Buscar

Diretrizes Para Solicitar Concreto

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

S a l v a d o r - B A
COMO ESPECIFICAR • COMO SOLICITAR • COMO VERIFICAR
A Comunidade da Construção de Salvador no 
seu 3º Ciclo de atuação apresenta este guia 
sobre como especificar, solicitar e verificar os 
concretos nas obras.
O propósito desta publicação é facilitar o tra-
balho dos projetistas, construtores, centrais 
dosadoras de concreto e laboratórios de con-
trole tecnológico, definindo responsabilidades 
e apresentando orientações a partir das nor-
mas revisadas recentemente.
Espera-se que este material venha a contri-
buir com a utilização correta e adequada dos 
concretos para fins estruturais garantindo a 
qualidade e durabilidade das edificações.
ElABorAção
Engª Ana Gabriela Saraiva de Aquino lima, MSc.
 ABCP/UNEB,
Engº Antônio Sérgio ramos da Silva, MSc. 
Concreta/UFBA,
Engº Tarcísio Marques de Souza, MSc.
Vivo/Unifacs
Engª Tatiana Bittencourt Dumet, DSc.
UFBA
Engª Tatiana Gesteira de Almeida Ferraz, MSc. 
SENAI
www.comunidadedaconstrucao.com.br
S a l v a d o r - B A
CONCRETO: COMO ESPECIFICAR • COMO SOLICITAR • COMO VERIFICAR
conSTruTorAS pArTicipAnTES - pólo SAlVADor - BA
proMoção
pArcEiroS
inSTiTuiçÕES
UFBA UNEB
De acordo com a classe de agres-
sividade, definem-se os valores 
limites para a classe do concreto 
(resistência característica à com-
pressão), o fator água/cimento e 
o consumo de cimento, conforme 
apresentado na Tabela 2. 
A Figura 1 traz o resultado do traba-
lho desenvolvido pelos Engºs José 
Marcílio Vilasboas, MSc. e Sandro 
Lemos Machado, DSc., que, entre 
outros objetivos, realizaram um 
mapeamento orientativo das clas-
ses de agressividade em Salvador.
Cabe ao projetista de estruturas 
definir a classe do concreto, a re-
lação água/cimento e o consumo 
de cimento, respeitando os limites 
estabelecidos nas Tabelas 1 e 2. 
Deve ainda o projetista definir o Módulo de Elasticidade do concreto no momento da desforma, a resistência do concreto à 
compressão no momento da desforma (fcj), o plano de escoramento, reescoramento e desforma (NBR 14931, 2004), e as 
condições necessárias para a execução da estrutura. Vale ressaltar que para o concreto protendido, devem ser acrescen-
tadas a essas, outras especificações normativas considerando todas as etapas construtivas das peças.
para garantir a maior durabilidade das estruturas de concreto, as normas técnicas foram atualizadas.
Muitas das mudanças têm reflexos diretos na obra. Este documento apresenta algumas diretrizes para 
especificação, solicitação e controle do concreto, trazendo as responsabilidades de projetistas, construtores, 
tecnologistas e centrais dosadoras em cada uma destas etapas.
CONCRETO: ESPECIFICAR • SOLICITAR • VERIFICAR
Como Especificar?
A especificação do concreto deve considerar principalmente as condições de agressividade 
ambiental do local onde a obra será executada. A Tabela 1 apresenta as classes de 
agressividade ambiental de acordo com as normas NBR 6118 (2004) e a NBR 12655 (2006).
classe de agressividade 
ambiental Agressividade
Classificação geral do tipo de
ambiente para efeito de projeto Risco de deterioração da estrutura
I Fraca
Rural
Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana (1), 2) Pequeno
III Forte
Marinha (1)
Grande
Industrial (1), (2)
IV Muito forte
Industrial (1), 3)
Elevado
Respingos de maré
Tabela 1 - Classes de agressividade ambiental (NBR 6118, 2004).
(1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, 
cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).
(2) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em: obras em regiões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual 
a 65%, partes da estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos, ou regiões onde chove raramente.
(3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indús-
trias químicas.
Tabela 2 - Correspondência entre classe de agressividade ambiental e relação água/cimento, classe do concreto e consumo de 
 cimento (NBR 6118,2004 e NBR 12655,2006).
concreto Tipo
classe de agressividade
i ii iii iV
Relação água/cimento em massa
CA ≤0,65 ≤0,60 ≤0,55 ≤0,45
CP ≤0,60 ≤0,55 ≤0,50 ≤0,45
Classe de concreto
(ABNT NBR 8953:1992)
CA ≥C20 ≥C25 ≥C30 ≥C40
CP ≥C25 ≥C30 ≥C35 ≥C40
Consumo de cimento por metro cúbico de concreto kg/m3 CA e CP ≥260 ≥280 ≥320 ≥380
Segundo a NBR 12655 (2006), cabe ao tecnologista do concreto de-
finir o abatimento do cone (slump do concreto) e a dimensão máxima 
do agregado, de acordo, entre outros, com o projeto estrutural.
A Figura 2 apresenta a dimensão máxima do agregado graúdo (brita) 
em função do espaçamento das armaduras longitudinais, segundo 
os requisitos da NBR 6118 (2004). 
Em que:
aV = distância vertical entre as barras longitudinais;
aH = distância horizontal entre as barras longitudinais;
Ø = diâmetro da barra longitudinal;
Øag = diâmetro máximo do agregado. Figura 2 - Espaçamento mínimo entre as barras longitudinais 
nas peças de concreto armado (NBR 6118:2004).
No momento da contratação do concreto dosado em central, devem ser definidos os itens 
listados a seguir, cujas informações serão repassadas à concreteira:
 Resistência característica do concreto (fck) definida em projeto;
 Resistência característica mínima do concreto (fcj) definida em função de δd de dosagem (mínimo), na idade requerida 
 em projeto (a NBR 12655, 2006 indica o δd,mín = 2 MPa);
 Relação A/C máxima;
 Consumo mínimo de cimento;
 Tipos de cimento (classificação e definição de marca);
 Tipos e dimensão de agregados (ver Figura 02) (deve ser verificada a reatividade do agregado graúdo);
 Tipos de aditivos e suas propriedades quanto a tempo de pega, redução de água (e consequentemente redução de 
 cimento) etc;
 Tipo e quantidade de adições;
 Módulo de elasticidade (deformação), especificado pelo calculista nas respectivas idades;
 Abatimento do tronco de cone (slump test), de acordo com os limites estabelecidos na NBR 7212 (1984);
 Modalidade do lançamento do concreto (convencional, bombeado etc.);
 Volume mínimo para fornecimento do concreto (NBR 12655, 2006);
 Critério de aprovação do lote: amostragem total ou parcial (NBR 12655, 2006).
Como Solicitar?
RESUMO
A Tabela 3 apresenta as atribuições das partes interessadas na definição, na solicitação e na verificação do concreto estru-
tural, segundo VILASBOAS (2004).
Como Verificar?
 para o concreto Fresco: para aceitação do concreto fresco deve-se avaliar a sua consistência através do abatimento 
 do tronco de cone (slump test), com a seguinte frequência:
 a. Betoneiras Estacionárias:
 • Na primeira amassada do dia;
 • Ao reiniciar a fabricação do concreto após uma interrupção da jornada de concretagem durante, pelo menos, 2 horas;
 • Na troca dos operadores da betoneira;
 • Cada vez que forem moldados corpos-de-prova.
 b. Betoneiras Móveis:
 • A cada betonada (no caso de caminhão-betoneira).
 para o concreto Endurecido: o ensaio para a aceitação do concreto endurecido - moldagem de corpos-de-prova -
 será feito com o concreto no estado fresco, objetivando a determinação da resistência à compressão do concreto.
Para verificar o concreto e aceitá-lo, devem ser executados os seguintes ensaios: 
norma Proprietário/Preposto Estruturalista construtor
NBR 6118 (2004) Definem as influências ambientais
NBR 7212 (1984) Emite o pedido do concreto que deverá ser atendido pelo fornecedor
NBR 12655 (2006)
Verifica o cumprimento dessa norma, 
através da análise e aprovação da 
documentação correspondente, no que 
diz respeito às etapas de execução do 
concreto e sua aceitação
Especifica os requisitos de 
durabilidade
É responsável pelo atendimento ao 
projeto
NBR 14931 (2004)
Participa da elaboração do Plano de 
Qualidadepara execução da estrutura 
de concreto
Especifica os aspectos 
relativos à condição 
ambiental, de acordo com as 
normas nacionais.
Elabora, quando exigido, 
Plano de Qualidade para 
execução da estrutura de 
concreto, conforme NBR 
6118:2004 e de comum 
acordo com o proprietário
Realiza todas as atividades 
desenvolvidas na execução das 
estruturas, bem como as relativas 
à inspeção e documentação “como 
construído”, incluindo a análise do 
controle de resistência do concreto
Tabela 3 - Atribuições dos diversos agentes envolvidos na determinação, solicitação e verificação do concreto estrutural 
 (VILASBOAS, 2004)
Figura 1 - Classificação das diferentes zonas de agressividade ambiental de Salvador
REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 6118 (2004) – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, Março/ 2004;
ABNT - NBR 7212 (1984) – Execução de concreto dosado em central – Procedimento. Rio de Janeiro, Dezembro/ 1984;
ABNT – NBR 12655 (2006) – Concreto – Preparo, controle e recebimento. Rio de Janeiro, Setembro/ 2006;
ABNT – NBR 14931 (2004) – Execução de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, Março/ 2004;
VILASBOAS, J. M. L. (2004) - Durabilidade das Edificações de Concreto Armado em Salvador: uma Contribuição para a Implantação da NBR 6118:2003. 
Dissertação de Mestrado, UFBA, Salvador, BA, 2004;
VILASBOAS, J. M. ; MACHADO, S. L. Estimativa das Classes de Agressividade Ambiental de Salvador. Anais do 50º Congresso Brasileiro do Concreto, Salva-
dor, 2008.

Outros materiais