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Maria Luiza Sena – Med XIV FASA HISTOLOGIA RIM Os rins podem ser divididos em: Córtex -> possui estruturas vasculares que são denominadas corpúsculos renais (de Malpighi), onde o sangue é filtrado. ❖ Fluido formado dessa filtração percorre um sistema tubular nas regiões cortical e medular, onde irá sofrer modificações e tornar-se urina. Medula -> possui túbulos que formam as pirâmides medulares. A base dessas pirâmides situa-se no limite entre o tecido cortical e medular, e seu ápice (papila) é voltada para o hilo. ❖ Rim humano possui de 6-18 pirâmides medulares. Ductos coletores da urina abrem-se na extremidade da papila, onde há uma área perfurada (área crivosa). Cada projeta-se em um cálice menor, os quais se unem para formarem cálices maiores, que desembocam na pelve renal. Lobo renal -> formado por uma pirâmide e pelo tecido cortical que recobre sua base e seus lados. Lóbulo renal -> formado por um raio medular e pelo tecido cortical que fica ao seu redor. TÚBULO URINÍFERO Túbulo urinífero do rim é formado por duas porções funcionais com origem embriologia distinta: Néfron -> 600-800mil em cada rim. São constituídos por uma parte dilatada (corpúsculo renal), pelo túbulo contorcido proximal (TCP), pelas partes delgada e espessa da alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal (TCD). Túbulo Urinífero -> envolvido por uma lâmina basal, que se continua com o pouco de tecido conjuntivo existente no rim. CORPÚSCULO RENAL É extremamente pequeno e constituído por um tufo de capilares -> glomérulo, o qual é envolvido por uma cápsula de Bowman. ❖ Essa cápsula contém dois folhetos: interno (visceral – formado por células modificadas durante o período embrionário, as quais são chamadas de podócitos) e externo (parietal – epitélio simples pavimentoso). Entre os folhetos da CB, há o espaço capsular -> recebe o líquido filtrado por meio da parede dos capilares e do folheto visceral da cápsula. No corpúsculo renal, há um polo vascular -> por onde penetra a arteríola aferente e sai a eferente. Há também um polo urinário -> onde tem início o TCP. rins - histologia e fisiologia Maria Luiza Sena – Med XIV FASA ❖ Ao penetrar o corpúsculo renal, arteríola aferente se divide em vários capilares, os quais formam alças. Podem haver conexões diretas entre o vaso aferente e eferente, sendo que, o eferente desempenha a regulação da pressão hidrostática do sangue arterial que circula nos capilares. ❖ Arteríola eferente tem mais músculo liso, por isso consegue exercer essa função. Podócitos -> são constituídos por um corpo celular, de onde partem prolongamentos primários que dão origem aos secundários. Podócitos têm grande mobilidade, porque contêm actina e localizam-se sobre uma membrana basal, onde são presos por proteínas (integrinas). Os prolongamentos destes envolvem o capilar glomerular, e o contato com a membrana basal é feito pelos secundários. ❖ Entre os prolongamentos secundários existem fendas de filtração, fechadas por uma membrana constituída por nefrina. Capilares glomerulares são do tipo fenestrado. Existe uma membrana basal glomerular entre as células endoteliais e os podócitos -> Barreira de Filtração Glomerular, a qual é constituída por 3 camadas: ❖ Lâmina rara interna -> contém fibronectina. ❖ Lâmina densa -> constituída por um feltro de colágeno tipo IV e lâmina, em uma matriz com proteoglicanos negativos (aniônicos). ! Moléculas com carga negativa retêm moléculas positivas, e o colágeno tipo IV com a lâmina constituem uma barreira física para as macromoléculas. ❖ Partículas com mais de 10nm dificilmente atravessam a membrana basal, bem como proteínas com massa molecular maior que a da albumina. CÉLULAS MESANGIAIS Células presentes nos glomérulos, as quais ficam mergulhadas em uma matriz mesangial. Elas também podem ser encontradas na parede dos capilares glomerulares, entre as células endoteliais e a lâmina basal. São contráteis e têm receptores para angiotensina II. A ativação desses receptores reduz o fluxo sanguíneo glomerular. Contém também receptores para o hormônio natriurético, produzido pelas células musculares do átrio do coração. ❖ Hormônio natriuréticos é vasodilatador e relaxa as células mesangiais, aumentando o volume de sangue nos capilares e a área disponível para filtração. Outras funções: ❖ Suporte estrutural para o glomérulo. ❖ Sintetizam matriz extracelular. ❖ Fagocitam e digerem substâncias normais e patológicas retidas pela barreira de filtração. ❖ Produzem moléculas biologicamente ativas. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL (TCP) Folheto parietal da CB continua com o TCP revestido por epitélio cuboide, a partir do polo urinário do corpúsculo renal. Células do TCP possuem citoplasma basal acidófilo, devido à presença de muitas mitocôndrias alongadas. Citoplasma apical apresenta microvilos, que formam a orla em escova. Citoplasma apical das células dos túbulos proximais contém canalículos que partem da base dos microvilos e aumentam a capacidade de o TCP absorver macromoléculas. ❖ Nos canalículos, formam-se vesículas de pinocitose -> introduzem na célula macromoléculas que atravessam a barreira de filtração glomerular. Filtrado glomerular que passa pelo TCP começa o processo de absorção e excreção -> há absorção quase total de glicose e aminoácidos contidos no filtrado, além de água, bicarbonato e cloreto de sódio. ❖ Glicose, aminoácidos e íons são absorvidos por transporte ativo. ❖ Água acompanha passivamente essas substâncias. TCP excreta também íons H+ e substâncias tóxicas resultantes do metabolismo, como, por exemplo, creatinina e amônia. ALÇA DE HENLE Estrutura em formato de U que consiste em um seguimento delgado interposto a dois segmentos espessos. No córtex, os néfrons possuem alças de seguimento delgado descendente muito curto, sem delgado ascendente. Néfrons justamedulares têm alças de Henle muito longas, estendendo-se até a profundidade da medula renal -> essas alças têm seguimentos espessos curtos e seguimento delgado longo, ascendente e descendente. ❖ Isso é importante para a produção de um gradiente de hipertonicidade no interstício da medula renal -> urina hipertônica. A parte delgada da alça de Henle é formada por epitélio simples pavimentoso e porção espessa por epitélio simples cúbico. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA O segmento delgado descendente é completamente permeável à água, o seguimento ascendente é impermeável. ❖ No seguimento espesso, cloreto de sódio é transportado ativamente para fora da alça, para promover o gradiente de hipertonicidade medular (necessário para concentrar a urina). TÚBULO CONTORCIDO DISTAL (TCD) Semelhante à parte espessa da alça de Henle -> impermeável à água e ureia, e é capaz de realizar o transporte de íons. Revestido por epitélio simples cúbico. Apresenta células menores, não tem orla em escova e tem células menos acidófilas (menor quantidade de mitocôndrias). Formação das célula de parede modificada ocorre quando o TCD se aproxima no corpúsculo renal do mesmo néfron -> as modificações são caracterizadas por células cilíndricas, altas, com núcleos alongados e próximos uns dos outros. Mácula densa -> estrutura sensível ao conteúdo iônico e ao volume de água no fluido tubular, produzindo moléculas sinalizadoras que promovem a liberação da renina. ❖ Renina é liberada pelas células justaglomerulares -> células musculares lisas modificadas da túnica média da arteríola aferente. TÚBULOS E DUCTOS COLETORES A urina passa dos TCD para os túbulos coletores, que desembocam em tubos mais calibrosos -> ductos coletores, os quais se dirigem para as papilas renais. Túbulos e ductos coletores seguem trajeto retilíneo.Túbulos mais delgados são revestidos por epitélio cúbico – à medida que se fundem, suas células tornam-se mais altas, até transformarem-se em cilíndricas. Ductos coletores da medula participam dos mecanismos de concentração da urina. INTERSTÍCIO RENAL Espaço entre néfrons e vasos sanguíneos e linfáticos. É muito escasso no córtex, porém aumenta na medula. Interstício contém pouco tecido conjuntivo, com fibroblastos, algumas fibras colágenas e, principalmente na medula, uma substância muito hidratada e rica em proteoglicanos. No interstício da medula, tem células secretoras -> células intersticiais, que contém gotículas lipídicas no citoplasma e participam da produção de prostaglandinas e prostaciclinas. No córtex, as células intersticiais produzem 85% da eritropoetina do organismo. FISIOLOGIA A formação da urina resulta de 3 etapas: filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular. O início do processo de formação da urina se dá pela filtração glomerular de líquido proveniente dos capilares glomerulares no interior da cápsula de Bowman. Com exceção das proteínas, substâncias plasmáticas são filtradas, a ponto da concentração do líquido no plasma e do filtrado glomerular ser idêntica – isso só se modifica durante o trânsito desse filtrado pelos túbulos, devido à reabsorção de água e solutos. Esses processos serão regulados de acordo com a necessidade corporal. Reabsorção tubular é muito importante para o equilíbrio das substâncias no organismo. ! Excreção = filtração – reabsorção + secreção. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA FILTRAÇÃO GLOMERULAR É o primeiro passo para a formação da urina. Cerca de 180L de filtrado passam pelo glomérulo por dia, sendo a maior parte reabsorvida. Taxa de filtração glomerular depende do volume sanguíneo circulando nessa área, bem como de propriedades da membrana do glomérulo. ❖ Volume da urina total diária é mais ou menos 1L, variando conforme ingestão hídrica. FILTRADO GLOME RULAR Capilares glomerulares, em geral, são impermeáveis a proteínas, logo, espera-se que o filtrado seja isento delas e de outros elementos celulares (hemácias, leucócitos e outros). ❖ Cálcio e ácidos graxos não são livremente filtrados, pois estão ligados às proteínas plasmáticas. As concentrações de outros constituintes do filtrado, incluindo a maior parte dos sais e moléculas orgânicas, são similares às concentrações no plasma. 3 fatores interferem na formação do filtrado: ❖ Balanço das forças hidrostáticas e coloidosmóticas sobre a membrana capilar. ❖ Coeficiente de filtração capilar (KF). ❖ Produto da permeabilidade e da área de superfície de filtração dos capilares. Os capilares glomerulares têm alta taxa de filtração devido à alta pressão hidrostática e ao alto coeficiente de filtração glomerular. A barreira de filtração (endotélio capilar, membrana basal e podócitos), é capaz de filtrar mais que os demais tipos de capilares. ❖ Essa alta taxa de filtração se dá por características da membrana endotelial desses vasos: ricos em fenestrações, semelhante ao que ocorre no fígado. ! Embora essas fenestrações sejam grandes, não passam por elas proteínas plasmáticas, pois são dotadas de carga negativa. Já a membrana basal, é uma trama de colágeno e de fibrilas proteoglicanos, por onde água e pequenos solutos são filtrados. ❖ Fibrilas proteoglicanos é um mecanismo para evitar que as proteínas sejam filtradas. Epitélio do capilar formado pelos podócitos recobre a superfície externa do glomérulo. Essas células não são contínuas, mas têm longos processos semelhantes: são separadas por lacunas (fendas de filtração), pelas quais o filtrado se desloca. Os podócitos possuem carga negativa e criam restrições adicionais para a filtração de proteínas plasmáticas. Assim, todas as camadas da parede capilar glomerular representam barreiras à filtração das proteínas do plasma. A membrana do capilar glomerular é mais espessa e muito mais porosa do que a de outros capilares, sendo uma barreira que filtra seletivamente de acordo com o tamanho e carga das moléculas. Substâncias grandes e de carga elétrica negativa, ou ânions (repelidas pelos proteoglicanos) não são filtradas. Substâncias pequenas ou cátions, são filtrados quase que totalmente. ! Algumas doenças, que lesam a membrana basal e/ou podócitos, fazendo com que percam sua carga negativa – nefropatia – são evidenciadas com a perda de proteínas, como a albumina na urina. DETERMINANTES DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR Filtração glomerular se dá através da soma das forças hidrostáticas e coloidosmóticas através da membrana glomerular, que fornecem a pressão efetiva de filtração; e pelo coeficiente glomerular KF. KF – COEFICIENTE DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR É o produto da condutividade hidráulica e da área de superfície dos capilares glomerulares. Geralmente, é estimado pela divisão da intensidade da filtração glomerular pela pressão efetiva de filtração. ❖ KF = FG/Pressão efetiva de filtração Comparado ao KF dos outros capilares do corpo, o dos capilares glomerulares são maiores -> isso contribui para a rápida intensidade de filtração do líquido. Embora KF seja proporcional à taxa de filtração glomerular, alterações nesta não são um mecanismo de regulação da FG no dia a dia. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA PRESSÃO EFETIVA DE FILTRAÇÃO Representa a soma das forças hidrostáticas e coloidosmóticas que favorecem ou se opõem à filtração, através dos capilares glomerulares. FLUXO SANGUÍNEO RENAL 1,1L de sangue passam pelo rim por minuto, equivalente a 22% do débito cardíaco. Logo, os rins recebem um alto fluxo sanguíneo, que excede em muito essa necessidade (de oxigenação, nutrição e remoção de excretas). Isso ocorre para suprir plasma suficiente para se ter altas intensidades da FG, necessárias para a regulação precisa dos volumes dos líquidos corporais e das concentrações de solutos. Os rins consomem 2x mais O2, proporcionalmente, e tem fluxo sanguíneo 7x maior que o próprio encéfalo. Isso se explica uma vez que o rim gasta muita energia ao reabsorver ativamente o sódio nos túbulos renais. ❖ Consumo de O2 pelos rins é proporcional a reabsorção de sódio. Fluxo sanguíneo renal é determinado pela diferença entre as pressões hidrostáticas na artéria renal e na veia renal, dividido pela resistência vascular renal total. A maior parte da resistência vascular renal se dá pelas artérias interlobulares, arteríolas aferentes e eferentes, sendo controladas pelo SN simpático, hormônios e mecanismos renais de controle local. ❖ Aumento da resistência reduz o fluxo sanguíneo renal e, por fim, reduz a FG. O próprio rim consegue controlar o fluxo sanguíneo por ele (mecanismo de autorregulação), quando a PA se encontra entre 80- 170mmHg. Fluxo sanguíneo renal é maior na área cortical que na medular, onde ocorre apenas cerca de 2% do fluxo total. Na medula, ocorre por meio dos vasa recta -> vasos com trajeto paralelo ao ramo rescendente da alça de Henle; relacionado à formação da urina concentrada. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA SN SIMPÁTICO E FILTRA ÇÃO GLOMERULAR Vasos sanguíneos do sistema renal são inervados por fibras nervosas simpáticas -> isso pode produzir constrição das arteríolas renais, diminuir o fluxo sanguíneo renal e, por fim, reduzir FG. ! Em um indivíduo saldável, esse mecanismo tem pouco efeito sobre o fluxo sanguíneo renal. Entretanto, em alguns distúrbios graves, pode ter efeitos consideráveis. CONTROLE HORMONAL E POR AUTOCOIDES D A CIRC. RENAL AUTORREGULAÇÃO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR Ocorre por meio de feedback intrínseco do rim, que mantém o fluxo sanguíneo renal e a filtração glomerular praticamente constantes. Autorregulação renal é mais sobre manter a FG relativamente constante, e permitir o controlepreciso da excreção renal. As variações de PA costumam exercer muito menos efeito sobre o volume da urina, por dois motivos: ❖ Autorregulação renal evita grandes alterações da FG. ❖ Existem mecanismos adaptativos adicionais no túbulos renais, que os permite aumentar a intensidade da reabsorção, quando a FG se eleva -> balanço glomerulotubular. ! Mesmo com os mecanismos, variações na PA têm efeitos significativos na excreção renal -> diurese/natriurese pressórica. Os rins, diante de alteração na concentração de NaCl na mácula, tem um mecanismo de feedback para controlar a resistência das arteríolas renais e da filtração glomerular, de modo que haja o fornecimento relativamente constante de NaCl ao túbulo distal, e ajuda a prevenir flutuações da excreção renal. O mecanismo de feedback tubuloglomerular tem 2 componentes que agem em conjunto para controlar FG: ❖ Mecanismo de feedback arteriolar aferente. ❖ Mecanismo de feedback arteriolar eferente. Mecanismo miogênico que contribui para a manutenção do fluxo sanguíneo renal e a FG relativamente constantes é a capacidade dos vasos sanguíneos individuais resistirem ao estiramento durante o aumento da PA, pois, durante o estiramento, aumenta a concentração de cálcio intracelular, promovendo uma contração do vaso a fim de resistir ao estiramento excessivo do vaso em decorrência do aumento da pressão sanguínea. REABSORÇÃO E SECREÇÃO TUBULAR RENAL Após a formação do filtrado glomerular nos glomérulos, ele segue pelos túbulos proximal -> alça de Henle -> túbulo distal -> túbulo coletor -> ducto coletor, até a conversão do filtrado em urina. Ao passo que praticamente todas as substâncias plasmáticas são filtradas no glomérulo, com exceção das proteínas, faz-se necessário rebsorver substâncias importantes para o funcionamento do organismo. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA Essa reabsorção ocorre de maneira seletiva, de modo que regulam a excreção de solutos – característica essencial para o controle preciso da composição dos líquidos corporais. Glicose e aminoácidos são reabsorvidos praticamente em sua totalidade, ao ponto de, em condições normais, não serem encontrados na urina; íons (sódio, cloreto, bicarbonato), são reabsorvidos de acordo com as necessidades do corpo. Ureia e creatinina são excretadas em grandes quantidades, uma vez que são tóxicas para o organismo. REABSORÇÃO Ocorre em 2 etapas: ❖ Substâncias do filtrado glomerular atravessam as membranas epiteliais dos túbulos e ficam no líquido intersticial renal. ❖ Substâncias saem do líquido intersticial para atravessar o endotélio dos capilares peritubulares pelo processo de ultrafiltração, mediado pelas forças hidrostáticas e coloidosmóticas. Assim, as substâncias (água e solutos) podem ser absorvidas por transportes ativos, passivos e osmose, por via paracelular (entre células) ou via transcelular (por dentro da célula). TRANSPORTE ATIVO É quando se move o soluto contra o gradiente eletroquímico e requer energia derivada do metabolismo. Pode ser transporte ativo primário -> gasto direto de ATP. Reabsorção de Na: 1. Na se difunde através da membrana lumial (apical) para dentro da célula, a favor do gradiente eletroquímico estabelecido pela bomba sódio-potássio ATPase, na porção basolateral da membrana. 2. Na é transportado, através da membrana basolateral, contra o gradiente eletroquímico pela bomba sódio-potássio ATPase. 3. Na, água e outras substâncias são reabsorvidas do líquido intersticial para os capilares peritubulares por ultrafiltração – processo passivo movido pelos gradientes de pressão hidrostática e coloidosmótica. Transporte ativo secundário -> gasto indireto de ATP, como na reabsorção de glicose pelo túbulo renal associado a reabsorção de sódio pelo transportador SGLT2. SGLT (1 e 2) estão na membrana apical. Ele capta a glicose do túbulo renal proximal e leva para dentro da célula, por meio do gradiente criado pelo transporte de Na. De dentro da célula para sair para o líquido intersticial do rim, é levado pelo GLUT 1 e 2 pelo cotransporte de Na. Limite de reabsorção de glicose é de 375mg/min. Glicemia acime de 200 mg/dL, o rim não consegue reabsorver toda a glicose -> glicosúria. Também há secreção ativa secundária -> cotransporte ativo para excretar hidrogênio. Assim, quando a célula reabsorver todo o Na do lúmen do túbulo renal, o hidrogênio que está dentro da célula será excretado. Transporte ativo de moléculas grandes por pinocitose -> é a reabsorção de moléculas grandes (proteínas) por um tipo de endocitose, no quais se formam vesículas que se fundem com os lisossomos e são digeridas a aminoácidos e, por fim, reabsorvidas. TRANSPORTE MÁXIMO Maria Luiza Sena – Med XIV FASA Vale ressaltar que algumas substancias, como a glicose, que dependem de transportador ou enzimas especificas para ocorrer, podem ter uma quantidade máxima reabsorvida, devido a saturação do sistema, sendo o excedente excretado. TRANSPORTE PASSIVO O principal exemplo é o transporte da água, que é reabsorvida principalmente por osmose -> processo a favor do gradiente de concentração, e que ocorre após reabsorção de alguns íons. Algumas partes do túbulo renal são bastante permeáveis à água, que atravessa principalmente as junções oclusivas. Outras partes são quase que impermeáveis, sendo auxiliadas pela ação do hormônio ADH. Nas partes do néfron em que a água é transportada por via paracelular, as substâncias nela dissolvidas, principalmente os íons K+, Cl- e Mg2+, são transportados em conjunto, processo chamado de arrasto de solvente. A ureia é produzida como resíduo do metabolismo do nitrogênio, como ocorre na quebra de proteínas no fígado. Cerca de 50% da ureia filtrada é excretada. Mas a ela também é reabsorvida passivamente, devido ao gradiente de concentração estabelecido pela reabsorção da água e em algumas partes do néfron ela utiliza transportadores específicos. DIFUSÃO PASSIVA A reabsorção por difusão passiva de cloreto, ureia e outros, ocorre decorrente um potencial eletroquímico. Ex: a reabsorção dos cátions de sódio, deixa o lúmen do túbulo renal negativo. Logo, os íons cloreto são reabsorvidos passivamente, por via paracelular, para reequilibrar essa carga elétrica. Os íons cloretos também podem ser reabsorvidos por transporte ativo secundário ao sódio. Reabsorção da ureia ocorre passivamente no túbulo, entretanto, não tem grande permeabilidade como a água. Cerca de metade dela é reabsorvida, e o resto é excretado. Outro produto do metabolismo, a creatinina, é uma molécula ainda maior do que a ureia e é, essencialmente, impermeável na membrana tubular. Portanto, quase nada de creatinina que é filtrada é reabsorvida. REABSORÇÃO E SECREÇÃO AO LONGO DAS POR ÇÕES DOS NÉFRONS REABSORÇÃO TUBULAR PROXIMAL Túbulo proximal é responsável pela reabsorção de cerca de 67% do ultrafiltrado glomerular. Nessa porção, células epiteliais têm alto metabolismo e grande número de mitocôndrias para suportar com força muitos processos de transporte ativo. A energia que dá origem a esta reabsorção proximal é proveniente da bomba Na+/K+-ATPase, que se localiza na membrana basolateral. Além disso, essas células também possuem borda em escova na membrana lumial, além de canais basais e intercelulares que, em conjunto, aumentam a superfície de transporte e também possui muitas moléculas carreadoras, que transportam íons sódio e nutrientes orgânicos por cotransporte. Morfologicamente, divide-se o túbulo contorcido proximal em: S1, S2 e S3: ❖ S1 (primeira fase) -> onde são reabsorvidos glicose, bicarbonato de sódio, aminoácidos e solutos orgânicos, por meio do cotransporte de sódio. ❖ S2 e S3 (segunda fase) -> há reabsorção principalmente de NaCl, graça ao gradiente eletroquímico. Como no iníciodo tubo há preferência pela reabsorção de Na, glicose e aminoácidos, a concentração de NaCl no restante se eleva e gera gradiente que leva à difusão desse íon. SECREÇÃO DO TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL Secreção de ácidos e bases orgânicas, como sais biliares, oxalato, urato e catecolaminas, que normalmente são produtos finais de metabolismo, sendo minimamente reabsorvidos e altamente excretados. O mesmo ocorre com fármacos e drogas, que sofrem depuração rápida pelos rins. REABSORÇÃO NA ALÇA DE HENLE Alça de Henle é dividida em 3 partes: ❖ Segmento descendente fino -> reabsorção de água, ureia e Na. ❖ Segmento ascendente fino -> impermeável à água e importante para a formação da urina concentrada. ❖ Segmento ascendente espesso -> reabsorve quantidades consideradas de íons de cálcio, bicarbonato e magnésio. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA Os segmentos descendente fino e ascendente fino têm membranas epiteliais finas, sem bordas em escova, poucas mitocôndrias e níveis mínimos de atividade metabólica. ❖ A porção descendente do segmento fino é muito permeável à água e moderadamente permeável à maioria dos solutos, incluindo ureia e sódio. O componente ascendente, incluindo tanto a porção fina quanto o segmento espesso são impermeáveis a água – característica importante para a concentração da urina. O segmento espesso possui células são capazes de reabsorver ativamente Na+, Cl- e K+, além de Ca2+ e outros íons. As bombas de Na+/K+-ATPase presentes nas células epiteliais desse segmento são importantes para a reabsorção desses solutos, pois cria gradiente de concentração favorável. No segmento espesso, a movimentação do sódio pela membrana luminal é mediada principalmente pelo cotransportador de 1-sódio, 2-cloreto e 1-potássio. ❖ Esse cotransportador, embora mova cátions e ânions em quantidades iguais para dentro e fora da célula, ocorre discreto retrovazamento de íons K+, gerando potencial positivo no lúmen tubular. Por sua vez, esse potencial faz com que íons cálcio e magnésio se difundam para o espaço intersticial. O componente ascendente fino tem baixa capacidade de reabsorção e componente descendente não absorve quase nenhum soluto. O segmento ascendente espesso é o local de ação de potentes diuréticos (“de alça”), furosemida, ácido etacrínico e bumetanida, que inibem a ação do cotransportador de sódio, 2- cloreto, potássio. Ainda nesse segmento ocorre reabsorção significativa de cátions Mg+, Ca++, Na+ e K+, devido à carga parcialmente positiva do lúmen tubular em relação ao interstício. Além disso, ele é praticamente impermeável à água. TÚBULO DISTAL Recebe o conteúdo proveniente do segmento ascendente espesso da alça de Henle. Sua primeira porção forma a mácula densa – células epiteliais agrupadas que fazem parte do complexo justaglomerular e faz controle de feedback da filtração glomerular e fluxo sanguíneo no néfron. A segunda porção do túbulo distal é chamada de segmento de diluidor -> tem características parecidas com a alça ascendente espessa de Henle e é muito permeável à maioria dos íons, incluindo sódio, potássio e cloreto. Porém, é praticamente impermeável à água e ureia, tornando o líquido tubular ainda mais diluído. ! Diuréticos tiazídicos agem nessa porção do tubo -> são muito utilizados no controle da hipertensão e insuficiência cardíaca, agem induzindo o cotransportador de sódio-cloreto. Esse cotransportador move cloreto de sódio do lúmen tubular para a célula, sendo bloqueado. O sódio fica no lúmen tubular e, consequentemente, “puxa” mais água por osmose, diminuindo o volume plasmático. TÚBULO DISTAL FINAL E TÚBULO COLETOR CORTICAL Segunda metade do túbulo distal e o túbulo coletor cortical subsequente têm características funcionais similares. Anatomicamente, são compostos por 2 tipos de células: ❖ Células principais -> responsáveis por reabsorver Na e água do lúmen do túbulo e secretar potássio para ser excretado. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA ❖ Células intercaladas tipo A -> reabsorvem íons potássio e secretam íons hidrogênio para o lúmen tubular. A atividade das células principais depende da bomba de Na+/K+ ATPase, a qual mantém a concentração intracelular de sódio baixa, favorecendo sua difusão pelos canais especiais para dentro da célula. Já o potássio entra na célula pela bomba, e por conta do gradiente estabelecido, ele é difundido através da membrana luminal para o líquido tubular. Células principais são locais de ação dos diuréticos poupadores de potássio, como espironolactona, eplerenona, amilorida e triantereno. ❖ Espironolactona e eplerenona competem com a aldosterona pelos sítios nas células principais, inibindo o efeito desse hormônio. A amilorida e o triantereno são bloqueadores do canal de sódio, inibindo diretamente a entrada desse íon pelas membranas luminais, portanto também diminuem a excreção urinária de potássio (diuréticos poupadores de potássio). Secreção de H+ pelas células intercaladas é mediada pelo transportador de hidrogênio-ATPase. Para cada íon H+ liberado, um íon bicarbonato fica disponível para reabsorção pela membrana. Permeabilidade à água no túbulo distal final e coletor cortical é controlada pela concentração de aldosterona. Sem esse hormônio, esses túbulos são praticamente impermeáveis à água. ! O gráfico mostra a concentração das substâncias ao longo do túbulo renal. Observa- se que substâncias como glicose têm sua concentração diminuída porque são muito reabsorvidos, enquanto substâncias como creatinina têm sua concentração aumentada porque serão excretados, ou seja, são pouco absorvidos. DUCTO COLETOR MEDULAR Local de processamento final da urina. Suas células epiteliais têm permeabilidade à água, regulada pelo ADH -> aumenta a retenção de água à medida que seu nível aumenta. O ducto medular também é permeável à ureia, e possui cotransportadores específicos dessa substância. Além disso, esse ducto é capaz de secretar íons H+ contra grande gradiente de concentração, desempenhando papel importante na regulação do equilíbrio ácido-básico.
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