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Direito Penal - Crimes contra à Administração Pública

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DIREITO PENAL 
 1 
 
CRIMES CONTRA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Administração pública em sentido amplo: toda atividade funcional do Estado e dos entes 
públicos. 
 
OBSERVAÇÕES GERAIS 
1. Nos termos da Súmula 599 do STJ, não se aplica o princípio da insignificância nos crimes 
contra a administração pública; 
2. O tamanho do prejuízo ao erário é circunstância que autoriza a fixação da pena cima do 
mínimo; 
3. a grande responsabilidade do funcionário público (importância do cargo) também 
autoriza a fixação da pena acima do mínimo; 
 
CRIMES FUNCIONAIS 
crimes praticados por funcionário público contra à administração. O crime funcional pode ser 
classificado como: 
A. crime funcional próprio: se a qualidade de funcionário é essencial para a relevância penal 
do fato. Se não for funcionário, o fato deixa de ter relevância. 
Exemplo: prevaricação. 
B. crime funcional impróprio: se a qualidade de funcionário apenas torna o crime funcional. 
Mesmo afastada a qualidade de funcionário, o fato permaneceria criminoso, ainda que com 
outra classificação. 
Exemplo: peculato furto. 
 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
Fundamento legal: artigo 327 do Código Penal. 
 Conceito: considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente e sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
Exemplo: Jurado dos crimes de júri, estagiário do magistrado. 
DIREITO PENAL 
 2 
 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO POR EQUIPARAÇÃO 
Fundamento legal: artigo 327, parágrafo primeiro do Código Penal. 
Conceito: equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em 
entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou 
conveniada para a execução de atividade típica da administração. 
Exemplo: médico conveniado que atende o SUS; advogado nomeado. 
 
CRIMES EM ESPÉCIE 
PECULATO 
Conceito: as principais espécies de peculato são: 
1. PECULATO APROPRIAÇÃO 
Fundamento legal: artigo 312, caput do Código Penal. 
Conceito: apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, 
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo ou desviá-lo, em proveito próprio 
ou alheio. O sujeito ativo, é, a princípio, o funcionário público. O particular pode também 
responder por peculato, se em concurso de pessoas com o funcionário público. Apropriar 
significa assenhorar, ter como se dono fosse., Se consuma o peculato apropriação com a 
prática de ato específico de proprietário, um ato que permita concluir que houve a inversão 
do ânimo da posse. Os atos característicos são: 
A. disposição (só dispõe quem é dono); 
B. negativa de restituição. 
Comentários: não há relevância penal no "peculato de uso" - se o funcionário usa o bem de 
forma indevida, mas o devolve, não há crime de peculato, em regra. 
ATENÇÃO: este ato de uso indevido não é peculato, mas pode ser configurado como ato de 
improbidade administrativa. As exceções (casos com relevância penal) são: 
A. prefeito (lei específica); 
B. dinheiro, enquanto coisa consumível. 
DIREITO PENAL 
 3 
Exemplo: eu uso o dinheiro que me foi entregue para pagar um Uber para uma diligência em 
razão da minha função, sendo que não foi necessário o seu uso, eu acabo por usar este dinheiro 
para outra finalidade, ao ser questionado sobre o a devolução para administração, devolvo um 
dinheiro que não é o mesmo que me foi dado, assim não há a restituição igual, e sim uma troca, 
razão pela qual não caracteriza o peculato de uso e sim o peculato apropriação. A aprovação ou 
reprovação de Tribunal de Contas não interfere a relevância penal do ato. 
 
2. PECULATO DESVIO 
Fundamento legal: artigo 312, caput do Código Penal. 
Conceito: apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, 
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo ou desviá-lo, em proveito próprio ou 
alheio. Desviar significa dar destino diverso do devido. Se o beneficiário for a própria 
administração, não há peculato desvio, mas sim, emprego irregular de verbas públicas, com 
previsão no artigo 315 do Código Penal. 
 
3. PECULATO FURTO 
Fundamento legal: artigo 312, parágrafo primeiro do Código Penal. 
Conceito: aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do 
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio 
ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário (a grande 
característica do peculato furto é o fato de não estar sob a sua posse). Responde por peculato 
furto tanto o funcionário que subtrai como o funcionário que concorre dolosamente para 
que terceiro subtraia, caso em que ambos responderão por peculato furto. É necessário que 
o funcionário se valha da sua função. 
Exemplo: um juiz invade o prédio do tribunal de justiça durante a noite para subtrair 
computadores, não se valeu da função pública, assim, não poderá responder por peculato furto. 
Também aqui não se pune peculato de uso, salvo se prefeito ou dinheiro (enquanto coisa 
consumível). 
 
4. PECULATO CULPOSO 
Fundamento legal: artigo 312, parágrafo segundo do Código Penal. 
DIREITO PENAL 
 4 
Conceito: se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem. Aqui, o 
funcionário, por descuido, concorre para que terceiro (funcionário ou não), subtraia, se 
aproprie ou desvie bem sob custódia da administração. 
ATENÇÃO: aqui o terceiro responderá por furto, visto que não age sobre concurso de 
pessoas e sim se aproveita de um descuido do funcionário. No peculato culposo, se o 
funcionário repara o dano até a sentença condenatória transitada em julgado, será extinta a 
punibilidade. Se posterior à condenação transitada em julgado, ainda terá a pena diminuída 
pela metade. 
 
5. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM 
Fundamento legal: artigo 313 do Código Penal. 
Conceito: apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por 
erro de outrem. O erro pode estar relacionado com a existência da obrigação, o valor ou 
destinatário. O terceiro que entrega deve estar em erro.

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