agonista” contra uma resistência 
por aproximadamente 5 seg;
Após, o paciente mantém a contração e o terapeuta leva o seguimento em 
alongamento;
Repete-se então o processo por 3 vezes, com pequenos intervalos entre uma 
repetição e outra (± 30 a seg a 1 min).
• Manter-relaxar com contração do agonista (MR-CA)
Associação entre as duas técnicas MR/CR e CA, ou seja, uma junção dos princípios da 
inibição recíproca e do OTG.