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APG S1P1 - DIABETES

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Kamilla Galiza / 5º Período / APG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
1. Identificar os fatores de risco e a etiologia da 
DM1. 
2. Diferenciar os tipos de diabetes 
3. Compreender a fisiopatologia e manifestações 
da DM1 
4. Discorrer sobre o DX e a conduta terapêutica da 
DM1 
Fisiologia do pâncreas 
O pâncreas, além de suas funções digestivas, secreta 
dois hormônios importantes, insulina e glucagon, 
cruciais para a regulação normal do metabolismo da 
glicose, dos lipídios e das proteínas. 
 
O pâncreas é formado por dois tipos principais de 
tecido: os ácinos, que secretam o suco digestivo no 
duodeno; e as ilhotas de Langerhans, que secretam 
insulina e glucagon diretamente no sangue. 
 
O pâncreas humano tem entre 1 e 2 milhões de ilhotas 
de Langerhans. Cada ilhota tem cerca de 0,3 milímetro 
de diâmetro e se organiza em torno de pequenos 
capilares, nos quais suas células secretam seus 
hormônios. As ilhotas contêm três tipos celulares 
principais, as células alfa, beta e delta, distinguidas 
entre si, devido às suas características morfológicas e 
de coloração 
 
 
Figura 1. Anatomia fisiológica de uma ilhota de Langerhans no 
pâncreas 
 
 
As células beta, que estão presentes em maior 
quantidade, são encontradas no centro de cada ilhota 
e secretam insulina e amilina, hormônio que é, com 
frequência, secretado em paralelo com a insulina, 
porém sua função ainda não é esclarecida. As células 
alfa, em torno de 25% do total, secretam glucagon. E as 
células delta, cerca de 10% do total, secretam 
somatostatina. Além disso, pelo menos outro tipo 
celular, a célula PP, está presente em pequena 
quantidade nas ilhotas e secreta hormônio de função 
incerta, chamado polipeptídeo pancreático. 
 
As interrelações estreitas entre esses tipos celulares 
nas ilhotas de Langerhans possibilitam a 
comunicação intercelular e o controle direto da 
secreção de alguns dos hormônios por outros 
hormônios. Por exemplo, a insulina inibe a secreção de 
glucagon, a amilina inibe a secreção de insulina, e a 
somatostatina inibe a secreção tanto de insulina como 
de glucagon. 
 
Ação da insulina 
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, e 
tem como função metabolizar a glicose para 
produção de energia. Ela atua como uma "chave", 
abrindo as "fechaduras" das células do corpo, para que 
a glicose entre e seja usada para gerar energia. A 
secreção de insulina está associada à abundância de 
energia, ou seja, quando existe grande abundância de 
alimentos muito energéticos na dieta a secreção 
aumenta. 
 
Por sua vez, a insulina desempenha um papel 
importante no armazenamento do excesso de energia. 
No caso de excesso de carboidratos, a insulina faz com 
que eles sejam armazenados sob a forma de 
glicogênio, principalmente no fígado e nos músculos. 
Além disso, todo o excesso de carboidrato que não 
pode ser armazenado na forma de glicogênio é 
convertido sob o estímulo da insulina em gordura, 
sendo armazenado no tecido adiposo. 
 
compreender 
 
Kamilla Galiza / 5º Período / APG 
 
No caso das proteínas, a insulina exerce efeito direto 
na promoção da captação de aminoácidos pelas 
células e na sua conversão em proteína. Além disso, 
ela inibe o catabolismo das proteínas que já se 
encontram nas células. Para começar a exercer seus 
efeitos nas células-alvo, a insulina, em primeiro lugar, 
liga-se e ativa um receptor proteico de membrana, 
esse receptor ativado que causa os efeitos 
subsequentes. 
 
O receptor de insulina é a combinação de quatro 
subunidades que se mantêm unidas por meio de 
ligações dissulfeto: duas subunidades alfa, que se 
situam inteiramente do lado externo da membrana 
celular e duas subunidades beta, que penetram 
através da membrana, projetando-se no citoplasma 
celular. A insulina se acopla às subunidades alfa do 
lado externo da célula, mas, devido às ligações com as 
subunidades beta, as porções das subunidades beta 
que se projetam para o interior da célula são 
autofosforiladas. Assim, o receptor de insulina é 
exemplo de um receptor ligado à enzima. 
 
A autofosforilação das subunidades beta do receptor 
ativa uma tirosina cinase local, que, por sua vez, causa 
fosforilação de diversas outras enzimas intracelulares, 
inclusive do grupo chamado substratos do receptor de 
insulina (IRS). Tipos diferentes de IRS (p. ex., IRS-1, IRS-2 e 
IRS-3) são expressos nos diferentes tecidos. O efeito 
global é a ativação de algumas enzimas e, ao mesmo 
tempo, a inativação de outras. 
 
Dessa maneira, a insulina dirige a maquinaria 
metabólica intracelular, de modo a produzir os efeitos 
desejados no metabolismo de carboidratos, lipídios e 
proteínas. Os principais efeitos finais da estimulação 
da insulina são os seguintes: 
1. Quando a insulina se acopla a seus receptores de 
membrana, as membranas das células do organismo 
aumentam acentuadamente sua captação de 
glicose. Isso ocorre, de modo especial, nas células 
musculares e adiposas, mas não na maioria dos 
neurônios do encéfalo. A glicose transportada para as 
células é imediatamente fosforilada e se transforma 
em substrato para todas as funções metabólicas 
usuais dos carboidratos. 
2. A membrana celular fica mais permeável a muitos 
dos aminoácidos, a íons potássio e fosfato. 
3. Efeitos ainda mais lentos continuam a ocorrer horas 
e até mesmo dias depois. Eles resultam da variação da 
velocidade de tradução dos RNAs mensageiros nos 
ribossomos, para formar novas proteínas e de efeitos 
ainda mais lentos devido à variação da transcrição do 
DNA no núcleo celular. Dessa maneira, a insulina 
remodela muito da maquinaria enzimática celular até 
atingir alguns dos seus efeitos metabólicos. 
 
 
 
Efeitos da insulina no metabolismo dos carboidratos 
Durante grande parte do dia, o tecido muscular 
depende não somente da glicose como fonte de 
energia, mas também dos ácidos graxos. O principal 
motivo dessa dependência de ácidos graxos consiste 
no fato de que a membrana muscular em repouso só 
é ligeiramente permeável à glicose, exceto quando a 
fibra muscular é estimulada pela insulina; entre as 
refeições, a quantidade de insulina secretada é 
insuficiente para promover a entrada de quantidades 
significativas de glicose nas células musculares. 
Entretanto, sob duas condições os músculos utilizam 
grande quantidade de glicose. Uma delas é durante a 
realização de exercícios moderados ou intensos. Essa 
utilização de glicose não precisa de grande 
quantidade de insulina, porque a contração muscular 
aumenta a translocação da molécula transportadora 
de glicose 4 (GLUT 4) dos depósitos intracelulares para 
a membrana celular, o que, por sua vez, facilita a 
difusão da glicose na célula. A segunda condição para 
a utilização muscular de grande quantidade de 
glicose ocorre nas poucas horas seguintes à refeição. 
Nesse período, a concentração de glicose no sangue 
fica bastante elevada, e o pâncreas está secretando 
grande quantidade de insulina. Essa insulina adicional 
provoca transporte rápido da glicose para as células 
musculares. Por isso, nesse período, a célula muscular 
utiliza a glicose preferencialmente aos ácidos graxos, 
como discutiremos adiante. 
 
Armazenamento de glicogênio muscular 
Se os músculos não estiverem se exercitando depois 
da refeição e, ainda assim, a glicose for transportada 
abundantemente para as células musculares, então a 
maior parte da glicose é armazenada sob a forma de 
 
Kamilla Galiza / 5º Período / APG 
glicogênio muscular, em vez de ser utilizada como 
energia. 
 
O glicogênio pode ser utilizado depois como energia 
pelo músculo. O glicogênio é especialmente útil 
durante períodos curtos de uso energético extremo 
pelos músculos e, até mesmo, para fornecer picos de 
energia anaeróbica durante alguns minutos, por meio 
da conversão glicolítica do glicogênio em ácido lático, 
o que pode ocorrer até mesmo na ausência de 
oxigênio. Um dos mais importantes de todos os efeitos 
da insulina é fazer com que a maioria da glicose 
absorvida após uma refeiçãoseja armazenada 
rapidamente no fígado sob a forma de glicogênio. 
Então, entre as refeições, quando o alimento não está 
disponível e a concentração de glicose sanguínea 
começa a cair, a secreção de insulina diminui 
rapidamente, e o glicogênio hepático é de novo 
convertido em glicose, que é liberada de volta ao 
sangue, para impedir que a concentração de glicose 
caia a níveis muito baixos. 
 
Quando o nível da glicose no sangue começa a baixar 
entre as refeições, ocorrem diversos eventos que 
fazem com que o fígado libere glicose de volta para o 
sangue circulante: 
 
1. A redução da glicose sanguínea faz com que o 
pâncreas reduza sua secreção de insulina. 
2. A ausência de insulina, então, reverte todos os efeitos 
relacionados anteriormente para o armazenamento 
de glicogênio, interrompendo, essencialmente, a 
continuação da síntese de glicogênio no fígado e 
impedindo a captação adicional da glicose do sangue 
pelo fígado. 
3. A ausência de insulina (com o aumento do 
glucagon, a ser discutido adiante) ativa a enzima 
fosforilase, que causa a clivagem do glicogênio em 
glicose fosfato. 
4. A enzima glicose fosfatase, inibida pela insulina, é 
então ativada pela ausência de insulina e faz com que 
o radical fosfato seja retirado da glicose; isso 
possibilita a difusão de glicose livre de volta para o 
sangue. 
 
Assim, o fígado remove a glicose do sangue, quando 
ela está presente em quantidade excessiva após uma 
refeição, e a devolve para o sangue, quando a 
concentração da glicose sanguínea diminui entre as 
refeições. Em geral, cerca de 60% da glicose da 
refeição é armazenada, dessa maneira, no fígado e, 
então, retorna posteriormente para a corrente 
sanguínea. 
 
Quando a quantidade de glicose, que penetra as 
células hepáticas é maior do que a que pode ser 
armazenada sob a forma de glicogênio ou do que 
pode ser utilizada para o metabolismo local dos 
hepatócitos, a insulina promove a conversão de todo 
esse excesso de glicose em ácidos graxos. Esses 
ácidos graxos são subsequentemente empacotados 
sob a forma de triglicerídeos em lipoproteínas de 
densidade muito baixa e, dessa forma, transportados 
pelo sangue para o tecido adiposo, onde são 
depositados como gordura. 
 
Efeitos da insulina no metabolismo das gorduras 
Apesar de os efeitos da insulina no metabolismo das 
gorduras não serem tão visíveis como os efeitos 
agudos no metabolismo dos carboidratos, eles 
apresentam, em longo prazo, importância equivalente. 
O efeito em longo prazo da falta de insulina é, 
especialmente, dramático porque provoca 
aterosclerose extrema, muitas vezes levando a 
ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e a 
outros acidentes vasculares. 
 
Em primeiro lugar, a insulina aumenta a utilização da 
glicose pela maioria dos tecidos do corpo, o que 
automaticamente reduz a utilização da gordura, 
funcionando assim como um poupador de gordura. 
Entretanto, a insulina também promove a síntese de 
ácidos graxos. 
 
Isso é de modo especial verdadeiro quando ocorre 
ingestão de mais carboidratos do que é possível usar 
imediatamente como energia, fornecendo, assim, o 
substrato necessário para a síntese de gordura. Quase 
toda essa síntese ocorre nas células hepáticas, e os 
ácidos graxos são, então, transportados do fígado 
pelas lipoproteínas plasmáticas para serem 
armazenados nas células adiposas. Os diferentes 
fatores, que levam ao aumento da síntese dos ácidos 
graxos pelo fígado, incluem os seguintes: 
 
1. A insulina aumenta o transporte da glicose para as 
células hepáticas. Depois que a concentração de 
glicogênio no fígado atinge 5% a 6%, esse nível, por si 
só, inibe a síntese posterior de glicogênio. A partir daí, 
toda a glicose adicional que penetra as células 
hepáticas fica disponível sob a forma de gordura. 
2. O ciclo do ácido cítrico produz excesso de íons citrato 
e de íons isocitrato, quando quantidades excessivas de 
glicose estão sendo utilizadas como fonte de energia. 
Esses íons, então, apresentam efeito direto na ativação 
da acetil-CoA carboxilase, a enzima necessária para 
realizar a carboxilação da acetil-CoA, de modo a 
formar malonilCoA, o primeiro estágio da síntese dos 
ácidos graxos. 
3. A maior parte dos ácidos graxos é, então, sintetizada 
no interior do fígado e utilizada para formar 
triglicerídeos, que é a forma usual de armazenamento 
 
Kamilla Galiza / 5º Período / APG 
da gordura. Eles são liberados das células hepáticas 
para o sangue nas lipoproteínas. A insulina ativa a 
lipoproteína lipase nas paredes dos capilares do 
tecido adiposo, que quebra os triglicerídeos, formando 
outra vez ácidos graxos, requisito para que possam ser 
absorvidos pelas células adiposas, onde voltam a ser 
convertidos em triglicerídeos e armazenados. 
 
O papel da insulina no armazenamento de gordura 
nas células adiposas 
A insulina tem dois outros efeitos essenciais que são 
requeridos para o armazenamento de gordura nas 
células adiposas: 
 
1. A insulina inibe a ação da lipase hormôniosensível. A 
lipase é a enzima que provoca a hidrólise dos 
triglicerídeos previamente armazenados nas células 
adiposas. Consequentemente, a liberação dos ácidos 
graxos do tecido adiposo para o sangue circulante é 
inibida. 
2. A insulina promove o transporte da glicose através 
da membrana celular para o interior das células 
adiposas, do mesmo modo como promove o 
transporte da glicose para as células musculares. 
Parte dessa glicose é, então, utilizada para sintetizar 
quantidades mínimas de ácidos graxos, porém o mais 
importante é que ela também forma grande 
quantidade de aglicerol fosfato. Essa substância 
produz o glicerol que se associa aos ácidos graxos 
para formar os triglicerídeos, que são a forma de 
armazenamento da gordura nas células adiposas. Por 
conseguinte, quando a insulina não está disponível, até 
mesmo as reservas de grandes quantidades de ácidos 
graxos transportados do fígado nas lipoproteínas são 
praticamente bloqueadas. 
 
A deficiência de insulina aumenta o uso da gordura 
como fonte de energia 
Todos os aspectos da lipólise e de seu uso como fonte 
de energia ficam muito aumentados na ausência de 
insulina. Essa potencialização ocorre, mesmo 
normalmente entre as refeições, quando a secreção 
de insulina é mínima, mas é extrema nos doentes com 
diabetes melito, quando a secreção de insulina é 
quase zero. Os efeitos resultantes são descritos nas 
seguintes seções. 
 
Na ausência de insulina, todos os efeitos da insulina, 
observados antes que causem o armazenamento das 
gorduras, são revertidos. O efeito mais importante é 
que a enzima lipase hormônio-sensível nas células 
adiposas fica intensamente ativada. Isso leva à 
hidrólise dos triglicerídeos armazenados, liberando 
grande quantidade de ácidos graxos e de glicerol no 
sangue circulante. Consequentemente, a 
concentração plasmática dos ácidos graxos livres 
começa a aumentar dentro de minutos. Esses ácidos 
graxos passam a ser o principal substrato de energia 
utilizado, essencialmente, por todos os tecidos do 
organismo, com exceção do cérebro. 
 
O excesso de ácidos graxos no plasma, associado à 
deficiência de insulina, também promove a conversão 
hepática de alguns ácidos graxos em fosfolipídios e 
colesterol, dois dos principais produtos do 
metabolismo da gordura. Essas duas substâncias, 
junto com o excesso de triglicerídeos formado ao 
mesmo tempo no fígado, são, então, liberadas para o 
sangue nas lipoproteínas. Ocasionalmente, as 
lipoproteínas plasmáticas chegam a aumentar em até 
três vezes na ausência de insulina, fazendo com que a 
concentração total de lipídios plasmáticos fique maior 
que a porcentagem normal de 0,6%. Essa elevada 
concentração de lipídios — especialmente a elevada 
concentração de colesterol — promove o 
desenvolvimento da aterosclerose nas pessoas 
portadoras de diabetes grave. 
 
A ausência de insulina também forma quantidades 
excessivas de ácido acetoacético nas células 
hepáticas, em consequência do seguinte efeito: na 
ausênciade insulina, mas, na presença de grande 
quantidade de ácidos graxos nas células hepáticas, o 
mecanismo de transporte da carnitina, para levar os 
ácidos graxos para as mitocôndrias, fica cada vez 
mais ativado. Nas mitocôndrias, a betaoxidação dos 
ácidos graxos ocorre rapidamente, liberando 
quantidades extremas de acetil-CoA. Grande parte 
desse excesso de acetil-CoA é, então, condensada, de 
modo a formar o ácido acetoacético que é liberado no 
sangue circulante. 
 
A maior parte do ácido acetoacético passa para as 
células periféricas, onde é novamente convertido em 
acetil-CoA e utilizado como energia na forma usual. Ao 
mesmo tempo, a ausência de insulina também 
deprime a utilização de ácido acetoacético nos 
tecidos periféricos. Assim, tanto ácido acetoacético é 
liberado pelo fígado que não pode ser metabolizado 
pelos tecidos. Parte do ácido acetoacético também é 
convertida em ácido bhidroxibutírico e acetona. Essas 
duas substâncias, junto com o ácido acetoacético, são 
chamadas corpos cetônicos, e sua presença, em 
grande quantidade nos líquidos do corpo, é chamada 
cetose. 
 
O efeito da insulina no metabolismo das proteínas e 
no crescimento4 
A Insulina promove a Síntese e o Armazenamento de 
Proteínas. Durante as poucas horas depois da refeição, 
quando existem quantidades excessivas de nutrientes 
no sangue circulante, proteínas, carboidratos e 
 
Kamilla Galiza / 5º Período / APG 
gorduras são armazenados nos tecidos. Há 
necessidade de insulina para que esse 
armazenamento ocorra. O modo pelo qual a insulina 
realiza o armazenamento de proteínas não é tão bem 
compreendido como os mecanismos do 
armazenamento da glicose e das gorduras. 
 
 1. A insulina estimula o transporte de muitos dos 
aminoácidos para as células. Entre os aminoácidos 
mais intensamente transportados, encontram-se 
valina, leucina, isoleucina, tirosina e fenilalanina. Assim, 
a insulina divide com o hormônio do crescimento a 
capacidade de aumentar a captação de aminoácidos 
nas células. 
2. A insulina aumenta os processos de tradução do RNA 
mensageiro, formando, dessa maneira, novas 
proteínas. De algum modo ainda inexplicado, a insulina 
aciona a maquinaria ribossômica. Na ausência de 
insulina, os ribossomos simplesmente param de 
trabalhar, como se a insulina, na prática, acionasse o 
seu mecanismo de “ligar e desligar”. 
3. Em intervalo maior de tempo, a insulina também 
aumenta a transcrição de sequências genéticas 
selecionadas de DNA no núcleo celular, formando, 
assim, quantidade aumentada de RNA e síntese ainda 
maior de proteínas — promovendo, especialmente, 
grande conjunto de enzimas envolvidas no 
armazenamento de carboidratos, gorduras e 
proteínas. 
4. A insulina inibe o catabolismo das proteínas, 
reduzindo, dessa forma, a liberação de aminoácidos 
das células, em especial das células musculares. Isso 
resulta, possivelmente, da capacidade de a insulina 
reduzir a degradação normal das proteínas pelos 
lisossomos celulares. 
5. No fígado, a insulina deprime a gliconeogênese. Isso 
ocorre por meio da redução da atividade das enzimas 
que promovem a gliconeogênese. Como os substratos 
mais utilizados na síntese de glicose pela 
gliconeogênese são os aminoácidos plasmáticos, 
essa supressão da gliconeogênese conserva os 
aminoácidos nas reservas de proteínas do corpo. 
 
A Deficiência de Insulina Causa Depleção de Proteínas 
e Aumento dos Aminoácidos Plasmáticos 
Virtualmente, cessa toda a reserva de proteínas 
quando não há disponibilidade de insulina. O 
catabolismo das proteínas aumenta, a síntese de 
proteínas cessa e uma grande quantidade de 
aminoácidos é lançada no plasma. 
 
A concentração de aminoácidos plasmáticos 
aumenta consideravelmente e a maior parte do 
excesso de aminoácidos é utilizada diretamente como 
energia e como substratos para a gliconeogênese. 
Essa degradação dos aminoácidos também leva ao 
aumento da excreção da ureia na urina. O resultante 
consumo de proteínas é um dos efeitos mais graves 
do diabetes melito; pode levar à fraqueza extrema, 
bem como à alteração de diversas funções dos 
órgãos. 
 
A Insulina e o Hormônio do Crescimento Interagem de 
Modo Sinérgico para Promover o Crescimento. Como a 
insulina é necessária para a síntese de proteínas, ela é 
também essencial para o crescimento do animal, 
como o hormônio do crescimento. Além do mais, a 
administração de hormônio do crescimento ou de 
insulina isoladamente quase não provoca qualquer 
crescimento. 
 
Entretanto, a combinação desses hormônios provoca 
dramático crescimento. Assim, os dois hormônios 
funcionam de modo sinérgico para promover o 
crescimento, cada qual executando uma função 
específica, própria de cada um. É possível que uma 
pequena parte dessa necessidade de ambos os 
hormônios resulte do fato de que cada um promove a 
captação celular de seleção diferente de 
aminoácidos, todos necessários para que ocorra o 
crescimento. 
 
Diabetes Mellitus 
O DM refere-se a um grupo de distúrbios metabólicos 
comuns que compartilham o fenótipo da 
hiperglicemia. A etiologia do Diabetes é multifatorial, 
dependendo de questões genéticas e ambientais. O 
Diabetes Mellitus é classificado em dois tipos: tipo 1 e 
tipo 2. O DM tipo 1 representa o resultado de uma 
deficiência completa ou quase total de insulina, 
enquanto o DM tipo 2 é um grupo heterogêneo de 
distúrbios caracterizados por graus variáveis de 
resistência à insulina, menor secreção de insulina e 
maior produção de glicose. 
 
O DM tipo 2 é precedido por um período de 
homeostase anormal da glicose, classificado como 
glicemia em jejum alterada (IFG) ou tolerância à 
glicose diminuída (TGD). O DM tipo 1 se dá por um 
processo autoimune destrutivo das células beta 
pancreáticas, que leva à não produção de insulina, 
podendo instalar-se em qualquer idade, porém, está 
predominante diagnosticado em pessoas mais jovens. 
 
Classificação 
DM tipo 1 
• Destruição de células beta; • Deficiência 
absoluta de insulina; 
• Imunomediado e Idiopático; 
DM tipo 2 
 
Kamilla Galiza / 5º Período / APG 
• Pode variar desde uma resistência à insulina 
com deficiência relativa até um defeito 
predominantemente secretor da insulina com 
resistência à insulina; 
Outros tipos de dm 
• Defeitos genéticos no desenvolvimento ou na 
função das células betas caracterizados por 
mutações em genes específicos; 
• Defeitos genéticos na ação da insulina; 
• Doenças do pâncreas exócrino como 
neoplasias, pancreatite e fibrose cística; 
• Endocrinopatias como acromegalia e 
síndrome de cushing; 
• Induzida por fármacos ou substâncias; 
• Diabetes Melito Gestacional (DMG); 
 
Diabetes melito gestacional 
A diabetes melito gestacional ou diabetes franco, se 
dá pela resistência à insulina relacionada com as 
alterações metabólicas presentes no final da 
gestação, quando as maiores demandas de insulina 
podem dar origem a uma TGD ou diabetes. A maioria 
das mulheres revertem à tolerância normal após o 
parto, porém, corre um risco substancial de vir a 
desenvolver nos próximos anos. 
 
Diagnostico 
 
Qualificação Descrição 
 
Normal 
Glicemia de jejum entre 
70 e 99 mg/dL e inferior 
a 140mg/dL 2h após 
sobrecarga de glicose. 
Intolerância Glicemia em jejum entre 
100 e 125mg/dL 
 
 
 
Diabetes 
2 amostras colhidas em 
dias diferentes com 
resultado igual ou 
acima de 126mg/dL ou 
quando a glicemia 
aleatória estiver igual ou 
acima de 200mg/dL na 
presença de sintomas. 
 
A tolerância à glicose é classificada em três grandes 
categorias: homeostase normal da glicose, DM ou 
comprometimento da homeostase da glicose. A 
tolerância à glicose pode ser determinada com o uso 
da glicose plasmática em jejum (GPJ), a uma carga de 
glicose oral ou a hemoglobina Alc (HbA1c). 
 
Uma GPJ abaixo de 100mg/dL, uma glicose plasmática 
abaixo de 140mg/dL após uma carga de glicose e uma 
HbA1c abaixo de 5,7% são consideradas normais. A 
homeostase anormal da glicose é definido por GPJ 
entre 100-125mg/dL, níveis plasmáticos entre 140-
199mg/dLapós alta carga de glicose oral e HbA1c de 
5,7 à 6,4%. Uma GPJ acima de 126mg/dL, uma glicose 
de 200mg/dL após 2h de alta carga ou uma HbA1c 
acima de 6,5% justificam o diagnóstico de DM. 
 
Porém, uma concentração plasmática aleatória igual 
ou acima de 200mg/dL acompanhada de sintomas 
clássicos (poliúria, polidipsia e perda de peso) 
também é suficiente para o diagnóstico de DM. Os 
critérios atuais para o diagnóstico de DM ressaltam 
que a HbA1c ou a GPJ constituem testes mais 
confiáveis e convenientes para identificação de DM 
em indivíduos assintomáticos. O TOTG (Teste oral de 
tolerância à glicose) apesar de ainda ser um meio 
válido para diagnóstico de DM não é usado na 
assistência clínica de rotina. 
 
Triagem 
O uso disseminado da GPJ ou da HbA1c como teste de 
triagem para o DM tipo 2 é recomendado, pois: 
 
• Um grande número de indivíduos que 
preenchem os critérios atuais para o DM é 
assintomático e não tem conhecimento de 
que sofre desse distúrbio. 
• Estudos apontam que o DM tipo 2 pode estar 
presente por muito tempo e ser assintomático. 
• Alguns indivíduos com DM tipo 2 apresentam 
uma ou mais complicações do diabetes por 
ocasião do diagnóstico. 
 
A ADA recomenda a triagem de indivíduos em uma 
idade mais jovem quando apresentam sobrepeso e 
apresenta fatores de risco adicionais e em todos os 
pacientes acima de 45 anos. Diversos marcados para 
o DM tipo 1 estão se tornando disponíveis, porém seu 
uso rotineiro fora de um ensaio clínico não é 
incentivado, enquanto se aguarda a identificação de 
intervenções clinicamente benéficas para os 
indivíduos com alto risco de desenvolver DM tipo 1. 
 
Regulação da homeostase da glicose 
A homeostase da glicose reflete um equilíbrio entre a 
produção hepática de glicose e a captação e a 
utilização periférica da glicose. Os órgãos que regulam 
a glicose e os lipídeos se comunicam por mecanismos 
neurais e humorais com a gordura e o músculo, 
produzindo adipocinas, miocinas e metabólitos que 
influenciam a função hepática. 
 
No jejum, os baixos níveis de insulina elevam a 
produção de glicose por ativar a gliconeogênese e a 
glicogenólise hepática e por reduzir a captação de 
glicose nos tecidos sensíveis à insulina, promovendo a 
mobilização de aminoácidos e ácidos graxos livres. O 
 
Kamilla Galiza / 5º Período / APG 
glucagon que é secretado pelas células alfa do 
pâncreas quando os níveis de glicemia ou insulina 
estão baixos, estimula a glicogenólise e 
gliconeogênese hepática e pela medula renal. No 
período pós-prandial, a glicose aumenta a insulina e o 
glucagon cai. 
 
A glicose é o principal regulador da secreção de 
insulina e os neurotransmissores também influenciam 
a secreção de insulina. Os níveis de glicose acima de 
70mg/dl estimulam a síntese de insulina, 
principalmente por acelerarem a tradução e 
processamento de proteínas. 
 
Patogênese 
Diabetes Mellitus tipo 1 
Ele resulta de um conjunto de interações de fatores 
genéticos, ambientais e imunológicos que acabam 
acarretando a destruição das células beta 
pancreáticas, e, assim, a síntese de insulina. É um 
complexo que resulta de uma reação autoimune 
dirigida contra as ilhotas pancreáticas. 
 
Acredita-se que indivíduos com suscetibilidade 
genética apresentem uma massa normal de células 
beta no nascimento, porém começam a perder essas 
células em consequência da destruição autoimune 
que ocorre ao longo dos meses e ano. Acredita-se que 
esse processo autoimune seja desencadeado por um 
estímulo infeccioso ou ambiental e sustentado por 
uma molécula específica da célula beta. Na maioria 
dos pacientes, marcadores imunológicos aparecem 
após o evento desencadeante, porém, antes de o 
diabetes se tornar manifesto. É importante destacar 
que as características do diabetes só se tornam 
manifestos quando 70-80% das células beta já foram 
destruídas. 
 
O principal gene de suscetibilidade ao DM tipo 1 fica 
localizado na região HLA do cromossomo 6. Os 
polimorfismos no complexo HLA são responsáveis por 
40 a 50% do risco genético para o surgimento do DM 
tipo 1. Essa região contém genes que codificam as 
moléculas do complexo de histocompatibilidade 
principal (MHC) de classe II, que apresentam o 
antígeno às células T auxiliares, e dessa forma, 
participam do desencadeamento da resposta imune. 
Apesar de o pâncreas possuir outros tipos de células 
como a alfa, delta e PP, elas são poupadas da 
destruição autoimune. Essa destruição se dá por um 
processo inflamatório, que diminui após a destruição, 
fazendo com que as ilhotas se tornem atróficas. 
 
A infiltração linfocítica no processo inflamatório das 
ilhotas pancreáticas se denomina insulite. Alguns são 
os achados patológicos do processo autoimune na DM 
1: 
• Autoanticorpos contra células das ilhotas; 
• Linfócitos ativados nas ilhotas, nos linfonodos 
peripancreáticos e na circulação sistêmica; 
• Linfócitos T que proliferam quando 
estimulados por proteínas das ilhotas; 
• Liberação de citocinas dentro da insulite; 
 
As células beta são suscetíveis ao efeito tóxico de 
algumas citocinas, porém, os mecanismos precisos de 
sua morte ainda são desconhecidos. Entretanto, há 
indícios de que podem envolver formação de 
metabólitos do óxido nítrico, apoptose e citotoxicidade 
direta da célula TCD8+. A destruição das ilhotas é 
mediada por linfócitos T e não pelos autoanticorpos 
dirigidos contra as células das ilhotas, pois esses 
anticorpos em geral não reagem com a superfície 
celular dessas células e não são capazes de transmitir 
o DM sozinhos. 
 
Os mecanismos supressores do sistema imune são 
ineficazes ou apenas temporariamente efetivo para 
diminuir a velocidade de destruição das células beta. 
Os autoanticorpos contra as células das ilhotas (ICAs) 
são uma combinação de diferentes anticorpos 
dirigidos contra moléculas das ilhotas pancreáticas, 
como GAD, insulina, IA-2/ICA-512 e ZnT-8, e funcionam 
como marcadores do processo autoimune do DM tipo 
1. Os testes para ICAs podem ser úteis na classificação 
do DM tipo 1 como realmente tipo 1 e na identificação 
dos indivíduos que não são diabéticos e que correm o 
risco de desenvolver DM 1. 
 
Alguns fatores ambientais podem se comportar como 
efeitos desencadeantes, tais como Coxsackie, rubéola, 
enterovírus, proteínas do leite bovino e compostos de 
nitrosureia. 
 
 
Figura 2. Insulite: infiltração das ilhotas por células 
mononucleares que antecede a doença clínica e persiste por 
semanas ou meses antes que a destruição significativa das células 
beta ocorra. No curso da insulite, os macrófagos e as células T 
ativadas secretam mediadores solúveis (citocinas, óxido nítrico e 
radicais livres), que contribuem com a disfunção e morte das 
células beta. 
 
 
Kamilla Galiza / 5º Período / APG 
Diabetes melito tipo 2 
A resistência à insulina e a secreção anormal de 
insulina são essenciais para o surgimento do DM tipo 2. 
Apesar de o defeito primário ser controverso, a maioria 
dos estudos apoia a opinião de que a resistência à 
insulina precede um defeito na secreção de insulina, 
mas que o diabetes se instala somente quando a 
secreção de insulina se torna inadequada. 
 
O DM tipo 2 tem um poderoso componente genético, 
ou seja, os indivíduos com um progenitor + para DM 
tipo 2 corre maior risco de desenvolvimento. A 
resistência à insulina, conforme demonstrado por uma 
utilização reduzida da glicose no músculo esquelético 
está presente em muitos parentes de primeiro grau 
não diabéticos de indivíduos DM tipo 2. A doença é 
poligênica e multifatorial, pois além da suscetibilidade 
genética, fatores ambientais como obesidade, 
nutrição e atividade física modulam esse fenótipo. 
 
A resistência à insulina ocorre com a falha das células 
em realizar a captação normal da insulina. O excesso 
de glicose na corrente sanguínea faz com que o 
pâncreas trabalhe em maior quantidade e consiga 
produzir mais insulina, porém só consegue manter até 
um certo ponto. Depois de certo tempo, as células dos 
tecidos muscularesparam de responder à insulina, ou 
seja, não conseguem realizar a captação de glicose 
pelos receptores e a glicose fica em excesso na 
corrente sanguínea. 
 
Com a progressão da resistência à insulina e da 
hiperinsulinemia compensatória, as ilhotas 
pancreáticas de certos indivíduos tornam-se 
incapazes de preservar o estado hiperinsulinêmico, 
instalando-se uma elevação da glicose e um declínio 
na secreção de insulina. Esse processo leva ao fígado 
entender como se não houvesse disponibilidade de 
glicose para os tecidos e estimula o processo de 
gliconeogênese e glicogenólise, fazendo com que eu 
aumente mais ainda a quantidade de glicose na 
corrente sanguínea, por fim, instalando-se uma 
falência das células beta pancreáticas. 
 
Ou seja, o DM tipo 2 caracteriza-se por uma menor 
secreção de insulina, resistência à insulina, produção 
hepática excessiva de glicose e metabolismo anormal 
das gorduras. A obesidade, particularmente visceral ou 
central é muito comum no DM tipo 2. Nos estágios 
iniciais do distúrbio, a tolerância à glicose continua 
sendo quase normal, pois as células beta pancreáticas 
tentam compensar aumentando a produção de 
insulina. 
 
A resistência à insulina, a menor capacidade da 
insulina em agir nos tecidos alvo, constitui uma 
característica proeminente do DM tipo 2 e resulta de 
uma combinação de suscetibilidade genética e 
obesidade. A resistência à insulina prejudica a 
utilização de glicose pelos tecidos sensíveis à insulina 
e aumenta a produção de glicose hepática e no 
músculo esquelético observa-se maior deterioração 
da utilização não oxidativa da glicose (formação do 
glicogênio) do que no metabolismo oxidativo da 
glicose. 
 
Outras anormalidades incluem o acúmulo de lipídeos 
dentro dos miócitos esqueléticos, o que pode 
prejudicar a fosoforilação oxidativa das mitocôndrias 
e reduzir a produção de ATP mitocondrial estimulada 
pela insulina. O excesso de glicose pode ser tóxico ao 
organismo, aumentando a chance de inflamação e na 
produção de gordura, um dos órgãos que também 
sofre com a hiperglicemia são os rins, uma vez que 
realizam a reabsorção ainda dentro do quadro de 
hiperglicemia, só realizando excreção quando a 
concentração atinge um nível de 200mg/dL. 
 
No DM tipo 2, a resistência à insulina reflete a 
incapacidade da hiperinsulinemia de suprimir a 
gliconeogênese, o que resulta em hiperglicemia de 
jejum e menor armazenamento de glicogênio 
hepático. Como resultado dessa resistência, temos um 
processo de lipólise e o fluxo de ácidos graxos livres a 
partir do tecido adiposo, levando a um aumento na 
síntese de lipídios nos hepatócitos. Esse 
armazenamento lipídico ou esteatose hepática pode 
levar à esteatose hepática não alcoólica e as provas 
de função hepática anormais. 
 
Diferença entre o tipo 1 e 2 
 
DM 1 DM 2 
Doença autoimune 90% metabólica 
Deficiência de insulina Resistência insulínica e 
deficiência 
Jovens e adolescentes Indivíduos de meia 
idade 
Autoanticorpos e insulite Depósito amiloide nas 
ilhotas 
Indivíduos magros Obesidade (85%) 
Cetoacidose Inicio lento 
Inicio abrupto 
 
Sintomatologia clássica 
• Poliúria: Aumento na quantidade de vezes que 
vai ao banheiro; 
 
Kamilla Galiza / 5º Período / APG 
• Polaciúria: sintoma urinário caracterizado por 
aumento do número de micções com 
diminuição do volume da urina; 
• Polifagia: Aumento do apetite; 
• Perda de peso não explicada (DM1); 
• Polidipsia: Sede intensa; 
• Fome intensa e Visão turva; 
• Fadiga, Nervosismo, Mudanças de humor, 
Náuseas e Vômito; 
• Sensação de ouvido tapado, zumbido, 
dificuldade de compreensão, Demora em 
responder perguntas, desequilíbrio, mal 
desempenho escolar, vertigo. 
 
Tratamento 
Farmacologia no diabetes 
Existem várias classes de fármacos que podem ser 
utilizadas no tratamento de DM, tanto tipo 1, quanto tipo 
2. Entretanto, antes de entrar com uma terapia 
medicamentosa, é preciso verificar a indicação e 
dependendo do paciente realizar inicialmente ou em 
conjunto uma TNM (Terapia Não Medicamentosa), que 
inclui: 
• Educação em saúde; 
• Estilo de vida saudável; Atividade física; 
• Cessação do tabagismo e etilismo; 
• Educação para o autocuidado; 
• Cuidados para com o pé e prevenção do pé 
diabético; 
A avalição do tratamento deve ser realizada com base 
em metas e varia de acordo com o paciente. As metas 
devem ser traçadas para alcançar benefícios, evitar 
danos, custos e melhorar a saúde e expectativa de 
vida o quanto antes para todos os pacientes. 
 
Hipoglicêmicos orais sulfoniluréia 
• Dividido em duas gerações: 
1º Geração: Clorpropamida, Talbutamida, 
Tolazamida e Aceto-examida. 
2º Geração: Gliburida, Glibenclamida, Glipzida, 
Glicazida e Glimepiride. 
• Age no pâncreas estimulando a produção de 
insulina; 
• Bloqueia o efluxo de potássio e permite o 
influxo de cálcio, promovendo uma 
despolarização da célula e liberação da 
insulina; 
• Inibe a glicogenólise hepática e reduz o 
metabolismo hepático da insulina; - Ativa os 
receptores insulínicos nas células da mucosa 
e células adiposas; 
• Interações e efeitos adversos: 
- Os BB diminuem a liberação da insulina; 
- Bebidas Alcóolicas: Aumentam o risco da 
reação tipo dissulfiram; 
- Interage com aines fortemente, gerando 
uma hipoglicemia forte e logo em seguida 
uma hiperglicemia, fazendo uma 
descompensação do paciente; 
- Cetoconazol e Miconazol diminuem a 
biotransformação da sulfoniluréia; 
 
Biguanidas 
A que recebe maior destaque nesse quadro é a 
Metformina; 
• Aumenta a sensibilidade da insulina nos 
tecidos periféricos, principalmente no tecido 
hepático; 
• Quando associado às sulfoniluréias 
aumentam o efeito hipoglicemiante; - Perda 
de 2 a 3kg nos primeiros 6 meses de 
tratamento; 
• Reduzem a gliconeogênese e a glicogenólise 
hepática; Ativa os receptores insulínicos; 
• A METFORMINA É A ÚNICA QUE REDUZ O RISCO 
CARDIOVASCULAR; 
• Alguns dos efeitos adversos são: Dor 
abdominal, Diarreia, Acidose lática, náuseas, 
vômito; 
• Contraindicados em gestantes, pacientes 
com insuficiência renal e hepática e 
alcoolismo; 
 
Acarbose 
• Age inibindo a alfa glutase; 
• Seu efeito retarda a digestão e absorção dos 
carboidratos, reduzindo a glicemia 
pósprandial; 
• Utilizando recentemente para perda de peso; 
• Efeitos adversos: meteorismo, desconforto 
abdominal e diarreia; sem efeitos sistêmicos 
indesejáveis; 
• INDICADO PARA PACIENTES IDOSOS; 
 
Derivados do ác. Benzóico 
• Estimulam a secreção de insulina; 
• Bloqueiam o canal de K+ ATP nas células beta 
do pâncreas; 
• Não interfere no sistema muscular, esquelético 
e cardíaco; 
• Ligam-se a receptores nas células beta; 
• Ação mais rápida que a sulfonilureia, porém 
mais curta; 
 
Repaglinida 
• Absorvida e eliminada por metabolismo 
hepático; 
• Administrada antes das refeições; 
• Menor reação hipoglicêmica; 
 
 
Kamilla Galiza / 5º Período / APG 
Nateglinida 
• Despolarização da membrana; 
• Entrada de cálcio e exocitose de grânulos de 
insulina; 
• Absorção gastrointestinal mais rápida; 
 
Tiazolinidaionas 
• Aumentam a sensibilidade dos tecidos 
periféricos à insulina; Inibe gliconeogênese; 
• Reduz a hepatotoxicidade e nefrotoxicidade; 
• Aumenta a expressão dos GLUT4; 
• Rosiglitazona, Piogliotazona e Trogliazona; 
 
Referencias 
Diehl LA, Migliano Porto JNC. Endocrinologia. 1ed. São 
Paulo: Medcel; 2018. 
 
RAHMAN, Sayeeda et al. Epidemiology, pathogenesis, 
clinical presentations, diagnosis and treatment of 
COVID-19: a review of current evidence. Expert review 
of clinical pharmacology, v. 14, n. 5, p. 601-621, 2021. 
 
Balasubramanyam A. Defining and Classifying New 
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27;72:63-74.

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